Desenvolvimento:
1 – Conhecimento prévio dos alunos
Convite
José Paulo Paes
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Desenvolvimento:
1- Formar grupos (dupla ou grupo de quatro alunos).
2 - Cada grupo escolhe um relator para expor as ideias, as
respostas encontradas.
3 - Propor questões como:
a) Para você, o que é poesia?
b) Você já ouviu ou leu um poema? Em caso afirmativo, conte aos
colegas onde.
c) O que você sabe sobre essa forma de texto?
d) A ocupação da página pelo poema é feita da mesma forma
que se procede ao escrever uma história em prosa?
4 - O professor deve escrever na lousa o título dos poemas ou
versos lembrados pelos alunos. Em seguida solicitar aos grupos
que, cada um escolha um dos poemas citados e o copiem no
papel sulfite ou na folha de linguagem.
Observação:
Caso os alunos não saibam, não lembram nenhum título, lavá-
los à biblioteca para realizar esta atividade, solicitando a leitura de
alguns poemas e escolha de um com o respectivo autor.
5 - Confeccionar um mural: Os grupos devem planejar a
organização (onde o mural vai ser colocado, como deixá-lo bem
organizado e bonito).
6 - Colocar no mural, os poemas que resgataram na memória.
7 – Coletar poemas que a comunidade conhece:
a) Tarefa de casa: Entrevistar pais, avós, parentes, amigos vizinhos e
conhecidos. Fazendo diversas perguntas: Você gosta de poemas?
Sabe o nome de algum poeta? Quando você leu pela primeira vez
um poema? Você sabe algum poema de cor? Poderia recitá-lo, ou
escrevê-lo para nos presentear? Tem algum livro de poemas? Dos
poemas deste livro, quais são os prediletos? Você aceita o convite
para declamar um dos seus poemas prediletos na escola?
Observação: Esta entrevista pode ser registrada no caderno ou
gravada, filmada. Também pode convidar a pessoa entrevistada para
declamar o poema preferido na escola.
Prazer de Poeta
Prazer de poeta é poesia.
Extravasar em palavras melodia;
entregar ao público seu encantamento;
não desviar a fantasia um só momento.
Objetivos
Conhecer alguns poetas e poemas consagrados da literatura
brasileira.
Descobrir a importância de ouvir e dizer poemas.
Material
Coletânea de poemas
CD/ROM de poemas
Aparelho de som
Cópias de poemas diversos selecionados pelo professor e alunos
Desenvolvimento:
1 – Dividir a classe em cinco grupos.
2 - Distribuir uma Coletânea de poemas para cada grupo solicitando
a leitura silenciosa do poema da página 6, “O buraco do tatu”. Em
seguida, um dos alunos ou a professora fará a leitura em voz alta.
3 – Colocar o CD para que os alunos ouçam as duas leituras
gravadas do poema (“O buraco do tatu”) que será trabalhado na
oficina 9.
4 - Conversar sobre as impressões que tiveram de cada uma das
audições. Para isso propor as questões:
a) Na leitura que cada um fez, os efeitos sonoros e o ritmo foram
facilmente percebidos?
b) O que perceberam ao ouvir o poema? Há diferenças entre as
leituras?
c) O que sentiram ao escutar / ler o poema?
d) Fechando os olhos, vocês conseguem imaginar o que o poeta quis
nos mostrar?
5 – Distribuir cópias dos poemas selecionados do mural para treinar
a leitura em voz alta atentando para o ritmo, as pausas e a entonação
da voz.
Observação: pode-se utilizar o microfone.
Simplesmente ler
Ler sempre.
Ler muito.
Ler quase tudo
Ler com os olhos, os ouvidos, com o tato, pelos poros e demais
sentidos.
Ler com razão e sensibilidade.
Ler desejos, o tempo, o som do silêncio e do vento.
Ler imagens, paisagens, viagens.
Ler verdades e mentiras.
Ler para obter informações inquietantes, dor e prazer.
Ler o fracasso, o sucesso, o ilegível, o impensável, as entrelinhas.
Ler na escola, em casa, no campo, na estrada, em qualquer lugar.
Ler a vida e a morte.
Saber ser leitor tendo o direito de saber ler.
Ler, simplesmente ler.
Essência da Sabedoria
A leitura é um prazer
Que encanta e que transforma.
O ser humano que ler
Vira contador de história,
Fica mais inteligente
E muito mais cheio de glória.
Aula de leitura
Leilão de Jardim
Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão!)
Planeta ao contrário
No planeta ao contrário,
Os velhos dormem em berçário,
Os bebês ganham salário,
Quem se confessa é o vigário.
A piscina fica no vestiário,
O banho é dentro do armário,
Só tem um número no dicionário.
Com toda essa inversão,
Lá é tudo uma confusão?
Ao contrário.
Ricardo Silvestrin. Pequenas observações sobre a vida em outros planetas. São Paulo:
Salamandra, 2008.
O MENINO AZUL
Cecília Meireles
O MENINO QUER UM BURRINHO
PARA PASSEAR.
UM BURRINHO MANSO,
QUE NÃO CORRA NEM PULE,
MAS QUE SAIBA CONVERSAR.
A arca de Noé
Vinicius de Moraes
A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.
Se é mulato ou se é pardo
O que importa se for misturado?
Se é ruivo ou se é loiro
O que importa a cor do seu olho?
