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Introdução
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Arquiteta e Urbanista – pesquisadora da Unesp/Rio Claro (pós-doutorado)
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A partir daí, estudos sobre a densidade construtiva passaram a ser um
instrumento importante de apoio aos arquitetos e planejadores urbanos sobre as
condições de ventilação e poluição do tecido urbano. Embora haja discussões de que
elevadas densidades de edificação garantam a maximização dos investimentos públicos,
incluindo infra-estrutura, serviços e transportes, pode-se gerar maior pressão de
demanda sobre o solo urbano ocasionado uma série de problemas ambientais.
Foto 1 – Uma das zonas (oeste) mais quentes próximas ao centro da cidade de Ribeirão
Preto
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distribuição da vegetação no espaço urbano e ocupação do solo. A imagem termal
baseia-se na estimativa da temperatura radiométrica da superfície urbana obtida através
do satélite. Estas estimativas são determinadas através da radiação emitida pelos
materiais presentes na superfície urbana.
A pesquisa constatou que os bairros mais quentes da cidade são Vila Virgínia e
Vila Tibério no setor oeste, bem próximas à região central. As imagens de satélite
registraram temperaturas máximas de 340C. São locais que possuem maior população
residente e pouca vegetação significativa, tanto em áreas públicas quanto privadas. Os
menos quentes as temperaturas foram de 300C, em bairros como os jardins Morumbi,
Bela Vista e Monte Carlo, também no setor oeste, essa diferença de temperatura pôde
ser favorecida pela proximidade de uma grande área com vegetação localizada à estação
experimental agrícola e ao longo do córrego Vista Alegre, pois a presença de corpos
d’água também contribui para a redução da temperatura local. Outro exemplo é a Mata
de Santa Tereza, fragmento de Floresta Estacional Semidecidual de 180 ha, localizado
na área urbana do município, que chega a ter temperaturas de até 6 graus.
Outro fator importante que faz aumentar o calor das cidades, principalmente no
interior do Estado de São Paulo são as plantações de cana de açúcar que arrasam com
toda a vegetação natural do entorno. A região de Ribeirão Preto que até a década de
1970 tinha 22% de cobertura florestal ativa, sendo que com o estimulo do
PROALCOOL essa área foi reduzida para menos de 3% nos dias atuais. Mesmo com
essa cobertura florestal irrisória para manter o equilíbrio ecológico da região, o fogo
continua invariavelmente atingindo os últimos e pequenos remanescentes de vegetação
nativa. Depois das queimadas (que por si só já elevam a temperatura e fumaça contribui
na retenção da irradiação do calor), vem a colheita, que deixa a terra nua, uma grande
retentora de calor. Por fim, a natureza geográfica da cidade, construída sobre um vale
desfavorece a ventilação (Foto 2). Por isso, o município precisa urgentemente garantir e
priorizar a arborização em seu Plano Diretor e programas de ação que pode ser realizado
através da Prefeitura, Empresas, Ongs e a população.
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Foto 2 - A Queima da Cana na Zona Periférica da Cidade
O calor afeta o metabolismo que reage produzindo suor para manter uma
temperatura entre 360C a 370C. O metabolismo do corpo se dá com a queima de calorias
e a produção de energia, devido o oxigênio que gera então o calor interno do corpo que
faz com que o homem troque calor com o meio. Essa troca pode ser feita por condução,
convecção, radiação e evaporação.
O organismo humano faz a troca com o meio por condução quando há o contato
entre o corpo e algum objeto alterado pelo meio, tornando-se mais quente ou mais frio.
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A troca de calor por convecção quando o corpo está próximo de um objeto mais quente
ou mais frio. A troca de calor por radiação acontece entre o sol e o homem. Com a
evaporação só há perda de calor.
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Foto 3 – Distribuição da Cobertura Vegetal: Exemplo de um bairro em
Sacramento, EUA (Fonte: Google Earth)
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Foto 4 - Distribuição da Cobertura Vegetal: Exemplo de um bairro em Hamburg,
Alemanha (Fonte: Google Earth)
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Foto 5 – Verticalização e carência de Cobertura Vegetal: Tóquio, Japão (Fonte: Google
Earth)
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9 Aprofundar o debate sobre as questões relacionadas ao Desenvolvimento
Regional;
Referências
Katzschner, L. Thermal Comfort Mapping end Zonning. Designing Open Spaces in The
Urban Environment: A Bioclimatic Approach, RUROS: Rediscovering The Urban
Realm and Open Spaces, 22-26, 2002.
Lombardo, M. A. Ilhas de Calor nas Metrópoles: o caso de São Paulo. São Paulo:
HUCITEC, 1985.