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ENSAIO DE ADENSAMENTO UNIDIMENSIONAL DOS SOLOS

Jéssica Lorrane Tolentino(1); John Kennedy Fonsêca Silva(2);Marlon Mendes de Oliveira(1);


Nancy Tiemi Isewaki(3); Paula Gabrielle Campos(1); Wiara Juliana de Souza(1)
(1)
Graduando em Engenharia Civil do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM.
(2)
Professora do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM.

INTRODUÇÃO

Uma das principais causas de recalques é a compressibilidade do solo, ou seja, a


diminuição do seu volume sob ação de cargas aplicada. Em particular, um caso de grande
importância prática é aquele que se refere à compressibilidade de uma camada de solo,
saturada e confinada lateralmente. Tal situação condiciona os chamados recalques por
adensamento (CAPUTO, 1988).
O procedimento de adensamento unidimensional foi sugerido primeiro por Terzaghi.
O corpo de prova de solo é colocado dentro de um anel metálico com duas pedras porosas,
uma na parte superior do corpo de prova e a outra na parte inferior. A carga sobre o corpo de
prova é aplicada por meio de um braço de alavanca e a compressão é medida com um relógio
comparador ou extensômetro micrométrico. Cada carga normalmente é mantida por 24 horas.
Após esse intervalo, a carga normalmente é dobrada, o que dobra a pressão no corpo de prova,
e a medição da compressão continua. No final do ensaio, o peso seco do corpo de prova do
ensaio é determinado (DAS, 2007).
O objetivo do trabalho é determinar as propriedades de adensamento do solo,
caracterizadas pela velocidade e magnitude das deformações, quando o solo é lateralmente
confinado e axialmente carregado e drenado (ABNT, 1990).

MATERIAL E MÉTODOS

Os materiais e equipamentos utilizados para a realização do ensaio foram: cápsulas de


alumínio, balanças eletrônicas, uma estufa, uma prensa de adensamento, uma célula de
adensamento, um jogo de pesos, um cronômetro, um microcomputador, uma amostra de solo,
um recipiente de porcelana, uma colher de jardinagem e uma espátula.
O ensaio foi realizado no Laboratório de Mecânica dos Solos do Centro Universitário
de Patos de Minas de acordo com as orientações da NBR 12007 (ABNT, 1990).
Inicialmente, aferiram-se a altura, o diâmetro e massa da célula de adensamento.
Posteriormente, peneirou-se certa quantidade de solo (168,10g), disponibilizado pelo
laboratório, através da peneira de malha 4,75mm para, em seguida, adicionar-se uma massa de
fíler (60,5g) correspondendo a 36% da massa de solo seco. Acrescentou-se certa quantidade
de água, homogeneizou-se a amostra e preencheu-se a célula de adensamento com o solo
homogeneizado.
Após os procedimentos de preparação, realizou-se o ensaio de adensamento.
Inicialmente, nivelou-se e aplicou-se uma carga de 5kPa ao equipamento. Posteriormente,
aplicaram-se certas quantidades de cargas, em intervalos regulares, e realizaram-se, as leituras
correspondes às deformações. As leituras, que foram realizadas ao início e ao final do período
de aplicação para cada umas das cargas aplicadas, foram fornecidas por um programa
computacional, cujo microcomputador que o executava estava conectado à prensa de
adensamento.
Determinaram-se os teores de umidade, de acordo com as orientações da NBR 6454
(ABNT, 1986), antes e após a execução do ensaio de adensamento. Os dados podem ser
visualizados por meio da Tabela 2.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A NBR 12007 (ABNT, 1990) especifica que o tempo de carregamento é 24 horas.


Para este trabalho, em virtude da indisponibilidade da máquina, o tempo foi reduzido para 15
minutos. Os dados relativos às características da célula de adensamento podem ser
visualizados por meio da Tabela 1.

Tabela 1 – Dados relativos à célula de adensamento


Dado Medida
Diâmetro do corpo de prova (mm) 79,06
Altura (mm) 20,11
Área (mm²) 4909,12
Volume (mm³) 98722,37
Massa da Célula (g) 2021,3
Massa da Célula + Solo (g) 2170,8
Massa do Solo (g) 149,5
Fonte: dados do trabalho
Observam-se nas Tabelas 1 e 2, os teores de umidade para o solo, antes e após a
execução do ensaio de adensamento, cuja determinação foi realizada com as orientações da
NBR 6457 (ABNT, 1986).

