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UFCD
DE PEQUENOS E MÉDIOS
7855
NEGÓCIOS
Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
ÍNDICE
Introdução.................................................................................................................................... 4
Âmbito do manual................................................................................................................... 4
Objetivos .................................................................................................................................. 4
1
Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
4.5.Estratégias de internacionalização............................................................................... 34
7.Financiamento ........................................................................................................................ 62
2
Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
8.1.1.Objetivos .................................................................................................................. 69
8.1.4.Etapas e atividades................................................................................................. 74
8.1.5.Recursos humanos.................................................................................................. 75
8.5.Reformulação do produto/serviço................................................................................ 81
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Introdução
Âmbito do manual
Objetivos
Conteúdos programáticos
4
Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
5
Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
o Incubação de empresas
- Estrutura de incubação
- Tipologias de serviço
o Negócios de base tecnológica | Start-up
o Patentes internacionais
o Transferência de tecnologia
Financiamento
o Tipos de abordagem ao financiador
o Tipos de financiamento (capital próprio, capital de risco, crédito,
incentivos nacionais e internacionais)
o Produtos financeiros mais específicos (leasing, renting, factoring, …)
Plano de negócio
o Principais características de um plano de negócio
- Objetivos
- Mercado, interno e externo, e política comercial
- Modelo de negócio e/ou constituição legal da empresa
- Etapas e atividades
- Recursos humanos
- Recursos financeiros (entidades financiadoras, linhas de crédito
e capitais próprios)
o Desenvolvimento do conceito de negócio
o Proposta de valor
o Processo de tomada de decisão
o Reformulação do produto/serviço
o Orientação estratégica (plano de médio e longo prazo)
- Desenvolvimento estratégico de comercialização
o Estratégia de controlo de negócio
o Planeamento financeiro
- Elaboração do plano de aquisições e orçamento
- Definição da necessidade de empréstimo financeiro
- Estimativa dos juros e amortizações
- Avaliação do potencial de rendimento do negócio
o Acompanhamento da consecução do plano de negócio
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Carga horária
50 horas
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Ao mesmo tempo a que assistimos a uma aceleração cada vez mais intensa do ritmo
de vida, em que sentimos que seria necessário dispor de mais tempo para responder a
todas as solicitações e prazos profissionais, o nosso tempo pessoal é cada vez mais
sacrificado.
A gestão do tempo é uma ferramenta essencial que tanto pode ser utilizada nas
empresas como na vida pessoal, permitindo a organização de metas pessoais e
profissionais com menor dispêndio de energia física e mental.
E possível gerir o tempo de modo que no final de cada dia estejamos mais próximos
daquilo que pretendemos alcançar e da pessoa que queremos ser, de forma a
desfrutarmos a sensação de termos cumprido o que estava certo para nós.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
tempo
Menos tempo livre Mais tempo disponível
O empreendedor é aquele que tem uma vocação genuína, para descobrir e avaliar a
oportunidade de lucro, empreendendo um comportamento consciente para a
aproveitar.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Portanto, por outras palavras, podemos dizer que os empreendedores são pessoas
inconformadas que procuram constantemente novos desafios, tendem a ser
pensadores de longo alcance e concentram os seus esforços mais em visões
prospetivas do que em problemas imediatos.
Sabem correr riscos, não têm medo de ir em frente, contudo optam por riscos
calculados e por vezes não excessivos. Além disso são líderes inatos e normalmente
são eles que identificam os problemas e as suas possíveis soluções que se tornam em
oportunidades de negócio.
Por fim podemos dizer que são motivados por uma necessidade de satisfação pessoal,
o que por vezes dificulta a sua integração em grandes empresas, pois não podem
controlar totalmente os projetos onde estão envolvidos.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Depois de analisar alguns dos motivos que levam as empresas a fracassar, torna-se
necessário identificar as razões principais que fazem com que os negócios progridam e
cresçam.
Como desenvolvê-los:
1. Deverá saber o que faz voltar o seu cliente e fortalecer essas situações.
2. Deverá analisar sempre as formas de reduzir os custos.
3. Deverá implementar um programa de desenvolvimento contínuo de
qualidade
4. Aperfeiçoar/treinar as suas características de empreendedor VENCEDOR de
acordo com as suas necessidades;
5. Deverá procurar sempre formas novas de motivar a sua equipa assim como
ministrar os melhores planos de formação.
Primeiro, localize a área de mercado que quer servir e analise as necessidades desse
mercado. Prepare uma lista com os produtos e serviços que têm sentido no mercado e
podem ajustar-se às suas capacidades. Identifique problemas ou fatores de sucesso e
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
não julgue o mérito relativo à alternativa ou problema que possa ter identificado. Pode
ter várias alternativas de problemas que se tornaram oportunidades.
Terceiro, avalie as opções iniciais, listando as oportunidades viáveis, tendo por base os
seguintes elementos:
• As opções de negócio de acordo com a sua importância;
• As competências básicas para assegurar o sucesso de cada oportunidade;
• O nível de competências básicas que possui para assegurar o sucesso de cada
oportunidade. Deverá comparar com o item anterior;
• Indique o nível de importância de cada competência em relação às opções de
negócio que escolheu.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
A análise SWOT
O termo SWOT resulta da conjugação das iniciais das palavras anglo-saxónicas
Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats
(ameaças).
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Análise Interna
Em termos de análise interna, a análise SWOT propõe a identificação dos principais
pontos fortes (Strengths) e pontos fracos (Weaknesses) caracterizadores da
organização num determinado momento.