O homem; as viagens
Carlos Drummond de Andrade
Material
Coletânea de poemas
CD-ROM de poemas
Aparelho de som
Datashow
Dicionário de Língua Portuguesa
Desenvolvimento:
1 – Projetar no Datashow e propor aos alunos (reunidos em grupos)
a leitura das quadrinhas abaixo.
O cravo brigou com a rosa,
Debaixo de uma sacada.
O cravo saiu ferido,
E a rosa despedaçada.
2 – Sistematizar as informações.
3 - Completar a quadra.
Leia a quadra abaixo e responda as questões.
Lá no fundo do quintal
Tem um tacho de melado
Quem não sabe cantar verso
É melhor fica ______________
a) Esta quadra está completa?
b) O que está faltando nesta quadra?
c) Faça uma lista de palavras que rimam com melado e complete o
último verso.
d) Veja a quadrinha de Ricardo Azevedo: " Lá no fundo do quintal /
Tem um tacho de melado / Quem não sabe cantar verso / É melhor
ficar calado”. Entre os termos que o grupo utilizou para completar o
último verso e o empregado pelo autor, indique o que preenche
plenamente (ritmo e sentido) a quadrinha. Por quê?
e) Indique os versos brancos desta quadrinha?
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
http://www.astormentas.com/PT/biografia/Gon%C3%A7alves%20Dias
Otávio Roth. Duas dúzias de coisinhas-à-toa que deixam a gente feliz . São Paulo: Ática,1994.
Lembrete
A sonoridade, as rimas, a combinação de palavras, organização
sintática contribuem para o sentido do texto e para garantir sua
unidade, sua composição harmônica e coerente.
Objetivos
Apresentar o conceito de denotação e conotação
Delimitar o texto poético
Material
Coletânea de poemas
CD-ROM de poemas
Aparelho de som
Dicionário de Língua Portuguesa
Caderno para registro
Lápis preto, ou caneta
Desenvolvimento:
1 – Fazer uma sondagem inicial com os alunos, explicando o que
for necessário:
a) A linguagem de uma reportagem, notícia, receitas, bulas de remédio
é diferente da linguagem de um poema? Por quê?
b) O que você entende por sentido próprio? E sentido figurado?
c) O que é linguagem subjetiva e linguagem objetiva?
2 – Passar as definições.
De maneira geral, usamos as palavras com dois diferentes
sentidos: o sentido literal e o sentido figurado.
Sentido próprio (literal) ou denotativo: O sentido da palavra é
exato, direto, simples, não deixa dúvida. Ele aparece nos textos
jornalísticos, científicos, receitas, bulas de remédio, instruções de
jogo, manuais de funcionamento e de uso de aparelhos domésticos
e de máquinas, prospectos de concursos, manuais do consumidor,
guias de cidades, folhetos explicativos sobre prevenção de doenças
e epidemias, etc. Nestes gêneros textuais as palavras aparecem com
um único sentido, aquele que aparece nos dicionários, ou seja, a
linguagem é clara e objetiva.
Sentido figurado ou conotativo: Quando o sentido da palavra
aparece com um sentido ampliado ou alterado no contexto, sugerindo
ideias diferentes do sentido literal. Na criação de trabalhos literários,
os autores não utilizam apenas a linguagem convencional, padrão,
mas tentam recriá-la, alterando os sentidos, enfatizando aspectos
sonoros, lançando mão, enfim, da linguagem figurada. A linguagem
conotativa (subjetiva) não é exclusiva da literatura, ela é empregada
em letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia,
etc
3 – Ler cada uma das frases em voz alta.
=> Sou forte como um touro.
=> Hoje vim voando para escola.
=> Gabriel anda como uma tartaruga.
=> Vou em um pé e volto no outro.
=> Esta semana fiquei morta de cansada.
=> Minha vida é um mar de rosas.
=> Minha boca é um túmulo.
=> Daniel fala como um papagaio.
=> Vitória é bonita como uma flor.
=> O sorriso de Ana é doce como o mel.
a) Vocês compreenderam o que cada uma das frases significa?
b) Estas frases estão no sentido figurado? Justifique.
4 – Escrever o que significa cada expressão abaixo.
a) Ter o rei na barriga: _____________________
b) Saltar de banda: ________________________
c) Pôr minhocas na cabeça: _________________
d) Dar um sorriso amarelo: __________________
e) Tudo azul: ______________________________
5 - Escrever qual é a diferença entre sentido próprio e sentido
figurado.
Sentido próprio: __________________________________
Sentido figurado: _________________________________
Livros e flores
Sobre o autor
Joaquim Maria Machado de Assis, escreveu em praticamente
todos os gêneros literários, sendo poeta, cronista, dramaturgo,
contista, folhetinista, jornalista e crítico literário. Ele nasceu na cidade
do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário
mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria
Leopoldina Machado de Assis. Publicou seu primeiro poema
intitulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Foi um dos
fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro
presidente. Testemunhou a mudança política no país quando a
República substituiu o Império e foi um grande comentador, e relator
dos eventos político-sociais de sua época.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis
Qual o sentido?
a) Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam
______________________________________
______________________________________
b) A poesia
tem tudo a ver
com [...]
a veloz acrobacia dos peixes.
_____________________________________
_____________________________________
c) A poesia
tem tudo a ver / com [...]
a explosão em verde, em flores e frutos.
