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Direito Internacional Privado 1

Conceito, fundamento e finalidade do DIP

Vera Lúcia Viegas

Sumário
1. O DIP e a nova ordem mundial. 2. DIP:
justiça da sociedade internacional a manuten-
ção da paz. 3. Considerações finais.

1. O DIP e a nova ordem mundial


Diante da atual conjuntura interna-
cional, num cenário em que é marcante a
pressão integracionista, mais do que
nunca se requer o estudo do Direito Inter-
nacional Privado (DIP)2.
Em meio às várias organizações inter-
nacionais integracionistas, deparamos-
nos com o Mercado Comum do Sul 3 ,
estreitando ainda mais as relações entre
os Estados-membros e, conseqüentemente,
também entre os indivíduos destes, tor-
nando corriqueira a existência de “ele-
mento estrangeiro” 4 nessas relações.
Já que aludimos à ordem internacional
atual, estreitando ainda mais as relações
entre os Estados, convém tecermos, nesse
cenário, algumas considerações sobre o
fundamento e a finalidade do DIP. Senão,
vejamos.
O Mercosul (Mercado Comum do Sul)
– composto por Argentina, Brasil, Paraguai
Vera Lúcia Viegas é bacharel em Direito pela e Uruguai – resulta da aprovação do
Faculdade de Direito da Universidade de São Tratado de Assunção de 26-03-91.
Paulo, pós-graduanda na mesma instituição,
especialista em “Direito de Integração” pela Esse Tratado, que tem por objetivo a
Universidade de Roma “Tor Vergata” e profes- constituição futura de um mercado comum
sora de Direito Romano no Centro Universitário entre os Estados-membros, recebeu a
FIEO. aprovação legislativa nos quatro Estados-
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partes em 1991: na Argentina, pela Lei aplicarem o seu Direito interno a situações
23.981/91; Brasil, Decreto-legislativo 197/ que lhe sejam absolutamente estranhas12 .
91; Paraguai, Lei 9/91, e Uruguai, Lei Interessante, sobre essa discussão, é o
16.196/91. Paraguai e Uruguai deposi- apregoado por Haroldo Valladão:
taram os respectivos instrumentos de “conclusivamente, não tem signifi-
ratificação em 6-8-91; Argentina e Brasil, cado indagar se o DIP é interna-
em 30-10-915 . cional ou interno, como não o teria
No Brasil, foi aprovado pelo Congresso pergunta idêntica sobre, por exem-
brasileiro em 25-9-91 e promulgado pelo plo, o direito marítimo, ou o direito
Presidente da República pelo Decreto nº 350, industrial, ou o direito aeronáutico;
publicado no Diário Oficial de 22-11-91. todos eles podem ter e têm normas
O Tratado entrou em vigor em 29-11-91, internacionais e internas, e, em caso
com o depósito das ratificações necessárias, de conflito, as primeiras prevale-
conforme estabelecido pelo Artigo 196 . cendo sobre as segundas”,
Em seu artigo 2º, o Tratado de Assunção e mais adiante, continua:
estabelece que o Mercado Comum estará “todas as matérias do direito podem
fundado na reciprocidade de direitos e ter regras de natureza internacional
obrigações entre os Estados-partes. ou interna, de caráter público ou
Esses direitos e obrigações são garanti- privado” 13 .
dos pelo DIP, pois a finalidade deste é O surgimento de uma Organização
“estabelecer a certeza do direito Internacional é reflexo de uma maior
privado nas relações internacionais, aproximação entre os Estados e intensifica-
mediante a adoção de princípios lhes ainda mais as relações 14, acarretando
gerais que, concedendo primazia a na transposição das fronteiras, por pessoas
uma lei de determinado Estado, e mercadorias; do mesmo modo, DIP
conserva um sistema racional que permite que o Direito nacional ultrapasse
combine os necessários particula- suas fronteiras, sendo aplicado fora de seu
rismos”7 . respectivo território. É notório, assim, o
Logo, graças ao DIP, com a considera- salutar auxílio prestado pelo DIP à inte-
ção do “elemento estrangeiro”, do outro, gração dos Estados 15.
