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INSTITUIÇÕES DA EU
Introdução: As organizações de Estados, para efetivar o seu desempenho, necessitam
de órgãos habilitados para prosseguir os objetivos constitutivos. No caso da UE, a
doutrina utiliza usualmente a expressão instituições. As organizações de Estados
estabelecem no seu acto constitutivo objetivos atingir, o que só se realizam através do
desempenho efectivo de órgãos. A união europeia desde a criação das Comunidades
Europeias, não se afastou deste quadro.
Uma das características essenciais de uma organização internacional é a existência de
uma estrutura orgânica permanente e independente, graças a qual adquire a necessária
estabilidade e continuidade para alcançar os seus objetivos. E permite distinguir a
estrutura de outros instumentos de cooperação interestadual. Por regra, estes órgãos
próprios da organização internacional não actuam diretamente sobre os cidadãos dos
Estados membros, mas aí já estamos nas especifidades criadas pelas Comunidades
Europeias, em que isso acontece. Esta nova ordem jurídica assim criada vai actuar
através de instituições, entre as quais destacamos: O Conselho, a Comissão, o
Parlamento, o Tribunal de Justiça da UE e o Banco Central Europeu.
Parlamento Europeu:
O parlamento europeu é uma das instituições originárias das Comunidades Europeias
(hoje art.13 nº1 e 14 do TUE). A Assembleia europeia representa os cidadãos da União
e tem sido o motor da integração europeia. No início, os seus membros eram designados
em sufrágio universal indirecto pelos parlamentares dos diferentes países. A partir do
acordo de 20 de Setembro de 1976, a eleição processa-se por sufrágio universal directo,
livre e secreto (art.14 nº3 do TUE)
O número de deputados varia consoante a importância económica e demográfica de
cada estado. Hoje num total de 750 + o seu presidente, a atribuição do nº concreto de
membros a cada Estado já não consta do articulado dos Tratados (art.14 nº2 do TUE,
Protocolo nº36 relativo ás disposições transitórias, art.2º). O mandato dos deputados é
de cinco anos (Art. 14 nº3 dp TUE)
Os Estados são livres de escolher o seu sistema eleitora l(maioritário para a Grã-
Bretanha e proporcional para os restantes).
O presidente e a sua Mesa é eleito pelos seus pares (art.14 nº4 do TUE) no inicio da
legislatura e os deputados organizam-se por grupos políticos e são independentes, pelo
modo de designação e por disposições do acto de 1976. Os deputados são organizados
em função das suas ideologias politicas.
São 751 deputados membros do parlamento europeu. Os 751 lugares surgem nos termos
do art. 14 nº2 do TUE.
Funcionamento: O parlamento europeu goza de poder de auto-organização. O art. 232º
do TFUE prevê que este órgão estabelecerá o seu regulamento interno. O parlamento
europeu delibera, em regra, por maioria dos votos expressos. Delibera por maioria
absoluta dos deputados que o compõem, por exemplo nos termos do art. 7 nº6 TUE,
art.49 TUE, Art.199 TCE. Existe quórum de funcionamento sempre que se encontre
reunido na sala das sessões um terço dos deputados que compõem o PE.
Competência: o parlamento não tem poderes legislativos autónomos, mas participado
poder legislativo ordinário tem um poder orçamental e tem poderes consultivos (art. 14
nº1 do TUE). Dentro do poder consultivo, o parlamento europeu participa na elaboração
dos actos normativos do conselho e da comissão através de consulta obrigatória ou
facultativa.
No poder do controlo politico, o parlamento exerce um poder de controlo politico sobre
a comissão, de investidura e censura (art.225 e 234º do TFUE)
No poder orçamental o parlamento europeu tem um poder de co-decisão orçamental
com poder de aprovação final do orçamento geral das comunidades (art.314 nº4 TFUE)
Conselho Europeu:
Foi criado em 1974 e institucionalizado pelo acto único europeu e pelo TUE. O
conselho europeu é agora uma instituição da união europeia, pelos artigos 13 nº1 e 15
do TUE e 235 e 236 do TFUE
Composição: o conselho europeu é composto por chefes de estado ou chefes de
governo, o seu presidente, o presidente da comissão, com a participação do Alto
representante da União para os negócios estrangeiros e a politica de segurança, o
presidente do parlamento europeu pode ser convidado.
As reuniões ordinárias do conselho europeu realizam-se semestralmente, 2x cada
semestre e extraordinariamente para alem disso.
Competência e votação: trata-se de uma instituição sem poderes legislativos (art.15 nº1
TUE), tomando decisões de natureza essencialmente politica, resultando do consenso
dos chefes de estado ou do governo (art.15 nº4 TUE)
As suas atribuições dizem respeito:
- ao plano institucional (art.16 nº 6 e 9, 17 nº7, 18 nº1 Do TUE e 236, 269, 283 do
TFUE)
- aos estados membros (art. 17 nº2 a 5 do TUE e 354 do TFUE)
- á politica externa e de segurança comum (art.21 nº1, 26 nº1, 31 nº1 do TUE)
- á revisão dos tratados (art.48 nº2 do TUE)
Pronuncia-se por consenso, salvo disposição em contrario, prescindindo de votações
formais.