Uma coisa é perceber que o ambiente externo está mudando, outra, é ter competência
para adaptar-se a estas mudanças (aproveitando as oportunidades e/ou enfrentando
as ameaças).
Da mesma maneira que ocorre em relação ao ambiente externo, o ambiente interno
deve ser monitorizado permanentemente.
Análise Externa
No que respeita à análise externa no âmbito da análise SWOT, que tem como objetivo
a identificação das principais oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threats) que
num determinado momento se colocam perante a organização, pode dizer-se que a
sua importância está associada à necessidade de, dentro do possível, os gestores e
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
2.4.Segmentação do mercado
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Identifique, nesta fase, quais dos segmentos atrás identificados constituem o seu
mercado- alvo. Relativamente a estes, enriqueça a caracterização dos mesmos com:
A sua quantificação
A previsão da taxa de crescimento
A previsão de alterações esperadas no que respeita à sua estrutura
A identificação das variáveis preponderantes para a decisão de compra.
2.4.2.Mercado concorrencial
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
1. CARACTERIZAÇÃO DA CONCORRÊNCIA
A caracterização da concorrência deve contemplar os seguintes pontos:
Descrição geral da estrutura do tecido concorrencial: Consiste na caracterização
global do sector no que concerne ao número de concorrentes existentes, à
estrutura existente (i.e., é fragmentada, dominada por poucos participantes) e
tipo de segmentos em que operam
Identificação e caracterização dos principais concorrentes: Identifique os
principais concorrentes; procure caracterizá-los de acordo com os seguintes
fatores: a dimensão e o desempenho histórico (análise dos indicadores), a
posição e o ímpeto estratégico, os objetivos e mercados-alvo, os pontos fortes
e fracos e os modelos de reação da concorrência
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Características:
• Exige forte investimento de capital – criação de infraestrutura que permita
produzir grandes volumes de forma mais eficiente (economias de escala, curva
de experiência)
• Pode obrigar a preços agressivos e prejuízos iniciais para conseguir
posicionar-se no mercado e ganhar a quota necessária
• Exige forte controlo de custos
• Permite maior flexibilidade para enfrentar guerras de preços ou subida do
custo das matérias-primas
• Foco na engenharia do processo
2. Diferenciação
Características:
• Proporciona vantagem competitiva na medida em que o cliente é mais leal e
menos sensível ao preço
• Permite níveis de rentabilidade mais elevados por via dos preços mais altos
• A perceção de exclusividade é geralmente incompatível com uma elevada
quota de mercado
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
3. Especialização / Segmentação
Características:
• Concentração dos recursos num determinado segmento, conseguindo assim
níveis de serviço mais elevados
• Empresa pode conseguir produzir com custos inferiores ao orientar-se para
um nicho de mercado em particular, o que a torna mais eficiente nesse
segmento
• Nichos de mercado em regra não atraem concorrentes de grandes dimensões,
desencorajados pelos baixos volumes e exigências particulares desses
segmentos
O contexto económico do Séc. XXI criou novos desafios às empresas, que obrigam a
repensar o papel do pensamento estratégico tal como apresentado pela escola da
“Organização Industrial”. De facto,
• Torna-se cada vez mais difícil prever o futuro – a planificação perde sentido
• Dadas as atuais dinâmicas de mudança, as empresas não devem ser
concebidas como “máquinas”, e sim como “seres vivos”
• Evoluímos de uma Gestão simples centrada em fatores tangíveis para uma
Gestão paradoxal onde o importante são os fatores intangíveis
• Há que gerir o equilíbrio entre ordem e mudança: garantir a eficiência mas
também levar a empresa no sentido da Visão – harmonização da inteligência
racional e emocional da empresa
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
3.Plano de ação
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
O ponto de partida:
Determinar os critérios de análise do negócio. Para determinar o âmbito de atuação da
nossa empresa, o negócio deve ser inicialmente entendido em sentido amplo, como
algo que transcende o produto ou serviço, para posteriormente analisar segmentos
mais específicos.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Assim perceberemos quais os critérios básicos a cumprir para ter êxito nesse terreno
em particular. Escolher o segmento errado e competir num âmbito que não é o nosso
é frequentemente causa de fracasso. Uma pequena empresa artesanal poderá
responder às exigências de volume e preço de uma grande superfície? Ou poderá uma
empresa de grandes volumes comercializar com êxito em pequenas lojas
especializadas, que consomem baixas quantidades e exigem embalagem cuidada e
qualidade superior?
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
4.Estratégia empresarial
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
As influências que decorrem das condicionantes internas são classificadas como trunfos
se o seu impacto é favorável ao projeto e como fraquezas se o seu impacto é
desfavorável ao projeto.
Para efetuar a análise interna deve solicitar o apoio de todos os recursos humanos da
empresa e se possível a cooperação de uma entidade externa, no sentido de garantir
uma opinião isenta de influências internas.
A análise interna irá identificar os trunfos para construir e aplicar um plano estratégico
com sucesso, e as fraquezas, para conseguir avaliar a sua força e ativar um plano de
emergência para atingir os objetivos da empresa.
4.2.Formulação estratégica
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
A visão da empresa descreve um ideal forte, ou seja, onde pretende chegar (Por
exemplo: ser a empresa líder na oferta da melhor qualidade de bebida a qualquer
pessoa e em qualquer lugar.).
