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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

minas dos Martírios. Já adulto, retomou o caminho da serra misteriosa e


HISTÓRIA E GEOGRAFIA navegou, de contracorrente, o Paraguai e o São Lourenço, embicando
Cuiabá acima, até o atual porto de São Gonçalo Velho, onde se chocou
DE MATO GROSSO com os índios coxiponés, que se retiraram, derrotados, e se deixaram
aprisionar como escravos.
Corrida do ouro.
HISTORIA: A notícia de índios pouco ariscos e descuidados logo se espalhou. Em
1. Período Colonial. 1718, um bandeirante de Sorocaba, Pascoal Moreira Cabral Leme, des-
Os bandeirantes: escravidão indígena e exploração do ouro. cendente de índios, subiu o rio Coxipó até atingir a aldeia destruída dos
A fundação de Cuiabá: Tensões políticas entre os fundadores coxiponés, onde deu início à rancharia de uma base de operações. Às
e a administração colonial. margens do Coxipó e do Cuiabá, Cabral Leme descobriu abundantes
A escravidão negra em Mato Grosso. jazidas de ouro. A caça ao índio cedeu vez, então, às atividades minerado-
Os Tratados de Fronteira entre Portugal e Espanha. ras. Em 8 de abril de 1719, foi lavrado o termo de fundação do arraial de
2. Período Imperial. Cuiabá, e aclamou-se Pascoal guarda-mor regente "para poder guardar
2.1 A crise da mineração e as alternativas econômicas da todos os ribeiros de ouro, socavar, examinar, fazer composições com os
Província. mineiros e botar bandeiras, tanto aurinas, como ao inimigo bárbaro".
2.3 A Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai e a partici-
pação de Mato Grosso. A notícia da descoberta de ouro não tardou em transpor os sertões,
2.4 A economia mato-grossense após a Guerra da Tríplice dando motivo a uma corrida sem precedentes para o oeste. A viagem até
Aliança contra o Paraguai. Cuiabá, distante mais de 500 léguas do litoral atlântico, exigia de quatro a
3. Período Republicano. seis meses, e era arriscada e difícil em consequência do desconforto, das
3.1 O coronelismo em Mato Grosso. febres e dos ataques indígenas.
3.2 Economia de Mato Grosso na Primeira República: usinas Rodrigo César de Meneses, capitão-general da capitania de São Paulo,
de açúcar e criação de gado. chegou a Cuiabá no fim de 1726 e ali permaneceu cerca de um ano e meio.
3.3 Política fundiária e as tensões sociais no campo. A localidade recebeu o título de Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá.
3.4 Os governadores estaduais e suas realizações Constituiu-se a câmara e nomeou-se um corpo de funcionários encarrega-
3.5 Desmembramento do Estado em MT e MS, ocorrido em dos de dar cumprimento ao rigoroso regulamento fiscal da coroa. Em 1729
1977. foi criado o lugar de ouvidor.
3.6. Criação e desmembramentos de municípios de Mato
Grosso. Defesa da terra.
As extorsões do fisco, a hostilidade dos índios e as doenças levaram
os mineiros à busca de paragens mais compensadoras, Cuiabá e Paraguai
acima, rumo à serra dos Parecis. Disseminados os povoadores pelos
arraiais, a grande linha normativa da política do reino era manter e ampliar
as fronteiras com terras de Espanha. Na década de 1740, Manuel Félix de
Lima e, a seguir, João de Sousa Azevedo, desceram o Guaporé e o Sararé,
e estabeleceram, pelo Mamoré e Madeira, a ligação com a bacia amazôni-
ca, indo sair em Belém. Azevedo conseguiu fazer a viagem de volta, pelo
Tapajós, em condições penosíssimas, durante nove meses.
As lavras de ouro intensificaram o povoamento do Mato Grosso e im-
puseram a estruturação de um poder local para melhorar a fiscalização dos
tributos e a vigilância dos limites com as terras espanholas. Em 9 de maio
de 1748, um alvará de D. João V criou a capitania de Cuiabá, com privilé-
gios e isenções para aqueles que lá quisessem fixar-se, com o objetivo de
fortalecer a colônia do Mato Grosso e, assim, conter os vizinhos, além de
servir de barreira a todo o interior do Brasil.
Resumo histórico Problemas de fronteiras.
O primeiro a desbravar a área que viria a constituir o estado do Mato Em 17 de janeiro de 1751, Antônio Rolim de Moura Tavares assumiu o
Grosso foi o português Aleixo Garcia (há quem lhe atribua, sem provas cargo de capitão-general do Mato Grosso, capitania que havia sido des-
decisivas, a nacionalidade espanhola), náufrago da esquadra de Juan Díaz membrada de São Paulo três anos antes. Sua administração, que durou 13
de Solís. Em 1525, ele atravessou a mesopotâmia formada pelos rios anos, foi importante sob vários aspectos. Rolim fundou novos centros de
Paraná e Paraguai e, à frente de uma expedição que chegou a contar com população, como Vila Bela da Santíssima Trindade, à margem do Guaporé,
dois mil homens, avançou até a Bolívia. De volta, com grande quantidade e estabeleceu uma nova organização militar, com três milícias: de brancos,
de prata e cobre, Garcia foi morto por índios paiaguás. Sebastião Caboto pardos e pretos.
também penetrou na região em 1526 e subiu o Paraguai até alcançar o
domínio dos guaranis, com os quais travou relações de amizade e de quem O Tratado de Madri, de 1750, reconheceu as conquistas bandeirantes
recebeu, como presente, peças de metais preciosos. na região do Mato Grosso, para dirimir questões de limites entre Portugal e
Espanha. Outro tratado, de 1761, modificou o anterior, ao proibir constru-
Os fantásticos relatos sobre imensas riquezas do interior do continente ções fortificadas na faixa de fronteira. Os espanhóis exigiram a evacuação
sul-americano acenderam as ambições de portugueses e espanhóis. Os de Santa Rosa, ocupada e fortificada por Rolim de Moura, que resolveu
primeiros, a partir de São Paulo, lançaram-se em audaciosas incursões, enfrentá-los. Travou-se luta, sem vantagem decisiva para nenhuma das
nas quais prearam índios e alargaram as fronteiras do Brasil. As bandeiras partes. Afinal, os castelhanos se retiraram em 1766, já sob o governo do
paulistas chocaram-se com tropas espanholas do cabildo de Assunção e sucessor de Rolim, seu sobrinho João Pedro da Câmara. Expulsos os
com resistência das missões jesuíticas. jesuítas das missões espanholas, em 1767, a situação tornou-se mais
tranquila para Portugal.
Desde 1632, os bandeirantes conheciam, de passagem e de lutas, a
região onde os jesuítas haviam localizado as suas reduções de índios e Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, que governou de
que os espanhóis percorriam como terra sua. Antônio Pires de Campos, 1772 a 1789, tomou, porém, a iniciativa de reforçar o esquema defensivo.
chegou criança, em 1672, com a bandeira paterna, às depois famosas
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Construiu, à margem do Guaporé, o forte real do Príncipe da Beira, no qual a segunda para amotinar a tropa contra essa autoridade. O presidente fez
chegaram a trabalhar mais de duzentos obreiros, e no sul, sobre o rio valer sua autoridade e expulsou-o da província. Quando fazia suas despe-
Paraguai, abaixo do Miranda, o presídio de Nova Coimbra. Fundou Vila didas, Poupino foi assassinado com um tiro pelas costas. Na administração
Maria (mais tarde São Luís de Cáceres, ou simplesmente Cáceres), Casal- de Pimenta Bueno foi montada em Cuiabá a tipografia na qual seria im-
vasco, Salinas e Corixa Grande. Criticou severamente o novo tratado luso- presso o primeiro jornal da província, A Tifis Matogrossense, cujo primeiro
espanhol de 1777 (Tratado de Santo Ildefonso) no tocante ao Mato Grosso, número circulou em 14 de agosto de 1839. A situação econômico-financeira
por achar que encerrava concessões prejudiciais a Portugal. Usou no da província se agravou, com um déficit orçamentário crescente.
levantamento cartográfico e na delimitação de fronteiras os serviços de dois
astrônomos e matemáticos brasileiros recém-formados em Coimbra, Fran- Guerra do Paraguai.
cisco José de Lacerda e Almeida e Antônio Pires da Silva Pontes, e dos Os governos se sucederam sem acontecimentos de maior relevo até a
geógrafos capitães Ricardo Francisco de Almeida Serra e Joaquim José guerra do Paraguai. Uma guarda defensiva montada em 1850 no morro do
Ferreira. Pão de Açúcar pelo governador João José da Costa Pimentel irritou o
Luís de Albuquerque já estava seriamente enfermo quando indicou pa- governo paraguaio. Pimentel então recuou ante gestões diplomáticas
ra substituí-lo seu irmão João de Albuquerque, que chegou ao Mato Grosso realizadas em Assunção. Foi substituído pelo capitão-de-fragata Augusto
doente, assumiu o posto em 1789 e morreu de "sezões malignas" em João Manuel Leverger, barão de Melgaço, cujo primeiro governo durou de
fevereiro de 1796. 1851 a 1857.

Caetano Pinto de Miranda Montenegro, o futuro marquês de Vila Real Leverger recebeu ordem de concentrar toda a força militar da província
de Praia Grande, chegou a Cuiabá em 1796 para assumir o cargo de no baixo Paraguai, para esperar os navios que deveriam subir o rio com ou
capitão-general, com recomendação da metrópole para elaborar um plano sem licença de Solano López. Mudou-se então para o forte de Coimbra,
de defesa que protegesse a capitania contra qualquer tentativa de invasão. onde permaneceu cerca de dois anos.
A guerra com os espanhóis foi deflagrada em 1801, quando Lázaro de O coronel Frederico Carneiro de Campos, nomeado presidente provin-
Ribera, à frente de 800 homens, atacou o forte de Coimbra, defendido cial em 1864, subia o rio Paraguai para assumir o posto quando seu navio -
bravamente por Ricardo Franco, com apenas cem homens, que consegui- - o Marquês de Olinda -- foi atacado e aprisionado por uma belonave para-
ram repelir o invasor. A paz, todavia, só foi firmada em Badajoz, em 6 de guaia. Logo que o Paraguai rompeu as hostilidades, revelou-se a fraqueza
maio de 1802. A capitania, com meio século de vida autônoma, consolidou do sistema defensivo brasileiro no Mato Grosso, prevista por Leverger. Caiu
sua estabilidade territorial e neutralizou de imediato o perigo de novas logo Coimbra, após dois dias de resistência. Em seguida, foi a vez de
invasões. Corumbá e da colônia de Dourados. A guerra seguiu seu curso, marcada
No fim do período colonial, registrou-se certo declínio da capitania. Em por episódios como a retirada de Laguna, a retomada e subsequente aban-
1819, Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho, futuro barão de dono de Corumbá. Dessa cidade, as tropas brasileiras trouxeram para
Vila Bela, último capitão-general, encontrou vazios os cofres públicos. Cuiabá uma epidemia de varíola que teve efeitos devastadores. Para o
Cuiabá e Vila Bela haviam sido elevadas à categoria de cidade. Em 20 de povo, 1867 seria o "ano das bexigas", mais que da retomada de Corumbá.
agosto de 1821, Magessi foi deposto pela "tropa, clero, nobreza e povo", Os últimos anos do império registraram um lento desenvolvimento da
como "ambicioso em extremo, concussionário insaciável, hipócrita". For- província, governada de outubro de 1884 a novembro de 1885 pelo general
mou-se em Cuiabá uma junta governativa que jurou lealdade ao príncipe D. Floriano Peixoto. Em 9 de agosto de 1889, assumiu a presidência o coronel
Pedro, e outra, dissidente, em Vila Bela, com o que se estabeleceu a duali- Ernesto Augusto da Cunha Matos, sob cujo governo se realizou a eleição
dade de poder. de que saíram vitoriosos os liberais -- triunfo celebrado em Cuiabá com um
Independência. pomposo baile em 7 de dezembro, pouco antes de chegar à cidade a
notícia da queda da monarquia.
A notícia da independência foi recebida ao raiar do ano de 1823. Um
governo provisório único substituiu as duas juntas. O primeiro presidente da República.
província, que assumiu em 20 de abril de 1824, foi José Saturnino da Costa As aspirações republicanas e federalistas no Mato Grosso tinham tido
Pereira, irmão de Hipólito José da Costa, que instalou o governo em Cuia- expressão confusa em várias revoltas, mas no remanso do segundo reina-
bá, o que transformou Vila Bela em "capital destronada". do as agitações se aplacaram. As campanhas pela abolição e pela repúbli-
As lutas entre as tendências conservadora e liberal refletiram-se na ca tiveram ali repercussão modesta. Ao iniciar-se o período republicano, o
província durante o primeiro reinado e a regência. O padre José Joaquim Mato Grosso tinha uma população calculada em oitenta mil habitantes. A
Gomes da Silva, de Vila Maria, foi processado em 1830 por suas "procla- província ficava segregada: sem estradas de ferro, eram necessários cerca
mações revolucionárias". Em 7 de dezembro de 1831 irrompeu um motim de trinta dias de viagem, passando por três países estrangeiros, para atingi-
contra os "pés-de-chumbo" portugueses. O carmelita frei José dos Santos la, a partir do Rio de Janeiro, por via fluvial.
Inocentes ganhou evidência ao chegar a Cuiabá, em março de 1833, a- Em 9 de dezembro foi aclamado governador do estado o general Antô-
companhado de comitiva militar, como "embaixador da insurreição". nio Maria Coelho, barão de Amambaí, liberal dissidente, antigo herói da
O governador, capitão-mor André Gaudie Ley, combateu os exaltados, retomada de Corumbá. Coelho fundou o Partido Nacional, ao qual se
que se reuniam no Centro de Zelosos da Independência, fundado em contrapunha o Partido Republicano, liderado por Generoso Ponce. Esse ato
agosto de 1833, sob a liderança de Antônio Luís Patrício Silva Manso, foi denunciado como "manobra palaciana" por Joaquim Murtinho. Nas
mulato natural de São Paulo, que conquistou maioria no conselho geral da vésperas da eleição de 15 de setembro de 1890, os republicanos recomen-
província. daram a abstenção. Como era de prever, Antônio Maria Coelho saiu vitorio-
so. Logo demitiu diversos adversários, entre os quais o juiz da capital,
A revolta conhecida como "a rusga" encontrou no governo o conselhei- Manuel José Murtinho, irmão de Joaquim Murtinho e aliado de Generoso
ro mais votado, tenente-coronel João Poupino Caldas, que tinha um passa- Ponce, e mandou a seguir prendê-lo, a pretexto de uma suposta ameaça
do de agitador como participante do motim de 1831. "A rusga" eclodiu na de sublevação monarquista. Essa arbitrariedade valeu-lhe a deposição. A
noite de 30 de maio de 1834, em Cuiabá, com a prisão ou morte de vários constituição do estado foi aprovada em 15 de agosto de 1891. No dia
portugueses em suas residências. Poupino Caldas apareceu dessa vez seguinte empossou-se o primeiro governador republicano: Manuel José
como defensor da ordem, mas, na verdade, contemporizou com os rebel- Murtinho.
des, nomeou líderes extremados para postos importantes, e acabou prisio-
neiro da rebelião, submetido às ordens da junta revolucionária. Antônio No plano nacional, os acontecimentos se complicaram com o manifesto
Pedro de Alencastro assumiu em 22 de setembro a presidência e já em 30 de generais e almirantes contra Floriano Peixoto, em que denunciavam a
de outubro conseguiu prender os chefes da revolta. "indébita intervenção da força armada nas deposições de governadores dos
estados". Entre os signatários estava o general Coelho, que seria preso.
Poupino Caldas voltou a atuar em 1836, tentando duas sedições, a Em Corumbá, seus partidários revidaram, com a deposição do intendente
primeira para impedir a posse do presidente escolhido pela assembleia, municipal. Os rebeldes instalaram na cidade uma junta governativa de
José Antônio Pimenta Bueno, futuro visconde e marquês de São Vicente, e tendência separatista, que logo estendeu seu domínio a Cuiabá e destituiu

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Manuel Murtinho. Em 7 de maio de 1892, Generoso Ponce, a frente de Grosso. A construção de Brasília contribuiu para acabar com a antiga
quatro mil homens, iniciou o cerco às forças adversárias na capital e domi- estagnação. Uma vez inaugurada a nova capital, o Mato Grosso continuou
nou-as em menos de uma semana. Em 22 de junho caiu Corumbá. Vitorio- a atrair mão-de-obra agrícola de outros estados, pois oferecia as melhores
so o Partido Republicano, Manuel Murtino retornou ao poder. áreas de colonização do país. Graves problemas persistiam, porém, na
década de 1980. O sistema de transporte, embora tenha ganho a rodovia
Surgiu mais tarde, entretanto, uma desavença entre os dois líderes, Cuiabá-Porto Velho em setembro de 1984, ainda não bastava para escoar
Ponce e Murtinho, este último já então ministro do Supremo Tribunal Fede- a produção estadual; as instalações de armazenamento deixavam a dese-
ral. O rompimento consumou-se em dezembro de 1898, com uma declara- jar; a disponibilidade de energia elétrica (120.000kW em 1983) era insufici-
ção pública de Manuel Murtinho, apoiado por seu prestigioso irmão Joa- ente; eram precários o saneamento e os serviços de saúde e educação.
quim Murtinho, ministro da Fazenda do presidente Campos Sales. Seus
partidários conquistaram o poder, num ambiente de grande violência. Mais Também o problema ecológico apresentava-se gravíssimo: inúmeras
tarde, contudo, Ponce e Murtinho reconciliaram-se e formaram novo agru- espécies dessa região já foram extintas e outras estavam em processo de
pamento político, a Coligação. A vitória dessa corrente política se deu com extinção, como os jacarés, caçados à razão de dezenas de milhares por
o movimento armado de 1906, que culminou na morte do presidente Antô- mês. Para coibir esses abusos, o governo federal lançou a Operação
nio (Totó) Pais de Barros. Seguiu-se um período de interinidade na presi- Pantanal e criou o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense.
dência. Generoso Ponce foi afinal eleito em 1907. A economia do estado
melhorou com a abertura de vias férreas a partir do leste (Jupiá, Três Cuiabá
Lagoas e Água Clara) e do oeste (Porto Esperança, Miranda e Aquidaua-
na), para se encontrarem em Campo Grande. A ligação ferroviária com São
Paulo foi fator de progresso para o Mato Grosso, por intensificar o comércio
e valorizar as terras da região.
Questão do mate. Com o novo presidente, Joaquim Augusto da Costa
Marques, que assumiu em 1911, avultaram as pressões da companhia
Mate Laranjeira no sentido de renovar o arrendamento dos seus extensos
ervais no sul do estado. A pretensão suscitou nova divergência entre Murti-
nho e Ponce: o primeiro defendia a prorrogação do contrato até 1930, com
opção para a compra de um a dois milhões de hectares, enquanto Ponce
queria a divisão da área em lotes de 450 hectares, que seriam oferecidos a
arrendamento em hasta pública.
Morto Ponce, a empresa ganhou novo trunfo com o apoio do senador
situacionista Antônio Azeredo. Mas o antigo presidente do estado, Pedro
Celestino Correia da Costa, tomou posição contrária. Os deputados esta-
duais hostis à prorrogação do contrato fizeram obstrução e impediram que
ela fosse aprovada. Finalmente, a Mate Laranjeira foi frustrada em suas
pretensões, com a aprovação da lei nº 725, de 24 de agosto de 1915. Fundação de Cuiabá em 8 de abril de 1719

O general Caetano Manuel de Faria Albuquerque assumiu o governo A localização de Cuiabá coincide exatamente com o centro geodésico
em 15 de agosto de 1915. Seus próprios correligionários conservadores da América do Sul, cujo marco indicativo se situa na praça Moreira Cabral.
tentaram forçá-lo à renúncia, e ele, tendo a seu lado Pedro Celestino, Capital do estado de Mato Grosso, Cuiabá está situada à margem es-
aceitou o apoio da oposição, num movimento que se chamou "caetanada". querda do rio do mesmo nome. Apresenta relevo tabular e suas temperatu-
Contra seu governo organizou-se a rebelião armada, com ajuda da Mate ras são elevadas, com chuvas no verão. Predomina em seus arredores a
Laranjeira e seus aliados políticos. Na assembleia foi proposto e aprovado vegetação do cerrado, salvo às margens do rio Cuiabá, onde se concentra
o impedimento do general Caetano de Albuquerque. Consultado, o Supre- o remanescente da reserva florestal do município.
mo Tribunal Federal não tomou posição definitiva, e o presidente Venceslau
Brás acabou por decretar a intervenção no estado em 10 de janeiro de As primeiras notícias de ocupação efetiva da região datam de 1719,
1917. Em outubro, no Rio de Janeiro, os chefes dos dois partidos locais quando a descoberta do ouro atraiu para lá levas de povoadores vindos da
concluíram acordo, mediante o qual indicavam o bispo D. Francisco de Europa e dos estabelecimentos agrícolas do litoral. Assim, o núcleo desen-
Aquino Correia para presidente, em caráter suprapartidário. O prelado volveu-se em função da exploração aurífera e dos movimentos das bandei-
assumiu em 22 de janeiro de 1918, e fez uma administração conciliadora, ras. Os distritos de Mato Grosso (Vila Bela) e Cuiabá constituíram, durante
assinalada por uma série de iniciativas. a primeira metade do século XVIII, os únicos aglomerados urbanos de toda
a área que abrange o centro-norte do atual estado de Mato Grosso, na
Depois de 1930. Até a revolução de 1930, a administração estadual lu- época sob a jurisdição da capitania de São Paulo. Esta, entretanto, sem
tou com graves problemas financeiros. No período pós-revolucionário, poder responder pelos encargos administrativos das duas localidades,
sucederam-se os interventores. Em 1932, o general Bertoldo Klinger, desanexou-as por meio do alvará de 9 de maio de 1748. Criou-se dessa
comandante militar do Mato Grosso, deu apoio armado ao movimento forma a capitania de Mato Grosso e Cuiabá.
constitucionalista de São Paulo. Em 7 de outubro de 1935, a Assembleia
Constituinte elegeu governador Mário Correia da Costa. Incidentes ocorri- Com o declínio da exploração mineral nas jazidas e aluviões, que se
dos em dezembro de 1936, quando foram feridos a bala os senadores revelaram de pequena importância, e com a imposição de normas drásticas
Vespasiano Martins e João Vilas Boas, deram causa à renúncia do gover- de fiscalização e o estabelecimento da sede do governo da capitania em
nador e a nova intervenção federal. Vila Bela, iniciou-se para Cuiabá um período de rápida decadência, com
evasão em massa da população, que lá não encontrava nenhum elemento
Separação. fixador.
A velha ideia da separação só veio a triunfar em 1977, por meio de A vila foi elevada à categoria de cidade em 17 de setembro de 1818,
uma lei complementar que desmembrou 357.471,5km2 do estado para criar passando a ser capital em 1820. A função de centro administrativo, no
o Mato Grosso do Sul. A iniciativa foi do governo federal, que alegava em entanto, não foi suficiente para tirar Cuiabá da estagnação econômica em
primeiro lugar a impossibilidade de um único governo estadual administrar que se encontrava, da qual somente libertou-se a partir de meados do
área tão grande e, em segundo, as nítidas diferenças naturais entre o norte século XX, com sua ligação à rede rodoviária nacional, realizada em 1960.
e o sul do estado. A lei entrou em vigor em 1º de janeiro de 1979. Essa ligação tirou partido da excelente posição estratégica de que a cidade
As políticas econômicas de apoio preferencial à exportação e à ocupa- desfruta, permitindo seu desenvolvimento como pólo de atração regional e
ção e desenvolvimento da Amazônia e do Centro-Oeste, implantadas a porta de entrada para toda a Amazônia meridional.
partir da década de 1970, levaram a novo surto de progresso no Mato

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O centro urbano abrange a parte mais antiga de Cuiabá, que compre- Paulo que, ao lado da agricultura de subsistência, optou por traficar, não
ende um conjunto de vias estreitas e tortuosas que datam do ciclo da escravos africanos, mas sim índios, necessários às capitanias que não
mineração. Desse período podem ainda ser encontrados, na chamada desenvolveram com sucesso o plantio da cana-de-açúcar e o fabrico da
Cidade Velha, inúmeros sobrados, a igreja do Rosário e a capela de São açúcar. Dessa forma, os paulistas criaram o movimento das bandeiras.
Benedito (1772), exemplos típicos da arquitetura colonial brasileira, que, ...Nesse movimento, os bandeirantes acabaram descobrindo ouro, em
juntamente com as características do traçado dessa área, conferem certo primeiro lugar, em terras que hoje pertencem ao estado de Minas gerais e,
potencial turístico à cidade. mais tarde, nas de Mato Grosso e de Goiás. Com esse movimento, os
bandeirantes paulistas estavam, sem querer, aumentando o território colo-
Na economia, o setor terciário é o de maior relevância, em virtude da nial, pois essas novas terras descobertas, segundo o tratado de Tordesi-
função administrativa como sede estadual e de sua posição como único lhas, fixado em 1494, antes mesmo da descoberta do Brasil, não pertence-
centro urbano de vulto em uma vasta região. ©Encyclopaedia Britannica do riam a Portugal, mas sim à Espanha. O Rei Lusitano, vendo que os bandei-
Brasil Publicações Ltda. rantes estavam alargando as fronteiras de sua Colônia, povoando esses
territórios e descobrindo metais preciosos (ouro e diamante), resolveu
apoiá-los e incentivá-los nesse movimento.
A bandeira de Antônio Pires de Campos atingiu a região do rio Coxipó-
Mirim e ali ocorreu uma guerra, e aprisionaram os índios Coxiponés, que
reagiram, travando um intenso combate com os paulistas. Logo atrás dessa
bandeira, seguiu-se outra, capitaneada por Pascoal Moreira Cabral que,
desde 1716, já palmilhava terras mato-grossenses sabendo ele da existên-
cia de índios, resolveu seguir para o mesmo local, onde havia um acampa-
mento chamado São Gonçalo. Exaurida pelas lutas travadas, a bandeira de
Moreira Cabral resolveu arranchar-se às margens do rio Coxipó-Mirim e,
segundo nos conta o mais antigo cronista, Joseph Barboza de Sá, desco-
briram casualmente ouro, quando lavavam os pratos na margem daquele
rio. Para garantir tranquilidade no local, Pascoal Moreira Cabral resolveu
pedir reforços às bandeiras que se encontravam na região. Chegou então
ao Arraial de São Gonçalo a bandeira de Fernão Dias Falcão, composta de
130 homens de guerra, que passaram a auxiliar nos trabalhos auríferos.
O fato de terem os bandeirantes paulistas, encontrado ouro mudou o
Chegada de Rodrigo Cesar de Menezes para a instalação da Villa rumo de sua marcha, pois ao invés de continuarem caçando os índios,
Processo Histórico da Ocupação terminaram por fixar-se na região, construindo casas e levantando capeli-
nha. Esse primeiro povoamento denominou-se São Gonçalo Velho.
http://www.bonsucessomt.com.br/historia/matogrosso.pdf
Em 1719, em São Gonçalo Velho, a 08 de abril, Moreira Cabral lavra a
O processo de ocupação desta região ocorreu na primeira metade do Ata de Fundação do Arraial do Senhor Bom Jesus. Dois anos depois o
século XVIII, com o avanço realizado para além da fronteira oeste, a partir arraial foi mudado para o rio Coxipó, uma vez que a população mineira
de um paralelo traçado pelo Tratado de Tordesilhas entre Portugal e Espa- começou a perceber que o ouro estava escasseando, e resolveu mudar
nha, sendo que as terras que ficassem ao lado oeste pertenceriam ao para outro local denominado Forquilha, também no rio Coxipó-Mirim. Ali
Governo espanhol e a leste ao Governo português. O Tratado de Tordesi- levantaram novo acampamento, ergueram outra capela e deram continui-
lhas, assinado entre Portugal e Espanha em 07 de Junho de 1494, oficiali- dade aos trabalhos de mineração.
zou a divisão do mundo por linhas imaginárias entre os Estados dos tem-
pos modernos. Aos oito dias do mês de abril da era de mil setecentos e dezenove a-
nos, neste Arraial do Cuiabá, fez junto o Capitão-Mor Pascoal Moreira
Os responsáveis por este avanço além fronteira foram os bandeirantes Cabral com os seus companheiros e ele requereu a eles este termo de
paulistas, com o objetivo de aquisição de mão-de-obra barata, uma vez que certidão para notícia do descobrimento novo que achamos no ribeirão do
o tráfico negreiro já sofria restrições, o que tornava a atividade muito onero- Coxipó, invocação de Nossa Senhora da Penha de França, depois que foi o
sa, constituindo a prisão de indígenas como uma alternativa vantajosa, por nosso enviado, o Capitão Antônio Antunes com as amostras que levou do
não ocasionar custos elevados. Os bandeirantes faziam estas longas ouro ao Senhor General. Com a petição do dito capitão-mor, fez a primeira
expedições, com este único e exclusivo interesse, afinal, o comércio de entrada aonde assistiu um dia e achou pinta de vintém e de dois e de
escravos indígenas era lucro garantido para seus capturadores. quatro vinténs a meia pataca, e a mesma pinta fez na segunda entrada em
No século XVII, São Vicente (onde hoje está o estado de São Paulo) que assistiu, sete dias, ele e todos os seus companheiros às suas custas
era uma capitania pobre, quando comparada às da Bahia e de Pernambu- com grandes perdas e riscos em serviço de Sua Real Majestade. E como
co. Não havia nela nenhum produto de destaque para exportação. A eco- de feito tem perdido oito homens brancos, foros e negros e para que a todo
nomia era baseada em agricultura de subsistência: milho, trigo, mandioca. tempo vá isto a notícia de sua Real Majestade e seus governos para não
Vendia alguma coisa para o Rio de Janeiro, e só. A cidade de São Paulo perderem seus direitos e, por assim, por ser verdade nós assinamos todos
não passava de um amontoado de casebres de gente pobre. Mas tinha a neste termo o qual eu passei bem e fielmente a fé de meu ofício como
vantagem de ser uma das poucas vilas Brasileiras que não se localizam no escrivão deste Arraial. Pascoal Moreira Cabral, Simão Rodrigues Moreira,
litoral. Partindo dela fica mais fácil entrar nas florestas. Pois foi exatamente Manoel dos Santos Coimbra, Manoel Garcia Velho, Baltazar Ribeiro Navar-
por isso que a maioria dos bandeirantes saiu de São Paulo. Tornar-se ro, Manoel Pedroso Lousano, João de Anhaia Lemos, Francisco de Sequei-
bandeirante era uma chance para o paulista melhorar de vida....Os coman- ra, Asenço Fernandes, Diogo Domingues, Manoel Ferreira, Antônio Ribeiro,
dantes usavam roupas novas e botas de couro, para se protegerem de Alberto Velho Moreira, João Moreira, Manoel Ferreira de Mendonça, Antô-
picada de cobra. Os homens livres e pobres tinham roupas velhas e pés nio Garcia Velho, Pedro de Godois, José Fernandes, Antônio Moreira,
descalços. Todos eles armados. Também fazia parte da bandeira um grupo lnácio Pedroso, Manoel Rodrigues Moreira, José Paes da Silva. (BARBOZA
de índios já submetidos pelos colonos. ...Eles se embrenhavam na floresta de SÁ, 1975, p. 18).
tropical fechada e rios agitados, indo a lugares muito distantes de qualquer Nesse dia, os bandeirantes fixados no Arraial de São Gonçalo, elege-
cidade colonial. Mas o objetivo deles não era nada heróico: eles eram ram um chefe chamado Guarda-Mor e o escolhido por eleição, foi Pascoal
caçadores de índios. ...Os bandeirantes atacavam impiedosamente as Moreira Cabral.
aldeias indígenas. Matavam todo mundo que atrapalhasse inclusive as
crianças. Depois acorrentavam os índios e os levavam como escravos. Em 1722, o bandeirante Miguel Sutil chegou à zona mineira com o ob-
jetivo de verificar o estado de uma roça que havia plantado às margens de
... a cana-de-açúcar não obteve êxito, sendo que seus colonos resolve- outro rio, o Cuiabá. Como ele e seus companheiros estavam famintos,
ram se dedicar a outras atividades, como foi o caso da Capitania de São mandou Sutil que dois índios saíssem à cata de mel. Os índios se demora-