seu parceiro no cenário internacional, é Para se ter uma exata idéia da vincu-
possível falar-se em reciprocidade de lação do DIP às relações entre os Estados,
direitos e obrigações 8 . basta mencionar que, com a intensificação
O DIP propicia o respeito mútuo entre do comércio internacional16, o DIP sofreu
os Estados 9, estando, assim, a serviço da grande impulso doutrinário e técnico 17 ,
integração10, sendo o ramo do Direito que tornando-se a “celula mater de inúmeras
mais se coaduna ao Direito da Integração, novas disciplinas que têm como base
pois não é um Direito Internacional – não programática a metodologia que concerne
há que se falar em supra-nacionalidade –, aos fundamentos básicos das relações
mas interno, porém de espírito interna- privadas e públicas internacionais18” .
cional11 . Hoje, esse impulso é maior ainda, se
Mesmo a maioria dos autores não concebermos o regionalismo dentro de um
considerando o DIP como Direito Interna- multilateralismo, sem se “contrapor” a ele,
cional, para Ferrer Correia, do Direito mantendo-se a dicotomia interno/externo,
Internacional Público decorrem obriga- ou seja, o regionalismo não seria antagô-
ções aos Estados: a obrigação de não se nico à total dissipação das polaridades
recusarem, sistematicamente, a aplicar (multilateralismo), mas seria imprescin-
Direito estrangeiro e a obrigação de não dível para a inserção de certos Estados
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(potencialmente menores) nesse novo também, temporal, da personali-
cenário, em que as forças de poder encon- dade humana22”
tram-se dissipadas; logo, o regionalismo (do nacional sendo assegurado no inter-
trabalharia a favor do multilateralismo, nacional, pode-se fazer uma analogia do
sem se confrontar com este, já que somente regional diante do multilateral, abarcando
pelo regionalismo certos Estados conse- o fenômeno supramencionado, e observado
guem uma inserção no cenário multipolar. na nova ordem mundial)23 .
A disciplina que melhor visualiza essa Em suma, o que pretendíamos demons-
relação cooperativa entre regionalismo/ trar nos parágrafos anteriores é a impor-
multilateralismo é justamente o DIP, pois tância fenomenal do DIP, tanto no campo
há o elemento “nacional” no regionalismo, de um Direito Internacional Clássico –
mas há também o elemento “interna- cujos sujeitos por excelência são os Estados
cional” no multilateralismo, sendo que soberanamente concebidos 24, relacionando-
tanto o “nacional” quanto o “interna- se entre si, bem como os seus respectivos
cional” são abrangidos pelo DIP, confor- indivíduos que os compõem – quanto no
me já supra aludido19. Direito da Integração, recebendo deste um
Melhor elucidando: a pedra angular da novo e vultoso impulso.
teoria do DIP é a coexistência de ordena-
mentos jurídicos independentes (multila- 2. DIP: justiça da sociedade internacional.
teralismo), que se inter-relacionam (regio-
nalismo) sem perder a sua identidade
A manutenção da paz
(relação simbiótica entre regionalismo/ Rechsteiner afirma que hoje há mais de
multilateralismo). 190 (cento e noventa) Estados soberanos,
Pode-se aferir de Clóvis Beviláqua um cada qual com sua própria ordem jurídica25.
outro exemplo, que mostra a relação do Pascal, referindo-se à variedade legis-
nacional (regional) com o internacional lativa entre os Estados, afirma:
(multilateral): para Clóvis, o DIP é a “Quase nada há de justo ou
organização jurídica da sociedade inter- injusto que não mude de natureza
nacional, sociedade essa formada por com a mudança de clima. Três graus
indivíduos de nacionalidades diferentes, de altura polar revolucionam toda
ou seja, o homem é membro da sociedade a jurisprudência. Um meridiano
internacional, porém sem perder a sua decide sobre a verdade. Após alguns
nacionalidade20 . anos de posse, alteram-se leis funda-
O DIP é a justa mediação entre o mentais. O Direito tem as suas épo-
regionalismo (nacionalismo) e o multila- cas. Divertida justiça esta que um rio
teralismo (internacional), ou seja, apenas ou uma montanha baliza. Verdade
com o DIP pode-se sopesar com os inte- aquém, erro além Pirineus26”.
