Você está na página 1de 6

HISTÓRIA MODERNA

TRABALHO FINAL

Professor: Carlos Versiani dos Anjos

Aluna: Giovana Souza Guimarães do Nascimento

Belo Horizonte
2017
Ensaio sobre Leonardo da Vinci

Nascido em Vinci, Itália, no dia 15 de abril de 1452, filho bastardo de um tabelião


e uma camponesa, Leonardo di Ser Piero da Vinci foi um grande nome e
personalidade importante durante o período da renascença italiana.
Reconhecido por muitos como um gênio por conta de seu saber que abrangia
mais de uma área do conhecimento, Leonardo buscava aprender sempre
através da experimentação, acreditando que esse seria o único meio de
conquistar conhecimento. Ainda que sua fama, tanto em seu momento histórico
como contemporaneamente, se dê de maneira principal graças a suas pinturas
como forma de representação da arte, é conhecido o fato de que Leonardo da
Vinci fez incríveis obras, entre tantas outras, na área da engenharia militar,
conhecimentos anatômicos e esculturais que o caracterizam como merecedor
do termo gênio.

Sendo criado por seu pai e sua madrasta, Leonardo logo cedo demonstrou
habilidades artísticas – segundo a lenda existente, foi através de uma
encomenda que seu pai havia recebido para criar um escudo que então pediu a
da Vinci para fazê-lo e quando o mesmo ficou pronto, Piero, seu pai, percebeu o
talento que o jovem possuía, e que lucraria muito mais fazendo ele mesmo um
escudo menos sofisticado para entregar como encomenda e vendendo o do filho
por um preço muito mais alto a algum outro comprador.

Aos 14 anos, da Vinci se tornou membro da oficina de Andrea del Verrochio, um


grande artista da cidade de Florença, que foi seu mestre tendo ensinado a ele
conhecimentos que iam além do ramo artístico uma vez que se tornaram
próximos na juventude de Leonardo. Os dois trabalharam juntos em quatro
obras: O Batismo de Cristo, A Anunciação, O Retrato de Ginevra de’ Brinci e A
Virgem do Cravo; e com o passar do tempo o aprendiz seguia a impressionar
seu mestre. Com 20 anos se tornou membro da Academia de São Lucca,
companhia da qual Verocchio também era membro, conquistando assim um
reconhecimento impressivo perante a sociedade artística e não artística de
Florença, o que acabou por atrair os olhares dos grandes patrocinadores de arte
do período.
Ainda em Florença, da Vinci teve contato com Lorenzo de Medici, o grande, não
apenas o governante da cidade, mas também um importante mecena que
mostrou interesse pelo trabalho do artista e o patrocinou por um considerável
período de tempo. Foi encomendada a da Vinci, assim como a Michelangelo, a
pintura de uma parede por cada artista do Palazzo Vecchio, localizado na Piazza
Della Signoria, um importante prédio do governo dos Medicis em Florença, e
esse episódio, além de demonstrar a grandeza de ambos artistas, também é
conhecido por um dos conflitos entre esses contemporâneos.

Tendo conhecimento do interesse por assuntos bélicos de Ludovico Sforza,


naquele momento o duque de Milão, Leonardo o envia uma carta oferecendo
seus trabalhos como engenheiro bélico, quando em tempos de guerra, e como
arquiteto e artista quando em tempos pacíficos para que pudesse ajudar
Ludovico com sua missão de embelezar a cidade; o duque após ler o “currículo”
descrito por Leonardo em sua carta o contrata. Foi a serviço de Sforza que da
Vinci pintou um de seus quadros mais famosos A Santa Ceia e foi durante o
período que trabalhava com ele que veio a conhece o Francisco I o rei da França
com quem criou amizade e com quem passou os últimos anos de sua vida.

Alguns dos conhecimentos artísticos de Leonardo da Vinci foram reunidos num


formato de códex em 1651 que foi então denominada Tratado Sobre a Pintura,
consistindo, basicamente, na união de manuscritos seus onde discorre sobre
preceitos de pintura e desenho, noções como as de: perspectiva, cor,
composição, luz e sombra; suas noções de anatomia – muito utilizadas em suas
pinturas e esculturas- e seus conceitos filosóficos e estéticos. Leonardo ainda
tinha criado a técnica, que ainda hoje é utilizada por desenhistas, chamada de
Esfumatto que se trata de um meio de trazer principalmente luz, sombra e
profundidade ao desenho; e seus conhecimentos sobre pintura a óleo teria
aprendido em um ateliê em Florença de rivais de seu mestre Verocchio.

Edward Warrior, em seu livro – repleto de teorias de conspiração- Mar Profundo,


discorre sobre alguns gênios da história da humanidade tais como Isaac Newton,
Albert Einstein e Leonardo da Vinci e, ainda que de modo um tanto quanto
controverso, exalta o personagem renascentista e diz que o mesmo é merecedor
de ser nomeado como gênio pois seu saber não dizia respeito a apenas uma
área; segundo o autor, Isaac Newton sem dúvida tem contribuições imensas para
a humanidade, mas não seria um gênio tão grande como Leonardo, uma vez
que sua contribuição ficou restrita ao campo da física.

Ainda que seja uma ideia presente no senso comum, de que um indivíduo que
conquiste méritos e realize grandes feitos seja visto como “a frente de seu
tempo”, não pode ser considerada verdadeira e a personalidade em questão
nesse ensaio serve de exemplo para isso. Leonardo foi um homem italiano que
viveu durante a segunda metade do século XV e nos primeiros anos do XVI.