____________________________________
____________________________________
c) Eu tenho um colar de pérolas
Enfiado para te dar:
As pér’las são os meus beijos,
O fio é o meu penar.
__________________________________
___________________________________
3 - Observe o exemplo e crie frases com as palavras indicadas,
empregando-as nos dois sentidos. Para facilitar, faça uso do
dicionário.
- Espelho => Meu pai é meu espelho. (sentido conotativo)
Quebrei o espelho do banheiro. (sentido denotativo)
- Ouro => _________________________________
- Livro =>__________________________________
- Joia => ___________________________________
- Doce => _________________________________
- Gato => __________________________________
Agora organize estas frases de forma que resulte em um
poema. Se for necessário, acrescente outras palavras.
Definições poéticas
1 – Iniciar falando aos alunos que,
dada a possibilidade de jogar com o sentido das palavras, há
escritores que criam “definições poéticas” para algumas palavras
de modo criativo e bem humorado e são consideradas texto literário.
O Leão
(Vinícius de Moraes
Comparação
1- Reler a primeira estrofe e responda a questão:
Metáfora
1 – Releia os versos abaixo
“Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda”
a) O que o poeta quis dizer com “tua goela é uma fornalha”? E com
Tua garra, uma navalha?
b) Como se chama esse tipo de recurso usado pelo poeta?
c) O poeta usou algum termo de comparação (como, qual, feito,
etc.)nesta estrofe?
Conclusão
Observa-se que o poeta não usou nenhum termo de
comparação (como, qual, feito etc.). A transição rápida de “goela”
para “fornalha” trás várias sugestões: a visão da boca enorme do
leão; o bafo quente que exala da boca do leão, assim como o
imaginário de seu crepitar. O mesmo acontece às outras duas
metáforas: “labareda” e “navalha”, esta última com a indicação
imaginária de ferimento, corte, sangue, etc.Quando isso ocorre,
temos outra figura de linguagem, a metáfora. Portanto, a metáfora
é uma figura que consiste na substituição de um termo por outro, com
o qual apresenta semelhanças. É uma espécie de comparação
abreviada pela omissão, ou do primeiro termo e da partícula
comparativa, ou apenas da partícula comparativa. A metáfora produz
efeitos de sentido que ampliam a significação do texto e as
possibilidades de interpretação.
Personificação
1 – Propor a leitura do poema de Cassimiro de Abreu na
“Coletânea de poemas”, página 13.
Texto A
O auto-retrato
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
-pouco a pouco-
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
___________________________________________________
Texto B
Gaveta
Roseana Murray
Com delicadeza
abrir as gavetas
que guardam
as palavras de seda.
Deixá-las sempre
ao alcance
de um sopro,
prontas para o voo,
para o ouvido,
para a boca.
Palavras de seda
são como borboletas
douradas
quando pousam
no coração do outro.
Material
Coletânea de poemas
CD-ROM de poemas
Aparelho de som
Datashow
Dicionário da Língua Portuguesa
Computador
Desenvolvimento:
1 – Iniciar dizendo que há outras formas de brincar com as palavras.
Uma bem interessante é a usada, por exemplo, pelos autores dos
poemas “Pássaro livre” ( Sidônio Muralha) e “Haicai” ( Ângela Leite
de Souza.), a aliteração. A aliteração é a figura de linguagem que
consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes em
uma frase, verso ou poema, reforçando o ritmo.
2 – Propor a leitura com bastante atenção dos poemas de Sidônio
Muralha e de Ângela Leiter, na Coletânea de poemas, página 14.
Pássaro livre
Gaiola aberta.
Aberta a janela.
O pássaro desperta,
A vida é bela.
A vida é bela
A vida é boa.
Haicai
Ângela Leite de Souza. Três gotas de poesia. São Paulo: Moderna, 2002.
Observação:
É relevante reforçar que:
=> No primeiro poema:
> Ocorrem aliterações das consoantes: “b”: aberta, bela, boa e de
“v: vida, voa.
> Repetem-se os termos “pássaro”, “vida”, “bela” e os versos quatro
e cinco “a vida é bela”.
> Aparecem três rimas: aberta/desperta; janela/bela; boa/voa; a
vogal “e” está presente em duas rimas, prolongando o eco sonoro e
propondo associar o sentido das palavras em que está presente.
Estes recursos criam elos entre as partes do poema,
associando o voo e a abertura de portas e janelas, isto é, a liberdade
de voar – seja por meio de asas, seja por meio do pensamento e da
imaginação.
=> No segundo poema:
> Ocorre aliteração das consoantes “ch”
(dígrafo): cheiro, cheiroso, chuva, chuvisca. Associa-se desse modo,
o sentido de “chuva” às outras palavras em que o som aparece, com
a imagem positiva da água que molha a terra e as plantas.
A
"Sou Ana, da cama
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam”
Chico Buarque
B
"Sou um mulato nato no sentido lato
mulato democrático do litoral.”
Caetano Veloso
C
Ana e o Pernilongo
Havia um pernilongo
chamado Lino
quer tocava violino.
Mas era tão pequenino
o Lino
e tocava tão fino
o seu violino,
que nunca ouvi o Lino
nem vi o Lino.
José Paulo Paes. In: Olha o bicho. São Paulo: Ática, 1989
Produção
1 – Em dupla ou individualmente, escrever um poema em que a
aliteração seja uma das figuras de linguagem predominantes.