resses nacionais os que lhes transcendem, Já Ferrer Correia, referindo-se às diver-
sem porém olvidar os particularismos dos gências entre as instituições dos Estados,
interesses nacionais21. não as identifica com desníveis de civili-
Quando se pensa no ser humano (na- zação: “Cada povo sabe que há mais
cional) ultrapassando as fronteiras de seu coisas justas sobre a terra, além das que
Estado (internacional), exige-se a presença cabem na sua filosofia...27” .
do DIP, que é Assim, a administração da justiça fica
“o anjo da guarda do ser humano a cargo do DIP 28 , com a tolerância do
em suas viagens através do espaço, elemento estrangeiro:
e sua esplendente missão é assegurar “A justiça de uma causa não deve
a continuidade espacial, e, pois, depender da latitude do lugar 29”.
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Ou seja, é o DIP o responsável pela a integração, já que, com a aproximação
administração da justiça na sociedade maior entre os Estados, os súditos destes
internacional, obrigando a uma reflexão logicamente também se inter-relacionarão,
que vai além dos interesses particulares, aumentando a ocorrência do elemento
atingindo outros maiores, que os abrange, estrangeiro nas relações jurídicas.
como muito bem ressalta Amílcar de Como tentativa de conclusão fica
Castro30 : então a idéia de ser o DIP um direito
“... há muito tempo já se viu que não nacional, atendendo aos interesses indivi-
há homem independente em exis- duais e particulares (privados) de seus
tência nem Estado soberano auto- súditos, enquanto o Direito Internacional
suficiente, pois tanto os homens, Público, ou das gentes, atende a conflitos
como as nações sempre viveram, e de caráter público (e não particular) e
não podem deixar de viver, indepen- interesse geral dos Estados, devendo ser
dentemente coordenados em ação, lei comum e invariável para todos os
pelo que, a respeito de fatos anor- Estados 33 .
mais [diríamos nós, interjurisdi-
cionais], os interesses que o governo
de um povo deve tomar em conta Notas
não são apenas os dos súditos, nem 1
Procuraremos aqui expressar o nosso entendi-
os de cada um dos países estran- mento sobre o Direito Internacional Privado (é ele
geiros, mas os da humanidade. (des- Direito Nacional ou Direito Internacional?) e seu atual
escopo na nova conjuntura internacional integrativa.
taque nosso)”. 2
O número de Organizações Internacionais cresceu
Logo, tanto o Direito nacional quanto consideravelmente nos últimos anos. A propósito, vide
o estrangeiro não são bens a serem prote- BASSO, Maristela. O Direito e as relações internacionais
gidos, mas apenas meios de se atingir um no novo cenário mundial: o fenômeno crescente das
organizações internacionais, In: Estudos Jurídicos. v. 25,
mesmo fim: a boa administração da justiça 31.
n. 65, set./dez. 1992, p. 107-128, onde é demonstrada a
Os esforços dos homens de boa vontade intensificação das relações entre os Estados após a II
devem convergir no sentido de atingir Guerra Mundial, intensificação essa acarretada pela
decisões internacionalmente aceitáveis vinculação do crescimento à cooperação e integração e
pela noção de que os Estados não são auto-suficientes,
como satisfatórias; e isso só é possível com significando o isolamento verdadeiro retrocesso.
o auxílio do DIP 32. 3
Hoje já se fala em Merconorte, organização que
abrangeria, além do Brasil, o Peru, a Bolívia, a Colômbia
e a Venezuela (MOREIRA, Marcílio Marques. O Brasil
3.Considerações Finais e o novo contexto econômico internacional. In:
O que pretendíamos demonstrar é que, ALBUQUERQUE, José Augusto Guilhon (org.). Sessenta
anos de política externa brasileira (1930-1990): diploma-
em que pese a defesa do caráter híbrido cia para o desenvolvimento. v. 2. São Paulo : Cultura,
do Direito Internacional Privado – um 1996. p. 21. O autor cita também, a respeito, artigo da
Direito Interno, de espírito Internacio- Gazeta Mercantil, de 29 de maio de 1993, de autoria de
nal –, somos partidários da tese que en- José Casado: O Brasil já articula o Merconorte, p. 1 e 3).
