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Alcir Monticelli FLUO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 5 : 4G ALCIR JOSE MONTICELLI Professor do Departamento de Engenharia Elérica do UNICAMP. Engenheiro de Eletranice, ITA Doutor em Engenharia Elétrica, UNICAMP FLUO DE GARGA EW REDES Ot ENERGIA ELETRIGA Oh ae votre 4 Contvais Eiricas Braieiras SA % EDITORA EDGARD BLUCHER LTDA, A publicagao deste livro se tornou possivel gragas ao apoio do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL). ‘CIP-Braclk Cetaloguodo-na-Publeagto CCAmara Brastoira do Live, SP Monticelli, Aleir Joa, 1946- Fluxo d@ carga ea redes de energia ca / Aleir J. Monticelli. -- Sto Paulo : Bdgerd Biticher , 1983. Bibliografia. 1, Energia elétrica ~ Sistemas 2. Kirchhoff - Leie 3. Redes elétricas I. Titulo. onp-621.31920212 Indices para calalogo slstemiatico: Ls Géloulos : Fluxe de carga : Red ‘Engenharia 621.31920212 2. Fluxo de carga : liedes elétricas : Leis de Kirohhoff : Engenharia 621.31920212 3. Leis de Kirchhoff : Fluxo de carga : Redes eae : Engenharia 621.31920212 elétricas : 1983 Editora Edgard Bliicher Ltda. E proibia a eprodugdo toal ou parcial (Por quasquer melas sem autorizaga eserta da eduora EDITORA EDGARD BLUCHER LTDA. (01000 Cares Postat $450 Eno, Tentonarico: Bicientsvno Sko Pauto— SP — Brast Inmpreso no Brasil Printed in Brazil Nota Introdutéria Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) foi criado em 1974, pela Eletrobras e suas subsididrias regionais, com 0 objetivo de contribuir para o desenvolvimento tecnolégico nacional na rea de cenergia elétrica. Para tanto, o CEPEL dispde de dois laboratorios onde trabalham, atualmente, cerca de S00 pessoas: 0 Laboratorio de Siste- mas Elétricos (LSE), onde sio realizados pesquisas e projetos tecnolégi- ‘cos nas éreas de sistemas de poténcia, materiais para equipamentos elé- tricos e eletrénica aplicada; e 0 Laboratrio de Equipamentos Elétricos (LEE), dedicado a estudos, projetos e ensaios em alta poténcia e alta tensio nas dreas de linhas, substagdes e equipamentos elétricos. ‘No ambito do LSE, o CEPEL vem hé alguns anos desenvolvendo in- tensa atividade de pesquisa na area de planejamento da expansio de re~ des de transmissio. Este projeto conta com 0 apoio técnico e financeiro do Departamento de Sistemas de Transmissio (DEST) da ELETRO- BRAS e ¢ realizado em conjunto com o Departamento de Engenharia Elétrica (DEE) da UNICAMP. Dentre os resultados alcangados, pode-se mencionar 0 desenvolvimento de um sistema interativo de planejamento de redes de transmissio, de métodos para sintese automética de redes ¢ reforgos para contingéncia e de modelos para célculo de confiabilidade de sistemas de geragao/transmissao. presente livro tem como origem os relatérios de pesquisa da UNI- CAMP sobre anilise de redes. Seu autor, Prof, Alcir Monticelli, é um pesquisador de renome internacional, cuja contribuigio técnica tem sido extremamente valiosa nao s6 para o CEPEL como para varias empresas do setor elétrico. 0 CEPEL, ao co-editar o texto, visa divulgar técnicas que representam o “estado da arte nesta area e que tem amplas possibi- lidades de aplicagao no planejamento nao sé da expansio, como também da operagao e controle em tempo real de sistemas elétricos de poténcia. ‘Além de servir como referéncia abrangente, atualizada ¢ confidvel aos téenicos do setor, sua forma didatica permite sua utilizagdo em cur- sos de engenharia elétrica, tanto a nivel de graduagao como pés gradua si. JERZY LEPECKI Diretor Executivo CEPEL, Agradecimentos Este livro é em parte, uma extensio natural do trabalho desen- volvido nos ailtimos sete anos no Departamento de Engenharia Elétrica da UNICAMP, tanto no ensino como em projetos de pesquisa ¢ desen- volvimento, que contaram com 0 apoio do Centro de Pesquisas de Ener- ‘gia Elétrica (CEPEL), das Centrais Flétricas Brasileiras (ELETROBRAS) , mais recentemente, da Companhia Energética de Sio Paulo (CESP). Durante todos esses anos, foi para mim muito gratiicante ter podido trabalhar com Ariovaldo Verandio Garcia, Sigmar Maurer Deckmann, Femando Urbano, Fujio Sato, Carlos A. F. Murari, Antonio Chaves Pizzolante, André 'L. M. Franga, Vivaldo Fernando da Costa, Anésio dos Santos Jr., Orlando Luiz Semensato © Manuel Moreira Baptista, como orientador de seus trabalhos de tese de mestrado ¢/ou doutorado Uma divida adicional eu tenho com Orlando, Ariovaldo ¢ Carlos, pela Ajuda na revisio dos originais pelas sugestoes na organizagao final do livro, Entre outros, agradego a Brian Stott, Ongun Alsag, Mario V.F. Pereira, Sérgio H. Cunha, Gerson Couto e’ Frederico M. Gomes, pela ‘convivéncia no desenvolvimento de trabalhos em comum. Estendo meus agradecimentos a Edson Pedro de Lima e Luiz Cliudio Pasquini que, ‘com muita paciéncia, fizeram os desenhos que compdem este livro. Meu reconhecimento ao Dr. Jerzy Lepecki, nao s6 pelo apoio do CEPEL mas, também pelo incentivo para que cu preparasse este trabalho. Aleir José: Monticelli CONTEUDO CAPITULO 1... Fluxo de carga Aspectos gerais, 1a 12. 13, La 1s, ‘CAPITULO? Formulasto bisica do problema Modelagem de linhase transformadores 1.2.1, Linas de transmissto... 1.2.2. Transformadores em-fase 1.2.3. Transformadores defasadores... Fluxos de poténciaativae reativa 1.341. Linhas de transmissto, 13.2. Transformadores em-fase 13.3. Transformadores defasadores. 1.34, Expressdes gerais dos faxes. Formulacto matricial... ‘Impedaincia equivalente entre dois nos Flux de carga linearizado. 2a, 22, 23 24. CAPITULO 3 liminacio de Gauss... 3 32, 33. 34 a5. 36. 37. Lincarizago Formulasao matricial (@ = B° 8). Modelo CC . a [Representacdo das perdas no Modelo CC ‘Matrizes tipo admitancia nodal... Método da eliminagao de Gauss Matrizes elementare.. Decomposico LDU... Resolugdo do sistema A Eliminaglo de Gauss ¢redugao de citcuitos.. Critérios de ordenacao .. ‘pelos fatorestriangulares. CAPITULO 4.. 3 Anilise de alterages em redes de transmissio 3 4. Alteragdes na matriz admiténcia nodal. 33 4.1, AlteragBes simples 33 4.1.2, Alteragbes miltplas 56 4.2, Analise de sensibildade 38 42.1, AlteragBes simples. 39 4.2.2, Alteragdes miltiplas... 6 ‘Alteragdes na matriz impedincia nodal, a 4.3.1, Alteragdes simples... 4 4.3.2, Alteragdies miltiplas 6 ‘Teorema da Compensacdo = 4.5. Lema de inversao de matrices nm CAPITULOS.. 1 Fave ecarg ndotncar:aigoritmos bea. 1 $.1, Formulacio do problema basco ...e1. 8 5.2. Resolugdo de sistemas algbricos pelo méodo de Newion.. * 5.3, Fluxo de carga pelo método de Newton.. . 2 5.4, Métodos desacoplados . 3 5.4.1. Método de Newton desacopiado.. 9 5.4.2, Método desacoplado répido 100 CAPITULO 6 ‘luxo de carga: controle eimites. 6.1. Modos de representagao 62. Ajustes alternados 663, Controle de tensao em barras PV. 6.4, Limites de tens4o em barras PC... 655. Transformadores em-fase com controle sutomético de!) 6.6. Transformadores defasadores com controle automtico de fase. 67. Controle de intercmbio entre éreas 6.8. Controle de vensfo em barras remotas. (69. Cargas varidveis com a tensdo CAPETULOT esis UBT Equivalentes extera0s..0..0 i 127 7.1. Reagdes externas. aa 18 7.2. Equivalente Ward: modelo linea fonnnnnnenes 19 73. Obtengao de equivalents por climinacio de Gauss. CIEE aaa 7.4. Equivalente Ward: modelo nao-lineat... 136 7.5. Equivalente Ward com retengto de barras PY... 14 7.6. Equivalente Ward estendido . 43 7.7. Modelo de fuxo de carga ndo-reduzido “7 APENDICE A... Anilise de redes em centros de supervisio ec ‘ALL Introdugdo aos centros de controle Acl.l, Controle da geracio ‘AL2, Controle supervisorioe de sewuranga. ‘A.2. Operacdo em tempo real ‘2.1, Restrigdes de carga, de operasto ede seguranca. ‘A.2.2, Estados de operagdo do sistema, ‘A.23. TransigBes entre os estados do sistema... AG Sistema de andlise de redes. ‘A3.1. Configurador. A.3.2. Estimador deestade 'A.3.3. Previsto de carga por barra, ‘A.34, Modelagem da rede em tempo real (fuxo de carga)... ‘35S. Anilise de seguranga.. ‘A.3.6, Fluxo de carga de operagao . AA3.7. Anilse de sensibilidade de tens90 «.srnnveesn A.38. Controle corretivo de emergéncia, APENDICE, c 161 Anilise de sensibilidade ......0.seeen 161 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 0.00000 soe 168 Capitulo 1 FLUXO DE CARGA ASPECTOS GERAIS © cileulo de fuxo de carga (ou fluxo de poténeia) em uma rede de energia elétrica consiste essencialmente na determinagao do estado da rede, da distribuigdo dos fluxos ¢ de algumas outras grandezas de inte- resse. Nesse tipo de problema, a modelagem do sistema € estitica, sig- nificando que a rede € representada por um conjunto de equagdes € ine quagdes algébricas. Esse tipo de representagdo ¢ utilizada em situagdes nas quais as variagdes com o tempo so suficientemente lentas para que se possa ignorar os efeitos transitorios. E claro que os transitérios do sistema s6 podem ser devidamente levados em conta se for utilizada uma modelagem dindmica envolvendo equagdes diferenciais, além de equagdes algébricas. O ciloulo de fluxo de carga é, em getul, realizado utilizando-se métodos. computacionais desenvolvidos especificamente para a resolugao do sistema de equagdes € inequacdes algébricas que constituem o modelo estatico da rede. ‘Os componentes de um sistema de energia elétrica podem ser clas- sifieados em dois grupos: os que estéo ligados entre um né qualquer © 0 noeterra, como € 6 caso de geradores, cargas, reatores ¢ capacitores: € 0s que estdo ligados entre dois nds quaisquer da rede, como € 0 caso. de linhas de transmissio, transformadores ¢ defasadores. Os geradores € cargas sdo considerados como a parte externa do sistema, ¢ so mo- delados através de injegdes de poténcia nos nés da rede, A parte interna do sistema é constituida pelos demais componentes, ou seja, linhas de transmissdo, transformadores, reatores, cic. As equacdes basicas do fuxo de carga so obtidas impondo-se a conservacao das poténcias ativa © reativa em cada né da rede, isto & a poténcia liquida injetada deve ser igual 4 soma das poténcias que fluem pelos componentes internos que tém este n6 como um de seus terminais. Isso equivale a se impor @ Pri meira Lei de Kirchhoff. A Segunda Lei de Kirchhoff é utilizada para expressar os fluxos de poténcia nos componentes internos como fungdes das tenses (estados) de seus nds terminais. 2 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETAVCA 1.1. Formulagdo bésica do problema Conforme foi dito anteriormente, 0 problema do fluxo de carga pode ser formulado por um sistema de equacdes e inequacdes aleébricus nao-lineares que correspondem, respectivamente, s leis de Kirchholl ¢ -um conjunto de restrigdes operacionais da rede elétrica e de seus com- ponentes. Na formulagio mais simples do problema (formulagao bisica), a cada barra da rede slo associadas quatro variaveis, sendo que duas delas entram no problema como dados © duas como incognitas: Vi, — magnitude da tensio nodal (barra K) G, — angulo da tensio nodal P,~ geracio liquida (geragdo menos carga) de poténcia ativa injecdo liquida de poténcia reativa a Dependendo de quais variaveis nodais entram como dados ¢ quais so consideradas como incégnitas, definem-se trés tipos de barras: PQ — sto dados P, € Qj, € calculados \, ¢ Hy PV—sfo dados P, € V, ¢ calculados Q, © 0 REFERENCIA ~ sio dados V; € 04, ¢ calculados P, ¢ Q, AAs barras dos tipos PQ e PV so utilizadas para representar, respecti- vamente, barras de carga ¢ barras de gerago (incluindo-se os conden- sadores sineronos). A barra V0, ou barra de referéncia, tem uma dupla fungdo: como o proprio nome indica, fornece a referéncia angular do sistema (a referéncia de magnitude de fensdo € o proprio né terra): além disso, € utilizada para fechar o balanco de poténcia do sistema, levando em conta as perdas de transmisso ndo conhecidas antes de se ter a so- lugdo final do problema (dai a necessidade de se dispor de uma barra do sistema na qual nao € expecificada a poténcia ativa) Esses trés tipos de barras que aparecem na formulacdo bisica so (os mais freqiientes ¢ também os mais importantes. Entretanto, existem algumas situagdes particulares, como, por exemplo, o controle de inter- cambio de uma area e o controle da magnitude da tensio de uma barra Temota, nas quais aparecem outros tipos de barras (POV, Pe V), Esses tipos de barras nao sfo considerados na formulagao bisica, mas serao incluidos no processo de resolugao quando for estudada com mais de- talhes a atuagdo dos dispositivos de controle existentes no sistema (Cap. 6). Uma outra situacdo, nao representada na formulagao basica, refere-se & modelagem das cargas: foi visto que as barras de carga sio modeladas como sendo do tipo PQ, em que P, € Q, sio considerados constantes a representagao de barras de carga, nas quais as poténcias ativa ¢ reativa yariam em fungdo da magnitude da tenso nodal, sera considerada no Cap. 6 node corsa ~ asectos gris 3 © conjunto de equagdes do problema do fluxo de carga é formado por duas equacdes pura cada barra, cada uma delas representando 0 fato de as poténcias ativas ¢ reativas injetadas em uma barra serem iguais 44 soma dos Mluxos correspondentes que deixam a barra através de linhas de transmissio, transformadores, etc. Isso corresponde a imposicdo da Primeira Lei de Kirchhoff e pode ser expresso matematicamente como se segue: PLE & PamlHis Vas Oas On) (aay + OM) = E Daal Vi, Vas On, Om) oS, NB, sendo NB o nero de barras da rede conjunto das barras vizinhas da barra k ¥,, Va — magnitudes das tensdes das barras terminais do ramo k= m (4m ~ angulos das tensdes das barras terminais do ramo k—m Pom ~ fuxo de poténcia ativa no ramo k—m Qyq — fluxo de poténcia reativa no ramo k—m OF — componente da injecio de poténcia reat mento shunt da barra k (Qi) = bj* tancia shunt ligada & barra k). devida a0 ele- V2, sendo by" a suscep Como sera mostrado mais adiante, nessas equagdes os Jingulos 6, € Dy aparecem sempre na forma 0) ~ (ly, significando que uma mesma dis. Vribuigio de fluxos na rede pode ser obtida se for somada uma cons- tante arbitraria a todos os angulos nodais, ou seja, o problema do fluxo de carga é indeterminado nas variaveis 0,0 que torna necessaria a adogio de uma referéncia angular (isso pode ser feito por uma barra tipo V8, conforme foi mencionado anteriormente). As expresses (I.1) foram mon tadas considerando-se a seguinte convengdo de sinais: as injegdes liqui das de poténcia sio positivas quando entram na barra (geragio) € ne gativas quando saem da barra (carga): 05 fluxos de poténcia so posi tivos quando saem da barra ¢ negativos quando entram: para os ele- mentos shunt das barras é adotada a mesma convengio que para as injegdes. Essas convengdes de sentidos para as poténcias ativas ¢ reativas sao as mesmas utilizadas para correntes ¢ estio indicadas na Fig. 1.1 © conjunto de inequagdes, que fazem parte do problema do fuxo de carga, € formado, enire outras, pelas restrigdes nas magnitudes das tensdes nodais das barras PQ ¢ pelos limites nas injegdes de poténcia reativa das barras PV: van cy, < ve or 1, B sera indutivo (mesmo sinal que Je) enquan- to C seri do tipo capacitivo: haverd uma tendéncia a diminuir Y, ¢ au- rmentar by, Se uma das barras terminais tiver tensdo regulada (PY, HO, et.) u estiver eletricamente proxima de uma barra desse tipo, a outra barra terminal solrera os efeitos das alteragdes na relagdo Isa. Nestes casos, ‘ou seja, quando uma das tensoes terminais ¢ rigida, tudo se passa como se 0 transformador se apoiasse em um de seus terminais para clevar ou diminuir a magnitude da tensio do terminal oposto. 8 ‘FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 1.23. Transformadores defasadores Este tipo de transformador permite que se controle 0 fluxo de po- téncia ativa do ramo no qual ele esti inserido. A situagio ¢ andloga a de um circuito (rede) em corrente continua no qual se insere uma fonte de tensio em um de seus ramos. Dependendo da polaridade da fonte, a cortente que passa no ramo poderi aumentar ou diminuir devido a introdugdo da fonte, eventualmente mudando de sinal. Em uma rede de transmissdo em corrente alternada, 0 defasador, como 0 proprio nome indica, consegue afetar o fluxo de poténcia ativa introduzindo uma de- fasagem entre os nds k e p (ver 0 modelo de defasador puro na Fig. 16). Ono) (yore (ns6n) Loe t ° le o Ym — In ae! Figura 16 ~ Delasador puro (r= 6) Considere-se, por exemplo, uma situagdo na qual, antes di duzir o defasador, 0 fluxo de poténcia ativa tem o sentido k-+m ( Seja > 0 0 ngulo introduzido pelo defasador, isto & #,—@ +9. S © ramo k—m for radial, © luxo Py» fiearé inalterado, passando a nova abertura angular do ramo k—m a ser dada por n= in + @. OW Sei a abertura angular sobre a sdmitancia Yiq flcara inalteradat (By = ly pois os nds pe m sofrerdo a mesma variagao angular (8, = Be + oe A= Um +6) Se 0 tamo k—m nao for radial, situagio que realmente tem interesse pritico, 0 restante do sistema tender a impedir que a aber- {ura angular Yq Vari livremente, € a variagio provocada pela introdug do desafador Seré tanto menor quanto mais “forte” for o sistema de transmisso (ou quanto maior fora magnitude da susceptineia equivalente total entre os nés k em, em relagdo a susceptancia do defusador). Neste aso, a abertura angular sobre a admitancia ig PaSsara 3 SET Bpy > He ‘0 que implicurd um acréscimo no fluxo de poténcia ativa no ramo k —"m. © mesmo raciocinio pode ser repetido para y negative, caso em que © fluxo de poténcia ativa no ramo km diminuira com a_ intro: dugio do defasador, Uma situagio extrema ocorre part sistemas infinitamente “fortes”, para os quais os angulos 8 € 4, sio rigidos. isto € ndo variam com 0 Angulo @ introduzido pelo defasador (obvia~ ‘mente, esta & uma situagao ideal), Neste C480, teM-S€ By = Gyn — 0 = Bh 6, OU Sea, a abertura angular sobre admitiincia Yq. apos.a introducao do delasador, & Bye @2n-+ 9. Iso significa que todo"e Angulo y do d fasador é somado 'd abertura angular existente inicialmente entre os pon- tos pe m (se @ for positivo, o fluxo de poténcia ativa aumentara, ¢ vic intro- iy Fino de carga — aspectos gris 9 versa). Existem, portanto, duas situagdes exiremas: o ramo k~m é radial, ASO EM GUE ym = pms Signiticando que © uxO Prw independe de 9: © ramo k—m nao € radial ¢ a rede é infinitamente forte entre os és k € m, caso eM QUE pm = On +g. significando maxima influéncia de @ sobre Pia. AS situagdes praticas esto entre os dois extremos, ou seja. para >0, LeM-Se Om < Opn < ow + @ (Felagio andiloga vale para y <0) Note-se que toda a’ discussdo precedente vale para sistemas de trans Imisso tipicos, nos quais os fluxos de poténcia ativa dependem basica- mente das aberturas angulares nos ramos (as reatincias série so muito maiores que as resistencias série). No caso do defasador puro (aquele que s6 afeta a relago entre as fases das tensdes Ey © E,, sem afetar a relagdo entre suas magnitudes), tem-se: (116) © que equivale a dizer 0, = +0. (47) pois as magnitudes das tensdes ¥, ¢ Va so iguais. Substituindo-se (1.16) em (1.11), obtém-se ie = phe mee (1.18) AS correntes Tim © Tu podem ser escritas em fungio das tensdes sterminais, da mesma forma que foi feito para o transformador em-ase, resultando Tam = ~1*Yaql Em — Ep) = Oia Ei + (= OV ml Ew (119) Ine = Siml Em — Eq) =(~ en) Ea + Ol Em Pode-se observar facilmente que ¢ impossivel a determinagio dos para metros 4, Be C do circuito equivalente 7 neste caso, pois nas expres- sdes (1.19) 0 eoeficiente de Ey, na equagio de Iq difere do coeficiente de Fy na equagio de Im (—T*Yim € ~ lq, Fespectivamente). Ja foram discutidos 0 transformador em-fase (1 = a) ¢ 0 defasador puro (1 =e"). O defasador com 1= ae"? afeta nio s6 0 fluxo de poténcia ativa mas também o fluxo de poténcia reativa (ou as tensdes terminais, ‘© que da no mesmo) do ramo onde esta inserido. O procedimento seguido na obiengdo das equagdes de In € Im» NESE Caso, & 0 mesmo dos casos precedentes. ¢ pode ser facilmente repetido por analogia. A inica dife renga, em relagio as expressdes (1.19), € que 0 coeficiente de E, na equa- ‘¢Ho de fag Passat & Ser d?4m €M Ver dE Yun, Uma possibilidade pratica 10 ‘RLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETAICA © simples de se representar aproximadamente um defasador com a# 1 cconsiste em utilizar-se de um modelo constituido de um transformador em-fase (t= a) em série com um defasador puro (¢ =e!) 1.3. Fluxos de poténcia ativa reativa As expressdes dos fluxos de poténcia ativa Pip € poténcia reativa cm podem ser obtidas a partir dos modelos apresentados na segio pre- cedente, conforme seri mostrado a seguir. 1.3.1. Linkas de transmissio J4 foi visto anteriormente que a corrente fq em uma linha de trans missio € dada por Fam = Yam Ex — En) + JIE, (1.20) © fuxo de poténcia complexa correspondente € Stn = Pan — iQtm = Et lam = = Tim eM (H OP — Veg eo) + jit, V2 an Os flux0s Pin € Qum SiO obtidos identificando-se as partes reais e ima- ginarias dessa equaigdo complexa, resultando Pam = Vi7Gam — Vi Vnithum C05 On — Vi Vadim S60 Oy (1.22) am = — Vidhan + bit) + VaVinbim 208 Ohm — Vi Vain SEM Ohm Os fuxos Pry © Om, 80 obtidos analogamente: Pra = Vim ~ Vi¥ondum 605 tm + Vi Voi 860 Oayy (1.23) Qo = — VElPim + BIR) + ViVi CO8 Om + Vi Vindi SEP Oa As perdas de poténcia ativa e reativa na linha sio dadas, respecti- vamente, por Pam + Pat = Gin VE + V3, 2 VV 00S Oty) tom | Ex — Em? (1.24) am + On = — BEM VE? + V2) — bug VE + VB. 2V, Fn 08 Oo ave + Ve — bim| Ex Em|? ‘Puro de carga aspectos gras te Notar que |£,~Eq| € a magnitude da tensio sobre 0 elemento série do. modelo equivalente 1: im | Ex — Em|? sto as perdas Ghmicas: ~ bun | Ex — Em | S20 as perdas reativas no elemento série: e — beh V+ V3) corresponde i geragio de poténcia reativa nos elementos shut (lembrar que, em linhas reais, bq <0 © By3,> 0). 1.32. Transformadores em-fase Foi visto na seedo precedente que a corrente Iq em um transforma- dor em-fase Jim = Annu — End (1.25) © Muxo de poténcia complexa correspondente & dado por Ste = Pan HQtm = EP lin = Vee (ay Ye — Vy) (Ps) Os f1Ux0s Pim © Qi SG0 obtidos identificando-se as partes reais © imagi- hnarias dessa equagdo complexa, resultando Pan = (Gam¥a) Gam ~ (nM )Vndim C08 Ooms — (dn ¥) VnPie 86M Oa 27 Dam = — (dn Va? Ban + (ton Yi) Vim €08 Oa ~ (Cin Fe) Vain SEP Oa Estas expressdes poderiam ter sido obtidas por inspegio comparando-se (1.26) com (1.21): em (1.26) ndo aparece o termo jbj}.V? ¢, no lugar de V,, aparece din. Conseqiientemente, as expressies de Pam © Qum Para co transformador em-fase sio as mesmas deduzidas para linhas de trans- ‘missiio, bastando ignorar 0 termo que depende de if, © substituir h, POF dual 1.33. Transjormadores. defasadores Para 0 defasador puro foi visto que Tan = Yam Ey — ©! Eg) = Ya mE, Om — Eq) (1.28) © Muxo de poténcia complexa correspondente & dado por Ste = Pun — Qin = Et lin = a (129) = vam Yee IA mY, eA! Hed — Va ee) 12 FLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETIICA Os Muxos Puy € Qi S40 obtidos identificando-se as partes reais ¢ ima- gindrias dessa equagao complexa, resultando Pam = Vithn ~ ViVoidam COS (Oy + Pim) — ViVedbim S80 (ame * Pa) (1.30) Qim = — Vi bam + Vi Ve Pim COS (Ose + Pr) — Vi Vinion SEM (om + umd Estas expressdes poderiam ter sido obtidas por inspecdo comparando-se (1.29) com (1.21): em (1.29) no aparece o termo jbit ¥? ¢, no lugar de 04, aparece 0, + Oin- Conseqiientemente, as expressdes de Pon © Qum Para ‘0 desafador sdo as mesmas deduzidas para linhas de transmissio, bas- tundo ignorar 0 termo que depende de Fi € SUbSLIUIE Mae POF Van + Som 1.34. Expressdes gerais dos fluxos s fluxos de poténcia ativa e reativa em linhas de transmissdo, trans- formadores em-fase, defasadores puros ¢ defasadores, obedecem is expres- ses gerais Pam = (am¥a Yam ~ (Gan) Valin £08 (i + ig) ~ (ain Vi) Vebem 82M (Bam + Pam) (131) Qn = (lam Va? (Pam + BIR) + (dam) Vain €08 in + in) + ~ (Gig ¥) Vin $29 lime + Pie No caso de linhas de transmissi0, die = 1 € Gin =O. Para trans- formadores em-lase, b= 0 € Pin = 0. Para os defasadores puros, bik = 0 € din = |. Finalmente, para os defasadores, bi = 0 No inicio deste capitulo, foi formulado 0 problema do fluxo de carga como sendo edmposto de dois sistemas algébricos: o sistema de equa- ges (1.1) € © conjunto de inequagdes (1.2), Neste ponto, ¢ interessante otar que 05 f1Ux0S Pig € Qo, que aparecem em (I.1), sio dados gene- ricamente pelas expressoes (1/31) 1.4, Formulacio matricial A injegdo liquida de corrente na barra k pode ser obtida aplicando-se a Primeira Lei de Kirchhoff a situagdo geral representada na Fig, 1.1 Lt M= Stig (k= 1,.NB) (32) Esta expressio, para k ‘Puno decargn — nspecon gers 13 A corrente fig em uma linha de trans dor em-fase (Fig. 14) ¢ defasador puro (Fig. pelas seguintes expresses: 10 (Fig. 1.2), transforma- 6) € dada, respectivamente, Jam = (am + JPRRVE, + (= Yin) Em Jagg = (GinVindE, + (= dundin) Em (133) Tam = Vind Eg + (= 61a Em, conforme ja foi demonstrado anteriormente (expresses (1.20), (1.25) € (1.28), respectivamente). As expressdes (1.33) podem ser postas na seguinte forma geral Van = (dimVion + Fim) Ex + (= Aig ©! Vem Eos (134) sendo que, para linhas de transmis, dim=1 € Gin =0: para trans- formadores em-fase, bid, = 0 © Gin = 0: €, para defasadores puros, bis € diq= I. [Lembrar que os delasadores com dyn #1 so representados fon ator pola Tf trom translormador em-fase (m= 0) Considerando-se /ue dado em (1.34), a expresso de J, (1.32) pode ser reescrita da seguinte maneira = GP +S Gi + tintin] Ex +S (~ dim Yin) Em (1-35) NB, pode ser posta na forma matricial vE, (136) em que —vetor das injegdes de corrente, cujas componentes sto 1k= 1, NB) E-~ vetor das tensoes nodais cujas, componentes sto E,= Ve" Y = G+)B— matriz admitancia nodal Os elementos da matriz. ¥ sdo Yin =~ din Vm ti (137) = jb +S bi + aba Mend Em geral, essa matriz € esparsa, ou seja, tem uma grande proporgao de elementos nulos, pois Yiq= 0 Sempre que entre 0s nds k © m nao exis- tirem linhas ou transformadores. Note-se que, se 0 elemento existente entre as barras k e m for uma linha de transmissio, Yq = — Jimi Se for tum transformador em fa8@, Yin = —dinJim € S€ for um defasador puro, 4 |RLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Yim= —€-/*" Yq. Se a rede for formada de linhas de transmissdo © transformadores em-fase, a matriz Y sera simétrica. A presenga de de- fasadores torna a matriz assimétrica, pois neste caso, para o modelo da Fig. 1.6, Yn = Cig © Vag = —O™ Yamw A injecdo de corrente 1,, que € a k-ésima componente do vetor I, pode ser colocada na forma T= Maat Y YwEm = So Yom Eims (1.38) em que K € 0 conjunto de todas as barras m adjacentes i barra k, in- cluindo a propria barra k, ou seja, 0 conjunto K é formado pelos ele- mentos do. conjunto 0, mais a propria barra h. Considerando-se que Yin = Ginn + JBum © Em = Vue? & expresso (1.38) pode ser reescrita da seguinte maneira n= ¥ (Gim + JBim) Vm (1.39) A injegdo de poténcia complexa 5, € St =Pr—JQ.