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Eduardo Ribeiro

RELATÓRIO: Arquitetura Moderna

Montes Claros
Maio /2018
RELATÓRIO SOBRE ARQUITETURA MODERNA

1. Como a arquitetura moderna, por meio da linha funcionalista e organicista,


desenvolveu soluções projetuais para a arquitetura e o urbanismo
contribuindo deste modo para a saúde urbana na primeira metade do século
XX? As referidas soluções se estendem aos dias atuais?!

A arquitetura moderna significou um grande marco na História da Arquitetura. A proposta


de aprimoramento de técnicas e materiais permitiu a inovação do modo como se projetava
e construía-se. Também, o avanço tecnológico propiciou a criação de novos meios e
modos de edificar, não somente no campo projetual, enquanto “modus operandi”, mas
no próprio campo teórico, onde novas propostas começam a ser incorporadas à arquitetura
e urbanismo por meio de uma forte e insistente experimentação.
Dentre esses teóricos e experimentadores estão aqueles que são considerados como os
grandes nomes da arquitetura moderna: Le Corbusier, Walter Gropius, Frank Lloyd e
Mies Van de Rohe. É sobretudo no campo ideológico-arquitetônico, materializados em
edificações, que esses arquitetos logram a consagração de seus nomes. A casa, o espaço,
o meio deixa de ser visto sob mera perspectiva construtiva para incorporar e acompanhar
a nova era do progresso, apresentada pela indústria e tecnologia. Arte e técnica se aliam
para o descortinar da arquitetura que então emergia. A habitação agora não é somente
um espaço passivo, mas deve tornar-se uma máquina, funcional e operante, produto da
razão, que deve aliar forma à função, sem que isso signifique o despojamento total do
adorno, porém, ele deve ser complemento e não essência, como obstante se notava, por
exemplo, na arquitetura classicista.
Irrompendo com os preceitos da arquitetura classicista os arquitetos modernos
apresentam uma arquitetura que traduzia a necessidade do presente e não mais o
saudosismo das formas clássica. Desta forma de pensar surgem duas correntes: uma
funcionalista e outra organicista. De modo especial, Le Corbusier, cuja premissa
construtiva era fundada na razão e função e que denomina de Revolução Arquitetônica o
final do século XIX, expõe uma série de inovações para repensar e projetar uma
edificação. Dentre elas estão os cinco pontos da nova arquitetura que se propagaram
mundialmente através do Congresso Internacional de Arquitetura Moderna: planta livre,
fachada livre, janelas em fita, uso de pilotis e o terraço-jardim. Ademais, substitui a massa
e a solidez pelo volume e o espaço, e seu ornamento se dará pela exposição dos materiais
usados na edificação, comumente o concreto armado, o aço e o vidro.
As plantas livres será uma das maiores conquistas desta arquitetura que se descortinava.
O aço e concreto possibilitam isso. O sistema “Dom-ino” é a materialização corbusiana
para essa conquista. Isso, em realidade evidencia o caráter funcionalista que se busca dar
às edificações que, inclusive, os arquitetos modernos valorizam sobretudo através das
funções sociais das construções.
Todas essas inovações permeiam profundamente a arquitetura nos dias atuais. Aliás, é
raro não ver um edifício que não tenha em si aqueles elementos que os modernistas
primavam, quer seja como conceito ou mesmo como padrão para dar ao edifício o “caráter
de moderno”, embora estejamos em plena contemporaneidade. Mesmo no aspecto
sustentável e bioclimático, que a arquitetura tanto busca nos dias hodiernos, Le Corbusier
já anunciara através de seu terraçojardim, por exemplo. Ademais a própria preocupação
de correspondência ergométrica do espaço ao usuário, a funcionalidade do espaço, usado
nos nossos briefings, é uma influência da arquitetura preconizada pelos arquitetos
modernos que, inclusive, o próprio Le Corbusier fez questão de demostrar por meio de
seu modulor. No campo do urbanismo o arquiteto moderno contribui com a Carta de
Atenas, que propõe uma nova forma de pensar o espaço urbano, a partir da arquitetura,
para poder corresponder à demanda que a nova era industrial criara, com uma
racionalização dos espaços de forma, através do planejamento regional e infra-urbano, da
implantação do zoneamento, da submissão da propriedade privada do solo urbano aos
interesses coletivos, da verticalização dos edifícios situados em amplas áreas verdes, da
industrialização dos componentes e a padronização das construções.

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