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[No interesse de dfusso da cultura e do conhecimento, os autores ¢ os editores envidaram 0 muiximo esforeo para localizar os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado, dispondo-se a possiveis acertos posteriores caso, inadvertidamente, aidentificagio, | de algum deles tenha sido omitida. INDICE Agradecimentos . ee 7 ~"Preficio por Paul M. Sweezy 2) Introdugso 1s | TParre: Trabalho ¢ Geréncia a 1 Trabalho € Forga de Trabalho 0 2 a is 0 4 2 3 12 % ‘A Habituagao do Trabathador 20 Modo Capitlia do Producto 124 TI Pate: Ciéncia © Mecanizacdo 0... ee ae 7A Revolucéo Técnico-Cientifica .. 8 A Revolugto Gin do Trabalho IIL Panre: Capital Monopolista 11 Mais-Valia e Trabatho Excedente 2s 12. A Empresa Moder 220 13.0 Mercado Universal 231 14 0 Papel do Estado 22 IV Pants: A Crescente Diversificapdo da Classe Trebathadora ... 247 15 ‘Trabathadores em Bscrit6rio «.-- 249 16 Prestagao de Servicos © Comérsio Menor. 303 CapPfruLo 1 TRABALHO E FORCA DE TRABALHO Todas as formas de vida mantémse em seu meio ambien natural; assim é que todos desempenham atividades com 0 px sito de apoderar-se de produtos naturais em seu préprio proveito. Os vegetais absorvem umidade, minerais ¢ luz do sol; os animais alimentam-se de vida vegetal ou da rapina, Mas apoderar-se desser-., materiais da natureza tais como so nio é trabalho; o trabalho uma atividade que altera o estado natural desses materiais para melhorar sua utilidade. Péssiro, castor, aranha, abelha e térmite, a9 fazerem ninhos, diques, teias e colméias, trabalham, por assim dizer. Assim, a espécie humana partilha com as demais a ativi dade de atuar sobre a natureza de modo a transformé-l2 para melhor satisfazer suas necessidades. Entretanto, o que importa quanto ao trabalho humano nio é a semelhanca com o trabalho de outros animais, mas as diferencas essenciais que 0 distinguem como diametralmente oposto. “Nao estamos tratando agora daquelas primitivas formas instintivas de trabalho que nos Tembram o mero animal”, escreveu Marx 0 primeiro volume de O Capital. “Pressupomos o trabalho de um modo que © assinala como exclusivamente humano. Uma_aranha desempenha operagdes que se parecem com a de um teccléo, ¢ a abelha envergonha muito arquiteto na construgio de seu cortico. ‘© arquiteto figura na mente sua construcio antes de transfor: em realidade, No fim do processo do trabalho aparece que ia antes idealmente na imaginacio do trabalhador. E! nio transforma apenas © material sobre o qual opera; 20 material 0 projeto que tinha conscientemente em mira, © qu 50 TrapaLto & Caprrat MONoPoLISTA constitui a lei determinante do seu modo de operat ¢ a0 qual tem de subordinar sua vontade.”"* ‘© trabalho humano € consciente ¢ proposital, a0 passo que © trabalho dos outros animais é ivo.** As atividades instin- tivas so inatas antes que aprendidas, e representam um padrio- relativamente fixo para a liberagio de energia a0 receber estfmulos especificos. Observou-se, por-exemplo, que uma lagarta tendo pletado a primeira metade de seu casulo prosseguira construinde a segunda sem se importar mesmo que a primeira seja retirada. Uma ilustragio mais nitida do trabalho instintivo é dada pelo que segue: “O pissaco ado ninbo deg rims, ‘Certo casa, Trapattio & FORCA DE TRABALHO a Em contraste com isso, no trabalho humano o mecanismo regulador é 0 poder do pensamento conceptal, que tem origem em todo. um excepcional sistema nervoso central. Como observaram os antropélogos, a estrutura fisica do macaco antropéide ‘mente inadequada para que ele faga ferramentas € 3 do macaco é um instrumento adequado, embora seito, € devido a que tanto os membros int Fiores so dotados de polegares oponivei ‘que © macaco tem quatro méos. Mas no € nas mios ou na postura erecta que reside a principal vantagem do ser humano. Entre as diferencas fisicas dos homens e dos macacos est4 o rclativo aumento € em especial 0 pronunciado volume das partes frontais ¢ parietais dos hemisférios cerebrais, ‘© que € mais importante para explicar a cap: © trabalho conceptualizado antes € instinto.* “Homens que fizeram instrumeutos de tipo padronizado, como escreve Oakley, devem ter formado imagens em suas mentes dos fins para os quais cles foram feitos. A cultura hut resultado dessa capacidade de pensamento concep' E certo, como cxperimentagdes no comportamento animal tém demonstrado, que os animais no sio totalmente destituidos da capacidade de aprender, conceber idgias rudimentares ou -mesmo resolver problemas simples, Assim, uma criature dotada de sistema nervoso ‘fo primitivo como a'minhoca pode aprender a passar por um Iabirinto; os chipanzés podem ser estimulados a “inventar® ¢ fazer instrumentos, tais como estender varas que lhes permitem atingir o alimento, ou empilhar caixas para o mesmo fim. Em conseqiiéncia, alguns antropélogos ¢ fisidlogos coneluiram que a difereng2 entre 0 animal humano € nfohumano € nio em especie, mas em grau, Mas quando uma diference de grav é imensa como a distancia que existe entre 0 aprender ¢ capacidades conceptuais dos humanos ¢ 0 mais adaptével dos outros animais, pode ser ade- quadamente tratada, para fins da presente anélise, como diferenca ‘outess. Como 32 TRABALHO = CaprraL MoNoPouista em espécie. Podemos ajunter que, sejam quais forem as. capaci- dades possiveis de estimularem-se animais mediante as engenhosas formas de tutelagem humane, no se mostrou possivel estimular- Thes a capacidade de manipular representac20 simbélica, sobretudo em suas formes superiores como a linguagem articulada. Sem s{m- bolos ow linguagem 0 pensemento conceptual deve permanecer rudimentar ¢, ademais, ndo pode ser livremente transmitido através do grupo ou és geragies seguintes: Assim, 0 trabalho como atividade proposital, orientado pela inteligéncia, é produto especial da espécie humana. Mas. esta, por sua vez, € produto especial desta forma de trabalho. “Ao agit assim sobre 0 mundo externo transformélo, ele ao mesmo tempo modifica sua propria natureza”, escreveu Marx? Eserevendo em 1876, Engels expés, nos termos do conhecimento antropolégico do seu tempo, a teoria de que: “Primeiro o trabalho; de acordo com le e entio com cle, a fala tnis sob a influéncia dos transformouse no do homem.” “A mio”, sustentava ele, “no € apenas o érpio do trabalho, & também produto do trabalho” * Seu ensaio, intitulado “A parte desempenhada pelo trabalho na. transi- ‘go do mecaco ao homem”, estava limitado pelo estado do conhe- cimento cientifico do seu tempo, ¢ em alguns pormenores pode ser lacunoso ou equivocado — como por exemplo sua implicagio de que a “latinge no desenvolvida do macaco” € inapropriada para produzir os sons da fala. Mas esta idéia fundamental de novo encontrou favor aos olhos de antropélogos. sobretudo @ luz de recentes descobrimentos de ferramentas de pedra associadas a “quasehomens” ou “homens-macacos”. Num artigo sobre instni- mentos.