= Eth (140) Substituindo-se (1.39) em (1.40) © considerando-se que Ey obtém-se: St= Ke YL Gem + JB) Vm") al) As injegdes de poténcia ativa e reativa podem ser obtidas identificando-se fas partes real © imagindria da expresso (1.41) PL = Va LY, Val Gim 005 Om + Bi S62 Osh (14a) Q VT ValGim $m Oy — Bin 08 On) 15. Impedancia equivalente entre dois nds Nesta segdo sera descnvolvida uma expresso que da a impedincia (ou a admitancia) equivalente entre dois nos quaisquer de uma rede de impedincias: modeladas por / = YE. Este resultado & muito importante € sera utilizado varias vezes nos capitulos subsequentes Seja Z= Y-' a matriz impedancia nodal da rede (¥ € Z simétricas). A impedancia equivalente entre os mds k € m pode ser determinada como se segue’ ‘Pvo de cope aspects gees 16 1) Imagine-se que todas as fontes de corrente (L) sio desligadas da rede e que uma fonte de corrente ideal e unitaria seja ligada entre 0s nés k Rede (a) (b) Figura 17 ~ Determinagio de 22% fi) Nesta situagdo, a diferenga de tensfio entre os nds k e m sera dada por Ey Em= Zin + Zam — 2Z em 1.43) sendo Zi. Zim € Zim elementos da matriz Z, conforme € indicado a seguir. Zu Zim silk = 7 (144) nt Zoom | -1 | m 16 ‘UXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA {i) A impedineia equivalente = € dada pelo cociente da queda de tensio entre os nds k—m e a corrente aplicada. Como a corrente & unitaria tem-se Zu + Zam — 2Zim (14s) Problemas 1.1. Considerar um sistema constituido de trés barras e trés linhas de transmissdo, cujos dados, em p.u., esto tabelados a seguir (ver o ‘modelo equivalente 1 representado na Fig. 1.2): Linha r x bo 1-2 | 010 | 1,00 | 09s 1-3 | 020 0 | 0.10 0.10 | 1,00 | 0.05 a) Montar @ matriz. admitincia nodal ¥; tomando 0 né terra como, referéncia, 6) Colocar a matriz ¥ na forma Y= G+jB, em que G & a matriz condutincia nodal e B é a matriz susceptincia nodal 12. Determinar a matriz impedancia nodal (Z= Y do problema precedente. 13. Determinar a imped: do Prob. 1. 14, Considerar bis = bis ") para o sistema Sy entre os nds 2.¢ 3 da rede equivalente para a rede do Prob. 1.1 4a) Calcular as matrizes Ye Z para o novo sistema, tomando a bar Fa I como referéncia (note que no existem ligagdes para 0 nd Kerra: as matrizes Ye Z passam a ter dimensio 2 x 2) ) Determinar a impedancia equivalente 2$', entre os nds 2 ¢ 3 da nova rede; comparar com 0 resultado obtido no Prob. 1.3. Capitulo 2 FLUXO DE CARGA LINEARIZADO © fuxo de poténcia ativa em uma linha de transmissdo € aproxi- madamente proporcional & abertura angular na linha € se desloca no sentido dos angulos maiores para os Angulos menores. A relago entre 0s Mluxos de poténcia ativa eas aberturas angulares & do mesmo tipo da existente entre os fluxos de corrente e as quedas de tenso em um cir- cuito de corrente continua, para a qual é valida a Lei de Ohm. Esta pro- priedade possibilita o desenvolvimento de um modelo aproximado, cha- mado de fluxo de carga CC, que permite estimar, com baixo custo com- putacional e preciso aceitavel para muitas aplicagdes, a distribuigdo dos fluxos de poténeia ativa em uma rede de transmissdo. Este tipo de modelo linearizado tem encontrado muitas aplicagdes na andlise de sistemas eletricos de poténcia, tanto em planejamento como na operagao do sistema, © fluxo de carga CC ¢ baseado no acoplamento entre as varidveis Pe 0 (potencia ativa/angulo) e apresenta resultados tanto melhores quan- to mais elevado o nivel de tensio. Além disso, o mesmo tipo de relagao valida para linhas de transmissio pode ser estendido também para trans- formadores em fase ¢ defasadores. Este modelo linearizado, no entanto, ndo é aplicavel para sistemas de distribuigio em baixa tensio, nos quais 6s uxos de poténcia ativa dependem também, e de maneira significativa, das quedas de tensdo. Nestes sistemas & possivel a utilizagaio de modelos linearizados baseados em outras caracteristicas fisicas da rede, que nao a relagdo Pt Deve-se observar que 0 Modelo CC nio leva em conta as magni- tudes das tensdes nodais, as poténcias reativas € os taps dos transforma- dores, Por esta razio ele no pode substituir por completo os métodos nio-lineares de fluxo de carga, mas tem, todavia, grande utilidade em fases preliminares de estudos que exigem & anilise de um grande niimero de casos, © que dificilmente poderia ser feito utilizando-se os métodos convencionais. Em fases subseqiientes dos estudos, se for necessirio 0 Conhecimento de variaveis como as magnitudes das tensbes, os fluxos de poténcia reativa ¢ 0s valores dos raps de transformadores, entdo deve-se partir para uma solucio exata utilizando-se um dos métodos elissicos de fluxo de carga (Newton, desacoplado, ete.) 1 ALUXO DE CARCA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 21, Linearizagio Considere-se 0 fluxo de poténcia ativa Py em uma linha de trans- isso, dado pela expresso (1.22) deduzida no capitulo precedente: Pan = Vigin — WV 98 am —V;VgPim 820: 1) © Muxo no extremo oposto da linha & Ps = V2him — VeVedtn COS Oy + ViVain SED Oo 22) Ji foi visto que as perdas de transmissio na linha so dadas por Pam + Pou = GinlV2 + V2 — 2¥,Vn COS Osm) 23) Se os termos correspondentes as perdas forem desprezados nas expres- 80€5 de Puy € Pou, terse Pan = — Pri = ~ViVabin SEM Oa (24) As seguintes aproximagdes podem ainda ser introduzidas em (2.4): W=Vy = 1 pu Om 25) sen Oy =1 by Xin © fluxo Py pode entdo ser aproximado por Pom 26) Esta equagdo tem a mesma forma que a Lei de Ohm aplicada a um re- sistor percorrido por corrente continua, sendo Pyq anilogo a intensidade da corrente: 6 € 0 anilogos as tensdes terminals: € X4y andlogo resis téncia. Por esta razdo, 0 modelo da rede de transmissio baseado na lagdo (2.6) & também ‘conhecido como Modelo CC. Considere-se agora 0 fluxo de poténcia ativa Py, em um transfor- mador em-fase, dado pela expressio (1.27) deduzida no capitulo precedente: Pam = (Aon Vi)? Gm — (Am Vi) Ven Bem COS Ome (Ae Va) Vo iy SO ky, (2.7) Desprezando-se os termos correspondentes as perdas ¢ introduzindo-se a8 aproximagoes (2.5), chega-se a Pano ce cng inearindo 19 Pn = dimen Ohms (28) sendo que dig pode ainda ser aproximado por din 1, caso em que a expresso do fluxo de poténcia ativa no transformador se reduz a expressdo (26) valida para linhas de transmissio. O fluxo de poténcia ativa Py, em um defasador puro & dado pela expresso (1.30): Pam = VE dam — Vi Von am 608 (Oamn + Gi) — Ve Ve Phe $60 (Osm + Pin) (2.9) Desprezando-se os termos eorrespondentes as perdas € considerando-se Ve=Vy= Iu iq = Xin) chegase a Pan = Xin! Se0(0in + Pin) 2.10) (Os angulos (x € Gum podem ter, individualmente, valores elevados. O mesmo, entretanto, nZo ocorre com a abertura angular efetiva Oym + um existente sobre a admitancia ),q, que € da mesma ordem de magnitude das aberturas angulares existentes em linhas de transmissio ¢ transfor madores em fase. Isto permite que seja feita a aproximacio Page = Xin hn + Om) uty © fuxo Pyq tem duas Componentes: uma, que depende do estado dos 16s terminais (xip!uq) € Outta, que sé depende do Angulo do defasador (az!@in). Considerando-s¢ gx como sendo constante (no caso em que in Varia automaticamente pode-se tomar © valor bisico), a expresso (Zi) pode ser representada pelo modelo linearizado da Fig. 2.1, onde 2 componente invariante do Mluxo (xiq!Pin) aparece como uma carga adicional na barra k e uma geragdo adicional na barra m (ou vice-versa, Para Pin Negativo). Pon o— © e+ we Kim Pe Xin Om Figura 21 ~ Modelo linearizado de um transformador deisador puro 20 FLUKO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 22. Formulagdo matricial (P 0) (© modelo linearizado desenvolvido anteriormente pode ser expresso matricialmente por uma equagao do tipo 1= YE. Para maior simplici- dade de exposigio, considere-se inicialmente uma rede de (ransmissio sem transformadores em-fase Ou defasadores. Neste caso, 08 fuxos de poténcia ativa nos ramos da rede so dados por Pon = Xint Om (2.2) fem que Xin € a reatdncia de todas as linhas em paralelo que existem no. amo k—m, A injecdo de poténcia ativa na barra que saem da barra, ow seja A € igual a soma dos fuxos Pe= Y xinOim (k= 1, NB) (2.13) Esta expresso pode ser colocada na forma Pr=CX xem +S (mint nd (214) que por sua vez admite uma representagio matricial do tipo P=BO (245) em que: o P= vetor das injegdes liquidas de poténcia ativa B — matriz tipo admitincia nodal ¢ cujos elementos sio: — vetor dos dngulos das tensdes nodais Bin = —Xinl (2.16) A matriz B, que aparece em (2.15), € singular, pois, como as perdas de transmissio foram desprezadas, a soma dos componentes de P € nula, ou seja, @ injegdo de poténcia em uma barra qualquer pode ser obtida a partir da soma algébrica das demais. Para resolver este problema, elimi- ha-se uma das equagies do sistema (2.15) ¢ adota-se a barra correspon: dente como referéncia angular (), = 0). Desta forma, esse sistema pass a ser ndo-singular com dimensio NB— 1 ¢ os fngulos das NB—1 barras uno de crs tinearizaso 2 restantes podem ser determinados a partir das injegdes de poténcia es- pecificadas nessas NB—1 barras (supde-se que a rede seja conexa) Considere-se agora um sistema no qual, além de linhas de trans- missdo, existem também transformadores em-fase e defasadores. Em re- lagio ao modelo desenvolvido anteriormente (P = B'0), duas observagoes devem ser feitas: uma referente a formacio da matriz dos coeficientes B © outra quanto ao vetor independente P. Transformadores em-fase © delasadores sdo tratados da mesma forma que as linhas de transmissi0 na formagao da matriz de B, ou seja, a regra de formagdo dessa matriz € 4 mesma para os trés tipos de Componentes. No que se refere ao velor P, deve-sc levar em conta em sua formagio a existéncia das injegdes cquivalentes utilizadas nia representagio de defasadores, conforme € in- dicado na Fig. 2.1 Considere-se como exemplo o sistema representado na Fig. 22, no qual a barra 5 foi adotada como referéneia, Neste caso, 0 modelo P= BO assume a forma A ee 0 0 % Pa mxib | sibtadtead | —aad 0 O Py 0 sadtasa | ad Os Ps 0 0 ash |asttat) |[o ir Ps Kas =P,-Pe-PyePy Figura 22 — Rede-exemplo de cinco barras 22 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA A utilizagio do modelo P= B0 pode ser ilustrada pelo sistema de trés barras representado na Fig. 2.3, onde todos os dados aparecem em pu. AS matrizes Be (B)"' so dadas, respectivamente, por B 2 By" Figura 23 — Rede-sremplo de trés burrs Os Angulos nodais (em radianos) so obtidos da seguinte mancira va | is 0s =14 o=@y'e a 7 1 | sie] | -10 3/8 ou seja, 02 = —0,25 ¢ 0; = —0,375. Os Muxos nas linhas so dadas por 75 Pya= xi 02= = Xi30.3 = 075 x7} 023 = 0,25 uno oe carga resins 23 23. Modelo CC A relagio P = B@ pode ser interpretada como o modelo de uma rede de resistores alimentada por fontes de corrente continua, em que P €0 vetor das injegdes de corrente, ) € 0 vetor das tenses nodais € Bé 4 matriz admitancia (condutncia) nodal. Assim sendo, todas as propric- dades validas para circuitos em corrente continua podem ser utilizadas para facilitar 0 entendimento do modelo linearizado da rede de trans isso. No Modelo CC, a componente P, do vetor P & a intensidade de uma fonte de corrente continua ligada entre 0 né k € a barra de refe- réncia: a reatincia xy interpretada como uma resistencia: € Us, como fa tensio do n6 k. A’Fig. 24 representa 0 Modelo CC correspondente a rede-exemplo de cinco barras dada na Fig. 22. Figura 24 ~ Modelo CC pura a rede-exemplo de cinco burrs da Fig. 22 Uma caracteristica importante do modelo lincarizado € o fato de ele fornecer uma solugo mesmo para problemas que ndo poderiam ser resolvidos pelos métodos convencionais de fluxo de carga, Isso ocorre freqiientemente em estudos de planejamento quando, para uma dada rede, testam-se acréscimos de carga/geragdo, Nesses estudos observam-se pro- blemas de convergéncia nos programas de fluxo de carga causados ou por insuficiéncia de suporte de poténcia reativa ou, entdo, por falta de capacidade de transmissio para atender as novas condigdes de carga. 24 FLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Em ambos 0s casos, 0 modelo linearizado fornece uma solugdo que pode servir como indicativo do que esta ocorrendo com a rede. Meso sendo aproximada, a solugao do Modelo CC & mais itil que a informagio dada por um programa convencional de fluxo de carga que diz simplesmente que a convergéncia nao foi obtida. A nica condigao exigida para que ‘© Modelo CC fornega uma solugao € que a matriz B’ nao seja singular, © que equivale a exigir que a rede seja conexa, Figura 25 — Redeexemplo de duas burras Considere-se o sistema de duas barras representado na Fig. 2.5, no qual as magnitudes das tensdes nodais slo unitdrias © a resistencia da linha é nula, A Fig. 2.6 apresenta duas curvas P x ) para o sistema da Fig, 25. A curva I se relere a Modelo CA Pa = Nipl SED Om (2.17) | Curva 2 (modelo CC) Curva 4 (modelo CA) : ~ ° Om Figura 26 ~ Curvas Pi? para os modelos CC ¢ CA, ‘node carp ineariado 25 enquanto 4 curva 2 corresponde ao Modelo CC Pam = Xia Oam (218) Pode-se notar que, para um nivel de carga P2, ambos os modelos forne- cem uma solugao, Ja para um nivel de carga mais elevado, P', 0 modelo nao-linear nao tem solugdo. A solugdo fornecida pelo Modelo CC, apesar incorreta, pode ser iil pois di uma idéia de quanto esti sendo exce- ida a capacidade de transmissio da linha, enquanto o modelo néo- -linear simplesmente diz que no ha solugio viavel. Conforme foi apontado anteriormente, uma outra razio pela qual fs métodos convencionais de fuxo de carga apresentam dificuldades de convergéncia em alguns estudos de planejamento é a falta de conhe- cimento sobre 0 comportamento reativo do sistema (reatores, conden- sadores, raps, barras PY, etc), O modelo linearizado P= B'0 ignora a parte reativa do problema, que entdo 6 ser considerada em fases subse- alientes do estudo, quando se tiver uma idéia mais conereta sobre as condigdes futuras do. sistema. 24. Represemacao das perdas no Modelo CC Em redes de transmissio com dimensdes elevadas, [2] 0 montante das perdas de transmissio pode ser muito grande quando comparado com 0 nivel de geragdo da barra de referéncia (ou barra de folga). Por exemplo, perdas totais de S00 MW para um nivel de geragao na barra de referéneia de 1.000 MW. Em situagdes como esta, os fluxos estimados pelo Modelo CC nas linhas que esto ligadas diretamente a barra de referéncia, ow esto em suas proximidades, podem apresentar erros muito elevados (100%, por exemplo) devido a’ nao consideragao das perdas de transmissao e da conseqiiente redugio da geragio da barra de refe- réncia (por exemplo, em vez de gerar 1 000 MW, gera apenas 500). Visto de outra forma, pode-se dizer que as perdas correspondem a cargas dis- tribuidas por todo o sistema, e que sao atendidas pela barra de referén« Isto porque, na formulagio usual do fluxo de carga CA, a injegio de poténcia ativa na barra de referéncia nao é especificada, sendo dada pelas perdas de transmissio (s6 conhecidas apds a resolugao do problema) ‘mais a carga liquida de todas as demais barras do sistema (cargas menos geragioy, Nesta secdo seri apresentada uma maneira aproximada © de baixo custo computacional de ge incluir © efeito das perdas de trans- missaio. no Modelo CC. 26 ‘ALUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Considere-se mais uma vez. a expresso da poténcia ativa P, (1.42). deduzida no capitulo precedente e reescrita a seguir: P= MD ValGim 0S Yan + Ban SD Dan 219) fem que K € 0 conjunto das barras vizinhas da barra k, incluindo-se a propria barra k. Aproximando-se as magnitudes das tensOes nodais por 1 pu, € rearranjando-se o somaterio, obtém-se Py = Guy + LY (Gam C08 Ohm + Bim SEM Oa) (2.20) em que 9, € 0 conjunto das barras vizinhas da barra k, excluindo-se a propria barra k. Considerando-se que 2) obiem-se TZ (1 = c08 Hen) din + Ti! SOM Oa Aproximando-se 605 hm = 1 = al? 2.23) Sem Om ~ Oa ae obtém-se, finalmente, Ps 12 ¥ dalle = xin!Oam (224) ‘Qual o significado de guaflim? Esta pergunta pode ser respondida anal sando-se-a expresso das perdas de transmissio na linha k—m Perdas = Pim + Pm = Geni + VE 2H, 608 Vim) (2.25) Fazendo-se ¥j=Vq= pu. € aproximando-se 08 Om por 1 ~ Oa/2. obtémse Perdas = Pam + Pra = dealin (2.26) Aunocecaryaneareato 27 Portanto, 0 lado esquerdo da Eg. (2.24) & dado pela injegio liquids de poténcia ativa na barra k menos a metade das perdas ativas de todas as inhas adjacentes a esta barra. Ou seja, 0 efeito das perdas pode ser repre- sentado aproximadamente como cargas adicionais obtidas dividindo-se as perdas de cada linha do sistema entre suas barras terminais (metade para cada lado). Desta forma, 0 Modelo CC passa a assumir a forma B+ pewtm = BO 227) ou seja, © novo modelo é obtido a partir do modelo original (P= 2), adicionando-se o vetor P™ ao vetor das injegdes nodais de poténcia ativa ‘Um procedimento que pode ser adotado na resolugio do sistema (2.27) consiste cm calcular uma solugdo temporaria 9 resolvendo-se 0 ‘BD, no qual o efeito das perdas ¢ ignorado: calcular as perdas aproximadas a partir da solucdo 0 e distribui-las como cargas adicionais por todo o sistema, conforme foi descrito anteriormente; finalmente, resolver o sistema (2.27), incluindo as perdas calculadas no passo prece- dente ¢ determinar 0 estado da rede 0, a partir do qual podem ser esti- mados os fluxos de poténcia ativa, Neste procedimento sio resolvidos dois sistemas lineares (para determinar 0 e 0, respectivamente). com ve- tores independentes distintos (P e P+ PP, respectivamente), mas com a mesma matriz dos coeficientés B. Ou seja, se a matriz inversa (B)-* for calculada para a resolueao do sistema P= BD, a mesma matriz pode ser utilizada na resolucio do sistema P + P*"* = BY (o mesmo ¢ valido se em lugar da inversa de B’ forem utilizados seus fatores triangulares LDU no processo de resolusio) Na anilise de contingéncias de linhas/transformadores € necessaria a resolugio de virios sistemas semelhantes que correspondem a uma série de configuracdes da rede obtidas a partir de uma configuragio basica (0 de uma (ou mais) inha/transformador por vez. Neste tipo de aplicagdo, pode-se considerar, sem deteriorar a qualidade dos resul- tados, que o vetor PP permanece o mesmo pata todas as contingéncias. Isto significa que busta caleular o vetor de perdas para a configuragio bisica. Problemus 2.41, Considerar uma linha de transmisso k—m cujos parametros do mo- delo equivalente 7 S80: rum 0.1 P-ly Xem= 1,0 pa. € bit= 005 pu. (wer a Fig, 1.2). AS magnitudes das tensdes das barras terminais so 1,0 pau. € Vy 098 p.u.: a abertura angular na linha é Vo_= 15". cular © ffuxo de poténcia ativa Puy 28 23, FLUXO DE CARGA EM REDES OF ENERGIA ELETAICA b) Caleular as perdas de transmissdo de poténcia ativa (poténeia ativa dissipada na fina) ¢) Calcular 0 fuxo de poténcia ativa Py, utilizando @ Eq. (2.4), que foi obtida desprezando-se as perdas ‘de transmissao. 4), Caleular o fluxo de poténcia ativa Pi, wtilizando a Eq, (2.6), que corresponde ao modelo CC. 2. Considerar novamente a rede de trés barras descrita no Prob. 1.1, do Cap. 1. As injegdes de poténcia ativa nas barras 2 ¢3sio Ps = —0.05 ¢ Py= —0015 pu. Determinar a distribuigdo dos Muxos de poténeia ativa na rede, utilizando © modelo de fu barra 1 como referéncia angular (0 de carga CC. Adotar a No sistema utilizado no problema precedente, a linha 1-2 é subs tuida por um defasador puro, cujos parimetros sio: xj2= 10 € M2= +10 a) Determinar © modelo CC do defasador (ver a Fig. 2.1) +) Determinar a distribuigio dos fuxos de poténcia ativa na rede, uiilizando © fluxo de carga CC. ©) Repetir os itens a © b considerando-se, agora, «2 10 Capitulo 3 ELIMINACAO DE GAUSS Viirios problemas de anilise de redes de energia elétrica envolvem a resolugao de sistemas algébricos lineares de grandes dimensdes com matrizes de coeficientes altamente esparsas (por exemplo, matrizes com , de elementos nulos), Além da matriz admitancia nodal ¥, pode-se como exemplos outras matrizes que aparecem em programas de fluxo de carga © que apresentam estruturas semethantes a da matriz. ¥ como € 0 caso da matriz Jacobiana do método de Newton (incluindo as verses desacopladas) e da matriz B' do Mluxo de carga CC. Os sistemas lineares meneionados anteriormente podem ser repre- sentados de uma forma geral por Gay tem que A € a mattiz dos coeficientes (n x n),x € 0 vetor dependente (nx 1) © b€0 vetor independente (n x 1), No caso de solugdes repetidas para ¢ vetores independentes com a mesma matriz 4, tanto x como 6 passam a ser matrizes (nx €) Uma mancira de se resolver 0 sistema (3.1) seria pela obtengio da matriz A explicitamente. Isto, no entanto, além de ser computacional- mente pouco eficiente, seria impraticavel para matrizes A com dimensdes elevadas. A razao € que, apesar de A ser esparsa nos problemas menciona- dos amteriormente, sua inversa A~' em geral € cheia. As técnicas de fa- toragio triangular de matrizes esparsas [3] (decomposic LDU) utilizadas na resolugdo de sistemas lineares evitam a ulilizagao da matriz 4”, operando s6 com as matrizes-latores L, D ¢ U, que sio esparsas Essas técnicas de esparsidade consistem basicamente ém armazenamento compacto dos termos ndo-nulos da matriz dos coeficientes: determinagio 6tima da ordem de pivoteamento: aplicagio do método da eliminagio de Gauss para a obtengao dos fatores triangulares da matriz dos coefi- Gientes: , finalmente, obtengdo da soluedo do sistema para um ou mais vyetores independentes utilizando-se os fatores triangulares obtidos an- teriormente, 30 FLUXO DE CARGA EM REDES OF ENERGIA ELETRICA BL. Matrices tipo admitdncia nodal ‘A matriz admitincia nodal Y é a matriz dos coeficientes do modelo linear: =YE 62) tem que J é 0 vetor de injegdes de corrente ¢ E & 0 vetor das tensies nodais (ambos complexos). No Cap. 1, onde essa expresso foi desenvolvida, foi mostrado também que a componente /, do“vetor I & dada por = YuEet YD Vian 63) em que € o conjunto das barras vizinhas & barra k. Isto significa que, na linha da matriz ¥ correspondente & barra k, s6 slo diferentes de zero (0s elementos Yq, para m=Kou me. Dito de outra forma, a razio pela qual aparecem Zeros na matriz ¥ € que o fluxo de corrente em uma li- gagio k—m s6 depende do estado dos nés ke m (lembrar que a injecio de corrente na barra k € dada pela soma dos fluxos nas ligagdes adjacentes ‘mais a corrente no elemento shunt). Um exemplo de matriz admitancia nodal € dado na Fig. 3.1. Neste caso, a existéncia de um circuito entre ‘os nés 2 € 3 implica que os elementos (2,3) ¢ (3.2) da matriz admitancia siio diferentes de zero. ® ® ® 423456 oonaN= ® © © (a) (b) Figura 31 — Estrutura da mavria admitincia nodal: (a) rede © (b) matrix ¥ (O grau de esparsidade de uma matriz ¢ definido como a porcentagem de elementos nulos dessa matriz. Em particular, a matriz admitincia nodal de um sistema de NB barras e NR ramos, com referéncia no né- terra, tem um grau de esparsidade dado por (NB + 2NR) NBP Para um sistema com 100 barras (NB = 100) ¢ 200 ramos (NR = 200), © grau de esparsidade € de 95°, Para um sistema com NB=1000 € GE + 100% G4) trina de Goes 31 NR = 2000, o grau de esparsidade € de 99.5%. Nos exemplos preceden- tes, considerou-se que uma barra tem em média quatro ramos ligados a cla (NR=2NB), Em sistemas reais, entretanto, este nimero em geral € menor que quatro (NR <2NB), significando que os graus de esparsi- dade sdo ainda maiores que os estimados anteriormente. Outra obser- vagio importante € que 0 grau de esparsidade cresce com as dimensdes da rede, Isto se deve ao fato de o nimero médio de ramos ligados a uma barra ser praticamente independente das dimensdes da rede (na expresso (3.4), para uma relagio NR/NB constante, GE € uma fungdo crescente de NB). O efeito das dimensdes da rede sobre 0 grau de esparsidade pode ser avaliado comparando-se os exemplos dados nas Figs. 3.1 ¢ 32. Note-se que a segunda rede € uma expansao da primeira ¢ que o nimero de ramos adjacentes aos nés 1,2 €3 é 0 mesmo na rede inicial e na expan- ida, 0 que implica uma maior porcentagem de zeros nas trés primeiras linhas © colunas da matriz admitancia nodal. 