2 – Socializar a produção.
3 – Guardar a produção para digitar no Documento do Microsoft
Word e salvar na pasta da classe.
Ritmo irregular
Pátria Minha
Vinicius de Moraes
Texto extraído do livro "Vinicius de Moraes - Poesia Completa e Prosa", Editora Nova Aguilar -
Rio de Janeiro, 1998, pág. 383.
Trava-línguas
1 – Iniciar falando rapidamente o trava língua: “Três pratos de trigo
para três tigres tristes.”
2 – Falar que um exemplo bem conhecido de aliteração são os trava-
línguas. É uma expressão ou frase difícil de pronunciar quando
falada rapidamente, devido a aliteração ou a repetição de sons
semelhantes. Se forem ditos muito depressa, é quase impossível
pronunciá-los sem tropeçar. Alguns dos trava-línguas tradicionais
não têm outro significado senão o da dificuldade da articulação ou da
repetição da mesma letra.
3 – Propor aos alunos que digam para a classe um trava-língua
conhecido.
4 – Colocar na lousa os trava-línguas que os alunos disseram,
solicitando o registro no caderno..
5 – Projetar no Datashow a lista de trava- línguas, propondo que os
alunos decorem para apresentar para a turma no dia combinado.
Trava- línguas
Corrupaco papaco, a mulher do macaco, ela pita, ela fuma, ela toma
tabaco debaixo do sovaco.
Porco crespo, toco preto.
Um tigre, dois tigres, três tigres.
A pinga pinga, o pinto pia, quanto mais o pinto pia, mais a pinga
pinga.
Olha o sapo dentro do saco, o saco com o sapo dentro, o sapo
batendo papo e o papo soltando vento.
Não tem truque, troque o trinco, traga o troco e tire o trapo do prato.
Tire o trinco, não tem truque, troque o troco e traga o trapo do prato.
Desafio.
1 - Produzir um ou dois trava-línguas, aplicando o conhecimento
adquirido. Usar palavras que tenham encontros consonantais br, bl,
cr, cl, dr, dl, fr, fl, gr, gl, pr, pl, tr, tl, vr, vl ou palavras cujos sons sejam
parecidos (cedo, passe, próximo, chave, xarope, etc).
2 – Passar a limpo em uma folha de linguagem, ilustra-los e colocar
no mural.
3 – Na aula no laboratório de informática, digitar esses trava-línguas
no Documento do Microsoft Word e salvar na pasta da classe.
Travatrovas
1 – Propor a leitura das travatrovas na Coletânea de poemas, página
3.
O pedreiro Pedro Alfredo
O pedreiro Pedro Alfredo,
o Pedro Alfredo Pereira,
tramou tretas intrigantes,
transou truques, pregou petas,
pois Pedro Alfredo Pereira
é um tremendo tratante!
Desafio
1 - Produzir uma ou mais travatrovas, aplicando o conhecimento
adquirido.
Este outro exemplo é para encorajá-los.
O TRATO DO TATU
Verificando a aprendizagem
Ler atentamente:
O veleiro e o vento
(A) desliza
(B) navega
(C) veleja
(D) nada
(A) a
(B) v
(C) c
(D) b
O varal de cordel
1 – Iniciar perguntando:
a) Vocês sabem o que é cordel?
b) Quem conhece um folheto de cordel?
c) Vocês já ouviram ou leram cordel? Em casos afirmativos, conte o
assunto do poema.
d) Quais autores de cordel vocês conhecem?
2 - No laboratório de informática, acessar os endereços eletrônicos e
assistir aos filmes:
=> o que é literatura de
cordel: http://www.youtube.com/watch?v=c0WZsU647Fw
=> O que é cordel
(musicado): http://www.youtube.com/watch?v=dd3IskH6LNU
=> O que é o cordel (documentário TV
Globo): http://www.youtube.com/watch?v=Kx6PZOC2WtQ&feature=
related
Os alunos deverão anotar no caderno as características da poesia
de cordel citadas nos vídeos exibidos. Por exemplo:
características estruturais - métrica, versos;
narrativa em versos;
temáticas fantásticas e regionalistas;
metáforas, humor e rimas;
xilogravuras;
origem do nome cordel.