Tabela 2 – Umidade do solo antes do adensamento


Índice Cápsula (g) Cap. + Solo Úmido (g) Cap. + Solo Seco (g) Umidade (%)
1 16,3 32,6 29,8 20,7
2 13,1 34,6 31,0 20,1
3 24,0 41,7 38,7 20,4
4 14,8 30,0 27,4 20,6
5 15,5 40,8 36,5 20,5
Média 16,7 35,9 32,7 20,5
Fonte: dados do trabalho

Tabela 3 – Umidade do solo após o adensamento


Índice Cápsula (g) Cap. + Solo Úmido (g) Cap. + Solo Seco (g) Umidade (%)
1 7,5 22,9 20,5 18,5
2 9,0 21,8 19,8 18,5
3 6,9 22,0 19,5 19,8
4 6,6 21,3 19,0 18,5
5 6,5 20,6 18,3 19,5
Média 7,3 21,7 19,4 19,0
Fonte: dados do trabalho

Calculou-se a massa específica úmida do solo, a massa específica seca do solo, o


índice inicial de vazios, o grau de saturação inicial, o grau de saturação final e a altura dos
sólidos. Todos os cálculos foram realizados de acordo com as orientações da NBR 12007
(ABNT, 1990). Para a realização cálculos, considerou-se 2,65g/cm³ como valor para a massa
específica dos grãos. Os valores podem ser observados por meio da Tabela 4.

Tabela 4 – Informações
Informação Valor
Massa específica úmida (g/cm³) 1,51
Massa específica seca (g/cm³) 1,26
Índice inicial de vazios 1,108
Grau de Saturação inicial (%) 49,0
Grau de Saturação final (%) 52,8
Altura dos sólidos (cm) 9,54
Fonte: dados do trabalho
Os resultados referentes aos ensaios de adensamento podem ser visualizados por meio
da Tabela 5. Calculou-se, para cada valor de carga aplicada, a tensão sobre o corpo de prova,
a diferença de altura (Δh), a altura final do corpo de prova (Hf), a deformação (E) e o índice
de vazios (e). Todos os valores foram calculados de acordo com as orientações da NBR 12007
(ABNT, 1990).

Tabela 5 – Resultados do ensaio de adensamento


Horário Carga (kgf) Tensão (kgf/cm²) Leitura (mm) Δh Hf Ε e
15:15 12,14
20 0,407 0,04 20,07 0,199 1,104
15:30 12,10
15:45 12,09
40 0,815 0,13 19,94 0,652 1,090
16:00 11,96
16:15 11,82
80 1,630 0,17 19,77 0,860 1,073
16:30 11,65
16:45 11,24
160 3,259 0,44 19,33 2,276 1,026
17:00 10,80
17:15 9,95
320 6,518 0,75 18,58 4,037 0,948
17:30 9,20
17:45 9,25
160 3,259 -0,01 18,59 -0,054 0,949
18:00 9,26
18:15 9,28
80 1,630 -0,03 18,62 -0,161 0,952
18:30 9,31
Fonte: dados do trabalho

Construiu-se, com o auxílio de um aplicativo de planilha eletrônica, o Gráfico 1,


relacionando a tensão com o índice de vazios.

Gráfico 1 – Relação entre a tensão e o índice de vazios


1.120
1.100
1.080
Índice de vazios

1.060
1.040
1.020
1.000
0.980
0.960
0.940
0.100 1.000 10.000
Pressão (kgf/cm²)

Fonte: dados do trabalho


Observa-se que o Gráfico 1 apresentou a curva característica que separa as tensões que
já foram aplicadas ao solo das tensões que ainda não foram aplicadas, possibilitando o cálculo
da tensão de pré-adensamento que foi, aproximadamente, 2,5kgf/cm².

CONCLUSÕES

(i) Ao aplicarem-se as cargas, observou-se que o aumento da pressão sobre o solo ocasionou a
diminuição do índice de vazios.
(ii) Ao aliviarem-se as cargas, observou-se que a diminuição das tensões sobre o solo,
provocou uma pequena expansão, caracterizada pelo aumento no índice de vazios.
(iii) Obteve o valor de 2,5kgf/cm² para o valor da tensão de pré-adensamento.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12007: método de ensaio:


ensaio de adensamento unidimensional do solo. Rio de Janeiro, 1990.

______. NBR 6457: amostras de solo: preparação para ensaios de compactação e ensaios de
caracterização. Rio de Janeiro, 1986.

CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e suas Aplicações: fundamentos. 6 ed. Rio de
Janeiro: LTC, 1996. 224 p.

DAS, Braja M. Fundamentos de engenharia geotécnica. Tradução All Tasks. Revisão


técnica Pérsio Leister de Almeida Barros. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

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