123456789 @_ © ® 4 2 j 3 ®, © 4 | ae | a 7 ze ® ® ah|s (a) () Faw $2 ~arutua da mais ania nodal: a) ee © () mai ¥ 3.2. Método da eliminacdo de Gaiiss © sistema algébrico linear (3.1) pode ser reeserito da seguinte forma: aa] aie | as aye | pm] fe aay | dar | daa |» aay x2] [br 4 as) ar | dna | aoa Gan xa} [oy 32 PLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA ‘A solucio desse sistema pode ser obtida aplicando-se © método da eli- Imago de Gates em its eapas: na prime lo 2rudasos elements do tridngulo inferior da matriz dos coelicientes pelas combinagbes linea- rexeetuadas com ay equates que onstivem o tstema [3], ra semund Ga oe demeaier da tasprad cant sts bos pues Lie cada equagio pelo elemento correspondente da diagonal principal da matriz de coeficientes resultante do passo precedente; e, na terceira etapa, sio_zerados os elementos do tridngulo superior (pelas combinagoes li- Rata) o que Atabe por GaTllonnar-E PsiNt dos coetceates uma matriz identidade. Os sistemas resultantes em cada uma das trés etapas descritas anteriormente sio dados, respectivamente, pelas Eqs. (3.6), (3.7) © G8): Ha | ta | ais ay bi 0 | aya | ars dan by = G6) of} oo] o aay | | be i aia} ais ain x bi Of Ft | ais ain | | by : an of} ol] o Ss by 1} oo} 0 0 x by o} 1] o 0 x by (38) of} ol] o 5 by Note-se que as mesmas operagdes efetuadas com as linhas da matriz dos coelicientes so simultaneamente realizadas com o vetor independent, ninco de Gus 33 Considere-se como exemplo o seguinte sistema de terceira ordem (n= 3): 2] 4 x 1 -4|-7 | 0 x =] 1 2] 7] -9 iy 1 Apés cada uma das trés ctapas do processo de resolugio por climinagao de Gauss, 0 sistema assume, respectivamente, as formas 2 4 | -6 *y 1 0 1 x [=| 3 o | o 3 xy ~9 ' 2 x 0 1 |x f= o | 0 1 Xs 3 1 o}o Bes -5/2 ° 1 | o x. f=] -3 of} oft & 3 o.que fornece a solugao x, 3. Note-se que neste exemplo, pelo fato de a matriz ser cheia, ndo aparecem claramente as van- tagens da aplicagio do método da eliminago de Gauss a sistemas com matrizes de coeficientes esparsas, nas quais uma parte dos cocficientes jit € formada de zeros, o que reduz o trabalho de eliminacao. Existem dois esquemas basicos de se aplicar o método da eliminagao de Gauss para se zerar 0s tridngulos inferior e superior da matriz dos coeficientes, conforme esti indicado na Fig. 33. Para se zerar o trifngulo inferior pelo esquema a, as colunas so operadas uma por vez, da esquerda para a direita, sendo os elementos de cada coluna zerados de cima para 34 ‘AUUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA rere (b) Figura 33 — Faquemas de climinagio por colunas (a) © por linhas (b) baixo. No esquema h, as linhas so operadas uma por vez, de cima para baixo, sendo os clementos de cada linha zerados da esquerda para a ireita, Para se zerar 0 tridngulo superior, no esquema a as colunas so percorridas da esquerda para a dirtita e, no esquema b, as linhas sio percorridas de baixo para cima. Estes procedimentos garantem que os zer0s obtidos nos passos iniciais nao serio destruidos nos passos subse- qiientes do processo de eliminagao. 33. Matrizes elementares Foi visto anteriormente que 0 método da eliminagdo de Gauss con- siste basicamente em se obier t solugdo de um sistema do tipo Ax=b pelas combinagdes lineares efetuadas com as linhas da matriz. dos coe Gientes 4 e com os elementos do vetor independente b. Essas combinagdes lineares podem ser interpretadas como operacOes com matrizes elemen- tares do tipo i i i 39) . 1 1 Em um estagio intermediério qualquer do processo de eliminagio, para se zerar o clemento (i,j) da matriz dos coeficientes basta premulti- Plicé-la pela matriz elementar Ty, com ¢j= ~ay/ayy, €M Que ai; © dj; mina Gnuss 35 so 08 valores atuais dos elementos (i,j) ¢ (jj) da matriz, Para tomar Unitario o elemento (i, i) da matriz dos coeficientes, basta premultiplici- pela matriz elementar Ty com ¢= I/ay. Note-se que, quando essas 0 rages so feitas ordenadamente, como ocorre no método da eliminagio ‘de Gauss, uma operagdo elementar nao destr6i o efeito (zeros) produzido pela operacdes precedentes Considere-se mais uma ver 0 exemplo estudado anteriormente: a primeira operagao do processo de eliminagio, que consiste em zerar 0 clemento (2.1) da matriz dos coeficientes, pode ser expressa como uma operagio elementar com uma matriz T;,, com ¢ 3 1/4,.=2, ou seja 1/0} 0 2| 4] -6 2| 4] -6 2} 1] o]-}-4]-7] wy=] oo} 1] -2 o}of4 2|-7| -9 2 -9 De mancira aniloga, as demais combinagdes lineares efetuadas durante © processo de eliminagao podem ser representadas pelas operages com matrizes_ elementares. Premultiplicar uma matriz de coeficientes A por uma matriz cle- mentar T,, de mesma ordem (7j,) corresponde a substituir a linha i dda matriz 4 pela combinacao linear da prépria linha i com a linha j multi- licada pelo fator c,. Analogamente, premultiplicar uma matriz de coc- ficientes 4 por uma matriz elementar T,, de mesma ordem (Tj,A) corres- ponde a multiplicar a linha ida matriz A por cy. Isto significa que, quando ‘uma matriz elementar (7,, ou,,) premultiplicar uma matriz de coeficientes, cla realizara nessa matriz. as mesmas combinagdes lineares que devem ser efetuadas em uma matriz identidade de mesma ordem para se obter a matriz clementar em questdo. (Ou seja, a matriz T,, € obtida a partir dda matriz identidade premultiplicando-se a linha j por ¢,,€ adicionando-se © resultado linha i, que so as mesmas operagoes realizadas sobre uma matriz de coeficientes quando premultiplicada por 7),. Raciocinio ani- logo vale para a matriz T;.) 36 PLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETHICA © metodo da eliminagdo de Gauss descrito anteriormente pode ser executado por uma segiiéncia de operagdes com matrizes elementares, conforme esti ilustrado nas expresses (3.10) ¢ (3.11). Note-se que as ‘mesmas operagdes que transformam a matriz A na matriz identidade 1, (de ordem n) transformam também 0 vetor independente b no vetot solugao x, TATE. LAT AY)) = rare (3.10) Gun TAT by) = s parénteses so importantes pois indicam a ordem das operagdes, que & a seguinte T'A=A! THA! = AB (3.12) ruct=1, fem que cada premultiplicagio por uma matriz elementar corresponde & eliminagdio de um elemento da matri2 dos coeficientes ou entio nor- malizagdo (para 1) de um elemento da diagonal principal Considere-se novamente 0 exemplo estudado na segao precedente. A seguir estdo listadas todas as operacdes elementares indicadas em (3.12) gue correspondem it aplicagio do método da eliminagao de a resolugdo desse sistema: TA =A! rfo}o 4 |-6 2]r]o]- =[o]1 7|— \# 1 2 9 | ifo}o 2) 4 2] 4 |-6 of 1 fo}-} of 1}-2)=]o] 1 |-2 of 2| 7 0) 3 37 nacho Gauss Ti = AS 2| 4|-6 4] -6 of 1|-2]= 1 | -2 of 3 |-3 o| 3 TTT *A') = A® (operagies na diagonal) 12} 0] o 2 | 4 |-6 2-3 ofifo o| i |-2]= 1 | -2 o | 0 fia ofo}3 oft ifo]o 12 |-3 2] -3 oft -[o]1f-2]= 1) 0 ofola o}o}s ot ras at Pe] CPP 2] 0 ofr fof-fo]afof= tio ofofs ofofa ojn 1f2[0 if2[o o]o ol1fo of 1fol= i/o o}olt ofo}t o}t 38 FLUO DE CARGA EM REDES OE ENERGIA ELETRICA 3.4. Decomposigdo LDU A partir das expressdes (3.10) € (3.11) pode-se ver que a matriz invers A~! pode ser posta na forma Serge! pry G13) (Chamando-se yar G14) a matriz 4 pode ser colocada na forma fatorada: A=TIT} Ment GT B15) em que a matrizes elementares invertidas so dadas por i i 1 1 1 1 Ty'= * eT! = ca! i 3.16) ~cy : Isto significa que, para se inverter a matriz clementar r © sinal do elemento (i), passando de ¢,, para —c,. No caso da matriz Fc obviamente- 1 inven obtida pole daples versio do elemento c, “Se ar opstaghes clementares-pdicadar eat (012) Trem Teatizndas para, pela ordem, zerar os elementos do tridngulo inferior, normalizar ‘0s elementos da diagonal principal e zerar os elementos do triamgulo superior, entdo a expresso (3.15) poder ser reescrita ma forma A= [LB LE[D'D? ... DY[U'U? ... US] Eu} em que L, D' c U! operam, respectivamente,-no triingulo inferior, na diagonal © no triangulo superior da matriz dos coeficientes. ‘Sejam Lyq € Ly duas matrizes elementares correspondentes a opera~ ‘gdes efetuadas no triangulo inferior da matriz dos coeficientes. Considere- se ainda que, no processo de eliminagdio, o coeficiente (k,m) foi zerado antes que o coeficiente (i,j, ou seja, a matriz elementar Ly aparece antes que a matriz.L,,. Nessas condigdes, pode-se verificar que Lap Dead Ly k 3.18) -ey i 1 Ou seja, © produto Lani; € dado pela superposigzo das matrizes Lin © L,. Esta propriedade € valida tanto no esquema de climinagéo por coluinas como no esquema por linhas, Note-se, entretanto, que a relacao (3.18) nao € necessariamente obedecida no caso de as matrizes elementares Lag € Ly; Serem multiplicadas em ordem trocada Utilizando-se a relagdo (318), pode-se verificar que nt SHI ‘ou seja, © produto das matrizes [’, que correspondem as operagdes ele- mentares eletuadas no tridngulo inferior da matri2 dos coeficientes, € uma matriz do tipo triangular inferior 1 obtida pela superposigao das ma- trizes 2,0 mesmo tipo de propriedade vale para as matrizes elementares UP que operam no triingulo superior: LB... L G19) 1+ Zur ccm que U é uma matriz do tipo triangular superior. No easo das matrizes DP & facil verificar que u'v?... Us (320) D'D... =D 621) Note-se que as matrizes Le U preservam parcialmente a esparsidade da matriz 4, Os elementos ndo-nulos de Le U aparece s6 nas posigdes em que a matriz original A tinha elementos ndo-nulos ¢ em algumas outras posigaes que sio preenchidas durante 0 processo de eliminagdo (elemen- tos fill-in). A esparsidade das matrizes Le U baseia-se nas expressdes G.19) e (3.20), segundo as quais essas matrizes so dadas pela superpo- sigao das matrizes elementares correspondentes as operacoes cfetuadas durante 0 processo de eliminagio, As matrizes inversas L' ¢ U~}, a0 comiririo do que ocorre com L € U, sio praticamente cheias. A razio para ito € quc, para L-' ¢ Ut, no valem as propriedades (3.19) ¢ (3.20) pois L'= LVL. Le HU! ... Uf, ou seja, os produtos fas matrizes clementares aparecem na ordem invertida assim sendo a relagio (3.18) no & necessariamente observada. 40 UXO DE CARGA EM REDES OF ENERGIA ELETRICA Introduzindo-se (3.19), (3.20) e (3.21) em (3.17), chega-se finalmente a expressdo da fatoracdo triangular da matriz A A= LDU (3.22) No caso de a matriz A ser simétrica, podese verificar que =U’. ara o sistema de terceira ordem dado como exemplo anteriormente tem-se: =T}, 2=T}, B=T}, D'=T}, DP=T}, D=Tf, U'=T;. U2=T}e US=T}. As matrizes L, De U pata este exemplo sio dadas, respectivamente, por 1} oo} o -2 a) 1 3] 1 2] 0] o D= DDD 0 1] oo of} of 3 1] 2}-3 u=u'uu'=] 0 1] -2 Considere-se como exemplo a determinagao do estado (tensdes no- dais) da rede resistiva representada na Fig. 3.4, onde so dadas as con- dutincias de todos os ramos € a intensidade das injegdes de corrente (as injegdes nos nés 1 e 3 so nulas). Neste exemplo, a equagio I= YE assume a forma 0 6[3]-3 Ei, 6 -3| 6| 3 o|= 6[{-r[-2]-[e 2 3[-1[ 5 By nario ce Gauss a ® ©) 3a @ Figura 34 — Rede-svemplo de seis nds ‘A decomposigdlo LDU da matriz dos coeficientes ¥, obtida pela elimina- edo de Gauss, produz 42 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 35. Resolurdo do sistema Ax=b pelos fatores iriangulares As Eqs. (3:5), (3.6), (3.7) ¢ (3.8) dio as principais etapas seguidas na resolugdo de um sistema algébrico do tipo Ax=b utilizando-se o mé- todo da climinagao de Gauss. Essas mesmas etapas podem ser descritas mais compactamente utilizando-se a decomposigio LDU, ou seja (323) (3.24) (325) (326) em que as expressdes (3.23), (3.24), (3.25) ¢ (3.26) correspondem, respecti- vamente, as Eqs. (3:5), (36), (3.7) € (38). A solugdo x pode ser obtida em trés tapas (DML by) (327) ou, posto de outra forma: (3.28) (3.29) (330) Como as matrizes [-! e U-! sio cheias (ou praticamente cheias), no € conveniente calculé-las explicitamente, € as operagies indicadas em (G.28) © (3.30) sio efetuadas conforme se indica @ seguir B= LULA LLIN 0) (330) B= (DiDF ... DUDE... (3.32) UU UCD od) (333) em que Lf =(12)"', Dj =(D?)~' e US =(U*)_' sao obtidas pelas expressdes (3.16) Isto significa que todas as informagdes necessirias para se trans- formar o vetor independente 6 no vetor-solugdo x estio contidas nas matrizes L, De U, pois sio constituidas de todos os elementos das ma- tries elementares IF, DP © UF, As matrizes inversas Le UP utilizadas em (3.31) ¢ (3.33) so facilmente obtidas a partir de [7 ¢ U" pela simples toca do sinal do elemento de fora da diagonal principal. Resumindo, a razio para se utilizar © procedimento indicado em (3.31), (3.32) ¢ (3.33) em ver das expressbes (328), (329) ¢ (3.30) € que, apesar de as matrizes Le U-! serem cheias (ou praticamente cheias), as inversas Lf e UP tém a mesma estrutura que Le U? (ciferem apenas de um ial) eiminacio de Gauss 43 Nes com matrizes elementares utilizadas na resolugao do podem ser resumidas da seguinte maneira: As opera sistema A Matriz L Adiciona-se ao conteiido da posigao do vetor b (atual) © produto do contetido da posi¢ao j por ~f,, (b= bi" — bf,,), ordenadamente, para todos os elementos ¢,, da matriz L (pode-se utilizar o esquema de climinagdo por linhas ou por colunas), Desta etapa resulta 0 vetor bi Matriz D Divide-se 0 conteido de cada uma das posigdes i do vetor b' por diy, Desta etapa resulta © vetor b” cujas comporientes sao bi Matriz U Adiciona-se ao contetido da posigdo i do vetor b” (atual) 0 produto do conteiido da posigao j por —u,,, ordenadamente, para todos os ele- mentos uw da matriz U Na Tab. 3.1 estdo indicadas todas as operagdes efetuadas para trans- formar o vetor b no vetor x, utilizando-se os fatores L., De U, para 0 sis- tema de ordem 3 estudado anteriormente, Na formagio desta tabela, por exemplo, para se passar da terceira coluna para a quarta, adicio= nou-se a0 conteiido da posigo 3 da coluna 3 0 produto do conteado da posigdo 2 por — fs. Na Tab. 32 estdo indicadas todas as operagdes efetuadas para a obtengio do vetor-solugdo E para -xemplo representada na Fig. 34 : ETI : Tabela 31 ‘FLUXO DE CARGA EM AEDES DE ENERGIA ELETAICA imine de Gauss 45 m8 ot Os 36. Eliminagdo de Gauss & reducdo de cireuitos Spe pete | ste Considere-se novamente uma rede representada pela equagio YE = agora reescrita da seguinte maneira: h - Yarn ten + Vine to + Yaak ef+fal~|- YyyBy toot Mab bo + Vian G34) s}elsf-|+/-]¢]<]»s Ye Ea wet Yabigt oet Vonle lz{-l nO L | Resto clele|=[-[e]2]- © fda a ° é 2 = tes ® me 3 Resto do rede | T Tabela"3 Figura 35 — Eliminagio do nd A: transformacio YA generalizada 468 AUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETHICA climinagio da k-ésima equagio do sistema (3.34) (utilizada para se deter- minar £,).A tensio nodal £,. por sua vez, € substituida nas demitis 1 cequitgdes, Obtém-se desta forma um sistema reduzido no qual no mais aparece a variivel E, bem como a equagao correspondente ao nd k, Essas operagdes algebricas podem ser efetuadas utilizando-se a climinaglo de Gauss, pela qual sdo efetuadas combinagdes lineares com as equacdes do sistema (3.34) visando a tornar nulos os coeficientes da variavel Ey de todas as equagdes correspondentes aos nés vizinhos do nd k (lembrar que os demais coeficientes, com excegio de Ya. ja eram nulos), Apés esas operagdes, a equagdo referente ao nd k € removida do sistema, ¢ 0 sistema reduzido rest a ter 0s seguintes cocficientes: YX ; — Yay 33 ¥,-7a (335) {que sio 0s elementos da matriz admitancia nodal da rede reduzida obtida pela eliminagio do nd k. A expressio (3.35) mostra que ¥', sera diferente Original Reduzido m ok My ™ me m a « Ms, me ms. M2 7 = inne tom, nlm ms, ‘ms Figura 46 ~ Transformacio YA ge feiminscto oe Gauss 47 de ¥, $6 se Yue Ky forem, simultaneamente, diferentes de zero, © que S6 ocorre se tanto © né i como o n6 j pertencem & vizinhanga do né eli- nado k, conforme se indicou na Fig. 3.5. Para todas as ligagdes em que pelo menos um dos nés terminais nao pertenoem a vizinhanga de k, os elementos ¥,, da matriz Y permanecerio inalterados, pois nesses casos Yq clou Yq Serao nulos. A eliminagao do né k toma (se j ndo for) sua virinhanga interligada de todas as maneiras possiveis peias admitancias ~ Ya Yu Colocadas em paralelo com as admitincias ¥,, preexistentes. A Fig. 36 ilustra alguns casos da transformagio Y—A generalizada As injegaes dos nés pertencentes a vizinhanga Q, sfo afetadas pelo proceso de redugao passando a ser dadas por: heheh (336) Ye sendo que as injecdes dos demais nds da rede permanecem inalteradas. Esta expressio indica como a injegio do n6 eliminado & se distribu sobre sua vizinhanga. Note-se que as novas admitincias ¥1, e as novas correnes fy si lis que o estado da rede reduzia & 0 mesmo que o da origi Considere-se como exemplo a rede representada na Fig. 37a na qual todas as admitancias s20 consideradas reais ¢ unitarias. O n6 6 € adotado como referéncia. A matriz admitancia nodal é: x -1 I 2] -1 2 y=}-1}-1] 3) 1] 3 | 2} -1)4 ~ f-tf-r] afs A remogio do né 3 da rede pode ser representada pela eliminagao de ‘Gauss fazendo-se combinagdes lineares com as linhas da matriz ¥ de tal forma a zerar os elementos da terceira coluna. Dividindo-se a terceira linha por 3 ¢ adicionando-a as linhas 1, 2 ¢ 5, resulta 48 FLUXO DE CARGA EM REDES OF ENERGIA BLETRICA 2 a) s =), =), ]1 y -t 2 yve[ -1] - 3 3 -1 -1 44 7 [5 a a Finalmente, removendo-se a terceira linha © a terceira coluna da matriz Y’, obtém-se a matriz do sistema reduzido que esta representado na Fig. 37: y Pode-se observar pela Fig, 3.7 que s6 foram afetados pela eliminag! nos vizinhos do n6 3, ou seja, os nos 1,2 € 5. a @ ® ® Figura \7 — Exemplo de eliminago de um né Piminacsode Guns 43 0 processo de fatoragao triangular de uma matriz admitincia nodal corresponde ao processo de redugdo da rede, no quall os nés so eliminados segundo a ordem dada pela propria numeragio. Adotando-se © esquema de eliminagdo por colunas, quando sdo zerados os elementos abaixo da diagonal principal da coluna k, as modificagdes estruturais na matriz correspondem as alteragdes produzidas na rede pela eliminagao (reducéo) do no k, Apds a redugio do no k, tendo-se eliminado anteriormente os nés de | a k— I, a matriz admiténeia nodal assume a forma: 837) em que ¥” € a matriz admitincia nodal da rede que resulta da eliminagao dos nés de 1 a k, OS novos elementos que aparccem na matriz ¥", € que io existiam na matriz original, correspondem as novas ligagdes que podem surgir durante o processo de redugao da rede. jérios de ordenagao A matriz triangular inferior L (da mesma forma que a matriz U) nao mantém 6 mesmo grau de esparsidade que a matriz original ¥. A di- ferenca é que, em L, aparecem alguns novos elementos em posigdes que estavam originalmente vagas. Considerando que 0 niimero de operacdes © as necessidades de armazenamento dependem basicamente do niimero de elementos nao-nulos das matrizes L ¢ U, € desejavel que © apareci- mento de novos elementos s¢ja minimizado. Isto pode ser conseguido por um processo de renumeragao dos nés da rede, visando-se a uma ordem mais favoravel de pivoteamento. A idéia basica dos métodos mais usuais de renumeragio consiste em se eliminar primeiro os n6s que tenham 0 menor niimero de ligagdes ‘A titulo de ilustragdo, a Fig. 3.8 apresenta uma rede de seis nés (0 nd de referéncia nao € mostrado) com duas numeragdes distintas. So mos- tradas também as estruturas das matrizes ¥ e U para 08 dois casos, Obser- va-se que 0 grau de enchimento da matriz U no caso b € muito maior que no caso a, porque no caso b sio operadas inicialmente as colunas da matriz com maior niimero de elementos nao-nulos. 50 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA (a) (b) Figura 3.8 — Efeto da numeragio dos nds sobre esparsidade da matriz U @ elementos novos [A seguir so apresentados, em ordem crescente de complexidade, trés possiveis esquemas de ordenagio, O Esquema A € 0 mais simples e também que fornece resultados mais pobres, apesar de ser bem melhor ‘que uma numeragio aleaisria. O Esquema B apresenta melhorias con- sideraveis em relagdo ao Esquema A, sem apresentar um acréscimo sig- nificativo do custo computacional. Ji o Esquema C, que ¢ 0 melhor dos trés, tem um custo que, em geral, no justifica as eventuais melhorias na ordenacio. imine de Gauss 51 Esquema A. A ordenagio € feita segundo 0 nimero de ligagdes de cada n6 da rede inicial. squema B A ordenagao € feita segundo © nimero de ligagies de cada né da rede reduzida (rede existente apos a eliminagao dos nés precedentes), ou seja, a cada passo do provesso de redugao eseolhe-se para ser elimi- nado em seguida o n6 da rede reduzida com o menor niimero de ligagdes. Fsquema C A cada passo € escolhido para ser eliminado 0 né da rede reduzida que, se eliminado, introduzir 0 nimero minimo de novas ligagdes na rede resultante, Problemas 3.1, Considerar o sistema algebrico de terceira ordem dado a seguir -1f of 4 xf} fa 4) Determinar 0s fatores LDU da matriz dos coeficientes. +) Determinar x;, xy € xy utilizando o procedimento esquematizado nas Tabs. 3.1 € 32, da Sec. 35, deste capitulo. 