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tes” e “[…] os quais mandámos vir a estas Cortes”. final, temos de concluir que é, de todas, a mais fácil.
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elativamente às questões de construção, apresentamos apenas os tópicos de resposta propostos pelo IAVE.
R
Relativamente às questões de seleção, o IAVE limita-se a apresentar as respostas corretas.
Para um esclarecimento mais completo, deve consultar http://provas.iave.pt/np4/home (consulta feita em 21/06/2016) 427
É que, não nos reportando para nenhuma parte do docu- porque se quis “evitar que os deputados republi-
mentos referidos nos itens A e E decorrem no segundo tiplicação de greves e de manifestações em defesa
pós-guerra e que esta teve início em 1939 com a invasão de soluções políticas de influência bolchevique;
da Polónia pelos exércitos alemães, fica a saber que o • progressiva recuperação económica (doc. 3 –
item C é o terceiro da ordenação. exemplo: dados do PIB de 1925) assente nos 431
fundamentar a sua resposta, dependendo dos conteúdos pendentes dos seus financiamentos.
que entender abordar. Para o desenvolvimento do se- Os efeitos fizeram-se sentir no agravamento do de-
gundo tópico, tem informação nos documentos 2 e 3. Já o semprego, no crescimento da inflação e, inevitavel-
conteúdo do documento 4 é suficiente para documentar o mente, na intensificação da agitação social, criando 433
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um ambiente favorável à ascensão ao poder das forças Já no decurso dos anos 50, esta RFA, constituída
• valorização da especificidade geográfica e histó- De resto, as condições para obter a cotação máxima
rica de Portugal, cuja adesão “faz a Europa chegar são as mesmas que se verificam nas outras questões de
totalmente ao Atlântico” OU que favorece a liga- resposta restrita, com particular atenção para o facto de a
ção da Europa comunitária com África e com o explicação pedida dever ser dada a partir da análise do
Brasil (doc. 1); conteúdo de dois documentos. Portanto, insistimos que
• recuperação do atraso português graças ao apoio tem de deixar bem claro que trabalhou sobre os dois docu-
da Europa comunitária (“as Comunidades saberão mentos referidos no enunciado sob pena de não obter
cumprir o que lhes cabe.” – doc. 1) OU acesso a 100% da cotação mesmo que a resposta esteja integral-
fundos e a programas comunitários com vista ao mente correta.
desenvolvimento (OU à modernização de infraes- E o documento 1 até ajuda a encontrar com facilidade
truturas); matérias que pode explorar: a recuperação do prestígio in-
• internacionalização da economia, com a aposta ternacional e do atraso português. Já, no documento 2, a
na exportação para o mercado único europeu ajuda está menos explícita. Terá de conhecer a importância
(OU no aproveitamento da liberdade de circula- do Plano Delors na construção do projeto europeu e consi-
ção no espaço europeu) OU envolvimento de Por- derar novas vantagens para Portugal dele resultantes.
tugal na assinatura do Ato Único Europeu, pro-
Uma proposta de resolução
posto no Plano Delors (doc. 2);
Um dos impactos positivos decorrente da adesão
• participação nos trabalhos, na sequência do Plano
de Portugal à Europa comunitária, imediatamente visí-
Delors (doc. 2), com vista à adoção de uma moeda
vel no documento 1, foi a recuperação do prestígio in-
única OU integração na moeda única, com efeitos
ternacional perdido após décadas de isolamento. Foi
no crescimento económico (OU na redução da in-
este processo que tornou possível a comparência, no
flação);
claustro dos Jerónimos, de “chefes de governo e minis-
• facilitação do crédito ao Estado (OU às empresas OU
tros plenipotenciários chamados um a um” para assi-
às famílias), proporcionando o desenvolvimento;
narem o documento que tornou Portugal um Estado-
• crescimento dos salários (OU do PIB per capita),
-membro da CEE. Portugal deixava de ser o país
com reflexos na melhoria das condições de vida
orgulhosamente só de Salazar e passava a ombrear
(OU na redução da taxa de mortalidade infantil
orgulhosamente com as mais sólidas e poderosas de-
OU no alargamento da escolaridade OU outro
mocracias europeias e mundiais.
exemplo);
Também se pode concluir a partir do documento 1
• progressos na qualificação da mão de obra, ape-
que era previsível que Portugal viesse a recuperar do
sar de algum atraso face aos países mais desen-
atraso económico de décadas. Sugere-o o Presidente
volvidos;
da República, Ramalho Eanes, quando afirma não ter
• terciarização da sociedade, em ligação com o
dúvidas de que a adesão “propiciará benefícios” e que a
crescimento do comércio e dos serviços;
“as Comunidades saberão cumprir o que lhes cabe”. O
• alguns progressos nos sectores primário e secun-
futuro veio a confirmar estas previsões, tão avultados
dário, apesar da persistência de atrasos;
foram as verbas e os apoios técnicos, no âmbito dos
• criação de novas perspetivas de educação (OU de
múltiplos programas de apoio económico e financeiro,
formação) OU de novas perspetivas profissionais,
tendo em vista a aproximação de Portugal aos níveis
em contexto europeu (“a palavra será agora con-
de desenvolvimento dos seus parceiros comunitários.
ferida às novas gerações a quem se abrem exal-
Do documento 2, podemos inferir, entre muitas
tantes perspetivas de realização pessoal e de pro-
outras vantagens, importantes facilidades para a inter-
gresso.” – doc. 1);
nacionalização da economia portuguesa resultantes
• abertura cultural e transformação das mentalida-
dos avanços para a construção da união económica e
des, no contexto da generalização dos valores da
monetária preconizada pelo Plano Delors que condu-
Europa comunitária.
ziriam à assinatura do Ato Único Europeu, nos termos
Comentário do qual se estabelecia um mercado aberto à livre cir-
A primeira coisa a notar é que esta questão não pede culação de mercadorias, pessoas, capitais e serviços.
CPEN-HA12 © Porto Editora
simplesmente para referir, mas pede para explicar. Já São as “águas esplêndidas” em que, montados no
sabe que explicar exige uma resposta algo mais com- Plano Delors, navegam os europeístas convictos
plexa do que a simples referência. Ora essa maior exigên- Helmut Khol e François Miterrand e para as quais con-
cia está refletida na cotação de 25 pontos atribuída. vidam a eurocética Margaret Thatcher. 435