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Roteiro de Atividades

EGEHARIA
Cálculo II

UBERABA – MG

1
MATERIAL DIDÁTICO DOS CURSOS SUPERIORES PRESENCIAIS

ROTEIRO DE ESTUDOS NÃO PRESENCIAIS

Prezado(a) aluno(a) do curso de Engenharia

Este Roteiro foi elaborado com o objetivo de orientar 15 horas de estudos a distância.
Para que você desenvolva as atividades propostas e vivencie, com proveito, o processo
de ensino-aprendizagem, você encontrará, neste roteiro, os seguintes recursos:

 Texto explicativo, no qual seu professor apresenta o assunto, conceitos, dados e


informações necessários para introduzir o estudo do tema, articulando-o aos
demais temas do programa
 Indicação de textos para leitura obrigatória, selecionados para que você, lendo-
os, tenha conhecimento das discussões e reflexões atuais do tema em estudo.
 Indicação de textos para leituras complementares, para você ampliar a visão do
tema, conhecendo o ponto de vista de outros autores.
 Um conjunto de atividades de aprendizagem, propostas para que você
desenvolva habilidades de leitura analítica e crítica, de seleção e análise de dados,
de comparação de idéias e sistematização de conhecimentos.
 Um referencial de respostas para as atividades solicitadas, no qual você
poderá verificar se realmente está compreendendo os assuntos estudados,
conferindo suas reflexões, análises e ponderações com as do(a) professor(a).
Este é o momento importante do seu processo de aprendizagem: avaliar se ainda há
dúvidas e procurar esclarecê-las com o(a) professor(a), para prosseguir nos estudos.

Planejando seus estudos a distância


É importante que em seu planejamento de estudos semanal você inclua as horas, os dias,
e o local os materiais necessários em que vai desenvolver as atividades de
aprendizagem.

Um lembrete!
Ao realizar seus estudos semanais, pergunte-se:
 Reservei o tempo necessário as leituras e as atividades programadas?
 Adquiri os textos indicados como leituras obrigatórias?
 Estou com todo o material de consulta disponível?

2
 O local onde vou estudar é calmo, silencioso?
 A iluminação e a ventilação estão adequadas?
 Estou bem acomodado na mesa e na cadeira?
 Sei com quais objetivos vou realizar esse estudo?

3
Integral definida
Leandro Martins da Silva

Introdução

Neste capítulo, utilizaremos o cálculo da área sob uma curva como motivação para formularmos a
idéia de uma integral definida. Após, essa compreensão, estudaremos o teorema fundamental do
cálculo e suas relações.

Uma vez compreendido o conceito da integral definida, você terá condições de calcular áreas de
regiões limitadas por duas curvas, volume de sólidos de revolução, áreas de superfícies de
revolução, o comprimento do arco de uma função e suas aplicações no cotidiano.

Bons estudos!

Objetivos:

Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você esteja apto a:
• calcular integrais definidas;
• determinar as áreas de regiões limitadas por duas curvas;
• determinar o volume de sólidos de revolução;
• calcular o comprimento do arco de uma função;
• determinar áreas de superfícies de revolução;
• calcular integrais impróprias.

Esquema
1- Integral definida
2- Cálculo de áreas
3- Sólidos de revolução
4- Área de uma superfície de revolução
5- Cálculo do comprimento do arco de uma função

1- Integral definida

Para compreendermos o conceito de integral definida, vamos nos valer do cálculo de áreas.
Assim, perguntamos: como calcular a área das figuras geométricas básicas representadas, a
seguir?

Figura 1: triângulo, círculo e retângulo


4
Uma vez que você tenha as medidas necessárias, acreditamos que utilizaria as seguintes
b⋅h
fórmulas A = , A = π ⋅ r 2 , A = b ⋅ h para calcular a área do triângulo, do círculo e do
2
retângulo, respectivamente.

Mas, e se fosse necessário calcular a área (A) da região delimitada pelo gráfico da
curva y = f ( x) em um intervalo a ≤ x ≤ b e pelo eixo dos x, conforme a figura 2, o
que você faria?

Figura 2: Área sob a curva y = f ( x) .

Talvez você esteja pensando em calcular um valor aproximado para esta área. Neste sentido, a
questão é qual a melhor forma de fazer isso, considerando que não temos uma figura geométrica
conhecida.