3.2. Determinar as admitincias e as injegdes de corrente da rede reduzida obtida pela eliminagao dos nés Ie 2 da rede representada na Fig. 3.4, utilizando 0 método da eliminagdo de Gauss (ver a Fig. 3.7, na gual estd ilustrado 0 processo de eliminacio de um né), 33. Determinar os fatores LDU para a matriz admitancia nodal da rede representada na Fig. 3.7a Capitulo 4 ANALISE DE ALTERACOES EM REDES DE TRANSMISSAO Sio estudados neste capitulo alguns métodos de andilise de alteragdes em redes de transmissao de energia elétrica provocadas, por exemplo, pela adicao ou pela remogdo de linhas ¢ transformadores, Os métodos aqui apresentados sio aplicaveis tanto na analise de contingéncias (perda de uma ou mais linhas/transformadores) como nos estudos do planeja- mento da expansao de redes de transmissdo, situagdes em que sio cessirios métodos ripidos e cito da remo- G@0/adigaio de componentes do sistema sntes Je se avaliar 0 4.1, Alteragdes na matriz admitdncia nodal Nesta segio, sera visto como a alteragio da admitincia de um ou mais ramos de uma rede elétrica afeta a matriz admitincia nodal da rede. ‘Alem da propria matriz admitancia nodal, os resultados obtidos neste capitulo sio apliciveis também a outras matrizes com estruturas seme- Inantes a da matriz ¥, como € 0 caso, por exemplo, da matriz B’ do Nuxo de carga CC 41, Alteracdes: simples Considere-se uma rede com n nés (excluido © né dé cuja matriz admitancia nodal € ¥°(n x n). Seia Avie a variagio introduzida nna admitancia do ramo k —m dessa rede. A nova matriz admitdncia nodal passa a ser: Y=Y"4Ay (ay 54 UXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETHICA sendo k me Adin oe = Atm oe | Ay= a2 Ava 2: + ADia os | [A matriz AY tem uma estrutura muito particular, 0 que torna possivel uma decomposigio do tipo AY= Aim imei (43) eM que ¢» € um yetor de dimensao m, constituido de zeros, com exee- gio dos elementos correspondentes aos nos k € m que valem, respecti Vamente, +1 ¢ = 1: aay Note-se que, se um dos n6s terminals k ou m for © n6 de referéneia, entiio (6 elemento correspondente nao aparccerd no vetor gq. da mesma forma {que a coluna ¢ a linha correspondentes ndo aparecem na matriz. Considere-se como exemplo a rede representada na Fig. 4.1. No caso da retirada da admitaneia ys 4, temse: m=5: Arne = —Y2s Anise de aborapbes wn reds de transmiss80 55 No de referéncio = Ye @ Yas Figura 41 ~ Rede-xemplo de seis nos oyo]oel,o]o 0 [—-me[ 0 | 0 [ere AY=-nseses-p 0 | o | o | o fo ote fofole [oo [emsf 0 [0 [-ms| Para a mesma rede, no caso da retirada da admitaneia y.., (lembre-se de que 0 né 6 & 0 n6 de referencia), tem-se k=5: m=6: Ayse=—Js0 AY= o= oO o 0 oO 0 | 56 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETHICA 41.2, Alteraces miltiplas ‘A expressio (43) obtida anteriormente para a situagao de alteragao simples pode ser generalizada para 0 caso de alteragdes miltiplas, ou seja, quando ocorrem variagdes simultineas nas admitancias de virios ramos da rede (este & 0 caso, por exemplo, de contingéncias multiplas, ‘queenvolyem o desligamento simultaneo de varias linhas transformadores) Considere-se inicialmente 0 caso de alteracdes duplas, Sejam AY jm, © Avsgmy 28 Variagdes introduzidas simultaneamente nas admitincias amos ky my € kz — mg. A matriz AY tem a seguinte forma neste caso: hy ky m, im ky AY= (45) Analogamente ao que ocorre no caso unidimensional ser colocada na forma’ esta expressiio pode AY= MayM' (46) em que M € Ay sdo as matrizes: — Avum 0 fam | fem, |: Av = 0] Arm Sendo ¢j.m, € fim, VeLOFES do mesmo tipo que 0 VetOr é4m dado em (44). Anke de starches om redes de tranemissbo 87 A expres mais gerais, nas quais ‘ocorrem simultaneamente variagdes Ay, (i= 1.), Neste caso, as ma- trizes Me Ay, € 0 Vetor em, passam a ser Mal tim | fom fam JX AN) Asem AYam ay (48) em 49) Note-se que, se ¢ for o niimero de ramos da rede, a matriz M dada em (47) sera a matriz de incidéncia ramo-nd. Neste caso, ¢ AYkn,= Jam, (endo )4,., 4 admitancia total do ramo k,~m)), entdo a matriz AY dada pela expresso (4.6) sera a propria matriz admitdncia nodal ¥. Note-se ainda que uma alteragdo miltipla dada pela expresso (4.6) pode ser encarada como a superposigao de ¢ alteragdes simples, ou seja, AY= Maym' (4.10) Considere-se novamente o exemplo da Fig. 4.1: no caso da remogao simultinea das admitancias ys. € 5. tems: 5: Aras = — Yas +1] 0] 0 }-1 58 ALUXO OF CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETHICA ° 0 o 0 0 0 yas o o 0 0 0 o 0 0 0 0 0 ° @ + yas 0 0 Pas — 0 42 Antlise de sensibilidade A anise de sensibilidade apresentada nesta seqa0 visa @ determinar como a variagio na admitineia de um ramo de uma rede modelada por afeta a distribuigdo de correntes. Considere-se um sistema que no caso bisico (situagao inicial) & des- crito pelo modelo linear: I= YE (aun) ‘Se forem introduzidas alterages na a rede, us tensdes nodais sofrerdo. modificagdes. Considerando-se injegdes de corrente inalteradas, na nova situagdo tem-se da YE a2) =P 4 Ava + MAyM (4.13) E 4 AE (tay Substituindo-se (4.13) (4.14) em (4.12), e considerando-se (4.11), obtem-se: YPAE + AYE® + AYAE=0 (a5) Anse de ateraptes em rade Se ransmiaso 59 Se o termo de segunda ordem AYAE for desprezado, a corregio no estado da rede AE podera ser determinada pela resolugdo do sistema linear AYE", em que o vetor independente AYE® é conhecido © dos cocficientes }" € a mesma do caso basico. Este provedi- mento, no entanto, & muito impreciso © S6 apresenta resultados satisfu- torios para variagies Ayi,, Muito pequenas em relagdo a admitdncia equi- valente entre os ns k e m (ver a expressio (1.45) que fornece a impediincia equivalente entre os nés k e m). Tendo-se em vista as deficiéncias da apro- ximagio Y°AE=— AYE®, a analise de sensibilidade desenvolvida a se- guir considera a expresso (4.15) sem se desprezar o termo de segunda Orde AYAE, Com isso, a relugio entre AY e AF fica sendo do tipo nio- linear. 42.1, Alteragdes simples Considere-se inicialmente © caso em que se introduz uma varia- 0 Ayig na admitincia do ramo k—m da rede: Ay = yin (416) M (47) AY= Avintom tan (418) Neste caso, a Eq, (4.15) pode ser colocada na forma AE =~ Avan Z° Can thnlE® + AE) (419) em que =" (420) hol E® + BEV = Ele + MEim (421) sendo F ES, € AF jq = AF, ~ AB. Introduzindo-se (4.20) ¢ (4.21) em (4.19) obtemese! AE = ~ Avan En + AE) 2° eon (422) Nesta expresso, AE esti colocado em fungdo de AEy,, que precisa ser cealculado para que AE fique inteiramente determinado (dependendo apenas do estado ¢ di matriz impedineta referentes ao caso-basico). Isso pode set feito premultiplicando-se (4.22) por eq, como esta indicado a seguir: 60 PLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA din E + AE .a tn Z tam 42) Ate 3 (424 Bim + 9 sendo art = fem que {3 € {8 sdo, respectivamente. A — Avim Eon = Wow 4.26) V4 Avinidih oo em que Sim = Zen (427) Se a matriz Z° for disponivel. 0 vetor Wi. poderii ser obtide dire~ tamente por (428) sendo zi e 23, respectivamente, as colunas da matriz Z correspondentes ‘ios nds k em da rede, Se em vez de ¥" forem conhecidos os fatores t gulares L. De U da matriz ¥", 0 vetor w;q, poder ser obtido resolve do-se o sistema linear Yin = Choe (429) Uma vex. determinado © vetor wi, pode-se determinar a reatincia equi= valente =i que & dada por: HB = Whe — 0 (420) em que why € Wf. So, respectivamente, as componentes k € m do vetor A cortegio AE no vetor de estado dada pela ser utilizada para se determinar 0 novo estado da rede (f= E° + AD) Note-se que 0 estado assim obtido é exato em relagao ao modelo linear, ou soja, € 0 mesmo resultado que seria obtido resolvendo-se o sistema F=(¥°4 AVE, A vantagem de se utilizar a expresso (4.26) no cileulo ‘do novo estado & que no se tora necessiria a inversio Ou a fatoragio triangular da nova matriz de coeficientes yo + Ay. xpressio (4.26) pode Andis oars em rede de tranemensio 61 A expresso (426) mostra que a variugdo no estado AE é uma fun Gio nao-hnear da variagio Avy, ma admitincia do ramo km. No en- [unto, Se Ate tiver Magnitude muito menor que J) AE podera ser aproximado por AE = ~ Avan Et Wow (431) que € uma’relago linear entre AE € Aviq. Esta aproximagio corresponde at se desprezar'o termo de segunda ordem AYAE na expressio (415). No de referéncia DQ m3 @ Figura 42 ~ Rede-evemplo de us nds Considere-se, a titulo de ilustragao, a rede de trés nds representada na Fig 42. (Note que esta rede pode ser encarada como 0 Modelo CC do sistema de trés barras representado na Fig. 23) O estado da rede 0 inicial & dado por: =1 s]-2) Ful fade on ou sea, B=", € FLUNO DE CARGA EM REDES OE ENERG'A ELETRICA R= dembrar que E} = 0). Pura a situagao dincia v2.5 (eomtingéncia da linha 2-3) tem-se wean t= caleuiado também ‘ub anteriormente, Neste Ey=~")z, O estado na nova situigio pode ser ilizando-se a anilise de sensibilidade devenvolvida exemple, a expresso (4.26) assume st forma sendo AE; AE AE, Substituind AE, obtem-se se os valores de AY 5 Anbice de erage em odes de tranemissbo 63 Os fhuxos de corrente no caso biisico so 2H 07S Hy = 019 Bhy 075; My = yas Bhs = 025 Apis at retirada do elemento 2— 3 os Mluxos passam a ser: = sy Bia = 10: fy = 00 Alveragies miltiplas A anilise de sensibilidude aplicada anteriormente a0 caso de alt rages simples (retirada ou adigao de um elemento da rede) pode ser es- ndida para situagdes em que ocorrem alteragdes multiplas (retirada ow adigio de virios elementos simultaneamente), Sejm Avy, as varia introduzidas nas admitincias dos ramos k,—m, {i= 1.) Neste caso. a expresso (4.15) pode ser colocada na forma ae — Z°MAyM'UE® + AE) ax sendo as matrizes M ¢ Ay dadas, respectivamente, pels expressdes (4.7) (48), O produto M'E € um vetor de dimensdo m cujas componentes io us diferengas de tensdes Ef,,, dos ramos k,—m, no caso baisico: ana logamente, 0 produto M'AE é um vetor de mesma dimensio cujas com- ponentes So as variagdes AB, verilicadas nas diferengas de tensdes dos ramos onde ocorrem alteragdes de admitincias. A determinagdo de AE exige © cileulo prévio do vetor M'AE, 0 ‘que pode ser feito premultiplicando-se a expresso (4.32) por M! con- forme se indica « seguir MAE = — M'Z°MAMME® + M'AE) 43) MIME = = (II,-+ M'Z°MAv)'M'Z°MAyM'E® (434) fem que Il, & 4 matriz identidade de ordem ¢. Substituindo-se (4.34) em (432), obtém-s AB = — Z°M(Ay"! + M'Z°My MIE? 435) Note-se que a expressdo (426), deduzida para alteragdes simples, lo fa Adin: Note-se tam- x (, cujas { colunas S20 ¥ é.,(analogamente ao que corre Com o VelOr Hq do caso unidimensional}, A matriz quadrada 64 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETAICA (Ay! + M'Z°M) tem dimensio ¢ x ¢ © pode ser montada sem dificul- dades desde que Z°M seja previamente calculado. Nas situagdes pri ticas de maior interesse, como, por exemplo, na analise de contingéncias miitiplas, ¢ em geral & pequeno (<5), 0 que permite « inversio da ma- triz (Ay !-+M'Z°M) sem grandes dificuldades. 43. Alteragdes na matriz impedéncia nodal No inicio deste capitulo (See. 41), foi visto como a alteragao da admi- tancia do ramo k—¢ da rede afetaa matrie W¥= Y° +AY=¥°+ AV alin: Essas alteragdes so facilmente introduzidas na matriz original 'Y° pois 86 os elementos (k; k),(m, m), (k,m) © (m, k) sio afetados (lembrar que, se k for 0 n6 de referencia, entao sé o elemento (m, m) aparecera na ma- triz ¢, portanto, estar sujeito a alteragdes). Alteragdes multiplas (AY; »,: i= 1.€) podem ser consideradas como a superposivio de ¢ alteragbes + AV= MAyM'= 3° Avim €im com cada uma delasafe- simples (Y tando um ou quatro elementos da matriz ¥, dependendo de o ni réncia estar ou no envolvido. A simplicidade com que sio introduzidas alteragdes na matriz Y° contrasta com o que ocorre com sua inversa, a matriz Z”: enguanto a alteragao da admitincia de um ramo modi um ou quatro elementos da matriz Y°, a matriz Z° em geral fica int ramente modificada (todos os elementos assumem novos. valores) Considere-se uma rede que, na situ modelo linear io inicial, € representada pelo 21 . (436) Apés a introdugdo de alteragdes nas admitancias de um ou mais ramos da rede, 0 modelo linear assumiré a forma (437) EUS ME=Z'1+ OE Por essa expresso pode-se determinar @ nova matriz Z a partir da ma- triz inicial Z', como seri mostrado a seguir 43.1. Alteracdes simples Introduzindo-se (4.26) em (437), obtémese 2° em Ein - (4.38) = ZL et (438) Ankice de ateragSes om redex de tranamissio 65 Considerandose que (4.39) pode-se reescrever (4.38) na forma Zim tim 2 Ol Mis +B (4.40) Este resultado vale para qualquer vetor J, e isso 86 & possivel se Pesta? (ai) Z 2 = am)" = 20 aay - Avie + 23, 7 Note-se que a corregio AZ, que deve ser adicionada 4 matriz Z° para se obter a nova matriz Z, pode ser obtida a partir das informagdes con- tidas nas colunas correspondentes aos nds k ¢ m da matriz Z° (lembrar Que 8 = Zay + Zam ~ 2 Zan Considere-se novamente a rede de trés nds representada na Fig. 42. A matriz Z° dessa rede, conforme foi visto anteriormente, é: A matriz Z correspondente a situagao na qual a admitaneia yy € re movida pode ser obtida pela expresso (442) que, neste caso particular, assume a forma Zz sendo 6 PLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Substituindo-se 22, 2, Aya. 24 na expressio de Z, obtem-se 43.2. Alteragdes miltiplas A expresso da matriz de corregies AZ no caso multidimensional pode ser obtida seguindo-se mesmo procedimento adotado para alte rages simples. Introduzindo-se (4.35) em (437), obtém-se ZL = 21 — Z°M(ay! + M'ZM) ME? (443) Substituindo-se MES = MZ" aay) em (443) ¢, considerando-se que a expressio resultante é valida para qualquer J, chegarse a Za 24 Z= 2 — ZMiAy! + M'Z°M) MZ? (445) Da mesma forma que no caso unidimensional, a matriz de corregio AZ pode ser inteiramente determinada a partir da matriz original Z°. 44, Teorema da Compensacao [4] (0 resultado da anilise de sensibilidade [expresso (4.26)] deduzido lanteriormente por meio de manipulagdes algébricas pode também ser obtido utilizando-se uma propriedade fisica das redes eletricas conhecida como Teorema da Compensacao, segundo 0 qual a alteracdo na admi- tancia de um ramo da rede tem o mesmo efeito que a ligagao de uma fonte de corrente de intensidade conveniente entre os n6s terminais da admitincia, Ou seja, o eftito da alteragdo de uma admitancia da rede pode ser compensado por uma fonte de corrente apropriada, Apesar de © resultado final ja ser conhecido, a utilizago do Teorema da Compen- sagdo poder trazer um entendimento fisico mais apropriado sobre 0 significado da anilise de sensibilidade estudada anteriormente. Mesmo sendo uma propriedade geral, s6 sera estudada aqui a aplicagao do Teo- rema da Compensagao a situagdes nas quais ocorrem alteragoes simples (um ramo por ve). “Aanbic e aero odes de ansnissto eo Considere-se uma rede modelada pela equagio linear I= YE idéia basica do Teorema da Compensagdo esta ilustrada na Fig, 43. Ni parte « da figura esti representada a rede na situacdo inicial, cujo mo- delo aparece também nesta parte da figura um ramo genérico da rede com admitincia y4,.. Na parte b esti representada a rede apos a rodugio de um aeréscimo Avi na admitincia do ramo k—m: 0 mo- delo do sistema passa a ser 1=()" + AY)E, sendo E 0 novo estado da rede. Na parte c. a admitaneia Ay, foi desconectada da rede ¢ seu efeito @ representado pelis injegdes extras + Ary Fan: Nesta situtgo, © mo- delo do sistema € 1+J°= Y°E, em que I= AvinEim gin € £ € 0 mesmo estado da parte 6. Imagine-se que se deseja caleular © novo estado da rede (E), ou sejt 0 estado existente apds a introdugio da alteragdo Arya. Isto pode ser feito considerando-se 0 modelo da Fig. 4.3h, © que exigiria a teso- lugio do sistema 1=(1" + AYE pela inversio ou pela fatoragao trian- gular da matriz ¥ + AY. Uma maneita alternativa de se calcular 0 vetor E consiste em se trabalhar com o modelo da Fiz. 430. resolvendo-se 6 sistema 1+ 1° = Y°E. A vantagem deste segundo procedimento & que se trabalha com a matriz. admitancia do caso basico ¥°, nao sendo ne- ia, no entanto, a delerminagio prévia de /'. que sera feito a seguir com a ajuda do Circuito equivalente que aparece na Fig. 4.4 (© vetor I & composto de zeros com excego dos elementos k € m que valem, respectivamente, — A¥inEym © + AYin Eam- Assim Sendo. part se conhecer I basta que se determine Ey, 0 que pode ser feito utilizando-se © citcuito equivalente representado na’ Fig. 44 a, no qual a rede foi re- duzida ai admitancia equivalente 17: as injegoes equivalentes. + [3% sao calculadas de tal forma que a diferenga de tensio Ely. seja a mesma na rede © no circuito equivalente (respectivamente, Figs, 4.3a € 44a), Na parte b da Fig. 44 esta representada a adigio da admitincia Ayan: na parte c, 0 efeito de Ayiq € compensado pelo par de injegdes + Ata FL Na parte a da Fig 44 tem-se Ie = yERES (446) Da parte ¢ da mesma figura tem-se 13 = Avie Eew = 183 Fam aan Substituindo-se (447) em (4.46), obtém-se Yoh Eb (4.48) Adin + Jed ‘AUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA ® 1 e Resto Yom| | [YomEte do rede ee @ i 4a) Situagao inicial: 1 E, Resto Yan Wea go ree ead layne = he b) Situagdo final: 1= (7° + ANE e ©, -a)nE ve Resto am | || YemE am wo reve! e @) Unt A¥enE am ©) Situagdo final compensada: 1 +1°= Y°E Figura 43 —Teorema da Compensagio 4a) Situagao inicial +) Situagao final Figura 44 ~ Teorema da Compensagio ~ rede representada por wm circuito equivatente Finalmente, as componentes nio-nulas de sie dadas por His tea = 449) Avo + 2 © vetor I pode entao ser colocado na forma Ee Avia! +28 Lom (4.50) 70 ‘ALUXODE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA a) Situagio inicial b) Remogao da admitancia v2.3 ©) Compensaciio Figura 45 — Exemplo de compensagio © estado final da rede & dado por E=Z%L+1'), A variagio no estado produzido pela adigao da admitancia Avia & Zam (asi) que, como era de esperar, é 0 mesmo resultado dado pela expresso (4.26). Anaise de oreracs om reces ce ransmssio n Considere-se novamente o exemplo da Fig. 42. A Fig. 45 mostra a rede completa (a): a removdo da admitincia v2.(b); €a simulagdo da re- ‘mogiio pelas injegdes compensadoras (c), As injegdes podem ser deter- minadas a partir da expresso (4.50), que neste exemplo particular assume a forma em que 28s = a2 er9 = Za + B35 Substituindo-se E95, Ayz.s, 2S © @3.3 na expresso de J‘, obtém-se 1 = 0.66; 1 = — 0.66 Note-se que, na Fig. 4a, 0 fluxo de corrente na admitincia 2, tem a mesma magnitude que as injegdes compensadoras, ou seja, a admitin- cia v2.5 86 € percorrida pelas injegdes compensadoras c, para o resto do sisiema, tudo se passa como sea admitincia tivesse sido removida. 45. Lema de inversao de matrizes [5] efeito da alteragao da admitancia de um ramo de uma rede de transmissio (modificagoes na matriz ¥) foi estudado anteriormente por dois procedimentos: analise de sensibilidade (Sec. 4.2) ¢ Teorema da Compensagdo (Sec. 44), Uma terceira alternativa para se estudar este problema se baseia no lema de inversio de matrizes, que ser deduzido a seguir por uma generalizagio do procedimento utilizado na andlise de sensibilidade. Considere o sistema linear Ax? = b (452) em que A é uma matriz (n xn),x° é um vetor (n x 1) bé um vetor (7 x 1) 2 UXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Seja AA uma variagio introduzida na matriz de cocficientes 4; © novo sistema passa a ser (AY + AA)" + Ax 6 (4.53) Considere-se ainda que a matriz Ad possa ser colocada na forma AA = CDF (454) sendo C uma matriz (nx ¢), D uma matriz (é x ¢) ¢ F uma matriz (¢ xn), ou seja | oe if (455) AA «xO (ex) (nxn) nx) Seguindo-se 0 mesmo procedimento adotado na analise de sensibilidade, pode-se colocar 0 vetor Ax na forma Ax = (AV 'CDF(x° + Ax) (456) Premultiplicando-se esta expresso por F e isolando-se 0 vetor FAx(E * 1), vem: Fay = — [Ue + FA) 1CD] FLAY CDE x (457) Substituindo-se (4.57) em (4.56), pode-se determinar 0 vetor de corre- sao Ax’ Ax = = (4°) 'CD[M, + Fa) !CD] Fs" (458) Considerando-se que O 4 Ax (4.59) isto & A= (Ab + Ax (4060) € substituindo-se Ax em (4.60), obtém-se Ab = (AY — (AY CD[M + FAY CD] FAY 1B (4.61) Anais de aracces en reese vanssso 73 Como este resultado independe do vetor b, conelui-se que AA ACD + FA ICD FA (462) Note-se que as expressdes (4.58) ¢ (4.62) so generalizagdes de (4.35) (445), respectivamente. Um método possivel de ser adotado para o estudo da adigio /remogio de circuitos em uma rede consistiria em partir das expressoes (4:58) ¢ (4.62) € particularizé-las para o caso de alteragdes ples © multiplas. A expresso (4:35), por exemplo, que di a varia~ 1 vetor de estado da rede, pode ser obtida a partir de (4.58) fa- Ys (AV t= Zz: cio zendo-se: Ax=AE: A' ee Problemas 4.1, Considerar a remogio da ligagdo 1-2 do sistema representado na Fig. 42 (ou seja, Av,2= —¥3.2= —3). 4) Determinar o estado da rede resultante, resolvendo-se a equit- gao YE=1, sendo Y= ¥°+A¥, b) Determinar 0 estado E da rede resultante utilizando-se, agora, a Eq, (4.26). 6) Caleular a matriz Z da rede resultante a partie da matriz Z° da rede original [Eq. (441)] 42. Para a mesma situag@o descrita no Prob. 4.1 4a) Caleular as injegdes compensadoras. A introdugio dessas inje- es na rede (nds 1 e 2) tem o mesmo efeito que a remogio da ligagéo 1-2 (ver a Fig. 43, sobre o teorema da compensagdo) b) Determinar 0 estado E da rede da Fig. 42 pela resolugao da equagio Y°E = 1+ J', em que aparece 0 vetor das injegdes com- pensadoras I: comparar com 0 resultado obtido no Prob. 4.1 43. Ded ir as expressOes (4.26) e (4.41) a partir do lema de inversio izes dado pela Eq. (4.62). Capitulo 5 FLUXO DE CARGA NAO-LINEAR: ALGORITMOS BASICOS No Cap. 1, foi apresentada uma formulagio genérica sobre fluxo de carga, incluindo-se a dedugdo das equagdes bisicas do problema, a descrigio do modo de operagdo dos principais componentes da rede de transmisséo ¢ a definicao dos tipos mais comuns de barras (PQ, PV e V1). Foi também mencionado nesse capitulo que, além das equagdes basi- cas, existe um conjunto adicional de inequacdes/equagdes que represen- tam as restrigdes de operagio da rede ¢ a atuagao de dispositivos de controle, que também devem ser obedecidas pela solugao do problema No Cap. 2, foi estudado um método linear (fluxo de carga CC) que per- mite o cilculo aproximado da distribuigio dos fluxos de poténcia ativa na rede: nesse método, sio ignoradas as equagdes referentes a parte rea~ tiva do problema, ndo so consideradas as restrigdes de operagio © a atuagio dos dispositivos de controle. Neste capitulo, o problema seri retomado em sua forma mais geral, conforme a formulagde nao-linear apresentada no Cap. 1, e serdo discutidos os métodos que apresentam maior interesse pratico: o método de Newton ¢ os métodos desacoplados. 5.1, Formulacao do problema bisico As equagdes biisicas do fluxo de carga foram deduzidas no Cap. 1 pela aplicagdo das leis de Kirchhoff, resultando: Pe = VT Vali 08 Bim + Bim 0 Van) (sy AT, ValGin S60 sm ~ Bin £08 On) (52) para k=1,NB; sendo NB o niimero de barras da rede. Os métodos computacionais para © caleulo do fluxo de carga em geral sdo const tuidos de duas partes: a primeira, também chamada de algoritmo bsico, trata da resolugiio por métodos iterativos de um sistema de equacdes 76 ‘UXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA algébricas do tipo (5.1)-(52); a outra parte do proceso de resolugio do problema considera a atuagio dos dispositivos de controle da re- presentagio dos limites de operacio do sistema. As duas partes do pro- blema podem ser resolvidas alternadamente, intercalando-se a solugo das equagées basicas com a representagdo dos controles ¢ limites de operagdo. Outta. possibilidade consiste em alterarem-se as equagies (5:1)-(52) para incluir a representagao dos dispositivos de controle: esse caso as duas partes do problema sao resolvidas simultaneamente (wer © Cap. 6). Considere-se inicialmente um problema no qual sio dados Py © Oy para as barras PQ: Py eV, para as barras PV: ¢ } ¢ 0, para a barra VO (referéneia angular): ¢ pede-se para calcular }, € 4 nas barras PQ: © Oy nas barras PV: € P, © Q, na barra de referencia, Uma vez resolvido. este problema, serd conhecido o estado (V,, 4) para todas as barras da rede (k= 1, NB), 0 que torna possivel 0 cilculo de outras variaveis de interesse, como, por exemplo, 0s fluxos de poténcia nas linhas de trans- missio, transformadores, etc. Sejam: NPQ e NPV, respectivamente, 0 numero de barras PQ e PY da rede (note-se que, inicialmente, sera con- siderada a existéncia de apenas uma barra V0), O problema formulado anteriormente pode ser decomposto em dois subsistemas de equagies algébricas, conforme se indica a seguir: Subsistema 1 (dimensio: 2 NPQ + NPY) Neste subproblema sao dados Pe Q, nas barras PQ, ¢ Pye ¥; nas bat tas PV; pretende-se calcular Vy € ), nas barras PQ, © 0, nas barras PV. Ou scja, trata-se de um sistema de 2NPQ+ NPV equagdes algébricas ndo-lineares com o mesmo nimero de incégnitas, ow seja: PEP — VY Val Gam 008 Om + Bam SED Man) 0 (53) para harras PQ e PE NEP — Ve S Val Gum Se0 Om — Bam C08 Pam) = 0 4) — para barras PQ Subsistema 2 (dimensio: NPv4+2) ‘Apis resolvido © Subsistema 1, € portanto ji sendo conhecidos © para todas as barras, deseja-se calcular Py ¢ Qs na barra de referés cia, € Q, nas barras PY. Trata-se de um sistema com NPY +2 equagde algébricas ndo-lineares com o mesmo nimero de incdgnitas, no todas as incégnitas aparecem de forma explicita, 0 que toma trivial 0 Puno de carga no-iner lgosimesbiscos 7 processo de resolugio. Note-s¢ que © mesmo ndo o¢orre com o Subsis: fema 1, no qual as incdunitas sdo implicit, 0 que exige um processo iterativo de resolugdo conforme seré. mostrado mais adiante Ph = VE Valin 608 ln + Bi 8M Os) (55) para barra de referéncia WY Val ium S11 Oa ~ By COS Ok) (56) para barras PV ¢ de referéncia No processo de resolugio apresentado anteriormente nfo foram consideradas as restrigies de operagdo c a atuagdo de dispositivos de controle que correspondem a um conjunto adicional de inequagoes/equa- es. Um exemplo dessas restrigaes de operagio sio os limites (miximo € minimo) na geragao de poténcia reativa das barras PV: se durante rocesso iterativo um desses limites for violado, Q, sera fixado no valor extremo correspondente e a barra PY transformar-se-a em PQ; isto sig- nifica que & magnitude da tensio da barra PV nio pode ser mantida no valor especificado: nesse caso, faz-se QF" = Q,"" © a equagio cor- respondente do Subsistema 2 passa pura o Subsistema 1; eventualmente, fem uma iteragio seguinte, a barra poderd voltar a ser do tipo PY. Uma iscussdio mais detalhada sobre limites de operagio e dispositives de con- trole sera apresentada mais adiante. ‘As incdgnitas do Subsistema I podem ser agrupadas no vetor x dado a seguir: NPV NPQ. 7) Neo em que 11 € 0 vetor dos Angulos das tensdes das barras PQ e Pe V é © velor das magnitudes das tensOes das barras PQ. As expressies (5.3) € (54, que formam o Subsistema 1, podem ser reserias do seguinte AP, = PoP — PAC. 58) para barras PQ ¢ PV AQ = OF — QA) = 0 (59) para barras PQ 78 PLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA [AS fungdes AP, € AQ, podem ser colocadas na forma vetorial Al per — P.O) (5.10) AQ =O" - QUH.2) 61) ‘em que P € 0 velor das injegdes de poténcia ativa nas barras PQ ¢ PV, € Q, © das injegdes de poténcia reativa nas barras PQ. Seja glx) a fungdo vetorial dada por ap | sro. ser t (5.12) ag | ro Por meio dessa fungdo, o Subsistema 1, dado pelas expressies (5.8)-(59), pode ser colocado na forma atx) =0 6.13) Este sistema de equagdes algébricas ndo-lineares pode ser resolvide por um niimero muito grande de métodos, sendo que os mais eficientes S80 ‘9s métodos de Newton eo desacoplado ripido (ambos serdo estudados neste capitulo). Na Sec. 52, serd apresentada uma revisdo sumaria sobre 8 utilizagao do método de Newton na resolugdo de sistemas de equacdes algébricas; em uma segdo subseqiente (Sec. 5.3), 0 método seri aplicado a resolugio do Subsistema 1; na Sec. 5.4, 0s métodos desacoplados serio obtidos partir do método de Newton, 5.2. Resolurao de sistemas algébricos pelo método de Newton Considere-se inicialmente um sistema unidimensional do tipo glx) = 0. (5.14) fem que g(x) € x sio escalares. Pretende-se determinar o valor de x para © qual a fungao glx) se anula. Em termos geométricos, como mostra Fig. 51, a solugao da Eq, (5.14) corresponde ao ponto em que a curva corti 0 eixo x. A resoluglo desse problema pelo método de Newton Segue os seguintes passos i) Fazer v=0 € escolher uma solugdo inicial x= x" =x". 