€ a. evolucdo humana, escteve Sherwood L. Washburn: “Anteriormente ea que © homem ev 3 descobrimentos, a opiniio vigente ira quase ao seu atval estado estrutural ‘Trapatto & FoRGA DE TRABALHO 33 jentas € os novor mrios de vida que a forga a espécie humana ¢ a forca pela qual a huma- nidade ndo tomo 0 conhecemos A giram © caracte fangio no seio de outras expécies animais. f ica e nfo pode delegar esta funcio a outra tha essa atividade porque é de sua prépria pode ainda continuar © governar a execugéo, mas a idéia concebida por una pessoa pode ser exe- cutada por outrc. A forga diretora do trabalho continua sendo a 34 TraBatno = CaprraL Monopouista Pida no individvo vestaurada no ga, na oficina, na’ comuni dade ou na sociedade como um todo. Finalmente, a capacidade humana de executar trabalho, que Marx chamava “forga de trabalho”, néo deve ser confundida com ‘© poder de qualquer agente nao-h pelo homem. O- trabalho %S, Tepresenta © recurso exclusivo da humanidade para enfrentar a natureza. Assim, para os humanos em sociedade, a forsa de trabalho € uma categoria especial, distinta © io inter cambivel com qualquer outra, simplesmente porque € humana. Sé quem for o senhor do trabalho de outros co: 4 forga de trabalho com qualquer outro meio de executar uma tarefa, porque para cle, vapor, cavalo, égua ou misculo humano que movem seu moinho sto vistos como equi , como “fatores de produgio”. Para individuos que empregam seu proprio trabalbo (ou uma comunidade que faga 0 mesmo), a diferenga entre utilizar a forca de trabalho em contraposicao a qualquer outra forca é uma dife- renga 2 que se volta toda a “economia”. E do ponto de vista da espécie conf um todo, esta diferenga é também decisiva, desde que todo individuo € 9 proprietério de uma porgio. da forca de abalho total da comunidade, da sociedade e da espécie. Esta considcracio constitui 0 ponto de pattida para a teor do valor do trabalho, que os economistas burgueses acham pode: seguramente desprezar, porque estio interessados nao nas relagoes sociais mas nas relagdes dos. presos; no no trabalho mas na pro- dusio, no no ponto de vista humano mas no ponto de vista burgués. Isento das rigidas trilhas ditadas pelo instinto nos animais, ‘© tabalho humano torna-se indeterminado, © seus diversos deter. minantes constitucm, dai por diante, produtos nao da biologia mas das complexas interagSes. entre ferramentas e relagdes sociais; tec- nologia e sociedade, O objeto de nossa anélise nio € 0 trabalho 7 ”, mas o trabalho nas formas que cle assume sob as, as de produgio. A producio capitalista exige intercimbio de relagdes, merca- dorais € dinbciro, mas sua diferenca especifica € a compra e venda de fora de trabalho. Para esse fim, trés condiges basicas tomamse generalizadas através de toda a sociedade. Em primeito lugar, os tabalhadores so separados dos meios com os quais a produgio € realizada, © s6 podem ter acesso a eles vendendo sua forga de ‘TRABALHO iy pe TRABALHO 3 a outros. Em segundo, os trabathadores estiio livres de es Icgais, tais como servidio ou escravidio, que os impe- lispor de sua forca de trabalho. Em terceiro, 0 propésito do emprego do trabalhador torna-se a expansio de uma unidade de capital pertencente ao empregador, que esti assim atuando como ista. O. processo de trabalho comeca, portanto, com um acordo que estabelece as condiedes da venda da forca bora a compra e venda de forga de trabalho tenha existido desde iidade*, até o século XIV nao comecara a se constituir uma considerdvel classe de trabalhadores assalariados na Europa, ¢ ela nio se tornou numericamente importante até 0 advento do caps, talismo industri & a producao de mercadorias em bases api soment produgio) no século XVII. Tem sido a forma numericamente do- minante por pouco mais de um sécu! paises. Nos Fst ‘rabalhavam, de 1 jais no the dio outra alternat har a vida O. uma unidade de capital so converte parte dele em de trabalho, daqucla que 56 TRABALHO & CAPITAL Monorouisra para a criago de um luero.* A partir desse ponto, torna'se temerdrio encarar 0 processo de trabalho put ¢ de um ponio de vista técnico, como simples modo de trabalho. E, além do mais, ltimo aspecto que domina a mente ¢ atividades do , a Cujas mios passou o controle sobre o processo de trabalho. Em tudo o que se seguir, portanto, estaremos considerando a maneira pela qual 0 processo de trabalho é dominado ¢ modelado pela acumulagio de capital.** © trabalho, como todos os processes, vitais ¢ fungdes do corpo, € uma propriedade inalienavel do individuo humano. Miis- culos ¢ cérebros mio podem ser separados de pessoas que“os pos- suem; nao se pode dotar alguém com sua propria capacidade para © tabatho, seja a que preso for, assim como ndo se pode comer. dormiz ou’ ter relagées. sexuais em lugar de outra pessoa. Deste na troca, 0 trabalhador nfo entrega ao capitalista a sua capacidade para o trabalho. O trabalhador a retém, e 0 capitalista 36 pode obter vantagem na barganha se fixar o trabalhdor no tra- balho. Compreende-se claramente que os efeitos valiosos ou produtos do trabalho pertencem ao capitalist. O que o trabalha- dor vende e 0 que o capitalista compra nao é uma quantidade contratada de trabalho, mas a forca para trabalbar por um periodo contratado de tempo. Esta incapacidade de comprar trabalho, que uma fungio fisica ¢ mental inaliendvel, ¢ a necessidade de comprar a forga para cxecuté-lo € tio repleta de conseqiiéncias para todo ‘0 modo capitalista de produgio que deve scr estudada mais de perto. ‘Quando 0 proprietirio emprega os servigos de um animal de ‘carga no seu proceso de producdo, nada mais pode fazer além de canalizar a forca c resisténcia naturais do. animal. Quando uti- liza abelhas na produgio de mel, bichos-daseda para Trzer seda, ef especialmente pp. 42-44 € 67-71 TRABALHO & Forca DE TRABALHO 37 sérias para fermentagio do vinho ou carneiros para produzi see te Hear ventagen das wividades jnstintivas Ou. FungBes Tggleas dessas formas de vida, Babbage deu um fascinante exempl foi, planejada Car surpreendentes."18 Nao obstante a engenhosidade exibida por esse chefe de oficina, € evidente que todo o proceso esti adstrito as capacidades jo das lagartas; € 0 mesmo acontece com qualquer cio de trabalho ndo-humano. Esté imp! tais tipos de emprego que 0 dono deve contar com as determinadas ¢ naturais de seus servidores. Assim, ao utilizar a fora de trabalho de animais, cle 20 mesmo tempo utiliza seu trabalho, porquanto os dois, embora distinguiveis em teoria, sio mais ou menos idénticos na’ prética, ¢ os mais astuciosos planos podém obter da forca de trabalho do animal apenas minimas va- riagGes do trabalho concreto. © trabalho humano, por outro lado, devido a ser esclarecido, -orientado por um entendimento que foi social e culturalmente desenvolvido, € suscetivel de vasta gama de atividades produtivas. Os processos de trabalho ativo que residem em potencial na forca de trabalho dos homens sio