Emigração e as Consequências
Neste estilo popular
Nos meus singelos versinhos,
O leitor vai encontrar
Em vez de rosas espinhos
Na minha penosa lida
Conheço do mar da vida
As temerosas tormentas
Eu sou o poeta da roça
Tenho mão calosa e grossa
Do cabo das ferramentas
Por força da natureza
Sou poeta nordestino
Porém só conto a pobreza
Do meu mundo pequenino
Eu não sei contar as glórias
Nem também conto as vitórias
Do herói com seu brasão
Nem o mar com suas águas
Só sei contar as minhas mágoas
E as mágoas do meu irmão
De contar a desventura
Tenho sobrada razão
Pois vivo de agricultura
Sou camponês do sertão
Sou um caboclo roceiro
Eu trabalho o dia inteiro
Exposto ao frio e ao calor
Sofrendo a lida pesada
Puxando o cabo da enxada
Sem arado e sem trator
Nesta batalha danada,
Correndo pra lá e pra cá
Tenho a pele bronzeada
Do sol do meu Ceará
Mas o grande sofrimento
Que abala o meu sentimento
Que a providência me deu
É saber que há desgraçados
Por esse mundo jogados
Sofrendo mais do que eu
É saber que há muita gente
Padecendo privação
Vagando constantemente
Sem roupa, sem lar, sem pão
É saber que há inocentes
Infelizes indigentes
Que por esse mundo vão
Seguindo errados caminhos
Sem ter da mãe os carinhos
Nem do pai a proteção
Leitor a verdade assino
É sacrifício de morte
O pobre nordestino
Desprotegido da sorte
Como bardo popular
No meu modo de falar
Nesta referência séria
Muito desgostoso fico
Por ver num país tão rico
Campear tanta miséria
Quando há inverno abundante
No meu Nordeste querido
Fica o pobre em um instante
Do sofrimento esquecido
Tudo é graça, paz e riso
Reina um verde paraíso
Por vale, serra e sertão
Porém não havendo inverno
Reina um verdadeiro inferno
De dor e de confusão
Fica tudo transformado
Sofre o velho e sofre o novo
Falta pasto para o gado
E alimento para o povo
É um drama de tristeza
Parece que a natureza
Trata a tudo com rigor
Com esta situação
O desumano patrão
Despede o seu morador
Vendo o flagelo horroroso
Vendo o grande desacato
Infiel e impiedoso
Aquele patrão ingrato
Como quem declara guerra
Expulsa da sua terra
Seu morador camponês
O coitado flagelado
Seu inditoso agregado
Que tanto favor lhe fez
Sem a virtude da chuva
O povo fica a vagar
Como a formiga saúva
Sem folha para cortar
E com dor que o consome
Obrigado pela fome
E a situação mesquinha
Vai um grupo flagelado
Para atacar o mercado
Da cidade mais vizinha
Com grande necessidade
Sem rancor e sem malícia
Entra a turma na cidade
E sem temer a polícia
Vai falar com o prefeito
E se este não der um jeito
Agora o jeito que tem,
É os coitados famintos
Invadirem os recintos
Da feira e do armazém
A fome é o maior martírio
Que pode haver neste mundo,
Ela provoca delírio
E sofrimento profundo
Tira o prazer e a razão
Quem quiser ver a feição
Da cara da mãe da peste
Na pobreza permaneça,
Seja agregado e padeça
Uma seca no Nordeste
Por causa desta inclemência
Viajam pelas estradas
Na mais cruel indigência
Famílias abandonadas
Deixando o céu lindo e azul
Algumas vão para o Sul
E outras para o Maranhão
Cada qual com sua cruz
Se valendo de Jesus
E do padre Cícero Romão
Nestes medonhos consternos
Sem meios para a viagem
Muitas vezes os governos
Para o Sul dão a passagem
E a faminta legião
Deixando o caro torrão,
Entre suspiros e ais,
O martírio inda mais cresce
Porque quem fica padece
E quem parte sofre mais
O carro corre apressado
E lá no Sul faz “despejo”
Deixando desabrigado
O flagelado cortejo,
Que procurando socorro
Uns vão viver pelo morro
Um padecer sem desconto
Outros pobres infelizes
Se abrigam pelas marquises
Outros debaixo da ponte
Rompendo mil empecilhos
Nisto tudo que é pior
É que o pai tem oito filhos
E cada qual o menor
Aquele homem sem sossego
Mesmo arranjando um emprego
Nada pode resolver
Sempre na penúria está
Pois o seu ganho não dá
Para a família viver
Assim mesmo, neste estado
O bom nordestino quer
Estar sempre rodeado
Por seus filhos e a mulher
Quando mais aumenta a dor
Também cresce o seu amor
Por sua prole adorada
Da qual é grande cativo
Pois é ela o lenitivo
De sua vida cansada
A pobre esposa chorosa
Naquele estranho ambiente
Recorda muito saudosa
Sua terra e sua gente
Relembra o tempo de outrora,
Lamenta, suspira e chora
Com a alma dolorida
Além da necessidade
Padece a roxa saudade
De sua terra querida
Para um pequeno barraco
Já saíram da marquise
Mas cada qual o mais fraco
Padecendo a mesma crise,
Porque o pequeno salário
Da sua manutenção
E além disso falta roupa
E sobre sacos de estopa
Todos dormindo no chão
Naquele ambiente estranho
Continua a indigência
Rigor de todo o tamanho
Sem ninguém dar assistência
Aquela família triste
Ninguém vê, ninguém assiste
Com alimento e com veste,
Que além da situação
Padece a recordação
Das coisas do seu Nordeste
Meu leitor, não tenha enfado
Vamos ver mais adiante
Quando é triste o resultado
Do nordestino emigrante
Quero provar-lhe a carência
O desgosto e a inclemência
Que sofre o pobre infeliz
Que deixa a terra onde mora
E vai procurar melhora
Lá pelo Sul do país
O pobre no seu emprego
Seguindo penosos trilhos