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Neste sentido para aplicar a estratégia escolhida deve existir uma boa comunicação, e
um compromisso claro de desenvolver as diferentes competências e forças para atingir
a missão definida. Além disso deve existir uma estrutura organizacional apropriada
para levar a cabo a aplicação da estratégia.
Portanto deverá existir uma boa relação, entre os gestores e os seus empregados, pois
o êxito depende da boa gestão da empresa. Um compromisso sólido com a ajuda de
pessoas competentes permitirá a aplicação do plano estratégico com êxito.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
4.5.Estratégias de internacionalização
Uma vez definidas as estratégias para o país de origem, a empresa deve avaliar a
possibilidade de transpor as suas operações para outros mercados geográficos.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
A gestão da qualidade consiste numa das maiores preocupações das empresas, sejam
elas voltadas para a qualidade de produtos ou de serviços. A consciencialização para a
qualidade e o reconhecimento de sua importância trouxe a necessidade da certificação
dos sistemas de gestão da qualidade, o que é indispensável para todas as
organizações.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Uma organização que se propõe a implementar uma política de gestão voltada para a
qualidade tem de ter a consciência de que a sua trajetória deve ser reavaliada. As
mesmas precisam pôr em prática atividades que visam estabelecer e manter um
ambiente onde as pessoas trabalham em equipa e consigam um desempenho eficaz na
busca das metas e missões da organização.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Associado ao conceito de marketing, existem diversas atividades que este deve incluir,
nomeadamente a definição de mercados ou grupos de clientes que se enquadrem no
âmbito das atividades da empresa, nomeadamente:
Conhecer aquilo que o mercado está disposto a comprar;
Agrupar clientes com diferentes desejos e necessidades em grupos
homogéneos;
Selecionar os grupos de clientes cujas necessidades possam ser melhor
satisfeitas pela organização quando comparadas com os concorrentes;
Desenvolver e escolher de uma oferta adequada (produto, preço, promoção e
distribuição) ao grupo de clientes alvo.
O marketing não se limita, pois, à venda no sentido restrito do termo, nem se esgota
com a implementação de campanhas publicitárias ou com promoção de produtos,
como muitas vezes se supõe. O marketing começa antes da conceção do produto,
partindo da análise das necessidades do mercado e vai para além da venda.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
As decisões que a seguir têm que ser tomadas envolvem o desenvolvimento de planos
de ação, isto é, definir o que é que tem que ser feito, quando, por quem e com que
meios.
O Marketing Mix, proposto por E. Jerome McCarthy (modelo dos 4 P’s), é uma
abordagem estratégica que identifica, de forma sistematizada, os fatores a ter em
conta pelo marketing. Este método destina-se a identificar a combinação ótima de 4
variáveis de forma a satisfazer as necessidades e expectativas do mercado e,
simultaneamente, a maximizar a performance da empresa. Essas variáveis são:
1. Produto
“Um produto é tudo aquilo capaz de satisfazer um desejo.” Philip Kotler
O consumidor, pelo seu lado, ao tomar a decisão de compra tem em conta aspetos
tangíveis (embalagem, cor, modelo, tamanho, etc.) e intangíveis (marca, imagem,
garantias, qualidade do serviço pós-venda, etc.).
Há três características básicas que devem ser especialmente estudadas quando vamos
lançar um novo produto:
Qualidade: a melhor forma de colocar devidamente o produto é conhecer as
suas melhores características, pois só assim conseguiremos distingui-lo
devidamente de outros produtos existentes no mercado (conhecer os seus
defeitos é igualmente importante, por nos permitir antecipar algumas objeções
eventuais à compra)
Embalagem: pode ser entendida apenas para proteger, mas também pode ser
utilizada como meio privilegiado para diferenciar o nosso produto da
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
2. Preço
É o valor que o consumidor está disponível para pagar para adquirir um produto ou
serviço.
4. Promoção
O esforço de divulgação do produto pode ser feito através de inúmeros meios mas
deve sempre abranger os seguintes grupos:
Vendedores: a equipa de vendas deve dispor de uma estrutura promocional de
suporte continuamente aperfeiçoada e adaptada ao mercado alvo.
Revendedores: o aspeto fundamental, na perspetiva do revendedor, é uma
elevada rotação de produto, pelo que a equipa das vendas deve estar
particularmente atenta ao comportamento do mercado, reforçando o esforço
promocional sempre que seja necessário. O apoio dado no ponto de venda,
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Tendencialmente, cada potencial cliente será cada vez mais tratado como um ser único
e diferenciado, cujas características e necessidades justificam uma aproximação
individual e personalizada.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Porque:
As práticas de marketing variam de país para país porque os países e as
pessoas são diferentes.
Estas diferenças significam que o que resultou num país não vai
necessariamente resultar em outro país
As preferências dos consumidores, competidores, canais de distribuição e
media diferem de país para país.
Há que ter:
Conhecimento intercultural;
Conhecimento dos países / regiões;
Conhecimento acerca das transações entre fronteiras;
Necessidade de “Global Localization”: Ajustamento das estratégias de Marketing
Internacional às características e necessidades locais.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
É preciso fazer um estudo sobre cada país individualmente, a sua cultura, economia,
política, leis e normativos, regras de marcas, patentes, licenciamento e câmbio. Cada
variável destas pode facilitar ou dificultar o processo de marketing internacional.
Analisando cada ambiente, para que a cultura de um país possa ser respeitada pelos
profissionais de marketing e para que se possa obter sucesso nos negócios.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Numa primeira fase, a empresa identifica nos mercados externos quais os segmentos
idênticos ou semelhantes aqueles que ela tem como alvo no seu mercado de origem.