to diversos quanto ao tipo, modo de desempenho ete. que para todos os fins priticos podem ser considerados infinitos, tanto mais que novos modos de trabalho podem ser facilmente criados mais rapidamente do que serem explorados. O capitalista acha nesse cardter infinitamente plé do trabalho humano 0 recurso essencial para a expansio do seu capital E sabido que o trabalho humano € capaz de produrir_mais do que consome, ¢ esta capacidade de “trabalho exeedente” € por vezes tratada como um dote especial € mistico da humanidade ou 38 ‘TraBALHO = CAPITAL Monopotista mas_tBo-somente 0° para além do ponto em ras, produziu seus tempo’ de trabu mas oi determinada, A capacidade “pecul fora de favor do capitalista depois que ela se 0, nada m do ponto em que cle pode bem terd essa capacidade, e moeri mais. 1 io do tempo _de ter parado, Um 0 do que come tabilidade e que produz surais para ampliar sua propria _produti- vidade, de modo que seu produto excedente pode ser continua. ido. Do ponto de vista do capitalista, esta potencia- eral dos seres humanos na sociedade é a base sobre a qual efewase a ampliaggo do seu capital. Ele, portanto, empreende todos os meios de aumentar a produgio da forga de alho que comprou quando a pée em acéo. Os meios que cle abalhador a jornada mais icios do capitalismo, até @ izacio dos mais _produtivos instramentos de trabalho ¢ a maior idade deste. Seja como for, sempre com vistas a produzir a ial _inerente a fora de trabalho o mais valioso » porque € isto que The tenders o maior exce- dente e assim o m . Mas se 0 capitalisia se baseia nesta qualidade di potencial de forca thatho. humanos, € também esta qualidade, Por sua propria indeterminac#o, que coloca diante dele o seu maior desafio ¢ problema. A moeda do trabalho tem o seu anverso: 20 comprar a forca de pode fazer muito ele esté a0 mesmo tempo comprando uma qualidade ¢ nadas. O que ele compra ¢ infinito em potencial, mas mreretizacio pelo estado subjetivo dos trabalhadores, por + POF suas condigdes sociais gerais sob’ as quais como pelas condigées prdprias di empresa e con fenicas do seu trabalho. O trabalho realmente executado rd afetado por esses e muitos outros fatores, i 2 org izagao do processo € as formas de supervisio dele, no caso. de existirem, TRrazaLHo & Forga pe TRABALHO 39 Isso € tanto mais certo tendo em vista que os aspectos técni- cos dos processos de trabalho sio agora dominados pelos. aspectos sociais que o capitalista introduziu: isto é as novas relagdes de producio. Tendo sido obrigados a vender sua forga de trabalho a ‘outro, 05 trabalhadores também entregam seu interesse no. tra- balho, que foi azora “alienado”. O proceso de trabalho tornowse responsabilidade do capitalista. Neste estabelecimento de rel de produsio antagdnicas, 0 problema de obter a “plena utilidade” da forca de trabalho que ele comprou torna-se exacerbado pelos interesses opostos daqueles para cujos propésitos 0 proceso de trabalho € executado € daqueles que, por outro Iado, o executam. Assim, quando 0 capitalista compra iméveis, matérias-primas, fetramentas, maguinaria etc., pode evaliar com rigor seu lugar no proceso de trabalho. Ele sabe que certa parcela de seu desembolso seré transferida a cada unidade de producio ¢ sua contabilidade 0 Jancard sob 0 titulo de custos ¢ depreciagio, Mas quando cle compra tempo de trabalho, o resultado esté longe de set tio certo e tao determinado de modo que possa ser computado desse modo, com igor ¢ antecipacdo. Isto significa simplesmente que a parcela de seu capital despendido na forga de trabalho € a porcio “varidvel”, que sofre um aumento no processo de préducio; para cle, a ques. tio € de quanto seré o aumento Torna-se portanto fundamental para o capitalista que 0 con- role sobre 0 proceso de trabalho passe das maos do trabalhador Para as suas prdprias. Esta transicio apresenta-se na histétia como a alienagio progressiva dos processos de producao do tabalhador; para o capitalista, apresenta-se como 0 problema de geréncia. Notas 60 TRABALHO © CaprraL Monorouista 19 Vejacse Karl Marx ¢ Frederick Engels, Selected Works 1970). pp._ 66-77. CAPITULO 2 AS ORIGENS DA GERENCIA $ antes. Os trabalhadores jf esto ades- trados nas artes tradicionais da indiistria anteriormente praticada € no artesanato das guildas. Fiandeiros, teceldes, ferreiros, lat serralheiros, marceneiros, ta 0s oficios produtivos que executavam como Idas © como artesios independentes. Essas primei nas eram simplesmente aglomerasdes de pequenas unidades de lucio, refletindo pouca mudan¢a quanto aos métodos tradicio- de modo que 0 trabalho permanecia sob imediato controle dos ‘produtores, nos quais estavam encarnados © conhecimento.tra- dicional © as perfcias de seus oficios. Entretanto, to logo os produtores foram reunidos, surgiu 0 problema da geréncia em forma rudimentar. Em_ primei surgiram funcoes de geréncia pelo préprio exercicio do trabalho cooperativo. Até mesmo uma reuniio de artesios atuando. inde- pendentemente exige coordenacio, se tivermos em mente a neces- sidade de ter-se uma oficina e os processos, no. interior dela, de ordenar as operacdes, centralizacio do. suprimento de materia escalonamento mesmo ristico das prioridades, atribuigzo de funcées, manutencdo dos registros de custos. folhas de pagamento, matérias- primas, produtos acabados, vendas, cadastro de crédito e os célculos de Inctos ¢ perdas. Em segundo lugar, empresas como estaleiros 62 ‘TraPALHo = Capita Monorouisra € fabricas de de diferentes De novo, nao jemorou ¢ surgiram novas inddstrias, possuindo- ia manufatureira anterior, entre elas as refinarias 0 a0 mesmo: ferro, lami- foram exigia fungdes de concepeio ‘a assumiram a forma de 0, cquipa formados. ‘Tudo a indki geréncia, © capitalista assumiu es como gerente em virtude de sua proptiedade do capital. Nas relagées capitalistas de troca, (© tempo dos trabalhadores assalariados era propriedade dele ima fornecida © os produtos saidos de sua isto. nfo era compreendido, como 0 stesta © fato de que a guilda, as regras do apren legais, comuns 40 modo feudal e corporativo de producto, per icos das formacées sociais pré-ca tas. Foi em parte por esta razio Qua, as primeiras manufaturas. tendiam a transferirse para novas cidades que estavam isentas dos regulamentos das guildas e das tradigSes feudais. Com o tempo. porém, a lei € 0 costume foram remodelados para refletir 0 pre- jvre” entre comprador ¢ vendedor, com o ia o poder virtualmente irrestrito de deter- minar os modos téenicos de trabalho. ‘As pr foram assinaladas por um continuado esforco pot parte do capitalista para desconsi- derar a diferenga entre a forca de trabalho ¢'o trabalho que pode ser obtido dela, ¢ para comprar trabalho do mesmo modo como ja suas matérias-primas: como uma determinada quanti- dade de trabalho, completa e incorporada no produto. Este empe- nho assumiu a forma de uma grande variedade de sistemas de subcontratagio © “desligamento”.