História e Geografia do MT 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ram muito e, quando chegaram,ao invés de mel, trouxeram ouro em pe- planície da parte oposta aos campos dos Parecis (que só tem algumas
quenos folhetos “caeté”. Como já era quase noite, Miguel Sutil deixou para ilhas de arbustos agrestes), toparam com matos virgens de arvoredo
o dia seguinte, verificar pessoalmente onde se localizava a nova mina. muito elevado e corpulento que entrando a penetrá-lo o foram apeli-
Situava-se às margens de um córrego, braço do rio Cuiabá - Córrego da dando Mato Grosso: e este é o nome que ainda conserva todo aquele
Prainha. distrito.
As notícias do novo descobrimento aurífero foram enviadas para a Ca- Caminharam sempre ao poente, e depois de vencerem sete léguas de
pitania de São Paulo, da qual essas terras faziam parte. Com isso, um espessura, toparam com o agregado das serras [...].
grande fluxo migratório chegou à região, visando o enriquecimento e o
estabelecimento de roças que pudessem fornecer alimentos à população. Pelo que desse registro se depreende, o nome Mato Grosso é originá-
rio de uma extensão de sete léguas de mato alto, espesso, quase impene-
A "boa nova" se espalhou rapidamente entre os pequenos arraiais de trável, localizado nas margens do Rio Galera, percorrido pela primeira vez
São Gonçalo e da Forquilha, ocasião em que, impressionados pelo volume em 1734, pelos irmãos Paes de Barros. Acostumados a andar pelos cerra-
aurífero que diziam conter essa mina, seus habitantes abandonaram os dos do chapadão dos Parecis, onde haviam apenas algumas ilhas de
dois núcleos iniciadores do povoamento da região, dando inicio a outro arbustos agrestes, os irmãos aventureiros, impressionados com a altura e
núcleo urbano, que são as origens da atual cidade de Cuiabá, capital do porte das árvores, o emaranhado da vegetação secundária que dificultava a
estado de Mato Grosso. A notícia foi levada para São Paulo e de lá se penetração, com a exuberância da floresta, a denominaram Mato Grosso.
espalhou por outras capitanias, chegando até Portugal, o que provocou, em Perto desse mato fundaram as Minas de São Francisco Xavier e toda a
pouco tempo, um aumento da população, que passou a disputar palmo-a- região adjacente, pontilhada de arraiais de mineradores, ficou conhecida na
palmo os terrenos auríferos. história como as Minas do Mato Grosso.
Em 1º de janeiro de 1727, o Arraial do Senhor Jesus do Cuyabá, rece- Posteriormente, ao se criar a Capitania por Carta Régia, em 09 de maio
beu o foro e foi elevado à categoria de vila, para a se chamar Vila Real do de 1748, (em 2011- 263 anos da criação da Capitania de Mato Grosso e do
Senhor Bom Jesus por ato do Capitão General de São Paulo, Dom Rodrigo Cuiabá) o governo português assim se manifestou:
César de Menezes. Em 17 de setembro de 1818, por Carta Régia de D.
João VI, a vila do Cuiabá é elevada à categoria de cidade. Dom João, por Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, [...] Fa-
ço saber a v6s, Gomes Freire de Andrade, Governador e Capitão General
A presença do governante paulista nas Minas do Cuiabá ensejou uma do Rio de Janeiro, que por resoluto se criem de novo dois governos, um
verdadeira extorsão sobre os mineiros, numa obcessão institucional pela nas Minas de Goiás outro nas de Cuiabá [...].
arrecadação dos quintos de ouro. Esses fatos somados à gradual diminui-
ção da produção das lavras auríferas fizeram com que os bandeirantes Dessa forma, ao se criar a Capitania, como meio de consolidação e
pioneiros fossem buscar o seu ouro cada vez mais longe das autoridades institucionalização da posse portuguesa na fronteira com o reino da Espa-
cuiabanas. nha, Lisboa resolveu denominá-las tão somente de Cuiabá. Mas no fim do
texto da referida Carta Régia, assim se exprime o Rei de Portugal:
Com esse movimento, novas minas foram descobertas, como as La-
vras dos Cocais, em 1724, às margens do ribeirão do mesmo nome (atual [...] por onde parte o mesmo governo de São Paulo com os de Per-
Nossa Senhora do Livramento), distante 50 km de Cuiabá. Os descobrido- nambuco e Maranhão e os confins do Governo de Mato Grosso e Cuiabá
res do novo vieram auríferos, foram os sorocabanos Antonio Aires e Dami- [...].
ão Rodrigues. Em pouco tempo, o pequeno arraial foi integrado por outros Apesar de não denominar a Capitania expressamente com o nome de
mineiros que, igualmente, fugiram das imposições fiscalistas, impostas na Mato Grosso, somente referindo-se às Minas do Cuiabá, no fim do texto da
Vila Real do Senhor Bom Jesus, com a presença do governador Paulista. Carta Régia, é denominado plenamente o novo governo como sendo de
Em 1734, estando já quase despovoada, a Vila Real do Senhor Bom ambas as minas, do Mato Grosso e do Cuiabá. Isso ressalva, na realidade,
Jesus do Cuiabá, os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, atrás de a intenção portuguesa de dar à Capitania o mesmo nome posto anos antes
índios Parecis, descobriram veio aurífero, os quais resolveram denominar pelos irmãos Paes de Barros. Entende-se perfeitamente essa intenção.
Minas do Mato Grosso, situadas nas margens do Rio Galera, no Vale do Todavia, a consolidação do nome Mato Grosso veio rápido. A Rainha
Guaporé. D. Mariana Vitória, ao nomear Dom Antonio Rolim de Moura Tavares como
Os Anais de Vila Bela da Santíssima Trindade, escritos em 1754, pelo Primeiro Capitão General, em Carta Patente de 25 de setembro de 1748,
escrivão da Câmara dessa vila, Francisco Caetano Borges, citando o nome assim se expressa:
Mato Grosso, assim nos explicam: [...]; Hei por bem de o nomear como pela presente o nomeio no cargo
Saiu da Vila do Cuiabá Fernando Paes de Barros com seu irmão Artur de Governador e Capitão General da Capitania do Mato Grosso por
Paes, naturais de Sorocaba, e sendo o gentio Pareci naquele tempo o mais tempo de três anos [u.].
procurado, [...] cursaram mais ao Poente delas com o mesmo intento, A mesma Rainha, no ano seguinte, a 19 de janeiro, entrega a Dom An-
arranchando-se em um ribeirão que deságua no rio da Galera, o qual corre tônio Rolim de Moura Tavares as suas famosas Instruções, que lhe deter-
do Nascente a buscar o Rio Guaporé, e aquele nasce nas fraldas da Serra minariam as orientações para a administração da Capitania, em especial os
chamada hoje a Chapada de São Francisco Xavier do Mato Grosso. Da tratos com a fronteira do reino espanhol. Assim nos dá o documento:
parte Oriental, fazendo experiência de ouro, tiraram nele três quartos de
uma oitava na era de 1734. [...] fui servido criar uma Capitania Geral com o nome de Mato Gros-
so [...]
Dessa forma, ainda em 1754, vinte anos após descobertas as Minas do
Mato Grosso, pela primeira vez o histórico dessas minas foi relatado num 1° - [...] atendendo que no Mato Grosso se querer muita vigilância
documento oficial, onde foi alocado o termo Mato Grosso, e identificado o por causa da vizinhança que tem, houve por bem determinar que a cabeça
local onde as mesmas se achavam. . do governo se pusesse no mesmo distrito do Mato Grosso [...];

Todavia, o histórico da Câmara de Vila Bela não menciona porque os 2° - Por ter entendido que no Mato Grosso é a chave e o propugnáculo
irmãos Paes de Barros batizaram aquelas minas com o nome de Mato do sertão do Brasil [...].
Grosso. E a partir daí, da Carta Patente e das Instruções da Rainha, o governo
Quem nos dá tal resposta é José Gonçalves da Fonseca, em seu tra- colonial mais longínquo, mais ao oriente em terras portuguesas na América,
balho escrito por volta de 1780, Notícia da Situação de Mato Grosso e passou a se chamar de Capitania de Mato Grosso, tanto nos documentos
Cuiabá, publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro oficiais como no trato diário por sua própria população. Logo se assimilou o
de 1866, que assim nos explica a denominação Mato Grosso. nome institucional Mato Grosso em desfavor do nome Cuiabá. A vigilância
e proteção da fronteira oeste eram mais importantes que as combalidas
[...] se determinaram atravessar a cordilheira das Gerais de oriente pa- minas cuiabanas. A prioridade era Mato Grosso e não Cuiabá.
ra poente; e como estas montanhas são escalvadas, logo que baixaram a

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A exemplo do restante das colônias brasileiras, a região fora objeto, Portugal e fora transplantada para as terras portuguesas ultramar, chegan-
num primeiro momento da busca por metais preciosos, servindo de passa- do ao Brasil o Sistema de Sesmaria foi uma prática comum em todas as
gem de garimpeiros fugindo das altas taxas de que eram cobradas em possessões portuguesas, como podemos constatar no processo de orde-
nome Rei de Portugal, através de seus representantes nas minas do Cuia- namento jurídico na promoção da ocupação de terras no novo mundo, dado
bá e o grande aparato de fiscalização ali conduzido ao fio da baioneta se pelos portugueses logo que decidiam ocupá-las e povoá-las.
preciso fosse.
O Modelo foi radicado e posto em prática pela política de ocupação
portuguesa para suas colônias do além mar, formando Colônias de Povoa-
mento e Exploração; modelo este levado à exaustão por longos séculos de
Ao longo dos anos, foram estabelecendo roças para cultivo de alimen- expropriação de propriedade de terceiros sem tomar conhecimento, quem
tos para abastecer as regiões com veio aurífero, o qual era outro mecanis- era ou quem poderia reclamar sua posse, montando um aparato de domi-
mo de ocupação e o povoamento para garantir a posse, o que ocasiona a nação e extermínio dos opositores, neste caso os primitivos habitantes
distribuição gratuita de terras aos nobres portugueses e aventureiros, a dessa região, os povos silvícolas (erradamente chamados pelos “europeus
através da concessão de Sesmaria, não sendo diferente nesta nossa civilizados e cultos” de índios), que compunham diversas nações e etnias.
região, onde hoje nós a denominamos de Várzea Grande, com as conces-
sões das Sesmarias do Bonsucesso e São Gonçalo etc. A Várzea Grande, antes do Ato do governo Provincial de José Vieira
Couto Magalhães, era uma região explorada como qualquer outra nesta
No Brasil, o direito de conceder sesmarias cabia aos delegados do rei, busca por veio aurífero, ocupada por aventureiro, alguns correndo do fisco
mas com o estabelecimento das capitanias hereditárias, passou aos dona- real instalado na Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá. Consta infor-
tários e governadores. mações não oficial, um processo de ocupação por Ato Real, em que é
Sesmaria é um pedaço de terra devoluta -- ou cuja cultura foi abando- concedido uma Sesmaria ao Índios Guanás, habitantes da região e por
nada -- que é tomada a um presumido proprietário para ser entregue a um serem mansos e estarem este em atos comerciais com os bandeirantes
agricultor ou sesmeiro. A posse da terra está, assim, vinculada a seu apro- paulistas e moradores da Vila do Cuiabá. Inclusive é este a origem do
veitamento. Os portugueses trouxeram essa tradição para o Brasil, onde, topônimo da localidade: Várzea Grande dos Índios Guanás4, doada aos
no entanto, a imensidão do território acabou por estabelecer um sistema de Guanás em 1832, por Ato do Governo imperial. Quanto ao caminho obriga-
latifúndios improdutivos. tório para o oeste e sul da província, a Várzea Grande era desde o inicio do
processo de ocupação dos primeiros aventureiros, que por esta região se
Sesmaria. atreveram avançar, em terras pertencentes ao Reino de Espanha por força
Em 1349 o rei D. Afonso IV promulgou a lei que restaurava o regime do Tratado de Tordesilhas de 1494, mas sim caminho de tropeiros e boia-
anterior à peste, mas enfrentou grande oposição. Pressões da corte por fim deiros.
fizeram Fernando I assinar, por volta de 1375, a célebre lei das sesmarias, Esta doação de terras em sesmaria a silvícolas mansos ou agressivos
compromisso de difícil cumprimento entre a nobreza e a burguesia. A são bastante questionáveis, tendo em vista a atividade que interessavam
propriedade agrícola passou a ser condicionada a seu uso. Uma vez utili- aos portugueses e paulistas no inicio da marcha para o oeste, como fora
zada, tornava-se concessão administrativa, com a cláusula implícita de denominada a aventura dos bandeirantes nesta região, aprisionar indíge-
transferência e reversão. O exercício da propriedade da terra seguia o nas para o trabalho forçado em São Paulo, por representar mão de obra
estabelecido nas Ordenações Manuelinas e Filipinas. mais barata e bem como investigar a existência de metais preciosos, o que
Sistema de Sesmaria acabou ocorrendo e mudou todo o interesse por estas terras. Porém o
trabalho forçado não seria agora para as lavouras de café paulista, e sim as
A adaptação das sesmarias às terras incultas do Brasil desfigurou o minas de ouro que precisavam de todo o esforço para delas jorrar toda
conceito, a começar pela imediata equiparação da sesmaria às glebas riqueza possível.
virgens. A prudente recomendação da lei original de que não dessem
"maiores terras a uma pessoa que as que razoadamente parecer que no Os silvícolas e negros eram considerado uma forte mão de obra e “não
dito tempo poderá aproveitar" tornou-se letra morta diante da imensidão ser humano, sim mercadoria”, como escravos podiam ser comercializados
territorial e do caráter singular da colônia. O sesmeiro, originalmente o em mercados e, portanto, propriedade de donatários de terras aqui ou em
funcionário que concedia a terra, passou a ser beneficiário da doação, qualquer região onde estivesse e fosse necessário mão de obra de baixo
sujeito apenas ao encargo do dízimo. custo, onde neste período da historia, a mão de obra negra já estava muito
dispendiosa para os latifundiários.
A terra era propriedade do rei de Portugal, que a concedia em nome da
Ordem de Cristo. Martim Afonso de Sousa, em 1530, foi o primeiro a ter O Povoamento
essa competência, num sistema que já tinha então maior amplitude, ajusta- As origens históricas do povoamento de Mato Grosso estão ligadas às
do às condições americanas. Um ato de 1548 legalizou o caráter latifundiá- descobertas de ricos veios auríferos, já no começo do século 18. Em 1718,
rio das concessões, contrário ao estatuto português. Estabelecidas as o bandeirante Antônio Pires de Campos, que um ano antes esteve às
capitanias hereditárias, o poder de distribuir sesmarias passou aos donatá- margens do Rio Coxipó, em local denominado São Gonçalo Velho, onde
rios e governadores. combateu e aprisionou centenas de índios Coxiponés (Bororo), encontrou-
Em 1822, graças às concessões liberais e desordenadas, os latifúndios se com gente da Bandeira de Paschoal Moreira Cabral Leme, informando-
já haviam ocupado todas as regiões economicamente importantes, nas lhes sobre a possibilidade de escravizarem índios à vontade.
imediações das cidades e em pontos próximos dos escoadouros da produ- Ao ser informado da fartura da (possível) prea, Paschoal Moreira Ca-
ção. Os proprietários de grandes áreas não permitiam o estabelecimento de bral Leme seguiu Coxipó acima: o seu intento, no entanto, não foi realizado,
lavradores nas áreas incultas senão mediante vínculos de dependência. pois no confronto com o gentio da terra, na confluência dos rios Mutuca e
Quando o governo baixou a Resolução nº 017, promulgada pelo Príncipe Coxipó, os temíveis Coxiponé, que dominavam esta região, teve sua expe-
Regente D. Pedro, a qual suspendeu a concessão de terras de sesmaria dição totalmente rechaçada pelas bordunas e flexas certeiras daquele povo
até que nova lei regulasse o assunto, não havia mais terras a distribuir. guerreiro.
Estavam quase todas repartidas, exceto as habitadas pelos índios e as
inaproveitáveis. Em suas origens, o regime jurídico das sesmarias liga-se Enquanto a expedição de Moreira Cabral se restabelecia dos danos
aos das terras comunais da época medieval, chamado de communalia. causados pela incursão Coxiponé, dedicaram-se ao cultivo de plantações
(grifo nosso). de subsistência, apenas visando o suprimento imediato da bandeira. Foi
nesta época que alguns dos seus companheiros, embrenhando-se Coxipó
O vocábulo sesmaria derivou-se do termo sesma, e significava 1/6 do acima, encontraram em suas barrancas as primeiras amostras de ouro.
valor estipulado para o terreno. Sesmo ou sesma também procedia do Entusiasmados pela possibilidade de riqueza fácil, renegaram o objetivo
verbo sesmar (avaliar, estimar, calcular) ou ainda, poderia significar um principal da bandeira, sob os protestos imediatos de Cabral Leme, que,
território que era repartido em seis lotes, nos quais, durante seis dias da entretanto, aderiu aos demais. Foi desta forma que estando a procura de
semana, exceto no domingo, trabalhariam seis sesmeiros. A média aproxi-
madamente de uma Sesmaria era de 6.500m². Esta medida vigorou em

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índios para escravizar Paschoal Moreira Cabral Leme encontrou ouro em era fidalgo português e primo do Rei, mais tarde foi titulado Conde de
quantidade inimaginada. Azambuja. A 19 de março de 1752, D. Rolim de Moura Tavares, fundou
Villa Bela da Santíssima Trindade, às margens do Rio Guaporé, que se
Desta forma os paulistas bateram as estremas das regiões cuiabanas, tornou capital da Capitania de Mato Grosso.
onde o ouro se desvendava aos seus olhos. A descoberta do ouro levou os
componentes da bandeira de Cabral a se deslocarem para uma área onde Vários povoados haviam se formado na porção oestina, desde 1726
tivessem até a criação da Capitania, a exemplo de Santana, São Francisco Xavier e
Nossa Senhora do Pilar.Esses povoados, além de constituírem os primeiros
maior facilidade de ação. Surgiu Forquilha, a povoação pioneira de to- vestígios da ocupação da porção ocidental da Capitania, tornaram-se o
do Mato Grosso, na confluência do Rio Coxipó com o Ribeirão Mutuca, embrião para o surgimento de Vila Bela, edificada na localidade denomina-
exatamente onde tempos havia ocorrido terrível embate entre paulistas e da Pouso Alegre. O crescimento de Vila Bela foi gradativo e teve como
índios da nação Coxiponé. maior fator de sua composição étnica, os negros oriundos da África para
Espalhou-se então a notícia da descoberta das Minas do Cuyabá. Vale trabalho escravo, além dos migrantes de diversas áreas da Colônia.
dizer que o adensamento de Forquilha foi inevitável, o que preocupou a O período áureo de Vila Bela ocorreu durante o espaço de tempo em
comunidade quanto à manutenção da ordem e estabilidade do núcleo. Este que esteve como sede política e administrativa da Capitania, até 1820. A
fato levou Paschoal Moreira Cabral, juntamente com alguns bandeirantes, a partir daí, começou a haver descentralização política, e Vila Bela divide
lavrar uma ata e fundar o Arraial de Cuiabá, em 08 de abril de 1719, de- com Cuiabá a administração Provincial. No tempo do Reino Unido de
vendo a partir de então, seguir administrativamente os preceitos e determi- Portugal, Brasil e Algarves, no início do século XIX, Cuiabá atraía para si a
nações legais da Coroa. Na verdade, a Ata de Criação de Cuiabá deixa sede da Capitania. Vila Bela recebia o título de cidade sob a denominação
nítida a preocupação de Paschoal Moreira Cabral em notificar à Coroa de Matto Grosso. A medida tardou a se concretizar, dando até ocasião de
Portuguesa os seus direitos de posse sobre as novas lavras. se propor a mudança da capital para Alto Paraguay Diamantino (atualmente
Em 1722, ocorreu a descoberta de um dos veios auríferos mais impor- município de Diamantino). A Lei nº. 09, de 28 de agosto de 1835, encerrou
tantes da área, no local denominado Tanque do Arnesto, por Miguel Sutil, definitivamente a questão da capital, sediando-a em Cuiabá. Tratou-se de
que aportara em Cuiabá com o intuito de dedicar-se à agricultura. Com a processo irreversível a perda da capital em Vila Bela, quando esta “vila”
propagação de que constituíam os veios mais fartos da área, a migração declinava após o governo de Luíz de Albuquerque.
oriunda de todas as partes da colônia tornou-se mais intensa, fato que fez A cidade de Matto Grosso, a nova denominação, passou às ruínas, e
de Cuiabá, no período de 1722 a 1726, uma das mais populosas cidades era considerada como qualquer outro município fronteiriço. Hoje em dia a
do Brasil, na época. cidade passou a ser vista de outra maneira, principalmente pelo redesco-
Primórdios Cuiabanos brimento de sua riqueza étnico-cultural. A Lei Federal nº. 5.449, de 04 de
julho de 1968 tornou Mato Grosso município de Segurança Nacional. Em
Em 1722, por Provisão Régia, o Arraial de Cuiabá foi elevado à catego- 29 de novembro de 1978, a Lei nº. 4.014, alterava a denominação de Mato
ria de distrito da Capitania de São Paulo. A Coroa mandou que o governa- Grosso para Vila Bela da Santíssima Trindade, voltando ao nome original.
dor da Capitania de São Paulo, Dom Rodrigo Cesar de Menezes instalasse
a Villa, o município, estrutura suprema local de governo. Dom Rodrigo A Capitania
partiu de São Paulo a 06 de junho de 1726 e chegou a Cuiabá a 15 de No período de Capitania, Portugal se empenhou na defesa do território
novembro do mesmo ano. A 1º de janeiro instalou a Villa. conquistado. A preocupação com a fronteira, a extensa linha que ia do
Há de se dizer, entretanto, que na administração do governador Rodri- Paraguai ao Acre, continha um aspecto estratégico: ocupar o máximo de
go Cesar de Menezes, que trouxe ao Arraial mais de três mil pessoas, território possível na margem esquerda do Rio Guaporé e na direita do Rio
houveram transformações radicais no sistema econômico-administrativo da Paraguai. O rio e as estradas eram questões de importância fundamental,
Villa. A medida mais drástica foi a elevação do imposto cobrado sobre o pois apenas se podia contar com animais e barcos.
ouro, gerando aumento no custo de vida, devido ao crescimento populacio-
nal, agravando a situação precária do garimpo já decadente. Estes fatos,
aliados à grande violência que mesclou a sua administração, bem como a
escassez das minas de Cuiabá, tornaram-se fundamentais para a grande
evasão populacional para outras áreas.
A 29 de março de 1729, D. João V, criou o cargo de Ouvidor em Cuia-
bá. Apesar do Brasil já se desenvolver a 200 anos, Cuiabá ainda participou
da estrutura antiga dos municípios, em que o poder máximo era exercido
pelo legislativo, cabendo ao executivo um simples papel de Procurador. O
chefe nato do legislativo era a autoridade suprema do Judiciário. Por isso o
poder municipal era também denominado de Ouvidoria de Cuiabá. Ainda
não se usava designar limite ou área ao município; apenas recebia atenção
formal a sede municipal, com perímetro urbano. O resto do território se
perdia num indefinido denominado Districto. Por isso se costumava dizer
“Cuyabá e seu Districto”. Naquele tempo os garimpeiros corriam atrás das
manchas, lugares que rendiam muito ouro. Assim, em 1737, por ocasião
das notícias de muito ouro para as bandas do Guaporé, enorme contingen-
te optou pela migração. Se a situação da Vila de Cuiabá já estava difícil,
tornou-se pior com a criação da Capitania, em 09 de maio de 1748. Em
1751, a vila contava com seis ruas, sendo a principal a Rua das Trepadei- À Capitania de Mato Grosso faltava povo e recursos financeiros para
ras (hoje Pedro Celestino). Muitos de seus habitantes migraram para a manter a política de conquista. Favorecimentos especiais foram prometidos
capital da Capitania, atraídos pelos privilégios oferecidos aos que ali fos- para os que morassem em Vila Bela, visando o aumento da povoação.
sem morar. Este fator permitiu que Cuiabá ficasse quase estagnada por Como o Rio Paraguai era vedado à navegação até o Oceano Atlântico, os
período de setenta anos. governadores da Capitania agilizaram o domínio dos caminhos para o leste
e a navegação para o norte, pelos rios Madeira, Arinos e Tapajós.
Vila Bela da Santíssima Trindade - Antiga Capital
Ocorreram avanços de ambas as partes, Portugal e Espanha, para ter-
Por ordem de Portugal, a sede da Capitania foi fixada no Vale do Rio ritório de domínio oposto. Antes da criação da Capitania de Mato Grosso,
Guaporé, por motivos políticos e econômicos de fronteira. D. Antônio Rolim os missionários jesuítas espanhóis ocuparam a margem direita do Rio
de Moura Tavares, Capitão General, foi nomeado pela Carta Régia de 25 Guaporé, como medida preventiva de defesa. Para desalojar os missioná-
de janeiro de 1749. Tomou posse a 17 de janeiro de 1751. Rolim de Moura rios, Rolim de Moura não duvidou em empregar recursos bélicos.

