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Lei

"Lei é um acto normativo geral e abstracto editado pelo Parlamento, cuja finalidade essencial é a
defesa da liberdade e propriedade dos cidadãos".
No quadro de referências do Estado Constitucional moderno, a lei era a "forma" de actuação do
Estado que fixava duradoura, geral e abstractamente, as "decisões" fundamentais do poder político,
estabelecia o âmbito e limites da actuação normativa do poder executivo e materializava as ideias
de justiça da maioria parlamentar.

O direito Constitucional ou Politico estuda toda a organização do


Estado
Organização do Estado

1. - Económico
2. - Social
3. - Politico

O Estado depende:

1. - Povo
2. - Território
3. - Poder politico

Fins do Estado

1. - Assegurar a segurança
2. - A justiça
3. - Bem-estar

Funções do Estado

1. - Politica
2. - Judicial (Tribunais)
3. - Administrativa
4. - Legislativa (Assembleia)
Titularidade

1. - Presidente da Republica
2. - Governo
3. - Assembleia da Republica

Exercício do Estado

1. - Elaboração das leis (feitura das leis – Assembleia da Republica)


2. - Execução das leis (Tribunais)
Controlo e fiscalização Constitucional

1. - Tribunais
2. - Provedor de justiça

Normas Constitucionais: São as que vigoram acima de todas as


outras encontram-se no topo da hierarquia.

Espécies de Direito Constitucional:

1. - Particular – de cada estado, no exemplo o Português


2. - Geral – Diversas constituições
3. - Comparado – Paralelismo entre estados

Antecedentes do Constitucionalismo

a) - Magna Carta de 1215, que tinha por objectivo limitar e impor ao


Rei algumas regras.
b) - Forais
c) - Petition of rights (… para lembrar que o Rei Carlos Magno
deveria respeitar os direitos do povo e observar as leis do Reino)
d) - Governants – Contratos de colonização, regras entre
colonizadores e colonizados.
e) - Instrumento of Governement de 1653, considerada como a
primeira constituição, bastante autoritária.
f) - Bill of rights de 1869 declaraçao de direitos que tinha como
objectivo travar o poder absoluto do Rei.

Todas as estas regras visavam sobretudo deter e abrandar o poder


absoluto de diversos Reis.

Constituições Portuguesas

1. Constituição de 1822
2. Carta Constitucional de 1826 Liberais e Monárquicos
3. Constituição de 1838
4. Constituição 1911 – 1ª.Republica
5. Constituição de 1933 – Estado Novo – Salazar
6. Constituição de 1976
Poder Politico

Prof. Freitas do Amaral


È o poder exercido em nome próprio por um povo num certo território,
com o fim de garantir a sua segurança, justiça e o bem estar dos seus
membros e de modo e regular a vida colectiva, nomeadamente através
da aprovação de leis e da imposição do seu cumprimento.
Órgãos do poder politico

1. - Assembleia da Republica
2. - Governo
3. - Presidente da Republica
4. - Autarquias
5. - Regiões Autónomas

Órgãos de Direito Comunitário

1. - Parlamento Europeu
2. - Conselho europeu Art.8º CRP
3. - Comissão Europeia

Direito Constitucional – É aquele que regula a estruturação dos


órgãos superiores do estado e os direitos e deveres fundamentais das
pessoas (Constituição em sentido material)
Direito Constitucional fora da constituição ( em sentido formal) – Leis
eleitorais, regimento da assembleia da Republica, leis de organização do
Governo.

Constituição em sentido Formal

Designa-se constituição em sentido formal ao diploma ou ao conjunto de


normas, que tem na hierarquia das leis o grau cimeiro, reservado
justamente às normas constitucionais. Na ordem jurídica Portuguesa é
esse o lugar ocupado pela Constituição da Republica Portuguesa de
1976.
É o texto escrito de onde constam as normas fundamentais da ordem
jurídica do Estado decretado por um órgão dotado de poderes especiais.
Neste sentido parte-se da existência de uma categoria de leis
constitucionais que pela origem, força obrigatória e processo de
modificação ou revogação difere da categoria das leis ordinárias. As leis
constitucionais só podem ser decretadas por uma órgão constituinte
revestido da máxima autoridade com representante especialmente
qualificado da soberania da nação e muitas vezes da sua entrada em
vigor depende da ratificação popular expressa mediante referendo.
Essas leis são hierarquicamente superiores a todas as outras leis e
obrigam o legislador ordinário condicionado o exercício do poder que
este exerce. E só um órgão dotado de poderes constituintes tem a
faculdade de as modificar, revogar e substituir normalmente mediante
um processo especial chamado revisão constitucional.
Prof.Marcelo Caetano