* Era encontrado sob a forma de trabalho domiciliar na tecelagem, fabricagio de de metal (pregos e cute € couro. No caso, 0 capitalis empreitada aos trabalhadores, para manufatura em suas casas, por dominio do OnicENs pa GERENCIA 6 meio de subcontratadores ¢ agentes em comissio. mesmo em indistrias que alo podiam ser levad zinco © minas de cobres, os prépi ie, faziam contratos isoladamente ou ei 230 do empregador subcon iso a pritica de © pagar salirio a quem 5 deste tipo nfo apenas em de taperes , obras. pabl nos Estados Unidos seus cuidados umas as operaste, Pollard relaciona prit inas e fébricas de tecido, mas cespetializados nos offcios de ferro ¢ ago eram pagos po: numa escala__mével aos precos do mercado, € assalar préprios ajudantes. O seguinte relato, de Maurice Dob, da pre- valéncia desses sistemas em fins do importante: que 0 modo espe portanto, de produgio, no se isto 6 no curso dos Por voita de 1870, 0 emp trabathadoree foro ¢ empregando para abastecer 0 138 de caevio. havia | ~ 64 TRABALHO © CAPITAL MoNoporisTa seu: préprios ajudantes. Alguns dees tinham até 150 homens b suas ordeas, 0 que exigia um supervisor chamado. dougie ‘cachorrinhs nde Embora todos esses sistemas implicassem 0 pagamento de salérios por tarefa ou & base de subcontrato, ‘no se deve supor que isto fosse scu. aspecto essencial. Os pagamentos por unidade produzida, sob varias formas, ainda sio comuns atualmente, ¢ re presentam a conversio do salirio por tempo numa forma que tenta, com éxi ito desigual, arrolar o trabalhador como ctim- plice voluntétio de sua prépria exploragio. Hoje, contudo, pesa feita esté combinado com o controle siste- so por parte da geréncia sobre os procesfos do balho, controle qu vezes € ‘exercido mais coativamente do gue era quando se utiliza a forma de pagamento por tem, Os primeiros sistemas de tarefas domiciliares © de subcontrat representavam uma forma de transicio, fase durante a qual 0 cay talista no havia ainda assumido a fungio essencial de direcao no ismo industri role sobre 0 processo de trabalho: 1 com 0 desenvolvimento geral da fe apenas em casos. especiais. de encatar o trabalho traziam as marcas das origens do capitalismo industrial no capitalismo mercantil, qu compreendia a compra ¢ venda de mereadorias, mas nio sua pro- dugio, e procurava tratar 0 trabalho como qualquer outra mer- cadoria. Tendia a mostrarse inapropriado, e de fato aconteceu rapidamente, muito embora sua sobrevivéncia fosse assegurada por Igum tempo devido & extrema desuniformidade do. desenvolvi- da tecnologia, © 3 necessidade que a tecnologia tinha de femente percorrer de novo sea caminho ¢ recapit istias mais _novas, as fases do seu. desenvolvimento gor na qualidade do produto. Mas. sobretudo, dos por sua incapacidade de transformar os processos Ontcens pa Gereneta 65 de producio.* B. observa Pollard, into. o empenho de compraz © controle direto sobre a 20 assumiu com uma avidez s6 comparavel timidez, © controle de turmas grandes de trabalhadores antecede de 4 €poca burguesa. A prova disto sio as Pirimides, a extensas redes de estradas, aquedutos ¢ cana insigagio, os grandes ediffcios, arenas, monumentos, catedrais te. m_da antigitidade e dos tempos medievais. Encontramos uma divisio clementar de trabalho nas oficinas que produciam para os exércitos romanos, das. épocas.pré- tas exibem formas primitivas das py teriores.** As oficinas romanas para artelatos de metal, poreria, curtume, vidraria, olaria © téxteis, como grandes’ estancias agricolas, reuniam vintenas de trabalhadores sob uma. diregio nica? Esses predecessores, todavia, empreendiam, sob condicbes escravistas ou outras formas de trabalho : nitia e auséncia da necessidade capitalista de expandir cada unidade de capital empregado, © deste_modo era marcadamente diferente da administragio capitalista. AS Pirdmides foram construidas com © trabalho excedente de uma populagio esctava, sem outro objetivo a nio ser a aléria dos farads daquela época e seus sucessores. “... 0 manufatureiro que quisesse mais trabstho da mio-de-obra js recre= sm plenamente o sistema de saldrio. tho dentro de um ramo foi também primcicamente. efetuada 66 ‘Trapattio x CaprraL Monororista Estradas, aquedutos ¢ canais foram construidos por sua utilidade militar ou civil € nao, em geral, para obtengio de lucro. As manu- faturas subsidiadas pelo Estado produziam armas ou artigos de Juxo e goravam de um monopélio real ou legal, ¢ grandes enco- mendas de compradores nfo comerciais, tribunais ou exércitos.* ‘A. administragao exigida em tais situagdes permanecia clementar, e isto era tanto mais certo quanto o trabalho cra feito por escravos, © as vezes supervisionado também por escravos. O capitalista, porém, lidando com o trabalho assalariado, que representa um custo para toda hora nfo produtiva, numa seqiiéncia de tecnologia rapidamente revolucionadora, para 'a qual seus priprios~ esforgos necessariamente contribufram, e espicagado pela necessidade de exibir um excedente ¢ acumular capital, ensejou uma arte inteira- mente nova de administrar, que mesmo em suas primitivas ma- nifestagdcs era muito mais completa, autoconsciente, esmerads ¢ caleulista do que qualquer coisa anterior. ‘Houve mais precedentes i s em que se inspirasse 0 pri- mitivo capitalismo inc sob a forma de empresas mercantis, lavouras ¢ estdndi © capitalismo comercial inventou idade, com seus controles ¢ conferén- ‘mercantil o capitalista industrial também herdou a estrutura das filiais subdivididas entre gerentes responsé- veis. As estincias agricolas e lavouras coloniais proporcionavam a experiéncia de uma fotina supervisora bem desenvolvida, sobre- ita mineragao primitiva (¢ os trabi ) era feita nas estincias agticol de_estanciciros. ‘© controle sem centralizagio do emprego era, Sendo impos sfvel, certamente muito diffcil, e assim 0 requisito para a geréncia era a reuniio de trabalhadores sob um tinico teto. O- pri cefeito de tal mudanga era impor aos trabalhadores horas reg. de trabalho, em contraste com ritmo auto-imposto que it muitas interrupges, meio-expedientes e feriados, ¢ em geral impedia a extensio ‘da jornada de trabalho para fi sum excedente nas condigdes técnicas entéo existentes. Assim € que fando-se periodos para repouso, ¢ pena de perda de todo emprego cles podiam ser mantides por toda o-ano."