De forma um pouco paradoxal, muitas empresas estão a lidar com esta nova realidade
voltando-se para dentro da organização, tentando diferenciar-se com base nas suas
características mais estruturais, nas suas competências-chave, na sua cultura
organizacional.
Apostar numa atitude ética, socialmente responsável e justa é uma das formas de
mostrar aos consumidores que a empresa partilha com eles muito mais do que
produtos e serviços, que, antes de tudo, têm em comum valores e atitudes.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Os diferentes canais através dos quais se podem transmitir as mensagens têm vários
suportes e formas, tais como as que apresentamos em seguida:
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
A promoção é outro aspeto muito importante que não deve descuidar. Ou seja o
conjunto de ações comerciais que deverá levar a cabo com o objetivo de aumentar as
suas vendas.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Edição
O trabalho criativo é muito importante no processo de produção de documentos de
comunicação empresarial. De modo geral funciona como a porta de entrada em todo o
sistema e é o elemento que cria automatismos de referência.
Por isso, quanto mais conseguido for o trabalho criativo, melhor é a imagem
produzida.
Carta gráfica
A marca
A MARCA não é só o produto ou o serviço. A MARCA é aquilo que os Clientes pensam
da empresa, e a confiança que este lhes inspira.
Para construir uma MARCA forte é essencial ter uma ideia clara da forma como
queremos ser vistos pelos Clientes.
O slogan
O slogan em como características ou qualidades:
Ser positivo ou original para atrair a atenção do leitor;
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
O slogan mais tradicional é composto por uma frase curta, direta, afirmativa e fácil de
repetir. É, em geral, uma conclusão ("Parmalat - Porque somos mamíferos") ou um
convite à ação ("Abuse e use C&A").
Multimédia
Montagem
O “briefing” da comunicação destina-se a esclarecer todos os métodos e
procedimentos de avaliação dos trabalhos desenvolvidos – dentro da organização ou
junto de especialistas externos – nas fases de definição de conteúdos e mensagens, de
conceção de imagem e de escolha de meios.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Objetivos do Briefing:
Encontrar e organizar a informação: a função do briefing é reunir as
informações necessárias para a ação publicitária;
Organizar e disponibilizar as informações certas para a equipa envolvida no
trabalho. O briefing serve como um centralizador físico dessas informações.
Fundamentar e sustentar a ação publicitária: o desenvolvimento da ação
publicitária deve fundamentar-se em informações razoavelmente precisas.
Inspirar e alimentar ideias e soluções criativas: a criação pode e deve utilizar as
informações do briefing como inspiração criativa através, por exemplo, de
associação de ideias (brainstorming).
Direcionar e delimitar o trabalho publicitário: sem um caminho definido, o
planeamento e, principalmente, a criação podem desviar-se do objetivo
pretendido pelo cliente.
Sinalética
A sinalização é fundamental, e pode ser feita através da colocação de:
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
• Expositores;
• Sinais verticais / isolados ou de parede;
• Sinais horizontais / chão.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
6.Estratégia de I&D
6.1.Incubação de empresas
6.1.1.Estrutura de incubação
A criação e a gestão de uma empresa não são tarefas simples. Numa fase tão crítica
para as empresas da IEUA como é o seu arranque, é importante oferecer aos
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
6.1.2.Tipologias de serviço
Ações de Capacitação
Consultório de apoio ao Empreendedorismo
Concurso de ideias
Espaços e Equipamentos
Gabinetes individuais
Espaço co-working
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Serviços Base
Secretariado e apoio administrativo
Orientação técnica para a constituição e início de atividade
Sede fiscal e comercial
Serviços de higiene e segurança no trabalho
Manutenção dos espaços e dos equipamentos
Apoio no acesso ao portfólio de competências
Serviços de Capacitação
Orientação técnica na elaboração do Plano de Negócios
Criação da identidade gráfica e presença web
Apoio na divulgação da ideia de negócio/atividade da empresa
Assessoria e apoio jurídico
Apoio na proteção de direitos de propriedade intelectual
Apoio a candidaturas a sistemas de incentivos e a concursos
Coaching e Mentoring one to one
Acesso a programas de crowdfunding
Mediação no contacto com investidores institucionais e privados
Apoio na estruturação do processo de internacionalização
Acompanhamento de gestão operacional do negócio
Ações coletivas de promoção a nível nacional e internacional
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
6.3.Patentes internacionais
Uma patente é um modelo de utilidade são direitos exclusivos que se obtêm sobre
invenções (soluções novas para problemas técnicos específicos).
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Reivindicação de prioridade
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Caso pretenda optar por qualquer uma das vias de proteção no estrangeiro, saiba que
o pedido de patente ou modelo de utilidade efetuado em Portugal permite-lhe
beneficiar de um direito de prioridade de 12 meses para apresentar o pedido noutro
território (em qualquer estado membro da Organização Mundial do Comércio ou da
Convenção da União de Paris).
Se este prazo for respeitado, o pedido que efetuar no estrangeiro beneficiará da data
do pedido que efetuou inicialmente em Portugal. Esta prioridade confere-lhe uma
enorme vantagem, permitindo que o seu pedido no estrangeiro seja tratado como se
tivesse sido efetuado na data em que foi requerida a proteção em Portugal, sem que
qualquer facto ocorrido nesse período (por exemplo, outro pedido) o invalide.