História e Geografia do MT 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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No governo do Capitão General João Carlos Augusto D’Oeynhausen, e Barão de Melgaço não se fez embasada na mineração, mas sim na
Dom João VI instituiu o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a 16 de fertilidade das terras, denotada pela exuberância das matas que margea-
dezembro de 1815. A proximidade do governo supremo situado no Rio de vam toda a vasta orla ribeirinha, no baixo Cuiabá. O início do povoamento
Janeiro favoreceu a solução mais rápida das questões de governo. A remonta aos primeiros anos do século XVIII, e seus primeiros habitantes
independência de comércio trouxe novos alentos à vida mato-grossense. constituiram-se não só de pessoas desgarradas das bandeiras que aporta-
vam em Cuiabá, mas também daquelas que buscavam fugir da penúria que
Com a aproximação do fim da Capitania, Cuiabá assumiu aos poucos a por longo tempo reinou no povoado.
liderança política. Vila Bela da Santíssima Trindade funcionou eficazmente
como centro político da defesa da fronteira. Não podia ostentar o brilho Em 1825, a população da região de Diamantino era de cerca de 6.077
comercial de Cuiabá e Diamantino. O último governador da Capitania, pessoas, das quais 3.550 escravos. Cuiabá era o principal centro comercial
Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho já governou todo o tempo de borracha, e além da Casa Almeida, trabalhavam neste ramo as empre-
em Cuiabá. sas, Casa Orlando, fundada em 1873, Alexandre Addor, fundada em 1865
e com sede na Rua Conde D’Eu (hoje Avenida 15 de novembro), ainda as
Em Mato Grosso, precisamente nos anos de maturação da Indepen- empresas Firmo & Ponce, Figueiredo Oliveira, Lucas Borges & Cia., Fer-
dência, acirraram-se as lutas pelo poder supremo da Capitania. A nobreza, nando Leite e Filhos, João Celestino Cardoso, Eduardo A. de Campos,
o clero e o povo depuseram o último governador Magessi. Em seu lugar se Francisco Lucas de Barros, Arthur de Campos Borges, Dr. João Carlos
elegeu uma Junta Governativa. Enquanto uma Junta se elegia em Cuiabá, Pereira Leite e outros. Foi a época do esplendor da borracha, com Diaman-
outra se elegeu em Mato Grosso, topônimo que passou a ser conhecida tino sendo o grande centro produtor e Cuiabá convergindo a comercializa-
Vila Bela da Santíssima Trindade, a partir de 17 de setembro de 1818. Sob ção.
o regime de Juntas Governativas entrou Mato Grosso no período do Brasil
Independente, tornando-se Província. A Fundação de Cuiabá
Povoamento Setecentista
De acordo com A. de Taunay, o fundador de Cuiabá, Pascoal Moreira
Nessa trajetória de ocupação e povoamento da Capitania de Mato Cabral nasceu em 1655. Filho de: Pascoal Moreira Cabral e Dª Mariana
Grosso, iniciada no governo de Rolim de Moura, outros povoados surgiram, Leme. Casado com a paraibana Isabel de Siqueira Côrtes.
a exemplo de Santana da Chapada, que, inicialmente se constituiu em ma
Ao Pascoal Moreira Cabral, todavia, reservou-se o direito, o privilégio
grande reserva indígena, devido à determinação do governo em congregar
de iniciar a nova era da região, de que surgiu Mato Grosso. Fonte: História
naquela porção da Capitania, tribos indígenas diversas, com o objetivo de
de Mato Grosso – Virgílio Corrêa Filho.
minimizar os constantes choques com as comunidades. Esse Parque
Indígena, cuja formação remonta a 1751, teve a sua administração entre- Pascoal Moreira Cabral perdera o cargo de Guarda Mor. Inconformado
gue a um padre jesuíta, que através de um trabalho de aculturação, conse- efetuou petição ao Rei de Portugal em 15 de julho de 1722 e expressou o
guiu colocá-los em contato com a população garimpeira das proximidades. seu descontentamento com os seguintes dizeres: “ Seis anos nesses
sertões, ocupado no real serviço de Vossa Majestade, trazendo em minha
O período de 1772 a 1789 foi decisivo para a Capitania de Mato Gros-
companhia 56 homens brancos, fora escravos e servos, sustentando-os a
so e consequentemente para o País, haja vista ter acontecido nessa época
minha custa. Perdera um filho e 15 homens brancos e alguns negros nas
o alargamento da fronteira ocidental do Estado, estendendo-se desde o
lutas contra o gentio e achava-se destituído de cabedais e com família de
Vale do Rio Guaporé até as margens do Rio Paraguai. Para efetivação da
mulher e duas filhas e um filho e rematava: “peço a Vossa Majestade ponha
política de expansão e povoamento e, principalmente para assegurar a
os olhos neste leal vassalo como fora servido” (Virgílio Corrêa Filho)
posse da porção ocidental da Capitania, por inúmeras vezes molestadas
pelos espanhóis, foram criados nesse período, alguns fortes e povoados. A primeira iniciativa de organização política em Mato Grosso foi regis-
trada: “recomendava o governador (Rodrigo César) que se elegessem 12
Em 1755, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, determinou
deputados distribuídos pelos bairros, com um escrivão e meirinho, quando
a fundação do Forte de Coimbra, sito à margem direita do Rio Paraguai.
ocorresse alguma dúvida, deviam reunir-se, com o Guarda Mor, para cons-
Um ano após foi a vez do Forte Príncipe da Beira, instalado à margem
tituírem um como Senado para interpretação cabal das rigorosas instruções
direita do Rio Guaporé, hoje Estado de Rondônia.
baixadas pelo desabusado Capital General. (Barbosa de Sá)
Em 1778, através de sua política expansionista, Luís de Albuquerque
José Barbosa de Sá, é considerado o maior cronista de Mato Grosso.
fundou o povoado de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, atu-
almente município de Corumbá. Três anos após foi a vez da fundação de Em 08 de abril de 1719, no mesmo dia da lavratura da Ata de Funda-
Vila Maria do ção de Cuiabá, o povo elegeu em voz alta o Capitão Mor Pascoal Moreira
Cabral.
Paraguai, hoje Cáceres. Ainda em 1781 foi fundada a povoação de São
Pedro Del Rey, atualmente o município de Poconé. Além do que fundou os Os primeiros quintos de ouro, destinados a Coroa Portuguesa saíram
registros do Jauru (região oeste) e Ínsua (região leste) no Rio Araguaia. Em de Cuiabá em 1723.
1783, Melo e Cáceres determinou a fundação do povoado de Casalvasco e
ainda ocupou a margem esquerda do Rio Guaporé, de domínio espanhol, O surgimento de “Forquilha”. “E agremiaram-se na “Forquilha” à pe-
fundando o povoado de Viseu. quena distância da paliçada donde foram rechaçados, por ocasião da
primeira malograda investida. Ergueram igreja, consagrada a Nossa Senho-
...e seus Desdobramentos ra da Penha de França, como prova da sua deliberação de fixar-se pelos
arredores” (Virgílio Corrêa Filho) http://culturacuiaba.wordpress.com/
Antes da abordagem do povoamento no século XIX, referenciamos a
ocupação de povoados que se revestiram de grande importância no quadro Fundações de Cuiabá: o arraial, a vila
geral da expansão desenvolvimentista. Neste particular não podem ser
esquecidas as áreas hoje constituídas pelos municípios de Barra do Gar- O centro histórico da atual cidade de Cuiabá tem quase três séculos.
ças, Rosário Oeste, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio de Hoje é difícil perceber essa configuração urbana secular. Mas as avenidas
Leverger. largas que percorremos, olhar em movimento pegando nesgas da paisa-
gem, foram "caminhos", ruas, becos.
Os primeiros sinais de povoamento na região onde hoje se localiza o
município de Barra do Garças, e consequentemente da margem esquerda Este desenho de cidade começou por volta de 1722, em meio à inva-
do Rio Araguaia, foi o Arraial dos Araés, mais tarde denominado Santo são de terras indígenas milenares. Hoje, permanece o nome indígena:
Antônio do Amarante, por volta de 1752. Cuiabá. A presença de sociedades ameríndias aqui, com grandes aldeias
populosas, não existe mais em nossas memórias. Podemos cultivar lem-
Na área do atual município de Nossa Senhora do Livramento, a mine- branças de longínquos ancestrais "bugres", ou assumir atitudes públicas de
ração aurífera se constituiu na célula mater de sua ocupação. Adversamen- respeito para com atuais lideranças ameríndias, - mas nem vislumbramos
te à ocupação de grande porção da Capitania de Mato Grosso, a das áreas na cidade em que vivemos as formas de espacialização anteriores à que
onde atualmente se localizam os municípios de Santo Antônio de Leverger conhecemos.

História e Geografia do MT 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O próprio lugar onde teve início o arraial do Bom Jesus era "uma gran- em nome de el rei deu o nome de Vila Real do Bom Jesus, e declarou que
de aldeia". Era "coberto de mato", com "grandiosos arvoredos" e envolto sejam as armas de que usasse, um escudo dentro com o campo verde e
pela vastidão "campestre", que chamamos cerrado. Os "grandiosos arvore- um morro ou monte no meio, todo salpicado com folhetas e granetes de
dos" margeavam o sinuoso córrego depois chamado "Prainha" (o Ikuebo ouro, e por timbre em cima do escudo uma fênix; e nomeou para levantar o
dos Bororo, córrego das estrelas). E se esgalhavam pelos afluentes. Ao pelourinho ao capitão mor regente Fernando Dias Falcão, e todos os so-
longe, a norte e leste, os "morros" ou "serranias dos Chipone" - a chapada breditos com o dito Dr. ouvidor, nobreza e povo foram à praça desta vila,
hoje "dos Guimarães". A sudeste, o morro de Santo Antônio. aonde o dito Fernando Dias Falcão levantou o pelourinho, do que para
constar a todo o tempo fiz este.
A margem esquerda do córrego erguia-se em escarpas. A direita subia
mais suave, em "colinas". Nesta foi edificado arraial, erguido em 1727 à À época da fundação, o ambiente do arraial foi descrito nos seguintes
categoria de vila, com o nome de Vila Real do Bom Jesus do Cuiabá. A termos: Corre toda a povoação do sul para o norte, com planície que faz
formação do arraial e da vila destruiu a mata, assoreou os córregos. queda para um riacho que seca no verão: a leste fica um morro vizinho e a
oeste uma chapada em que se tem feito parte das casas do arraial e se
podem fazer muitas mais. (...) Junto deste arraial e a sudoeste dele está um
morro, em que a devoção de alguns devotos colocou a milagrosa imagem
de Nossa Senhora do Bom Despacho: daqui se descobre todo o arraial, e
faz uma alegre vista pelo aprazível dos arvoredos, morros e casas que dele
se descobrem. (...) no princípio da povoação e defronte da Igreja Matriz
(...).
As imagens, 'do sul para o norte', eram as de quem vinha do porto no
rio Cuiabá para o centro do arraial. Mas o olhar descritivo alça-se para o
conjunto: "toda a povoação".
O "riacho que seca no verão" era o prainha, hoje esgoto sob a Tenen-
te-Coronel Duarte.
O "morro vizinho" a leste, o que resta dele tem o nome recente de
"Morro da Luz".
A "chapada" de oeste era onde hoje está o centro histórico.
O "morro" de sudoeste é o atual "Morro do Seminário", com igreja
construída neste século. A igreja setecentista foi demolida. Notável a "Igreja
A configuração do espaço do arraial e da vila começou com a constru-
Matriz" como princípio da povoação.
ção de igreja dedicada ao Bom Jesus, em fins de 1722, pelo paulista Jacin-
to Barbosa Lopes. Este Jacinto construíra a igreja-matriz da vila do Carmo Fundada a vila, três dias depois a primeira vereança da câmara come-
(hoje cidade de Mariana), nas Gerais, com a frente voltada para o ribeirão çou a registrar suas formas de controle do espaço urbano: (...) nenhuma
do Carmo, entre dois afluentes dele. Aqui, ergueu igreja também voltada pessoa (...) fará casa sem pedir licença à Câmara, que lhe dará mandando
para um córrego, o Prainha, entre dois afluentes (um, na atual Voluntários primeiro o Arruador, que deve haver de marcar lugar para as edificar em
da Pátria, outro na atual Generoso Ponce). rua direita e continuada das que estão principiadas, em forma que todas
vão direitas por corda, não consentindo os Oficiais da Câmara se façam
Em 1723 o governador da capitania de São Paulo assinou regimento
daqui por diante casas separadas e desviadas para os matos como se
para normatizar o espaço do arraial: (...) se faça uma povoação grande na
acham algumas, porque além de fazerem a vila disforme, ficam nelas os
melhor parte que houver (...), aonde haja água e lenha (...); e o melhor meio
moradores mais expostos a insultos (...).
de se adiantar na dita povoação o número de Moradores é estes fazerem
suas casas; fará fazer o (...) Regente as suas, como também os principais Tinha início assim a consolidação do ambiente urbano colonial que é
Paulistas, porque à sua imitação se irão seguindo os mais(...). E como (...) hoje o centro histórico desta cidade, patrimônio histórico nacional. CAR-
nas ditas Minas há telha e barro capaz para ela, deve animar e persuadir LOS ROSA é professor do Departamento de História da UFMT e Doutor em
aos mineiros e mais pessoas que fizerem as suas casas, as façam logo de História Social, pela USP
telha, porque além de serem mais graves, são também mais limpas e têm
melhor duração(...). O Primeiro Império

No mesmo ano o governador recebeu ordem do rei, mandando criar vi-


la no Cuiabá. A expressão "criar vila" significava, na época, constituir go-
vernança local, formada por "homens bons" ou "de bens", eleitos trienal-
mente. A instituição dessa governança era a câmara ou senado da câmara,
que concentrava os poderes legislativo, executivo e judiciário.
Ainda nesse ano de 1723 foi criada a freguesia do Cuiabá, com sede
no arraial e a igreja do Bom Jesus foi alçada à categoria de igreja matriz.
Mas foi só a 1º de janeiro de 1727 que o governador executou a ordem
régia de fundar vila no Cuiabá: Ao primeiro dia do mês de janeiro de 1727,
nesta Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá, sendo mandado por Sua
Majestade, que Deus guarde, a criá-la de novo, o Exmº. Sr. Rodrigo César
de Meneses, governador e capitão general desta capitania, e que o acom-
panhasse para o necessário o Dr. Antonio Álvares Lanhas Peixoto, ouvidor
geral da comarca de Paranaguá, sendo por ele feitas as justiças, juizes
ordinários Rodrigo Bicudo Chacim, o tesoureiro coronel João de Queirós, e
vereadores Marcos Soares de Faria, Francisco Xavier de Matos, João de
Oliveira Garcia, e procurador do conselho Paulo de Anhaia Leme, servindo
de escrivão da câmara Luiz Teixeira de Almeida, almotacés o brigadeiro Em 25 de março de 1824, entrou em vigor a Constituição do Império do
Antonio de Almeida Lara, e o capitão mor Antonio José de Melo, levando o Brasil. As Capitanias passaram à denominação de Províncias, sendo os
estandarte da vila Matias Soares de Faria, foi mandado pelo dito senhor presidentes nomeados pelo Imperador. Mas o Governo Provisório Constitu-
governador e capitão general que com o dito Dr. ouvidor, todos juntos com cional regeu Mato Grosso até 1825. A 10 de setembro de 1825, José Sa-
a nobreza e povo, fossem à praça levantar o pelourinho desta vila, a que turnino da Costa Pereira assumiu o governo, em Cuiabá, como primeiro

História e Geografia do MT 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
governador da Província de Mato Grosso, após a gestão do Governo Provi- tempo da Guerra do Paraguai, notabilizou-se pela pena de historiador de
sório Constitucional. No governo de Costa Pereira passou por Mato Grosso Mato Grosso.
a célebre expedição russa, chefiada pelo Barão de Langsdorff, quando se
registrou fatos e imagens da época. Importante Tratado abriu as portas do comércio de Mato Grosso para o
progresso: o de 06 de abril de 1856. Graças à habilidade diplomática do
Também Costa Pereira, por arranjos de negociação, paralisou o avan- Conselheiro Paranhos, Brasil e Paraguai celebraram o Tratado da Amizade,
ço de 600 soldados chiquiteanos contra a região do Rio Guaporé, em fins Navegação e Comércio.
de 1825. Costa Pereira criou o Arsenal da Marinha no porto de Cuiabá e o
Jardim Botânico da cidade, entregando-o à direção do paulista Antônio Luís O primeiro vapor a sulcar as águas da Província de Mato Grosso foi o
Patrício da Silva Manso. No governo do presidente Antônio Corrêa da Water Witch, da marinha dos Estados Unidos, sob o comando do Comodo-
Costa, ocorreu a criação do município de Poconé, por Decreto Regencial de ro Thomaz Jefferson Page, em 1853, incumbido pelo seu governo da
25 de outubro de 1831, o quarto de Mato Grosso e o primeiro no período exploração da navegação dos afluentes do Prata. Em 1859, ao tomar posse
Provincial - “Villa do Poconé”. o presidente Antônio Pedro de Alencastro (o 2º Alencastro), chegou a Mato
Grosso o Ajudante de Ordens, o capitão Manoel Deodoro da Fonseca, o
A 28 de maio de 1834, o também tenente coronel João Poupino Cal- futuro proclamador da República.
das, assume a presidência da Província. Em seu governo eclodiu a Rusga,
revolta nativista que transformou a pacata comunidade cuiabana em feras à No ano de 1862, o célebre pintor Bartolomé Bossi, italiano, visitou a
cata de portugueses, a quem chamavam bicudos. Em Cuiabá a “Sociedade Província de Mato Grosso, deixando um livro de memórias. Imortalizou em
dos Zelosos da Independência” organizou a baderna, visando a invasão tela acontecimentos da época. Sobressai na História de Mato Grosso o
das casas e comércios de portugueses. episódio da Guerra do Paraguai. Solano Lopes aprisionou a 12 de novem-
bro de 1864 o navio brasileiro Marquês de Olinda, que havia acabado de
Antônio Pedro de Alencastro assume o governo da Província a 29 de deixar o porto de Assunção, conduzindo o presidente eleito da Província de
setembro de 1834 e promove processo contra os criminosos da sedição Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos. Começara ali a Guerra do
mato-grossense. Poupino, em troca da confiança do Presidente da Provín- Paraguai, de funestas lembranças para Mato Grosso. Os mato-grossenses
cia, programa o enfraquecimento dos amotinados pela dissolução da Guar- foram quase dizimados pela varíola. Um efeito cascata se produziu atingin-
da Municipal e reorganização da Guarda Nacional. A Assembleia Provincial, do povoações distantes. Metade dos moradores de Cuiabá pereceu. No
pela Lei nº. 19 transfere a Capital da Província de Mato Grosso da cidade entanto, o povo de Mato Grosso sente-se orgulhoso dos feitos da Guerra
de Matto Grosso (Vila Bela) para a de Cuiabá. do Paraguai onde lutaram em minoria de gente e de material bélico, mas
tomando por aliado o conhecimento da natureza e sempre produzindo
A 14 de agosto de 1839 circulou pela primeira vez um jornal em Cuiabá elementos surpresa. Ruas e praças imortalizaram nomes e datas dos feitos
- Themis Mato-Grossense. A primeira tipografia foi adquirida por subscrição dessa guerra.
pública organizada pelo Presidente da Província José Antônio Pimenta
Bueno, que era ferrenho defensor dos direitos provinciais. A educação A notícia do fim da Guerra do Paraguai chegou a Cuiabá no dia 23 de
contou com seu irrestrito apoio, sob sua direção, foi promulgado o Regula- março de 1870, com informações oficiais. O vapor Corumbá chegou em-
mento da Instrução Primária, através da Lei nº. 08, de 05 de março de bandeirado ao porto de Cuiabá, às cinco da tarde, dando salvas de tiros de
1837. Esse regulamento, disciplinador da matéria, estabelecia a criação de canhão. Movimento notável ocorrido nesse período do Segundo Império foi
escolas em todas as povoações da Província e o preenchimento dos car- o da abolição da escravatura. O símbolo do movimento aconteceu a 23 de
gos de professor mediante concurso. Multava os pais que não mandassem março de 1872: O presidente da Província, Dr. Francisco José Cardoso
seus filhos ás escolas, o que fez com que o ensino fosse obrigatório. Pi- Júnior, libertou 62 escravos, ao comemorar o aniversário da Constituição do
menta Bueno passou seu cargo ao cônego José da Silva Guimarães, seu Império. Em dezembro do mesmo ano, foi fundada a “Sociedade Emanci-
vice. padora Mato-Grossense”, sendo presidente o Barão de Aguapeí.
O Segundo Império A 12 de agosto de 1888, nasceu o Partido Republicano. Nomeiam-se
líderes; José da Silva Rondon, José Barnabé de Mesquita,
Vital de Araújo, Henrique José Vieira Filho, Guilherme Ferreira Garcêz,
Frutuoso Paes de Campos, Manoel Figueiredo Ferreira Mendes. A notícia
da Proclamação da República tomou os cuiabanos de surpresa a 09 de
dezembro de 1889, trazida pelo comandante do Paquetinho Coxipó, pois
vinte e um dias antes, a 18 de novembro felicitaram Dom Pedro II por ter
saído ileso do atentado de 15 de junho. A 02 de setembro a Assembleia
Provincial aprovara unânime a moção congratulatória pelo aniversário do
Imperador. Ao findar o Império, a Província de Mato Grosso abrigava
80.000 habitantes.
A escravidão em Mato Grosso
Wilson Santos
A escravidão foi praticada desde os primórdios da humanidade por di-
versos povos, nas mais distintas regiões do mundo. Os primeiros escravos
foram prisioneiros de guerra e endividados. Mais a frente destacou-se o
domínio sobre os negros, e com a descoberta da América, aproximadamen-
O primeiro presidente da Província de Mato Grosso, nomeado por Dom te 14 milhões de africanos foram transportados para este continente, dos
Pedro II, foi o cuiabano cônego José da Silva Magalhães, que assumiu a 28 quais 3.700.000 trazidos para a colônia brasileira.
de outubro de 1840. Em 1844, chega a Cuiabá o médico Dr. Sabino da Em Mato Grosso houve escravidão de índios e negros, predominante-
Rocha Vieira para cumprir pena no Forte Príncipe da Beira. Fora o chefe da mente, de africanos. Os indígenas foram usados minimamente nas minas
famosa Sabinada, pretendendo implantar uma República no Brasil. Neste cuiabanas (Forquilha, Lavras do Sutil . . .) e principalmente eram levados
mesmo ano de 1844, o francês Francis Castelnau visitou Mato Grosso em para São Paulo, onde eram vendidos como escravos. Os escravos negros
viagem de estudos. Tornou-se célebre pelos legados naturalistas. que chegaram inicialmente à nossa região foram trazidos pelos bandeiran-
O cel. João José da Costa Pimentel foi nomeado para a presidência da tes paulistas em suas expedições de reconhecimento e procura de índios,
Província a 11 de junho de 1849. Augusto Leverger, nomeado a 07 de ouro e prata no início do século XVIII.
outubro de 1850, assumiu o governo Provincial a 11 de fevereiro de 1851. Com a gigantesca descoberta de ouro por aqui (estima-se em 150 to-
Exerceu a presidência cinco vezes. Além de providências notáveis no neladas) Cuiabá tornou-se na década de 1720, o maior núcleo populacional
do Brasil (chegou a ter mais população que Salvador, capital do Brasil à

História e Geografia do MT 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
época) e atraiu gente de todos os cantos da colônia e até de Portugal. Para o que o engenho comercializava; contudo, outros engenhos tinham uma
atender essa enorme demanda por mão de obra, optou-se pela vinda de mão-de-obra qualificada, como pedreiros, carpinteiros, ferreiros etc.
escravos negros para Mato Grosso.
A expansão territorial e os tratados de limites
Os escravos africanos que chegaram a Mato Grosso vinham principal-
mente de Angola e Guiné e entravam no Brasil através do Rio de Janeiro, Conforme sabemos, a atual configuração do território brasileiro é bem
Bahia e Pará. diferente daquela que foi originalmente estipulada pelo Tratado de Tordesi-
Os negros eram vendidos em Mato Grosso pelas ‘monções‘, que eram lhas, em 1494. A explicação para a ampliação de nossos territórios está
expedições fluviais comerciais, e a partir de 1755, a Cia. de Comércio do atrelada a uma série de acontecimentos de ordem política, econômica e
Grão-Pará e Maranhão monopolizou esse comércio. Os negros trabalharam social que, com passar do tempo, não mais poderiam ser suportadas pelo
em quase todas as áreas, como na mineração, nos engenhos, nas lavou- acordo assinado entre Portugal e Espanha no final do século XV.
ras, no comércio, nas residências, na condução de tropas, na pecuária, no Um primeiro evento que permitiu a expansão foi a União Ibérica, que
transporte de água e lixo etc. entre 1580 e 1640 colocou as possessões lusas e hispânicas sob controle
As marcas do tratamento dado aos negros eram a discriminação total e de um mesmo governo. Nesse momento, a necessidade de se respeitar
a violência física, que culminava, muitas vezes, em morte dos escravos. fronteiras acabou sendo praticamente invalidada. Contudo, não podemos
Muitos negros reagiram de diferentes formas, desde o suicídio até o assas- pensar que o surgimento de novos focos de colonização se deu somente
sinato dos seus ‘senhores‘, mas a forma mais comum era a criação dos após esse novo contexto.
‘Quilombos‘, que eram refúgios distantes, seguros, onde se reencontravam Desde muito tempo, personagens do ambiente colonial extrapolaram a
com seus irmãos de sofrimento para seguir uma nova vida. Linha do Tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes saíram da região paulis-
Em Mato Grosso existiram muitos ‘Quilombos‘, em especial nas regiões ta em busca de índios, drogas do sertão e pedras preciosas para atender
de Cuiabá, Chapada, Cáceres, Diamantino e Vila Bela. O mais importante suas demandas econômicas. Ao mesmo tempo, cumprindo seu ideal religi-
foi o ‘Quilombo do Piolho ou do Quariterê‘, localizado no Guaporé e criado oso, padres integrantes da Ordem de Jesus vagaram pelo território forman-
pelo escravo José Piolho, por volta de 1760. do reduções onde disseminavam o cristianismo entre as populações indí-
genas.
Com a morte de José Piolho, aconteceu algo inédito e impressionante:
uma mulher assumiu o comando do ‘Quilombo do Piolho - Quariterê‘, a Por outro lado, a criação de gado também foi de fundamental importân-
primeira na história do Brasil. Teresa de Benguela, a nova Rainha do ‘Qui- cia na conquista desses novos territórios. O interesse dos senhores de
lombo‘, governou distribuindo tarefas entre homens e mulheres e foi auxili- engenho e da metrópole em não ocupar as terras litorâneas com a pecuária
ada por um Conselho, que se reunia frequentemente. possibilitou que outras regiões fossem alvo dessa crescente atividade
econômica. Paralelamente, o próprio desenvolvimento da economia mine-
Entre 1770/1771, o Quilombo foi localizado por forças policiais financi- radora também fundou áreas de domínio português para fora das fronteiras
adas pela Câmara municipal de Vila Bela e fazendeiros e foi completamen- originais.
te destruído, sendo aprisionadas aproximadamente 110 pessoas, dentre
elas, a Rainha Teresa de Benguela, que acabou morrendo. A causa da Para que esses fenômenos espontâneos fossem reconhecidos, autori-
morte da Rainha é uma incógnita para os pesquisadores, que sugerem de dades portuguesas e espanholas se reuniram para criar novos acordos
suicídio, passando por depressão e até assassinato. fronteiriços. O primeiro foi firmado pelo Tratado de Utrecht, em 1713. Se-
gundo este documento, os espanhóis reconheciam o domínio português na
A Rainha Teresa e seu Quilombo foram homenageados pelo carnava- colônia de Sacramento. Insatisfeitos com a medida, os colonos de Buenos
lesco Joãozinho Trinta, na Marquês de Sapucaí , Rio de Janeiro, em 1994, Aires fundaram a cidade de Montevidéu. Logo em seguida, os lusitanos
pela escola de samba Viradouro. criaram o Forte do Rio Grande, para garantir suas posses ao sul.
Assim como no Brasil, os negros e os índios deram enormes contribui- O Tratado de Madri, de 1750, seria criado para oficialmente anular os
ções para formação da gente mato-grossense. ditames propostos pelo Tratado de Tordesilhas. Segundo esse documento,
o reconhecimento das fronteiras passaria a adotar o princípio de utis possi-
O trabalho escravo em Mato Grosso detis. Isso significava que quem ocupasse primeiro uma região teria seu
direito de posse. Dessa forma, Portugal garantiu o controle das regiões da
O trabalho escravo foi duplamente lucrativo na economercantilista bra- Amazônia e do Mato Grosso. Contudo, os lusitanos abriram mão da colônia
sileira: no nível da circulação da mercadoria humana, permitiu a acumula- de Sacramento pela região dos Sete Povos das Missões.
ção de riqueza por parte da burguesia traficante e, no nível da produção,
ao ser vendido como mercadoria, o africano trazia lucros enormes para o A medida incomodou os jesuítas e índios que habitavam a região de
comerciante. Ao trabalhar, o escravo sustentava a classe dominante colo- Sete Povos. Entre 1753 e 1756, estes se voltaram contra a dominação
nial e, em parte, as classes dominantes metropolitanas interessadas no portuguesa em uma série de conflitos que marcaram as chamadas “guerras
pacto colonial. guaraníticas”. Com isso, o Tratado de Madri foi anulado em 1761. Em 1777,
o Tratado de Santo Idelfonso estabelecia que a Espanha ficasse com as
No Brasil, o trabalho escravo esteve presente em várias atividades, do colônias de Sacramento e os Sete Povos. Em contrapartida, Portugal
século XVIII até o final do século XIX. conquistou a ilha de Santa Catarina e boa parte do Rio Grande do Sul.
Somente em 1801, a assinatura do Tratado de Badajós deu fim aos
Em Mato Grosso, no século XVIII, com a descoberta das minas de ou-
conflitos e disputas envolvendo as nações ibéricas. De acordo com seu
ro, o trabalho escravo foi amplamente utilizado nas atividades de extração.
Posteriormente (fins do século XVIII e século XIX), o escravo africano texto, o novo acordo estabelecia que a Espanha abriria mão do controle
passou a realizar outros tipos de tarefas junto às plantações e beneficia- sobre os Sete Povos das Missões. Além disso, a região de Sacramento
mento da cana-de-açúcar, nas atividades agrícolas em geral e até em seria definitivamente desocupada pelos lusitanos. Com isso, o projeto
atividades urbanas. inicialmente proposto pelo Tratado de Madri foi retomado. Mundoeducação
A crise da mineração
Embora o índio fosse usado constantemente como mão-de-obra, prin-
cipalmente como descobridores das lavras, a partir da colonização mais Rainer Gonçalves Sousa
efetiva da região a escravidão negra se tornou abundante. No século XVIII, o advento da mineração no Brasil possibilitou o de-
senvolvimento de centros urbanos, a articulação do mercado interno e a
Como já observamos, os escravos estavam presentes em outras ati- própria recuperação econômica portuguesa. Sendo um recurso não reno-
vidades como, por exemplo, nos engenhos. A maioria dos trabalhos desen- vável, a riqueza conseguida com a extração do ouro começou a se escas-
volvidos dentro da propriedade era realizada por escravos; os cativos sear no fim desse mesmo século. Para entender tal fenômeno, é preciso
trabalhavam tanto nos canaviais como nos engenhos de açúcar e também
eram responsáveis pela produção de gêneros de abastecimento interno ou