® Ontoens Da GeRENcIA 67 Dentro das oficinas, a geréncia primitiva assumiu formas tigi das e despéticas, visto que a criagio de uma “forga de trabalho livre” exigia métodos coercitivos para habituar os empregados as novos trabalhos recrutassem apenas gencralizado este e outros sistemas de coergo que € levado a concluir que “o moderno proletariado industrial foi levado ao seu papel nio tanto pelo a recompensa monetéria, mas pela compulsio, forga e medo”” ‘As compulsies legais ¢ uma estrutura seio das tébricas foram f sistema social que abrangia juri da empresa de Ambrose Crowley, uma grande jque tanto produzia ferro por um processo pri fatos. Em meados do séulo XVIII esta firma empregava_m de mil trabalhadores, espalhados pelos servigos centrais, armazéns e empresas maritimas. Um notavel Livro de Leis sobreviveu 2 est—~. empresa: de uma servil segregada, _perce- Es giientemente de controle total antes do advento do s industri Em todos esses pi tateando em direcio a de administragio que cram diferentes no apenas em escopo mo 68 ‘TrapaLtio 2 Capra MoNopouisra também em tj produsio anteri em rclagio as caracteristicas dos processos. de ‘Sob as novas e especiais relagoes. do capita- lismo, que pressupunbam um “contrato livre de trabalho”, tiveram que extrair de seus empregados aquela conduta didria que melhor serviria a seus interesses, impor sua vontade aos. trabalhadores enquanto efetuassem um trabalho em base contratual voluntéria, Essa empresa partilhava com a primeira a caracterizagao que Clau- sewitz atribufa a guerra: é movimento num meio resistente porque. implica 0 controle de massas refratérias. Como 0 capitalismo cria uma sociedade na qual ninguém por hhipétese consulta qualquer coisa senfo o interesse proprio, ¢ como revaicce 0 contrato de trabalho ‘entre as partes nada mais pre- vendo seno evitar que uns prevalesam sobre os de outros, a ge- réncia torna-se um instrumento mais perfeito e sutil. Tradicio, ‘como manifestagdes de uma natureza melhcr que seria tolo «fa- (O verbo to manage (administrar, gerénciar), vem de manus, do latim, que significa mio. Antigamente significava adestrar_ um cavalo nas suas andaduras, para fazé-lo praticar 0 manége. Como um cavaleiro que utiliza rédeas, bridao, ‘esporas, cenoura, chicote animal, 0 capitalista empenha-se, através da geréncia_(manage- ment), em controlar. E 0 controle é, de fato, 0 conceito funda- mental de todos os sistemas gerenciais, como foi peccekecise implicita ou explicitamente por todos os teér Lyndall Urwick, 0 rapsédico histrriador do décades, compreendia claramente a natureza ‘sem controle no OricENs pa Gerincra 6. Iho € os que empreendem forca de trabalho a vantagém maxima para o capi- chology of Weck (Londres. 1972) Manosement, p. 7. Evolution (1930). p. 7 itado. in ibider, CaPiTULO 3 A DIVISAO DO TRABALHO. Drvisio po Trasanso mn © mais dusio foi a divisio manufatureira do trabalho, ¢ dk ou de outra so do trabalho permanecen o principio funda- mental da organizacio industrial. A divisio do trabalho na indis- tria capitalista nao € de modo algum idéntica ao fendmeng da distribuigdo de tarefas, oficios ou especialidades da produgio ative da sociedade, porquanto, embora todas as sociedades conhecidas tenham dividido seu trabalho em especialidades produtivas, nenhu- {quando apenas construgées que as pessoas fizeram para morar. rete eum terceizo a dare scabamento."L Herskovits dénos com isto um quadro da divisio do trabalho fem oficios, uma diferenciagio que no principio deve muito a0 papel dos sexos. De um modo geral, porém, no ha divisio de tarefas dentro dos oficios. Embora homens*ou mulheres possam usualmente estar relacionados com a feitura de certos produtos, via de regra néo dividem as distintas operagoes implicadas na feitura de cada produ Essa forma de divisio do trabalho, cafacteristica de todas as sociedades, é, se acompanhamos a terminologia de Marx, a divisao social do” trabalho. Deriva-se do caréter especifico do trabalho hrumano: “Um animal faz coisas de acordo com o padrio € ne- cessidade da espécie a que pertence, enquanto 0 homem sabe como produzir de acordo com 0 padrio de cada espécie.”? A aranha tece, © urso pesca, o castor constréi diques © casas, mas o homem € simultaneamente tecelao, pescador, construtor e'mil outras coisas combinadas de um modo que, devido a que ocorre na sociedade € 56 € possivel através da sociedade, logo compele a divisio social de acordo com o oficio. Cada individuo da espécie humana nao pode sozinho “produzir de acordo com o padtio de todas as espé- ‘cies? © inventar padrées desconhecidos do animal, mas a e come um todo, ach possivel fazer iso, em parte através da dvisio io social do trabalho € aparentemente “do trabalho frumano to logo ele se converte 2 TRABALHO & CaPYrAL Monopotisra em trabalho social, isto é, trabalho executado na sociedade € atro. vés dela. Muito contrariamente a esta. divisio geral ou social do traba- Iho € a divisio do trabalho em pormenor, a divisiio man do trabalho. Esta € 0 parcelamento dos ‘processos clos feitura do produto em numerosas operagées executades por entes trabalhadores. © hébito de considerar como um tinico continuum o trabalho social eas div parceladas dele, como um nico princi a maior fonte de confusio nos estudos desse assunto.* A divisio do trabalho na sociedade & caracterfsti todas as sociedades conhecidas; a divisio do trabalho na ofi € produto peculiar da sociedade capitalista, A divisio social trabalho divide a sociedade entre ocupagées, cada qual apropriads a certo ramo de producio; a diviséo pormenorizada do trabalho destréi ocupagées consideradas neste sentido, e torna o ttabalhador @ acompanhar qualquer processo completo de producao. No capitalismo, a divisdo social do trabalho € forgada cadtica e anar. quicamente pelo mercado, enquanto a divisio do trabalho na Oficina € imposta pelo planejamento e controle. Ainda no capita- lismo, os produtos da°Yiviséo social do trabalho so trocados como mercadorias, enquanto os resultados da operagio. do trabalhador parcelado nfo so trocados dentro da fabrica como no mercado, mas sio todos possufdos pelo mesmo capital, Enquanto a divisie social do trabalho subdivide a sociedade, a divisao parcelada do trabalho subdivide 0 bomem, ¢ enquanto a subdivisio da socie dade pode fortalccer 0 individuo e a espécie, a subdivisio do individuo, quando efetuada com menosprezo das capacidades © ne. cessidades humanas, € um crime contra a pessoa e contra a huma- nidade. jento. moderno lades primitivas © pastoris revela muita complexidade € especializagio... A. especial moderna no pode portanto ser_contrastada com um presumido perfodo ou suposta Divisio po Trapatito 3 no conhesa_a divisio do trabalho. A diferent gran Shao de espécie.”* Wilbert Moore forganos ad que a divisio da sociedade entre ramos, pode ser contrastada” com a dispersio daquclas ocupa no hé diferenca “em espécie” entre a pritica da pecudr ja ou ferraria e 0 repetido apertar de uma série de parafusos hares dev r dia on o manejo de milhares de cartdes semanalmence por toda uma vida de trabalho, porque udo sao cexpressoes da do trabalho”. Neste nivel de abstragio, cevidentemente, se pode saber sore a divisio do trabalho, exceto a trivial e apologética concluséo de que sendo “universal”, cada uma de suas manifestagdes € provavelmente inevitivel. Des- necessdrio dizer que precisamente esta é a conclusio que a socie- dade burguesa prefere. Por essa razio a popularidade da obra de Emile Durkheim, A Divisdo do Trabatho na Sociedade, crcscea i medida que sua aplicabilidade 20 mundo moderno diminuiu. Durkheim adota exa- tamente 0 mesmo nfvel de abstragdo em seu enfoque: “O nico modo de ter éxito na apreciasao objetiva da divisao do trabalho € estudé-lo primeiro em si mesmo, de modo inteiramente especula- tivo, quanto a seu valor, ¢ quanto a que ele depende para, final- mente, formar a nocio mais adequada possivel dele.”