6.4.Transferência de tecnologia
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
As políticas internas das diversas entidades reconhecem estas estruturas que atuam,
nomeadamente na:
• Consciencialização que só a proteção mediante Direitos de Propriedade
Intelectual assegura o reconhecimento e domínio da inovação pelo seu criador,
permitindo-lhe, não só a desejada transferência do conhecimento para a
sociedade, como também a continuação da investigação e desenvolvimento
pelos recursos auferidos com a atividade de licenciamento;
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
7.Financiamento
Um busines-angel pode ser uma ajuda preciosa pois é um investidor que realiza
investimentos em oportunidades nascentes (tipo start-up ou early stage),isto é, para
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Em princípio, os fundos de que se dispõe são sempre escassos em relação aos fins a
que se pretende sejam afetos (na realidade, o objetivo da Economia é precisamente
resolver este dilema da melhor forma possível).
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Os Capitais Próprios são constituídos, como o seu próprio nome indica, pelo Capital
Social (meios monetários ou não com que os sócios entram para a empresa -
Poupanças, instalações, viaturas, bens suscetíveis de hipoteca, empréstimos
particulares, etc.), Prestações Suplementares de Capital, Autofinanciamento e Capital
de Risco.
Os Capitais Alheios, podem dividir-se em dois tipos; de médio e longo prazo e de curto
prazo. Nos primeiros incluem-se hipotecas sobre as instalações, empréstimos bancários
de financiamento, leasing.
Para além destes, pode-se também muitas vezes recorrer a subvenções financeiras,
mas há autores que não acham conveniente incluí-las logo nas projeções iniciais
porque constituem um elemento de difícil previsão; podem não se concretizar ou
serem recebidas muito para além do período previsto.
Capitais Próprios
Capital Social - Deve indicar nesta linha os montantes que constituem o Capital
Social da empresa a constituir.
Prestações Suplementares - Deve indicar nesta linha eventuais prestações
suplementares que anualmente estejam previstas por parte dos
sócios/acionistas;
Auto Financiamento
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Capitais Alheios
Empréstimos Bancários - Os campos referentes a esta rubrica são de
preenchimento automático, e resultam dos empréstimos obtidos.
Empréstimos de Sócios (Suprimentos) - No caso de estarem previstos os
montantes respetivos devem ser indicados no ano correspondente.
Crédito de Fornecedores de Imobilizado - Se as compras de Imobilizado forem
efetuadas a crédito, os respetivos montantes devem ser indicados nos períodos
(Ano) de utilização.
Outros (subsídios) - No caso de existirem outros capitais alheios,
nomeadamente subsídios, estes devem ser inscritos pelos montantes e nos
períodos da sua atribuição.
O Total dos capitais envolvidos não considera o Auto Financiamento ainda que o
mesmo seja apresentado. Entende-se, dado que o autofinanciamento resulta de contas
previsionais que não deve ser considerado para cobertura financeira do Projeto.
As linhas de crédito são uma forma de empréstimo bancário flexível, orientado para o
curto prazo, em que a instituição credora confere à empresa o direito de, dentro de um
plafond previamente acordado, retirar fundos consoante as suas necessidades de
tesouraria.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
A factoring adianta uma parcela do valor desse crédito à empresa, recebendo em troca
uma comissão. Este método tem a vantagem da empresa poder realizar os seus
créditos sem estar dependente do prazo de pagamento dos clientes. Tem a
desvantagem do custo associado, que reduz a rentabilidade das vendas.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
pagamento de uma renda. Só tem que escolher a viatura que pretende e a Locadora
adquire o carro e aluga-o à sua Empresa durante o período do contrato.
O Renting inclui os serviços essenciais à utilização da viatura, mas também podem ser
incluídos vários serviços opcionais.
A renda mensal, que cobre o aluguer e os serviços associados, é fixa ao longo de todo
o período do contrato. No final do contrato, pode adquirir o carro pelo seu valor de
mercado ou devolvê-la à Locadora.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
8.Plano de negócio
8.1.1.Objetivos
Deve ser um Plano que se foque nas linhas essenciais do projeto, que defina a
alocação dos vários tipos de recursos, que esteja concebido para concretizar a ideia
que se pretende implementar e para solucionar os problemas que inevitavelmente
aparecerão.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Existem algumas qualidades num plano que fazem com que seja mais provável que
este possa trazer resultados:
O Plano deve ser pensado, desde o início, como o documento que traduz a estratégia
que queremos implementar e que será a base da vida da Empresa nos primeiros
tempos da sua existência.
Um Plano de Negócios será difícil de avaliar e/ou implementar a menos que seja
Simples, Objetivo, Realista e Completo. Mesmo que seja todas estas coisas, um bom
plano precisará sempre de alguém que o supervisione e/ou implemente.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Existem elementos que tornam mais provável que o plano seja bem-sucedido. Algumas
pistas essenciais para a construção de um bom plano incluem:
O plano é simples? É de fácil entendimento e execução? Transmite os seus
conteúdos de forma fácil e prática?
O plano é objetivo? Os seus objetivos são concretos e mensuráveis? Inclui
ações específicas e atividades, cada uma delas com datas limite, pessoas
responsáveis e orçamentos detalhados?
Inclui um modelo financeiro sólido e bem fundamentado?
O plano é realista? Inclui todos os elementos necessários?
Preparar um Plano de Negócios é uma forma lógica e organizada de olhar para todos
os aspetos mais importantes de uma ideia de negócio.