História e Geografia do MT 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
buscar os vários fatores que explicam a curta duração que a atividade Com a reviravolta política ocorrida na Argentina, em 1861, após a bata-
mineradora teve em terras brasileiras. lha de Pavón, em que os unitários de Bartolomé Mitre derrotaram os fede-
rais de Justo José Urquiza, e a instalação posterior dos liberais em Buenos
Primeiramente, devemos salientar que o ouro encontrado nas regiões Aires e por toda a Confederação Argentina, López se convenceu da inviabi-
mineradoras era, geralmente, de aluvião, ou seja, depositado ao longo de lidade de seu plano da "confederação do interior", que lhe daria o livre
séculos nas margens e leitos dos rios. O ouro de aluvião era obtido através acesso ao mar. Descartada essa possibilidade, o ditador paraguaio prepa-
de fragmentos que se desprendiam de rochas matrizes. Entre os séculos rou sua nação para a guerra: já em 1864, o Paraguai, em flagrante contra-
XVII e XVIII era inexistente qualquer recurso tecnológico que pudesse dição com os recursos de que dispunha, surgia como a principal potência
buscar o ouro diretamente dessas rochas mais profundas. Com isso, a militar do Prata.
capacidade de produção das jazidas era bastante limitada.
Às vésperas do conflito, o Paraguai dispunha de sessenta mil homens
Como se não bastassem tais limitações, alguns relatos da época indi- bem treinados e 400 canhões. Os recursos de transporte e abastecimento,
cam que o próprio processo de exploração do ouro disponível era desprovi- porém, não atendiam às exigências de uma movimentação de tropas em
do de qualquer aprimoramento ou cuidado maior. Quando retiravam ouro campanha. A maioria dos canhões estava fixada na fortaleza de Humaitá,
da encosta das montanhas, vários mineradores depositavam esse material onde também se encontravam grandes efetivos de infantaria. Quanto às
em outras regiões que ainda não haviam sido exploradas. Dessa forma, a forças navais, essenciais para um país cuja única via de comunicação com
falta de preparo técnico também foi um elemento preponderante para o o exterior era a bacia platina, López só dispunha de 14 pequenas canhonei-
rápido esgotamento das minas. ras fluviais.
Além desses fatores de ordem natural, também devemos atribuir a cri- O Brasil podia lançar em campo 18.000 homens, dos quais oito mil es-
se da atividade mineradora ao próprio conjunto de ações políticas estabele- tavam nas guarnições do sul; contava com uma força naval considerável e
cidas pelas autoridades portuguesas. Por conta de sua constante debilida- bem treinada, com uma esquadra de 42 navios, embora alguns deles, pelo
de econômica, as autoridades lusitanas entendiam que a diminuição do calado, não fossem apropriados à navegação fluvial. A Argentina possuía
metal arrecadado era simples fruto do contrabando. Por isso, ampliavam os apenas oito mil homens e não dispunha de uma marinha de guerra quanti-
impostos, e não se preocupavam em aprimorar os métodos de prospecção tativamente apreciável. As forças do Uruguai contavam menos de três mil
e extração de metais preciosos. homens, sem unidades navais.
Mediante a falta de metais preciosos, vemos que o enrijecimento da
fiscalização e a cobrança de impostos foi responsável por vários incidentes
entre os mineradores e as autoridades portuguesas. Em 1789, esse senti-
mento de insatisfação e a criação da derrama, instigaram a organização da
Inconfidência Mineira. Mais do que um levante anticolonialista, tal episódio
marcou o desenvolvimento da crise mineradora no território colonial.
Ao fim do século XVIII, o escasseamento das jazidas de ouro foi segui-
do pela recuperação das atividades no setor agrícola. A valorização de
produtos como o algodão, açúcar e o tabaco marcaram o estabelecimento
do chamado “renascimento agrícola”. Com o advento da revolução industri-
al, o tabagismo e a indústria têxtil alargaram a busca por algodão e tabaco.
Paralelamente, as lutas de independência nas Antilhas permitiram a recu-
peração de mercado do açúcar brasileiro. Início da guerra. O pretexto para a guerra foi a intervenção do Brasil na
Guerra do Paraguai política uruguaia entre agosto de 1864 e fevereiro de 1865. Para atender ao
pedido do governador dos blancos de Aguirre, López tentou servir de
Maior conflito armado ocorrido na América do Sul, a guerra do Para- mediador entre o Império do Brasil e a República Oriental do Uruguai, mas,
guai (1864-1870) foi o desfecho inevitável das lutas travadas durante quase ao ver rejeitada sua pretensão pelo governo brasileiro, deu início às hostili-
dois séculos entre Portugal e Espanha e, depois, entre Brasil e as repúbli- dades. Em 12 de novembro de 1864, mandou capturar o navio mercante
cas hispano-americanas pela hegemonia na região do Prata. brasileiro Marquês de Olinda, que subia o rio Paraguai, e, em 11 de de-
A guerra do Paraguai surgiu de um complexo encadeamento de rivali- zembro, iniciou a invasão da província de Mato Grosso. Dois dias depois
dades internacionais, de ambições pessoais e das peculiares condições declarou guerra ao Brasil, que ainda estava em meio à intervenção armada
geográficas da região platina. Na época do conflito, o Império do Brasil no Uruguai. Para a invasão de Mato Grosso, López mobilizou duas fortes
emergia provavelmente como a nação mais influente e bem organizada da colunas: uma por via fluvial, que atacou e dominou o forte Coimbra, apode-
América do Sul, tendo fortalecido sua posição no continente após o período rando-se em seguida de Albuquerque e de Corumbá; e outra por via terres-
de lutas contra Rosas (na Argentina) e Oribe (no Uruguai). Desde a inde- tre, que venceu a guarnição de Dourados, ocupou depois Nioaque e Miran-
pendência do Paraguai, em 1813, o Brasil passara a manter relações da e enviou um destacamento para tomar Coxim, em abril de 1865.
satisfatórias com esse país, mesmo durante o longo período de isolamento Tratado da Tríplice Aliança. O principal objetivo da invasão do Mato
que sofrera a nação paraguaia sob os governos de Francia e de Carlos Grosso era distrair a atenção do Exército brasileiro para o norte do Para-
Antonio López. guai, enquanto a guerra se decidia no sul. Em 18 de março de 1865, com a
O marechal paraguaio Francisco Solano López sucedeu ao pai no mo- recusa do presidente argentino Bartolomé Mitre a conceder autorização
mento em que arrefecera a rivalidade entre a Argentina e o Brasil, os dois para que tropas paraguaias cruzassem seu território, Solano López decla-
pólos de poder do continente. Sua ambição era tornar o Paraguai uma rou guerra à Argentina e lançou-se à ofensiva: capturou duas canhoneiras
potência platina, capaz de competir com a Argentina e o Brasil pela pree- argentinas fundeadas no porto de Corrientes e invadiu a província em 14 de
minência na América do Sul. Atribuía o confinamento de seu país, em abril. O fato motivou a formação, em 1º de maio de 1865, da Tríplice Alian-
parte, às maquinações diplomáticas entre o Brasil e os argentinos, que ça, que reunia o Brasil, a Argentina e o Uruguai (governado por Venancio
dificultavam ao Paraguai a navegação fluvial e o exercício de um relevante Flores, chefe dos colorados) e destinava-se a conter os avanços do Para-
comércio internacional. Em seu avanço para oeste, o Brasil poria em risco a guai.
nação paraguaia, e a consolidação das províncias argentinas criaria um Enquanto isso, no Mato Grosso, uma expedição de aproximadamente
poderoso rival na fronteira sul do país. López alimentava o plano de uma 2.500 homens, organizada em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, foi envia-
confederação das populações hispânicas do interior. Reunindo o Paraguai, da para combater os invasores. A coluna percorreu mais de dois mil quilô-
as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes, o Uruguai e talvez a metros e, com grande número de baixas, causadas por enchentes e doen-
parte meridional do Rio Grande do Sul, teria condições de fazer frente tanto ças, atingiu Coxim em dezembro de 1865, quando a região já havia sido
ao Brasil quanto à Argentina. abandonada. O mesmo aconteceu em Miranda, aonde chegaram em se-
tembro de 1866. Essa mesma expedição decidiu em seguida invadir o
território paraguaio, onde atingiu Laguna. Perseguida pelos inimigos, a

História e Geografia do MT 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
coluna foi obrigada a recuar, ação que ficou conhecida como a retirada da um sistema de abastecimento compatível com o elevado efetivo existente
Laguna. em torno de Humaitá.
Batalha do Riachuelo. Em 11 de junho de 1865 travou-se no rio Paraná Constituiu ainda um corpo de saúde não só para recuperar o grande
a batalha do Riachuelo, em que a esquadra brasileira, comandada por número de feridos, mas para deter os progressos da cólera que grassava
Francisco Manuel Barroso da Silva, futuro barão do Amazonas, aniquilou a nos dois campos. Conseguiu também que a esquadra imperial, que se
paraguaia, comandada por Pedro Inacio Meza. A vitória do Riachuelo teve ressentia do comando de Mitre, colaborasse nas manobras contra Humaitá.
notável influência nos rumos da guerra: impediu a invasão da província Apesar de seus esforços, os aliados só reiniciaram a ofensiva em 22 de
argentina de Entre Ríos e cortou a marcha, até então triunfante, de López. julho de 1867, com a marcha de flanco sobre a ala esquerda das fortifica-
Desse momento até a derrota final, o Paraguai teve de recorrer à guerra ções paraguaias, na direção de Tuiu-Cuê. Embora a manobra tenha sido
defensiva. bem-sucedida, o tempo decorrido possibilitou a López fortificar-se também
nessa região e fechar de vez o chamado Quadrilátero.
Quase ao mesmo tempo, as tropas imperiais repeliam o Exército para-
guaio que invadira o Rio Grande do Sul. Os paraguaios, sob o comando do Tomada de Humaitá. Em 1º de agosto Mitre retornou ao comando e
tenente-coronel Antonio de la Cruz Estigarribia, haviam atravessado o rio deu ordens para que a esquadra imperial forçasse a passagem em Curu-
Uruguai e ocupado sucessivamente, de junho a agosto, as povoações de paiti e Humaitá. Em 15 de agosto, duas divisões de cinco encouraçados
São Borja, Itaqui e Uruguaiana. Outra coluna, que, sob as ordens do major ultrapassaram, sem perdas, Curupaiti, mas foram obrigadas a deter-se
Pedro Duarte, pretendia chegar ao Uruguai, foi detida por Flores, em 17 de frente aos poderosos canhões da fortaleza de Humaitá. O fato causou
agosto, na batalha de Jataí. novas dissensões no alto comando aliado. Ao contrário de Mitre, os brasi-
leiros consideravam imprudente e inútil prosseguir, enquanto não se conca-
Rendição de Uruguaiana. Em 16 de julho, o Exército brasileiro chegou tenassem ataques terrestres para envolver o Quadrilátero, que se iniciaram,
à fronteira do Rio Grande do Sul e logo depois cercou Uruguaiana. Em 18 finalmente, em 18 de agosto.
de setembro Estigarribia rendeu-se, na presença de D. Pedro II e dos
presidentes Bartolomé Mitre e Venancio Flores. Encerrava-se com esse A partir de Tuiu-Cuê, os aliados rumaram para o norte e tomaram São
episódio a primeira fase da guerra, em que Solano López lançara sua Solano, Vila do Pilar e Tayi, às margens do rio Paraguai, onde completaram
grande ofensiva nas operações de invasão da Argentina e do Brasil. No o cerco da fortaleza por terra e cortaram as comunicações fluviais entre
início de outubro, as tropas paraguaias de ocupação em Corrientes recebe- Humaitá e Assunção. Em 3 de novembro de 1867 os paraguaios atacaram
ram de López ordem para retornar a suas bases em Humaitá. Ao mesmo a posição aliada de Tuiuti (segunda batalha de Tuiuti), mas foram derrota-
tempo, as tropas aliadas, com Mitre como comandante-em-chefe, liberta- dos. Com o afastamento definitivo de Mitre, que retornou à Argentina,
vam Corrientes e São Cosme, na confluência dos rios Paraná e Paraguai, Caxias voltou a assumir o comando geral dos aliados. Em 19 de fevereiro a
no final de 1865. esquadra imperial forçou a passagem de Humaitá que, totalmente cercada,
só caiu em 25 de julho de 1868.
Invasão do Paraguai. Começava então uma segunda fase do conflito,
com a transferência da iniciativa -- do Exército paraguaio para o aliado. Dezembrada. Efetuada a ocupação de Humaitá, Caxias concentrou as
Fortalecidos, com um efetivo de cinquenta mil homens, os aliados lança- forças aliadas, em 30 de setembro, na região de Palmas, fronteiriça às
ram-se à ofensiva. Sob o comando do general Manuel Luís Osório, e com o novas fortificações inimigas. Situadas ao longo do arroio Piquissiri, essas
auxílio da esquadra imperial, transpuseram o rio Paraná, em 16 de abril de fortificações barravam o caminho para Assunção, apoiadas nos dois fortes
1866, e conquistaram posição em território inimigo, em Passo da Pátria, de Ita-Ibaté (Lomas Valentinas) e Angostura, este à margem esquerda do
uma semana depois. Estabeleceram-se em 20 de maio, em Tuiuti, onde rio Paraguai. O comandante brasileiro idealizou, então, a mais brilhante e
sofreram um ataque paraguaio quatro dias depois. A batalha de Tuiuti, ousada operação do conflito: a manobra do Piquissiri.
considerada a mais renhida e sangrenta de todas as que se realizaram na
América do Sul, trouxe expressiva vitória às forças aliadas.

O caminho para Humaitá, entretanto, não fora desimpedido. O coman-


dante Mitre aproveitou as reservas de dez mil homens trazidos pelo barão
de Porto Alegre e decidiu atacar as baterias de Curuzu e Curupaiti, que
guarneciam a direita da posição de Humaitá, às margens do rio Paraguai.
Atacada de surpresa, a bateria de Curuzu foi conquistada em 3 de setem-
bro. Não se obteve, porém, o mesmo êxito em Curupaiti, onde em 22 de
setembro os aliados foram dizimados pelo inimigo: cinco mil homens morre-
ram.
Duque de Caxias. Em 18 de novembro, o marechal Luís Alves de Lima Duque de Caxias
e Silva, marquês de Caxias, assumiu o comando das forças brasileiras, e, Em 23 dias fez construir uma estrada de 11km através do Chaco pan-
com o afastamento de Mitre e Flores por motivo de graves perturbações tanoso que se estendia pela margem direita do rio Paraguai, enquanto
internas em seus países, encarregou-se também de comandar as forças forças brasileiras e argentinas encarregavam-se de diversões frente à linha
aliadas. Caxias dedicou-se de imediato à reorganização do Exército, que do Piquissiri. Executou-se então a manobra: três corpos do Exército brasi-
começava a sofrer os perigos da desagregação, devido ao insucesso de leiro, com 23.000 homens, foram transportados pela esquadra imperial de
Curupaiti e da crise de comando que se seguira ao conflito, e providenciou Humaitá para a margem direita do rio, percorreram a estrada do Chaco,

História e Geografia do MT 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
reembarcaram em frente ao porto de Villeta, e desceram em terra no porto Com cerca de três mil homens, a coluna, reforçada em Uberaba MG,
de Santo Antônio e Ipané, novamente na margem esquerda, vinte quilôme- seguiu para Cuiabá MT. Das margens do rio Parnaíba, marchou para
tros à retaguarda das linhas paraguaias do Piquissiri. López foi inteiramente Miranda MT, abandonada pelos invasores e atingida por uma epidemia de
surpreendido por esse movimento, tamanha era sua confiança na impossi- beribéri. Sob o comando do coronel Carlos de Morais Camisão, a força já
bilidade de grandes contingentes atravessarem o Chaco. perdera um terço de seu efetivo ao dirigir-se a Nioaque, seguindo depois
para o Apa. Guiada pelo fazendeiro José Francisco Lopes, tomou de sur-
Na noite de 5 de dezembro, as tropas brasileiras encontravam-se em presa o acampamento de Laguna, mas teve de retirar-se. Os brasileiros
terra e iniciaram no dia seguinte o movimento para o sul, conhecido como a ainda travaram batalha com os paraguaios em Baiendê e Nhandipá. Além
"dezembrada". No mesmo dia, o general Bernardino Caballero tentou das perdas em combate, os brasileiros tiveram que enfrentar uma epidemia
barrar-lhes a passagem na ponte sobre o arroio Itororó. Vencida a batalha, de cólera, que vitimou, entre muitos, o coronel Camisão e o guia Lopes. Ao
o Exército brasileiro prosseguiu na marcha e aniquilou na localidade de retornar a Nioaque a tropa tinha apenas 700 combatentes. ©Encyclopaedia
Avaí, em 11 de dezembro, as duas divisões de Caballero. Em 21 de de- Britannica do Brasil Publicações Ltda.
zembro, tendo recebido o necessário abastecimento por Villeta, os brasilei-
ros atacaram o Piquissiri pela retaguarda e, após seis dias de combates A Guerra do Paraguai em Mato Grosso
contínuos, conquistaram a posição de Lomas Valentinas, com o que obri- Guerra da Tríplice Aliança (1865-1870)
gou a guarnição de Angostura a render-se em 30 de dezembro. López, Causas:
acompanhado apenas de alguns contingentes, fugiu para o norte, na dire- Disputa pela hegemonia entre os países platinos.
ção da cordilheira. Em 1º de janeiro de 1869 os aliados ocuparam Assun- Interesse expansionista do capital inglês:
ção. 1)Livre Navegação da Bacia Platina.
2)Destruição do Paraguai.
López, prosseguindo na resistência, refez um pequeno exército de 1857: Abertura da Bacia Platina.
12.000 homens e 36 canhões na região montanhosa de Ascurra-Caacupê- 1864: Solono Lopes, ditador do Paraguai, buscando uma saída para o
Peribebuí, aldeia que transformou em sua capital. Caxias, por motivo de mar resolveu aprisionar o navio brasileiro “Marquês de Olinda”, que
saúde, regressou ao Brasil. Em abril de 1869, assumiu o comando geral trazia a bordo Francisco Carneiro de Campos, novo presidente da
das operações, o marechal-de-exército Gastão d'Órléans, conde d'Eu, Província de Mato Grosso.
genro do imperador, que empreendeu a chamada campanha das cordilhei- 1865: Brasil, Argentina e Uruguai formam a Tríplice Aliança. É decla-
ras. O Exército brasileiro flanqueou as posições inimigas de Ascurra e rada a Guerra contra o Paraguai.
venceu as batalhas de Peribebuí (12 de agosto) e Campo Grande ou Nhu- Solono Lopes invade o sul de Mato Grosso, toma a cidade de Corum-
Guaçu (16 de agosto). López abandonou Ascurra e, seguido por menos de bá acarretando no bloqueio da Bacia Platina.
trezentos homens, embrenhou-se nas matas, marchando sempre para o
norte, até ser alcançado pelas tropas brasileiras em Cerro-Corá, à margem Consequências do durante a guerra para Mato Grosso.
do arroio Aquidabanigui, onde foi morto após recusar-se à rendição, em 1º A)Medo:
de março de 1870. Em 20 de junho de 1870, Brasil e Paraguai assinaram Ataque dos paraguaios.
um acordo preliminar de paz. Rebelião de escravos.
As baixas da nação paraguaia foram estimadas em cerca de 300.000, Desertores.
incluídos os civis mortos pela fome e em consequência da cólera. O Brasil, Quilombo do Rio do Manso.
que chegou a mobilizar 180.000 homens durante a luta, teve cerca de trinta Entrada da Bolívia no conflito ao lado dos paraguaios.
mil baixas. O tratado definitivo de paz entre Brasil e Paraguai, assinado B)Fome
somente em 9 de janeiro de 1872, consagrava a liberdade de navegação Aumento dos preços dos alimentos.
no rio Paraguai e as fronteiras reivindicadas pelo Brasil antes da guerra. Em Carência principalmente do sal.
1943, o Brasil perdoou a dívida de guerra paraguaia, estipulada por esse 1865: Enchente do rio Cuiabá.
tratado. Solução: A Bolívia passa a abastecer Mato Grosso.
c)Varíola ou Bexiga:
Retirada da Laguna 1867: Retomada de Corumbá. Neste momento soldados brasileiros fo-
Os trágicos acontecimentos relacionados com a retirada da Laguna fo- ram conduzidos a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá com os pri-
ram narrados no impressionante livro de memórias de Alfredo d'Escragnolle meiros sintomas da varíola.
Taunay, um de seus participantes. A doença não foi diagnosticada a tempo, no que resulto em uma surto
epidêmico de varíola.
Retirada da Laguna foi um episódio da guerra do Paraguai em que Solução: O presidente da Província de Mato Grosso, Couto de Maga-
mais de 900 brasileiros morreram em terras dominadas pelo inimigo, viti- lhães estabeleceu as seguintes medidas para erradicar a doença:
mados pelos combates e epidemias. Quando os paraguaios invadiram o 1)Construção do Cemitério de Nossa Senhora do Carmo (Cae-Cae)
Mato Grosso, em 1864, o governo brasileiro decidiu ocupar o norte para- 2)Fundação do Acampamento “Couto Magalhães.
guaio, e para isso uma força expedicionária saiu do Rio de Janeiro em abril Em 1868, o surto epidêmico chegou ao fim.
de 1865. 1870: Fim da Guerra do Paraguai.

Consequências do pós Guerra para a Província de Mato Grosso:


1)Reabertura da Bacia Platina.
2)Afirmação dos principais portos: Corumbá, Cuiabá e Cáceres.
3)Surgimento de um nova burguesia: comercio de importação e expor-
tação.
4)Aumento territorial.
5)Imigração. Edenilson Morais

A instalação da República e o estado de Mato Grosso.


Primeira República
Em 09 de dezembro de 1889, Antônio Maria Coelho assumiu as ré-
deas do governo republicano em Mato Grosso. A 15 de agosto de 1891 se
promulgava a Primeira Constituição do Estado de Mato Grosso. O termo
Província deu lugar a Estado. O chefe do executivo mantinha a denomina-
ção de presidente. Eleito pela Assembleia Legislativa, o jurista Dr. Manoel

História e Geografia do MT 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
José Murtinho assumiu o cargo de primeiro presidente do Estado de Mato
Grosso, a 16 de agosto de 1891.
Em 1894, os salesianos chegaram a Mato Grosso, a pedido do bispo
Dom Carlos Luís D’Amour ao fundador Dom Bosco. Os salesianos deixa-
ram histórico rastrocultural em Mato Grosso, notabilizaram-se pelas Mis-
sões entre povos indígenas. O conturbado período político de 1889 a 1906
assinalou progressos econômicos. Usinas açucareiras da beira do Ri-
o Cuiabá desenvolveram-se, tornando-se potências econômicas no Estado.
Notabilizaram-se as usinas
Conceição, Aricá, Itaici - além de outras. Também a produção de bor-
racha tomou notável impulso. Outra fonte de riqueza em crescimento foram
os ervais da região fronteiriça com o Paraguai. Em 1905 tiveram início as
obras da estrada de ferro, que cortou o sul do Estado.
Os chefes do Partido Republicano, além de se reunirem em pontos Getúlio Vargas
de difícil acesso, como nos seringais, também obtiveram asilo político no Os anos de 1930-1945 foram marcados por forte influência europeia.
Paraguai, ali editaram o jornal “A Reação”, que entrava clandestinamente A política centralizadora de Getúlio Vargas se fez sentir em Mato Grosso:
em Mato Grosso. Em 1906, Generoso Ponce retorna a Mato Grosso e em interventores federais foram nomeados por entre exercícios de curto gover-
Corumbá se encontra com Manoel José Murtinho, então adversário político. no. A 16 de julho de 1934, o Congresso Nacional promulgou uma nova
Fazem as pazes e nasce o movimento denominado “Coligação”. Constituição Federal, que foi seguida pela estadual mato-grossense, a 07
O Partido Republicano ordena as forças para a retomada do poder de setembro de 1935. O título de presidente foi substituído pelo de gover-
presidencial de Cuiabá, pressionando do sul e do norte. Ponce sobe de nador. Os constituintes estaduais elegeram o Dr. Mário Corrêa da Costa
Corumbá e o cel. Pedro Celestino desce de Alto Paraguai Diamantino. para governador, que tomou posse como o 12º governo constitucional. Foi
Ponce agia às pressas, porque o presidente Antônio Paes de Barros pedira este um governo marcado por agitações políticas. A normalidade voltou
socorro à União. Do Rio de Janeiro o gal. Dantas Barreto partiu em auxílio com a eleição do bel. Júlio Strubing Muller pela Assembleia Legislativa para
ao presidente do Estadode Mato Grosso. As duas tenazes, do norte e do governador, que assumiu o cargo em 04 de outubro de 1937.
sul, à medida que progrediam o avanço, recebiam adesões de patriotas. Ocorrendo o golpe do “Estado Novo” de Getúlio Dornelles Vargas a
Cerca de 4.000 homens cercaram Cuiabá. 10 de novembro de 1937, o Estadode Mato Grosso passou ao regime de
O presidente Antônio Paes de Barros, vendo-se impotente, furou o cer- interventoria novamente. Nesse período registraram-se progressos econô-
co, tomando disfarce, mas foi descoberto nas imediações da fábrica de micos e notável participação de Mato Grosso na Segunda Guerra Mundial.
pólvora do Coxipó, onde foi assassinado, a 06 de julho de 1906. Em 15 de outubro de 1939, instalou-se em Cuiabá a Rádio Voz do Oeste,
sob a direção de seu criador, Jercy Jacob: professor, poeta, músico, com-
A 15 de agosto de 1907, o cel. Generoso Paes Leme de Souza Ponce positor e técnico em radieletricidade. Marcou época o programa “Domingo
assumiu o governo do Estado de Mato Grosso. Seus substitutos le- Festivo na Cidade Verde”, apresentado por Rabello Leite e Alves de Olivei-
gais eram o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, dr. Joaquim Augusto da ra, ao vivo, no anfiteatro do Liceu Cuiabano. Mais tarde, Alves de Oliveira e
Costa Marques e o cel. João Batista de Almeida Filho. O cel. Pedro Celesti- Adelino Praeiro deram sequência ao programa no Cine TeatroCuiabá.
no foi substituído pelo Dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, que tomou
posse a 15 de agosto de 1911, tendo como vice o cel. Joaquim Caraciolo Por efeito da Constituição Federal de 1946, um novo período de
Peixoto de Azevedo, dr. José Carmo da Silva Pereira e o Dr. Eduardo normalidade se instituiu. A Assembleia Constituinte de Mato Grosso elegeu
Olímpio Machado. O presidente Costa Marques conseguiu a proeza de o primeiro governador do período, Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo. A 03
governar ininterruptamente, fato inédito naqueles tempos de política turbu- de outubro de 1950 houve eleições para governador, concorrendo Filinto
lenta. A Costa Marques sucedeu em 15 de agosto de 1915, o gal. Caetano Muller, pelo Partido Social Democrata e Fernando Corrêa da Costa pela
Manoel de Faria e Albuquerque. União Democrática Nacional. Venceu Fernando Corrêa, que tomou posse a
Eram difíceis os tempos de I Grande Guerra Mundial, sendo que a 22 de 31 de janeiro de 1951, governando até 31 de janeiro de 1956. Fernando
janeiro de 1918, tomou posse D. Francisco de Aquino Corrêa, Bispo de Corrêa da Costa instalou a Faculdade de Direito de Mato Grosso, núcleo
Prusíade, eleito para o quadriênio 1918-1922, governando por todo seu inicial da futura Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT.
mandato. Posteriormente foi eleito, por voto direto o cel. Pedro Celestino O engenheiro civil João Ponce de Arruda recebeu das mãos de Fer-
Corrêa da Costa, que assumiu o governo em 22 de janeiro de 1922, cujo nando Corrêa o governo de Mato Grosso, administrando o Estado por cinco
mandato se expiraria em 1926. No entanto, não chegou a completá-lo, anos, de 31 de janeiro de 1956 até 31 de janeiro de 1961. A 19 de janeiro
deixando o comando do governo, por motivos de saúde, a 1º de novembro de 1958, faleceu no Rio de Janeiro Cândido Mariano da Silva Rondon ou
de 1924. Nesta ocasião o 1º vice-presidente, Dr. Estevão Alves Corrêa, simplesmente o Marechal Rondon, como ficou mundialmente conhecido.
assumiu a presidência, governando até o fim do mandato.
Neste período cruzou o chão mato-grossense a épica “Coluna Prestes”, Em 31 de janeiro de 1961, pela segunda vez, o médico Fernando
que passou por diversas localidades do Estado, deixando um rastro de Corrêa da Costa tomou posse como governador. Em seu segundo mandato
admiração e tristeza. ocorreu a Revolução de 31 de março de 1964, o que serviu para “esticar” o
período de governo, permanecendo à frente do executivo até 15 de março
O 10º presidente constitucional do Estado de Mato Grosso foi o Dr. Má- de 1966. Governou nesta segunda vez por 5 anos, 1 mês e 15 dias.
rio Corrêa da Costa, que governou de 1926 até 1930. O Dr. Anibal Benício
de Toledo, 11º presidente constitucional, assumiu o governo estadual a 22 Em 1964 Mato Grosso tornou-se um dos focos do movimento revolu-
de janeiro, para o quadriênio 1930-1934. Esteve à frente da governadoria cionário. Declarada a Revolução em Minas Gerais, a tropa do 16º Batalhão
apenas por 9 meses e 8 dias, em função dos resultados práticos da Revo- de Caçadores de Cuiabá avançou para Brasília, sendo a primeira unidade
lução de 30. Na sequência assumiu o governo o major Sebastião Rabelo militar a ocupar a capital da República.
Leite - Comandante da Guarnição Militar de Cuiabá. O governo militar instituiu o voto indireto para governador. O nome
Segunda República era proposto pela Presidência da República, homologado pela Assembleia
Legislativa. Apenas em 1982, voltariam as eleições diretas. No primeiro
governo revolucionário, o Dr. Roberto de Oliveira Campos, mato-grossense
de largo passado de serviços públicos, foi escolhido para Ministro de Plane-
jamento. No governo do general Castelo Branco, o mato-grossense general
Dilermando Gomes Monteiro exerceu a função de Subchefe da Casa Mili-
tar, passando a Chefe da Casa Militar no governo do gal. Ernesto Geisel,