Para resolver essa situação, você pode dividir a região A em pequenas regiões em forma de
figuras geométricas conhecidas, conforme os passos, a seguir:

1º passo: divida o intervalo [ a, b] em n subintervalos iguais, onde cada subintervalo tem


b−a
comprimento ∆ x =
n

2º passo: Acima de cada subintervalo, construa um retângulo cuja altura seja o valor de f em
um ponto ci qualquer selecionado no subintervalo, ou seja f (ci ) onde i = 1, 2, 3,..., n.

3º passo: a área de cada retângulo será igual a Ai = f (ci ) ∆x , e a soma das áreas de todos os

retângulos sob a curva


y = f ( x) será uma aproximação da área (A) que você espera
encontrar, ou seja:
A ≈ A1 + A2 + ... + An

n
A ≈ f (c1 )∆x + f (c2 )∆x + ... + f (cn )∆x = ∑ f (ci )∆x
i =1

Vamos visualizar essa ideia geometricamente!

Situação 1

5
Observe que ao dividir o intervalo [ a , b ] em 3 subintervalos iguais (figura 3), encontramos uma
área aproximada, mas essa estimativa pode ser melhorada se aumentarmos a quantidade de
retângulos.

Figura 3: Aproximação da área sob a curva y = f ( x) .

Situação 2
Dividindo o intervalo [ a , b ] em 6 subintervalos iguais (figura 4), encontramos uma área
aproximada, mas essa estimativa pode ser melhorada.

Figura 4: Aproximação da área sob a curva y = f ( x) .

Situação 3
Veja que ao dividirmos o intervalo [ a , b ] em n subintervalos iguais (n → ∞) conforme a figura 5
encontramos a área sob a curva y = f ( x ).

6
Figura 5: aproximação da área sob a curva y = f ( x) .

O que acontece com as bases dos retângulos, à medida que o número de retângulos
aumenta?

Intuitivamente, você deve ter percebido que, à medida que o número de retângulos aumenta, suas
bases diminuem, ou seja, ∆x → 0 . Neste sentido, quanto maior for o número de retângulos, mais
próxima da área da região A será a somatória das áreas dos mesmos. Matematicamente,
n

podemos escrever que A = lim


∆x →0

i =1
f (ci )∆x

Após essa compreensão, podemos entender a integral definida.

Seja f uma função contínua definida no intervalo a ≤ x ≤ b, [ a, b ] e seja P uma partição

qualquer de [ a, b] . A integral definida de f de a até b , denotada por


b
∫a
f ( x)dx , é dada por:

b n

∫a
f ( x)dx = lim
máx ∆x →0

i =1
f (ci )∆x

Em que:
• ∫ é denominado sinal de integral;

• f ( x) é o integrando;


a e b são ditos limites de integração e a é o limite inferior, b é o limite superior e dx é
a variável de integração.

Parada obrigatória!

Até o momento, assumimos implicitamente que a < b , porém se:

b a
1) a > b , teremos ∫a
f ( x)dx = − ∫ f ( x)dx
b
a
2) a = b , então ∫a
f ( x)dx = 0
7
Teorema fundamental do cálculo

O teorema fundamental do cálculo é um importante recurso que relaciona integração e


diferenciação e, também, nos permite calcular integrais definidas sem utilizar as somas de
Riemann, desde que seja possível encontrar a primitiva de f .

Assim, por definição, se a função f ( x ) é contínua no intervalo a ≤ x ≤ b , e se F ( x ) é uma


b
primitiva de f ( x ) neste intervalo, então ∫
a
f ( x)dx = F (b) − F (a ) .

b
Usualmente,escrevemos F (b) − F (a ) = F ( x) a , ou seja,
b

b
f ( x)dx = F ( x) a = F (b) − F (a) .
a

Exemplo 1
3
Calcule a integral definida ∫
1
x 2 dx .

Resolução:
Utilizando o teorema fundamental do cálculo, obtemos:
3 3
3 x 2+1 x3 33 13 27 − 1 26
∫ x dx = = = − = =
2
1 2 +1 1 3 1 3 3 3 3

Exemplo 2
π
Calcule a integral definida ∫π sen( x) dx
2
.

