Estudos Dirigidos – Entrega e Debate a partir de 11/05
Curso: Administração – Noturno
Professora: Rosemeire Salata
Textos base: LARAIA, R. B. O desenvolvimento do conceito de cultura. In:
LARAIA, R. B. Cultura. Um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001 DA MATTA, R. Você tem cultura? Jornal da Embratel, Rio de Janeiro, 1981. DA MATTA. Evolucionismo. In: DA MATTA, R. Relativizando. Uma introdução à Antropologia Social. Petrópolis: Vozes, 1981.
1) A formulação do conceito de cultura pelo antropólogo evolucionista Edward Tylor
remete à cultura como aprendizado social, ou seja, como características que são culturalmente transmitidas. Qual a importância dessa ideia no contexto do século XIX, frente às explicações biologizantes das diferenças sociais que existiam na época?
2) De acordo com Laraia (2001) Alfred Kroeber (1867-1960), antropólogo
americano, tinha como preocupação central evitar a confusão, corrente à sua época, entre o orgânico (natural), e o cultural. Como Kroeber desenvolveu essa questão?
Resposta:
Kroeber desenvolveu, como forma de dissociar o entendimento de comportamentos
orgânicos e culturais, uma análise acerca da natureza dos comportamentos humanos, avaliando diversas possibilidades de entendimento de que a cultura, de forma cumulativa, é a responsável pela raça humana ter solucionado problemas e se adaptado, possibilitando que a mesma pudesse não ter um habitat específico, desenvolvendo a adaptabilidade de seu meio ambiente, de forma à torna-lo “amigável” à sua sobrevivência. Em suma, é entendimento de Kreber que, a cultura, formada pelo acúmulo de soluções e reforçada pela capacidade de compartilhamento de ideias, dado principalmente pela comunicação oral, é a principal responsável pela diversidade cultural que a raça humana demonstra, através de suas reações diferentes em exposição ao mesmo problema fundamental.
3) Explique, a partir do artigo “Você tem cultura?”, de Roberto DaMatta, os
diferentes usos do conceito de cultura, e como alguns usos podem reforçar hierarquias sociais.
Resposta:
Conforme exposto no texto de Roberto Damatta, em nossas relações diárias
no deparamos com definições de Cultura, dos quais podemos depreender interpretações bastante diversas. Desde a cultura como maneira de definir regionalismos, da qual se pode obter, depois de uma avaliação mais elaborada, comportamentos que, de fato, se encaixam na definição antropológica de cultura, mas que são utilizados, enquanto comportamento cultural, para inferiorizar determinados segmentos sociais, como a caracterização de gradação cultural, “mais culto”, “menos culto”, com denotação a exposição que certo sujeito possa ter tido à conheciemtnos deiversos
4) Explique (inclusive com exemplos) as quatro ideais gerais que caracterizam a
corrente evolucionista.
Resposta:
Como primeira, e mais marcante ideal geral, a definição de que as culturas
estariam determinadas, ou seja, seriam definidas em uma escala evolutiva linear e unidimensional, tendo como a ais evoluída aquela á qual pertencia o antropólogo e como mais primitivas aquelas que mais se distanciassem, principalmente com o foco tecnológico. Considerava-se, por exemplo, a sociedade imperial europeia industrial como a mais evoluída, enquanto se consideravam sociedades tribais, com baixo nível tecnológico, diga-se mecanização, como as de colônias europeias.
5) Qual a relação entre colonialismo e a teoria do evolucionismo social? Por que o
conceito de progresso tecnológico era tão importante para os cientistas do século XIX? Resposta:
Entendendo-se o contexto histórico do desenvolvimento da teoria de
evolucionismo cultural se percebe que no final do Século XIX, as sociedades industriais europeias se encontravam, em sua grande maioria, nas condições de impérios, dominando e colonizando territórios. Desta forma, o entendimento de que as culturas destas colônias, por possuírem manifestações diferentes, eram inferiores às dos colonizadores era utilizado para justificar o processo de colonização possibilitando a interpretação de que a intervenção cultural nestas colônias seria um auxílio na evolução destas culturas, levando-as ao patamar da cultura “mais elevada”. De maneira semelhante, o conceito de progresso tecnológico, por ser o fator que mais diferenciava estas culturas, e, portanto, mais caracterizava as culturas europeias, consideradas mais avançadas, e superiores, servia como justificativa para legitimação do processo de colonização e interferência cultural.