Tenha presente, desde o início, a aplicação que pretende dar ao Plano, como por
exemplo:
Definir e fixar objetivos, e a forma como o conseguir;
Suporte à identificação e discussão de financiamentos;
Estabelecer o valor do negócio em caso de venda ou para efeitos legais;
Avaliar uma nova linha de produto, promoção ou crescimento.
O mercado é a “arena” onde os planos da empresa irão ser levados a cabo. É muito
importante definir o mercado para o novo produto em termos de dimensão, estádio de
desenvolvimento, tipos de clientes e de competidores.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Existe um padrão natural de evolução para a maior parte dos mercados e o estádio do
ciclo em que o mercado se encontrar irá afetar significativamente a estratégia de
negócio que deve ser adotada.
Para ter dados mais concretos, procure as associações empresariais e outras que
analisam e acompanham os mercados relevantes para a sua ideia/produto. Procure
publicações especializadas. Peça às Entidades Financeiras com que trabalha para lhe
fornecerem informação pública sobre esse mercado e as Empresas que nele se
movimentam. Se a dimensão do projeto o justificar, envolva Empresas de Estudos e
Análise de Mercado e faça análises específicas para este caso.
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Esta é uma apresentação sumária do negócio proposto e dos executivos que estão a
fazer a candidatura ao financiamento. O objetivo é dar confiança aos potenciais
financiadores, fazendo-os crer que este é um negócio financeiramente sustentável e
que os executivos possuem as necessárias qualificações empresariais e de gestão.
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8.1.4.Etapas e atividades
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Por outro lado, a análise dos pontos críticos deve permitir que os promotores se
preparem, mesmo que não seja por escrito, para planos de contingência (ou seja,
como agir se surgirem situações inesperadas), de forma a minimizar os riscos do
projeto.
8.1.5.Recursos humanos
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Um empresário com visão olha os seus colaboradores como parceiros e tem uma
noção clara de que colaboradores motivados geram melhores resultados e contribuem
decisivamente para a promoção de uma boa imagem da empresa no exterior.
Um empresário com visão, não hesita em investir na formação dos seus colaboradores,
porque sabe que um colaborador satisfeito dificilmente fugirá para trabalhar para a
concorrência. A aposta na equipa deverá ser entendida como um investimento
estratégico.
Algumas recomendações:
Invista tempo e dedique-se no processo de recrutamento da sua equipa;
Adote uma postura de liderança autorizada de quem sabe para onde quer ir e
como lá chegar;
Acompanhe de perto os seus colaboradores;
Faça uma gestão partilhada, mantendo a equipa informada;
Intervenha atempadamente sempre que identificar potenciais problemas na
equipa, para evitar que os mesmos se alastrem e possam provocar danos no
desempenho da empresa;
Se tiver de dispensar um colaborador, tenha o cuidado de o fazer de forma
profissional e clara;
Mantenha os colaboradores motivados, através da implementação de um
sistema de avaliação de desempenho ajustado à realidade da sua empresa;
Faça uma gestão eficiente das expectativas dos seus colaboradores;
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Finalmente, assuma que investir na sua equipa é a forma mais eficaz de investir
no crescimento da própria empresa, uma vez que ela só vai crescer se todos
“vestirem a camisola”.
Quem toma decisões de investimento geralmente não aborda, pelo menos de forma
sistematizada, as referidas condições. Tal postura é negativa porque a importância da
decisão de investimento (tendo em conta nomeadamente a sua conhecida, maior ou
menor, irreversibilidade e os seus efeitos no futuro da empresa) justifica que a sua
preparação seja rodeada de todos os cuidados.
Esta condição está relacionada de forma clara com uma definição de investimento de
cariz marcadamente financeiro. Assim, investimento é “o sacrifício suportado hoje na
expectativa de obter no futuro, receitas líquidas de despesas que compensem o
sacrifício suportado”.
Como resulta da definição referida, a análise de investimentos é, naturalmente,
uma análise previsional e portanto caracterizada pela incerteza inerente a todas
as previsões de médio e longo prazo.
Não é possível concretizar projetos de investimento sem ter em conta os
condicionalismos de ordem financeira.
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Esta secção deve descrever duma forma curta mas completa o estádio de
desenvolvimento do projeto, sobretudo dos principais objetivos já atingidos.
A ênfase deverá ser dada ao produto/serviço, incluindo temas como patentes e/ou
licenças, bem como a uma descrição exata do processo produtivo.
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É essencial ser realista e ter em conta todas as possíveis dificuldades, para que estes
factos possam ser traduzidos nas projeções financeiras.
Como exercício de reflexão, e apesar de poder não ser explícito no plano de negócios,
será aconselhável para cada atividade ou ação estabelecer os intervenientes de quem
estes dependem (no caso de recursos externos), definir os possíveis constrangimentos,
e como deverá cada um agir nesse contexto. Por outro lado, deve ser considerado o
tempo alocado a cada atividade, com e sem constrangimentos, e considerado como
tempo efetivo a soma dos dois.
Reserve sempre algum tempo e esforço adicional (20% do total) para problemas e
desvios não previstos – a chamada margem de risco de implementação.
8.3.Proposta de valor
Devem ser feitos todos os esforços para explicar a tecnologia envolvida em termos
simples e para explicar a Proposta Única de Valor da invenção ou ideia. Esta
preocupação é transversal ao Star Up Plan, Later Stage Plan e Turnaround Plan.
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O tipo de produto “Market Pull” é definido como tendo sido concebido em resultado de
uma necessidade de mercado identificada e não satisfeita.