Resolução:
Utilizando o teorema fundamental do cálculo, obtemos:
π π π
∫ 2 sen( x) dx = − cos( x) π2 = − cos π − (− cos 2 ) = −(−1) − 0 = 1
π

Propriedades das integrais definidas

Algumas propriedades das integrais definidas serão úteis durante nossos cálculos. Assim,
recomendamos que as estude com atenção.
b b
1) ∫
a
kf ( x)dx = k ∫ f ( x)dx , em que K é uma constante.
a
2) Suponha que f e g sejam funções contínuas:

∫ [ f ( x) ± g ( x)] dx = ∫ f ( x)dx ± ∫ g ( x)dx


b b b

a a a
b c b
3) ∫ f ( x)dx = ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx , onde a < c < b
a a c

8
Exemplo 3

∫ (x )
2
Calcule 2
− 2 x + 1 dx .
0

Resolução:
Utilizando o teorema fundamental do cálculo, obtemos:
2
 x3 2 x 2  8 
∫( )
2 2
x − 2 x + 1 dx =  −
2
+ x =  − 4 + 2 − 0 =
0
 3 2 0 3  3

Exemplo 4

∫ (t )
x
Calcule 2
− 2t + 1 dt .
1

Resolução:
Utilizando o teorema fundamental do cálculo, obtemos:
x
 t 3 2t 2   x3   13  x3
∫( )
x 1
t − 2t + 1 dt =  −
2
+ t  =  − x 2 + x  −  − 12 + 1 = − x 2 + x −
1
3 2 1  3  3  3 3

Você concorda que poderíamos escrever essa integral como

x3 1
F ( x) = − x2 + x −
função primitiva 3 3 ?

d
F '( x) = F ( x) = x 2 − 2 x + 1
dx
Neste caso, então se derivarmos essa função, obteríamos

∫ (t )
x
Agora, observe o integrando de : 2
− 2t + 1 dt
1

Ele não é semelhante à derivada que acabamos de encontrar? Observe-os novamente e


identifique onde está a diferença entre eles.

Você percebeu que a diferença está apenas na variável, ou seja, na derivada temos x e no
integrando temos t? Nesta situação, ao invés de fazermos todos esses cálculos, poderíamos ter a

seguinte igualdade:
F '( x) =
d x 2
dx ∫1
( )
t − 2t + 1 dt = f ( x).

Essa importante relação entre a derivação e a integração é um resultado do teorema fundamental


do cálculo!

Pesquisando na Web

Acesse o site indicado, a seguir, e calcule a área sob uma curva


utilizando as somas de Riemann de forma interativa. Neste site, você poderá
atribuir valores para o número de subintervalos na partição, assim como, alterar
a equação da função.
http://www.professores.uff.br/hjbortol/disciplinas/2006.2/gma04043/geogebra/so
mas-de-riemann-01.html. 9
Agora é sua vez! Faça a atividade 1, a seguir.

Atividade 1
Calcule as seguintes integrais:
2
a) ∫ x(1 + x 3 )dx 3π 4
−1 f )∫ sen x ⋅ cos x dx
π 4

0
b) ∫ ( x 2 − 4 x + 7)dx
−3 1 x 2 dx
g )∫
−1
x3 + 9
2 dx
c) ∫
1 x6 3
h) ∫ x 1 + xdx
0

9
d ) ∫ 2t tdt
4 4 1
i ) ∫ ( 2 x + 1)

2 dx
0
1 dy
e) ∫
0
3y +1

2 - Cálculo de áreas

Você conseguiu relacionar o cálculo da área sob a curva y = f ( x) com a integral definida ? Sim!
Muito bem! Então, acompanhe com atenção o exemplo, a seguir.

Exemplo 5

Vamos calcular a área sob a curva f ( x) = x 2 , limitada pelas retas x = 0, x = 2 e y = 0.

Figura 6: área sob a curva f

Resolução:

10
b
Sabemos que A = ∫ f ( x)dx e que a = 0, b = 2 e f ( x) = x 2 . Assim, podemos escrever a
a
2
equação da seguinte maneira: A = ∫ x 2 dx . Utilizando o teorema fundamental do cálculo,
0
3 2
2 x 23 8
teremos que A = ∫0
x 2 dx =
3
=
3
− 0 = u.a (unidades de área).
3
0

Agora é sua vez! Faça as atividades, a seguir.