4
Presente nas relações em conexão com diferentes
tende o DIP como sistema nacional espe-
ordens jurídicas estaduais, exigindo uma visão extra-
cial, ou seja, como Direito Interno, um territorial, propiciada pelo DIP (para FERRER COR-
ramo especial do Direito Interno, como REIA, A. In: Lições de direito internacional privado
bem demonstra Fonseca, 1967:53. (policopiadas). Coimbra : [s.n.] 1973. p. 5, o elemento
As regras de DIP são nacionais, haven- estrangeiro representa o ponto de contato com Estados
do “elementos especiais internacionais ou e com sistemas de direitos diferentes).
5
ALTERINI, Atilio Aníbal. BOLDORINI, Maria
não-nacionais” nas relações de fato às Cristina. El sistema juridico en el Mercosur : estructura
quais as regras de DIP incidem [Fonseca, general, instrumentos fundacionales y complemen-
1967:55]. Daí a importância do DIP para tarios. Buenos Aires : Abeledo-Perrot, 1994. p. 9.

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FERREIRA, Aldo Leão. Mercosul: comentários 18
STRENGER, 1996, p. 36. Convém ressaltar, no
sobre o Tratado de Assunção e o Protocolo de Brasília. entanto, que essas relações não se resumem ao comércio
Porto Alegre : Livraria do Advogado, 1994. p. 13. internacional. STRENGER 1996, p. 35, entende que o
7
STRENGER, Irineu. Direito internacional privado. “comércio internacional” deve ser apreendido não no
3. ed. Aum. São Paulo : Ltr, 1996. p. 40. No mesmo sen- seu sentido mercantil, mas denotando também um
tido, FERRER CORREIA. 1973. p. 42: o escopo funda- intercâmbio “familiar, cultural, científico, artístico... ”
mental do DIP é “garantir o reconhecimento e a entre os diversos povos do universo (a existência desse
estabilidade das situações privadas internacionais”. intercâmbio universal é justamente apontada pelo
Para Rodrigo Octávio, a finalidade do DIP é “a autor como um dos fundamentos do DIP).
continuidade da vida jurídica das pessoas e dos atos.”
19
O DIP como o Direito nacional, de espírito inter-
OCTÁVIO, Rodrigo. Direito internacional privado: parte nacional (vide supra, nota 11).
geral. Rio de Janeiro : Freitas Bastos, 1942. p. 20.
20
BEVILÁQUA, Clóvis. Princípios elementares de
8
Sobre o DIP como direito especial, o único que tem direito internacional privado. 4. ed. Rio de Janeiro : Freitas
Bastos, 1944. p. 81 – 82.
por base o respeito ao “elemento estrangeiro”, vide
BASSO, Maristela. 1988. p. 9.
21
“O primordial escopo e vero fundamento [do
DIP] consiste em promover e garantir a continuidade
9
É função do DIP “consolidar as garantias da
das situações jurídicas interindividuais plurilocali-
convivência universal”. STRENGER, 1996, p. 9.
zadas (conectadas com diferentes leis)”. FERRER
10
O Direito é “requisito e ferramenta de processo
CORREIA, 1973, p. 38.
de integração” CASELLA, Paulo Borba. Mercosul, 22
VALLADÃO, Haroldo. 1968, p. 8 ( vide também,
exigências e perspectivas: integração e consolidação de a respeito, p. 4).