Ele era um homem renascentista. Que estava no berço e maior local expressivo
do renascimento italiano. Sem dúvidas, seus feitos são grandiosos, suas
conquistas importantíssimas e seu legado ainda existe no momento atual,
porém, esses mesmos feitos e conquistas só foram possíveis por ser fruto de
seu tempo. Só trabalhou para Lorenzo de Medici por ter morado e conquistado
fama na cidade de Florença. O quadro A Santa Ceia só foi pintado por
encomenda do Ludovico Sforza, duque da cidade de Milão. A história de da Vinci
gira em torno de cidades italianas, tendo nascido em Vinci, estudado em
Florença e vivido seus maiores atos em Milão, ainda que Vinci tenha sido uma
pequena aldeia e que o artista tenha morrido na França, a maior parte do que
produziu foi feita em cidades italianas onde o espirito da renascença foi mais
expressivo. Leonardo da Vinci é fruto e um homem de seu tempo.

Como já demonstrado previamente, as habilidades de da Vinci iam além do


campo artístico. Alguns de seus trabalhos mais fascinantes são os que ele
realizou, ou pelo menos idealizou, como engenheiro bélico tal como o que viria
a dar origem ao tanque de guerra ou o seu projeto da besta- artefato que atira
flechas. Outro de seu trabalho extremamente interessante e útil a ele e a outros
indivíduos como forma de estudo é o seu tratado sobre a anatomia humana,
onde reúne vários manuscritos entre eles o talvez mais conhecido desenho de
um feto no útero, esse mesmo tratado, se tivesse sido organizado na época em
que foi feito, tal qual o tratado sobre a pintura, teria sido divulgado antes dos
estudos sobre anatomia de Andreas Vesalius que é considerado o pai da
anatomia moderna, entretanto, os manuscritos de da Vinci ficaram perdidos por
quase 200 anos.
Leonardo di Ser Piero da Vinci morre em Aboise na França no dia 2 de maio de
1519, deixando como principal herdeiro Francesco Melzi, seu aprendiz e amigo
próximo. Entretanto, como é sabido por grande parte da sociedade, seu legado
de gênio do renascimento perdura até os dias de hoje. O grande pintor, escultor,
engenheiro, inventor, astrônomo, arquiteto e algumas outras coisas mais, sem
dúvida alguma é uma figura intrigante e que recebe muita admiração, tanto que
existem pesquisas tanto sobre o indivíduo em si como seus feitos em inúmeros
meios acadêmicos ao redor do globo que vão além apenas da esfera artística.
Seus feitos são exaltados e observados por muitos, algumas obras inclusive
diariamente, como é o caso da pintura Monalisa exposta no museu do Louvre
em Paris e, tendo em vista o fato de que Leonardo se tornou um expoente de
seu período e, por consequência, uma figura histórica, pode-se afirmar que
tantos estudos e tanta admiração é, de fato, muito mais que justificável.

Referências Bibliográficas

Biografia Disponível em: <https://seuhistory.com/biografias/leonardo-da-vinci >


Acesso em: 03 de setembro de 2017.
BARROS, José D’Assunção. Arte é Coisa Mental in: Revista Poiésis, n. 11, p.71-
82, nov. 2008.
_____ Leonardo Da Vinci, o Primeiro Cientista. Disponível em:
<http://www.tribunapr.com.br/mais-pop/leonardo-da-vinci-o-primeiro-cientista/ >
Acesso em: 03 de setembro de 2017.
BARONE, Juliana. O Tratado de Pintura: De Leonardo da Vinci e suas principais
edições em acervos brasileiros. In: Revista de História da Arte e Arqueologia
UNICAMP. Número 2, art. 26. UNICAMP: Campinas. 1995/1996.
SILVA, Alexandre. Leonardo Da Vinci, o Desbravador do Corpo Humano.
Dispónivel em:
<http://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/jornal/paginas/ju_568_pagin
a_04_0.pdf > Acesso em: 03 de setembro de 2017.
DUNKERTON, Jill. Leonardo da Vinci: Pupil, Painter and Master in: National
Gallery Technical Bulletin/ Volume 32. 2011.
GARIN, Eugenio. Universalidade de Leonardo da Vinci. In: Ciência e vida civil no
renascimento italiano. Tradução: PRADA, Cecília. Editora UNESP: São Paulo.
p. 109-129. 1996.
BURCKHARDT, Jacob, WARBURG, Aby. Da Arte à Civilização Italiana do
Renascimento in: revista de história, Juiz de Fora, v. 12, n. 1, p. 127-143, 2006.
VOMERO, Maria Fernanda. Leonardo Da Vinci e Michelangelo, eles não se
bicavam. Super Interessante. São Paulo. 2000. Disponível em: <
https://super.abril.com.br/cultura/leonardo-da-vinci-e-michelangelo-eles-nao-se-
bicavam/ > Acesso em: 11 de setembro de 2017.
__. _The Medici Family - The leaders of Florence. The Italian Tribune. New
Jersey. 2014. Disponível em: < http://www.italiantribune.com/the-medici-family-
the-leaders-of-florence/ > Acesso em: 13 de setembro de 2017
PAULA, Joy de. Da Vinci e Michelangelo: Será mesmo que suas obras opostas
se complementam?. ArteRef. São Paulo. 2017. Disponível em: <
http://arteref.com/arte/da-vinci-e-michelangelo-sera-mesmo-que-suas-obras-
opostas-se-complementam/ > Acesso em: 10 de setembro de 2017
WARRIOR, Edward. Mar Profundo. Escrytosied. Autor. 2017

Você também pode gostar