Este pode ser totalmente novo, uma extensão de um produto existente ou, muitas
vezes, um desenvolvimento e separação de um negócio já estabelecido, num processo
normalmente designado por spin-off.
Qualquer um destes tipos de produto pode ter sucesso mas diz a experiência que a
taxa de sucesso para os produtos do tipo pull é significativamente maior do que para
os produtos do tipo push.
Na verdade, se não houver nenhum problema não há razão para alterar nada, ou seja,
não há motivo para decidir. Pelo contrário, só nos podemos dar ao luxo de não tomar
decisões se tudo estiver a correr bem (o que é virtualmente impossível num período de
tempo mais ou menos alargado).
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Para que possamos falar em decisão temos que ter várias alternativas possíveis para
resolução do nosso problema. Porém, esta condição não é suficiente. Caso
dispuséssemos de toda a informação necessária, teríamos apenas que selecionar a
alternativa mais vantajosa. A necessidade de tomar uma decisão deriva do facto de
não conhecermos todos os factos, não conseguirmos prever todas as consequências,
isto é, de existir incerteza.
Mas para que possamos decidir temos que dispor de alguma informação e incorrer em
determinado nível de risco. O risco existe porque há incerteza.
O que a empresa pode e deve fazer é aprender com os erros desenvolvendo uma
eficaz cultura de aprendizagem.
8.5.Reformulação do produto/serviço
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Em primeiro lugar não basta desenvolver produtos ou serviços novos. É necessário que
os clientes reconheçam algum tipo de utilidade ou interesse nessas inovações, e que
possuam os meios que lhes permitam adquiri-los. Inovar exige também que as
empresas disponibilizem os meios financeiros e humanos necessários. Exige também
que o processo de inovação seja cada vez mais rápido.
Mas afinal o que é um novo produto? A expressão “novo produto” é muitas vezes
usada de forma errada, na medida em que inclui um leque tão variado de inovações,
que podem ir da mais simples, tal como a modificação de um produto existente, como
mais complexas, como por exemplo o lançamento de um medicamento completamente
novo, que levou anos de investigação laboratorial.
As investigações que têm sido levadas a cabo, revelam que para ter sucesso, um novo
produto deve:
Ser único e revelar superioridade clara face as alternativas, isto é, possuir
qualidades distintivas que se revelem superiores aos olhos dos utilizadores.
Conhecimento do mercado e competência de marketing, isto é, fazer um
estudo exaustivo do mercado, definir claramente os segmentos alvo, fazer
testes de mercado antes do seu lançamento.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Como principais causas das falhas no lançamento de novos produtos, são normalmente
apontadas as seguintes razões:
Insuficiente análise do mercado.
Problemas produtivos.
Incapacidade financeira.
Problemas de comercialização.
Após termos definido claramente nas secções anteriores a Proposta Única de Valor do
projeto, dever-se-á demonstrar como a empresa pensa apresentá-la ao mercado.
O desenho do processo de vendas (Marketing) deve ser iniciado assim que o desenho
das componentes operacionais estiver completo e o preço definido
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Deverá assim ser criado um plano que contemple as ações a desenvolver, as forças de
vendas a envolver, os distribuidores, os agentes, formas de aconselhamento e a
produção de meios publicitários adequados. A gestão e monitorização deste plano tem
de ser efetiva, por forma a assegurar que são executadas as ações em causa, com a
periodicidade certa, e que os resultados são devidamente alcançados.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Será necessário produzir relatórios regulares, que são úteis tanto para a gestão da
empresa como para entidades terceiras como auditores, inspeção fiscal e bancos.
A informação, clara e facilmente utilizável, deve permitir que se possam tomar ações
em tempo útil no sentido de corrigir situações que o exijam.
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Devem também ser criados relatórios para analisar os custos, eficiência, rapidez e
qualidade de produção, o tempo necessário para produzir componentes individuais,
taxas de desperdícios, e a taxa de produção de cada uma das máquinas, custos com
materiais e de energia.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
8.8.Planeamento financeiro
Estes documentos, tanto os planos como as estimativas, são necessários para mostrar
a entidades terceiras, nomeadamente para obter financiamentos junto da banca ou de
outros financiadores.
Mas estes documentos também são de enorme valor para servir de base à gestão do
negócio. São assim orientações gerais que ajudam na administração da empresa e
servem como metas a atingir. Mas não se pense que isto só interessa a quem vai
iniciar uma empresa.
Esta mesma metodologia pode e deve ser aplicada com sucesso por aquelas empresas
que se vão lançar num novo negócio, criando um novo centro de custos e de
proveitos.
Para fazer um trabalho completo é importante seguir uma série de passos, tanto para
elaborar o plano de investimento como o de financiamento:
Plano de investimento
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Numa segunda fase, será necessário estimar o valor de todos esses ativos, o que
poderá ser feito
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Refiram-se ainda as despesas plurianuais, aquelas que serão pagas ao longo do tempo
como, por exemplo, os juros dos empréstimos, mas também as despesas que, pela sua
própria natureza, têm carácter permanente.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
A regra do equilíbrio financeiro mínimo estipula que o grau de liquidez das aplicações
(Ativos) deve ser pelo menos igual ao prazo de exigibilidade dos fundos utilizados para
o seu financiamento (Passivo e Capitais Próprios).