79 Figura $11 ~ Método de Newton {i) Caleular © valor da fungdo g(x) no ponto x iii) Comparar 0 valor calculado g(x") com a tolerdincia especificada se | g(x") <é, entio x= x" sera a solugdo procurada dentro da fain de tolerincia +r: se | glx")|>, © algoritmo devers prosseeuir 'v) Linearizar (ver a Fig, $.1) a fungdo g(x) em torno do ponto (x": a(x’) por intermédio da série de Taylor: gx! + AX) = ale’) + yA (515) sendo x) deri diy)dx. Este passo se resume, de fato, a0 eileulo da ida g's’ 1) Resolver o problema linearizado, ou seja, encontrar Ax tal que: ale) + gx Ax’ = 0 (5.16) Isto significa que a nova estimativa de x passa a ser x4 Ax (5.17) sendo Ax’ = = gle'V/a'(s") (5.18) vi) Fazer v-+1+v @ voltar para © passo ii A variante do método de Newton ilustrada na Fig. 52 é obtida considerando-se a derivada constante, isto é, no passo (ie) do algoritmo 80 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA aba Figura $2 ~ Método de Newton com derivada constante (Von Mises) faz-se g(x')= g(x) Nesta versio, 0 nimero de iteragdes, para uma dada tolerancia de convergéncia, em geral é maior que no método original, ‘mas cada uma das iteragbes se torna mais rapida pois a derivada nao precisa ser recalculada & cada passo. Considere-se agora a resolucdo do seguinte sistema n-dimensional: 0 (S19) ges sendo g(x) uma fungo vetorial (n x 1) € x 0 vetor das incdgnitas (n x 1), ou seja, [ante aabsh tT! (5.20) Lintnanie? 621) ws A resolugio da Eq. (5.19) segue, basicamente, os mesmos passos do algorit: ‘mo apresentado anteriormente para 0 caso unidimensional, A principal ferenga esta no passo (iv), no qual, agora, aparece a matriz jacobiana. A lines Fizagdo da fungdo vetor x" € dada pelos dois primeiros termos da série de ge’ + Ax!) = glx") + Jc)ax? (5.22) sendo a matriz jacobiana J dada por Fue de carga do near: lgorimes bcos 81 ox, | Os oy (523) 0 vetor de corregao Ax é calculado impondo-se que x!) + Jinx’ =0 (524) {que € maneira linearizada de se resolver o problema g(x’ + x)= 0. No caso particular em que, por exemplo, n= 2, a Eq, (5.22) assume a forma: 1X2) & gules) + GEE | Axe! + SBE) a 7 “ (5.25) les Xa) & gals) x3) + G82 | Ant! + 82) axle © algoritmo para resolugdo do sistema de equagdes g(x todo de Newton é i) Fuzer v=0 e escolher uma solugdo inicial x i) Caloular g(x") iy Testar convergéncia: se |g(x")| 0,003: 0 processo.iterativo continua. H, (09) = ¢P,/00, |gor= 0,1923 sen M9? + 0,9615 cos 69) = 0.9615 APS! = HY, Ai" — 0.40 = 0.9615 409+ AN?! = — 0.4160 09 + ANS" = 0,0000 — 0.4160 = ~ 0.4160 vi) y= 0+ 24 Meraciio ii) AP,(0') = — 0.40 —0,1923(1 — cos fl!) ~ 0.9615 sen 0! = — 0,029 it | APY |= 0.0279 > 0,003: 0 processo iterative continua, 40) SUP) = 20) = 2P 100 90 = 0.1923 sen Mf? + 0,9615 cos 0! = 0,8002 0) APS HY 04 ~ 00279 = 0.800240» nos! = — 0,0349, 2 + AO = 0.4160 — 0,0349 = — 0.4508. 32 Iteracdo ii) AP,(OP) = ~ 0.40 — 0,1923(1 — cos 2") — 0,9615 sen 1? = — 0,0002, 0.0002 < 0,003; © processo iterative convergiu ¢ a tereeira iteragio ndo precisa ser efetuada, 88 RLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA © process de resolugdo esta ilustrado graficamente na Fig. 54: note-se que problema tem um numero infinito de solugbes, sendo que ‘2 solugdo fornecida pelo método de Newton depende basicamente do onto inicial escolhido. A solugdo encontrada € aproximadamente igual 2 — 6°: as duas outras solugdes mais proximas estdo em toro de — 154? © 206°, atx) aP, (@) Figura $4 — Hlustragio grifica do proceso de resoluedo do problema cujos dados xtio na Fig 53 No exemplo estudado anteriormente (Fig. 5.3), as tensdes das duas barras sio especificadas: a barra 1 é do tipo V0 e a barra 2, do tipo PY. Por isso 0 Subsistema 1 é formado por uma tinica equago (AP, = 0), que & resolvida para se determinar a incgnita 02. Considere-se agora a rede representada na Fig. 5.5: os dados de linha sio os mesmos do exemplo precedente, mas 0s dados de barra foram modificados; uma das alteragdes consistiu em substituir a barra PV por uma barra PQ. Neste novo exemplo, o Subsistema 1 passa'a ter duas equacdes (AP, =0 € AQ: = 0) € duas incégnitas ((s © V4). Puno oe caren inet algorimos ascos 89 Barra ve yo T, sa Dados das baras (pu) Barra | Tipo 5 elvie 1 vo — — | 19 | 00 2 | vo | -o3 | om | — | — Dados das linhas inte | or fox | oe 12 | 02 | 10 | oo Toleringia da convergéncia em: AP © AQ: ¢= 0003 pm Figura $3 — Dados do fuxo de carga de uma rede-exemplo de duas barras Uma sintese do processo iterativo resultante da aplicagio do método de Newton € dada na tabela a seguir. Varidvels erage a [ow | an | aa | a [ay v=0 | ap | 100 | -o30 | oo | ots | oom v=1 | -o318 | 10st | 0006 | 00s | -oor2 | -o0s3 v=2_|-03%0 | avr | 0001 | -oo02 | — = culos efetuados na construgio dessa tabela estio detalhados a seguir. As matrizes G € B sio as mesmas ja calculadas anteriormente, 0.1923 | ~0,1923 = 09415 | 09615 = 0,1923 | 01923 09615 | — 09415 90 FLUXO DE CARGA EM AEDES DE ENERGIA ELETHICA As expresses das poténeias ativa © reativa da barra sdo: Py = V3G 3.2 + ViVAG3,, 8080, + Bz, sen 02,,) Qs =~ V3Ba 3 + VaV(Gz,, sen 03, ~ Ba, 9003) © Subsistema 1 formado pelas equagdes A partir dos dados tém-se: PS? = fa, = 02-0, = 05: Gy, 041923; By By 3 = — 09415, Substituindo-se esses valores nas expressdes de Ps € Q>, obiém-se: 0,1923¥ (Vs — cos Hz) + 0.9615 V5 sen 0, 2 = 09415 V3 ~ 0.1923 Vsen 0, ~ 0.9615 Vy cos 05 étodo de Newton podem-se determinar iterativa mente a magnitude ¢ 0 Angulo da tensao da barra 2 (respectivamente, 03 © V3) 1 eragio i) v=0; OY 10 © Y= 10. i POS, VP) 1923 VICHY! — cos OY) + 0.9615 V3 sen = 0.0 0.1923 ¥39% sen 0" + 0.9615 V4"! cos 0! = —0.02 0,30; AQ!" = 0,09 iii) | APS? continua 30 > 0,003 € | AOS | = 0,09 > 0.003; o processo iterative iv) Hy (08', VE] Np (02, VY) 0.9615 |.0,1923 0? Vs = Mz.2(019, V22)] La 209, VO] | 01923 | 0.9215 uno de carga no-ine:lgsimos bcos 1 H, 409.YS) N2.(08 V2 P2100 |p. wy 9? — (YP? Ba.2 = 0.9615 Pale lap gor EP + 3 Gg YE"= 04923 My 309. VP) 0031003 hap, sej= PP? — (V2)? Ga = ~ 011923 1. 00, Y= CD EV vs [OP — (HEP By a) VE = 09215 r apo | [we | ve, |] ange Age’ Moy Les aye = 030 ogsis | 04923 |} ang” 09 | | 01923 | os2s |] ane any! ovo |-o2083 | | - 0.30 | [03183 ave’ | | 02083 | 10817 009 | | 00312 a= a 4 ante 4+ AVE = 1,000 + 0.0312 10000 — 0.3183 = — 0.3183, 0312 yp vi) v=0+1= 2" Irerasiio ii) Pel}, V$") = 0,1923 V$""(V4""— cos 09") + 0.9615 V5" sen 03" = 02941 Os, VIP) = 0.9415 (HEP ~ 051923 V5 sen HP + = 0.9615 ¥{" cos f= 0.1215 APY! = — 0.0059; AQY? = — 00515 iii) | APY |= 0.0039 > 0,003 e | AQ"? tivo continua 10515 > 0,003; 0 processo itera- 92 FLUXO DECANGA EM AEDES DE ENERGIA LETRA ww H, 0, VE]N, OP. EN] | 08797 |= 0.0869 Ja Vs) My (08), VEL 2 AOD, VA!) — 0.4986 | —1,0888 Hg 089, V8) EP E03 lay. yy OS — (HEP Bo 2 = 08797 N3.a(0, VIV= OP SIOVs ly, so LPP + (VEY? Gz 2] (VE? = ~ 0.0869 Ma (09, VE = 002/003 hap, giy= PS (VE? Ga = — 04986 Lal", VS" JV hop vpn = LOY? — (V3? By 2)/ V3" = 1.0888 e APY HY Ny Any! ag my [uh an" — 0,059 08797 — 0,0869 Any? ‘oosis} | — 0.4986 | 10888 ayy ang 1.1906 | 0980 | | — 0.0059 00119 ay - 0.5452 0.9620 = 0,0516 - — 0.0528 Og) = 0) + Ady ve 0.3183 — 0.0119 = ~0,3302 1.0312 — 0.0528 = 0,9784 vs an 2 I+ vi) v 34 Meracao fi) PO, VP) = 0,1923 VEN(VI! — cos 12) + 0.9615 V3? sen Ue! = = 0.2989 (02%, VE) = 0.9415 (V2 —0,1923 V2! sen Ml? + ~ 09615 V2" cos 02! = 0,0676 0011; AOS = — 0,0024 APP = — ‘node cnge nbn gros biscos 93 ‘iy | APP"| = 00011 <0,003 e | AQ®?| = 0,0024-< 0.003: a terecira itera- io no. precisa ser efetuada. 54. Métodos desacoplados [8,9] (Os métodos desacoplados, como 0 proprio nome sugere, baseiam-se rng desacoplamento Pi — QY, ou seja, sio obtidos considerando-se o Fito de as sensibilidades (P/00 © CQ/CV serem mais intensas que as sensibili- dades CP/CV e CQ/c0. Este tipo de relagdo em geral € verificado para redes de transmissdo em extra-alta tensio (EAT: > 230 kV) e ultra-alta tensio (UAT; > 750kV). desacoplamento possibilita a adogdo de um esquema de resolugao segundo 0 qual os subproblemas Pt! e QV sio resolvidos alternadamente: na resolugao do subproblema PO sio utilizados os valores atualizados de V: na resolugao do subproblema QV sdo utilizados os valores atua- lizados de 0. Neste capitulo sio apresentadas duas verses desacopladas do mé- todo de Newton. Na primeira, conhecida como método de Newton de- sacoplado, as submatrizes jacobianas N ¢ M sio feitas iguais a zero. ‘Na segunda, chamada de método desacoplado rapido, alem de se ignorar © efeito das submatrizes jacobianas N © M, as submatrizes He L slo ‘mantidas constantes durante o processo iterativo, Note-se que em ambas as verses desacopladas do método de Newton s6 sao introduzidas apro- ximagdes na matriz jacobiana, sendo os vetores dos residuos AP e AQ caleulados da mesma forma que no método de Newton, ou seja, utili- zando-se as expressdes (5.3) € (5.4) apresentadas no capitulo precedente. A introdugdo de aproximagies na matriz jacobiana altera 0 processo de convergéneia, isto € muda 0 caminho percorrido entre o ponto ini- ial e a solugdo, mas nao altera a solugdo final pois o problema resol vido permanece 0 mesmo [AP(V.) = 0: QL. 0) = 0]. O desacoplamento & introduzido apenas no algoritmo de resolugdo, sem afetar 0 modelo dda rede. As Figs. 5.1 e 5.2 podem ser usadas para ilustrar 0 efeito de apro- ximagdes introduzidas no céleulo da matriz jacobiana: em ambas as fi- guras 0 problema resolvido & o mesmo [modelo gix) = 0]: entretanto, na Fig 52, a derivada g(x) (matriz jacobiana) € mantida constante du- rante 0 processo de-resolugdo: pode-se observar que as solugdes obtidas nos dois casos sio idénticas, apesar de as seqiiéncias de solugdes inter- mediarias serem distintas. A aproximacao introduzida no método da Fig. 5.2 consistiu em manter-se a derivada constante: existem, no en- tanto, outros tipos de aproximagoes no calculo da derivada g(x) que também levariam a mesma solugdo final. Resumindo, os métodos desa- coplados aproximam o calculo das derivadas mas mantém a integridade do modelo da rede e, por isso, no afetam «i solugdo final do fluxo de carga, 94 FLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETACA $41, Método de Newton desacoplado [8] © algoritmo basico do métado de Newton, desenvolvido no capi- tulo precedente, pode ser colocado na forma: APU) = (ME YAW + NUS OALY AQ") = Mike O40" + LK OVA" say gt) =O + AB yeveay ‘A deducio do método de Newton desacoplado € feita em duas etapas: desacoplamento ¢ aplicagdo do esquema alternado de resolugdo. Pelo desacoplamento PA ~ QV os termos NAV ¢ MAW sio ignorados, © que toma possivel colocar 0 algoritmo de Newton na seguinte forma: AP(Y 0) = HK! OVA" (5.48) A recorréncia dada pelas Eqs. (5.48) ainda esté colocada na forma si- multinea, isto 6, ¢ Vso atualizados ao mesmo tempo. A segunda etapa da obtengio do método desacoplado consiste em se aplicar o esquema de resolugio alternado, resultando APU I) = He OA ears ay AQUKS OT") = LS OAV" iba velop aye Note-se que, colocando-se 0 algoritmo na forma alternada (5.49), as aproximagées introduzidas na matriz jacobiana com a passagem de (5.47) para (5.46) sio parcialmente compensadas pelo fato de as variveis & ¢ Vserem atualizadas a cada meia-iteragao; no algoritmo dado em (5.49), imediatamente aps a obtengao de uma nova estimativa de ou ¥, esses valores jit so utilizados no cilculo subsegliente de AQ ¢ AP. Existem situagdes nas quais os subproblemas Pe QV tém yelo- cidades de convergéncia distintas: © subproblema P#, por exemplo, pode convergir antes que © subproblema QV. Nesses casos, podem-se obter algumas vantagens computacionais iterando-se apenas com o subproblema ainda no resolvido. Para que isso seja possivel € adotado 0 esquema ilustrado na Fig. 5.6, no qual so utilizados dois contadores de iteragao ai (win KP=0, Resoher 0 sistema Apt’, GP Hiy3gP)4 0? Tair ae yPeagt Inerementor 9 | (vi) z Kas (xi) a i) w wi) (i Gov soLugAo (29,0 Karo Resolver 0 istema’ sgiy'e")= Liye) ay* xvi Figura 56 ~ Método de Newton devacoplado 96 FLUXO DE CARGA EM REDES DE EMERGIA ELETRICA independentes para os subproblemas P e QV (p e g, respectivamente). As vatiiveis KP e KQ sio utilizadus para indicar se os subproblemas 0 e QV estdo convergides (=0) ou nio (=1), No bloco ii, apos com- pletada uma iteragio P00 indice KQ é feito igual a 1: iss0 porque 0 subproblema QV ji poderia estar resolvido, em uma passagem prece- dente (KQ= 0), ¢ ter-se afastido do ponto-solugdo devido i corr ‘Ail introduzida no Angulo 8, durante uma iteragao PA. Comentario and logo pode ser feito em relagio ao bloco xt Considere-se como exemplo a resolugao do problema formulado ina Fig, 55, As equagdes que formam o Subsistema | jé foram deduzidas anteriormente e estdo reescritas a seguir: AP; = P3? — P; = ~ 0,30 ~ 0,1923 V,(Vs ~ c08 03) ~ 0.9615 Va sen 0, Qs = OF" ~ O3 = 0.07 ~ 0.9415 V3 + 0,1923 Fy sent, + 09615 F305 0, A seguir, aplica-se 0 método de Newton desacoplado, conforme 0 al- goritmo di Fig, 5.6, na resolugdo do problema proposto: i) KP=KQ=1; =0: W=00 6 1" 0 18 Tteragio PO ii) PAYS U9) = 0.1923 VIO(VS!— cos 9 + 0.9615 V4" sen OP = AP AVS 0) = —0,30 ill) | AP V9.0" |= 0.30 > 0.003: ir para 0 bloco i ft) Ha.a( V2). 08) = OP 3/20 lu. mn — OS) — (VIF Bz = 0.9615 AP AVS A2") = He IVS". 02") B02": — 0.30 = 0.9615 AMY” Ad?! = —0,3120 1) OP =e + Ae = 0000 — 0,3120 = ~ 03120 vi) p=O41=1 vii) KQ=1 F para 0 bloco x. 1 Iteracao QV yy Qh. a 19415(140)? ~ 0.1923 V9! sen + = 0.9615 VIP" cos OY = ~ 0.0545 AQ!) = — 00155 xi) [AQ OY)| = 0.0155 > 0,003: ir para 0 bloco xii. ‘ruc cate nde sneer: siortimos isis 97 a) La a(VS, OP) = 0Q2)2V lem v= (OS! = (VS? By 2]/ VS = 1.0270 AQ, OP) = Ly CHI) OPVAVE!: — 0.0155 = 1,0270 AV!” AV =~ 0.0151 xt) V3" 4. 0V 0000 — 0.0151 = 0,9849 xit) q=0+1=1 xv) KP ir para 0 bloco fi 22 Iteragdo PO ii) PAV, 09) = 041923 VSI4V YE — 05 HY) + 0.9615 V3! sen Y= 02844 APVS?. 04!) = ~ 000156 iti) | AP (VS, 09) | it) Ha V9", 0) = OP 00 fue n= — OY! — (EP By a = 0.8432 AP AVS! U8") = Hy af V3", 02 )A09': — 0,0156 = 0,8432 Ady? An) = — 00185 0.0156 > 0.003: ir para o bloco iv 0) OB) = OY + AI? = — 03120 ~ 0.0185 = — 0.3305 vi) p=l41=2 vil) KQ=1: ir para 0 bloco x 2" Iteragao QV x) OA(VS' 19415 (48 — 0.1923 14" sen 3 — ~ 0.9615 V4" cos 1h?! = — 0.0609 AO. V4", = — 0.0091 xi) [AQ3(14, 2)| = 0.0091 > 0,003: ir para o bloco xii si) La (V3, 02) = 20,16 M5 we. a= [9 — (VS By V4 = 1.0076 AQ4V$?, 09) = La. 2(V4", 02) AVS"; ~ 0.0091 = 1,0076 AVS!” AVS? = — 0,0090 iil) V2! = VE" + AVS! = 0.9849 ~ 0,0090 = 0.9759 xit) q=1+1=2 xt) KP=1: ir para 0 bloco ii 98 UXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 3 Iteragdo PO it) PAVE) = 11923 VPAHP? — cos A) +0.9615 V42 sen Oe = — 0.2989 AP,{ V3", 02") = — 0,001 iit) | AP,(V2,02')| = 0.0011 < 0.003; 0 subproblema PA convergiu esta iteragdo no precisa ser efetuada; ir para o bloco viii viii) KP =0; ir para 0 bloco ix. ix) O subproblema QV ainda ndo convergiu pois KQ bloco x. it para o * lteragio QV %) O09), V2) 9415 (V2)? — 0.1923 VE! sen OY) + —0,9615 V3" cos A = — 0,0693 4002), V3)= — 00007 xi) |AQ3(02?, VP) |= 0.0007 <0,003; 0 subproblema QV convergiu ¢ esta iteragio ndo precisa ser efetuada: ir para 0 bloco xt xvi) KQ=0; ir para 0 bloco xvi xvii) O subproblema Pé também convergiu pois KP =0 xvii) A solugio obtida é 0; = 09 = — 0,330 € y= V$!=0:976. ‘Uma sintese do processo iterativo € dada na tabela abaixo. Vatidveis Iteragto ee 000 | 1000 | —o300 | 016 | asi | 001s -oa12 | o9ss | —oo18 | 000 | —o0is p=9=2 | -03% | 0976 | 000i | -oom | — | — A Fig. 5.7 ilustra praficamente como opera o método de Newton desacoplado: na primeira iteragao PO, a curva AP 0, * obtida consi derando-se V;= V3"; a curva AQ; x Vs, utilizac pita iteragdo ~ (curva calculada considerando-se V,=V\°") 402 T | b)Primeira iteragéo QV (curva calculada considerando-se ) Figura 5:7 ~ Primera iterasio do método de Newion desacoplado QV; € obtida utilizando-se 0, = 6. Procedimento anilogo é seguido nas iteragdes subseqiientes, lembrando-se de que, a cada nova iteragao, as curvas AP; x 0, € AQ, x Vz So recalculadas tomando-se os valores atu lizados V3 € 08, respectivamente. ‘© metodo de Newton desacoplado, esquematizado na Fig. 56, pode também ser.aplicado em uma versio ligeiramente diferente, que sera descrita a seguir. Essa versio pode apresentar, para alguns sistemas, uma convergéneia um pouco mais rapida que a versio descrita anterior ‘mente. Seja Va matriz diagonal cujos elementos ndo-nulos sao as mag- nitudes das tenses das barras PQ do sistema. Com a ajuda dessa matriz, V, as submatrizes jacobianas H € L podem ser postas na forma H=VH Leve (5.50) 100 |RUXODE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETAICA fem que as componentes das submatrizes jacobianas H' ¢ L: sto dadas por [ver as Eqs. (5.35), (5.38), (5.39) e (5.42)} Hig = Vo (Gem $20 Om ~ Bim COS bm) Hy = — Vi - %Bu (51) Lin = Gin 860 Pam ~ Bi 6080 Qu¥2 — Bu (5.52) Lia [As equagdes do método de Newton desacoplado podem, finalmente, ser colocadas na forma: APiV = WAd agv=LaV 553) Essa formulagdo sera utilizada a seguir na dedugio das equagdes do método desacoplado rapido. $42. Método desacoplado rapido [9] © méiodo desacoplado répido tem 0 mesmo algoritmo basico que ‘0 método de Newton desacoplado representado na Fig. 5.6. A diferenca fundamental entre os dois métodos desacoplados € que, no método de- sacoplado rapido, sio utilizadas as equacdes AP/V = B’AY ec AQ/V’= B'AV. ‘nas quais aparecem as matrizes constantes Be B’, respectivamente (como se veri a seguir, a matriz B’ é a mesma do fluxo de carga CC estudado no Cap. 2) Nas expresses (5.51) ¢ (5.52) podem ser introduzidas as seguintes aproximagées: 4) COS Oye € muito proximo de 1: ) Bun, & em magnitude, muito maior que Gyy SeM Om 0) Bu Ve & em magnitude, muito maior que Qy ‘As aproximagies a ¢ b so em geral vilidas para sistemas de trans- missdo, em particular para EAT e UAT. Para linhas de transmissiio acima de 230KV, 2 relacdo Bjq/Gia tem magnitude maior que 5, podendo ser da ordem de 20 em linhas de 500 kV. A aproximacéo c em geral também € valida pois se bascia no fato de as reatincias shunt (cargas, reatores, capacitores, shunts de linhas etc.) de uma rede de transmissio serem muito maiores que as reatincias série (linhas e transformadores). ‘puro ce carga nbo-iner: gorimos sees 101 Introduzindo-se as aproximagies a, b € © nas expresses (5.51) € (5.52), obtém-se: Hig = ~ Vu Bin 554) Hig = —~YBu hoa Lin & — Bin (5.55) Ly =~ Ba Considerando-se ainda que V, © V, sio aproximadamente unitarias, podem-se aproximar as submatrizes jacobianas H' e L. por H Lise" (5.56) em que as matrizes B’ ¢ B” so dependem dos pardmetros da rede, nao dependendo, portanto, das varidveis de estado do sistema (angulos € mag- nitudes das tensdes nodais). Essas duas matrizes so semelhantes & matriz de susceptancias B (lembrar que a matriz admitineia Yé colocada mm forma Y= G +B), com a diferenga que em B no aparecem as linhas e colunas referentes as barras V0, em B” nio aparecem as linhas e colunas referentes as barras PV eas barras V0. Ou seja, as matrizes BY ¢ B” mantém as estru- turas das submatrizes jacobianas HT ¢ L. Substituindo-se (5.56) em (5.53), obtém-se as equagdes do método desacoplado ripido: Ap/V = BAO AQiV = B'AV (557) Essas duas equagdes entram nos blocos iv ¢ xii do diagrama da Fig. 5.6 no lugar, respectivamente, das equacdes AP = HAO ¢ AQ ‘AS matrizes B’ ¢ B” tém estruturas diferentes devido a existéncia de barras PV (as colunas e linhas correspondentes a essas barras no apare- cem na matriz B’, da mesma forma que ndo aparecem na matriz jaco- biana). Pode-se, entretanto, trabalhar com matrizes B’ e B” de dimen- sbes ¢ estruturas semelhantes desde que se utilize um artificio que con- siste em se construir a matriz B” como se todas as barras PV fossem do tipo PQ e adicionar-se um nimero muito grande aos elementos da dia gonal principal correspondentes as barras que, de fato, so do tipo PY. A relacdo AQ/V= B’AVexpressa a sensibilidade entre 05 vetores AQ © AV. Do ponto de vista dessa relacio, o artificio citado equivale a adicao de susceptincias shunt com valores elevados (reatincias pequenas) nas barras que sao do tipo PY, 0 que torna a magnitude das tensdes dessas bbarras praticamente insensiveis as perturbacdes AQ. Assim sendo, as componentes do vetor AV correspondentes as barras PV serio nulas e, 102 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA portanto, as magnitudes das tenses dessas barras permanecerdio cons- tantes, como se deseja que ovorra nas barras PY, Para que as compo- tes de AV associadas is barras PQ nio sejam afetadas pelo artificio, as componentes de AQ correspondentes as barras PV so consideradas niulas, o que & conveniente, pois nessas barras nao € especificada a inje- edo de poténcia reativa Algumas melhorias no desempenho do método foram observadas quando, na formagao da matriz BY analogamente a0 que se faz no fluxo de carga CC, desprezaram-se as resistencias série, aproximando-Se Pim por ~ I/Xim- Resumindo, os elementos das matrizes B’ ¢ B” sio dados, respectivamente, por Bin = — Xint ue (558) Bu= YL Xin Bi Bum Bi = — Bu (559) em que By By S40 os elementos da matriz de susceptancias Be Xim € a reatiineta série de uma linha ow transformador Considere-se, novamente, a resolugdo do problema formulado na Fig. 55, Esse problema, que ja foi resolvido anteriormente pelo método de Newton ¢ pelo método de Newton desacoplado, sera estudado a se- gui utilizando-se o método desacoplado rapido, Os varios pasos do Processo de resolugio esto numerados da mesma forma que o diagra- ma da Fig, 5.6, As matrizes B’ ¢ B” sfo unidimensionais ¢ dadas por B=x,$=10 BY = ~ By = 09415 i) KP=KQ OP) =00 & H=10 1 heragao Pa in) PAVS.09 P(A 11923 YH — cos 1) + 0.9615 V4 sen M1 — 0,30 iti) |AP,(VS®,2)| = 0,30 > 0,003: ir para 0 bloco ir. ny AP AVS, U)/V$0 = BAY, — 030 Ag! = — 03000 0'9 + Ao = 0,0000 — 0,3000 = — 0,3000 0.0 yo Pao de cage no ine agontmos bcos 103 vi) p=O+1 vii) KQ=1; ir para © bloco x. L* Ireragdo QV 1X) QslV4, Hh) = 09415 (VI)? — 0.1923 V$!sen 1 + ~ 0,9615 V4! cos 6 0.0602 AOA HP) = — 0,008 xi) [AQ,(13, 49] = 0.0098 > 0,003; ir para © bloco xi xii) AQAVS),0f})/ VP)= "AVI": — 0.0098 = 0.9415 AVS” Avs’! = — 0.0104 silt) V3! = £014 AVS" = 1,0000 — 0.0104 = 0.9896 xiv) q= 04 xv) KP=1: ir para 0 bloco it 22 Ireragdo PO iy P2(V$2, 049) = 0.1923 V$XV$ — 60s 0) + 0.9615 V5" sen Of — 02747 APS. 012) = = 00253 Iii) | APAV$",¢0)| = 00253 > 0.003: ir para 0 bloco iv ivy) APS", Of) VE) = BAD: — 0.0256 1,0 A!" aM ~ 0.0256 0,3000 — 0.0256 = — 0,3256 0) OB = a + ti) p=1+1=2 tii) KQ= 1: ir para © bloco x 2° Ineracdo QV ») QV. 08 9415 (VS)? — 0.1923 V3"! sen 3) + — 09615 V4""cos 0 = ~ 0.0586 AQ! 02) = — 00114 104 ALUXO OE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA xi) |AQA(U"0P)|= 00114 > 0,003: ir para 0 bloco sit xii) AQAVSY, O2)/V"' = BYAVE?; - 00115 = 0.9415 AVS" AVE) = — 00122 yh AV? iti) VP 19896 — 0.0122 = 0.9774 xiv) q=1+1=2 xv) KP=1; if para 0 bloco i 32 teragdo PO i) PAVE. 1923 VV ~ cos 2") + 0.9615 132! sen 0 02980 APU), = — 0.0050 iy | APY, 03) ,0050 > 0,003: ir para © bloco ir in) APA(VE'. 