História e Geografia do MT 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
posteriormente a Comandante do II Exército e a Ministro do Superior Tribu- (A) Em Mato Grosso, devido ao isolamento em que se encontrava esse
nal Militar. estado em relação ao restante do país, não se verificou o fenômeno conhe-
cido como coronelismo.
Filinto Muller se projetou como senador, nacionalmente. Líder do go- (B) No estado de Mato Grosso, as práticas políticas, embora tipicamente
verno no Senado Federal, Presidente do Senado e Presidente da ARENA. coronelistas, apresentavam caráter essencialmente pacífico, sem o cons-
Faleceu em desastre aéreo nas proximidades de Paris, em 1972, na cha- tante recurso à violência e às lutas armadas, como era comum em outros
mada “Tragédia de Orly”, quando exercia a função de Presidente do Con- estados brasileiros.
gresso Nacional. (C) Na porção norte de Mato Grosso as lutas políticas eram caracterizadas
Ao par do progresso material, o Estado desenvolveu-se culturalmente. pelos frequentes conflitos armados, enquanto na porção meridional, devido
No governo de Pedro Pedrossian, que governou por cinco anos, surgiram à grande influência exercida pela Companhia Mate Laranjeira, os embates
as universidades de Cuiabá e Campo Grande. Verificou-se a inauguração políticos transcorriam dentro dos limites das práticas eleitorais, sem o
da primeira emissora de televisão, a TV Centro América, em 1969. Logo a recurso à violência.
seguir Mato Grosso se ligaria ao resto do Brasil por microondas, pela (D) Em Mato Grosso, o fenômeno do coronelismo ocorreu de modo similar
EMBRATEL, e logo pelo sistema de Discagem Direta a Distância - DDI. ao de muitos outros estados brasileiros, sendo caracterizado pelo cliente-
Mato Grosso tornou-se ponto de apoio ao governo federal para o projeto de lismo, pelas fraudes eleitorais e pelo constante uso da violência armada
integração daAmazônia, desfraldado o slogan “integrar para não entregar”. contra adversários políticos.
(E) Em Mato Grosso, o fenômeno conhecido como coronelismo ocorreu
Uma das consequências do desenvolvimento foi o desmembramento apenas na primeira década do regime republicano, uma vez que, nos anos
do território, formando o Estado de Mato Grosso do Sul, a 11 de outubro de subsequentes, os novos migrantes que chegaram ao estado promoveram
1977, através da Lei Complementar nº. 31. O novo Estado foi instalado a 1º uma renovação das práticas políticas, no sentido do respeito à vontade dos
de janeiro de 1979. No período pós Estado Novo, dois mato-grossenses eleitores e da recusa à utilização da violência como forma de alcançar o
subiram à Presidência da República: Eurico Gaspar Dutra e Jânio da Silva poder.
Quadros.
A crise econômica brasileira se tornou aguda nesse período com a resposta: [D]
desvalorização acelerada da moeda nacional. Sem os suportes de projetos
federais especiais para a fronteira agrícola, os migrantes em parte se 03. (UNEMAT) Nas primeiras duas décadas da República em Mato Grosso,
retiraram de Mato Grosso. No entanto, um projeto de maior monta é o ocorreram intensas disputas políticas, tendo como marca o fenômeno do
conjunto de infra-estrutura de transporte. O projeto de estrada de ferro coronelismo. É característico desse processo.
ligando São Paulo a Cuiabá entra em fase de efetivação, a fim de resolver a. Ausência de violência nas disputas políticas e solução das divergências
parte dos problemas de transporte de grãos. O projeto de uma zona de por intermédio de acordos e alianças.
Processamento de Exportação entra em fase de implantação. Visa-se b. Em Mato Grosso o poder e influência das oligarquias estavam concen-
exportar os produtos mato-grossenses por via fluvial. tradas nas mãos de diversas famílias, que ora se uniam, ora se separavam,
de acordo com seus interesses.
O povo migrado para Mato Grosso tem, com a crise brasileira, a oca- c. O poder das oligarquias e dos coronéis foi obstáculo para que os gover-
sião de uma pausa no desenfreado trabalho de progresso, ocupando-se nantes pudessem levar a contento os seus projetos, uma vez
com o aprofundamento da cultura mato-grossense. Mato Grosso ingressa que esses se negavam a afirmar alianças e compromissos.
definitivamente na idade da cultura, completando o desenvolvimento mate- d. As disputas entre o comerciante Generoso Ponce e o usineiro Totó Paes,
rial, comercial e industrial. foram marcadas pela cordialidade e alto nível, chegando sempre a um
entendimento aceito por todos.
Fonte:
e. A ascensão de Dom Aquino Corrêa ao governo de Mato Grosso signifi-
http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/conteudo.php?sid=261&cid=635
cou o predomínio de uma das frações oligárquicas na disputa conhecida
O coronelismo em Mato Grosso na República Velha como “Caetanada”.
A Primeira República, ou República Velha, em Mato Grosso, foi marca- resposta:[B]
da politicamente pela disputa entre as oligarquias do Norte, composta pelos
usineiros de açúcar, e do Sul, composta por pecuaristas, comerciantes, 03. (UFMS) - A respeito do coronelismo e do banditismo na história do
ligados à importação e exportação, e pelos coronéis da erva-mate. Essas antigo Mato Grosso, especialmente nas primeiras décadas do período
oligarquias alternaram-se no poder após lutas violentas entre coronéis e republicano (1889-1943), é correto afirmar que
seus bandos de lado a lado. Os episódios mais graves dessas disputas (001) são fenômenos sociais que fizeram parte de um período da história
foram: Massacre da Bahia Garcez, em 1901; o assassinato do governador regional, também caracterizado pelo uso extremo da violência, fato que
Totó Paz, em 1906; a Caetanada, em 1916, que culminou com a interven- acabou por se confundir com o próprio modo de vida dos matogrossenses
ção federal em Mato Grosso; Morbeck X Carvalinho verdadeira guerra na daqueles tempos.
região dos garimpos no Araguaia, em Garças. (002) o coronelismo foi o poder exercido pelos coronéis do Exército Brasilei-
Roteiro de estudos: O Coronelismo ro, filhos de grandes latifundiários, capazes de mobilizar forças militares e
paramilitares para combater os monarquistas locais.
1. (UFMT) Em relação ao predomínio político das oligarquias no Brasil (004) devido à extrema violência registrada nesse período, a região mato-
durante a Primeira Republica (1889-1930) e à ação dos chamados coro- grossense chegou a ser conhecida como terra sem lei, onde a única lei que
néis, julgue os itens : havia estava atrelada ao artigo 44, isto é, à lei imposta por meio do calibre
( ) Em Mato Grosso a disputa política ocorria entre a oligarquia do norte 44.
composta pelos senhores de engenho, depois usineiros e a oligarquia do (008) no sul do antigo Mato Grosso, o banditismo e seus expoentes mais
sul composta por grandes pecuaristas e comerciantes. conhecidos, como Silvino Jacques e o bando dos Baianinhos, originaram-
( ) O coronelismo entendido enquanto um sistema de troca eleitoral, prote- se do cangaço nordestino, pois os primeiros bandidos que aqui chegaram
ção e favores de um lado, e voto de outro, possuí um caráter sempre pací- vieram do bando de famosos cangaceiros perseguidos desde o governo de
fico. Floriano Peixoto.
( ) O coronelismo tinha base familiar e rural; o coronel era ao mesmo (016) na zona pantaneira e na faixa de fronteira com o Paraguai, o corone-
tempo um grande latifundiário e chefe patriarcal. lismo e o banditismo não chegaram a florescer devido à ação de tropas
federais, responsáveis pela ordem na região e pela defesa do território
resposta: V, F, V nacional.

2. (UFGD) Com relação ao período da história brasileira conhecido como resposta: V, F, V, F, F


República Velha, é CORRETO afirmar o seguinte: Século XIX

História e Geografia do MT 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em 1820, Cuiabá volta a ser sede política e administrativa de Mato destacaram as usinas Conceição, Aricá, Flechas, São Miguel e Itaici. Esses
Grosso e Vila Bela entra em decadência. Neste período surgiu uma indús- grandes empreendimentos foram, na época, o maior indício de desenvolvi-
tria doméstica que supriu a necessidade de produtos da terra como farinha mento industrial de Mato Grosso. Sua decadência foi em razão do grande
de mandioca, arroz, feijão, açúcar, aguardente, azeite de mamona e algo- isolamento da região e do abandono por parte do governo.
dão.
http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/conteudo.php?sid=63&cid=5
Por volta de 1830 surge a extração da ipecacuanha ou poaia, Cephae- 95
lis ipecacuanha. Nesta época, José Marcelino da Silva Prado, explorando
garimpos de diamantes nas imediações do Rio Paraguai, em região próxi- Política agrícola e fundiária e reforma agrária
mo à Barra do Bugres, observou que seus garimpeiros usavam, quando André Gonzalez Cruz
doentes, um chá preparado com raiz de arbusto facilmente encontrado à
sombra da quase impenetrável floresta da região. Tratava-se da “poaia”, 1. INTRODUÇÃO
que era antiga conhecida dos povos indígenas, que tinham repassado seu Através do presente trabalho, busca-se um conhecimento maior a res-
conhecimento aos colonizadores. Curioso e interessado, o garimpeiro peito da questão agrária no Brasil, tanto em relação à sua evolução quanto
enviou amostras da planta para análise na Europa, via porto de Cáceres e
seu posicionamento na atualidade. Tal matéria sempre foi muito pouco
Corumbá. Desta raiz é extraída a Emetina, substância vegetal largamente
explorada pelos doutrinadores e possui jurisprudência ainda em formação.
utilizada na indústria farmacêutica, principalmente como fixador de coran-
tes. Devido ao problema agrário que o nosso País enfrenta, principalmente
no que diz respeito à grande concentração de terras e renda, a Constituição
Constatado oficialmente seu valor medicinal, iniciou-se, então, o ciclo
Federal separa todo um capítulo para seu estudo e direcionamento de suas
econômico da poaia, de longa duração e grandes benefícios para os cofres
principais políticas, buscando assim, uma maior valorização do trabalho e
do Tesouro do Estado. Esta planta é extremamente sensível, abundando
do trabalhador do campo.
em solos de alta fertilidade sob árvores de copas bem formadas. Seus
principais redutos eram áreas dos municípios de Barra do Bu- Dessa forma, é traçado um paralelo, em nosso presente estudo, a res-
gres e Cáceres. A princípio, os carregamentos seguiam para a metrópoles peito do direito de propriedade com a função social da mesma, na busca de
via Goiás, depois passou a ser levada por via fluvial, com saída ao estuário se conseguir equilibrar o sistema fundiário brasileiro com os interesses dos
do Prata. trabalhadores, dos proprietários e do próprio Estado.
Os poaieiros eram os indivíduos que se propunham a coletar a poaia. Nosso texto constitucional explicita, de maneira geral, os mecanismos
O poaiaeiro surgiu em Mato Grosso em fins do século XIX, e foi responsá- de efetivação das políticas agrícolas e fundiárias, bem como as linhas
vel pelo surgimento de núcleos de povoamento no Estado, graças à sua gerais de como deve se basear a reforma agrária, sempre na busca da
atividade desbravadora, sempre à procura de novas “manchas” da raiz da democratização da terra.
poaia. Porém, o próprio poaieiro decretou o (quase) fim desta cultura, pois
os “catadores” da poaia somente extraíam as plantas, não faziam o replan- É indubitável que o presente estudo vem acalentar os corações de toda
tio, não seguindo o exemplo dos povos indígenasque, ao subtraírem as a população brasileira, ansiosa por mudanças no quadro fundiário atual,
raizes da ipeca, as replantavam, garantindo, assim, a perenidade do vege- inclusive, com sua participação efetiva em muitos movimentos sociais no
tal. campo, demonstrando que a sociedade não está receosa frente às mudan-
ças, ela virão, e é certo que para melhor.
Outro fator que contribuiu para a escassez da planta foi o desmatamen-
to desenfreado da região oestina de Mato Grosso, pois a poaia estava 2. EVOLUÇÃO DA QUESTÃO AGRÁRIA
acostumada à sombra das matas úmidas, e sucumbiu ante a queda das O problema fundiário do país não é recente, ele remonta a 1530, com a
árvores. A poaia chegou a ser o segundo contribuinte para os cofres da criação das capitanias hereditárias e do sistema de sesmarias – grandes
Província de Mato Grosso, devido a sua exportação principalmente para a glebas distribuídas pela Coroa portuguesa a quem se dispusesse a cultivá-
Europa. las, em troca de uma parte da produção. Dessa forma, nascia o latifúndio.
Após a constatação em Paris de que a borracha mato-grossense pos- A Independência, em 1822, piorou o quadro, na medida em que torna-
suía boa qualidade o produto tornou-se famoso em várias partes do mundo. va inevitável a troca de donos das terras, que se deu sob a lei do mais
Logo após a Guerra do Paraguai, em 1870, a produção, oriunda dos vastos forte, em meio à grande violência. Os conflitos não envolviam trabalhadores
seringais nativos da imensa região banhada pelo Rio Amazonas, tornou-se rurais (quase todos escravos), mas proprietários e grileiros apoiados por
um ponto de apoio para os minguados cofres da Província. Diamantino foi o bandos armados. Só em 1850 o Império tentou colocar ordem no campo,
grande centro produtor de látex e Cuiabá se transformou em centro comer- editando a Lei das Terras.
cial do produto, com várias empresas criadas para exportar a borracha
mato-grossense. Destacou-se entre elas a Casa Almeida e Cia., com matriz A Lei de Terras do Brasil (Lei nº. 601) disciplinava as questões da terra
na Praça 13 de Maio. Ela exportava para várias partes do mundo, princi- e do trabalho rural, estabelecendo que as terras devolutas somente poderi-
palmente para Londres e Hamburgo. am ser adquiridas por compra. Tal lei, sem dúvida, constituiu-se num entra-
ve ao crescimento da pequena propriedade destinada à agricultura para
A criação de gado e a lavoura tornaram Livramento, Santo Antônio do produção de alimentos, ao mesmo tempo em que favoreceu o grande
Rio Abaixo e Chapada dos Guimarães os grandes celeiros da capital. Mas proprietário rural, pois somente ele tinha recursos financeiros para efetuar a
com o fim da escravidão estas localidades entraram em verdadeiro colap- compra de grandes áreas. O simples colono e o escravo não possuíam
so. dinheiro.
Na região sul da Província, hoje território de Mato Grosso do Sul, sur- O advento da República, em 1889, um ano e meio após a libertação
giu ainda no fim do século XIX a produção de erva mate, Ilex paraguaien- dos escravos, tampouco fez melhorar o perfil da distribuição de terras. O
sis. O empresário Tomás Laranjeira obteve privilégios da Província para poder político continuou nas mãos dos latifundiários, também chamados de
começar a empresa Mate Laranjeira. Entre as facilidades conseguiu arren- coronéis. Apenas no final dos anos 50 e início dos anos 60, com a indus-
dar toda a região banhada pelos afluentes da margem direita do Rio Para- trialização do país, é que a questão fundiária começou a ser debatida pela
ná, numa área de aproximadamente 400 léguas quadradas. O empreendi- sociedade, que se urbanizava rapidamente.
mento foi um sucesso e foi de grande contribuição para os cofres públicos
na época. Com a quase extinção dos ervais nativos e uma política econô- Contraditoriamente, logo no início do regime militar foi dado o primeiro
mica contrária aos interesses comerciais desta cultura, o segmento comer- passo para a realização da reforma agrária no país, com a elaboração do
cial entrou em decadência em menos de duas décadas. Estatuto da Terra (Lei nº. 4.504, de 1964) e de outros Institutos que tinham
por objetivo o desenvolvimento agrário e a reforma agrária.
Apesar de conturbado politicamente, o período de 1889 a 1906 foi de
intenso progresso econômico. Logo após a proclamação da República, Contudo, esta experiência não foi bem sucedida, tendo em vista que os
várias usinas açucareiras foram criadas e se desenvolveram. Entre elas se projetos que foram implantados durante este período não foram capazes de
satisfazer as necessidades agrícolas. Em vez de dividir a propriedade, o

