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Plano de Aula

Prof. Thiago Rogério Cavallari


Disciplina: Produção de Texto

RJ: Aluno é impedido de frequentar escola com guias de candomblé


Carolina Mazzi – Do UOL, no Rio de Janeiro – 03/09/201406h00

Um estudante de 12 anos foi impedido de entrar na escola pública em que estudava


por usar guias (colares) de candomblé no último dia 25 de agosto. O caso aconteceu na
escola municipal Francisco Campos, no Rio de Janeiro, e foi divulgada nesta terça (2).
Segundo sua família, o menino já era vítima de preconceito há algum tempo -- ele
decidiu adotar a religião há cerca de dois meses. Há um mês, a diretora já impedia a
entrada do aluno na escola conforme relato da mãe. Após o acontecido, ele trocou de
escola. Após a denúncia, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prometeu se
encontrar pessoalmente com a mãe do garoto e o estudante para um pedido formal de
desculpas.
Desde 2011, a rede municipal do Rio de Janeiro tem aulas de religião como parte do
currículo. Em tese, as aulas abrangem diversas religiões, inclusive as afro-brasileiras.

Racismo e preconceito religioso


Para Silvany Eclênio, da Sepirr (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial), o caso é de discriminação racial, além de religiosa. "A escola está reproduzindo
todo um sistema de valores e de práticas racistas, quando o papel dela deveria ser o de
promover a diversidade étnica brasileira, a valorização desta diversidade e combater esse
tipo de atitude de negação de direitos", afirma.
"O ensino religioso no Estado e na cidade do Rio funciona como um catequizador
que só aceita as religiões cristãs. E o ensino da cultura africana ainda é muito fraco, quase
nulo"diz a professora Stela Guedes Caputo, da Faculdade de Educação da UERJ
(Universidade Estadual do Rio de Janeiro). "Além disso, temos uma bancada
fundamentalista que defende apenas a sua religião, ao invés de defender os interesses de
todos."
A professora acredita que a divulgação de notícias como esta causam incômodo na
população e são uma forma importante de levantar o debate sobre a realidade da cultura
afro-brasileira. "Em nossas pesquisas, as crianças da religião do candomblé de escolas
públicas são unânimes em dizer que todos os lugares discriminam, mas que a escola é a
mais cruel", afirma Stela.

Paes conversa com mãe de aluno discriminado


A mãe do estudante afirmou que pedido de desculpa algum vai apagar
a vergonha que o filho passou
Redação Rio com Band News FM siterio@band.com.br - quarta-feira, 3 de setembro de 2014
- 13h29 Atualizado em quarta-feira, 3 de setembro de 2014 - 13h33

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e a secretária municipal de Educação, Helena


Bomeny, se encontraram no final da manhã de hoje, com a mãe do aluno de 12 anos, que
teria sido vítima de discriminação religiosa por usar guias de candomblé sob o uniforme na
Escola Municipal Francisco Campos, no Grajaú, na Zona Norte do Rio.
A dona de casa e mãe do estudante, Rita de Cássia, afirmou que pedido de
desculpa algum vai apagar a vergonha que o filho passou no dia 25 de agosto.
Segundo a família, o menino adotou a religião há cerca de 2 meses. Como parte da
iniciação, ele tinha que usar as guias durante 3 meses, mas a diretora o teria proibido de
entrar na unidade com o adereço, e ele acabou tendo que trocar de colégio.
Uma sindicância foi aberta pela Secretaria Municipal de Educação para apurar o
caso e, segundo a Prefeitura, todas as medidas cabíveis serão tomadas ao fim da
apuração.
A Prefeitura do Rio disse, ainda, que não admite qualquer tipo de discriminação nas
unidades escolares da Rede Municipal.

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