Atividade 2

Encontre a área sob a curva y = f(x) acima do intervalo dado.


1
a) f ( x) = x3 ; [ 2, 3] b) f ( x) = x ; [1, 9] c) f ( x) = ; [1, 5]
x

Atividade 3

Determine a área da região sob a curvas especificadas, a seguir:

a) y = x − x 2

1
b) y =
x2

11
x
c) y = 2e 2

Área entre duas curvas

Conforme vimos se f for uma função não negativa e contínua no intervalo [ a, b ] , então a área da
região limitada pela curva de f , pelo eixo x e pelas retas x = a e x = b é representada por
b
A = ∫ f ( x) dx . Agora, com algumas modificações, encontraremos a área que está entre os
a
gráficos de duas funções.

Suponha que seja necessário encontrar a área da figura 7, a seguir:


y

g(x)
f(x)

a b
x

12
Figura 7: área entre as curvas f(x) e g(x)

Considerações:
• a área é limitada superiormente pela reta f ( x ) , inferiormente pela curva g ( x ) e pelas
retas x = a e x = b ;
• as funções f ( x ) e g ( x ) são positivas no intervalo [ a, b ] .

Para determinar a área que está entre as curvas, podemos calcular a área sob o gráfico f ( x ) , a
área sob o gráfico g ( x ) e, em seguida, fazermos a diferença dos resultados. Usando a linguagem

[ f ( x) − g ( x)] dx .
b b b
matemática podemos dizer que: A = ∫a
f ( x) dx − ∫ g ( x) dx = ∫
a a

De maneira geral, quando for preciso encontrar a área que está entre curvas, usaremos a
seguinte definição:

Se f e g são contínuas e f ( x) ≥ g ( x) ao longo de [ a, b ] , então a área da região


entre as curvas y = f ( x ) e y = g ( x) desde a até b é a integral de [ f − g]
[ f ( x) − g ( x)] dx
b
desde a até b : A=∫
a

Exemplo 6
Determine a área da região limitada pela parábola f ( x ) = 2 − x ² e a reta g ( x ) = − x .

−3 −2 −1 1 2 3

−1

−2

Figura 8: área entre curvas

Observe que não foi citado o intervalo com o qual estamos trabalhando, então devemos
determiná-lo encontrando os pontos de intersecção das curvas. Assim, para encontrarmos tais
pontos, resolvemos a igualdade:

13
f ( x ) = g ( x)
2 − x2 = − x
x2 − x − 2 = 0
− ( −1) ± 9 1± 3
x= =
2 ⋅1 2
x ' = −1
x '' = 2
Em seguida, precisamos descobrir qual função é superior no intervalo encontrado! Para isso,
fazemos o esboço do gráfico conforme a figura 8, a seguir:

Dica!
Caso você não consiga esboçar os gráficos, não se preocupe, basta substituir em cada
função um valor que faz parte do intervalo analisado e você encontrará qual função é
superior e qual é inferior. Assim, no intervalo [ −1; 2] utilizaremos aleatoriamente o valor
x = 0 ,em ambas as funções:

f ( x ) = 2 − x ² ⇒ f (0) = 2 − 0² = 2

g ( x ) = − x ⇒ g (0) = −0 = 0

Como 2>0, concluímos que a função f ( x) = 2 − x 2 é superior a g ( x ) = − x . Agora, utilizando a


definição anterior, temos que:
2
 x 2 x3 
A = ∫ [ f ( x) − g ( x)] dx = ∫  2 − x − (− x)  dx = ∫  2 + x − x  dx =  2 x + − 
b 2 2
 2
  2

−1 −1 2 3  −1
a

 4 8  1 1 3 9 9
=  4 + −  −  −2 + +  = 6 + − = u.a.
 2 3  2 3 2 3 2

Agora é sua vez! Faça a atividade 4, a seguir.

Atividade 4

Determine as áreas das regiões compreendidas entre as retas e as curvas, a seguir:


a ) f ( x) = x 2 + 2 e g ( x) = x , para 0 ≤ x ≤ 1 .
b) f ( x) = 3 x3 − x 2 − 10 x e g ( x) = − x 2 + 2 x

3- Sólidos de revolução

Uma importante aplicação da integral definida é o cálculo do volume de sólidos de revolução, que
são sólidos cujas formas podem ser geradas pela revolução de regiões planas em torno de eixos.