História e Geografia do MT 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
capitalismo impulsionado pelo regime militar brasileiro promoveu a moder- Dessa forma, a reforma agrária deve ser entendida como o conjunto de
nização do latifúndio, por meio do crédito rural fortemente subsidiado e notas e planejamentos estatais mediante intervenção do Estado na econo-
abundante. O dinheiro farto e barato, aliado ao estímulo à cultura de soja – mia agrícola com a finalidade de promover a repartição da propriedade e
para gerar grandes excedentes exportáveis – propiciou a incorporação das renda fundiária.
pequenas propriedades rurais pelas médias e grandes.
O art. 184 da Constituição da República determina que a sanção para o
Nesse período, toda a economia brasileira cresceu com vigor – eram imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social é a desapropria-
os tempos do "milagre brasileiro", o país urbanizou-se e industrializou-se ção por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante prévia e
em alta velocidade, sem ter que democratizar a posse da terra, nem preci- justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação
sar do mercado interno rural. O projeto de reforma agrária foi esquecido e a de seu valor real, resgatáveis no prazo de até 20 (vinte) anos, a partir do
herança da concentração da terra e da renda permaneceu intocada. segundo ano de sua emissão, em percentual proporcional ao prazo, de
acordo com os critérios estabelecidos nos incisos I a V, § 3º, do art. 5º da
Somente em 1984, com a redemocratização, voltou à tona o tema da Lei nº. 8.629/93. Entretanto, as benfeitorias úteis e necessárias serão
reforma agrária. De grande fomento foi sua vinculação ao Ministério do indenizadas em dinheiro.
Desenvolvimento Agrário, ao qual imediatamente se incorporou o INCRA.
Desde então, a reforma agrária tem recebido grandes estímulos, com O Decreto que declarar o imóvel rural como de interesse social, para
dotações orçamentárias crescentes e importantes alterações legislativas. efeito de reforma agrária, autoriza a União (competência exclusiva) a propor
a ação de desapropriação. As operações de transferência de imóveis
É de se ressaltar aqui, a importância dos movimentos sociais pró- desapropriados para fins de reforma agrária bem como a transferência ao
reforma agrária, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem- beneficiário do programa, serão isentas (imunes) de impostos federais,
Terra), cujas reivindicações se delineiam num panorama de mudanças estaduais e municipais (art. 26, Lei n. 8.629/93; §5º, do art. 184, da CF/88).
político-sociais da ordem estrutural, enfatizando os valores da ética e da
moral, através de uma democracia participativa. Para evitar o desvirtuamento dos objetivos da reforma agrária, o art.
189 da CF determina que “os beneficiários da distribuição de imóveis rurais
Quanto à legitimidade do MST para tanto, veja-se entendimento juris- pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso,
prudencial do STJ: inegociáveis pelo prazo de 10 anos”.
“Reforma Agrária. Movimento Sem-Terra. Movimento popular visando a A Constituição do Brasil indica como pressupostos da desapropriação,
implantar a reforma agrária não caracteriza crime contra o patrimônio. a necessidade pública, a utilidade pública e o interesse social.
Configura direito coletivo, expressão da cidadania, visando a implantar
programa constante da Constituição da República. A pressão popular é “Ocorre interesse social quando o Estado esteja diante dos chamados
própria do Estado de Direito Democrático” (HC nº. 5.574/SP – 6ª T. – Rel. interesses sociais, isto é, daqueles diretamente atinentes às camadas mais
Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, j. 8-4-97). pobres da população e à massa do povo em geral, concernentes à melhoria
nas condições de vida, à mais equitativa distribuição de riqueza, à atenua-
3. A QUESTÃO AGRÁRIA NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 ção das desigualdades em sociedade (cf. M. Seabra Fagundes, 1984: 287-
A Constituição brasileira de 1988 apresenta-se progressista no plano 288).
agrário, porém com traços conservadores devido à herança cultural privada O orçamento da União fixará, anualmente, o volume de títulos da dívida
do país. Os institutos básicos de direito agrário (o direito de propriedade e a agrária e dos recursos destinados, no exercício, ao atendimento do Pro-
posse da terra rural) são disciplinados e o direito de propriedade é garanti- grama de Reforma Agrária; devendo constar estes recursos do orçamento
do como direito fundamental, previsto no art. 5º, XXII, da atual Lei Magna. do Ministério responsável por sua implementação e do órgão executor da
O texto constitucional garante o direito de propriedade, porém, este di- política de colonização e reforma agrária (INCRA).
reito encontra-se mitigado, na medida em que a propriedade terá que De acordo com o art. 185 da Constituição Federal, são insuscetíveis de
atender a sua função social (art. 5º, XXIII), sob pena de o proprietário ficar desapropriação para fins de reforma agrária: a pequena e média proprieda-
sujeito à desapropriação para fins de reforma agrária. Além disso, a propri- de rural, desde que seu proprietário não possua outra; e a propriedade
edade volta a ser incluída entre os princípios da ordem econômica, que têm produtiva.
por fim ”assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social” (art. 170, III). Este artigo apresenta justificativa, tendo em vista que de nada adianta
desapropriar uma pequena ou média propriedade de uma pessoa para
De acordo com José Afonso da Silva, lembrando Fernando Pereira So- passar à outra, porque não resolve o problema agrário do País e gera um
dero, “o regime jurídico da terra fundamenta-se na doutrina da função social desgaste político considerável; por outro lado, de nada adianta, e nem justo
da propriedade, pela qual toda a riqueza produtiva tem uma finalidade é, se tirar a grande propriedade de quem produz, só porque é grande, e
social e econômica, e quem a detém deve fazê-la frutificar, em benefício passar para quem, talvez, nunca tenha produzido e nem saiba fazê-lo.
próprio e da comunidade em que vive” (da Silva, José Afonso; Curso de
Direito Constitucional Positivo. São Paulo, Malheiros Editores, 2003, 22ª Não ficou ao arbítrio da Administração Pública definir o que sejam pro-
edição, pág. 795). priedade rural, pequena propriedade, propriedade produtiva, nem as hipó-
teses em que se consideram atendidos os requisitos da função social da
De acordo com a Magna Carta, em seu art. 186, para que a proprieda- propriedade. Todos esses conceitos estão contidos na Lei nº. 8.629/93, que
de rural cumpra sua função social, ela tem que atender, simultaneamente, a dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à
cinco requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização adequada reforma agrária, previstos na Constituição.
dos recursos naturais disponíveis; preservação do meio ambiente; obser-
vância das disposições que regulam as relações de trabalho; e exploração A desapropriação não é feita somente de acordo com o art. 184 da
que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. Carta Maior, há também previsão constitucional no art. 5º, XXIV, que diz
que “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessi-
Então, o princípio da função social da propriedade na zona rural cor- dade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
responde à ideia, já assente na doutrina jurídico-agrária, de correta utiliza- indenização em dinheiro”.
ção econômica da terra e sua justa distribuição, de modo a atender ao
bem-estar da coletividade, mediante o aumento da produtividade e da Dessa forma, as vedações contidas no art. 185 da Constituição de
promoção da justiça social. 1988 fazem referência somente ao processo de reforma agrária constante
do art. 184, e não ao poder geral de desapropriação do art. 5º, XXIV.
4. REFORMA AGRÁRIA
Enfim, pode-se dizer que, sendo para fins de necessidade, utilidade
De acordo com o §1º, do art. 1º, da Lei 4.504/64 (Estatuto da Terra), pública, bem como interesse social, desde que não atrelado à reforma
“considera-se reforma agrária o conjunto de medidas que visem a promover agrária, qualquer imóvel, produtivo ou improdutivo, rural ou urbano, peque-
melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua no, grande ou médio, único do proprietário ou apenas um entre muitos,
posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento pode ser desapropriado, mas a indenização deverá ser paga a vista e em
de produtividade”.
História e Geografia do MT 18 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dinheiro. Se, porém, a desapropriação se fundar em interesse social, para porque atinge as vantagens econômicas da grande empresa, com vanta-
fins de reforma agrária, não há como incidir sobre qualquer propriedade gens sociais que estas não podem oferecer.
produtiva, e nem tampouco sobre a pequena e a média, produtiva ou não,
desde que seja a única de que disponha o proprietário. 4º - Regime das relações de Poder: os trabalhadores do campo neces-
sitam, assim como os proprietários urbanos, de mecanismos de defesa
Em relação às pequenas e médias propriedades, importante destacar legal. Reformar as relações de poder é conferir ao trabalhador do campo os
que o Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos (6 x 5), concedeu recursos legais para reivindicar os seus direitos. Esses recursos são, prin-
mandado de segurança impetrado contra decreto presidencial que declarou cipalmente, a organização do sindicalismo rural e da justiça agrária.
de interesse social para fins de reforma agrária imóvel rural que houvera se
transformado em média-propriedade somente após sua vistoria para fins 5. POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA
expropriatórios. O STF considerou lícita a argumentação de tratar-se de Não se deve confundir reforma agrária com política agrícola, na medida
média propriedade e, portanto, insuscetível de reforma agrária. O tribunal em que esta é a política que orienta, no interesse da economia rural, a
entendeu ser direito do proprietário do imóvel repartir sua propriedade, atividade agropecuária, traçando planos, com a finalidade de harmonizá-la
mesmo após a vistoria do imóvel para fins de reforma agrária, devendo com o processo de industrialização do país e de melhorar a utilização da
eventual divisão fraudulenta ser examinada em ação própria e jamais em terra, implementando a produção, o aproveitamento da mão-de-obra rural e
sede de mandado de segurança (Informativo STF nº. 80 – MS nº. 22.591 – a colonização oficial e rural, atualizando a legislação e adaptando-a aos
Rel. Min. Moreira Alves, 20-8-97; tendo sido citados os seguintes preceden- planos e programas de ação governamental, e ainda, elevando o nível de
tes: MS nº. 21.010 e MS nº. 22.645). vida rural.
Assim, em outras palavras, podemos caracterizar a reforma agrária A política agrícola pode ser entendida como ação própria do Poder Pú-
como um conjunto sistemático de medidas destinadas a melhorar as condi- blico que consiste na escolha de meios adequados para influir na estrutura
ções do homem do campo, por meio da utilização mais racional da terra. e na atividade agrária, a fim de obter um ordenamento satisfatório da con-
Além dos objetivos políticos sociais – permitir acesso à propriedade da terra duta das pessoas que delas participam ou a ela se vinculam, com o escopo
aos que nela trabalham, eliminar grandes desigualdades e impedir o êxodo de conseguir o desenvolvimento e o bem estar da comunidade
rural, fixando o homem no campo –, a reforma agrária tem objetivos eco-
nômicos: desconcentrar a renda e elevar a produção e a produtividade do Tal política deve ser planejada e executada na forma da lei, exigindo a
trabalho na agricultura. participação efetiva do setor de produção, envolvendo simultaneamente
produtores e trabalhadores rurais, bem como os setores de comercializa-
As medidas abaixo expostas cobrem quatro setores diversos e cada ção, de armazenamento e de transportes. Deverá levar em conta sobretu-
um constitui uma reforma parcial. Ao conjunto dessas reformas é que se do: os instrumentos creditícios e fiscais; os preços compatíveis com os
atribui o nome reforma agrária. custos de produção e a garantia de comercialização; incentivo à pesquisa e
1º - Reforma fundiária: processo de redistribuição da propriedade fun- à tecnologia; a assistência técnica e a extensão rural; o seguro agrícola; o
diária promovido pelo Estado, sobretudo em áreas de agricultura tradicional cooperativismo; a eletrificação rural e a irrigação; e a habitação para o
e pouco produtiva. A redistribuição dos direitos de propriedade é feita por trabalhador rural.
meio da expropriação ou desapropriação e divisão dos latifúndios e gran- A Lei nº. 8.171/91, que dispõe sobre a política agrícola, regula que “en-
des fazendas, improdutivas em geral, com entrega de títulos de proprieda- tende-se por atividade agrícola a produção, o processamento e a comercia-
de aos arrendatários, parceiros e posseiros. Essa medida visa uma distribu- lização dos produtos, subprodutos e derivados, serviços e insumos agríco-
ição mais justa da propriedade do solo, portanto, o governo deve incluir las, pecuários, pesqueiros e florestais”.
nessa operação as terras de sua propriedade, ou seja: terras devolutas,
terras da Federação, dos Estados e Municípios. Dispõe ainda o art. 8° que o planejamento agrícola será feito em con-
sonância com o que dispõe o art. 174 da Constituição, de forma democráti-
Terras devolutas são bens de natureza dominical, vale dizer, integram ca e participativa, através de planos nacionais de desenvolvimento agrícola
o patrimônio de pessoa jurídica de direito público, embora não destinadas a plurianuais, planos de safras e planos operativos anuais, observadas as
uso público nem concedidas a particulares. São terras vagas, não aprovei- definições constantes da referida lei.
tadas, que podem ser alienadas ou concedidas a particulares.
A política fundiária, por sua vez, difere da política agrícola, sendo um
"Com pertinência às terras devolutas, outra dificuldade se apresenta: a capítulo, uma parte especial desta, tendo em vista o disciplinamento da
relativa ao ônus da prova de o serem ou de o não serem. É praticamente posse da terra e de seu uso adequado (função social da propriedade).
impossível fixar-se uma conceituação jurídica positiva de terras devolutas, a Nesse contexto, a política fundiária deve visar e promover o acesso à terra
partir da legislação existente: a definição só se pode fazer por exclusão, e a daqueles que saibam produzir, dentro de uma sistemática moderna, espe-
sua característica é a da inexistência de titulação" (Adroaldo Furtado Fabrí- cializada e profissionalizada.
cio, Comentários ao Código de Processo Civil, vol. VIII. Tomo III. Forense,
1981, p. 649). Mas a Constituição, nas lições de José Afonso da Silva, amparou mais
a política agrícola do que a reforma agrária. “Enquanto a esta se opuseram
Terras devolutas são bens públicos patrimoniais ainda não utilizados inúmeros obstáculos, àquela tudo ocorre liso e natural, porque aí o benefi-
pelos respectivos proprietários, conceito dado pela Lei Imperial 601, de ciário é a classe dominante no campo” (da Silva, José Afonso; Curso de
18/9/1850 e tem sido aceito uniformemente pelos civilistas. Direito Constitucional Positivo. São Paulo, Malheiros Editores, 2003, 22ª
2º - Reforma agrícola: compreende um conjunto de medidas destina- edição, pág. 799).
das a aumentar a produtividade de terras e mão-de-obra agrícola, como: A Constituição Federal criou o chamado “usucapião constitucional” ou
iniciação de técnicas avançadas de cultivo e assistência técnica; crédito “pro labore”, em favor daquele que, não sendo proprietário de imóvel urba-
fácil e acessível; facilidades para o escoamento dos produtos a preços no ou rural, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição,
compensatórios; e escolas e serviços médico-hospitalares locais. área de terra, em zona rural, não superior a 50 hectares, tornando-a produ-
3º - Reforma rural: entende-se pelo termo a reforma da empresa rural. tiva por seu trabalho ou de sua família e tendo nela sua moradia, terá
Nem 10% dos trabalhadores no campo são proprietários das terras que adquirido sua propriedade. Em contrapartida, vedou qualquer possibilidade
cultivam. A maior parte deles trabalha em regime de assalariamento, par- de usucapião em imóveis públicos.
ceiros ou arrendatários. Para certos tipos de cultura extensiva, a grande CONCLUSÃO
empresa rural pode oferecer condições e melhorar a utilização da terra,
pelas suas maiores possibilidades de atingir grandes mercados e de reno- Em conclusão, podemos asseverar que as políticas governamentais de
var seus métodos e equipamentos. Mas a pequena propriedade rural, que acesso à terra no Brasil não conseguem promover um pacto político de
garante um teor de vida digno e identifica na mesma pessoa as figuras do sustentação para um projeto de redistribuição de terras, apesar de possuir
operário e do proprietário, é a mais sólida base da prosperidade agrícola de um dos mais belos diplomas sobre a questão agrária (Lei nº. 4.504/64).
um país. A implantação de um novo sistema de produção, com a integração Essa crônica incapacidade de articulação tem sido responsável por
dessas propriedades em cooperativas pode apresentar o regime rural ideal, uma histórica criação de expectativas, seguida de frustrações, com projetos
História e Geografia do MT 19 A Opção Certa Para a Sua Realização
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de colonização que nascem e morrem no papel. Na raiz desse processo há pela realização da reforma agrária no Brasil. O MST teve origem na década
um poderoso jogo de interesses bancado no século passado por fazendei- de 1980, defendendo que a expansão da fronteira agrícola, os mega
ros que começaram a amealhar fortuna como posseiros de grandes áreas projetos — dos quais as barragens são o exemplo típico — e
públicas, hoje sucedidos por grupos empresariais proprietários de fazendas a mecanização da agricultura contribuíram para eliminar as pequenas e
altamente mecanizadas. médias unidades de produção agrícola e concentrar a propriedade da terra.
Reforma agrária não consiste apenas na entrega da terra a quem não a Paralelamente, o modelo de reforma agrária adotado pelo regime
tem e a quer, precisamos sim de uma reforma acoplada à política agrícola, militar priorizava a "colonização" de terras devolutas em regiões remotas,
que responda aos anseios do homem sem terra. tais como as áreas ao longo da rodovia Transamazônica, com objetivo de
"exportar excedentes populacionais" e favorecer a integração do território,
A participação efetiva do público alvo na execução dos programas de considerada estratégica. Esse modelo de colonização revelou-se, no
regularização fundiária é vital não só para adequá-las às expectativas da entender do movimento, inadequado e eventualmente catastrófico para
população, mas também para que os ocupantes destas terras exercitem a centenas de famílias, que acabaram abandonadas, isoladas em um
sua cidadania. ambiente inóspito, condenadas a cultivar terras que se revelaram
Na definição dos instrumentos legais para a regularização fundiária de- impróprias ao uso agrícola.
ve-se adotar a negociação como forma de relação entre planejadores, Nessa época, intensificou-se o êxodo rural — abandono do campo por
executores e ocupantes, evitando imposições e incentivando a discussão seus habitantes —, com a migração de mais de 30 milhões
de princípios e práticas que favoreçam a melhoria da qualidade de vida e de camponeses para as cidades, atraídos pelo desenvolvimento urbano
fortalecimento da cidadania. e industrial, durante o chamado "milagre brasileiro". Grande parte deles
Por tudo isso, a importância da reforma agrária é decisiva porque per- ficou desempregada ou subempregada, sobretudo no início anos 1980,
mite e consolida a estabilidade econômico-financeira de um país. Nenhuma quando a economia brasileira entrou em crise. Alguns tentaram resistir na
nação poderá ser próspera enquanto seu trabalhador rural estiver na misé- cidade e outros se mobilizaram para voltar à terra. Desta tensão,
ria social-econômica. Daí a necessidade premente da "libertação" destes movimentos locais e regionais se desenvolveram na luta pela terra.
trabalhadores, numa base econômica de aliança harmônica entre o proprie- Em 1984, apoiados pela Comissão Pastoral da Terra, representantes
tário e os trabalhadores rurais. dos movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores rurais e outras
A reforma agrária não é contra a propriedade privada no campo. Ao organizações reuniram-se em Cascavel, Paraná, no 1º Encontro Nacional
contrário, descentraliza-a democraticamente, favorecendo as massas e dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, para fundar o MST.1 2
beneficiando o conjunto da nacionalidade. É um imperativo da realidade Apesar de os movimentos organizados pela reforma agrária no Brasil
social atual, devendo atender a função social da propriedade, evitando-se serem relativamente recentes, remontando apenas às ligas camponesas —
assim, as tensões sociais e conflitos no campo. Uma reforma agrária no associações de agricultores que existiam durante as décadas
País, moderada e sábia, será uma das causas principais do progresso de 1950 e 1960 — o MST entende-se como herdeiro ideológico de todos os
nacional. movimentos de base social camponesa ocorridos desde que
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra os portugueses entraram no Brasil, quando a terra foi dividida
em sesmarias por favor real, de acordo com o direito feudal português, o
que excluiu em princípio grande parte da população do acesso direto à
terra. Contrariamente a esse modelo concentrador da propriedade fundiária,
o MST declara buscar a redistribuição das terras improdutivas.
Histórico da questão agrária
Conflitos pela terra desde 1850
A Lei de Terras de 1850, ao estabelecer a compra e venda como forma
padrão de aquisição da propriedade fundiária e limitando fortemente
o usucapião, foi a estrutura agrária desigual herdada dos tempos coloniais.
É desse marco legislativo que se valem os historiadores para dividir a
história dos conflitos agrários no Brasil independente, a partir de 1850, em
duas fases distintas:
A primeira fase, que iria de 1850 até 1940, é classificada como
"messiânica", pois estas lutas estavam associadas à presença de líderes
religiosos de origem popular, que pregavam ideologias de
cunho milenarista (inclusive com elementos sebastianistas, isto é,
associados à mitologia relativa ao retorno de Dom Sebastião) e ligados ao
catolicismo popular. Nesse período, um dos mais importantes movimentos
foi o da comunidade de Canudos, na Bahia, liderada por Antônio
Conselheiro. A comunidade permaneceu entre 1870 e 1897, quando
acabou sendo arrasada por tropas federais, durante a chamada Guerra de
Canudos: todas as 5.200 casas do arraial foram queimadas e a maior parte
da população foi morta.
Monumento desenhado por Marcos Castro dedicado ao MST e Outro movimento desta fase é o Contestado, que se desenvolve
localizado na BR-277, próximo a Curitiba. de 1912 até 1916 em Santa Catarina, liderado pelo monge José Maria.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um Inserem-se no mesmo quadro as atividades de Lampião no nordeste
movimento político-social brasileiro que busca a reforma agrária . Teve brasileiro, no período de 1917 até 1938, na medida em que este possa ser
origem na oposição ao modelo de reforma agrária imposto pelo regime tido como uma forma de banditismo "social", cujas origens estariam na
militar, principalmente nos anos 1970, que priorizava a colonização de espoliação dos pequenos agricultores - como a família de Lampião - e nas
terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação de estruturas de poder político regional, dominadas pelo latifúndio. Esta
excedentes populacionais e integração estratégica. Contrariamente a este posição, defendida pela historiografia marxista brasileira dos anos 1960 -
modelo, o MST busca fundamentalmente a redistribuição das terras especialmente pelo historiador Rui Facó3 - e recuperada mais tarde pelo
improdutivas. É um grupo de fazendeiros que dividem seus lotes de terras historiador inglês Eric Hobsbawn,4 tem sido, entretanto, contestada por
com os mais pobres, e também dividem parte de seu lucro mensal.
Questões do trabalhador do campo, cujo objetivo é principalmente à luta
História e Geografia do MT 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
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uma outra vertente que vê o banditismo do cangaço numa relação de acampamento e ali produzir alimentos. Cambahyba é um complexo de sete
comensalidade com o latifúndio, mais do que de oposição.5 6 fazendas, cuja área totaliza 3.500 hectares. Segundo o porta-voz do
movimento, o objetivo da invasão é pressionar por mais agilidade na
A segunda fase da luta pela terra no Brasil é definida como "lutas desapropriação das terras da Cambahyba. Segundo ele, trata-se de "uma
radicais localizadas" e que se desenvolvem de 1940 até 1955. Nesta fase propriedade improdutiva, e a demora na desapropriação, pela Justiça, é um
ocorreram diversos conflitos violentos por terras e revoltas populares, em absurdo". O processo de desapropriação começou em 1995, quando o
diversos lugares do Brasil, em lutas não mais de cunho messiânico, mas Incra fez o pedido. Três anos depois, os proprietários conseguiram reverter
agora com demandas sociais e políticas claramente definidas como tais. o processo. Em 2000, a fazenda foi ocupada por integrantes do MST, que
Estas lutas, embora localizadas, tiveram a adesão de milhares de pessoas, acabaram por ser despejados em 2006. Finalmente, em agosto de 2012, o
e em alguns lugares, como no Maranhão e no Paraná adquiriram tal juiz da 2ª Vara Federal em Campos, Dario Ribeiro Machado Junior, decidiu
magnitude que os camponeses tomaram cidades e organizaram governos pela desapropriação, mas os donos das terras recorreram da decisão em
paralelos populares. segunda instância. As terras pertencem à família do falecido político Heli
Com isto a luta pela terra foi violentamente reprimida, sob pretexto de Ribeiro Gomes, vice-governador do Rio de Janeiro entre 1967 a 1971.
"ameaça comunista". Com isto, o movimento pela reforma agrária não pode Gomes é acusado de ter permitido o uso do forno da usina para a
atuar e a maioria de seus líderes foram ou presos ou mortos. incineração de corpos de opositores à ditadura militar, mortos sob tortura. A
família nega as acusações. 8
Mudanças no quadro legal
O movimento também reivindica empréstimos e apoio para que os
Um dos grandes problemas do movimento pela reforma agrária antes trabalhadores realmente possam produzir nas terras obtidas. Além disso, é
de 1964 era o fato de que a Constituição brasileira de 1946 só admitia muito importante para o MST, que as famílias tenham escolas próximas ao
a desapropriação de terras mediante indenização prévia em dinheiro, o que assentamento, de maneira que as crianças não precisem ir à cidade - desta
limitava fortemente tais desapropriações. forma, fixando as famílias no campo.9
O maior esforço de impulsionar um projeto de reforma agrária foi um Organização e estrutura do MST
decreto do presidente João Goulart, no chamado Comício da Central de 13
de março de 1964, de declarar como terras públicas as faixas circundantes
de rodovias federais, ferrovias e açudes — decreto este que apenas
acelerou o golpe de 1º de abril do mesmo ano.
A ditadura militar, desejando enfrentar as tensões agrárias de forma
controlada, emitiu, em 1965, um Estatuto da Terra que reconhecia, de
acordo com a Doutrina Social da Igreja Católica, a função social da
propriedade privada e permitia a desapropriação para fins de assentamento
agrário em caso de tensão social, e, mais tarde, na chamada Emenda
Constitucional no.1, de 1969 (outorgada pela Junta Militar que assumiu o
poder quando da incapacitação do presidente Arthur da Costa e Silva)
à Constituição brasileira de 1967, passou a admitir a desapropriação
mediante pagamento em títulos de dívida pública. Esta legislação, muito
embora tenha permanecido largamente inoperante durante a própria Membros do MST ocupam a CONAB. Foto: U. Dettmar/ABr.
ditadura, daria o quadro legal para as tentativas de reforma agrária no pós-
ditadura militar.
A Constituição Brasileira de 1988 revalidou o princípio da
desapropriação de terras mediante pagamento em títulos públicos (que já
havia sido, como já dito, admitida peladitadura militar). No entanto,
a Constituinte limitou as desapropriações às terras improdutivas, chegando
à conclusão de que as grandes propriedades, desde que produtivas, estão
sendo usadas para o progresso do país.
Movimento pela reforma agrária contemporânea
A partir do fim da ditadura militar e da retomada democrática no Brasil,
os camponeses puderam se reorganizar e retomar sua luta histórica pela
reforma agrária. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
surge com a ocupação da fazenda Anoni, no Rio Grande do Sul, outubro de Crianças do MST cantam a Internacional durante comemoração dos 20
1985.7 1500 famílias montaram um acampamento na fazenda Anoni, objeto anos do MST. Itapeva, 2 de Agosto de 2004. Foto Ana Nascimento/ABr.
de um processo de desapropriação que durou 14 anos.
O MST se organiza em 24 estados brasileiros. Sua estrutura
Anteriormente, o governo estadual havia revertido uma ocupação ilegal organizacional se baseia em uma verticalidade iniciada nos núcleos
de uma área de reserva indígena, realizada nos anos 1960, para o que (compostos por 500 famílias) e seguindo pelas brigadas (grupo de até 500
reassentou os índios e expulsou os camponeses de seu assentamento, na famílias), direção regional, direção estadual e direção nacional. Paralelo a
localidade conhecida como Encruzilhada Natalino. Como reação,os esta estrutura existe outra, a dos setores e coletivos, que buscam trabalhar
agricultores deslocados, espontaneamente, decidiram ocupar a vizinha cada uma das frentes necessárias para a reforma agrária verdadeira. São
Fazenda Anoni. A partir daí, a sociedade local e a Comissão Pastoral da setores do MST: Saúde, Direitos Humanos, Gênero, Educação, Cultura,
Terra, assim como o embrião do futuro Partido dos Trabalhadores, passam Comunicação, Formação, Projetos e Finanças, Produção, Cooperação e
a apoiar o grupo de camponeses, que sai vitorioso. Atualmente, vivem na Meio Ambiente e Frente de Massa. São coletivos do MST: juventude e
área, de 9.170 hectares, 460 famílias assentadas. relações internacionais. Esses setores desenvolvem alternativas às
políticas governamentais convencionais, buscando sempre a perspectiva
A ocupação da fazenda Anoni marca a origem do MST. Em 1984, o
camponesa.
Movimento passa a se organizar em âmbito nacional.
A organização não tem registro legal por ser um movimento social e,
Uma das atividades do movimento consiste na ocupação de terras
portanto, não é obrigada a prestar contas a nenhum órgão de governo,
improdutivas, como forma de pressão pela implementação da reforma
como qualquer movimento social ou associação de moradores. Entretanto,
agrária. Em novembro de 2012, o MST promoveu a ocupação do parque
há o questionamento de boa parte da opinião pública brasileira de que se o
industrial da Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no norte
MST é um movimento social e não tem personalidade jurídica, não poderia
fluminense. Cerca de 200 famílias entraram na área para formar um

História e Geografia do MT 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
receber recursos públicos, sejam eles diretos ou indiretos, como se tem Em outubro de 2011, jovens do MST ocuparam a Secretaria de
provado nos últimos anos. Educação do Estado de Bahia, ficando na área do prédio da Incra, para
revindicar melhorias na educação. Entre as lideranças encontravam-se
A maior instância da organização é o Congresso Nacional, que Edinora Maria Vera Brito e Rita de Cássia Brito Santos. Como resultado
acontece a cada cinco anos. No entanto, este congresso é apenas para dessa ocupação, uma escola de ensino médio, Colégio Estadual do Campo
ratificação das diretivas - não é um momento de decisões. Os Lúcia Rocha Macedo, foi instalada no Assentamento Caldeirão, município
coordenadores e os dirigentes nacionais, por exemplo, são escolhidos no de Vitória da Conquista. No Assentamento Lagoa e Caldeirão, vinculado à
Encontro Nacional, que acontece a cada dois anos. A Coordenação escola, foi instalado um projeto de informatica do GESAC, com recursos do
Nacional é a instância operacional máxima da organização, contando com governo federal. Depois dessas mudanças positivas, o prefeito de Vitóra da
cerca de 120 membros. Embora um dos principais dirigentes públicos do Conquista, Guilherme Menezes, foi reeleito com o apoio do poder do MST
movimento seja João Pedro Stédile, a organização prefere não rotular no município.
alguém com o título de principal dirigente, evitando o personalismo. O MST
adota o princípio da direção colegiada, onde todos os dirigentes têm o Resultados obtidos
mesmo nível de responsabilidade.
O movimento recebe apoio de organizações não governamentais e
religiosas, do país e do exterior, interessadas em estimular a reforma
agrária e a distribuição de renda em países em desenvolvimento. Sua
principal fonte de financiamento é a própria base de camponeses já
assentados, que contribuem para a continuidade do movimento.
O MST se articula junto a uma organização internacional de
camponeses chamada Via Campesina, da qual também faz parte
o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e agricultores
da Europa, África, Ásia e América. A Via Campesina tem como objetivo
organizar os camponeses em todo o mundo. Ele também está vinculado
com outras campanhas nacionais e internacionais, como a Via Campesina
Brasil, que reúne alguns dos movimentos sociais brasileiros do campo, e a
Encerramento do 5º Congresso do MST em Brasíliaem 2007.
contra aALCA.
Foto: Agência Brasil.
Relacionamento com o Incra
O MST reivindica representar uma continuidade na luta histórica dos
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) analisa camponeses brasileiros pela reforma agrária.
se as terras ocupadas são ou não produtivas. Se forem improdutivas os
sem-terra podem ser assentados, ou seja, recebem a posse das terras; no Os atuais governantes do Brasil tem origens comuns nas
caso de a propriedade rural ser produtiva, é expedida uma ordem judicial lutas sindicais e populares, e portanto compartilham em maior ou menor
de reintegração de posse. Na maioria dos casos, os camponeses se retiram grau das reivindicações históricas deste movimento. Segundo outros
sem maiores problemas. Porém, muitas vezes o grupo se recusa a cumprir autores, o MST é um movimento legítimo que usa a única arma que dispõe
o mandado judicial de reintegração de posse, sendo desta forma para pressionar a sociedade para a questão da reforma agrária - a
desalojado através de força policial. ocupação de terras e a mobilização de grande massa humana.

A produtividade das terras é medida pelo Incra através do Índice de O MST procura organizar as famílias assentadas em formas
Produtividade Rural de 1980, baseado nas informações do Censo de cooperação produtiva em vista de melhorar sua condição de vida. Entre
centenas de exemplos que deram certo no Paraná e Santa Catarina, no Sul
Agropecuário de 1975. Segundo o Artigo 11 da Lei Federal 8.629,10 de
do Brasil, destaca-se a COOPEROESTE, Cooperativa Regional de
1993, "os parâmetros, índices e indicadores que informam o conceito de
Comercialização do Extremo Oeste LTDA , sediada em Santa Catarina. Há
produtividade serão ajustados, periodicamente, de modo a levar em conta o
também o exemplo bem sucedido da Coapar, em Andradina, no interior
progresso científico e tecnológico da agricultura e o desenvolvimento
de São Paulo. Embora com razão social de empresa no regime
regional”. Os simpatizantes da Reforma Agrária defendem a atualização do
de sociedade limitada, funciona como um verdadeiro condomínio produtivo.
Índice de Produtividade Rural, porém enfrentam grande resistência de
setores de parlamentares. A criação de cooperativas é estimulada, embora as famílias que hoje estão
assentadas não sejam obrigadas a trabalhar em cooperativas.
Recursos governamentais
Dados coletados em diversas pesquisas demonstram que os
Em março de 2009 o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar agricultores organizados pelo movimento têm conseguido usufruir de
Mendes, criticou os repasses de recursos do orçamento que acabam melhor qualidade de vida que os agricultores não organizados.
beneficiando o MST, financiando assim as invasões (ou ocupações, como
dizem seus integrantes) promovidas pelo movimento. Instalada a polêmica, O MST mantém também a Escola Nacional Florestan Fernandes
o Tribunal de Contas da União comprovou que 7,3 milhões de reais do (ENFF), sediada em Guararema, a 60 quilômetros de São Paulo, e
orçamento da educação destinado à Anca (Associação Nacional de construída por assentados, em regime de mutirão, usando materiais de
Cooperação Agrícola) em 2003 e 2004 foram distribuídos a secretarias construção obtidos in situ - tijolos de solo cimento, fabricados na própria
regionais do MST em 23 estados. Os advogados da Associação seguem escola. Além de serem mais resistentes, fáceis de assentar e dispensarem
questionando essa decisão na justiça federal. reboco, esses tijolos requerem menor uso de energia (são levados para
secar ao ar livre) e de outros materiais, como ferro, aço e cimento, gerando
No entanto em vista da CPMI instaurada em 2009 para investigar uma economia de 30% a 50% em relação a uma edificação tradicional.
supostos repasses de recursos públicos a entidades que seriam ligadas ao Organizados em brigadas, os assentados ficavam cerca de 60 dias
MST, representantes do movimento social sugeriram a ampla investigação trabalhando na construção da escola e, nesse período, passavam por
também de entidades ruralistas, como a OCB, CNA, SRB e os recursos cursos de alfabetização e supletivos. Em seguida, retornavam aos
públicos repassados a entidades como o SENAR e SESCOOP que tem seus Estados, dando lugar a uma nova brigada. As obras da ENFF foram
sido utilizados para finalidades diversas da autorizada pelas leis nacionais. iniciadas em 2000. Atualmente a escola ministra cursos em vários níveis,
No final da CPMI o relatório é que não foram constatados desvios de verba desde a alfabetização até o nível médio, incluindo administração
pública pelas entidades investigadas. cooperativista, pedagogia da terra, saúde comunitária, planejamento
agrícola, técnicas agroindustriais. Os professores da escola geralmente
Em 2012, o governo municipal de Guilherme Menezes, trabalhando provêm de universidades e escolas técnicas conveniadas. Há também
com recursos do INCRA, iniciou um projeto para trazer água para os voluntários.11
Assentamentos Caldeirão, Cipó, Mutum, Baixão e Arizona.

História e Geografia do MT 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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No ano 1997, o MST conseguiu criar o assentamento Conquista do Rio A nota afirma ainda que "não houve depredação nem furto por parte
Pardo, também conhecido como Arizona, localizado no município de Vitória das famílias que ocuparam a fazenda da Cutrale", e que tais "desvios de
da Conquista na Bahia. Atualmente Fabrícia Ribeiro Olivieira, Alessandra conduta em ocupações, que não representam a linha do movimento" têm
Ribeiro, e Ana Cleia Olivieira de Queroz são lideranças do assentamento na acontecido por infiltração elementos estranhos ao MST, adversários da
area da computação. reforma agrária.18 A entidade não ofereceu, no entanto, qualquer prova
destas alegações; a Polícia Civil abriu inquérito. Segundo o delegado Jader
Críticas Biazon, serão apurados os crimes de formação de bando ou quadrilha,
Muitos são os críticos do MST que consideram que estes esbulho possessório, dano e furto qualificado.19
assentamentos, dependentes de financiamento governamental, no que Prêmios e homenagens
seria uma tentativa de preservar artificialmente
uma agricultura de minifúndios em regime de produção familiar, Noam Chomsky, um dos maiores linguistas, autores e ativistas políticos
economicamente inviável diante das pressões competitivas americanos da atualidade, discursou, em inúmeras ocasiões, em favor ao
da globalização, que exigiriam o desenvolvimento do agronegócio. Em MST. Segundo Noam, existe uma clara ligação entre o surgimento
resposta, o MST aponta para o fato de que o agronegócio também tem de favelas e a desigualdade na distribuição da terra no campo.20 O
dependido de condições artificialmente favorecidas - pensador ainda afirmou que o "MST é o movimento popular mais
fortessubsídios e créditos governamentais - para produzir frequentemente importante e excitante do mundo!" durante o seu discurso no Fórum Social
em condições ambientalmente insustentáveis, ecologicamente danosas Mundial realizado em Porto Alegre em Fevereiro de 2003.21
e socialmente excludentes. Em contrapartida, o movimento ressalta os
ganhos políticos e sociais decorrentes da inserção produtiva de seus Sebastião Salgado, possivelmente o fotógrafo brasileiro mais
assentados. reconhecido internacionalmente pela sua arte e pela sua identificação com
causas sociais relevantes, organizou em 1997 uma exposição intitulada
Apesar de várias iniciativas bem sucedidas em âmbito nacional no "Terra"22 23 em homenagem à luta do MST.24 O livro com as fotos da
estabelecimento e organização de assentamentos produtivos, o MST exposição inclui quatro cds de Chico Buarque de Hollanda. O prefácio do
também sofre eventualmente problemas típicos dos movimentos políticos livro é de autoria do prémio Nobel, José Saramago. O livro é dedicado aos
do Brasil. No assentamento São Bento (em Mirante do Paranapanema, São milhares de famílias sem terra no Brasil, cuja situação Salgado documentou
Paulo), lotes entregues aos sem-terra foram vendidos, o que é proibido por em 1996. A exposição tomou lugar em 40 países, e 100 cidades brasileiras.
lei. As acusações levantaram a suspeita de que Ivan Carlos Bueno (ex- A exposição constituiu também o marco inicial das atividades, na
técnico do Incra e membro da direção regional do MST), recebera um lote Universidade de Nottingham, do presente projeto e website, As Imagens e
ilicitamente e contratara um sem-terra para trabalhar, sendo que, além de as Vozes da Despossessão, juntamente com o evento Landless Voices,
Bueno não se encaixar nos padrões socioeconômicos estabelecidos para realizado em setembro de 2001 na Universidade de Nottingham.25Em
receber o lote, é proibida a contratação de terceiros para trabalhar a terra dezembro de 2002, como parte das atividades comemorativas da
recebida. conclusão do projeto, a Universidade de Évora, em Portugal, conferiu a
Sebastião Salgado o título deDoutor Honoris Causa.26
A Escola Nacional Florestan Fernandes, assim como todos os
empreendimentos educacionais do MST, tem sido apontada pela mídia Em 2005, o MST foi um dos doze agraciados com a Medalha Chico
como um foco de doutrinação daesquerda revolucionária. Em matéria Mendes de Resistência, prêmio entregue pela ONG brasileira Grupo
publicada em 2005 intitulada Madraçais do MST, a revista Veja, ferrenha Tortura Nunca Mais a "todos que se destacam na luta pelos Direitos
crítica do movimento, comparou as escolas de assentamentos no Rio Humanos e por uma sociedade mais justa".27
Grande do Sul às madraçais (ou madraças), escolas religiosas islâmicas,
muito abundantes no Paquistão, que educam seus alunos através do O Projeto "Terra Livre" foi anunciado no ano de 2006.28 Trata-se de
estudo do Alcorãointerpretado em termos fundamentalistas. Em 2004, as uma homenagem da produtora independente Kate Cunningham ao
escolas do MST abrigavam 160.000 alunos, empregando 4.000 Movimento pela midia de documentário,29 seguindo as vidas de três
professores.12 famílias no estado do Paraná. O filme também tem uma série de entrevistas
com estudiosos e políticos. Entre eles destacam-se:João Pedro
Manifestações Stédile; Miguel Rossetto, então Ministro da Reforma Agrária; Roberto
Requião, Governador do Estado do Paraná e candidato às eleições
Em 17 de junho de 2005 o MST fez a sua marcha em direção presidenciais de 2006 e Rolf Hackbart, presidente do INCRA.30
a Brasília. Entre os dias 11 e 15 de junho de 2007, o MST realizou em
Brasília seu 5º Congresso Nacional. O auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa de São Paulo foi
palco de Ato Solene em Homenagem aos 25 anos do Movimento dos
Denúncia de grilagem por multinacionais Trabalhadores Sem Terra, dia 12 de Agosto de 2009.31
Em 2009 integrantes do MST ocuparam a fazenda de uma A Diretoria da Associação de Juízes pela Democracia (AJD) também
transnacional em Santo Henrique, em Borebi, próximo a Iaras, interior de prestou homenagem ao MST em São Paulo. O magistrado comprometido
São Paulo, grilada pela Cutrale.13Derrubaram mais de 7.000 pés com transformação social entregou no dia 3 de dezembro de 2009 uma
de laranjas. A mídia noticiou a destruição de 28 tratores, a sabotagem do pintura representando a luta de Dom Quixote contra os 'Moinhos da
sistema de irrigação e a depredação da sede da fazenda.14 A justiça Opressão'.32 Na atividade, representaram o MST os militantes João Paulo
brasileira sem tomar conhecimento de que aquelas terras pertenciam à Rodrigues e João Pedro Stédile, de São Paulo, e Joba Alves, de
União, ordenou a pronta desocupação do terreno,15 e entidades como Pernambuco.33
o INCRA apressaram-se em condenar o ocorrido;16 a ação foi amplamente
criticada pela mídia. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária No dia 10 de dezembro de 2009, Dia Internacional dos Direitos
de São Paulo disse que "a sociedade paulista deve ficar ainda mais atenta Humanos, a comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do
aos desdobramentos dessas ações, porque elas comprometem a própria Estado do Rio de Janeiro ofereceu ao MST o prêmio 'Centenário Dom
existência da democracia".17 O presidente da República, Luiz Inácio Lula Hélder Câmara', por sua defesa dos Direitos Humanos e na organização da
da Silva, também condenou os atos de vandalismo ocorridos na fazenda da luta das mulheres pela Reforma Agrária e Soberania Alimentar. A militante
Cutrale. Nívia Regina recebeu o prêmio em nome do Movimento.34 No mesmo dia,
o MST também recebeu a 'Medalha de Direitos Humanos Dom Helder' em
A Direção Nacional do MST, em nota publicada, em 9 de outubro, homenagem na Câmara Municipal na cidade de Olinda, Pernambuco.35
admitiu a ocupação de fazendas que, segundo afirma, têm origem
na grilagem de terras públicas, tais como as da Cutrale - empresa que O coordenador do MST João Pedro Stedile recebeu a medalha "Mérito
controla 30% da produção mundial de suco de laranja. Desde 2006, a Legislativo", que é concedida a personalidades, brasileiras ou estrangeiras,
Justiça analisa os títulos de propriedade da Cutrale, visando verificar se as que realizaram ou realizam serviço de relevância para a sociedade. A
terras são realmente públicas, como sustenta o MST. indicação partiu do deputado federal Brizola Neto (PDT/RJ), líder da
bancada do seu partido na Câmara, como uma forma de trazer a reflexão à
luta pela terra e o uso que vem sendo feito dela. Para o deputado, a

