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Renda Fixa

Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC

Renda Fixa
Fundo de Investimento em
Direitos Creditórios – FIDC
Renda Fixa
Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC

Fundo de Investimento em Direitos Creditórios

O produto

O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) é uma comunhão de recursos que


destina parcela acima de 50% do seu respectivo patrimônio líquido para aplicações em direitos
creditórios.

Cabe ao administrador, uma instituição financeira específica, constituir o fundo e realizar o


processo de captação de recursos junto aos investidores através da venda de cotas.

Os FIDCs são uma forma de investimento em renda fixa constituídos sob a forma de condomínio
aberto, em que os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas de acordo com o disposto no
regulamento do fundo, ou fechado, em que as cotas somente são resgatadas ao término do
prazo de duração do fundo, de cada série ou classe de cotas conforme seu regulamento, ou em
virtude de sua liquidação. Admite-se ainda, a amortização de cotas por disposição do
regulamento ou por decisão da assembleia geral de cotistas.

Os direitos creditórios que compõem a carteira de ativos de um FIDC, são provenientes dos
créditos que uma empresa tem a receber, como duplicatas, cheques e outros. Por exemplo, a
empresa vende um produto a prazo para um consumidor através de cartão de crédito e estes
recebíveis (as parcelas a serem pagas pelo consumidor) podem ser vendidos para um FIDC na
forma de direitos creditórios, permitindo à empresa, antecipar o recebimento destes recursos em
troca de uma taxa de desconto que, por outro lado, remunera os investidores do fundo.

Os créditos originados de transações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial,


imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços, na forma de
recebíveis, podem se tornar ativos de um FIDC e os investidores, que adquirem suas cotas,
ficam indiretamente expostos ao retornos e riscos de tais recebíveis.

Todo o FIDC possui um regulamento que, entre outras disposições, determina a política de
investimento do fundo, suas características de atuação, entre as quais os critérios de
composição e de diversificação da carteira, os riscos de crédito, de mercado e demais riscos
envolvidos e, se for o caso, o segmento em que o fundo atuará.

Uma figura importante em um FIDC é o custodiante, que tem entre suas atribuições: (i) validar os
direitos creditórios em relação aos critérios de elegibilidade estabelecidos no regulamento; (ii)
receber e verificar a documentação que evidencia o lastro dos direitos creditórios representados
por operações financeiras, comerciais e de serviços; (iii) realizar a liquidação física e financeira
dos direitos creditórios; (iv) custodiar a documentação relativa aos direitos creditórios e demais
ativos integrantes da carteira do fundo; e (v) cobrar e receber, em nome do fundo, pagamentos,
resgate de títulos ou qualquer outra renda relativa aos títulos custodiados.

Os FIDCs são disciplinados pelas Instruções CVM n° 356, de 17/12/2001, e nº 444, de


08/12/2006.
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Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC

Vantagens do produto

• Diversificação dos investimentos.


• Os FIDCs são classificados por agências classificadoras de risco, o que possibilita ao
investidor conhecer melhor os riscos envolvidos.
• Consultorias de crédito são contratadas para avaliação e aprovação dos recebíveis
sendo adquiridos pelo FIDC, tornando o processo mais seguro.
• A participação de diversas instituições no processo de controle do FIDC aumenta a
fiscalização e o acompanhamento das suas operações.

Fique atento!

Ao investir em um FIDC, o investidor deve considerar que:

• há risco de atrasos no pagamento dos juros ou do principal por parte dos emissores dos
ativos ou dos devedores dos direitos creditórios. Um FIDC também pode ter que
enfrentar os efeitos de uma falência, fechamento de filiais, ou qualquer outro fator capaz
de prejudicar os resultados do cedente dos recebíveis; e
• pode não conseguir vender integralmente suas cotas no mercado secundário no prazo
desejado; e a falta de demanda pelos ativos que compõem a carteira do fundo pode
restringir os resgates de suas cotas pelos cotistas, obrigando-os a aguardar o vencimento
dos recebíveis.

Características técnicas

Cotas sênior: as cotas sênior não se subordinam às demais para efeito de


amortização e resgate. Podem ser subdivididas em séries, as quais são
diferenciadas exclusivamente por prazos e valores para amortização, resgate
e remuneração.
Classificação Se houver liquidação do FIDC, os cotistas da classe sênior terão o direito de
das Cotas do partilhar o patrimônio do fundo na proporção dos valores previstos para
FIDC amortização ou resgate da respectiva série, sendo vedado qualquer tipo de
preferência, prioridade ou subordinação entre os titulares de tais cotas.
Cotas subordinadas: geralmente subscritas pelas empresas originadoras
dos recebíveis que compõem o patrimônio do FIDC, estas cotas se
subordinam à cota sênior para efeito de amortização e resgate.

É possível gerar diferentes combinações de risco e liquidez pela combinação


dos direitos creditórios que compõem as carteiras do FIDC. Estes recebíveis
Classificação podem ser classificados como “a performar” ou “performados” e “revolventes”
dos ou “estáticos”, conforme segue:
Recebíveis o os recebíveis a performar são resultantes de um contrato
futuro de entrega, ou prestação de serviços;
o os performados são aqueles em que a entrega ou prestação
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de serviços já ocorreu;
o os revolventes referem-se à entrega ou prestação de serviços
que exige uma reposição como, por exemplo, financiamentos
de bens duráveis; e
o os estáticos respondem pelos financiamentos de projetos de
longo prazo.
A partir dessa classificação, os recebíveis considerados de maior risco são
os, simultaneamente, a performar e estáticos, dependendo também dos
perfis dos cedentes e dos sacados a eles associados. O cedente é o credor
do recebível, ou seja, aquele que tem a receber do sacado um valor
financeiro.
O sacado é o devedor do recebível, ou seja, aquele que tem a pagar ao
cedente um valor financeiro.