No entanto isto não chega já que, se surgir qualquer imprevisto, a empresa pode
encontrar-se repentinamente numa situação problemática. É preciso definir e prever
uma margem de segurança. Assim, o fundo de maneio, numa aproximação simples é a
diferença entre Capitais Permanentes e Ativo Fixo, ou seja, a parte de Capitais
Permanentes que está a financiar o Ativo Circulante.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
A regra base a ter em conta nesta fase, como aliás em qualquer momento da vida da
empresa, é a da racionalidade económica, ou seja a regra que consiste em minimizar
os meios sem pôr em causa os objetivos pretendidos. Os meios, neste caso, são os
capitais.
Estes podem ser próprios, se forem da pertença dos sócios ou acionistas. Neste último
caso, haverá que os remunerar, pagando dividendos. Outra regra importante a ter em
conta é que devem ser os meios próprios que devem cobrir os riscos da empresa e não
os fundos alheios.
Os fundos podem porvir das mais variadas fontes (poupança, herança, etc.). O que é
importante é que haja sempre um mínimo do capital inicial da empresa que seja
próprio. Aliás, só assim se consegue financiamento bancário.
Está claro que quanto mais a empresa reter dos seus lucros menos distribui aos
acionistas, diferindo assim a rentabilidade do investimento efetuado por esses mesmos
acionistas. De facto, os sócios/acionistas só irão receber esse dinheiro, utilizado para
fazer crescer a empresa, numa data ulterior.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
O plano financeiro destina-se a dotar a iniciativa dos meios necessários à sua completa
concretização.
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Função Financeira
Taxa de Juro Real P/Financiamentos de Curto Prazo - Nesta linha deve indicar
as taxas (ativas) de juro reais para financiamentos de curto prazo e a sua
evolução em cada um dos anos de análise do projeto.
Taxa de Juro Real P/Financiamentos de Médio e Longo Prazo - Nesta linha deve
indicar as taxas (ativas) de juro reais para financiamentos de médio e longo
prazo e a sua evolução em cada um dos anos de análise do projeto.
Taxa de Juro Real P/Aplicações de Tesouraria - Nesta linha deve indicar as
taxas (passivas) de juro reais para aplicações de tesouraria e a sua evolução
em cada um dos anos de análise do projeto.
(Taxa de Juro Real = Taxa de juro - Taxa de Inflação).
Imposto de Selo Sobre Juros - Nesta linha deve indicar a taxa de imposto de
selo a incidir sobre os juros dos seus financiamentos ou aplicações.
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Esta é uma área que recebe sempre atenção especial dos potenciais financiadores
durante a apreciação da candidatura e que será alvo de inúmeras análises e questões.
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Alguns destes pagamentos ocorrerão numa base mensal, enquanto outros terão
intervalos mais irregulares, como as compras de materiais ou investimentos de capital
nos edifícios e em equipamento, criando desfasamentos entre as entradas e saídas de
fundos.
É, por isso, frequente acontecer que muitas empresas tenham cash-flow fortemente
negativo apesar de ter um nível positivo de valor de vendas e mesmo de resultados.
Isto acontece sobretudo no caso de empresas jovens, quando o investimento de
capital e os custos associados ao início de atividade podem pesar significativamente
em valores de Vendas ainda não muito elevados.
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Plano de negócios – criação de pequenos e médios negócios
Os custos fixos provêm dos pagamentos regulares, que não são afetados por
mudanças de curto prazo do nível das vendas. Incluem-se aqui rubricas como custos
administrativos, rendas, taxas, pagamentos de juros de empréstimos.
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As projeções de resultados devem ser analisadas, por exemplo, pelo efeito da redução
do valor das vendas em 10% acompanhadas por um aumento de 10% no valor dos
custos. Outras variações devem ser experimentadas em função das variáveis base do
negócio a fim de estabelecer as fronteiras a partir das quais o negócio deixa de ser
viável. Estas são as chamadas Análises de Sensibilidade.
Uma das principais características e, sem dúvida a que lhe confere maior dificuldade,
da análise de um projeto de investimento é o seu carácter previsional já que estes se
desenvolvem num contexto de incerteza.
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previsão no sentido de reduzir a referida incerteza, ela não nunca pode ser
completamente eliminada.
Uma segunda fonte de incerteza é a que está associada aos riscos inerentes à própria
empresa, particularmente, os riscos de não adaptação da empresa às mudanças ou
mesmo às perturbações que o investimento provocará no meio envolvente externo e
no meio envolvente interno, como referimos na análise Balanced Scorecard.
Tudo o que possa ser feito no sentido de reduzir os perigos associados à incerteza
referida contribuirá decisivamente para o sucesso do projeto.
Para cumprir esse objetivo devem ser encontradas e definidas as variáveis às quais o
projeto é mais sensível – variáveis críticas ou de decisão, uma vez que qualquer
pequeno desvio verificado entre o valor previsto e o valor realizado pode ter um
grande impacto na rendibilidade do projeto.
Para estas variáveis, e no sentido de tornar mais eficaz o controlo da sua evolução e
consequentemente da viabilidade do projeto, é habitual e desejável que sejam
determinados os chamados limiares de rendibilidade.
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Bibliografia
AA VV., Como elaborar um plano de negócios: o seu guia para um projeto de sucesso,
Ed. IAPMEI, 2006
Apolinário, J. M., “Projeto empresa”, Separata da Revista DIRIGIR, Ed. IEFP, Maio/
Junho de 2009
Oliveira, António, Criação de empresas, Manual Técnico do Formando, Ed. ANJE, 2008
Sites consultados
ANJE
http://www.anje.pt
IAPMEI
http://www.iapmei.pt
PME LINK
http://www.pmelink.pt
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