A relação e características de um texto histórico com o historiador
ARGUMENTOS:
“a diferença entre um texto histórico (...) a historia manifesta-se por sinais
exteriores muito mais evidentes, e em particular, por seu aparato critico e pelas notas de rodapé” (PÁGINA: 235)
“O trabalho do historiador aparece recheado de fatos e precisões: ele dá a
justificativa de tudo o que afirmam” (PÁGINA: 237)
“A exclusão da personalidade do historiador” (PÁGINA: 238)
“Inúmeras referências a outros historiadores” (PÁGINA: 239)
“Par ser revestido de autoridade, o texto do historiador deverá ser qualificado
não só saber que ele reivindica, mas pela inscrição desse saber na grande obra erudita” (PÁGINA: 240)
“O uso da citação produz um duplo efeito. Em primeiro lugar, um efeito de
verdade que serve de certificação ou confirmação: as afirmações do historiador não são extraídas de seu próprio acervo, mas já haviam sido proferidas, anteriormente, por suas testemunhas. As citações servem-lhe de escudo contra eventuais contestações e cumprem, também, uma função de representação: com as palavras do outro introduz- se no texto a realidade do tempo situado à distância. A citação, afirma M. de Certeau, produz um efeito de realidade” (PÁGINA: 241)
“Desde Benveniste, foi estabelecida a oposição entre o discurso que explica e a
narrativa que relata; o primeiro utilizaria o presente e o futuro, enquanto a segunda empregaria o passado ou imperfeito, a exemplo do texto de Guizot, citado mais acima (boxe 36). Mas, tal oposição tem a ver com uma tradição já obsoleta. J. Rancière mostra que o caráter próprio a narrativa histórica- em Michelet, assim como em Febvre, Bloch ou Braudel- consiste precisamente em ser escrita no presente, negando a diferença entre narrar e explicar. Trata-se de uma narrativa do discurso.” (PÁGINA: 246)
“O historiador deve representar e fazer compreender o passado: esse objetivo
só pode ser alcançado com palavras” (PÁGINA: 248)
“A distinção entre denotação e conotação: a primeira é o que a palavra
designa; por sua vez, a segunda é a aura do sentido que lhe esta vinculada, a serie harmônica que ressoa por seu intermédio” (PÁGINA: 248)
“O termo parece ter conservado, através das épocas, um sentido constante: o
historiador exprime o passado com as palavras do presente” (PÁGINA: 250)
“A diferença entre os sentidos dos termos no passado e no presente deve ser
superada por uma descrição do sentido concreto do termo no passado ou por uma explicação de sua diferença em relação ao sentido no presente” (PÁGINA: 251)
BARROS, José D'Assunção. a Fonte Histórica e Seu Lugar de Produção. Cadernos de Pesquisa Do CDHIS, Universidade Federal de Uberlândia, V. 25, n. 02, Jul.-dez. 2012, p. 407-429