Mercado A vista.

Permitida, conforme Instrução CVM n° 400, de 29/12/2003, ou ainda com


Oferta
esforços restritos, conforme Instrução CVM n° 476, de 16/01/2009, quando
Pública
constituídos na forma de condomínio fechado.

Quem Pode
Somente investidores profissionais podem investir.
Investir

Registro e
Os FIDCs devem ser aprovados pela CVM para sua constituição e
Aprovação
funcionamento, conforme Instrução CVM n° 356, de 17/12/2001.
do Fundo

Tipo de
Investimento em renda fixa.
Investimento

FIDC Não Padronizado

É um tipo específico de FIDC, regulado pela Instrução CMV n° 444, de 08/12/2006, cuja política
de investimento permite a realização de aplicações em quaisquer percentuais de seu patrimônio
líquido em direitos creditórios não padronizados.

Direitos creditórios não padronizados são aqueles:

• que estão vencidos e pendentes de pagamento quando da sua cessão para o fundo;
• decorrentes de receitas públicas derivadas ou originárias da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, bem como de suas autarquias e fundações;
• originários de empresa em processo de recuperação judicial ou extrajudicial;
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• cuja constituição ou validade jurídica da cessão para o FIDC seja considerada um fator
preponderante de risco;
• de existência futura e montante desconhecido, desde que emergentes de relações já
constituídas; e
• que resultem de ações judiciais em curso, constituam seu objeto de litígio, ou tenham
sido judicialmente penhorados ou dados em garantia.

Será igualmente considerado não padronizado, o FIDC cuja carteira de direitos creditórios tenha
seu rendimento exposto a outros ativos, tais como derivativos de crédito, quando não utilizados
para proteção ou mitigação de risco, ou aplicações em cotas do Fundos de Investimento em
Direitos Creditórios Não Padronizados (FIDC-NP).

Fluxo de um FIDC que Adquire Recebíveis Originados de uma Empresa que Vende
Produtos de Forma Parcelada aos Clientes

Efetua o pagamento
das parcelas pela
Clientes
6
compra dos produtos.
Vende seus
1 produtos com
pagamento
parcelado.

4 Vende seus recebíveis


Vende suas ao FIDC.
2 cotas.

FIDC Empresa
Investidor Paga pela compra 5 Paga pelos recebíveis
3 das cotas. com uma taxa de
desconto,
antecipando os
recursos financeiros a
empresa.
Distribui os rendimentos aos seus
7 cotistas com base nos ganhos
realizados nas transações com os
recebíveis.
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Aplicabilidade

A empresa “123” possui duplicatas a receber nos próximos 180 dias relativas às vendas aos
seus clientes e necessita de recursos imediatos no caixa para cobertura de uma despesa
eventual. Esta empresa avalia as alternativas disponíveis no mercado financeiro para desconto
de suas duplicatas e decide antecipar os recursos cedendo seus recebíveis a um FIDC.

Este FIDC, por outro lado, captou recursos através da emissão de cotas no mercado primário e
está buscando oportunidades de aplicação destes recursos em recebíveis com as características
e o risco de crédito compatíveis com seu regulamento.

Com o desconto das duplicatas da empresa “123” pelo FIDC por uma taxa de desconto
acordado, estes recebíveis passam a integrar os ativos do fundo e a empresa antecipa os
recursos que necessitava para honrar suas obrigações.

Quando os clientes da empresa “123” pagarem as duplicatas nos seus vencimentos, os valores
serão repassados para o FIDC para a liquidação dos títulos. Por fim, os retornos auferidos no
desconto destas duplicatas serão distribuídos na forma de rendimento aos cotistas do fundo.

Como o FIDC em questão também possui suas cotas sendo negociadas no mercado secundário,
caso um de seus cotistas deseje se desfazer de sua posição de cotas, este investidor poderá
procurar sua corretora. Na ponta contrária, um outro investidor desejando adquirir cotas do FIDC
para diversificar seus investimentos, também envia ordem de compra através da sua corretora.

Tão logo seja fechado negócio entre as partes, a operação será liquidada. O investidor vendedor
entregará as cotas e receberá os recursos financeiros e o investidor comprador receberá as
cotas do FIDC e entregará os recursos financeiros. A negociação no mercado secundário das
cotas permitiu atender aos interesses de ambos sem afetar os ativos do fundo em questão.

Aviso Legal
Este material destina-se a fins exclusivamente informativos, explicativos e de divulgação, não constituindo nenhuma recomendação
de investimento.
Os exemplos apresentados são meramente ilustrativos e simulam situações hipotéticas.
As normas e procedimentos citados estão sujeitos a alterações, sendo recomendável a consulta direta às versões mais atualizadas.
É vedada a utilização deste documento para fins comerciais salvo mediante autorização prévia e por escrito da BM&FBOVESPA.
Os prejuízos decorrentes de intermediação de operações e serviços de custódia relativos ao mercado de balcão organizado e de
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contam com a proteção oferecida pelo Mecanismo de Ressarcimentos de Prejuízos administrado pela BM&FBOVESPA Supervisão
de Mercados – BSM, nos termos do artigo 41 do Estatuto Social da BSM e do artigo 77 da Instrução CVM nº 461/2007.

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