02) YE" = BANE: — 0.0051 = 1,0 808 ‘Aug? = —0,0051 1) 8 = 03" + An? = — 0.3256 — 0.0051 = — 0.3307 vi) p=241=3 vi) KO ir para © bloco x 3° erage QV x) QAV P09) = 09415 08 0.9615 V3! cos a" AOAV? 0S) = —0.0016 xi) | AQ. 4 esta iteragio no precisa ser efetuada: ir para o bloco xvi. xvi) KQ 0.1923 V2" sen Of? + = 0.0684 0.0016 < 0,003; © subproblema QV convergiu © ir para o bloco xvi xvii) © subproblema PO ainda ndo convergiv pois KP Ie in bloco i mee uno de cage ntotneralgonimos bascos 108 42 Iteragdo PA ii) PAV. OS) 11923 VI24V]2! — cos A) + 0.9615 VY" sen HS" 02990 ~ 0,000 AP AVE OP) itt) |AP(V22, 03)] = 0.0010 < 0.003: ir para © bloco vi will) KP 3 ir para © bloco ix. ix) © subproblema QV também convergiu pois KO =0. xwili) A solugao obtida & @,= (lf! = — 0331 © Vy= VE Uma sintese do processo iterativo € dada na tabela abaixo. Varies eragio om [ou | aes [aos [om | ay oo | 100 | 0300 | —ooi0 | -0300 | -o010 =o. | oa | ons | —aon | 0026 | 0012 0226 | 0977 | aos | 02 | —co0s —oaa oo | — Note-se que, dentro du toleriincia especificada (: = 0,003), 08 resul- tados obtidos (lp © ¥) so os mesmos calculados anteriormente, utili- zando-se 0 metodo de Newton ¢ 0 método de Newton desacoplado. prara que as estimativas de fs € 1; obtidas pelos trés métodos se apro- ximem ainda mais, basta que se diminua a tolerdncia de convergencia + fo que exigiria um mimero maior de iteragdes. Note-se também que o método de Newton desacoplado convergiu em duas iteragdes Pl e dusts iteragdes QV enquanto 0 método desacoplado ripido efetuow tres Fagdes PH © duas iteragdes QV. O fato de o método desacoplado rapido Utilizar uma iteragio PH adicional no deve ser encarado como uma desvantagem uma vez que, como as matrizes Be B" slo constantes, as iteragoes sio menos trabalhosas. Nu obtengiio de alguns tipos de equivalentes externos (rer 0 Cap. 7), podem aparecer, na rede reduidi, elementos unt com admitincias anormalmente elevadas, o que muitas veres provoca dificuldades de con vergéncia do metodo desacoplado rapido (convergéncia lenta ou, até mesmo, divergéncia). Este tipo de dificuldade motivou 0 desenvolvimento de uma versio modificada do método desacoplado rapido, que sera aapresentada a seguir. A diferenga em relagio ao método original esti 106 FLURO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA hha maneira como as susceptincias shunt sio incluidas na diagonal prin- ipal da matriz B’; enquanto na versio original do méiodo as suscep- neias shunt so adicionadas 4 diagonal principal de B”, na versio mo- ificada essas susceptincias sdo introduzidas na diagonal principal mul- tiplicadas por 2, Para se entender 0 que significa essa modificagao, € interessante que se retome a deducio do método desacoplado rapido € se analise a maneira como foi obtida a matriz B’ Conforme foi visto anteriormente, a matriz B” é obtida a partir da submatriz jacobiana L’, cujos elementos da diagonal principal so dados pela Eq. (5.52), que esté reescrita a seguir: Lig= — But Q/VE=~ 3 Pim — (bi + 3 Pim) + Qu (5.60) © elemento Bj, da matriz B” foi obtido considerando-se a magnitude de Q, desprezivel em relagdo a 12By, (aproxima 10 ©), levando a: Lin = B= — Them (00 + Shady (561) significando que, no cilculo de Bj,. deve entrar a soma de todas as sus- ceptancias (série © shunt) ligadas a barra k Em_algumas aplicacdes, como € 0 caso dos equivalentes externos (cer 0 Cap. 7, em que aparecem elementos shunt com altas susceptan- Cias, @ poténcia reativa gerada ou consumida nesse clemento poder iuingir Valores pouco usuais. Nessa situagdes, em geral, a aproxima- gio c no & valida, ou seja, a magnitude de Q, pode ser nao-desprezivel em relagdo a VZB,. O efeito pratico da nao validade dessa aproxima- Gio, nos casos mencionados, pode ser a conver i, ou mesmo a divergéncia do método desacoplado rapido, em sua versio original ‘A solugdo desse problema & ao mesmo tempo trivial € muito ficient. como se verd a seguir. Explicitando-se a injegdo de poténcia reativa Q,. na Eq, (5.60), chega-se a: Lin =— 206+ FS omy- 5 [eth (1 Te 05 tm) + : . “(862) Essa expresso pode ser aproximada por Lis = Ba=— YL dan — 2067+ Y bid) 15.63) ‘una decerventonertoortmos bisces 107 bastando considerar-se que: bun( 1 a sun) <|bial (5.64) Hf 205 on) Yo uy S00 Dam | < | Bim | Tem im | & [Pam © que equivale a aproximarem-se , € Vq pela unidade e a aplicarem-se as aproximagdes a ¢ b utilizadas na obtencdo da versio original do mé- todo. Observe-sc, ainda, que a aproximagao (5.63) poderia ser obtida caleulando-se Lig no ponto V= 1 ¢ 0=0. A Eq, (563) estabelece que, na versio modificada do metodo desacoplado ripido, o elemento Bix da matriz B” contém a soma das susceptincias série mais a soma do dobro das susceptincias shunt. Utilizando-se essa versio & possivel resolverem-se, sem difieuldades de convergéncia, alguns problemas que no poderiam ser resolvidos pela versio original (ver a Ref. [16]. efeito das aproximagdes (5.60) e (5.62) na formagio da matriz B’ pode ser observado em um problema muito simples, formulado na Fig. 58, Esse sistema é formado por uma tinica barra em que sio conhecidos © fingulo da tensio nodal W=0), a injego de poténcia ativa (P = 0), 4 injegdo de potencia reativa (Q=8 pu) ¢ a susceptincia shunt ("=~ 10 pu). Pretende-se determinar a magnitude da tensio nodal ¥. Esse problema pode ser resolvido pelo método desacoplado rapido. O sistema de equagdes a ser resolvido se resume a: wy Q b=-40pu Figura $8 ~ Sistema-exemplo de uma barra 108 UXO OE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETAICA A matriz B", que é unidimensional, ¢ dada por versio original B” = — b* = 10pu. ~ 2b" = 20 pu Considere-se a estimativa inicial da tensdo V como sendo Y= 1 pu. A tabela abaixo di uma idéia da evolugdo do provesso iterative para as duas vers Ieragio veo | vet Exato Versio onan | 000 | 0300 | 1000 Versio medics | 1000 | 0900 | oso Os céleulos correspondentes esto detalhados a seguir. Versio original Versio modificada v=! pu A0 = 9" — 10(Y¥7 AV =(B-* 49%" By AQ") = 01 VO) = V4 AYO = V4 AV) = 0.900 Qt = QM — 1071 AQ" =O. AV! = (BY AON = 02 AV = (By! AQI/ = — 0.0055 VO AVY = I pa. Va V4 AYO = 0894 Problemas 5.1. Considerar um sistema constituide de trés barras e trés linhas, cujos dados, em p.u., esto tabelados a seguir: Dados de barras: Bara | Tio | P @ v fa 1 ve — — | w | 00 7 ro | -oos | -o | — | — 3 pv | -ois | — | ov | — Plone de -araa nso ner algeria: bascos 109 Dados de linhas: inka [+ xf 12 [| o1 | 1 | oo 13 | 020 | 200 | 002 23 | ao | 100 | oor 4) Montara matriz Y= G + jB, tomando como referencia o né terra +b) Montar 0 Subsistema I [Egs. (53) ¢ (5.4)] €) Montar o sistema de equagoes (5.34), 4) Reescrever 0 sistema de equagdes (5.34), obtido no item prece- dente, considerando-se V; = V; pu. ¢ 0,=0;=0;=0. 6) Determinar as matrizes B’ ¢ B’, © montar os sistemas de equa- bes (557). Desenvolver um programa computacional para resolver 0 Prob. 5.1. pelo método de Newton. y= a Desenvolver um programa computacional para resolver 0 Prob. 5.1 pelo método desacoplado ripido. Capitulo 6 FLUXO DE CARGA: CONTROLES E LIMITES No capitulo precedente, foram apresentados os prineipais métodos de resolugdo das equagies bisicas do problema do fluxo de carga. Essas lequagdes, que foram agrupadas nos subsistemas |e 2, representam os componenites mais importantes de um sistema de energia elétrica, que s40 as carga, geradores ¢ compensadores sincronos (modelados pelas barras tipo PQ, PV e VO), as linhas de transmissao ¢ os transformadores em-fase (representados pelos modelos equivalentes tipo x), os transformadores defasadores, 08 capacitores e reatores shunt, Além desses componentes, um sistema de energia elétriea tem uma série de dispositivos de controle que influem diretamente nas condigdes de operagao ¢, portanto, devem ser incluidos na modelagem do sistema para que se possa simular corre- tamente seu desempenho (nunca € demais lembrar que as simulagdes consideradas aqui sd do tipo estatico, ou seja, validas para situagdes nas quiais as variagdes no tempo sao relativamente lentas). A formulagio basica do problema de fluxo de carga devem, entdo, ser incorporadas as ‘equagdes’ que representam esses dispositivos de controle bem como as inequagdes associadas aos limites de operagdo do sistema. O objetivo deste capitulo € discutir a incluso desses controles e limites na solugio do problema do fluxo de carga. Seri apresentada também, ao final do capitulo, a modelagem de cargas funcionais, ou seja, de cargas que variam com a magnitude da tensio das barras correspondentes, Entre os controles que geralmente so representados em programas de Muxo de carga estio: controle de magnitude de tensio nodal (local € remota) por injegao de reativos: controle de magnitude de tenso nodal por ajuste de tap (transformadores em-fase): controle de fluxo de poténcia ativa (transformadores defasadores): € controle de intercambio entre areas. s limites de operagdo mais comuns sao: limites de injegdo de poténcia reativa em barras PV; limites de tenso em barras PQ: limites dos raps de transformadores: ¢ limites de fluxos em circuitos. 112 ‘ALUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 6.1. Modos de representasiio Existem basicamente trés maneiras de representar 0s controles men- cionados anteriormente 4) Classificagao por tipo de barra (PQ, PY, V0, ete.) ¢ © agrupamento das equagdes correspondentes nos subsistemas 1 e 2. Iso significa que, por exemplo, 0 controle de tensio em bartas PY jd esta representado rnas equagdes bisicas do Nuxo de carga, pela propria definigio de burras PV. Este procedimento € utilizado eficientemente tanto com © método de Newton como com os métodos desacoplados. 6) Mecanismos de ajuste exccutados alternadamente com a solugdo ite- ‘a do Subsistema 1, ou seja, durante o céleulo de uma itera as Variaveis de controle permanecem inalteradas e, entre uma iteragdo € outra, essas varidveis so reajustadas procurando-se fazer que’ as varidiveis controladas se aproximem cada ver mais dos respectivos valores especificados ¢) Incorporagio de equagdes e varidveis adicionais ao Subsistema 1 ou substituigao de equages e varidveis dependentes desse subsistema por novas equagdes ¢/ou variiveis. Por exemplo, um transformador de- fasador puro, cuja varidvel de controle € 0 Angulo Pq € a varidivel controlada €'0 fluxo de poténcia ativa Pix (ver 0 modelo dado pela Fig. 1.6), pode ser representado por uma equagio adicional anexada ao Subsistema 1 (Pi? — Pe=0) € pela incognita Gm agregada ao vetor de varidveis dependentes x (ver a Eg. 5.7). Por outro lado, um transformador em-fase — cuja varidvel de controle & a relagio de transformagdo dig ¢ @ variavel controlada é, por exemplo, a magni- tude de tensio Volver 0 modelo dado pela Fig. 14) — pode ser represen jo do vetor de varidveis dependentes x, no qual a magnitude da tensio controlada Vq € substituida pela relagio de transformacio dj,, mantendo-se inalterado 0 conjunto de equagdes 1. Esse procedimento, em geral, apresenta bons resul- tados quando aplicado ao método de Newton, apesar de exigir alguns euidados adicionais para 0 calculo da matriz jacobiana. Em relagdo ao proceso de resolugdo das equagdes basicas do Mux de carga [ver as Egs. (5.3) e (5.6)}. a introdugdo da representagdo de con- troles automaticos traz algumas complicagdes adicionais que devem ser observadas [12]. A convergéncia do processo iterativo geralmente fica ‘mais lenta, A interferéncia entre controles que sao eletricamente préximos pode levar, em algumas situagdes, a ndo-convergéncia do proceso ite- rativo, Além disso, a ocorréncia de solugdes miiltiplas para um mesmo roblema toma-se bastante freqiiente quando os dispositivos de controle jo incluides na modelagem do sistema. ‘uma decaga controle okies 113 62. Ajustes alternados [10] © procedimento de ajustesiterativos, efetuados alternadamente com as iteragdes do processo de resolugdo do Subsistema I, objetiva manter 4 variavel controlada em um valor especificado =", corrigindo-se convenientemenie a varidvel de controle Au=xAz ral (6.1) em que Au é x corregdo na variavel de controle: Az é 0 erro na varivel controlada (valor especificado menos valor caleulado): € # € a relagio de sensibilidade entre as varidveis we = ‘0 esquema geral do procedimento de ajuste & deserito a seguir: 1) Definir os valotes iniciais das varidveis de controle w ii) Obter uma solugdo inicial do Subsistema 1, que fornece o estado do sistema, Essa solugdo pode ser obtida com tolerincias maiores que as exigidas da soluedo final ou, entdo, com um certo numero prefixado de iteragdes, iii) Estimar 0s valores atuais das varidveis controladas 2" e verificar se 0s erros Az jé esto dentro das tolerincias especificadas: depen- dendo dos erros AP e AQ das equagdes do Subsistema 1, 0 processo iterativo pode ja estar terminado; Se ndo estiver, ir para iv it) Determinar os novos valores das variaveis de controle utilizando-se das relagdes do tipo (6.1), avaliando-se previamente, quando neces- sirio, os fatores de sensibilidade 2. 1) Efetuar mais uma iteragdo (método de Newton ou desacoplado) no processo de resolugdo do Subsistema Ie voltar ao pass0 iii [A convergéncia desse processo iterativo depende tanto da evolugo dos coniroles (Eq, 6.1) quanto da resolucdo do Subsistema 1. sendo que, em geral, S20 0s controles que determinam a convergéncia do processo como um todo, Iss0 seri to mais verdadeiro quanto maior © ntimero € a variedade de controles ¢ limites representados. Deve-se notar, final- mente, que 0 efeito dos dispositives de controle ¢ os limites de operagaio s6 devem ser incorparados a0 processo iterative de resolugao apés ter sido obtida uma convergéncia parcial na resolugio do Subsistema 1 Com isso evitam-se problemas como a atuagio indevida de dispositivos de controle © violagdes de limites motivadas. pela eseolha de valores iniciais muito distantes do ponto solugdo. 114 PLUNO DE CARGA EM REDES DEENERGIA ELETRICA 6.3, Comirole de tensdo em barray PY [12] [Nas barras de geragio e nas Barras em que sfo ligados compensado- res sincronos, o controle da magnitude da tensiio nodal € feito pelo ajuste da cortente de campo de maquinas sineronas, que podem operar sobi ou subexcitadas, injetando ou absorvendo reativos da rede de trans missio: 0 mesmo tipo de controle pode ser conseguido também pela atuagao de dispositivos estatieos. Conforme ji foi mencionado na Sec. 6.1 4 representagio desse tipo de controle esti embutida na propria formula- io basica do problema do Muxo de carga, pela definigdo das barras PY [As cquagdes das injegdes de poténcia reativa Q, nas barras PV ndo apare- em no Subsistema 1 «, sim, no Subsistema 2 (ver 0 Cap. 5): por outro, lado, a magnitude de tensio Hi, € mantida igual a seu valor especificado Vg? O fato de Qy ni estar no Subsistema Ie de hi, set constante implica gue @ matriz jacobiana nao contém as linhas cujos elementos seriam 804/00y € 0Q4)0%q, € as colunas correspondentes as derivadas Pq OV, © JQq/0¥,. Siuagio analoga € observada em relagdo & matriz B’ do metodo desacoplido rapido que, como se sabe, nada mais € que uma aproximacio da submatriz jacobiana L. ‘Como ata © mecanismo de controle de tenso em uma barra PY fem um programa de cilculo de fluxo de carga? Para responder a essa pergunta, considere-se uma barra PV na qual j= Vf" e, inicialmente, Op" < Op" < OP". Imagine-se, por exemplo, que, & cada iteragdo, aumente & injegdo de reativos Qj" necessiria para manter a tensdo no cificado até que o limite OP" seja atingido. A partir dai, a tensdo % ten dera a cair devido a insuficiéncia de suporte de poténcia reativa. Ri nio anslogo vale quando € atingido o limite Qf", caso em que a magni- tude de tensao Hj tendera « subir. As injegdes de poténcia reativa nas barras PY devem, portanto, ser recalculadas a0 final de cada iteragao utilizando- se os valores atualizados do estado da rede, para observar-se se esses valores esto dentro dos limites especificados ov nao. Se Q2" cair fora dos limites, 05 tipos das barras nas quais isso ocorre so redefinidos, pasando de PV para PQ, com injegdes de reativos especificadas. no limite violado (Q5**= Qt"): ao mesmo tempo, as magnitudes 1, das ten- ses dessas barras sio iberadas, passando a ser calculadas a cada iteragdo, como parte do vetor das variiveis dependentes x. Quando ocorre ums dessas mudangas de tipo de barra (de PV para PQ), devem ser reinseri- das na matri2 jacobiana as linhas que contém as derivadas CQ,/ Mm © 704|¢Vq, € as colunas correspondentes ais derivadas em relagdo a 'Y,, isto € FPg/2h; © COqiels. A mesma observagdo vale em relagdo ii matriz B’, Essas alteragdes na matriz jacobiana ¢ em B” decorrem das proprias mudangas no Subsistema 1 ‘Apds uma barra PV ter sido transformada em PQ, deve-se testa «1 cada iteragdo subseqiiente, a possibilidade de essa barra volta tipo original. Considere-se, por exemplo, um caso em que a inje ‘rao de corge conte eines 15 reativos esteja fixada no limite maximo, ou seja, Of" = OP". A vatiével Ki; correspondente, recalculada a cada iteracdo, poder ser maior, menor ou igual ao valor especificado VE". Se Vj" < VP, nada se altera, pois, para se aumentar a magnitude de tensio Vp" ‘dever-se-ia aumentar a injecdo de reativos na barra, o que seria impossivel ja que Qf? = OP". Entretanto, se Vi" > Vf, para se diminuir a magnitude de tensio Vs" basta que a injecdo de reativos na barra seja diminuida, 0 que € per mente vidvel, pois QP" = QP. Isso significa que, se OP" = OP" e V""> > Vp, a barra poderd ser reconvertida a seu tipo original, ou seja, a0 tipo PV. Por raciocinio andlogo, chega-se a conclusdo de que isso tam- bem é possivel quando OP" = QP! © Vi" < VE (ver Probl. 65, proposto 40 final deste capitulo) 64, Limites de tensdo em barras PQ [10, 12] Para alguns estudos de planejamento da operagio e da expansiio de um sistema de energia elétrica, & muito conveniente que os programas de fluxo de carga limitem a variagdo da magnitude das tensdes das barras PQ dentro de uma faixa especificada, mesmo que nessas barras niio exis- tam realmente dispositivos de controle capazes de realizar tal tarela, Por exemplo, em estudos sobre a expansio a longo prazo da rede de trans- missao, ¢ comum determinar-se inicialmente uma (ou mais) rede de tran missdo que atenda aos requisitos de geracdo/demanda, utilizando-se um modelo simplificado da rede (Nuxo de carga CC, modelo de transportes. etc), Em uma fase subseqiiente dos estudos, devem ser avaliados o desem- ppenho reativo e 0 perfil de tensdes da rede que esti sendo planejada, ¢ para tanto sao utilizados métodos convencionais de fluxo de carga CA. Nesses casos, devido ao fato de o planejamento reativo ainda no ter sido feito, 40 comuns situagdes nas quais ndo se consegue convergéncia, ‘A limitagao das magnitudes das tensdes dentro de uma faixa especificada (10%, em torno dos valores nominais, por exemplo) permite em geral que se obtenha « convergéncia e, além disso, ter-se uma indicagio das barras nas quais existem problemas de suporte de poténcia reativa (barras cujas magnitudes de tensio esto fixadas no limite} Em um programa de céleulo de fluxo de carga, as magnitudes das tenses das battas PQ sao recalculadas a cada iteragdo durante 0 pro- cesso de resolugio do Subsistema 1. Quando o valor caleulado de} cai fora dos limites VP" e Ve", 0 tipo da barra na qual ocorte a violagio € redefinido, pasando de PQ para PY, com magnitude de tensio espe- cificada no limite violado (Ve? = Vi"); ao mesmo tempo, a injegdo de reativo Q, nessa barra é liberada, pasando a ser recalculada a cada ite- ragao. Considere-se, por exemplo, que magnitude da tensio seja espe- cifleada no valor minimo, ou seja, VE" = VP", Neste caso, na iteragdo 6 PLUKO DE CARGA EM REDES OE ENERGIA ELETRICA em que ocorre a fixagao no limite, o valor ealeulado da injegdo de reati- vos na barra sera Qj"'=QF? + AQ. em que AQ, € um valor positive (correspondendo, por exemplo, a um capacitor ligado a barra para im- pedir que a magnitude da tensao nodal caia abaixo do minimo permitido) ‘Analogamente, quando a violagio ocorre no limite superior, isto & Vy? = Vp", 0 ineremento AQ, na injegio de reativos sera negative (eor- respondendo, por exemplo, a um indutor shunt ligado a barra para im- pedir que a magnitude da tensio nodal suba acima do maximo permitido). Quando ¥, fixado em um de seus valores-limites, ess variavel deve ser removida do vetor das variaveis dependentes x enquanto a equagio de residuo QP? — Qe" = 0 correspondente sai do Subsistema 1 Note-se que 0 decréscimo do niimero de equagdes que formam o Subsis- tema 1 € igual redugio no niimero de incdgnitas. Como degorréncia das alteragdes no Subsistema 1, quando ocorre essa mudanga de tipo de barra (de PQ para PV), devem-se remover da matriz jacobiana a linha que contém as derivadas 0Q,/d!ly € 20,/2¥_, € 4 coluna correspondente as derivadas em relagdo a Vy, isto €, OP_/ 01, € 0Qm/¥,. Comentario ani- logo vale para a mairiz B° do méodo desacoplade rapido ‘pos uma barra PQ ter sido transformada em PY, deve-se 1 cada iteragao subseqiiente, a possibilidade de essa barra voltar a seu tipo original. Considere-se, por exemplo, que a magnitude da tensio esteja fixada no limite minimo, isto é, VE? = VP". A varidvel Q, corres- pondente, recalculada a cada iteragio, poder ser maior, menor ou igual a0 valor especificado QF". Se Qi" > OF". nada se altera, pois injecdo e) de reatives, ou seja, MQ, =Of"— OF > 0, & indispensivel para nao deixar a magnitude de tensio 1, eair abaixo de VP". Entretanto, se Qi" < QP", 4 injegdo incremental AQ, seri negativa, significando que, se ela for eliminada, a magnitude de tensio }, aumentara, entrando na faixa per- mitida. Isso significa que, se VP?= VP" e QP" < QF", a barra poder ser reconvertida a scu tipo original, isto é, 40 tipo PQ. Por raciocinio anilogo, chega-se a conclusio de que isso também € possivel quando Vy = Vie" © QP" > QPF (rer Prob. 66, proposto ao final deste capitulo). 65. Transformadores emfase com controle automético de tap (10, 11] s transformadores com controle automitico de tap podem ser uti- lizados na regulaggo de magnitudes de tensdes nodais. No Cap. 1 foi apresentada uma discussio detalhada sobre a modelagem de transfor- madores ¢ foi analisado 0 efeito da relagio de transformacdo sobre as magnitudes das tensdes terminais do transformador. Nesta sega sera cstudada a inclusio do efeito dos transformadores com tap variavel no Processo iterativo de resolugdo das equagdes do fluxo de carga CConsidere-se um transformador em-fase com terminais k © m (ver a Fig. 1.4), cuja relagdo de transformacdo ayy deve ser variada para con- ‘ne ce carga controle nes "7 trolar a magnitude Vq de uma das tensdes terminais. Conforme foi de- ‘monstrado no Cap. 1, 08 fluxos de poténcia em um transformador em-fase ‘obedecem ao mesmo tipo de equagdo que os fluxos em uma linha de transmissito, com a unica diferenga de que, em lugar de V,, aparece dah: Pam = (tN dam ~ (dm) Vadim COS Om ~ (in) Vain S60 Ogu sm = ~(Cambi Pam + (ain) Vabin C05 Yan — (aun) Vetunsen Og, (67) A relagio de sensibilidade Atm = AV 63) pode ser utilizada na determinagdo da correcdo Ady a ser introduzida ha variivel de controle dyq objetivando corrigit 0 erro Aly = Va" — V3 (64) em que V5" & 0 valor especificado € V3! € 0 valor calculado na iteragdo mais recente, Se a barra k, que € 0 terminal oposto do transformador, for rigida, ou scja, se a magnitude de tensdo }, for pouco suscetivel as Yariagdes da relagdo de transformacdo dig. entao o fator de sensibilidade 2 ser aproximadamente_unitatio. 