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(%)
Para gordura, pode-se observar que houve diferen- 4,6
Lacto
ça estatística entre os tratamentos. À medida em que se 4,4
se
4
4,6
nificativa entre os tratamentos. O teor de lactose do soro
Lact
ose
4,4
4
0,7 8
mg/ 100ml)
ácido lático (%)
0,6
6
0,5
Tiros
ina
0,4 4
0,3
0 5 10 15 20 25 30 2
Armazenamento (dias) 0 5 10 15 20 25 30
Armazenamento (dias)
FIGURA 4. Valores médios obtidos para variação da acidez
nas bebidas elaboradas com a cultura de iogurte YC-180 FIGURA 6. Valores médios obtidos para variação da proteólise
duran-te o período de armazenamento (28 dias). nas bebidas elaboradas com a cultura de iogurte YC-180
durante o período de armazenamento (28 dias).
Pela análise das Figuras 3 e 4, verificou-se que a
acidez média aumentou em todos os tratamentos du- Constatou-se que os diferentes teores de soro nas
rante o período de armazenamento. Segundo DAVE & bebidas não influíram no índice de proteólise das bebi-
SHAH [7], o Lactobacillus delbrueckii ssp. bulgaricus das lácteas.
produz ácido lático durante o armazenamento refrige- Conforme apresentado nas Figuras 5 e 6, pode-se
rado, fenômeno este conhecido como pós acidificação. observar que as bebidas elaboradas com a cultura con-
KIM et al [14] relataram que quando o L. bulgaricus é tendo microrganismos probióticos apresentaram índi-ces
excluído da fermentação, o aumento da acidez é redu- de proteólise superiores aos obtidos naquelas ela-
zido significativamente durante o armazenamento. boradas unicamente com a cultura de iogurte. DAVE &
Tendência semelhante foi observada por SHAH [7] afirmaram que o L. acidophilus apresenta ati-
WOLFSCHOON-POMBO, GRANZINOLLI, FERNANDES vidade proteolítica, fator que beneficia o crescimento de
[27], em iogurtes elaborados com diferentes teores de bifidobactéria em produtos fermentados, que requer
sólidos totais. Estes autores observaram também que, em peptídeos ou aminoácidos derivados da degradação da
função do aumento de sólidos totais, a acidez titulável caseína. TAMIME & ROBINSON [24], por outro lado,
aumentou nitidamente, o que não foi observado neste afirmaram que as culturas láticas do iogurte apresen-
trabalho, nas diferentes proporções soro-leite utilizadas tam atividade proteolítica fraca, o que pode ser obser-
para elaboração das bebidas lácteas. Os tratamentos que vado neste trabalho, conforme Figura 6.
utilizaram a cultura contendo L. acidophilus e A característica do coágulo é de importância fun-
bifidobactérias apresentaram acidez ligeiramente superior damental para a apresentação do iogurte. A viscosida-
ao final do período de armazenamento. de de um produto é definida como a resistência que o
Analisando-se todos os tratamentos, verificou-se que, líquido oferece para uma certa força aplicada, sendo
de modo geral, durante os sete primeiros dias de arma- dependente de vários aspectos do processo, como: tra-
zenamento, a acidez aumentou de maneira mais acen- tamento térmico do leite, condições de incubação e
tuada que nos períodos subseqüentes. Essa tendência resfriamento, cultura lática utilizada [11].
pode ser explicada pelo fato de que talvez a cultura te-nha
entrado em declínio por causa da acidez do meio.
30-P 40-P 50-P
4000
V
d
s
c
e
i
i
(mg/ 100ml)
1000
3000
6
2000
tiro
sin
a
0
2 0 5 10 15 20 25 30
0 5 10 15 20 25 30
Armazenamento (dias)
Armazenamento (dias)
FIGURA 5. Valores médios obtidos para variação da proteólise FIGURA 7. Valores médios obtidos para variação da viscosida-
nas bebidas elaboradas com a cultura probiótica ABY-1 du- de nas bebidas elaboradas com a cultura probiótica ABY-1
rante o período de armazenamento (28 dias). durante o período de armazenamento (28 dias).
d
s
c
e
i
1000
com 30% de soro obtiveram valores maiores. As
3000
bebidas elaboradas com a cultura YC-180 apresen-
2000 taram valores superiores para viscosidade durante
o período de armazenamento.
0
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
0 5 10 15 20 25 30 [1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE QUEI-
JO. Dados de Produção Brasil em toneladas de pro-
Armazenamento (dias)
dutos lácteos -1998. ABIC: São Paulo, 1999. (consulta
pessoal).
FIGURA 8. Valores médios obtidos para variação da viscosida- [2] ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS.
de nas bebidas elaboradas com a cultura de iogurte YC- Official Methods of Analysis. 14.ed. Washington,
180 durante o período de armazenamento (28 dias). 1984. 1141p.