Seu prazer é o aconchego
De suas esposas e seus filhos
Naquele triste penar
Vai outro emprego arranjar
Na fábrica ou no armazém
A procura da melhora
Até que a sua senhora
Tem um emprego também
Se por um lado melhora
Aumentando mais o pão
Por outro lado piora
A triste situação
Pois os garotos ficando
E a vida continuando
Sem os cuidados do pais
Sozinhos naquele abrigo
Se expõem ao grande perigo
Da vida dos marginais
Eles ficam sozinhos
Logo fazem amizade
Em outros grandes bairros vizinhos
Com garotos da cidade
Infelizes criaturas
Que procuram aventuras
No mais triste padecer
Crianças abandonadas
Que vagam desesperadas
Atrás de sobreviver
Esses pobres delinqüentes
Os infelizes meninos,
Atraem os inocentes
Flagelados nordestinos
E estes com as relações
Vão recebendo instruções
Com aqueles aprendendo
E assim, mal acompanhados
Em breve aqueles coitados
Vão algum furto fazendo
São crianças desvalidas
Que os pais não lhe dão sustento,
As mães desaparecidas
Talvez no mesmo tormento
Não há quem conheça o dono
Desses filhos do abandono
Que sem temerem perigos
Vão esmolando, furtando
E às vezes até tomando
O dinheiro dos mendigos
Os pais voltam dos trabalhos
Cansados mas destemidos
E encontram os seus pirralhos
No barraco recolhidos,
O pai dizendo gracejo
Dá em cada qual um beijo
Com amorosos acenos;
Cedo do barraco sai
Não sabe como é que vai
A vida de seus pequenos
No dia seguinte os filhos
Fazem a mesma viagem
Nos seus costumeiros trilhos
Na mesma camaradagem
Com os mesmos companheiros
Aqueles aventureiros
Que na maior anarquia
Sem terem o que comer
Vão rapinagem fazer
Para o pão de cada dia
Sem já ter feito o seu teste
Em um inditoso dia
Um garoto do Nordeste
Entra em uma padaria
E já com água na boca
E necessidade louca
Se encostando no balcão,
Faz mesmo sem ter coragem
A primeira traquinagem
Dali carregando um pão
Volta bastante apressado
O pobre inexperiente
Olhando desconfiado
Para traz e para frente
Mas naquele mesmo instante
Vai apanhado em flagrante
Na porta da padaria
Indo o pequeno indigente
Logo rigorosamente
Levado à delegacia
É aquela a vez primeira
Que o garoto preso vai
Faz a maior berradeira
Grita por mãe e por pai
Mas outros garotos presos
Que já não ficam surpresos
Com história de prisão
Consolam o pequenino
Dando instrução ao menino
Da marginalização
Depois que aquela criança
Da prisão tem liberdade;
Na mesma vida se lança
Pelas ruas da cidade
E assim vai continuando
Aliada ao mesmo bando
Forçados pela indigência
Pra criança abandonada
Prisão não resolve nada
O remédio é assistência
Quem examina descobre
Que é sorte muito infeliz
A do nordestino pobre
Lá pelo Sul do país
A sua filha querida
Às vezes vai iludida
Pelo monstro sedutor
E devido a ingenuidade
Finda fazendo a vontade
Do monstro devorador
Foge do rancho dos pais
E vai vagar pelo mundo
Padecendo muito mais
Nas garras do vagabundo
O pobre pai, revoltado
Fica desmoralizado
Com a alma dolorida
Para o homem nordestino
O brio é um dom divino
A honra é a própria vida
Aquele pai fica cheio
De revolta e de rancor
Mas não pode achar um meio
De encontrar o malfeitor
Porém se casualmente
Encontrar o insolente
Lhe dará fatal destino
Pois foi sempre esse papel
E a justiça mais fiel
Do caboclo nordestino
Leitor, veja o grande azar
Do nordestino emigrante
Que anda atrás de melhorar
Da sua terra distante
Nos centros desconhecidos
Depressa vê corrompidos
Os seus filhos inocentes
Na populosa cidade
De tanta imoralidade
E costumes diferentes
A sua filha querida
Vai pra uma iludição
Padecer prostituída
Na vala da perdição
E além da grande desgraça
Das privações que ela passa
Que lhe atrasa e lhe inflama
Saber que é preso em flagrante
Por coisa insignificante
Seu filho a quem tanto ama
Para que maior prisão
Do que um pobre sofrer
Privação e humilhação
Sem ter com que se manter?
Para que prisão maior
Do que derramar suor
Em um estado precário
Na mais penosa atitude
Minando a própria saúde
Por um pequeno salário?
Será que o açoite, as algemas
E um quarto da detenção
Vão resolver o problema
Da triste situação?
Não há prisão mais incrível
Mais feia, triste e horrível
Mais dura e humilhante
Do que a de um desgraçado
Pelo mundo desprezado
E do seu berço distante?
O garoto tem barriga,
Também precisa comer
E a cruel fome lhe obriga
A rapinagem fazer
Se ninguém a ela ajuda
O itinerário não muda
Os miseráveis infantes
Que vivem abandonados
Terão tristes resultados
Serão homens assaltantes
Meu divino redentor
Que pregou na Palestina
Harmonia, paz e amor
Na vossa santa doutrina
Pela vossa mãe querida
Que é sempre compadecida
Carinhosa, terna e boa
Olhai para os pequeninos
Para os pobres nordestinos
Que vivem no mundo à toa
Meu bom Jesus Nazareno
Pela vossa majestade
Fazei que cada pequeno
Que vaga pela cidade
Tenha boa proteção,
Tenha em vez de uma prisão,
Aquele medonho inferno
Que revolta e desconsola,
Bom consolo e boa escola
Um lápis e um caderno.
Patativa do Assaré. Uma voz do Nordeste. São Paulo: Hedra, 2000. Poema
3 – Colocar o CD para que os alunos possam ouvir a gravação desse
poema e o ritmo cadenciado.