Constituição em sentido Material

Esta abrange apenas a estruturação da organização superior do Estado,


e o estabelecimento dos direitos e deveres fundamentais das pessoas
perante o Estado e outras pessoas revestidas de autoridade politica.

É o conjunto de normas dispersas consuetudinárias ou escritas que se


referem aos fins e titularidade do poder político, órgãos que exercem
direitos que a limitam.
Neste sentido parte-se do principio de que tem carácter constitucional
as normas com certo conteúdo que versarem determinada matéria mas
essas normas têm a mesma origem e a mesma forma das outras
normas do estado e podem ser modificadas ou substituídas pelo
processo normal da criação ou declaração do direito assim são leis
constitucionais todas as quantas versem matéria considerada
constitucional.
Como não há processo especial para elaborar modificar ou revogar tais
leis ( o que a todo o tempo os órgãos legislativos podem fazer) chama-
se a estas constituições flexíveis. Quando a constituição é flexível ela
não funciona como meio eficaz de limitação jurídica.
Prof.Marcelo Caetano

Normas Jurídicas

São as normas gerais e abstractas mediante as quais se disciplinam as


intervenções do Estado na esfera dos direitos e interesses dos cidadãos,
quer para disciplinar as suas actividades prestativas em ordem a uma
estatuição da sociedade de acordo com dados do critério da justiça e
todas aquelas normas mediante as quais o Estado e os entes públicos
menores regulam as suas relações de subordinação especial. Irrelevante
para a sua qualificação como jurídicas é a natureza da sanção prevista
para aqueles que violam estas normas.

Características das normas

1. - Generalidade e abstracção
2. - Violabilidade
3. - Coercibilidade (ter consequências)
4. - Publicidade (Ser publicado no DR)

Divisão das normas

1. - Previsão – Antecipação de alguma coisa


2. - Estatuição – Conduta ou comportamento perante uma dada
situação.
3. - Sanção – em consequência do comportamento

Normas Explicitas e Implícitas

As normas jurídico-penais têm sempre e obrigatoriamente uma sanção o


que não acontece com todas as normas jurídicas.

Limites da Constituição

Limites Materiais – São matérias que jamais podem ser revistas


Art.288 (A forma republicana do Governo, a independência da nação)

Teses dos limites materiais:


a) - Tese da irrelevância – o que significa que não se pode mexer ou
rever os limites “Gomes Canotilho”
b) - Tese da Relevância – os limites são tão reversíveis como
qualquer outra norma constitucional porque a ordem jurídico-
constitucional não para no tempo. “Marcelo Caetano”
c) - Tese da dupla revisão – em primeiro lugar rever o limite e depois
rever o artigo em concreto “Prof.Jorge Miranda”

Limites Circunstancias – Art.289 – Não pode ser praticado nenhum


acto de revisão constitucional na vigência de estado de sítio ou de
estado de emergência.
Limites temporais – Art.284 A AR pode rever a constituição decorridos
cinco anos sobre a data da publicação da última lei de revisão ordinária.
Pode no entanto assumir poderes de revisão em qualquer altura, sendo
necessário uma maioria de quatro quintos dos deputados em
efectividade de funções.

Limites formais – A iniciativa de revisão compete unicamente aos


deputados – Art.285.

Proposta de lei – Feita pelo governo


Projecto de lei – Feita pelos deputados

Tipos de constituições

Constituição Flexível – é aquela que pode ser revista pelo mesmo


processo adoptado para a elaboração de leis ordinárias

Constituição Rígida – é aquela que só pode ser modificada mediante


um processo específico, nela previsto e distinto do processo legislativo
ordinário

Constituição semi-rigida – é aquela que em certa parte pode ser


revista por processo análogo ao legislativo ordinário e noutra parte só
mediante um processo específico.