* Ele continua 1 seu modo, evitando resolutamente as condigdes sociais especificas sob as quais se desenvolve do do trabalho em nossa época, enaltecendo sempre a sua proposicio de que “o ideal de frater- nidade humana 6 pode ser realizado na razio do progresso da divisio do trabalho”® até que nas tiltimas paginas do scu_trabalho descobre a divisio do trabalho nas fabricas e escritérios do capi- talismo moderno, ¢ 0 batiza como “formas anormais”. Mas, como foi observado por um critico recente, M. C. Kennedy, “quando examinamos essas formas anormais através do mundo, torna-se dificil encontrar um caso nftido de divisio normal do trabalho”. Kennedy esté rigorosamente certo quando chama a forma “normal” de Durkheim de divisio de trabalho de “ideal de um socidlogo moralista € nfo um socislogo da moral”. 74 ‘TRABALHO © CAPITAL MoNopouista Neste ponto, porém, nosso ii ‘40 do ttabalho na. sociedace em geral, mas dentro da empresa; aio para a distribuigao do trabalho entre virias atividades © ocups. es, mas para o parcelamento de ocupagdes € processos industri nao ‘para a divisio do trabalho na “produgio dentro do modo capitalista de produgio em patti a "9 que nos interessa, mas 0 consércio da técnica com as necessidades peculiares do capital. A divisio. do trabalho na producio comega com a andlise do processo de trabatho — isto é, com a separagi da producéo em seus elementos coi € 0 que en parcelado, fato, € caracteristica em todo processo trabalhadores para ajustarse as suas pr Por exemplo, um funileiro faz um funil: ele desenha o tre gado plano na folha © dat desenvolve © esboso de um x. Corta entiio cada pega com apara dores ¢ tesouras; enrola a chapa conforme a modclo e solda ou rebita a juncio, Depois enrola a borda , solda as jungées. de segurar, lava 0 Acido utilizado na soldazem e dé ica 0 mesmo processo a muitos funis seu modo de agir modificase. Em vez de desenhar 0 esboco dirctamente no matei faz um gabarito ¢ 0 utiliza pata tiscar a quantidade total de funis descjados; corta todos cles, um apds outro, enrolas ete, Neste caso, em ver de fazer um sé funil durante uma hora ou divas, leva horas ou mesmo dias em cada fase do proceso, criando, em cada caso, fixadores, ‘ganchos, dispositives etc., que nao valeria a pena fazer para um 86 funil mas que, no caso de grande quantidade de funis, acelera cada fase a ponto de que 9 tempo ganh fea 0 tempo inves- tido. Ele descobriu que maiores quantidades serio produzidas com menos trabalho e maior economia de tempo deste modo do que acabando cada funil individualmente antes de comegat 0 segui ‘© mesmo acontece com o contador cujo trabalho € emi manter registros para futura cobranca; ele prepararé um se trabalhar para um advogado que tenha apenas uns poucos clientes em certa época, imediatamente lancard no livro préprio ¢ nos assen- referir-se a Durkheim, a que subseqientes acha pouca oso espirito que ja. teabs rada considersgio pela ci — a depeito do fato de ave as pias Tineia mo lero sie iragde problema”. texemunba 9 exape. de Durkheim. mn semanal ou mensalmente pelos totais, em vez de um por um, o que economiza enorme trabalho quando se trata de grandes quantidades; 20 mesmo tempo, © contador utilizaré outros expedientes ou recut sos que se tornam praticaveis quando as operacées sio analisadas ‘ou parceladas deste modo, tais como adogio de fichas especiais ot modelos com papel carbono que combinem numa s6 operagio 0 lam a do cliente © a preparacio do balancete mensal ¢ do processo de trabalho € sempre foram” e sio © representam a pr parcelamento claro que eles satisfaze senao plenamente, as trés vantagens da divisio do trabalho dadas por Adam em sua famosa andlise no primeiro capitulo de A Riqueza das Nacoes: ‘© exemplo_ dado por Smith & 0 da fabricacio de alfinetes, que ele descreve assim: separadas umas das outras como sto atributdas salbadores. Temos, no caso, no a anilise do pro- 10, mas a criagio do trabalho parcelado. Ambos 08 ‘da escala de produgio: sem quantidades suficientes 10 CaprTan Monopotista uma_poupanga_no ‘A maior poupanga esté cncarnada na anélise wutra, © grau variével com a natureza do pro- aragiio. das operagoes entre diferentes traba- do processo, & cesso, achase na thadores.* pode parcelar © processo. mas cle jamais se ador parcelado pela vida afora, Esta é a con- h Jo segundo — patcelamento entre_tral a dar 0 segundo: PISO MIO PrIMTEHO Natta SETA parE O-CapHATSta que © ptimeiro passo apenas parcele o proceso enquanto 0 segundo desmembre também o trabalhador, muito menos que ao destrair © offcio como um proceso sob 0 controle do trabalhador ele ‘© reconstitua como processo sob seu préprio controle. Ele pode agora contar seus ganhos em duplo sentido, nio apenas na pro- datividade mas no controle gerencial, visto que aquilo que fere mottalmente © trabalhador € neste caso vantajoso para ele,** ‘¢ encorajadores; ese pode. dizer que no wa Tas rabatho como ie pod ide emprego é feits apes (9 apeefeicoa viligada ‘ds divisso do. traballvo: 33 Higor. © trabatho que € di Divisio po TranaLno 7 O efcito. dessas vantagens € realgado por ai que sutpreendentemente merece pouea atenco na bibliografia eco- nte a_razdo mais forte de todas para a imensa da divisio de tarefas entre trabalhadores do modo uso, € po 0. $6 foi formulada a em relevo meio séevlo depois de clarame: Smith por Charles Babb: Em “Sobre a Di ivo Sobre @ Econ meira edicio veio odo Trabalho”, capitulo XIX do seu ‘Maguinaria € Manufaiwras caja pri- piblico em 1832, Babbage observa que te ¢ influente (de poupangs pela. divisio itula os “Ora, condi jam causis_ importantes, ¢ cada uma tenba arece-me que vanufararados FP eco 10 dor arta do. trabatho 10 principio significa iduais, numa socie- recer este ponto Babbage dé um exemplo tirado, co da fabricacio de alfinetes. Ele apresenta uma tabela do. trabalho ‘mentor de homens — quebrados em pequenos fragmentos « migathas de vido: de tal modo que toda particwla de inteligéncia deixada no homem nio é fe, tm prego, mas se exaure. 20 fazer a ponta Thom ¢ dociivel, de fato, fasee Semon ver com due 9be le por essa procza ‘Assim Raskin 2 78 Trawatno = Caprrat Monororista empregado, p na fabricag 1 idade € sexo) © pot pagamento, laqueles.alfinetes, conhecidos naquela época Actescentemos um outro € nha de montagem na in ‘embalagem de carne Drvisio po TRABALHO 79 © principio de Babbage é fundamental para a evolucio da divisio do trabalho na sociedsde capitalista, Ele exprime nao um ‘aspecto técnico da diviso do trabalho, mas seu aspecto social. sociado, pode ser separado alguns dos quais sio mais simples que outros ¢ cada {qual mais simples que o todo. Traduzido em termos de mercado, Sto significa que a forga de wabalho capaz de executar 0 processo pode ser comprada mais barato como elementos dissociados do. ue como capacidade integrada num s6 trabalhador. Aplicado pri- meiro aos artesanatos_e depois 20s oficios mecanicos, 0 principi de Babbage torna-se de fato a forga subjacente que governa ss formas de trabalho na sociedade capitalista, seja qual for a seqiiéncia ou nivel hierérquico. 