História e Geografia do MT 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
indicação é uma homenagem mais do que merecida. "A medalha será um ↑ Z MAGAZINE, April, 1997, 'Expanding the Floor of the Cage' (Noam Chamsky
símbolo para o Congresso Nacional, que tomou essa iniciativa, mesmo com interviewed by David Barsamian): "They happened to be having a conference, some
alguns tentando criminalizar as ações do movimento". Ele diz ainda que a of the activists in the landless workers movement near Sao Paulo when I was there.
They’re a very important and substantial popular movement. They have close links to
contribuição que Stedile deu ao país é a luta que vem travando nesses
the favelas, because the people in the favelas are mostly driven off the land. Brazil
anos todos pela terra.36 has an enormous agrarian problem. It’s got a very high land concentration, an
Em 2013 recebeu o Prêmio Guernica para a Paz e Reconciliação.37 enormous amount of unused land, basically being held as a hedge against inflation or
for investment purposes, but not really used. It’s got a very brutal army and military
↑ Centro de Documentação e Memória da UNESP. MST - Movimento dos Trabalha- history, especially since the coup of 1964. There was a lot of violence against pea-
dores Rurais Sem Terra sants." http://www.chomsky.info/interviews/199704--.htm site visitado em 27 de
↑ Os cios da terra Jornal Gazeta do Povo - edição comemorativa de n° 30.000 - dezembro de 2009
acessado em 8 de dezembro de 2012 ↑ "MST (Landless Workers Movement), which I think is the most important and
↑ FACÓ, Rui. Cangaceiros e Fanáticos: gênese e lutas. Rio de Janeiro: Civilização exciting popular movement in the world." - NOAM CHOMPSKY, World Social Forum.
Brasileira, 1963. Discurso em Inglês: http://www.scoop.co.nz/stories/HL0302/S00032.htm, visitado em
↑ Bandidos. Forense-Universitária: Rio de Janeiro, 1975, p. 11, apud Souza, M.O 27 de dezembro de 2009
cangaço e o poder dos coronéis no Nordeste ↑ Título não preenchido, favor adicionar. Página visitada em 27 de dezembro de
↑ “O sucesso de Lampião apoiava-se na rede de coiteiros e no abastecimento 2009.
constante de armas. Sustentava-se pelo suborno e pelos tratos entre o cangaço e o ↑ Terra (1997) ISBN 84-204-2874-4
coronelismo, que definiam zonas livres de perseguição e indicavam áreas onde os ↑ "Para mim, o Movimento dos Sem Terra é um dos únicos movimentos - senão o
cangaceiros podiam cometer seus assaltos. Essas áreas pertenciam naturalmente ao único - que reúne em sua ação as lutas pela dignidade e pela cidadania no Brasil.
‘território inimigo’, redutos de políticos ou famílias contrárias aos protetores de Sua ação é toda centrada em uma só preocupação, um só eixo: promover a real e
Lampião.” In CHIAVENATO, Júlio J. Cangaço. A força do coronel. Brasiliense: São justa divisão de renda no país que tem o sistema de distribuição mais injusto do
Paulo, 1990, p. 85, apud SOUZA, M. O cangaço e o poder dos coronéis (parte 3) mundo. Acompanho sua luta com atenção, desde o início. Creio também que sua
↑ Lampião, Virgulino e o mito, por Karolina Gomes, Monika Hackmayer e Virginia maior importância está no fato de incorporar e materializar todas as experiências
Primo.. anteriores, e que este sistema injusto que domina nosso país vem tentando, ao longo
↑ Tabloide digital "Terra para Rose", o documentário do ano, por Aramis Millarch, dos anos, apagar da nossa memória." - Sebastião Salgado. Este depoimento está na
originalmente publicado em 25 de outubro de 1987 contracapa do livro 'Brava gente', João Pedro Stédile, Editora: Fundação Perseu
↑ MST ocupa fazenda no norte fluminense. Uol, 2 de novembro de 2012. Abramo, ISBN 85-86469-17-3, 1999.
↑ A formação continuada de educadores em exercício das Escolas Itinerantes do ↑ Título não preenchido, favor adicionar. Página visitada em 27 de dezembro de
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.eles sao muito bons Santa Maria. 2009.
Universidade Federal de Santa Maria, 2006.. ↑ Título não preenchido, favor adicionar. Página visitada em 27 de dezembro de
↑ [1] 2009.
↑ [MST inaugura Escola Nacional Florestan Fernandes]. ALAI, América Latina en ↑ Medalha Chico Mendes de Resistência - Homenageados em 2005. Grupo Tortura
Movimiento, 19 de janeiro de 2005. Nunca Mais-RJ. Página visitada em 30 de maiode 2008.
↑ Madraçais do MST, Veja. edição 1870, 8 de setembro de 2004. ↑ verificado em 27 de dezembro de 2009.
↑ [2] ↑ TERRA LIVRE, documentário sobre MST, verificado em 27 de dezembro de 2009.
↑ MST depreda imóveis e tratores em fazenda no interior de SP - Folha Online, 8 de ↑ Sumário do filme TERRA LIVRE, verficado em 27 de dezembro de 2009.
outubro de 2009. O que não foi provado em nenhum momento.. ↑ comemoração dos 25 anos de luta e resistência, verificado em 27 de dezembro de
↑ Justiça ordena desocupação de fazenda pelo MST - portalms.com.br, 7 de outubro 2009.
de 2009.. ↑ site verificado em 27 de dezembro de 2009.
↑ MST destruir laranjal prejudica reforma agrária, diz Incra - Terra, 6 de outubro de ↑ homenagem do magistrado ao MST, site verificado em 27 de dezembro de 2009.
2009. ↑ MST recebe prêmio da Comissão de Direitos Humanos, verificado em 27 de
↑ MST depreda imóveis e tratores em fazenda no interior de SP, Maurício Simiona- dezembro de 2009.
to. Folha Online, 8 de outubro de 2009.. ↑ verificado em 27 de dezembro de 2009.
↑ Esclarecimentos sobre últimos episódios. Movimento dos Trabalhadores Rurais ↑ [3]
Sem Terra (site oficial), 9 de outubro de 2009.. ↑ Conversa Afiada. [http://www.conversaafiada.com.br/pig/2013/04/29/mst-recebe-
↑ Lula condena "vandalismo" protagonizado por membros do MST em fazenda em premio-em-guernica-pig-trata-como-marginal MST recebe prêmio em Guernica. PiG
SP. BOL, 9 de outubro de 2009.. (*) trata como marginal]. Acesso em 30 de abril de 2013
Governadores
Província de Mato Grosso
Nome Partido Imagem Início do mandato Fim do mandato Observações
Luís de Castro Pereira 20 de agosto de 1821 1º de agosto de 1822
Vice-
Jerônimo Joaquim Nunes 1º de agosto de 1822 20 de agosto de 1822
presidente
Antônio José de Carvalho Chaves 20 de agosto de 1822 30 de julho de 1823
Manuel Alves da Cunha 30 de julho de 1823 [[]] de [[]]
José Saturnino da Costa Pereira [[]] de [[]] [[]] de [[]]
Jerônimo Joaquim Nunes [[]] de [[]] [[]] de [[]]
André Gaudie Ley 1º de janeiro de 1830 21 de janeiro de 1830
Antônio Correia da Costa [[]] de [[]] [[]] de [[]]
André Gaudie Ley 19 de abril de 1830 4 de dezembro de 1830
Antônio Correia da Costa 3 de dezembro de 1833 26 de maio de 1834
Vice-
José de Melo Vasconcelos 24 de maio de 1834 26 de maio de 1834
presidente
Vice-
João Poupino Caldas 28 de maio de 1834 22 de setembro de 1834
presidente
Antônio Pedro de Alencastro 22 de setembro de 1834 31 de janeiro de 1836
Antônio José da Silva [[]] de [[]] [[]] de [[]]

História e Geografia do MT 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Antônio Correia da Costa 1º de fevereiro de 1836 24 de fevereiro de 1836
Antônio José da Silva [[]] de [[]] [[]] de [[]]

José Antônio Pimenta Bueno, marquês de São Vicen-


26 de agosto de 1836 [[]] de 1838
te

José da Silva Guimarães 21 de maio de 1838 16 de setembro de 1838


Estêvão Ribeiro de Resende 16 de setembro de 1838 25 de outubro de 1840
Antônio Correia da Costa 25 de outubro de 1840 28 de outubro de 1840
José da Silva Guimarães 28 de outubro de 1840 9 de dezembro de 1842
Antônio Correia da Costa 9 de dezembro de 1842 11 de maio de 1843
José da Silva Guimarães 11 de maio de 1843 7 de agosto de 1843
Manuel Alves Ribeiro 7 de agosto de 1843 5 de outubro de 1843
José Mariano de Campos 5 de outubro de 1843 24 de outubro de 1843
Zeferino Pimentel Moreira Freire 24 de outubro de 1843 26 de setembro de 1844
Ricardo José Gomes Jardim 26 de setembro de 1844 5 de abril de 1847
João Crispiniano Soares 5 de abril de 1847 6 de abril de 1848
Manuel Alves Ribeiro 6 de abril de 1848 31 de maio de 1848
Antônio Nunes da Cunha 31 de maio de 1848 30 de setembro de 1848
Joaquim José de Oliveira 27 de setembro de 1848 8 de setembro de 1849
João José da Costa Pimentel 8 de setembro de 1849 11 de fevereiro de 1851

Augusto Leverger, barão de Melgaço 11 de fevereiro de 1851 1º de abril de 1857

Albano de Sousa Osório 1º de abril de 1857 28 de fevereiro de 1858


Joaquim Raimundo de Lamare, visconde de Lamare 28 de fevereiro de 1858 13 de outubro de 1859
Antônio Pedro de Alencastro 13 de outubro de 1859 8 de fevereiro de 1862
Herculano Ferreira Pena 8 de fevereiro de 1862 14 de maio de 1863

Augusto Leverger, barão de Melgaço 9 de agosto de 1865 13 de fevereiro de 1866

Alexandre Manuel Albino de Carvalho 15 de julho de 1863 9 de agosto de 1865

Augusto Leverger, barão de Melgaço 13 de fevereiro de 1866 1º de maio de 1866

História e Geografia do MT 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Albano de Sousa Osório 1º de maio de 1866 2 de fevereiro de 1867
José Vieira Couto de Magalhães 2 de fevereiro de 1867 13 de abril de 1868
João Batista de Oliveira, barão de Aguapeí 13 de abril de 1868 7 de setembro de 1868

José Vieira Couto de Magalhães 7 de setembro de 1868 [[]] de [[]]

Albano de Sousa Osório 17 de setembro de 1868 19 de setembro de 1868


José Antônio Murtinho 19 de setembro de 1868 26 de março de 1869

Augusto Leverger, barão de Melgaço 26 de março de 1869 10 de fevereiro de 1870

Luís da Silva Prado 10 de fevereiro de 1870 29 de maio de 1870


Vice-
Antônio de Cerqueira Caldas, barão de Diamantino 29 de maio de 1870 12 de outubro de 1870
presidente
Francisco Antônio Raposo, barão de Caruaru 12 de outubro de 1870 27 de maio de 1871
Vice-
Antônio de Cerqueira Caldas, barão de Diamantino 27 de maio de 1871 29 de julho de 1871
presidente

25 de dezembro de
Francisco José Cardoso Júnior 29 de julho de 1871
1872

José de Miranda da Silva Reis [[]] de 1872 6 de dezembro de 1874


Vice-
Antônio de Cerqueira Caldas, barão de Diamantino 6 de dezembro de 1874 5 de junho de 1875
presidente

Hermes Ernesto da Fonseca 5 de julho de 1875 2 de março de 1878

João Batista de Oliveira, barão de Aguapeí 2 de março de 1878 6 de julho de 1878

João José Pedrosa [[]] de [[]] [[]] de [[]]

História e Geografia do MT 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Rufino Enéas Gustavo Galvão, visconde de Maracaju 5 de dezembro de 1879 2 de maio de 1881

José Leite Galvão 2 de maio de 1881 31 de maio de 1881


José Maria de Alencastro 31 de maio de 1881 10 de março de 1883
José Leite Galvão 10 de março de 1883 7 de maio de 1883
Manuel de Almeida Gama Lobo d'Eça, barão de
7 de maio de 1883 13 de setembro de 1884
Batovi

15 de novembro de 15 de novembro de
Floriano Peixoto
1884 1885

José Joaquim Ramos Ferreira 5 de outubro de 1885 5 de novembro de 1885


Joaquim Galdino Pimentel 5 de novembro de 1885 9 de novembro de 1886
Antônio Augusto Ramiro de Carvalho 9 de novembro de 1886 9 de dezembro de 1886
Álvaro Rodovalho Marcondes dos Reis 9 de dezembro de 1886 28 de março de 1887
Antônio Augusto Ramiro de Carvalho 28 de março de 1887 29 de maio de 1887
16 de novembro de
José Joaquim Ramos Ferreira 29 de maio de 1887
1887
16 de novembro de
Francisco Rafael de Melo Rego 6 de fevereiro de 1889
1887
Antônio Herculano de Sousa Bandeira Filho 6 de fevereiro de 1889 [[]] de 1889
Manuel José Murtinho [[]] de 1889 [[]] de 1889
Ernesto Augusto da Cunha Matos 9 de agosto de 1889 9 de dezembro de 1889

Período republicano
Nº Nome Partido Imagem Início do mandato Fim do mandato Observações
1 Antônio Maria Coelho 9 de dezembro de 1889 15 de fevereiro de 1891
2 Frederico Solon de Sampaio Ribeiro 16 de fevereiro de 1891 31 de março de 1891
3 José da Silva Rondon 1º de abril de 1891 5 de junho de 1891
4 João Nepomuceno de Medeiros Mallet 6 de junho de 1891 16 de agosto de 1891
5 Manuel José Murtinho 16 de agosto de 1891 15 de agosto de 1895
6 Antônio Correia da Costa 15 de agosto de 1895 26 de janeiro de 1898
7 Antônio Cesário de Figueiredo 26 de janeiro de 1898 10 de abril de 1899
8 João Pedro Xavier Câmara 10 de abril de 1899 6 de julho de 1899
9 Antônio Leite de Figueiredo 6 de julho de 1899 15 de agosto de 1899
10 Antônio Pedro Alves de Barros 15 de agosto de 1899 15 de agosto de 1903
11 Antônio Pais de Barros, barão de Piracicaba 15 de agosto de 1903 2 de julho de 1906
12 Pedro Leite Osório 2 de julho de 1906 15 de agosto de 1907

História e Geografia do MT 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

13 Generoso Pais Leme de Sousa Ponce 15 de agosto de 1907 12 de outubro de 1908

14 Pedro Celestino Correia da Costa 12 de outubro de 1908 15 de agosto de 1911


15 Joaquim Augusto da Costa Marques 15 de agosto de 1911 15 de agosto de 1915
16 Caetano Manuel de Faria e Albuquerque 15 de agosto de 1915 8 de fevereiro de 1917
17 Camilo Soares de Moura 9 de fevereiro de 1917 22 de agosto de 1917
18 Cipriano da Costa Ferreira 23 de agosto de 1917 21 de janeiro de 1918

19 Francisco de Aquino Correia 22 de janeiro de 1918 21 de janeiro de 1922

20 Pedro Celestino Correia da Costa 22 de janeiro de 1922 24 de outubro de 1924


21 Estêvão Alves Correia 25 de outubro de 1924 22 de janeiro de 1926
22 Mário Correia da Costa 22 de janeiro de 1926 21 de janeiro de 1930
23 Aníbal Benício de Toledo 22 de janeiro de 1930 30 de outubro de 1930
24 Sebastião Rabelo Leite 30 de outubro de 1930 3 de novembro de 1930
25 Antônio Mena Gonçalves 3 de novembro de 1930 24 de abril de 1931
26 Artur Antunes Maciel 24 de abril de 1931 15 de junho de 1932
27 Leônidas Antero de Matos 15 de junho de 1932 12 de outubro de 1934
28 César de Mesquita Serva 12 de outubro de 1934 8 de março de 1935
29 Fenelon Muller 8 de março de 1935 28 de agosto de 1935
30 Newton Deschamps Cavalcanti 28 de agosto de 1935 7 de setembro de 1935
31 Mário Correia da Costa 7 de setembro de 1935 8 de março de 1937
32 Manuel Ari da Silva Pires 9 de março de 1937 13 de setembro de 1937
33 Júlio Strubing Muller 13 de setembro de 1937 30 de outubro de 1945
34 Olegário Moreira de Barros 30 de outubro de 1945 19 de agosto de 1946
35 José Marcelo Moreira 19 de agosto de 1946 8 de abril de 1947

36 Arnaldo Estêvão de Figueiredo 8 de abril de 1947 1º de julho de 1950

37 Jari Gomes 1º de julho de 1950 31 de janeiro de 1951

História e Geografia do MT 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

38 Fernando Corrêa da Costa 31 de janeiro de 1951 31 de janeiro de 1956

39 João Ponce de Arruda 31 de janeiro de 1956 31 de janeiro de 1961

40 Fernando Corrêa da Costa 31 de janeiro de 1961 31 de janeiro de 1966

41 Pedro Pedrossian 31 de janeiro de 1966 15 de março de 1971

42 José Manuel Fontanillas Fragelli 15 de março de 1971 15 de março de 1975

42 José Garcia Neto 15 de março de 1975 15 de agosto de 1978


43 Cássio Leite de Barros 15 de agosto de 1978 15 de março de 1979
44 Frederico Carlos Soares Campos 15 de março de 1979 15 de março de 1983
45 Júlio José de Campos 15 de março de 1983 15 de maio de 1986
46 Wilmar Peres de Faria 15 de maio de 1986 15 de março de 1987
47 Carlos Gomes Bezerra 15 de março de 1987 2 de abril de 1990
48 Edison Freitas de Oliveira 2 de abril de 1990 15 de março de 1991

História e Geografia do MT 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

49 Jaime Veríssimo de Campos DEM 15 de março de 1991 1º de janeiro de 1995

50 Dante Martins de Oliveira PDT 1º de janeiro de 1995 1º de janeiro de 1999


— Dante Martins de Oliveira (reeleito) PSDB 1º de janeiro de 1999 6 de abril de 2002
51 José Rogério Salles PSDB 6 de abril de 2002 1º de janeiro de 2003

52 Blairo Borges Maggi PPS 1º de janeiro de 2003 1º de janeiro de 2007

— Blairo Borges Maggi (reeleito) PPS 1º de janeiro de 2007 31 de março de 2010

53 Silval da Cunha Barbosa PMDB 31 de março de 2010 1º de janeiro de 2011

PMDB
— Silval da Cunha Barbosa

Primeira República Corumbá se encontra com Manoel José Murtinho, então adversário político.
Em 09 de dezembro de 1889, Antônio Maria Coelho assumiu as rédeas Fazem as pazes e nasce o movimento denominado “Coligação”.
do governo republicano em Mato Grosso. A 15 de agosto de 1891 se pro- O Partido Republicano ordena as forças para a retomada do poder presi-
mulgava a Primeira Constituição do Estado de Mato Grosso. O termo dencial de Cuiabá, pressionando do sul e do norte. Ponce sobe de Corum-
Província deu lugar a Estado. O chefe do executivo mantinha a denomina- bá e o cel. Pedro Celestino desce de Alto Paraguai Diamantino. Ponce agia
ção de presidente. Eleito pela Assembleia Legislativa, o jurista Dr. Manoel às pressas, porque o presidente Antônio Paes de Barros pedira socorro à
José Murtinho assumiu o cargo de primeiro presidente doEstado de Mato União. Do Rio de Janeiro o gal. Dantas Barreto partiu em auxílio ao presi-
Grosso, a 16 de agosto de 1891. dente do Estadode Mato Grosso. As duas tenazes, do norte e do sul, à
Em 1894, os salesianos chegaram a Mato Grosso, a pedido do bispo medida que progrediam o avanço, recebiam adesões de patriotas. Cerca de
Dom Carlos Luís D’Amour ao fundador Dom Bosco. Os salesianos deixa- 4.000 homens cercaram Cuiabá.
ram histórico rastrocultural em Mato Grosso, notabilizaram-se pelas Mis- O presidente Antônio Paes de Barros, vendo-se impotente, furou o cerco,
sões entre povos indígenas. O conturbado período político de 1889 a 1906 tomando disfarce, mas foi descoberto nas imediações da fábrica de pólvora
assinalou progressos econômicos. Usinas açucareiras da beira do Ri- do Coxipó, onde foi assassinado, a 06 de julho de 1906.
o Cuiabá desenvolveram-se, tornando-se potências econômicas no Estado. A 15 de agosto de 1907, o cel. Generoso Paes Leme de Souza Ponce
Notabilizaram-se as usinas Conceição, Aricá, Itaici - além de outras. Tam- assumiu o governo do Estado de Mato Grosso. Seus substitutos le-
bém a produção de borracha tomou notável impulso. Outra fonte de riqueza gais eram o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, dr. Joaquim Augusto da
em crescimento foram os ervais da região fronteiriça com o Paraguai. Em Costa Marques e o cel. João Batista de Almeida Filho. O cel. Pedro Celesti-
1905 tiveram início as obras da estrada de ferro, que cortou o sul do Esta- no foi substituído pelo Dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, que tomou
do. posse a 15 de agosto de 1911, tendo como vice o cel. Joaquim Caraciolo
Os chefes do Partido Republicano, além de se reunirem em pontos de Peixoto de Azevedo, dr. José Carmo da Silva Pereira e o Dr. Eduardo
difícil acesso, como nos seringais, também obtiveram asilo político no Olímpio Machado. O presidente Costa Marques conseguiu a proeza de
Paraguai, ali editaram o jornal “A Reação”, que entrava clandestinamente governar ininterruptamente, fato inédito naqueles tempos de política turbu-
em Mato Grosso. Em 1906, Generoso Ponce retorna a Mato Grosso e em lenta. A Costa Marques sucedeu em 15 de agosto de 1915, o gal. Caetano