Constituições Normativas – Quando as normas constitucionais


dominam o processo político, ou seja, o processo do poder adapta-se as
normas constitucionais e submete-se a elas. “Regra nos países
ocidentais com larga tradição de governo constitucional

Constituições Nominal – Sendo uma constituição válida mas ineficaz,


uma vez que dinâmica do processo político não se adapta às suas
normas, a Constituição carece de realidade existencial.

Constituições Semânticas – è uma Constituição invalida mas eficaz, A


constituição é a formalização da situação do poder politico existente em
beneficio dos detentores do poder. Corresponde a um sistema de
governo ditatorial.

Constituições Utilitárias – é regulamentadora das matérias de


organização do poder politica e dos direitos, liberdades e garantias.

Constituições Ideológica-Pragmaticas – Apareceram com a


transição para o estado Social e Democrático de Direito possuindo um
conteúdo ideológico acentuado. Determina o sentido da organização do
poder político, assinala certos objectivos económicos e sociais e
estabelece a constituição económica do Estado. No exemplo as nossas
constituições de 1933 e 1976.

Constituições Liberais – As constituições liberais foram as primeiras e


caracterizam-se pela enunciação de direitos, liberdades e garantias e
organização do poder politico com uma separação de poderes. O próprio
fenómeno do constitucionalismo esta ligado a ideologia liberal já que
foram os burgueses que afectados pelo poder absoluto dos Reis se
viram obrigados a uma luta pela limitação dos poderes dos mesmos,
falta as estas constituições carácter ideológico-pragamatico.

Constituições Sociais-democratas – Surgem nos finais do Sec.XIX e


sobretudo no fim da 1ª.Guera Mundial, quando emergem ideologias
sociais como o socialismo e o fascismo, estas constituições valorizam a
parte ideológico-pragmatica e igualmente uma constituição económica.

Constituições Autoritárias – Reforçam o poder do governo e


conforma as liberdades públicas, tipicamente de regimes ditatoriais.

Constituições Compromissórias – Resultam de constituições sociais-


democratas todavia face a um elevado conjunto de forças politicas
distintas que dai resulta uma ideologia-pragamatica muito alargada e
por vezes antagónica.

Constituições do 3º.Mundo – Não possuem características especiais,


pelo que se assemelham a um ou outro dos modelos referidos.

Constituições Socialistas – Estas caracterizam-se pela acentuação do


poder politica e da sua ideologia, afastam-se do princípio da separação
de poderes.

Constituições estatutárias ou orgânicas – São as que se se ocupam


sobretudo do estatuto dos órgãos do poder politico, dos seus órgãos e
da participação politica dos cidadãos, limitam-se a traçar as regras do
processo politico sem atender a parte económica, social e cultural.

Constituições programáticas ou doutrinais – Para alem da


organização politica, estabelecem directrizes, programas e metas para a
acção do Estado no domínio económico, social e cultural.

Fiscalização e Controlo da Constitucionalidade


Hoje em dia o controlo da constitucionalidade é feita por magistrados
que conhecem profundamente a constituição contando coma
colaboração do Presidente da Republica.

Este controlo é efectuado por um órgão próprio do Tribunal


constitucional.

Fiscalização Preventiva art. 278 CRP

a) - Órgão próprio verifica a inconstitucionalidade


b) - Comunica ao PR (em caso de duvida remete ao TC)
c) - Após avaliação emite o parecer ao PR
d) - PR toma a decisão final ou o representante das regiões
autónomas
O PR promulga a norma mediante o parecer do TC (art.279),
devolvendo o mesmo ao órgão que o produziu.

Se no caso de não haver inconstitucionalidade o PR pode no entanto


optar pelo veto político (art.136) remetendo o diploma para o órgão que
o produziu.

Fiscalização Sucessiva

- Abstracta – Faz-se após a publicação no DR de acordo com o art.281


da CRP, seguindo a hierarquia definida no artigo.

- Concreta – Consiste na intervenção dos particulares, através dos


tribunais pelos seus mandatários.