14
2
[ f ( x)] dx . Veja o exemplo, a
b
Para determinarmos o volume deste sólido, utilizamos: V =π∫
a
seguir!

Exemplo 7

Determine o volume do sólido obtido com a rotação, em torno do eixo x , da região definida por
y = x onde 0 ≤ x ≤ 4 .

Veja! Queremos obter o volume do sólido gerado pela revolução da figura (região) em torno do
eixo das abscissas, conforme a figura 9, a seguir:

Figura 9: Sólido de revolução gerado pela rotação da área ao redor do eixo x.

∫a [ f ( x)] dx , temos que:


b
Como V = π
4 2 4
V = π ∫  x  dx = π ∫ x dx
0 0
4
x2  42 02 
=π =π  −  = 8π unidades de volume
2 0  2 2 

Exemplo 8
Determine o volume do sólido obtido com a rotação, em torno do eixo y , da região compreendida
2
entre o eixo y e a curva x = , 1≤ y ≤ 4.
y

Figura 10: rotação da área ao redor do eixo y.

15
Como a região limitada gira ao redor do eixo y , nossa fórmula para encontrar o volume do sólido
2

∫c [ g ( y)] dy .
d
de revolução será V = π
Neste caso, x está em função de y, por isso a mudança da fórmula, no entanto o procedimento é
o mesmo.
2
2
2 4 4
V = π ∫ [ g ( y ) ] dy = π ∫
d 4 4

c 1 y
 
dy = π ∫1 y2
dy = π ∫1
4 y −2 dy

4 4
 y −1   1  1 1 3
= 4π   = 4π  −  = 4π  − +  = 4π   = 3π u.v.
 −1  1  y 1  4 1 4

Agora é sua vez! Faça a atividade 5, a seguir.

Atividade 5

Determinar o volume do sólido de revolução gerado pela rotação das regiões indicadas, ao redor
dos eixos dados.
a ) y = x 2 , x = 1, y = 0; ao redor do eixo x.
1
b) y = , x = 1, x = 2, y = 0; ao redor do eixo x.
x
c) y = e x , y = 0, x = 0, x = 1; ao redor do eixo x.
d ) x = y − y 2 , x = 0; ao redor do eixo y.

4- Área de uma superfície de revolução

Superfícies de revolução são geradas pelo movimento de rotação de uma linha qualquer em torno
de um eixo. Caso você necessite encontrar a área da superfície gerada pela revolução do gráfico
f ( x ) 1 + [ f '( x ) ] dx .
b

2
de f em torno do eixo dos x, basta usar a equação S = 2π
a

Exemplo 9
Calcule a área da superfície gerada pela rotação do arco de curva y = x 3 , 0 ≤ x ≤ 2 , em torno do
eixo dos x.

16
Figura 11: Superfície de revolução

f ( x ) 1 + [ f '( x ) ] dx , então devemos calcular a derivada da


b

2
Pela definição, temos, que, S = 2π
a

função y = x 3 ⇒ y ' = 3x 2 . Em seguida, fazemos as substituições necessárias para que seja


possível resolver esta integral.

2 2 2
S = 2π ∫ x 3 1 + 3 x 2  dx = 2π ∫ x 3 1 + 9 x 4 dx
0 0

Observe que nossa integral está um pouco complexa de resolver, então usaremos o
método da mudança de variável para integração que facilitará a resolução desta
integral.

Assim, chamaremos de u = 1 + 9 x 4 , pois sua derivada resultará numa função potência de grau
du
inferior, ou seja, du = 36 x 3 dx ⇒ dx = .
36 x 3
Como alteramos a variável, devemos fazer o mesmo com o intervalo:
 x = 0 ⇒ u = 1 + 9 ( 0 ) = 1
4

Para 
 x = 2 ⇒ u = 1 + 9 ( 2 ) = 145
4

Retomando os cálculos, temos que:


2 145 du 145 du
S = 2π ∫ x 3 1 + 9 x 4 dx = 2π ∫ x3 u 3
= 2π ∫ x/ 3 u
0 1 36 x 1 36 x/ 3

145
1 3
145 du 2 145 1 145 1 u 2
S = 2π ∫
36 36 ∫1
u = π u du = π ∫ u du = π
2
1 18 1 18 3
2 1

