1
1. ADERÊNCIA ENTRE CONCRETO E
ARMADURA
Fundamental para a existência do concreto armado (trabalho
conjunto entre os dois materiais).
Fenômeno da aderência:
a) mecanismo de transferência de força da barra de aço para
o concreto adjacente;
b) capacidade do concreto resistir a essa força.
Transferência de força ocorre por ações químicas (adesão),
por atrito e por ações mecânicas.
É função principalmente da textura da superfície da barra de
aço e da qualidade do concreto. 2
1.1 Aderência por Adesão
R b1
Concreto
Aço
R b1
3
1.2 Aderência por Atrito
Pt Pt
R b2
4
1.3 Aderência Mecânica
R b3
Barras lisas
R b3
Barras nervuradas
5
1.4 Mecanismos da Aderência
estágio III
estágio II
estágio I
deslocamento relativo
7
componentes de força
sobre o concreto
barra com
F saliência
plano de ruptura
forças sobre
concreto
F
fissuras
9
2. ADERÊNCIA E FENDILHAMENTO
Rs Rs
11
Figura 11 – Fissuras de fendilhamento na região de
ancoragem sem armadura transversal.
12
Como afirma FUSCO (2000), o importante na ancoragem de
barras tracionadas é “garantir a manutenção da integridade
das bielas diagonais comprimidas e assegurar que os esfor-
ços transversais de tração possam ser adequadamente
resistidos”.
14
3. SITUAÇÕES DE BOA E DE MÁ
ADERÊNCIA
II h - 30cm
α ≥ 45° h < 60cm
I α < 45° 30cm
II 30cm
h ≥ 60cm
I α < 45° h - 30cm
15
4. RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA
fbd = η1 . η2 . η3 . fctd
17
5. ANCORAGEM DE ARMADURA
PASSIVA POR ADERÊNCIA
18
Figura 16 – Diagrama de
tensões de aderência na
ancoragem reta de barra de
aço.
19
5.1 Comprimento de Ancoragem Básico
20
Ø
τbd = f bd
Rst
lb
Rst = fbd . u . l b
As . fyd = fbd . u . l b
21
com u = π . φ e As = π . φ2/4 tem-se:
π . φ2
f yd
lb = 4
f bd . π . φ
φ f yd
lb =
4 f bd
22
TABELA A-1
COMPRIMENTO DE ANCORAGEM lb (cm) PARA As,ef = As,calc CA-50 nervurado
Concreto
φ
C15 C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50
(mm)
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
48 33 39 28 34 24 30 21 27 19 25 17 23 16 21 15
6,3
33 23 28 19 24 17 21 15 19 13 17 12 16 11 15 10
61 42 50 35 43 30 38 27 34 24 31 22 29 20 27 19
8
42 30 35 24 30 21 27 19 24 17 22 15 20 14 19 13
76 53 62 44 54 38 48 33 43 30 39 28 36 25 34 24
10
53 37 44 31 38 26 33 23 30 21 28 19 25 18 24 17
95 66 78 55 67 47 60 42 54 38 49 34 45 32 42 30
12,5
66 46 55 38 47 33 42 29 38 26 34 24 32 22 30 21
121 85 100 70 86 60 76 53 69 48 63 44 58 41 54 38
16
85 59 70 49 60 42 53 37 48 34 44 31 41 29 38 27
151 106 125 87 108 75 95 67 86 60 79 55 73 51 68 47
20
106 74 87 61 75 53 67 47 60 42 55 39 51 36 47 33
Valores de acordo com a NBR 6118/03
No Superior: Má Aderência ; No Inferior: Boa Aderência
lb Sem e Com ganchos nas extremidades
As,ef = área de armadura efetiva ; As,calc = área de armadura calculada
0,3 l b
O comprimento de ancoragem deve ser maior do que o comprimento mínimo: l b ,mín ≥ 10 φ
100 mm
γc = 1,4 ; γs = 1,15
23
Comprimento de ancoragem necessário
(lb,nec) 0,3 l b
A s,calc
l b, nec = α 1 l b ≥ l b, mín ≥ 10 φ
A s,ef 100 mm
26
5.2.2 Barras Transversais Soldadas
≥ 5φ ≥ 5φ
lb,nec lb,nec
≥ 5φ ≥ 5φ
lb,nec lb,nec
27
5.2.3 Ganchos das Armaduras de Tração
8Ø D
Ø
Ft
Ø
6
Ø
Ft
2Ø
Ø
Ft
29
5.2.5 Ancoragem de Estribos
10 φ t ≥ 7cm
D D
5 φt ≥ 5cm
φt φt
45°
5 φ ≥ 5cm
D
φ
Figura 21 – Tipos de ganchos para os estribos.
30
6. EMENDA DE BARRAS
Tipos de emendas:
31
6.1 Emenda por Transpasse
de Armadura Tracionada
≤4φ
Figura 24 – Espaçamento máximo entre duas
barras emendadas por transpasse.
32
6.1.1 Proporção de Barras Emendadas
l01 > l02
33
Tabela 3 – Proporção máxima de barras tracionadas emendadas.
Tipo de carregamento
Tipo de barra Situação
Estático Dinâmico
Em uma camada 100 % 100 %
Alta aderência
Em mais de uma
50 % 50 %
camada
φ < 16 mm 50 % 25 %
Lisa
φ ≥ 16 mm 25 % 25 %
34
6.1.2 Comprimento de Transpasse de
Barras Isoladas Tracionadas
0,3 α 0 t l b
l 0 t = α 0 t l b, nec ≥ l 0 t , mín ≥ 15 φ
200 mm
35
6.1.3 Comprimento de Transpasse de
Barras Isoladas Comprimidas
0,6 l b
l 0c = l b,nec ≥ l 0c,mín ≥ 15 φ
200 mm
36
6.1.4 Armadura Transversal nas Emendas
por Transpasse de Barras Isoladas
37
6.1.4.1 Armadura Principal Tracionada
Quando φ < 16 mm ou a proporção de barras
emendadas na mesma seção for menor que 25 %, a área da
armadura transversal deve resistir a 25 % da força
longitudinal atuante na barra.