Tramitação da publicação de diplomas do Governo

Iniciativa – é o poder de abrir processo legislativo levando o órgão


competente a deliberar certa matéria, sendo que quem toma a iniciativa
será deste modo
1º.Ministro / Conselho de Ministros

Discussão

Aprovação
Presidente Republica

Promulgar

Referenda / Governo

Publicação
Promulgar é um acto meramente declarativo da existência da lei
atestando que ela foi produzida pelo órgão competente e seguindo o
processo correcto.

Referenda consiste na aposição da assinatura do Ministro ou dos


Ministros competências nos actos oficiais firmados pelo PR e que possam
implicar responsabilidade “Marcelo Caetano”.

A publicação da lei é um meio (que tem variado no tempo) de levar a lei


ao conhecimento geral dos indivíduos e um acto necessário e
insubstituível, que após ele a lei tem existência jurídica.

Depois da publicação tem de decorrer o período de “Vacatio Legis” que é


um compasso de espera entre a publicação e sua entrada em vigor.

Tramitação da Publicação de diplomas na Assembleia da


Republica

Iniciativa – Na tramitação na Assembleia da Republica há diferenças


em termos de iniciativa da do Governo, pois aqui podem surgir de:

- Projectos de Lei – Apresentados pelos deputados


- Propostas de Lei – Apresentadas por entidades externas e cidadãos

Órgãos de Soberania

1. Presidente da Republica
2. Presidente da Assembleia Republica
3. Conselho de Estado
4. Governo

Conselho de Estado – Órgão consultivo do PR


Assembleia da Republica

Funções:

a) - Legislativa
b) - Controlo actividade do Governo
É o órgão representativo dos cidadãos portugueses, sendo a eleição dos
230 deputados efectuado segundo Método de HONDT

Fins e Funções do Estado

Fins do Estado:

1) Segurança
Individual – Cada cidadão deve saber com o que pode contar
dentro das fronteiras do estado, tal pode ser proporcionado
através de normas jurídicas, dos direitos e deveres de cada
cidadão.
Colectiva – Pressupõe a defesa da colectividade face ao exterior.
2) Justiça
Comutativa – O estado deve assegurar aos indivíduos, que nas
suas relações recíprocas, cada um receba o equivalente aquilo que
prestou a outrem. Deve garantir nas relações entre os cidadãos a
equivalência dos valores permutados.
Distributiva – Cada cidadão deve receber da colectividade os
proventos equivalentes à actividade produtiva que desenvolve ou
o equivalente à situação de carência em que se encontra.
3) Bem-Estar Económico Social – O Estado deve promover as
condições de vida dos cidadãos, garantindo o acesso dos cidadãos
aos bens e serviços considerados fundamentais pela colectividade, no
fundo a prestação de serviços públicos. Este fim do Estado sobrepõe-
se aos anteriores.
Fins do Estado na Actual CRP

1. Segurança Colectiva – artigo 9.º alínea a) “Garantir a


independência nacional e criar as condições politicas, económicas,
sociais e culturais que a promovam”

2. Segurança Individual – artigos 9.º, alíneas b) e c) focando a


defesa da democracia politica e dos direitos fundamentais.

3. Justiça e Bem-Estar Económico e Social - artigo 9.º, alíneas d)


“Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a
igualdade real entre os Portugueses, bem como a efectivação dos
direitos económicos, sociais e culturais e ambientais, mediante a
transformação e modernização das estruturas económicas e
sociais”.
Funções do Estado:

As funções do Estado serão as actividades levadas a cabo pelos orgaos


do poder politico, com vista à realização dos objectivos consagrados na
constituição.

Função legislativa
Realiza-se na pratica de actos legislativos: leis, decretos-lei, e
decretos legislativos regionais. Cabe à Assembleia da Republica,
com o primado da competência legislativa, ao Governo e às
Assembleias Legislativas Regionais.

Função Judicial
Permite dirimir os conflitos de pretensões entre duas ou mais
pessoas, através de orgaos independentes. Cabe aos Tribunais.

Função Administrativa
Visa a execução das lei e por vezes da Constituição e a satisfação
das necessidades colectivas. Cabe ao Governo, aos Orgaos Regionais e
às Autarquias Locais.

Função Politica ou Governamental


È exclusivamente dependente da Constituição. Cabe ao Presidente
da Republica, à Assembleia da Republica, ao Governo e a orgaos das
Regiões Autónomas.

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