espaço econômico (1995 - 2001 - 2006). São Paulo : Ltr, 23
Sobre forças centrípetas (globalizantes, multina-
1996. p. 230. Dos ramos do Direito, o que mais se presta cionalistas) e centrífiguas (regionalizantes, naciona-
a esse desiderato é o DIP, pois não sofre o impacto - listas), vide LAFER, Celso, FONSECA JR., Gelson.
gerado pelo fenômeno da integração - da necessidade Questões para a Diplomacia no Contexto Internacional
de reformulação da dicotomia clássica direito interno/ das Polaridades Indefinidas. In: FONSECA JR., Gelson,
direito internacional, pois o DIP é Direito “híbrido” CASTRO, NABUCO, Sergio Henrique (org.). Temas de
por excelência. Política Externa Brasileira II. São Paulo : Paz e Terra, v. 1.
11
“O DIP não é internacional, mas deve ser 1995. p. 49 – 77.
organizado com espírito internacional” In: CASTRO, 24
A propósito da soberania do Estado, é interes-
Amílcar de. Direito internacional privado. 5. ed. rev. atual. sante a constatação de PONTES DE MIRANDA: “Se
por Osíris Rocha. Rio de Janeiro : Forense, 1996. p. 194. há uma soberania, no sentido de poder superlativo,
12
FERRER CORREIA, A. 1973, p. 28. Sobre o DIP tem-na a comunidade internacional; se a formar-se, é a
como Direito Internacional, vide OCTÁVIO, Rodrigo. favor da comunidade internacional. A ordem jurídica
1942. p.190-191. estatal não é absoluta, nem suprema”. MIRANDA,
13
VALLADÃO, Haroldo. Direito internacional Francisco Cavalcante Pontes de. Tratado de direito
privado: introdução e parte geral. Rio de Janeiro, São internacional privado. Tomo I – fundamentos: parte geral.
Paulo : Freitas Bastos, 1968. p. 57 – 58, respectivamente. Rio de Janeiro : José Olympio Editora, 1935. p. 8.
14
Vide nota n.18, quanto à delimitação da abran-
25
RECHSTEINER, Beat Walter. Direito internacional
privado: teoria e prática. São Paulo : Saraiva, 1996. p. 01.
gência de “relações”. 26
Apud ENGISH, Karl. Introdução ao pensamento
15
O DIP é aplicado diuturnamente para a solução
jurídico. 6. ed. trad. J. Baptista Machado. Lisboa :
dos problemas que exigem visão extraterritorial, a
Fundação Calouste Gulbenkian, 1988. p. 15-16.
respeito, vide, STRENGER, 1996, p. 9. 27
FERRER CORREIA, 1973, p. 12.
16
Haroldo Valladão noticia que “as relações entre 28
FERRER CORREIA, 1973, p. 48.
os povos das mais diversas origens e raças” crescem 29
FERRER CORREIA, 1973, p. 39.
diuturnamente em progressão geométrica. VALLA- 30
CASTRO, 1996, p. 37.
DÃO, Haroldo. Direito internacional privado: introdução 31
CASTRO, 1996, p. 195.
e parte geral. Rio de Janeiro, São Paulo : Freitas Bastos, 32
“Lepaulle sustenta que devemos nos esforçar por
1968. p. 23. nos colocarmos acima das fronteiras nacionais,
17
O DIP é ramo com grande desenvolvimento nos estabelecendo normas, regras, métodos, aptos a induzir
últimos 30 anos (BASSO, Maristela. Da aplicação do soluções práticas, justas e úteis a tal ponto que sejam
direito estrangeiro pelo juiz nacional: o direito interna- não universalmente, mas internacionalmente aceitá-
cional privado à luz da jurisprudência. São Paulo : veis como satisfatórias (... ) E neste sentido é que devem
Saraiva, 1988. p. 1, deixando de reger os fatos convergir os esforços dos homens de boa vontade”.
“incomuns” e “extraordinários”, pois a presença do CASTRO, 1996, p. 194.
“elementos estrangeiro” nas relações passou a ser 33
Pimenta BUENO, apud FONSECA, 1967:55,
corriqueira (BASSO, 1988, p. 3-4). nota 25.

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