Nos casos em que φ ≥ 16 mm ou quando a proporção
de barras emendadas na mesma seção for maior ou igual a
25 %, a armadura transversal deve:
- a) ser capaz de resistir a uma força igual à de uma
barra emendada, considerando os ramos paralelos ao plano
da emenda;
- b) ser constituída por barras fechadas se a distância
entre as duas barras mais próximas de duas emendas na
mesma seção for < 10 φ (φ = diâmetro da barra emendada);
- c) concentrar-se nos terços extremos da emenda.
38
Σ A st / 2 Σ A st / 2
≤ 150 mm
1/3l 0 1/3l0
l0
39
6.1.4.2 Armadura Principal Comprimida
Σ Ast / 2 Σ Ast / 2
≤ 150 mm
4φ 1/3l 0 1/3l 0 4φ
l0
41
7.1 Decalagem do Diagrama de
Força no Banzo Tracionado
O deslocamento ou decalagem do diagrama de
forças Rst (Md/z) deve ser feito para se
compatibilizar o valor da força atuante na
armadura tracionada, determinada no banzo
tracionado da treliça de Ritter-Mörsch, com o
valor da força determinada usando o diagrama de
momentos fletores de cálculo.
A decalagem pode ser substituída, aproximada-
mente, pela correspondente decalagem do diagra-
ma de momentos fletores.
42
7.1.1 Modelo de Cálculo I
VSd ,máx
al = d (1 + cot g α) − cot g α
2 (VSd ,máx − Vc )
d VSd ,máx
al =
2 (VSd ,máx − Vc )
43
7.1.2 Modelo de Cálculo II
44
7.2 Ponto de Início de Ancoragem
Em que ponto ao longo do vão da viga se pode retirar de
serviço uma barra da armadura longitudinal tracionada de
flexão, a fim de gerar economia de aço?
A ancoragem por aderência de uma barra da armadura
longitudinal de tração tem início na seção teórica onde sua
tensão σs começa a diminuir, ou seja, o esforço da
armadura começa a ser transferido para o concreto. O
comprimento da ancoragem deve prolongar-se pelo menos
10 φ além do ponto teórico de tensão σs nula. Considerando
o diagrama de forças RSd = MSd/z , decalado do
comprimento al , o início do comprimento de ancoragem da
barra corresponde ao ponto A, devendo prolongar-se no
mínimo 10 φ além do ponto B.
45
lb,nec
Barra 2
al
≥ 10 Ø
Barra 1
Barra 2
A
Barra 3
B
Barra 4
al al
Barra 1 al
Barra 2 B
Barra 3 A
Barra 4
≥ 10 Ø
al lb,nec
Barra 3 ≥ 10 Ø
lb,nec
Figura 29 – Cobertura do diagrama de força de tração 46
solicitante pelo diagrama resistente.
7.3 Armadura Tracionada nas Seções de
Apoio
7.3.1 Apoio com Momento Fletor Positivo
7.3.2 Armadura Positiva em Apoios Extremos de
Vigas Simples ou Contínuas
47
Nos apoios extremos,
RSd
devido ao deslocamento
do diagrama de momen-
VSd tos fletores (al), surge
uma força de tração Rsd
al na seção de apoio, cor-
Md respondente ao momento
VSd Md
fletor, dado por:
Diagrama deslocado
Md,apoio = VSd . al
48
Sendo
Md,apoio = RSd . z
e z ≈ d, fica:
al
R Sd = VSd
d
49
Para proporcionar resistência à força de tração no apoio (RSd)
é necessário colocar uma armadura, a ancorar no apoio
(As,anc):
R Sd 1 al
A s,anc = = VSd + N Sd
f yd f yd d
a l VSd
A s,anc =
d f yd
50
A armadura positiva a ancorar no apoio deve ser composta
por no mínimo duas barras da armadura longitudinal, e deve
atender:
1 M vão
A
3 s + ,vão se M apoio = 0 ou negativo de valor M apoio ≤
2
A s,anc ≥
1 A M vão
4 s + ,vão se M apoio = negativo de valor M apoio >
2
1
A s+ ,vão
3 Mapoio < 0,5 Mvão
+
M vão
51
1
A s+ ,vão
4
M apoio > 0,5 Mvão
+
M vão
52
b
VIGA DE APOIO
lb
As,anc
A s,anc
c lb,ef
lb
53
A s ,anc r + 5,5 φ
l b,corr = l b l b,corr ≥ l b,mín ≥
A s,ef 6 cm
b
VIGA DE APOIO
lb,corr
A s,ef
A s,ef
c lb,ef
lb,corr
8Ø D Ø
A s,ef
c l b,ef
8Ø D Ø
A s,corr
c l b,ef
c 100 Øgr
Grampos
D
8Ø Ø
lb,ef A s,ef
DI
AG
R.
DE
SL
O
C.
BARRA 1
A
≥ 10 Ø
BARRA 1
SLOC.
. M DE
DIAGR F
BARRA 1
lb
59
Ancoragem de Armadura Negativa em
Apoios Extremos
a) b)
M p,sup
60
a) b)
61
-
A s = 0,5 A s
-
As
s estr ≤ 10 cm
2b + h
h
D
62
-
As
35 Ø
Ø
63