[3] ATHERTON, H.V.; NEWLANDER,J.A. Chemistry and testing
O teor de sólidos influenciou a viscosidade das be- dairy products. 4. Ed. Westport: AVI, 396P, 1981.
bidas lácteas, como observado nas Figuras 7 e 8. As [4] BAILEY, J.L. Miscellaneous analytical methods. In: ___.
bebidas elaboradas com 30% de soro mostraram valo- Techniques in protein chemistry. 2.ed. Amsterdan:
res médios maiores para viscosidade. Tendência se- Elsevier, 1967. cap. 11, p.340-52.
melhante foi descrita por WOLFSCHOON-POMBO, [5] BRASIL. Ministério da Agricultura. Regulamento da
GRANZINOLLI, FERNANDES [27], que verificaram que Agricultu-ra e do Abastecimento, Regulamento técnico
o aumento de sólidos totais ocasionou aumento pro- de identida-de e qualidade de bebidas lácteas.
porcional na viscosidade do iogurte. DAS/SIPOA. Diário Oficial da União, Brasília nº234,
p.46-49, 08 de dezem-bro de 1999. Seção I.
TRINDADE et al [26] também concluíram que o teor
[6] CHR. HANSENS’S. Nutrish Cultures. Denmark: Chr.
de sólidos influiu na viscosidade aparente de iogurtes
Hansen’s Laboratorium, s.d., 31p.
preparados com leite de soja. [7] DAVE, R. I.; SHAH, N. P. Ingredient supplementation effect
As bebidas elaboradas com a cultura de iogurte YC- son viability of probiotic bacteria in yogurt. Journal of
180 apresentaram valores médios para viscosidade Dairy Science, v.81, n.11, p.2804-25, 1998.
superiores aos da cultura ABY-1. HASHIMOTO & [8] DAVE, R.I.; SHAH, N.P. Effect of level of starter culture on
ANTUNES [11] obtiveram resultados semelhantes, pois viability of yogurt and probiotic bacteria in yogurts.
segundo estes autores, a cultura YC-180 é considera-da Food Australia, v.4, n.49, p.164-8, 1997.
filante e apresentou valores superiores para viscosi- [9] DODDS, P. Whey Beverage Technology. Cultured Dairy
dade, quando comparada a uma cultura não filante. Os Products Journal, v.54, n.3, p.17-20, 1989.
autores salientaram ainda que a produção de material [10] FURTADO, M.M.; NETO, J.P.M. Tecnologia de Queijos-
extra-celular pela cultura lática filante desempenha im- Manual Técnico para Produção Industrial de
portante papel na obtenção de iogurte com firmeza e Queijos. 1.ed. São Paulo: Dipemar,1994. 118p.
viscosidade aumentadas. [11] HASHIMOTO, E.M.; ANTUNES, L.A.F. Efeito do
tratamento térmico e de culturas filantes nas
4 – CONCLUSÕES características reológicas do iogurte do leite de cabra.
Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 3, n.15, p.255-61, 1995.
• As bebidas lácteas apresentaram diferença esta- [12] HULL, M.E. Studies on milk proteins. II. Colorimetric
tística no tempo zero para teores de gordura e ex- determination of the partial hydrolysis of the protein in
trato seco. À medida em que se elevou a propor- milk. Journal of Dairy Science, v.30, n.11, p.881-4,
ção de soro em relação ao leite, os teores de gor- 1947.
dura e de extrato seco diminuiram. [13] INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Insti-
• O teor de proteína diminuiu à medida em que se tuto Adolfo Lutz: Métodos químicos e físicos para
aumentou a quantidade de soro nas bebidas lácte- análise de alimentos. 3.ed. São Paulo: Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo, 1985. v.1, 533p.
as, embora a diferença não tenha sido tão acen-
[14] KIM, E.R.; LEE, K.W.; PARK, Y.H.; KWAK, H.S. The study of lactic
tuada quanto às observadas para os teores de gor- acid bacteria in yogurt during delivery and storage. Korean
dura e extrato seco. Journal of Dairy Science, v.14, n.3, p.260-8, 1993.
• Em relação à lactose, não se constatou diferença [15] LANKAPUTHRA, W.E.V.; SHAH, N.P. Improving viability of
significativa entre os tratamentos. Lactobacillus acidophilus and bifidobacteria in yogurt
• Os diferentes teores de soro não influiram no índi- using two step fermentation and neutralised mix. Food
Australia, v. 8, n. 49, p. 363-6, 1997.
ce de proteólise das bebidas lácteas. Verificou-se
[16] OTERO, M.; RODRIGUEZ, T.; CAMEJO, J.; CARDOSO, F. Bebi-da
todavia que as bebidas lácteas elaboradas com a
láctea fermentada. Alimentaria, v.32, n.260, p.93-5, 1995.