145
1 2 3 π  3 3
 π
S= ⋅ π ⋅u 2 = ⋅  (145 ) 2 − (1) 2  = ⋅ (1745, 03 )
18 3 1 27   27

S = 203, 04 u .a

17
Agora é sua vez! Faça a atividade 6, a seguir.

Atividade 6

Calcular a área da superfície gerada pela rotação do arco de curva dado, em torno do eixo
indicado:
a ) y = 2 x3 , 0 ≤ x ≤ 2; eixo dos x.
1
b) y = x, 0 ≤ x ≤ 4; eixo dos x.
2

5 - Cálculo do comprimento do arco de uma função

Se numa dada situação, fosse preciso medir o comprimento de uma curva plana y = f ( x) , o
que você faria?

Lembre-se de que algum dia você fez isso, colocando um pedaço de barbante sobre a
curva, e, em seguida, você media o comprimento do barbante com a régua. Isso foi lá no
ensino fundamental!

Aqui, utilizamos o raciocínio de “quebrar” a curva em segmentos pequenos e, em seguida,


aproximamos esses “pedaços” da curva utilizando segmentos de reta (figura12 ). Por fim,
somamos os comprimentos dos segmentos de reta para formar um soma de Riemann. Isso não
lhe parece familiar?

Figura 12: Estimando o comprimento do arco

Verifique que se aumentarmos o número de segmentos de reta, a aproximação da curva torna-se


melhor. Por definição, diremos que sendo C uma curva de equação y = f ( x ) , em que f é uma
função contínua e derivável em [ a, b] .

18
O comprimento do arco da curva C, do ponto A ( a, f (a ) ) ao ponto B ( b, f (b) ) , que denotamos
2
 dy 
1 + [ f '( x) ] dx ou L = ∫
b b

2
por L , é dado por L = 1 +   dx.
a a
 dx 

Agora, veja como encontrar o comprimento de um arco observando o exemplo, a seguir:

Exemplo 10
2
Encontre o comprimento do arco da curva y = x 3
do ponto (1;1) a (8; 4) .

Figura 13: Gráfico da curva limitada pelos pontos.

2 1
2 2 3 −1 2 − 3
Como f ( x ) = x 3
,então, f '( x) = x = x
3 3
1 + [ f '( x) ] dx.
b

2
Da definição, temos que s =
a

 2 −1 
2
 4 −2   
8 8 8 4 1
s=∫ 1 +  x 3  dx = ∫ 1 +  x 3  dx = ∫ 1 +  ⋅ 2  dx
1
3 
1
9 
1 9 3 
 x 

2 2 2 2
8 9x + 4
3 8 9x + 4 3 8 9x + 4 3
1 8 9x + 4
3
s=∫ dx = ∫ dx = ∫
3 ∫1
2 2 1
dx = 1
dx
1
9x 3
1
  1 1
3x 3
x 3
9 x  3

 

Em seguida, para calcularmos essa integral, utilizaremos o método da substituição. Veja que:
 x = 1 ⇒ u = 9 ⋅ (1) 2 3 + 4 = 13
2 −1 du 
u = 9 x 3 + 4 ⇒ du = 6 x 3
dx ⇒ dx = −1
e, que, se  2
6x 3
 x = 8 ⇒ u = 9 ⋅ ( 8 ) 3 + 4 = 40

Fazendo as substituições necessárias, temos:

19
2 40
3
1 8 9x + 4
3
1 40 u du 1 40
1
1 u 2

3 ∫1 3 ∫13 ∫
s= 1
dx = 1
⋅ −1
= u du = ⋅
2

6x 3 18 13 18 3
x 3
x 3 2 13

1 2 3 2 40 1  32 3

s = ⋅ ⋅u =  40 − 13 2  ≈ 7, 6 u.c
18 3 13 27  

Agora é sua vez! Faça a atividade 7, a seguir.

Atividade 7
2 23 2 8
x y=
(1; ) (8; )
a) Encontre o comprimento do arco da curva 3 do ponto 3 a 3 .
3
x 1 13 7
b) Encontre o comprimento do arco da curva y = + do ponto (1; ) a (2; )
12 x 12 6

Estendendo o conceito de integral definida

Continuando com nosso estudo estenderemos o conceito de integral definida para o caso em que
o intervalo é infinito e, para casos em que a função tem uma descontinuidade infinita em [ a, b].