'Na mitologia do capitalismo o principio de Babbage & apre- sentado como um esforgo para “preservar pericias escassas” a0 atribuir a trabalhadores qualificados tarefas que “sé cles podem desempenhax”, e nio desperdigar “recursos socisis”. E apresen- tado como uiha reagio a “caréncia” de trabalhadores qualiticados ‘ou pessoas tecnicamente instruidas, cujo tempo é mais bem utili- zado “eficazmente” para beneficio da “sociedade”. Mas embora este principio possa manifestarse as vezes sob forma de uma res- de trabalho qualificado — por exemplo, durante guerras. ow jos de répida expansio da produgio — no todo essa apologia € falsa. © modo capitalista de produao destr6i siste- ta, ¢ dé nascimento a qua- ‘as suas necessidades. As das_com base estri- cimento do proceso desse ponto em diante arreira concreta ao funcionamento do modo capi dugio, ‘A Torea de trabalho converteu-se Huma WeTCadOra, Sums WaT dades no mais si0 organizadas de acordo com as necessidades desejos dos que a vendem, mas antes de acordo. com as necessi- dades de seus compradores ‘que sio, em primei gedores & procura de ampliar o valor de seu capi ial ¢ permanente desses compradores baratear sua mercadoria. ‘mais comum de Dafatear @ Torga de tal exempoER "4 paso 80 TraaLuo & CaprraL MoNopouista nos seus elememos ta de prodi 1as_necessidades, o principio 0 € divorciads, +0 Tonge |, do conhecimento © pre esse interim, as rel extremos polariza aqueles cujo tempo € agueles cujo tempo quase nada vale. Esta poderia mada a lei geral da divisio do trabalho capitalista. Nao € a tinica forga atuando sobre 2 organizagao do trabalho, mas é certamente 1a mais poderosa e geral. Seus resultados, mais ou menos adiantados em cada indiistria e ocupagio, dio irrecusavel testemunho de sua validade. Ela modela nao apenas o trabalho, mas também popu- .gSes, porque a longo prazo cria aquela massa de trabalho simples que € 0 aspecto principal das populagées em paises capitalists desenvolvides. p13. 334, ‘Order, em S. Nosow © W.-H. Form, editores, Men, (Nova York,” 1962), pp. 92-93. Emile Durkheim, The Division of Labor in Society (Glencoe, 1947). p. 45. 2 Tide, p. 406. ‘Adam Smith. ‘The Wealth of Nations (Nova York, 1937). p. 7, 30 “Ibidem, pp. 4-5. 3M Feira Tadustrial de Nova York, Informe Especial de Geonie Ws Nathan ‘Rosenberg, editores, The American System of Manufactures burg. 1969), pp. 203-204, s2 John Ruskin, As Pedras de Veneza, Sesio 11, Capi ‘Exays_ on Indust Babbage. ‘On igs. teimpress, Nova York, 1963), pp. 175-76. Indusiey and Trade 18, Quarterly Journal of Econ: Divisio po Trawano 81 ado em ‘pp. 44-45. Democracy’ (Londres. Economy of Machinery and "Manufactures 9; edigio reimpressa, Lon vol. XE Principles of Economics (Nova York, 1921 3: ite. paz. CAPITULO 4 GERENCIA CIENTIFICA Andrew Ure e Charles Babbage. Entre esses homens ¢ 0 préximo asso, a formulagio completa da teoria da geréncia em fins do século XIX € princfpios do século XX, ha uma lacuna de mais de meio século, durante a qual ento da tecnologia, no: qual seu papel foi minimo.* gerencla clentilica, como € chamada, significa um empenho ciéneia aos problemas com- Gerincta Crentirica 83 ‘a perspectiva do capitalismo com respeito as condigdes da pro. dugio. Ela parte, no obstante um ou outro protesto em contrétio, nfo do ponto de vista humano, mas do ponto de vista do capi- talista, do ponto de vista da_geréncia de uma fora de trabalho tum dado inexorével, uma condigac balho em geral, mas a adaptacao do trabalho ais necessidades do Entra na oficina néo como representante da ciéncia, mas da ciéncia Torna-se necessério um completo ¢ pormenorizado esbogo do: principios do taylorismo ao nosso hist6rico, no pelo que ele € popularmente conhecido — crondmetro, aceleramer ialidades reside uma rbalizago do modo capitalista de pro- dugio. Mas antes de comesar esta apresentagio impdem-se algumas observagdes introdutérias para esclarecer 0 papel da escola de Taylor no desenvolvimento da teoria da geréncia. E impossivel superestimar a importincia do movimento da geréncia cientifica no modelamento da empresa moderna e, de fato, de todas as instituigdes da sociedade capitalista que executam pro. cessos de trabalho. A nogo popular de que o taylorismo foi “superado” por escolas posteriores de psicologia industriai ou “relagdes humanas”, que ele “fracassou” — por causa do amado- -rismo de Taylor e suas opinides ingénuas sobre a motivagio humana ‘ou porque provocou uma tempestade de oposicéo 20 trabalho ou devido a que Taylor e vétios sucessores jogavam trabalhadores uns contra os cutros ¢ as vezes geréncias também — ou que estd “fora de moda”, porque certas categorias tayloristas, como chefia fun- cional ou 'seus esquemas de prémio incentivo, foram descartadas por métodos mais requintados: tudo isso representa lamentavel md interpretagio da verdadeira dinamica do desenvolvimento da ge- Taylor ocupava-se dos fundamentos da organizasiio dos pro- ess0s de trabalho ¢ do controle sobre cle. As escolas posteriores de Hugo Miinsterberg, Elton Mayo e outros, ocupavam-se sobre- tudo com o ajustamento do trabalhador ao processo de produczo ‘em curso, na medida em que © processo era projetado pelo enge- nheiro industrial. Os sucessores de Taylor encontram-se na enge- nharia_e projeto do trabalho, bem como na alta administragio; 5 sucessores de Minsterberg ¢ Mayo acham-se nos departamentos 84 ‘TrasaHo x CaPiTaL Monorotista de pessoal ¢ escolas de psicologia ¢ sociologia industrial. O trabalho em si € organizado de acordo com 0s principios tayloristas, en- quanto os departamentos de pessoal e académicos tém-se ocupado com a selecio, adestramento, manipulagio. pacificagto ¢ ajusta- mento da “mio-deobra” para adapté-la a0s processos de trabalho assim organizado. O taylorismo domina 0 mundo da producio; os as turmas de manutencio da maquinaria humana. Se o taylorismo nao existe hoje como uma escola distinta deve-se a que, além do mau cheiro do nome, nio & mais propriedade de uma facgi ‘que seus ensinamentos fundamentais tornaramse a rocha viva de todo projeto de tzabalho.