414 foi meneionado anteriormente que os métodos desacoplados in- troduzem aproximagSes na matriz jacobiana, mas niio no cileulo dos residuos AP ¢ AQ. No método desacoplado rapido, por exemplo, além do desacoplamento da matriz jacobiana, trabalha-se com as. matrizes constantes B' € B” (ealeuladas no ponto V = Ip. ¢ J =0) durante todo © pr iteraglo, os valores atualizados de Ve 0. Como se sabe, esta € a razio de 0 método desacoplado ripido apresentar a mesma solugio final que © método de Newton, apesar de ter convergéncia distinta. No que se refere aos transformadores com rap-varidvel, segue-se 0 mesmo tipo de politica, isto é ma formagio de B’ e B’ considera-se sempre dam dl, Enguanto no cileulo dos residues AP € AQ uilizam-se os valores atuali- Em ver de se utilizar 0 procedimento deo es alternadas, des- crito anteriormente, pelo qual as correcdes nas variaveis de controle [Eq, (6.3)] sio intercaladas ao processo iterativo de resolugio do Subsis- tema |, pode-se alterar 0 préprio Subsistema I de tal forma a incluir-se dirctamente a representagdo do efeito de transformadores automaticos, Considere-se novamente o transformador de terminais ke m tepresentado na Fig. 1.4, em que a varidvel de controle dig regula a magnitude de tenso Vy. A barra m passa a ser classificada como sendo do tipo POV, isto €, as Varidveis P. Oy € by so especificadas. Com isso, 0 Subsistema | fica com uma incognita 1 menos (Vq), que € entao substituida no vetor x 18 PLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETHICA de variiveis dependentes pela relagio de transformagdo yy. Esquema ticamente, a matriz jacobiana passa a ter a seguinte forma geral; sre sre vv }lap EYE) | av [hse xPot aa Ea eee Do @) re Hao] | a feo]co] [se] ve por || cay Vv) éa Aa |} xi= spor em que NPQ é 0 niimero de barras PQ: NPV & 0 numero de barras PV NT. € 0 nimero de transformadores com controle automiitico de tap: © NPQVE o mimero de barras POV [por simplicidade de exposivao, nat Eq, (65), foi feta a suposigio de que todas as barras POV tem suas ten- ses reguladas por transformadores, ou seja NT= POV, As derivadas CPica ¢ CQ/ca, que aparecem na Eq, (65), sio analogas as derivadas V, ¢ podem ser facilmente obtidas a partir das Eqs. (6.2) 6.6, Transformadores defasadores com controle automédrico de fase Esse tipo de transformador pode ser utilizado para regular 0 luxo de poténcia ativa nos ramos onde sdo inseridos. Conforme foi demons- irado no Cap. 1, os fluxos de poténcia através de um defasador puro (n= 2%") obedecem ao mesmo tipo de equagdo que os fluxos em uma linha de transmissdo, com a tnica diferenga de que, em vez da abertura angular Oq, aparece 0 Angulo Yo + ims M GUE Pim € a fase do defa- sador (ver'a Fig, 1.6): Pan = Vitam ~ ViVaidim 05m + Pum) — ViVenbam $0 (am + Pal om (66) ViNnam S040 + amd in + ViVibkn C08 am +" Pom) A simulagio do controle do fluxo de poténcia ativa através do de- fasador pode ser feita utilizando-se a relagdo de sensibilidade 01m = 2Pin (67) em que Adin & a corregio introdurida na variavel de controle Pum € Pix € 0 erro AP in = Pi ~ Pitt (6.8) Puno de cag conte eter 19 Figura 61 ~ Equivaleme reduzido de ima rede utilizado na analive da atuacdo de um dlelasador puro sendo Pi! 0 valor especificado do fluxo no defasador Pia! 0 valor cal culado na iteragdo mais recente, ( significado do fator de sensibilidade x pode ser mais bem enten: dido pela analise do circuito equivalente lincarizado da Fig, 6.1, no qual a rede foi reduzida aos dois nos terminais do defasador. O equivalente € caracterizado por dois parimetros: a reatncia equivalente xi% ¢ as injegoes equivalentes Pi* € Ps! (ver o Cap. 7 sobre equivalentes), Note-se que xf & 4 reatncia equivalente entre os nds & ¢ m, excluindo-se o de- fasador (para mais detalhes sobre 0 céleulo da reatincia equivalente ver altima seco do Cap. 1), As duas leis de Kirchholl aplicadas ao circuito da Fig. 6.1 resultam em PE = Pag + PRL = constante (69) 1m ~ XinPon + XEBPES = 0 (6.10) Utilizando-se a Eq, (6.9) para climinar o fluxo Pi3,da Eq, (6.10), obtém-se: Pam — (Sim + XRVPam + SEAPE = 0 6.1) Seja APty @ alteragdo provocada no fluxo Pm pela corregdo AP NO ngulo do defasador: da relagdo (6.11) chega-se a Aen — (Xam + 383) APin = 0 (6.12) ou seja, 0 fator de sensibilidade x & dado por y= Aen AP um im + XS (6.13) 120 ‘UXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETAICA Esse fator pode ser interpretado da seguinte maneira. Se, além do defa- sador, existirem caminhos alternativos de baixa reataneia entre os nds ke m,a reatancia equivalente xf seri pequena, 0 que implica um x pré- Ximo a Xim, OU Seja, 2 ser pequeno. Neste caso, uma pequena variagdo na variavel de controle iq Sera suficiente para produzit uma alteragao significativa no Muxo Pi, Por outro lado, se 0 nico caminho entre k € m for pelo proprio defasador (xf& =) ou, se os caminhos paralelos apresentarem reatancias muito elevadas (xi > Xyqh nto Py, serd sensivel, ou praticamente insensivel, as variagdes d¢ Pi Da’ mesma forma que ocorre com os transformadores em-fase, em ver de se efetuarem as corregdes dadas pela Eq, (6.7) pode-se representar © efeito dos transformadores defasadores redefinindo-se Subsistema | para cada defasador é incluida uma nova equacdo (Pi ~ Pax =0) € uma nova varidvel dependente (mq). Ou seja, o Subsistema 1 fica acrescido de uma equagdo € uma incdgnita [11]. Esquematicamente, a matriz ja- cobiana passa a ser (para maior facilidade de representagao, os tanicos dispositivos de controle representados so 0s defasadores) a AP oe Ae “eB _ @ |. | av aia eg vod} arp ae || so em que ND é o niimero de defasadores; AP» € um vetor de residuos cujos componentes sio PE? — Pit: e Ag & 0 vetor das corregdes nos angulos de controle Yq. AS derivadas ¢P/0p, CQ/C@, CPpiCl, CPyleV € CPpiC@ po- dem ser facilmente obtidas a partir das Eqs. (6.6), ~ 67. Controle de imercdmbio entre dreas [10, 11] Em uma rede interligada € necessirio que sejam controlados 08 in- intercdmbios de poténcia ativa entre as varias areas que compoem o sistema, Em uma rede com NA dreas sfo controlados os intercimbios de NA-1 areas, pois o intercdmbio de uma delas fica definido pelas de- ‘re decay controle bites 121 mais (primeira lei de Kirehhof) O intercimbio liquido de poténcia ativa de uma area é definido como a soma algébrica dos Muxos nas linhas € nos transformadores que interligam essa direa com as demais (as expor- tages sio consideradas positivas e as importacdes, negativas). A cada area do sistema é associada uma barra de folga (slack), sendo que a barra de folga de uma das dreas funciona também como barra de folga do sistema (em geral € uma barra do tipo V0, que serve também como referéncia angular para o sistema). Com excegio da barra de folga do sistema, as injegdes de poténcia ativa nas barras de folga das demais areas so ajus tadas para manter os intercimbios liquidos dessas areas nos valores es pecificados. Note-se que 0 controle de intercambio regula o intercimbio total de uma area, ou seja, mantém em um valor especificado a soma algébrica dos intercimbios individuais nas linhas ¢ nos transformadores {que interligam a area com o resto do sistema, Se, além do intercimbio liquido, for necessirio 0 controle do fluxo de poténcia ativa em uma ligagdo especifica, deve-se utilizar um transformador defusador (obvia- mente, este comentirio deixa de valer se a ligagdo for radial ‘Uma maneira de se considerar o controle de intereimbio entre areas ‘comsiste em intercalarem-se as corregdes dadas pela relacdo de sensibili- dade (6.1) entre duas iteragies consecutivas do. processo iterativo de re- solugio do Subsistema I. Neste caso, a Eq. (6.1) assume a forma APF, = APT, (6.15) fem que 1= 1; APF) é a correcao na geragiio da barra de folga da area i: © API, € 0 e7f0 no intercimbio liquido da barra i, dado por API, = Pp? — Pre (6.16) sendo PI o valor especificado para o intereimbio da area i; © PI". © valor caleulado na iteragdo mais recente ‘A representagiio do controle de intercimbio entre areas também pode ser feito por alteragies introduzidas no Subsistema 1, conforme Sera visto a seguir. As barras de folga das areas, com excegio da barra de folga do sistema (barra V0), sio classificadas como do tipo V (s6 as ‘magnitudes das tensdes nodais so especificadas), ou seja, as injegdes de potencia ativa nessas barras deinam de ser especificadas € as equacdes dos residuos correspondentes (PE? — Pjt!= 0) saem do Subsistema | , passa a ser calculada no Subsistema 2: no lugar dessa equaco € in- troduzida a equacdo de intercimbio da area (PI"? — PI"! =0), manten- ddo-se dessa forma a igualdade entre o niimero de equacdes e ine6gnitas do Subsistema 1. Note-se que 0 conjunto de variveis dependentes con- tinua 0 mesmo. Esquematicamente, a matriz jacobiana passa a ser 122 UXO OE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETAICA wre we | ce | oe veo + 4] AP e | ee | ee AO. 2 am) mm | ey | 2m, ~ | {xr 1 vros]ag | = av |} seo (6.17) y wd] Br Ady |p sv Nant em que NV € 0 miimero de barras tipo Ve NA 0 nimero de areas [vi- ssando a simplificar a apresentagio, o tinico tipo de controle representado nia Eq. (6.17) 6 0 controle de intercimbio entre areas}. A expres algé brica que da da drea i, em fungao do estado dos nos terminais das interligages, é andloga a expressio da injegio de poténcia tinica diferenca & que a equagdo de intereambio expres- sit a lei de Kirchhoff em uma area em vez de um nd, Deve-se observar que € possivel o aparecimento de zeros na diagonal principal da subma- triz CPI/@0p: isso Ocorre sempre que a barra de folga nao é terminal de nenhuma interligagao (linha ou transformador). A existencta de zeros na diagonal principal pode trazer algumas dificuldades durante o pivotes mento, Existem duas altemativas para s¢ evitar esse tipo de dificuldade deixando-se para pivotear por ultimo as linhas e as colunas correspon- dentes ao controle de intercmbio, conforme se indica na Ey, (6.17); ou utilizando-se esquemas especiais de numeragdo das equagdes, conforme se sugere na Ref. [11] 68, Controte de tense em harras remotas [11,12] Esse tipo de controle pode ser executado tanto por transformadores em-fase como por injegdo de reatives. No caso do controle por trans- formadores automsticos, a uniea diferenga em relagio a0 que foi visto na Sec. 6.5 & que a barra cuja tensio & controlads nao ¢ um dos terminais do transformador. Dessa forma, no essencial, continuam vilidas todas as observagoes feitas naquela seydo, inclusive a Eq. (6.5). © controle remoto de magnitude de tensio por injegiio de reativos lapresenta algumas diferengas em relagio ao caso em que a injegdo de reativos é utilizada para controlar a tensio da propria barra (ver a Sec. mntrole € classficada como do tipo P (s6 a injegdo de poténcia ativa Py, € especificada), enquanto barra cuja magnitude de tensio é controlada, ¢ classificada como do tipo POV (P,, Q, ¢ Vi, sio es- pecificados). Uma barra do tipo P é representada no Subsistema 1 por une decay contre kites 123 uma equagao (PP? 0); uma barra tipo POV contribui com duas equagdes (Pi ~ Pj! =0 e Qf” — Qi""=0), Por outro lado, « uma barra do tipo P estdo associadas duas incdgnitas (V4,(),) do Subsistema 1 ¢ a tuma barra do tipo PQV corresponde uma tinica incdgnita ¢), Dessa forma, tum par formado por uma barra do tipo P (barra de controle) ¢ uma barr do po PQV (barra controlada) contribui para 0 Subsistema 1 com trés equaGdes € trés incégnitas (Iembrar que cada barra PQ entra com duas ‘equagdes ¢ duas incégnitas enquanto uma barra PY contribui com uma equagdo € uma incognita). Partindo-se da matriz jacobiana do problema bsico e considerando-se incluso do controle remoto de magnitude de tensio por injegdo de reativos, chega-se a ror sro! PO NPQ i eT | ao [he sty ]] a ov 8 ib o . : sb 18) wo} 40 rr av | (ere who 2 w ~ Vf ve em que NP-=NPQV & igual ao nimero de barras com controle remoto de tensa. 69. Cargas taridveis com a tensio {10} [A representagio de cargas por injegdes constantes de poténcia ativa reativa nem sempre corresponde ao comportamento real do sistema AA rigor, a modelagem por injeedo de poténcia constante s6 seria inter mente correta se as magnitudes das tensdes nodais das cargas perm: necessem iguais aos respectivos valores nominais, Entretanto, em algu- mas aplicagdes do ealculo do fluxo de carga, como € 0 caso dos programas de analise de estabilidade transit6ria, a modelagem das cargas tem efeito direto sobre os resultados; a modelagem por poténcia constante (inde- pendente da tensio) ¢, em geral, mais critica que a modelagem por admi- {ancia constante (a carga varia com o quadrado da magnitude da tensdo). Nesse tipo de aplicagio, freqiientemente so observados casos estaveis classificados como instiveis, simplesmente porque nao foram consideradas as variagOes das cargas com as magnitudes das tensoes. 124 ‘AUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA (Um modelo geral para cargasativas e reativas é dado pelas expressdes PEP = lay + bg + cg¥ 2) PEM (619) Of? = tay + BM + VOR™ em que a4.b + = 1, ou seja, para = | pu, as cargas PE? € OF? assu- mem os valores nominais Pf" ¢ OP". Essi alteragao na definigio das cargas provoca algumas pequenas mudangas na montagem da’ matriz jncobiana, pois agora Pj e Of? deixam de ser constantes © passim a Ser fungdes de H,. Sao afetados os elementos Nay € Ly das submatrizes Ne L. que, em lugar das Eqs. (540) ¢ (5.42) passim ser dados por: (bg + Deg) PE + VEMPL + VEGA (620) tb, +2e4K) Ot + FENQ=VEBa) 621) ‘em que Py, © Q, sdo os valores calculados em Fungo da estimativa mais recente do estado da rede, durante © processo iterative de resolugdo das equagdes do Muxo de carga, Problemas 6.1, No sistema utilizado no Prob. 5.1, do capitulo precedente, a lin € substituida por um transformador em-fase, com controle automi- tico de tap, cujo modelo & dado pela Fig. 14 (k= 1,m © X,.2= 1 pat). Esse transformador & utilizado para regular a magni- tude'da tensio da barra 2 no valor V3" = Ipu.. Pede-se para mon- tar o sistema de equagdes (65). 62. Estender 9 programa de caleulo de fluxo de carga pelo método de Newton, desenvolvido no Prob. 5.2, para resolver 0 Prob. 6.1. De- senvolver duas versbes: 4) Utilizando «Eq. (65) ) Utilizando 0 procedimento de ajustes alternados dado pela Eq (63) 63. No sistema utilizado no Prob. 5.1. do capitulo precedente. a linha 1-2 € substituida por um transformador defasador, com controle itomatico de tap, cujo modelo € dado pela Fig. 1.6 (k= 1. m=2, ry. =0 € x,2= Ip.) Esse transformador € utilizado para regular o fluxo de poténcia P;, no valor P#'3 =0,0Sp.u, Pede-se para montar © sistema de equagies (6.15). uno de corso contotes elmtas 128 64, Estender © programa de cileulo de fluxo de carga pelo método de Newion, desenvolvido no Prob. 5.2, para resolver o Prob. 63. De- senvolver duas versdes 4) Utilizando a Eq. (6.14) bj Utiizando © procedimento de ajustes alternados dado pela Eq. (67). 65, Fazer um diagrama de blocos que represente a l6gica utilizada para se considerar 05 limites de reativos das barras PV. durante a soluio iterativa do problema do Nluxo de carga. Devem-se prever tanto a possibilidade da transformagio PY -+ PQ como a transformagdo in- versa PQ PV (ver Sec. 6.3). 66, Repetir o exercicio precedente, considerando agora os limites de magnitude de tensdo nas barras PQ (rer Sec. 64) Capitulo 7 EQUIVALENTES EXTERNOS Em esiudos de planejamento da expansiio e da operagio de sistemas clétrica, partes da rede podem. ser representadas pelos equi- valentes externos visando-se & redugdo das dimensoes dos problemas de analise (Nuxo de carga, curto-circuito, ete.) e, conseqiientemente, do eslorgo computacional. A andlise de contingéncias de linhas de trans- miso ¢ transformadores, a alocagio otima de bancos de capacitores © 0 planejamento da expansdo de redes de transmissdo so exemplos de problemas de anzlise de redes que exigem uma seqiiéncia de solugdes de fuxo de carga. Na andlise de contingéncias. por exemplo, para cada uma das contingéncias (petdas de linhas)transformadores) consideradas pos- siveis € nevessiria a determinagio de uma solugdo de fluxo de carga. ategoria de problemas (solugdes repetida’s de casos semelhantes) 10 das dimensdes da rede pela utilizagio de equivalentes pode trazer vantagens computacionais significativas. Nestes casos, 0 procedi- mento adotado pode ser o seguinte: parte-se de uma solugio inicial par. a rede completa (caso basico) e obtém-se uma rede reduzida (rede de in- {eresse mais 0 equivalente externo}: a seqiiéncia de casos é entdo analisada utilizndo-se a rede reduzida. O que foi dito anteriormente para problema que exigem solugdes repetidas de fluxo de carga vale também em relagao & outros métodos de analise de redes de energia eletrica, como € 0 caso, tenire outros, do caleulo de curto-cireuito, despacho de poténci bilidade transitéria. Por outro lado, em aplicagdes ligadas & supervisdo e ao controle em tempo real (rer o Apéndice A), a necessidade de equivalentes extemnos se deve (além dos problemas computacionais) a falta de informagdes ‘atualizadas sobre o estado atual de toda a rede de transmis eniro de operagio regional geralmente s6 dispoe de informagdes atualizadas sobre o estado da parte monitorada da rede (regido da qual ‘0 centro de operagbes recebe periodicamente telemedidas e sobre a qual ‘comianida ages de controle), Assim sendo, neste tipo de aplicago é essencial 1 representacdo (aproximada) das regides ndo-monitoradas (ndo-obser- vaveis) através de redes equivalentes. De modo diferente do que ocorre fem oultas aplicagies (mencionadas no pardgrafo anterion), neste caso geralmente nao se dispde de uma solugdo da rede completa a partir da de ener estas 128 PLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA qual se poderia obter 0 equivalente pelo fato de a rede externa ser ndo- emonitorada, O equivalente & entao obtido utilizando-se apenas as infor mages sobre o estado ¢ st configuragdo da rede de interesse (disponiveis, no centro de operagao} e sobre a configuracdo da rede externa. Nota-se ‘que, apesar de 0 estado da rede externa nao ser conhecido (isto exigitia a transmissio periddica de uma quantidade de informacdes muito clevada), it configuragao externa pode ser mantida atualizada pelo centro de opera io pois ela varia muito lentamente (em comparacdo com as alteragées no estado) e as informagdes correspondentes podem ser transmitidas com maior facilidade 7.1. Reagdes externas A Fig. 7.1 representa uma rede subdividida em trés partes: rede in- terna, fronieira ¢ rede externa, A rede interna, juntamente com a fronteira, constitui a area de interesse. Na supervisdo € no controle em tempo real a firea de interesse se confunde com a propria area monitorada (ou area observivel). © objetivo bisico do equivalente externo & 0 de simular as reagies da rede externa quando ocorrem alteragdes na rede de interesse, provocadas. por exemplo, por contingéncias de linhas, transformadores, ou geradores. Para muitas perturbagdes internas, as. reagdes externas podem ser insignificantes, mas, para outras, principalmente as que ocorrem has proximidades da fronteira, essas reagbes geralmente sig importantes € exigem @ utilizagao de equivalentes para representi-las. E claro que 0 ideal seria a representagdo completa da rede externa, mas isto, conforme foi mencionado anteriormente, nem sempre € possivel ou desejivel. Fronteira (F) Rede | Rede (D : (e) = — Areo de interesse Figura 7.) — Decomposigio de uma rede em rede intern, onic © rede externa Cousens exteos 129 Uma solucto trivial para o problema de equivalentes externos seria ade se desligar a rede externa, substituindo-se 0s fluxos entre as barras de fronteira eas barras extemas por injegoes adicionais nas barras de fron- teira, No caso basico, o estado da rede de interesse seria © mesmo da rede completa, Entretanto, geralmente este tipo de equivalente seria inaceitavel pois a rede externa (substituida por injecoes constantes) ndo reagiria diante de perturbagdes internas, prejudicando a preciso do estado caleulado nas situagdes em que as reagdes externas sto significativas. Dito de outra forma, para a rede completa observa-se que uma perturbagdo na area de interesse provoca alteragdes nos fluxos de poténcia nas linhas que ligam a fronteira ds barras externas (reagdo externa); se a rede externa for subs- tituida por injecdes equivalentes, ter-se-i um modelo de rede no qual 0s intercambios entre a fronteira ea rede externa so consideradas constantes, © que nem sempre corresponde a realidade 72. Equivalente Word: modelo linear [13] Nesta seedo ser apresentado o método clissico de determinagao de equivalentes extemos desenvolvidos por Ward e sera discutida sua relagdo com o Teorema de Norton Generalizado, Considere-se, inicialmente, uma rede representada por um modelo linear do tipo YE ay em que Yé a matriz admitdncia nodal, E é 0 vetor das tensdes complenas dos nds ¢ 1 é 0 vetor das injegdes nodais de corrente. Neste tipo de modelo, fas cargas/geradores podem ser representadas por corrente constante, admitincia constante, ou ambos: as correntes aparecem no vetor 1 € as admitancias so incluidas na diagonal principal da matriz.