Integrais com tais características recebem o nome de integrais impróprias e são muito utilizadas
nos cálculos de séries numéricas.

Exemplo 11

∞ 1
Calcule ∫1 x2
dx

Resolução:
Observe que surgiu no limite superior o símbolo de infinito. Até o momento, não tínhamos nos
deparado com uma situação assim. Neste caso, vamos relacionar essa integral com a integral
b b 1
definida ∫a
f ( x)dx . Se representarmos o símbolo de infinito pela letra “b”, obteremos ∫
1 x2
dx.
Após essas considerações, podemos resolver a integral, utilizando o teorema fundamental do
cálculo:
b
b 1 1 1  1 1 1

1 x 2
dx = −
x1
= − −  −  = − +1 = 1−
b  1 b b

 1
Em seguida, utilizando a ideia de limite com b → ∞ obtemos, lim  1 −  = 1.
b →∞
 b

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Na prática, você resolverá exercícios semelhantes a esse da seguinte forma:
b
∞ 1 b 1 1  1
∫ 1 x 2
dx = lim ∫ 2 dx = lim −
b →∞ 1 x b →∞
= lim 1 −  = 1
x 1 b→∞  b 

Agora, gostaríamos que você avaliasse seu conhecimento matemático em relação ao assunto
apresentado neste capítulo, e, para isso, verifique se você está apto para:

• calcular integrais definidas;


• determinar as áreas de regiões limitadas por duas curvas;
• determinar o volume de sólidos de revolução;
• determinar o comprimento do arco de uma função;
• determinar áreas de superfícies de revolução;
• calcular integrais impróprias.

Caso ainda se sinta inseguro em relação ao conteúdo visto até aqui, retome as páginas anteriores
e reveja o conceito estudado em cada item, principalmente onde você teve mais dificuldade. Faça
anotações, organize um modelo de revisão, refaça os exemplos e sempre que possível faça novos
exercícios, e não desanime diante dos possíveis erros e dificuldades, pois é por meio da
resolução de exercícios que evidenciamos a ampliação do conhecimento.

Resumo

Neste capítulo, dentre os conceitos estudados, vimos:


• o cálculo de uma integral definida por meio do teorema fundamental do cálculo
b
∫a
f ( x)dx = F (b) − F (a);
d x
dx ∫a
• a relação entre derivação e integração em que F '( x) = f (t )dt = f ( x);
2
[ f ( x) ] dx;
b
• como calcular sólidos de revolução utilizando V =π∫
a
• como calcular a área de uma superfície em revolução utilizando
S = 2π ∫ f ( x ) 1 + [ f '( x) ] dx;
b 2
a
• como é possível calcular o comprimento do arco de uma curva utilizando:
1 + [ f '( x) ] dx;
b
L=∫
2
a
• como calcular integrais impróprias.

Referências

ANTON, H. Cálculo: um novo horizonte. 6. ed. São Paulo: Bookman, 2000. v.1.
DANTE, L.R. Matemática: contexto & aplicações. Vol. 3. Ed. Ática: São Paulo, 2002.
IEZZI, G., MURAKAMI, C., MACHADO, N.J. Fundamentos da Matemática Elementar – limites,
derivadas e noções de integral. Atual: São Paulo, 2002. v.8.
FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções limite derivação integração. 6. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

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HOFFMAN, L. D.; BRADLEY, G. L. Cálculo: um curso moderno e suas aplicações. 7. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2002.
LEITHOLD, Louis. Cálculo com Geometria Analítica. 3. ed. São Paulo: Harbra, v. 1, 1994.
STEWART, J., Limites e Derivadas. In: ______. Cálculo. 5. ed. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2006. v. 1.
WEIR, Maurice D.; HASS, Joel; GIORDANO, Frank R. Cálculo (George b. Thomas) .11. ed.
Tradução: Thelma Guimarães e Leila Maria Vasconcellos Figueiredo; revisão técnica: Cláudio
Hirofume Asano. São Paulo, Addison Wesley, 2009. v.1.
SWOKOWSKI. Cálculo com geometria analítica. 2. ed. São Paulo: Makron do
Brasil, c1995. v 1.

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