Trabalhando a compreensão
1 - Identifique no poema as palavras cujo significado você
desconhece. Essas palavras são específicas de que região do
Brasil?
Do que fala Patativa do Assaré?
Observação:
Após a discussão sistematizar:
Patativa do Assoré em seus versos fala da seca no Nordeste e
do sofrimento do povo, das injustiças sociais, da migração para o sul.
Fala da luta do povo nordestino, do trabalho e do risco da entrada
dos jovens na marginalidade.
3 - Como o poeta se apresenta?
4 - Que tipo de vocabulário o poeta usou?
5 - Quais os recursos de ritmo observados?
6 - Há presença de comparações e metáforas? Justifique.
7 - As rimas estão em todos os versos? Qual o esquema de rima?
8 - Destaque as rimas e escreva as respectivas classes gramaticais.
9 - Quantos versos tem cada estrofe?
10 – Este poema de cordel apresenta:
( ) quintilha ( estrofe com cinco versos).
( ) sextilha (estrofe com seis versos).
( ) setilha (estrofe com sete versos).
( ) quadrão (estrofe com oito versos).
( ) décima ou martelo (estrofe com dez versos).
11 - Neste poema Patativa descreve sua própria pessoa. Que verso
apresenta essa descrição?
12 - Na última estrofe observa-se um desejo do autor. Qual é?
13 - Leia a primeira estrofe do poema. O ritmo é obtido por meio da
regularidade das rimas e da métrica. Quantas sílabas há em cada
verso dessa estrofe?
14 – Propor o registro no caderno das informações que se seguem.
=> Métrica - Trata-se da contagem das sílabas de um verso. Segundo
as regras de contagem de sílabas métricas – metro –, estas contam-
se pelo que efetivamente se ouve até à última sílaba acentuada. Pôr
em evidência e contar as sílabas métricas é escandir um verso.
Exemplo:
O lei TOR vai em com TRAR
1 2 3 4 5 6 7
Em vez de RO sas es PI- (nhos)
1 2 3 4 5 6 7
=> O verso de sete sílabas, heptassílabo ou redondilha maior, é o
mais simples do ponto de vista das leis métricas. Basta que a última
sílaba seja acentuada, os demais acentos podem cair em qualquer
outra sílaba. Talvez por isso ele seja o verso predominante nas
quadrinhas e canções populares.
=> Os versos que não possuem uma regularidade métrica (fixa) são
denominados versos livres. No verso livre a sonoridade rítmica
obedece a um padrão próprio, não sendo governado por regras
externas derivadas da alternação uniforme de sílabas tônicas ou de
metrificação e rima, a essa modalidade dá-se o nome de Arritmia.
=> De acordo com o número de versos que apresentam, as estrofes
recebem as seguintes denominações: dístico (2 versos); terceto (3);
quadra ou quarteto (4); quintinha (5); sexteto ou sextilha (6); sétima
ou septilha (7); oitava (8); nona (9); décima (10).
=> As rimas podem ser classificadas, também, por sua posição no
verso:
- Cruzada ou alternada: O primeiro verso rima com o terceiro, e o
segundo com o quarto (abab).
- Interpolada ou intercalada: O primeiro verso rima com o quarto, e
o segundo com o terceiro (abba).
- Emparelhada: O primeiro verso rima com o segundo, e o terceiro
com o quarto (aabb).
- Encadeada ou internas: Quando rimam palavras que estão no fim
do verso e no interior do verso seguinte:
- Misturadas: Não tem ordem determinada entre as rimas.
=> Ritmo - Considerado por muitos como sendo a mística da
palavra, o ritmo é uma alternação uniforme de sílabas tônicas e não
tônicas em cada verso de uma composição poética. O ritmo de um
poema ainda tem muito a ver com a metrificação e a correspondência
sonora provocada pela rima. Todo esse conjunto de elementos
determina o ritmo da obra.
=> Quanto à estrutura, o cordel pode ser dividido em quintilha (cinco
versos), sextilha (seis versos), setilha (sete versos), quadrão (oito
versos) e décima ou martelo (dez versos).
=> Uma forte característica dos folhetos de cordel é sem dúvida suas
xilogravuras. Xilo vem do grego e significa madeira. Xilogravura, é a
arte de gravar em madeira. Primeiro o artista esculpe na madeira o
que deseja desenhar, depois ele imprime no papel o desenho feito.
http://www.lusofoniapoetica.com/index.php/artigos/teoria-poetica/rima.html)
http://www.infoescola.com/linguistica/aliteracao/)
http://www.camelo.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=43631
http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/elementos.htm
http://www.edukbr.com.br/estudioweb/ativ_antigas/cordel/xilo.htm
(...)
Tem mineiro e tem baiano
Tem quem veio de Natal
Tem quem é do interior
Tem quem é do litoral
Todos foram e são bem vindos
Nesta linda capital.
(...)
Texto inteiro: http://www.teatrodecordel.com.br/cordel_historia_sao_paulo.htm
O buraco do tatu
Cidadezinha
3 – Diferenças observadas.
Confidência do itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas...