¥. Seguindo-se a divisio apresentada na Fig. 7.1, a equagdo YE = pode ser colocada nna forma: Yee | % Er Ye Yer Ya | > Ie (7.2) Ye | Ya &j 4 Explicitando-se £ @ partir da primeira equagiio do sistema (7.2), obtém-se em Yea! Ue — Yon) 73) 130 FLUXO OF CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 10 do sistema (72), obtém-se 0 sis- Substituindo-se Ey, na segunda equai tema reduzido: Me Yer a = (ay Yr | Ya Ey i em que Yer — YouYer! Ye (75) I = Ip — Yee Ver'le (76) sistema de equagdes reduzido dado em (7.4) s6 envolve as variaveis de estado da rede de interesse (E, e £,), Da mesma forma que o sistema (7.2) corresponde a situacdo representada na Fig. 7.1, ao sistema (7.4) esti associada a rede reduzida (rede de interesse © equivalente externo) con- forme se ilustra na Fig. 72. A matriz Y¢# contém as admitancias das liga- ges entre as barras de fronteira e também as admitancias shunt das barras de fronteira; a matriz Yj, corresponde aos elementos existentes, na rede original e a matriz — V5 Yer Yer cortesponde aos elementos que aparecem devido ao processo de redugdo. O vetor [¢* contém as injegdes de corrente equivalentes, que so formadas por duas componentes: as injecdes previamente existentes J¢ mais uma componente correspondente 4 distribuigo sobre a fronteira ‘das injegdes externas (— YerYee'Te) A matriz de distribuigdo — Yj Yer! representa a maneira pela qual as inje- es externas J Se dividem entre as barras de fronteira Fronteira CF), Injegdes equivolentes Rede interno a) Ligagdes equivalentes, Figura 72 ~ Rede redusida formad pela rede de imerese pelo equivalente externo Eoutvatntesexseres 131 Foi visto entdo que uma rede externa pode ser substituida por um, conjunto de admitancias série © shunt ligadas aos nés de fronteira e por um conjunto de injegdes de corrente nesses nds. Fste resultado € uma ‘generalizacio do Teorema de Norton: no caso particularem que a fronteira ¢ formada apenas pot um né e pelo né-referéncia, tem-se 0 teorema em sua forma mais simples, ou seja, uma fonte de corrente € uma admitincia equivalente entre esses dois nés substituem a rede externa As injegdes equivalentes J" dadas pela expresso (7.6) dependem das injegdes de corrente nas barras externas J, Nas aplicagdes em tempo real, entretanto, esta informagio geralmente nao & disponivel, conforme jé foi mencionado no inicio deste capitulo. Neste tipo de aplicacao, o vetor 5 pode ser determinado a partir da expresso (7.4) 5 Jif = YEREp + Yo. an Note-se que os vetores Ey € E; constituem o estado da rede de interesse ue, em um centro de controle em tempo teal, ¢ determinado pelo estimador de estado (ver 0 Apéndice A), Observe ainds que a expressio (7.7) estabelece simplesmente que a injegdo equivalente de corrente em uma barra de fronteira ¢ dada pelo somatério das correntes em todas as admitancias ligadas a essa barra (admitancias fronteira-fronteira, fronteira-interno € shunts da fronteira); a k-ésima componente de J;* tem a forma T= PER + SV Ea +S Pn Em (78) att ett em que yi, yifs"* so admitdncias equivalentes (Fig. 72), OF € o conjunto das barras vizinhas de pertencentes a fronteira, QJ corresponde as vizinhas internas € Eig € a diferenga de tensio E,— Eq existente sobre © ramo km. ‘Apesar de a expresso (7.7) ter sido introduzida tendo-se como mo- tivagao a aplicagdo em centros de supervisao € controle em tempo teal, ela tem implicagdes muito importantes que extrapolam este tipo de aplicagao, Considere-se, por exemplo, uma sittagdo na qual exista um erro nos dados sobre a topoiogia da rede externa (uma linha consta dos dados ‘como estando em operago ¢ de fato esta desligada). Neste caso, a matriz Ye}, € conseqiientemente as admitancias equivalentes & rede reduzida (Fig. 72),estara errada. Mesmo assim, se as injegdes equivalentes J; forem caleuladas pela expressio (7.7) utilizando-se 0 estado correto (Ey. Ex) da rede de interesse, entdo 0 modelo reduzido (7.4) reproduzira corretamente 6 ponto de operagao desta parte da rede (Mluxos, tensBes, ete). Isto sig- nifica que as injegdes equivalentes dadas por (7.7) ndo permitem que erros de modelagem externa se propaguem para a rede de interesse: os erros jutomaticamente compensados elas injegdes equivalentes nas barras de fronteira. Assim sendo, sempre & possivel obter-se um equivalente que 132 PLUNODE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA reproduza corretamente 0 caso biisico da rede de interesse, basta que s¢ calculem as injecdes equivalentes impondo-se o estado correto Ey © Ey ‘As diferencas entre um equivalente com erro de configuragdo ¢ outro sem erros 86 podem ser observadas quando sdo simuladas perturba que exigem reagdes da rede externa equivalenciada, pois o equivalente com erro perde parcialmente sua capacidade de resposta (uma linhs de transmissdo na qual o fluxo de corrente tinha a possibilidade de variar foi equivalenciada pelas injegdes constantes), Um caso extremo ocorre quando na formagiio do equivalente todas as inhas externas so ignoradas isto corresponde a se desligar a rede externa da rede de interesse ¢ subs- tituir o intercdmbio entre a fronteira e a rede externa por injecdes equiva lentes na fronteira, Neste caso, 0 equivalente seria formado s6 por injecdes na fronteira, pois no existiriam admitancias equivalentes (Fig. 7.2) ¢ as reagdes externas nao poderiam ser simuladas. Para sistemas com pequenas dimensdes, as admitZincias equivalentes podem ser obtidas pela expresso (7.5). Para sistemas com um grande numero de barras, a obtengdo da matriz Yy;! pode ser impraticavel, ou entdo muito ineficiente. Existe, entretanto, uma maneira simples ¢ direta de se obter 0 equivalente extemno ultilizando-se o método da eliminagio de Gauss, Esta técnica, que é baseada na relagdo existente entre a eliminagao de Gauss ¢ a teducio de circuitos, foi diseutida na Sec. 3.6 (Cap. 3) € seri aplicada a seguir na determinagdo de equivalentes 73. Obtengdo de equivalentes por eliminasio de Gauss Nesta seco, sera apresentada uma maneira alternativa de se obter © sistema reduzido (7.4). Considere-se novamente o sistema (7.2): pelo método da eliminagdo de Gauss podem-se zerar todos os coeficientes de Eg na segunda equagio desse sistema, ou seja, pode-se fazer aparecer uma matriz de elementos nulos onde originalmente estava a matriz Yep. Isto pode ser feito de maneira sistemitica, zerando-se os elementos abaixo da diagonal principal da submatriz Yi.. tomando-se uma caluna da matriz por vez, da esquerda para a direita, Apds a eliminagdo, 0 sistema (7.2) assume t forma: Us | Ye te Yi Ye =| i | 9 Ye | Ya Eeaivalertes tenes 133 sendo Use @ matriz triangular superior que corresponde a decomposicio citar eee pelo processo de reducdo, da mesma forma que o vetor Jy; @ redugio do Circuito externo s6 modifica as admitancias entre barras de fronteira (passando-se de Yep para Y{¥) € as injegdes de corrente nessas barras (que passam de Jy para 18). Um fato importante a ser observado € que obtengdo do equivalente foi feita pelo mesmo procedimento utilizado za resolugao do sistema linear (7.2) por fatoracdo triangular de matrizes esparsas, € portanto as mesmas sub-rotinas podem ser utilizadas nos dois casos (ver 0 Cap. 3) A diferenca entre a obtengao do equivalente € a resolugdo do sistema linear (7.2) € que no primeiro caso © procedimento € truncado apés terem sido zerados os coeficientes de Ey O processo de redugdo indicado na expressio (7.9) s6 envolve a rede externa e a fronteira (Fig. 7.3), Assim sendo, a obtencio da matriz ¥¥# pode ser feita operando-se s6 com a submatriz admitancia nodal correspondente a esta parte do sistema, ou seja Yer | Yer _> (7.10) Yer | Flimimagio o de Gauss fem que, na formagio da matriz. Yer. foram considerados todos os com- ponentes ligados as barras de fronteira, inclusive as‘ ligagdes com o sis- Fronteira Fronteira (F) (F) | Rede Rede eterno | [> equivalente : © Redugdo f+—E Figura 73 — Redugio de rede externa 134 ‘RLUNO DE CARGA EM AEDES DE ENERGIA ELETRICA inn sae 135 tema interno, conforme se indica na Fig. 73. Uma vez determinado Vi. pode-se calcular 0 vetor das injegdes equivalentes 1 pela expressiio (7.7). (Rede Rede ‘A Fig, 14 mostra 0s dudos correspondentes a0 Modelo CC de uma interna ——Fronteira. externa rede de quatro barras (todos dados em pau). A equasio P= BY para SS sete sistema & dada por if 4 -2 a 02 2} 2 4 o}-} m f=] 03 s | -2 0 4 im Procedendo-se a eliminagdo de Gauss para zerar os elementos da coluna 1, ‘abaixo da diagonal principal, obtém-se: A rede reduzida du Fig. 740 est associado 0 sistema reduzido de equagdes: @ 2 2 (bd) 2— 2f 3-1 os =02 y 1 3 Oy -10 Note-se nesta equacdo que as novas injegdes das barras de fronteira sio 2 © P3= —10, que a admitancia equivalente entre os nds 2.€ 36 pS = 1. Esses mesmos valores poderiam ter sido obtidos a partir das expressdes (7.5) ¢ (7.6), ou seja Figura 74 ~ Exemplo de equivalenteutilizando Modelo CC 136 ‘UXO 06 CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETHICA Yet = Yer ~ Yor Yer! Yer = -Jo2] | -02 =u] |-2 of} a sistema equivalente obtido anteriormente e representado na Fig. 7.4b poderia ser utilizado no estudo do efeito de uma perturbagdo interna ‘que comsiste em se reduzir a admitancia da linha 4-2 para a metade do valor original. Apds a perturbagio, o estado calculado para a rede de teresse (n65 4, 3 € 2) seria o mesmo obtido utilizando-se a rede completa representada na Fig, 74a, A razio para isto é que 0 modelo adotado € linear (B0 =P), para esses modelos, a redugdo du rede € exata. O mesmo nio ocorre para equivalentes ndo-lineares, como sera visto mais adiante: para esses equivalentes, os resultados di anilise de perturbagdes so aproximados. 74, Equivalente Ward: modelo ndo-lineor (13, 14] As idéias baisicas do equivalente Ward foram discutidas anteriormente utilizando-se um modelo linear (YE = I) para representar a rede de trans- miso: nesse modelo, os geradores € as cargas So tepresentados por admitancia constante (que aparecem na diagonal principal de ¥) ov por corrente constante (componentes de 1). Nas aplicagées mais comuns dos programas de fluxo de carga, entretanto, cargas © geradores costumam set representados pelas injecdes de poténcia constante; neste caso, 0 problema passa a ser do tipo ndo-linear e a obtengdo do equivalente ‘externo exige uma discussio adicional. © método de redugo de circuitos descrito nas segdes precedentes € um processo linear €, no caso de se utilizar um modelo linear para & rede de transmissio (do tipo ¥! por exemplo}, o equivalente abtido sera exato no sentido de que ele for- necera os mesmos resultados que a rede nao-reduzida na anilise de per- turbagdes na rede de interesse (anilise de contingéncias, por exemplo). Fouvalenisextemos 137 ‘Quando a rede & representada por um modelo ndo-tinear (injegdes de poténcia especificadas), a rede equivalente fornece resultados aproxi- mados, mas que so aceitéveis para a maioria das aplicagdes priticas Quando se utiliza um modelo ndo-linear da rede de transmissio, a obtengao do equivalente Ward pode ser feita em duas etapas: na primeira, € determinada a rede equivalente (admitincias equivalentes na fronteira); , na segunda, sao calculadas as injegdes equivalentes nas barras de fron- tira, O caleulo das admitancias equivalentes segue 0 mesmo procedimento adotado para os modelos lineares deserito nas segdes precedentes [ex- pressdo (7.10) ¢ Fig. 73]. Na segunda etapa € que aparece a diferenca em relago ao modelo linear: so calculadas injegdes equivalentes de poténcia ativa € reativa em vez de injegSes de corrente. As injegdes equivalentes na fronteira so utilizadas para acoplar a rede equivalente a rede de inte- resse de tal forma a garantir que os estados da rede interna ¢ da fronteira, no caso basico, ndo sejam afetados pela substituigdo da rede externa pelo equivalente, Essas injegSes so dadas por P= Vio ST VA(GE cos Oh + BES ser Om) ay Qi = VP YVR (GES, sen Om — Bik COS Mm) ‘em que V° ¢ 0° slo as variaveis de estado correspondentes ao caso basico, K €0 conjunto de batras de fronteira ¢ internas vizinhas barra k (in- cluindo a propria barra k), € Gi3, + Bi ¢ um elemento da matriz admi- tancia nodal Y* da rede reduzida (rede interna mais equivalente) Yet 1 (7.12) Yr | Yin Note-se que a injegao de poténcia complexa Pi3, + jO%% [ver as Eqs. (7.11)] € igual ao somatorio dos fluxos de poténcia em todas as linhas existentes centre a barra k ¢ suas barras vizinhas (pertencentes a fronteira ¢ a rede interna) mais a poténeia no elemento shunt, Essas injegdes podem ser ‘obtidas rodando-se um programa de fluxo de carga para a rede reduzida (Fig. 7.2) considerando-se (temporariamente) as barras de fronteira como sendo do tipo Hi com as magnitudes das tensoes ¢ os angulos especificados nos valores do caso basico (V2 02); as injegdes de poténcia nas barras de fronteira calculadas pelo fluxo de carga sao as proprias injegdes equiva- 138 LUXO OE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETICA lentes dadas pelas expressbes (7.11); ap6s 0 caleulo das injegdes equiva- lentes, as barras de fronteira devem ser reconvertidas a seus tipos originais (PY, PQ, ete.) ‘A redugio da matriz.admitancia nodal do sistema externo, conforme se indica em (7.10), pode provocar o aparecimento de elementos. shunt nas barras de fronteira com admitancias anormalmente elevadas; quando isto ocorre, as injegdes equivalentes calculadas pelas expressdes (7.11) podem ter valores muito elevados. Este tipo de problema ocorre {re- Glientemente quando as cargas externas so modeladas por admitancias constantes, mas pode aparecer também quando as cargas néio sio mode- ladas desta maneira devido a existéncia dos proprios elementos. shunt da rede (reatores, capacitores, shunts de linhas de transmissio, etc) Valores anormais de injegdes e admitancias shunt nas barras de fronteira, alem de deteriorarem a qualidade do equivalente (preciso), podem pro- vocar dificuldades de convergéncia dos programas de fluxo de carga. A possibilidade do aparecimento de admitancias shunt anormais nas barras de fronteira, mesmo quando as cargas externas nao sio modeladas, por admitdncias constantes, pode ser entendida da scguinte mancira considere-se uma rede de transmissio com todos os seus componentes ligados, com excegao das cargas ¢ geradores: as admitincias entre barras (clementos-série do modelo equivalente x) so muito maiores que as admi: tncias dos elementos siunt, ou seja, & como se as barras estivessem curto- -circuitadas pelos elementos-série € 0s elementos shunt estivessem lizados ‘em paralelo: observa-se entao que, quando a matriz Y da rede externa ¢ reduzida, a soma (aproximada) desses elementos shuit acaba aparecendo na fronteira, podendo dar origem aos valores anormais de admitincias shunt de fronteira para alguns sistemas. Uma solugao para esse problema (nos sistemas em que ele aparece) consiste em se obter a rede equivalente de fronteira considerando-se $6 os elementos-série da rede externa, ou seja, forma-se a matriz admitincia (7.10) ignorando-se todos os tipos de clementos shunt da rede externa (reatores, capacitores, cargas, etc.); pela redugdo da matriz admitaneia externa obtém-se as admitancias equiva- lentes entre as barras de fronteira; uma vez obtidas as admitancias equiva: lentes série so calculadas as injegdes equivalentes (7.11). ‘Quando utilizado na analise de perturbagdes na rede de interesse, © equivalente de Ward estudado nesta secdo geralmente apresenta boa preciso para a parte ativa (fluxos de poténcia ativa) ¢ resultados pobres para a parte reativa (magnitudes das tenses e fluxos de poténcia reativa) Por exemplo, na anilise de contingéncias de linhas da rede de interesse, utilizando-se a rede reduzida (Fig. 72), os fluxos estimados nas linhas de intereambio apresentam precisio aceitivel para as poténcias ativas mas podem ser bastante imprecisas para as poténcias reativas. A origem das dificuldades na representagdo das reagoes reativas do equivalente Ward reside basicamente no fato de cle ndo considerar o efeito das barras PV do sistema externo, ou seja, estas barras so tratadas da mesma forma Ecuivalote oxtenos 139 que as barras PQ. Acontece, entretanto, que uma barra PV do sistema cextemno localizada nas proximidades da fronteira pode ser responsavel por um suporte de reativos significativo durante uma contingéncia. Se © equivalente externo no considerar este fato, 08 resultados poderdo ser bastante imprecisos. Existem pelo menos duas maneiras de se representar © efeito das barras PV externas sem se prejudicar as boas caracteristicas do equivalente Ward no que se refere ao comportamento da parte ativa © A simplicidade de implementagdo. Uma das maneiras & trivial: consiste simplesmente na retengdo das barras PV externas que estejam eletrica- mente proximas da fronteira; isto significa que estas barras so excluidas do processo de reducdo da rede externa, A outra maneira € o equivalente Ward estendido, no qual o efeito das barras PV externas é simulado por tum suporte de reativos nas barras de fronteira (a cada barra de fronteira € anexada uma barra P¥-ficticia). Estas duas técnicas serdo discutidas nas proximas segdes ‘Considere-se como exemplo a rede cujos dados estdo na Fig. 7.5 ‘A climinagio da barra externa (barra 4) produz o equivalente representado na Fig, 76. Neste caso, a impedincia da linha equivalente 2-3 € simples- mente a soma das impedancias das linhas 2-4 e 4-3. As injegdes equiva- lentes nas barras de fronteira foram obtidas rodando-se um fluxo dé carga para a rede reduzida da Fig. 7.6, considerando-sc as barras 2 € 3 como sendo temporariamente do tipo V0 com tensoes especificadas nos valores do caso basico (V2 /08 e V2 /08): isto equivale a utilizarem-se as expres- sbes de Pf ¢ Q§8 dadas em (7-11). Para se testar o desempenho do equi- valente foi analisada uma perturbagdo que consistiu em se desligar a carga da barra 2. Foram estudados trés casos: rede completa no caso bisico, rede completa na situagdo perturbada ¢ rede reduzida na situagdo perturbada: a rede reduzida para situagdo inicial no precisa ser analisada pois o estado é o mesmo da rede completa no caso bilsico. Os resultados Go fluxo de carga obtidos nos trés casos esto resumidos na tabela dada a seguir’ Varitveis ¥% | % [Pas [Pes | ous [ois [MVALa [MVALo Caso bisico —_fog72]osas| 302] a6] 19| 63 | 03 | 380 caso | comelwo |0995[osst| 186 233]-19] so | rer | sss | perurbado | Regurido | 1007[0963| 186] 334] —43] 36 | 191 | 335 Mesmo em um exemplo pequeno como este, ji se pode observar que as estimativas dos fluxos ativos so boas, enquanto 0s fluxos reativos ¢ as magnitudes das tensdes deixam muito a desejar; as deficiencias do modelo 140 FLUO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Rede Rede interna “Fronteira.—— externa gs ® Dados das barras Dados das barras tara | Tp | P| @ v o 1 Folga - 10 | 00 2 po | os 3 ro | -030 : 4 py | 020 w | tinker x 12 0.10 050 00 mf ew | os | oo a4 | oso | oso | oo 4 | oo | om | oo Figura 75 — Rede-cxemplo ‘Beato i a1 Py ri0y" ede eguialene unt «1 rs Injegdes equivalentes Barra | Pm 2 | 02s 3 | -o308 | 0006 Figura 746 — Equvalente Ward clissico para a rede da Fig. 75 utilizado se devem ao fato de que ndo foi representado no equivalente 0 Suporte de reativos fornecidos pela barra PV externa (barra 4), que desem- penha um papel significativo na determinagdo da reagdo externa, 7.5. Equivalente Ward com retencdo de barras PV [15] Neste método, algumas ou todas as barras PV da rede externa ndo so ‘liminadas durante o processo de reducao. Em geral, interessa reter apenas as barras PV externas que possam apresentar reagdes significativas diante 142 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Rede interna Barros de Barras PV fronteira retidas Figura 7.7 ~ Equivalente Ward com retenglo de barras PV internas da ocorréncia de perturbagdes (contingéncia, por exemplo) na rede de inte- resse, A forma geral deste tipo de equivalente esta representada na Fig. 7.7, seu processo de obtengio € praticamente o mesmo da versio nao-linear do equivalente Ward, com uma pequena diferenca na determinagaio das injecdes equivalentes nas barrasde fronteira. Nesta seco édiscutida apenas a retengao de barras PY, mas o mesmo tratamento pode ser dado para a retengio de qualquer tipo de barra: a retengdo de barras de outros tipos pode ser interessante em alguns casos, como ocorre, por exemple, em situagdes em que se descja preservar a esparsidade da rede equivalente Esta versdo do equivalente Ward, da mesma forma que as versdes precedentes, pode ser obtida em dois passos: determinagdo das admita cias equivalentes que interligam as barras de fronteira e as barras PV tidas, conforme se indica na Fig. 7.7: € célculo ae injegdes equivalentes para anexar a rede equivalente a rede de interesse. Na determinagio das admitancias equivalentes pode ser utilizado 0 procedimento indicado em (7.10); notar que, neste caso, as barras PV externas so consideradas como se fossem barras de fronteira na formagao da matriz admitancia nodal que aparece em (7.10), dado que as barras PV externas, da mesma forma que as barras de fronteira, ndo sdo eliminadas. A determinagdo das injegées equivalentes nas barras de fronteira pode ser feita utilizando-se 0 seguime procedimento: i) Inicialmente, so determinados os angulos das tensdes das. barras PV externas retidas; este cileulo é feito rodando-se um fluxo de carga para a rede formada pelas barras de fronteira ¢ as barras PV externas Tetidas; as barras de fronteira sio consideradas temporariamente como sendo barras do tipo V0 (Ve especificados nos valores correspondentes Eavnalentes enters 143 do caso bisico); 0s valores de Pe Vnas barras PV retidas so conside- rados conhecidos (caso bisico da rede completa): © nas aplicacdes em tempo real, como nao se dispde de uma solugdo da rede completa, podem ser utilizados valores estimados de P ¢ V (a precisdo dessas estimativas ndo € muito critica para a qualidade final do equivalente). ii) Uma vez conhecidos 0s estados da rede interna, da fronteira e das barras, PV externas retidas podem-se calcular as injegdes equivalentes nas barras de fronteira pelas expresses de Pj ¢ Qj" dadas em (7.11). Toda a discussio precedente foi apresentada visando-se i retencdo ée barras PVexternas; 0 mesmo procedimento pode, no entanto, ser apli- cado quando se trata da retengdo de outros tipos de barras. 76. Equivalente Ward estendido [14] Este equivalente é uma extensio da Versio ndo-linear do equivalente Ward discutido na Sec. 7.4, obtida pela introdugio de um dispositive de ajuste das injegdes de poténcia reativa das barras de fronteira que visa a representar as reagdes das barras PV externas’ eliminadas durante 0 processo de redugdo. Isso significa que, apesar de eliminadas, as barras PV externas tém seu efeito aproximadamente representado pelo disposi- tivo de ajuste das injecdes reativas da fronteira. A forma geral do equi- valente Ward estendido est ilustrada na Fig. 7.7: as admitancias equiva- lentes que interligam as barras de fronteira entre si e as injegdes equiva- lentes na fronteira so obtidas da mesma forma que no equivalente Ward (versio ndo-linear); a simulagio do efeito das barras PV externas € plas ligagSes ficticias que ligam as barras de fronteira as barras PV-ficticias. Rede interna Barras de Barras PV- fronteira ficticios Figura 7.7 — Equivalemte Ward estendido 144 ‘AUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRCA ‘As magnitudes das tensdes especificadas para as barras PV-ficticias sto ‘as mesmas das barras de fronteira correspondentes para 0 caso bisico (V=W)), sendo as poténcias ativas. especificadas nulas (P= 0). Assim sendo, 0s fluxos nas ligagdes ficticias so nulos no caso bisico ¢ as rea- ges das barras PWficticias s6 ocorrem diante de alteragdes no estado das barras de fronteira provocadas, por exemplo, por uma contingén- cia na rede de interesse. Nessas situagdes, isto & quando a magnitude da tenso de uma barra de fronteira varia, a barra PV-ficticia correspon- dente injeta (ou retira) reativos que representam aproximadamente 0 feito sobre a fronteira das barras PV externas eliminadas. Essas injedes de poténcia reativa sfo dadas por AQ, em que AY, € variagdo na tensio da barra de fronteira em telaglo ao caso basico (significado € modo de obtengio das susceptincias B, so dis- cutidos a seguir. A reagdo reativa do sistema externo (incluindo o efeito das barras PV) a uma perturbagdo interna € dada aproximadamente por ag") WBAK (7.13) = Big AV. ay em que AQ" € o vetor das alteragdes nas injegdes de poténcia reativa na fronteira provenientes do sistema externo: AV € 0 vetor dos desvios nas ‘magnitudes das tenses das barras de [ronteira; € Bye € a matriz. B” (mé- todo desacoplado rapido) do sistema externo reduzida até a fronteira A matriz Br pode ser obtida reduzindo-se a matriz B” da rede represen- tada na Fig. 78, onde sé aparecem ligagdes entre barras externas ou entre de fronteira e uma barra externa: * Rede externa () Figura 78 — Rede wtlizda na obtenclo da matriz Bing Eaunalentes enters 145 Bex | Bir | > (7.15) Bye | Bix | Etiminacio 0 | Bra de Gauss sendo By uma matriz diagonal. A reagdo reativa externa dada pela ex- pressio (7.14) pode ser subdividida em duas components: A primeira devida as susceptancias equivalentes entre barras de fron- tcira, que correspondem aos elementos de fora da diagonal principal da matriz Brg: ‘© A segunda componente dada pelas susceptncias B, que so uma parcela ddas susceptincias que aparecem na diagonal principal da matriz Bjeg (B, € dado pela soma algébrica dos elementos da linha k da matriz. Bing, incluindo o elemento da diagonal principal) A primeira componente jd € representada aproximadamente no equi- valente Ward, enquanto a segunda é dada pelas barras P¥-ficticias. Apesar de as consideragdes precedentes terem sido feitas em termos a matriz B” do método desacoplado rapido, o equivalente Ward esten- dido pode ser utilizado em conjunto com qualquer método de cileulo de fluxo de carga, pois se trata de um equivalente que pode ser representado fisicamente por meio de uma rede elétrica, conforme se ilustra na Fig, 77. (os dados referentes ao equivalente externo tém 0 mesmo formato que os dados sobre as linhas e barras da rede de interesse, e portanto niio exigem tratamento especial). Considere-se novamente a rede-exemplo representada na Fig. 7.5, que ja foi utiizada para ilustrar 0 desempenho da verso nio-linear do equivalente Ward. A Fig. 7.9 mostra o equivalente Ward estendido para essa rede: a impedancia equivalente rf!s + jx'%s € a mesma do equivalente Ward; as susceptiincias das ligagées ficticias (B, ¢ By) sio as proprias susceptancias das linhas 2-4 e 3-4; as injegdes equivalentes so as mesmas do equivalente Ward, uma vez que no caso basico 0s fluxos nas ligagBes ficticias so nulos. A tabela dada a seguir mostra os resultados obtidos na anélise de uma perturbaglo que consistiu em se desligar a carga da barra 2. Para efeito de comparagdo so também apresentados os resultados obtidos com 0 equivalente Ward.

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