ALAN LIMA
GABRIELA AMARAL
MAIO/2018
BREVE HISTÓRICO
Para expandir e assegurar este mercado foram adotadas diversas políticas em todo
o mundo, a pesquisa voltou-se para o desenvolvimento de sementes selecionadas para
responder a aplicações de adubos químicos e agrotóxicos em sistemas de monoculturas
altamente mecanizados, seus promotores diziam que para a erradicação da fome no
mundo seria necessário adotar a “Revolução Verde”.
Contudo, foi na última década que o uso de agrotóxicos se intensificou. Entre 2001
e 2008 a venda de venenos agrícolas no país cresceu de pouco mais de US$ 2 bilhões para
mais US$ 7 bilhões alcançando a posição de maior consumidor mundial de venenos.
Foram 986,5 mil toneladas de agrotóxicos aplicados. No ano de 2009 ampliou-se ainda
mais o consumo e ultrapassou-se a marca de 1 milhão de toneladas – representando 5,2
kg de venendo por habitante! Dados do Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de
Produtos para Defesa Agrícola).
Todas os agrotóxicos passam por um processo de registro que envolve três esferas
governamentais, tais como, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que
estabelece o Limite Máximo de Resíduo (LMR), a Ingestão Diária Aceitável (IDA) dos
ingredientes ativos e a classificação toxicológica dos produtos formulados. O Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) avalia a eficiência agronômica e
aprova o rótulo do produto e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) avalia o impacto do agrotóxico no meio ambiente e em
outros organismos vivos (BRASIL, 2002). (JOHNER. Adriele, 2014)
Os agrotóxicos
Classificação
O Ministério da Saúde (MS) do Brasil, em 1992, estabeleceu a toxicidade de um
produto, do ponto de vista de seus efeitos agudos, baseado no DL 50 Oral e dérmica das
formulações líquidas e sólidas.
Pelo decreto da lei federal que regulamenta os agrotóxicos todos os produtos devem
apresentar nos rótulos uma faixa colorida indicativa de sua classe toxicológica estes são
classificados pela ANVISA, órgão de controle do Ministério da Saúde, em quatro classes
de perigo para sua saúde, mostrado na tabela a baixo:
b) Herbicidas: combatem ervas daninhas. Nas últimas décadas, este grupo tem tido
uma utilização crescente na agricultura. Seus principais representantes são: paraquat,
glifosato, pentaclorofenol, derivados do ácido fenoxiacético e dinitrofenóis.
É tanto que algumas estimativas mundiais demonstram valores anuais entre 234.000
e 326.000 suicídios por agrotóxicos, o que contribui com cerca de um terço de todos os
suicídios globalmente. Sendo que em 1982 foi classificado três níveis de intoxicações:
Exemplos de intoxicações
Durante seu descanso após o almoço, um menino de 4 anos vomitou. Poucas horas
depois, queixou-se de dor abdominal e cefaleia, passou a apresentar tremores e a mancar.
No hospital, o menino apresentou hipotomia e entrou em coma. Suas pupilas estavam
mióticas com diâmetro de 1mm. Não foram observadas convulsões, mas ele apresentava
fasciculados em uma das coxas. Não havia evidencias sugerindo ingestão de qualquer
substância tóxica ou trauma prévio. Os demais membros da família permaneciam bem. O
menino apresentava pressão arterial 125/58 mmHg. Frequência cardíaca de 128
batimentos/min e frequência respiratória de 28/mim. Os achados laboratoriais não eram
dignos de nota, e um rastreamento toxicológico foi negativo para fármacos sedativos e
hipnóticos, álcool, metais pesados, salicilatos, fenotiazinicos opioides. Duas horas após a
admissão, recebeu 0,15 mg de atropina por via intravenosa e 500 mg de pralindoxima (2-
PAM). Um aumento da atividade no eletroencefalograma (EEG) foi observado dentro de
2 minutos e, por fim, o nível de consciência foi restaurado. Uma conversa posterior com
a mãe da criança que esta estava junto enquanto ela aplicava paration para combater
afídeos (insetos sugadores de seiva) nas plantas do jardim.
REFERENCIAS
NEVES. Meyohas Rosa Fortunée. Efeitos dos agrotóxicos e seus metabólitos em células
sanguíneas. Dissertação apresentada a faculdade de medicina de Ribeirão Preto para a
obtenção do título de mestrado; Ribeirão Preto, 2007