Alma cabocla
O poema coletivo
Objetivo
Escrever um poema individualmente sobre o tema “O lugar onde
vivo”
Material
Coletânea de poemas
Datashow
Dicionário de Língua Portuguesa
Desenvolvimento:
1 – Iniciar falando que nesta oficina cada um vai escrever o seu
poema sobre o lugar onde vive de forma a despertar o interesse dos
leitores e a vontade de conhecer o local retratado. Cada autor
(aluno) deve exprimir no texto sua visão pessoal e original desse
lugar. Um dos textos produzidos será escolhido para concorrer a uma
premiação na Olimpíada; e também a produção de cada um fará
parte do livro da turma.
2 – Projetar no Datashow o poema de Carla Marinho Xavier,
vencedora da categoria “Poesia” da terceira edição do Prêmio
Escrevendo o Futuro, em 2006, para leitura e analise dos recursos
utilizados pela autora.
Análise dos recursos que Carla usou para fugir do lugar comum
e mostrar um olhar único sobre sua terra
=> Título: O mundo dentro da represa do Frade - é sugestivo
- instiga o leitor e, ao mesmo tempo, antecipa o conteúdo do poema.
=> 1ª estrofe: revela de forma muito original os elementos da
represa.
=> Na 2ª, 3ª e 4ª estrofe: Observa-se personificação de peixes e
elementos da natureza: os peixes “brincam”; a água de cima teme a
de baixo; a água também faz cócegas; o vento assusta as pessoas e
as árvores tem medo.
=> Na 5ª estrofe: O texto encanta o leitor, ao ultrapassar o lugar
comum, brincando com o sentido das palavras.
=> Na 6ª estrofe: Observa-se aliterações. Por exemplo: o som “s”.
=> Na 7ª estrofe: A autora conclui o poema reafirmando seu olhar
único e pessoal sobre o lugar onde vive, com uma metáfora, nos dois
versos finais: “Um mundo dentro do outro / Preso nas maravilhas da
represa.”
=> rimas: Há rimas ocasionais.
=> A sonoridade: é conseguida com repetição de palavras, sílabas
ou letras ao longo dos versos. Por exemplo: represa / presa; presa
/ pedra; pesada / peixes; água/ água; água / água; cascudo
/ cará; carapeba / cai / caidor / cócegas / escapar / correnteza;
esconde / esconde; desce / descansa; faz / fugindo / força;vento
/ vem / violento; mundo / mundo; minha / mundo / muralha; represa
(inicio) / represa (final).
A produção
1 – Pensar no tema “ O lugar onde vivo” e escolher qual aspecto da
cidade vai tratar.
2 – Tomar algumas decisões levando em conta as características do
poema:
Desenvolvimento:
1 – Iniciar falando que, para chegar à forma final dos poemas,
mesmo os poetas consagrados costumam reescrevê-los várias
vezes, em busca da palavra exata, da forma mais expressiva, do
verso mais sonoro e sugestivo. É o que todos vão fazer: reescrever
o seu poema, fazendo as devidas correções, de forma a produzir um
texto original e criativo que possa seduzir o leitor.
2 - Copiar na lousa exemplos de estrofes que devem ser melhoradas,
solicitando o registro no caderno.
Concluir que:
Neste poema, o autor não consegue mostrar ao leitor o lugar
onde vive. Seria preciso transformar os versos, mostrando como é
esse lugar. Informações mais detalhadas poderiam revelar o olhar e
as impressões do autor sobre o lugar de que fala.
A repetição pode ser recurso que dá ritmo ao poema. Mas,
nesse caso, parece que a palavra “legal” foi repetida porque o autor
não procurou alternativa. Ele deveria ter buscado outras palavras. Do
modo como está, a descrição fica incompleta, o leitor não consegue
imaginar como é a cidade nem fica com vontade de conhecê-la.
Passando a limpo
1 – Propor que cada aluno analise a sua produção com base
nos itens abaixo.
● O título do poema é criativo?
● O texto tratou do tema “O lugar onde vivo” mostrando
características e peculiaridades do local?
É preciso fazer um recorte, uma delimitação do assunto, destacando
um local ou um aspecto específico da cidade?
● O poema tem um ritmo harmonioso?
O poema apresenta alguns dos recursos estudados nas oficinas, ou
seja, possui organização em versos e estrofes; ocupação da página
pelo texto, com margens à direita e à esquerda; presença de efeitos
sonoros: ritmo marcado e rimas; repetição de letras, de palavras ou
de expressões; repetição da mesma construção (paralelismo
sintático); emprego de figuras: comparação, metáfora e
personificação?
Observação:
O dicionário também é um recurso que pode ser usado para
encontrar sugestões de palavras.
2 - Depois da reescrita aperfeiçoando o poema, passar a limpo o
texto, com letra legível, em uma filha de papel almaço e entregar à
professora.
3 - Na aula no laboratório de informática, digitar estes poemas no
Documento do Microsoft Word e salvar na pasta da classe, pois
será montado um livro com eles.
Desenvolvimento:
1 – Efetuar os retoques finais, junto com os alunos, da organização
e decoração do ambiente (a quadra da escola) para o sarau.
2 – Realizar o SARAU MANHÃ POÉTICA (nome escolhido pelos
alunos através de votação). Ocorreráapresentação de poemas
escritos pelos alunos e outros que serão declamados de autores
conhecidos, consagrados.
Essa é a hora de celebrar a conquista de todos. A vinda
das famílias para a escola prestigiar os alunos em suas produções
e apresentações os faz sentirem valorizados pelo trabalho feito, pela
parte dos desafios vencidos...