* Peter F. Drucker, que teve a vantagem de experiéncia direta como consultor administrative, € enfético neste ponto: “Administeacio de ps sitica do trabalhador ¢ do trabalho, Ao mesmo tempo, ser a msis poderosa e durivel comtribuigio que a América, fez para o pmsimento ocidental deste os Documentos Federalist." © emprego de métodos experimentais no estudo do trabalho niio comegou com Taylor; de fato, a utilizagio de tais métodos pelo préprio artesio é parte da prépria pritica de um offcio. Mas © estudo do trabalho por aqueles que 0 administram ou em favor deles parece que s6 veio & tona na época capitalistas na verdade, Gerncra Crentirica 85 havin pouguissima base para ele antes. As primeiras referénciae ‘20 estudo do trabalho correspondem aos uma delas, por exemplo, encontra-se na Hi Royal So- ciety of London, ¢ data de meados do século XVII. Jé mencio- ramos 0s economistas cléssicos. Charles Babbage, que aio apenas escreveu penctrantes andlises da organizagio do processo dé balho em scus dias, mas aplicou © mesmo conceity a divis trabalho mental, e que imaginou uma “méquina” de calcular, foi talvez o mais direto precursor de Taylor, que deve ter sido freqiien- tador da obra de Babbage, muito embora jamais se tenha referido A Franga teve uma longa tradigio nos esforgos de um es! ico do trabalho, comegando com o ministro Colbert de e sobretudo Coulomb, cujos estudos fisioldgicos do esforso no tra. balho sio famosos; Matey, que empregava cilindros de papel enfu- ‘macado para fazer o registto gréfico dos fenémenos do trabalho; ¢ culminando com Henri Fayol, contemporineo de Taylor, que em x0 Administracio Geral ¢ Industrial formulou uma’ série de com vistas a garantir o controle total da empresa por meio de um enfoque sistemético da administagio.* A. publicacio de manuais de administracio, as andlises de problemas de geréncia, € 0 enfogue cada vez mais x ido posto em pritica na segunda iar a conclusio dos historia Taylor fez nfo foi criar algo intciramente novo, ‘evapresentar idéias num todo razoavelmente coerente que germi- naram ¢ ganharam forsa na Inglaterra ¢ nos Estados Unidos du- lle deu uma filosofia ¢ titulo a uma série iciativas experiéncias.”* ouco em comum com aqueles fisislogos ou psi logos que procuraram, antes ou depois dele, juntar dados sobre as capacidades humanas num espirito de interesse cientifico. Re- gistros € avaliagdes como os que ele fez sto imaturos a0 extremo, € isto tornou-os vulnerdveis a critica como a que fez Georges Friedmann aos seus diversos “experimentos” (a maioria dos quais no pretendiam absolutamente, mas demonstra- ‘ses forgadas © jedmann trata 0 taylorismo como se fosse uma “ trabalho”, quando na realidade ele pre- do trabalho de, outros, nas condigoes do ‘melhor maneira” de trabalh ‘© que Taylor buscava, como Friedmann parece pres ir, mas uma TramALHo & CaprraL Monoporisra resposta ao problema especifico de como controlar m* forga de trabalho comprada c segundo aspecto’distintivo do pensamento de Taylor seu_conceito de controle. © controle geréncia através da sua dimensées sem precedentes. Os (© trabalho antes de Taylor i balho alienado — isto (© aspecto essencial io dos trabalhadores para garai interrupta; execugao das normas elevou 0 conceito de controle a um plano do asseverou como uma necessidade absolut quate 4 imposigzo ao trabathador da manciva rigorosa deve ser executado. Admitia-se cm geral antes de controlar” © trabalho, a esse direito usualmente significava apenas @ fixacio terferéncia direta no modo de exccuté-las iisfo de Taylor foi no sentido de inver- la pelo seu oposto. A geréncia, insist yreendimento limitado ¢ frustrado se jquer decisi0 sobre o trabal era tio-somente um meio para que a geréncia efetuasse creto de execugio de toda atividade no trabalho, desde a mais simples 4 mais complicada. Nesse sentido, ele foi o pioneiro de uma revolucio muito maior na divisio do trabalho que qualquer outra havida, Taylor criou uma linha singela de raciocinio e a expds com franqueza ingénua e 2c! © controle do modo uma légica_e clareza, Jogo conquistou fortes.‘seguidores entre capi dores. Sua obra comegou pot gos € publicagées. Sua itada, mas apreendeu de @ pritica nas oficinas, visto que trabalhou por quatro anos num misto de aprendizado em dois oficios, (0 de modelador © maquinista. A. divulgacao_ das iéias de Taylor nfo sc limitou aos Estados ico tempo ele se tornou conhecido em Na Franga foi chamada, a ra_geréncia, Vorganisation travail (mudada posteriormente, quando a reagio contra 0 tay- todos os paises industria: expressio mais adequada GexEncra Cienririca 87 fe du travail). Na ‘implesmente por racto- ez A freme de todos na imeira Guerra Mundial.” orismo P ‘Alemanha, sas i io de advogado. Ele ‘entio tomo: ia para alguém de sua classe, ‘de comesar ido de_um oficio numa firma proprie- ‘trios eram das relagdes sociais de seus pais. Quando completou seu aprendizado, empregou-se num trabalho comum na Midvale Steel Works. também de amigos de sua familia ¢ tecnologicamente uma das companhias mais avangadas na industria siderdrgica. Nos -poucos meses que psssou no emprego como funcionério € maqui nnista dim someado chefe de turma com a responsabilidade do departamento de toros mecinicos. -orientava contava seus passos, media o tempo de suas varias ¢ analisava seus movimentos a procura de “eficiéncia”. Mesmo depois de ficar importante e famoso tinha algo de engragado no lo aparecia na oficina despertava sorrisos. O ret rético.* Eses tracos por seu papel como profeta da moderna geréncia capitalista. visto que © que € neurético no individuo, no capitalismo € normal e socialmente dlesejavel para 0 funcionamento da sociedade. ie esta luta foi cexemplo clissico da maneira pela qual as relagies antag6nicas de produgdo se exprimem na_oficina, no apenas no tempo de Taylor, mas antes ¢ depois, e desde que Taylor tiron de sua expe- deveriam modelar. seu pensamento sub- neces far por extenso aqui, um trecho de sua io dos fatos.* O seguinte relato, um dos varios que ele deu aparccerio extrates de grande extensio dos diversos escri- | | 88 da batalha, € tirado de seu testemunho, vinte e cinco anos depois, ‘TraBaLHo & CaPrraL MoNopouisra ante uma’ Comissio Especial da Camara de Representantes dos Estados Unidos: Teador fazendo iso, necssidade de mae Togo que me tornei chefe da turma os homens que traba- vieram 2 mim de repente e disseram: oreo. maldi és, vai ies entio: ‘Se vocés querem dizer que recciam que ‘companhia, € gue pietendo obter uma pro- *"Bles respondersm: “Entso woct vai Cig enguanto of homentssm ‘iererminados five 2 "produsio aio devia sr’ aumentada, Qual pesos “que ‘estado numa brig Shoes 6 nfo teria entra. tentando forest 02 hhomens a alguma coisa que eles nso pretendiam fszer. icos de Taylor & de valia rest Claro. em ‘Taylor torna-se confuso Gerenera Crentirica 89 do modo mais claro, mesmo antes que turma, o que aconteceria. Disse: “Agora ses omens hes mos- "¢ de modo conclusivo, que. em primeiro lugae, nada sei fequndo lugar, que sou um embus- ;e taeio uma ‘porque eeia contriria 20 que voces mae tesel que ido oporvunidade de aprender fensinei-Ihes a operar um toro jpido. ‘Todos les me prometeram: ‘Se jo de torneiro, quando ‘eu aprender a

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