História e Geografia do MT 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Manoel de Faria e Albuquerque. tar, passando a Chefe da Casa Militar no governo do gal. Ernesto Geisel,
Eram difíceis os tempos de I Grande Guerra Mundial, sendo que a 22 de posteriormente a Comandante do II Exército e a Ministro do Superior Tribu-
janeiro de 1918, tomou posse D. Francisco de Aquino Corrêa, Bispo de nal Militar.
Prusíade, eleito para o quadriênio 1918-1922, governando por todo seu Filinto Muller se projetou como senador, nacionalmente. Líder do governo
mandato. Posteriormente foi eleito, por voto direto o cel. Pedro Celestino no Senado Federal, Presidente do Senado e Presidente da ARENA. Fale-
Corrêa da Costa, que assumiu o governo em 22 de janeiro de 1922, cujo ceu em desastre aéreo nas proximidades de Paris, em 1972, na chamada
mandato se expiraria em 1926. No entanto, não chegou a completá-lo, “Tragédia de Orly”, quando exercia a função de Presidente do Congresso
deixando o comando do governo, por motivos de saúde, a 1º de novembro Nacional.
de 1924. Nesta ocasião o 1º vice-presidente, Dr. Estevão Alves Corrêa, Ao par do progresso material, o Estado desenvolveu-se culturalmente. No
assumiu a presidência, governando até o fim do mandato. governo de Pedro Pedrossian, que governou por cinco anos, surgiram as
Neste período cruzou o chão mato-grossense a épica “Coluna Prestes”, universidades de Cuiabá e Campo Grande. Verificou-se a inauguração da
que passou por diversas localidades do Estado, deixando um rastro de primeira emissora de televisão, a TV Centro América, em 1969. Logo a
admiração e tristeza. seguir Mato Grosso se ligaria ao resto do Brasil por microondas, pela
O 10º presidente constitucional do Estado de Mato Grosso foi o Dr. Mário EMBRATEL, e logo pelo sistema de Discagem Direta a Distância - DDI.
Corrêa da Costa, que governou de 1926 até 1930. O Dr. Anibal Benício de Mato Grosso tornou-se ponto de apoio ao governo federal para o projeto de
Toledo, 11º presidente constitucional, assumiu o governo estadual a 22 de integração da Amazônia, desfraldado o slogan “integrar para não entregar”.
janeiro, para o quadriênio 1930-1934. Esteve à frente da governadoria Uma das consequências do desenvolvimento foi o desmembramento do
apenas por 9 meses e 8 dias, em função dos resultados práticos da Revo- território, formando o Estado de Mato Grosso do Sul, a 11 de outubro de
lução de 30. Na sequência assumiu o governo o major Sebastião Rabelo 1977, através da Lei Complementar nº. 31. O novo Estado foi instalado a 1º
Leite - Comandante da Guarnição Militar de Cuiabá. de janeiro de 1979. No período pós Estado Novo, dois mato-grossenses
subiram à Presidência da República: Eurico Gaspar Dutra e Jânio da Silva
Segunda República Quadros.
Os anos de 1930-1945 foram marcados por forte influência europeia. A A crise econômica brasileira se tornou aguda nesse período com a desvalo-
política centralizadora de Getúlio Vargas se fez sentir em Mato Grosso: rização acelerada da moeda nacional. Sem os suportes de projetos federais
interventores federais foram nomeados por entre exercícios de curto gover- especiais para a fronteira agrícola, os migrantes em parte se retiraram de
no. A 16 de julho de 1934, o Congresso Nacional promulgou uma nova Mato Grosso. No entanto, um projeto de maior monta é o conjunto de infra-
Constituição Federal, que foi seguida pela estadual mato-grossense, a 07 estrutura de transporte. O projeto de estrada de ferro ligando São Paulo
de setembro de 1935. O título de presidente foi substituído pelo de gover- a Cuiabá entra em fase de efetivação, a fim de resolver parte dos proble-
nador. Os constituintes estaduais elegeram o Dr. Mário Corrêa da Costa mas de transporte de grãos. O projeto de uma zona de Processamento de
para governador, que tomou posse como o 12º governo constitucional. Foi Exportação entra em fase de implantação. Visa-se exportar os produtos
este um governo marcado por agitações políticas. A normalidade voltou mato-grossenses por via fluvial.
com a eleição do bel. Júlio Strubing Muller pela Assembleia Legislativa para O povo migrado para Mato Grosso tem, com a crise brasileira, a ocasião
governador, que assumiu o cargo em 04 de outubro de 1937. de uma pausa no desenfreado trabalho de progresso, ocupando-se com o
Ocorrendo o golpe do “Estado Novo” de Getúlio Dornelles Vargas a 10 aprofundamento da cultura mato-grossense. Mato Grosso ingressa definiti-
de novembro de 1937, o Estado de Mato Grosso passou ao regime de vamente na idade da cultura, completando o desenvolvimento material,
interventoria novamente. Nesse período registraram-se progressos econô- comercial e industrial.
micos e notável participação de Mato Grosso na Segunda Guerra Mundial. http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/conteudo.php?sid=261&cid=635
Em 15 de outubro de 1939, instalou-se em Cuiabá a Rádio Voz do Oeste,
sob a direção de seu criador, Jercy Jacob: professor, poeta, músico, com-
positor e técnico em radieletricidade. Marcou época o programa “Domingo Pedro Pedrossian (Miranda, 13 de agosto de 1928) é
Festivo na Cidade Verde”, apresentado por Rabello Leite e Alves de Olivei- um político brasileiro do estado de Mato Grosso do Sul.
ra, ao vivo, no anfiteatro do Liceu Cuiabano. Mais tarde, Alves de Oliveira e
Adelino Praeiro deram sequência ao programa no Cine Teatro Cuiabá. Filho de João Pedro Pedrossian e Rosa Pedrossian, ambos de ori-
Por efeito da Constituição Federal de 1946, um novo período de normali- gem armênia, formou-se em engenharia pela Universidade Presbiteriana
dade se instituiu. A Assembleia Constituinte de Mato Grosso elegeu o Mackenzie de São Paulo.
primeiro governador do período, Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo. A 03 Pedrossian foi governador de Mato Grosso no período de 1966 a 1971,
de outubro de 1950 houve eleições para governador, concorrendo Filinto antes que o estado fosse dividido. Eleito senador em 1978, renunciou ao
Muller, pelo Partido Social Democrata e Fernando Corrêa da Costa pela mandato em 1980 para assumir o cargo governador nomeado do estado de
União Democrática Nacional. Venceu Fernando Corrêa, que tomou posse a Mato Grosso do Sul em 7 de novembro daquele ano. Em 15 de mar-
31 de janeiro de 1951, governando até 31 de janeiro de 1956. Fernando ço de 1991 assumiu novamente o cargo de governador sul-mato-grossense
Corrêa da Costa instalou a Faculdade de Direito de Mato Grosso, núcleo — eleito em pleito direto ocorrido em 1990. Permaneceu no posto até 1º de
inicial da futura Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. janeiro de 1995. Foi candidato a governador em 1998 e a senador
O engenheiro civil João Ponce de Arruda recebeu das mãos de Fernando em 2002 sem sucesso. Teve passagens pelos seguintes parti-
Corrêa o governo de Mato Grosso, administrando o Estado por cinco anos, dos: PSD,ARENA, PDS, PTB, PDT, PST, PMDB e atualmente PMN.
de 31 de janeiro de 1956 até 31 de janeiro de 1961. A 19 de janeiro de
1958, faleceu no Rio de Janeiro Cândido Mariano da Silva Rondon ou Foi condecorado com a medalha do Pacificador, do Exército Brasileiro,
simplesmente o Marechal Rondon, como ficou mundialmente conhecido. e com a Ordem do Mérito Aeronáutico. Em suas administrações foram
Em 31 de janeiro de 1961, pela segunda vez, o médico Fernando Corrêa criadas a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), sediada
da Costa tomou posse como governador. Em seu segundo mandato ocor- em Cuiabá, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS),
reu a Revolução de 31 de março de 1964, o que serviu para “esticar” o sediada em Dourados, e a Universidade Federal de Mato Grosso do
período de governo, permanecendo à frente do executivo até 15 de março Sul (UFMS), com sede em Campo Grande.
de 1966. Governou nesta segunda vez por 5 anos, 1 mês e 15 dias. José Manuel Fontanillas Fragelli (Corumbá, 31 de dezem-
Em 1964 Mato Grosso tornou-se um dos focos do movimento revolucio- bro de 1915 - Aquidauana,30 de abril de 2010) foi
nário. Declarada a Revolução em Minas Gerais, a tropa do 16º Batalhão de um pecuarista e político brasileiro.
Caçadores de Cuiabá avançou para Brasília, sendo a primeira unidade
militar a ocupar a capital da República. Foi bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito
O governo militar instituiu o voto indireto para governador. O nome era da Universidade de São Paulo, 1938; Promotor de justiça em Campo Gran-
proposto pela Presidência da República, homologado pela Assembleia de (1939 — 1943); secretário de Justiça e Finanças (1953 — 1954); diretor
Legislativa. Apenas em 1982, voltariam as eleições diretas. No primeiro e professor do Colégio Osvaldo Cruz em Campo Grande; constituinte em
governo revolucionário, o Dr. Roberto de Oliveira Campos, mato-grossense 1947; deputado estadual (1947 a 1950); deputado estadual (1950 a 1954);
de largo passado de serviços públicos, foi escolhido para Ministro de Plane- líder da oposição pela UDN (1947 a 1951); líder do governo pela UDN
jamento. No governo do general Castelo Branco, o mato-grossense general (1951 a 1953); deputado federal (1955-1959); governador(1970 a
Dilermando Gomes Monteiro exerceu a função de Subchefe da Casa Mili- 1974); senador (1-11-80 a 31-1-87); presidente do Senado Federal (1985-

História e Geografia do MT 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1987); presidente do Congresso Nacional (1985-1987); presidente da "Cássio foi um homem que teve capacidade de luta. Um pantaneiro ín-
República interino (28 a 30-9-1986 e 9 a 14-9-1986)2 1 3 . tegro. Usava a túnica inconsútil. Jamais se entregou.
Jamais se omitiu. A sua voz, alevantada em alto e bom som, sem medo,
Foi governador de Mato Grosso na década de 70 e presidente do Se- entrou para a história mato-grossense pela porta da frente. Defendeu Mato
nado no período de 1985 a 1987, representante do Estado de Mato Grosso Grosso tendo como arma em sua trincheira, em seu bivaque, o matogros-
do Sul, tendo exercido o mandato de senador no período de 1980 a 1987. sismo, o argumento, a lógica, o bom-senso. Foi um Governador de circuns-
Nessa época, chegou a assumir a presidência da República, no lugar de tância, que fez dela razões para se mostrar um Estadista. Um Estadista de
José Sarney . corpo inteiro" Pedro Valle
Em 1983, liderou um grupo de 15 senadores que foram ao governador Frederico Carlos Soares Campos, mais conhecido como Frederico
de Minas GeraisTancredo Neves para sugerirem que ele se candidatasse a Campos (Cuiabá, 1927) é um político brasileiro que foi Prefeito por duas
presidente da república no pleito indireto de 1985. vezes da cidade de Cuiabá, Capital do Mato Grosso, secretário de Estado e
Publicou diversas obras, entre elas "Mato Grosso. Governadores, governador de Mato Grosso entre 1979 e 1983. Foi o primeiro governador
1970-1974", "Mensagem à Assembleia Legislativa", "Mato Grosso. Governo após a divisão do Estado.
do Estado". "Mato Grosso do Garimpo ao Computador, Balanço do Gover- Sobrinho do General Dilermando Gomes Monteiro, foi nomeado prefei-
no José Fragelli", "Mato Grosso. Secretaria de Governo e Coordenação to de Cuiabá pelo governador Pedro Pedrossian tendo cumprido o mandato
Econômica. Um Plano de Governo e sua Execução", "A Conjuntura Nacio- entre 1967 e 1969.
nal e o Poder Legislativo, Palestra proferida, no dia 5-6-86, na Escola
Superior de Guerra", "O Poder Legislativo". Secretário de Obras no governo Garcia Neto (1975-1978) foi indicado
governador de Mato Grosso em 1978 pelo presidente Ernesto Geisel,
Em uma homenagem ao ex-governador, o estádio Verdão, em Cuiabá, sendo o primeiro a ocupar o cargo após a divisão do estado determinada
recebeu seu nome em 1976. Foi motivo de duras críticas à administração por lei.
Fragelli. Orçado em Cr$ 1,2 milhão, moeda da época, a obra que foi inicia-
da em seu governo foi finalmente concluída em 1976, já na administração Além de sua filiação a ARENA contou com a influência de seu tio para
de José Garcia Neto. ascender ao cargo visto que ele era o comandante do II Exército à época.
José Garcia Neto (Rosário do Catete, 1º de junho de 1922 – Em 1988, venceu sua primeira eleição direta ao ser eleito prefeito de
Cuiabá, 19 de novembrode 2009) foi um engenheiro ci- Cuiabá pelo PFL. Apesar do sobrenome, não possui qualquer relação de
vil, professor e político brasileiro natural de Sergipe mas com atuação parentesco com Júlio Campos. Em 2006 disputou, sem sucesso, um man-
política em Mato Grosso, estado onde foi governador. dato de deputado estadual pelo PTB.
Filho de Antônio Garcia Sobrinho e Antônia Menezes Garci- Júlio José de Campos, mais conhecido como Júlio Campos (Várzea
a. Engenheiro Civil formado em 1944 na Escola Politécnica da Universidade Grande, 11 de dezembro de 1946) é
Federal da Bahia. Em Sergipe dirigiu oDepartamento de Estradas e Roda-
gem (DER) e também o Departamento de Saneamento. Lotado Filho de Júlio Domingos de Campos e Amália Curvo de Campos. Ini-
no Ministério da Fazenda, migrou para Mato Grosso e lecionou na Escola ciou sua carreira política em 1964 ao filiar-se ao PSD e em 1969 formou-se
Técnica de Cuiabá, foi sócio de uma construtora e diretor do Departamento em Agronomia na Universidade Estadual Paulista. Secretário de Viação e
de Obras. Obras Públicas em Várzea Grande foi professor da Universidade Federal
de Mato Grosso e chefiou o setor de Colonização e Operações da Compa-
Eleito prefeito de Cuiabá pela UDN em 1954 exerceu cumulativamente nhia de Desenvolvimento de Mato Grosso (CODEMAT). Eleito prefeito
a presidência da Associação dos Municípios da Amazônia Mato-Grossense de Várzea Grande pela ARENA em 1972 e deputado federal em 1978,
e em 1960 foi eleito vice-governador do estado na chapa de Correia da migrou para o PDS elegendo-se governador de Mato Grosso em 1982na
Costa para um mandato de cinco anos. Filiado a ARENA foi eleito deputado primeira disputa direta para o Palácio Paiaguás desde a vitória de Pedro
federal1 em 1966 e 1970. Indicado governador de Mato Gros- Pedrossianem 1965. Após migrar para o PFL renunciou ao governo e foi
so em 1974 pelo presidente Ernesto Geisel,2 em sua estadia no Palácio eleito sucessivamente deputado federal
Paiaguás foi sancionada a lei criando o estado de Mato Grosso do Sul. em 1986 e senador em 1990 ocupando uma cadeira que já pertencera ao
Em 1978 entregou o governo a Cássio de Barros e foi candidato a senador, seu tio, Sílvio Curvo. Derrotado por Dante de Oliveira ao disputar o governo
mas figurou apenas como primeiro suplente de Benedito Canelas ao final estadual em 1998, retornou ao meio empresarial até ser eleito deputado
da apuração. Após uma breve passagem pelo PP disputou o mesmo cargo federal em 2010.
em 1982 pelo PMDB, mas foi derrotado pelo candidato do PDS, Roberto
Campos. Wilmar Peres de Faria (1938 — 15 de março de 2006) foi um político
brasileiro.
Nomeado diretor das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (Eletro-
norte) em 1983 permaneceu na companhia por cinco anos até deixar o Durante a gestão de Peres, foi registrado em Mato Grosso um dos
cargo e também o PMDB retornando à iniciativa privada. Faleceu maiores escândalos financeiros: o chamado “rombo” do Banco do Estado
em novembro de 2009 vítima de um acidente vascular cerebral. de Mato Grosso (Bemat), que tratava de desvios na carteira de câmbio, em
São Paulo. E que nada foi provado, por falta de provas o processo foi
Dr. Cássio Leite de Barros (01 de março de 1927 - 21 de mar- arquivado.
ço de 2004), foi um jornalista, advogado, pecuarista e político brasileiro, ex-
vice-governador e governador do estado de Mato Grosso. Ex-vereador, ex-deputado estadual e federal, ex-prefeito de Barra do
Garças por dois mandatos e ex-governador do Estado do Mato Grosso,
Assumiu o Governo de Mato Grosso em 14 de agosto de 1978, como Wilmar Peres de Farias se projetou politicamente a partir de 1977, ao ser
vice-governador de José Garcia Neto, quando este renunciou ao cargo para eleito pelo PDS como prefeito da maior cidade da região leste do estado.
candidatar-se ao Senado. Em 1982 foi eleito vice-governador na chapa do ex-prefeito de Várzea
Grande, Júlio Campos.
Dr. Cássio permaneceu no Governo até 14 de março de 1979, ocupan-
do o cargo por sete meses, exatamente quando Mato Grosso foi dividido A trajetória política do ex-governador foi marcada também pela ascen-
com a criação de Mato Grosso do Sul em 1 de janeiro de 1979. são ao governo do estado em 1986 por um período de dez meses. Em
1990 foi eleito deputado federal e participou diretamente do processo de
Nunca deixando a raiz pantaneira, continuava junto à política seu lado cassação do ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello. Wilmar
pecuarista. Iniciou na década de 50 junto com sua esposa Darcy Miranda votou favorável ao afastamento e dois anos depois se elegeu prefeito de
de Barros (falecida em 27 de novembro de 2012) a sua História pelo Pan- Barra do Garças para o seu segundo mandato.
tanal mato-grossense.
Em 1988, se elegeu primeiro suplente de deputado estadual e assumiu,
Sobre ele escreveu Pedro Valle, parafraseando o deputado Milton Fi- por três meses, o exercício do cargo no rodízio da bancada do Partido
gueiredo quando da sua despedida do governo: Liberal (PL). Wilmar Peres concorreu às eleições de 2004 ao terceiro man-

História e Geografia do MT 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dato de prefeito e acabou como segundo colocado, com cerca de 9,5 mil dezembro 1996. Em 97, ingressou no PSDB, elegeu-se vice-governador do
votos. Estado de Mato Grosso.
Morreu aos 67 anos de idade, por parada cardio-respiratória por volta Mato Grosso estava a um passo do abismo. O crime organizado ditava
das 14h40 no Hospital MedBarra, em Barra do Garças. Wilmar foi internado ordens. Autoridades e bandidos coabitavam nos mesmos nichos sociais. O
às 8 horas da manhã com fortes dores no peito e acabou morrendo no leito estado paralelo ameaçava o Estado Democrático de Direito. Cambistas da
do apartamento dois à espera de alta médica. Loterias Colibri vendiam pules do jogo do bicho nas portas dos quartéis,
delegaciais e fóruns. Os cassinos do dono da Colibri, João Arcanjo Ribeiro,
Carlos Gomes Bezerra funcionavam ostensivamente e os resultados das extrações do bicho eram
Carlos Gomes Bezerra (Chapada dos Guimarães, 4 de divulgados pelo rádio e televisão. O homem que comandava a jogatina e
novembro de 1941) é um factorings com relaçaões mais que incestuosas com políticos era João
advogado, professor, industrial e político brasileiro que foi governador de Arcanjo Ribeiro, pomposamente chamado de ”Comendador” por obra e
Mato Grosso.1 graça de uma comenda que recebera da Câmara Municipal de Cuiabá.

Filho de Aarão Gomes Bezerra e Celina Fialho Bezerra. Fez carreira O Comendador Arcanjo nunca candidatou-se a nada, porque não pre-
política no movimento estudantil e em 1957 fundou a Associação Cuiabana cisava, pois tinha mais poder do que os políticos com mandatos e tornou-se
de Estudantes Secundários tornando-se o primeiro presidente da um dos homens mais ricos de Mato Grosso. O império do jogo do bicho
mesma. Advogado formado pela Universidade Federal de Mato Grosso, atravessou impunemente os governos de Júlio Campos e Wilmar Peres,
filiou-se ao PTB antes do Regime Militar de 1964e com a outorga Carlos Bezerra/Edison de Freitas e Moisés Feltrin, Jayme Campos e Dante
do bipartidarismo optou pelo MDB elegendo-se deputado estadual em de Oliveira. No entanto não prosperou quando Rogério Salles governou
1974 e deputado federal em 1978, ingressando no PMDB com a volta do Mato Grosso.
pluripartidarismo em 1980.2 Rogério Salles era vice-governador tucano e assumiu o Governo em
Eleito prefeito de Rondonópolis em 1982 renunciou ao mandato abril de 2002, substituindo o governador correligionário Dante de Oliveira,
em 1986 quando foi eleito governador de Mato Grosso. Deixou o Palácio que deixou o mandato para se candidatar ao Senado. À época o Comen-
Paiaguás em 1990 para disputar uma vaga de senador sendo derrotado dador Arcanjo era visto como figura acima da lei.
por Júlio Campos. Eleito novamente prefeito Inconformado com o quadro da violência em Mato Grosso, que chegou
deRondonópolis em 1992 renunciou ao mandato e foi ao ápice com o assassinato em Cuiabá do empresário e dono do Jornal
eleito senador em 1994 numa disputa férrea com Antero Paes de “Folha do Estado”, Sávio Brandão, Rogério Salles foi ao ministro da Justiça,
Barros pela segunda vaga3 4 e para impedir que este fosse eleito expôs a situação, pediu imediata providência. Fontes seguras garantem
em 1998 candidatou-se a um novo mandato de senador, embora tivesse que na despedida o governador tirou uma chave simbólica do bolso dei-
com seu mandato original em vigência, e perdeu assim como foi derrotado xando-a sobre a mesa do anfitrião dando um ultimato, “Esta é a chave do
em20024 e após este fato preferiu candidatar-se a deputado federal sendo Palácio Paiaguás. Se o senhor não mandar a Polícia Federal prender o
eleito em 2006e 2010.4 Comendador Arcanjo, diga ao presidente pra botar um interventor lá, por-
Edison Freitas de Oliveira (1930) é um político brasileiro. que não governo dividindo poder com o crime organizado”. Imediatamente
aconteceu a Operação Arca de Noé. Daí pra frente o assunto é de domínio
Foi vice-governador de Mato Grosso, assumindo o governo de 15 de público.
maio de 1990 a 10 de fevereiro de 1991.
A discreta, porém decisiva ação de Rogério Salles para o desmantela-
Jayme Veríssimo de Campos (Várzea Grande, 13 de setem- mento do crime organizado em Mato Grosso o diferencia dos demais ex-
bro de 1951) é umpolítico brasileiro. governadores apesar do puco tempo á frente do Palácio Paiaguás.
Filho de político, iniciou na política pela Arena ajudando o irmão Júlio O pai de Rogério Salles, Adão Riograndino Mariano Salles foi o primei-
Campos em suas campanhas eleitorais. ro agricultor a cultivar soja em Mato Grosso. A família Salles mudou do
Em 1982 elege-se pela primeira vez prefeito de sua cidade natal, Vár- Paraná para Rondonópolis em 1970, onde continua residindo e trabalhando
zea Grande, pelo então PDS. Em 1990, já pelo PFL, elege-se governador na atividade agropecuária.
de Mato Grosso. Em 1996 é eleito novamente a prefeitura de Várzea Gran- A mulher de Rogério Salles, Marília Ferraz Salles, foi vice-prefeita de
de, reelegendo-se em 2000. Rondonópolis. Marília elegeu-se para o cargo em outubro de 2008, na
Atualmente cumpre seu primeiro mandato como senador da República. chapa encabeçada por Zé Carlos do Pátio (PMDB) e ambos foram cassa-
Foi eleito em 2006 com 61% do votos válidos. dos em Março de 2012.

Entre 2011/2012 presidiu a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Em Outubro de 2012 o então ex - Governador do Estado de Mato
Senado Federal. Grosso foi reeleito Vice - Prefeito de Rondonópolis para a administração
2013 - 2016
Dante Martins de Oliveira (Cuiabá, 6 de fevereiro de 1952 — Cuia-
bá, 6 de julho de2006) foi um engenheiro civil e político brasileiro. Blairo Borges Maggi (São Miguel do Iguaçu, 29 de maio de 1956) é
um agrônomo,empresário e político brasileiro, ex-governador de Mato
Natural do estado de Mato Grosso, ficou nacionalmente conhecido pela Grosso e conhecido como o "rei da soja".
autoria de uma emenda constitucional que levou seu nome, propondo o
restabelecimento das eleições diretas para presidente da república, num Em 2005, quando governador, foi considerado, pelos ambientalistas,
movimento que resultou na campanha das Diretas Já. como um dos maiores promotores do desmatamento e da destruição
da Floresta Amazônica.
Rogério Salles é um político brasileiro.
Em 2008, Maggi criou o programa denominado MT Legal, que visa es-
José Rogério Salles é natural de Francisco Beltrão-PR, 56 anos, é timular a regularização e legalização fundiária, além de monitorar as propri-
Técnico em Contabilidade e Economista formado pela Universidade Federal edades rurais do seu estado através de imagens de satélite. Todavia, o
do Paraná (1976), possui curso de especialização em Economia Rural pelo estado do Mato Grosso não só continua incluído no chamado "Arco do
Corecon do Paraná (em 76) e MBA (Marketing Business and Administrati- Desmatamento" (a parte da Amazônia Legalque mais perde área floresta-
on) - Treinamento de Altos Executivos na Universidade de São Paulo (USP) da) como o ritmo do desmatamento do estado dobrou, entre agosto
em 1997. de 2012 e julho de 2013. Mato Grosso foi o estado que mais desmatou,
depois do Pará, respondendo por 621 km² dos 2.007 km² de acréscimo à
Militante da política estudantil de resistência ao regime autoritário, Ro-
área devastada, nesse período.
gério Salles fez parte do antigo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), e
depois no PMDB. Foi secretário Municipal de Agricultura de Rondonópolis, Silval da Cunha Barbosa (Borrazópolis, 26 de abril de 1961) é
de 1984 a 1985. Prefeito municipal de Rondonópolis de março de 1994 a um empresário e político brasileiro. É o atual governador do Estado

História e Geografia do MT 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do Mato Grosso. Eleito vice-governador em 2006, Silval assumiu o governo De 1964 a 1985 o Brasil foi governado pelos militares, período conhe-
em razão da renúncia de Blairo Maggi, que se candidatou ao Senado cido como ditadura militar. Nessa ocasião, o Brasil viveu a mais dura,
Federal . Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. fechada, arbitrária, rigorosa e totalitária ditadura já implantada em terras
brasileiras. O governo militar fechou sindicatos e entidades civis. Proibiu as
No dia 11 de outubro de 1977, o presidente Geisel assinou a Lei greves e cassou mandatos de políticos da oposição. Perseguiu intelectuais
Complementar nº 31, que criou o Estado de Mato Grosso do Sul. e profissionais liberais, que se mostravam contrários ao novo regime.
A primeira tentativa de se criar um novo Estado ocorreu em 1892 por Nesse período, estabeleceu-se na política brasileira o autoritarismo, a
iniciativa de alguns revolucionários liderados pelo coronel João da Silva supressão dos direitos constitucionais, a perseguição, a prisão e a tortura
Barbosa. Em 1932, com a Revolução Constitucionalista, foi criado o Estado dos opositores, além da imposição de censura prévia aos meios de comu-
de Maracaju, abrangendo quase todo o sul de Mato Grosso, que teve nicação.
Vespasiano Martins como seu primeiro governador. No mesmo ano, foi
criada a Liga Sul-Mato-Grossense, propugnando pela autonomia do sul. Os presidentes não mais eram eleitos pelo voto dos brasileiros; depois
os governadores e, logo em seguida, os prefeitos das capitais, eram todos
Em 1974, o governo federal, pela Lei Complementar nº 20, estabelece “indicados”. Ou seja, em nome da Segurança Nacional, contra o perigo
a legislação básica para a criação de novos Estados e territórios, reacen- vermelho de Moscou, o governo militar (por meio do partido governista, a
dendo a campanha pela autonomia. No dia 11 de outubro de 1977, o presi- arena) nomeia os ocupantes dos principais cargos da administração públi-
dente Geisel assinava a Lei Complementar nº 31 criando o Estado de Mato ca, em todas as suas esferas: municipal (as capitais e fronteiras), estadual
Grosso do Sul, com capital em Campo Grande. Em 31 de março de 1978, o e federal.
engenheiro Harry Amorim Costa era nomeado Governador do Estado.
O governo militar foi de grande valia para a elite mandante mato-
Duas razões essenciais foram invocadas pelo governo federal para jus- grossense, uma vez que os problemas sociais foram abafados pela repres-
tificar o desmembramento: o fato de ter o Estado do Mato Grosso uma área são (anticomunista), pela censura e pela cassação dos opositores, entre
grande para comportar uma administração eficaz; e a diferenciação ecoló- outras medidas benéficas para a elite política da situação, como a indica-
gica entre as duas áreas, sendo Mato Grosso do Sul uma região de cam- ção dos prefeitos das fronteiras e da capital, além da nomeação do gover-
pos, particularmente indicada para a agricultura e a pecuária, e Mato Gros- nador.
so, na entrada da Amazônia, uma região bastante menos habitada e explo-
rada, e em grande parte coberta de florestas. Em sua gestão, o presidente Ernesto Geisel (1974-1977) promoveu a
união do estado da Guanabara ao Rio de Janeiro e criou o estado de Mato
O desejo de desmembrar o antigo sul de Mato Grosso contornou defini- Grosso do Sul, dentro da estratégia de fortalecer a arena.
tivamente o atual estado em 1975, com a tese Divisão político-
administrativa do Mato Grosso, que a Associação dos Diplomados da O pacote de abril mantém as eleições indiretas para governadores e
Escola Superior de Guerra (ADESG) publicou. Os dados dessa publicação criou a figura do senador biônico: um em cada três senadores passaria a
cujos dados embasaram para intensificar a campanha pelo desmembra- ser eleito indiretamente pelas Assembleias Legislativas de seus estados.
mento. Quem comunicou que o governo federal decidisse sobre o assunto Em 15 de outubro de 1978 o MDB apresentou seu candidato ao colégio
foi o presidente Ernesto Geisel quando se reuniu com o então governador eleitoral, o general Euler Bentes, que recebeu 266 votos, contra 355 votos
de Mato Grosso José Garcia Netono dia 4 de maio de 1977. De acordo com do candidato do governo, João Baptista Figueiredo. Nas eleições legislati-
o primeiro projeto de lei, o novo estado seria chamado de Campo Grande. vas de 15 de novembro a arena obteve em todo o país 13,1 milhões de
Com a aprovação da lei pelo Congresso Nacional e sua sanção pe- votos para o Senado e 15 milhões para a Câmara; o MDB conseguiu 17
lo presidente do Brasil, em 11 de outubro do mesmo ano, foi mudado o milhões de votos para o Senado e 14,8 milhões para a Câmara. O presi-
nome do estado para Mato Grosso do Sul. Ficou decidido que a sede do dente militar Ernesto Geisel conseguiu que a “distensão” seguisse nos seus
governo do novo estado ficaria na cidade de Campo Grande. moldes, lenta, gradual e segura. Deste modo, Ernesto Geisel garantiu a
eleição de João Baptista Figueiredo, mas não impediu o avanço inconteste
Duas razões essenciais que o governo federal invocou para a justifica- da oposição. Portanto, as manobras golpistas permitiram que a arenaconti-
tiva de desmembrar o novo estado: (1) o estado de Mato Grosso teve uma nuassem no comando do Congresso e do Senado com ampla maioria.
área muito extensa para ser eficazmente administrado; e (2) os diferentes
ambientes naturais distintos entre ambas as áreas, sendo que Mato Grosso Por isso, é importante entender a criação do estado de Mato Grosso do
do Sul cuja vegetação é de campos, e de maneira particular suas ativida- Sul, no contexto do governo militar, pois tudo indica que foi uma estratégia
des econômicas são a agricultura e a pecuária, e Mato Grosso, por onde se dos militares (Lei Falcão, pacote de abril), primeiramente, garantir a eleição
entra na Amazônia, cuja região tem muito menos habitantes e menos do general João Baptista Figueiredo e, logo em seguida, obter igualmente
exploração, e cuja formação vegetal é grandemente coberta pela Floresta uma maior bancada no Congresso Nacional e no Senado Federal.
Amazônica. A proposta do governo federal era também a promoção de
desenvolver a região perante "projetos de impacto", que não tomaram A criação do estado de Mato Grosso do Sul, foi uma determinação
forma, e as questões políticas logo foram reassumidas em primeiro plano. pessoal do general Ernesto Geisel. Deste modo, sendo uma decisão toma-
da de cima para baixo, igualmente trouxe uma gafe, o nome inicialmente
A criação de Mato Grosso do Sul no contexto da Ditadura Militar lançado pelo governo federal do futuro estado da federação chamava-se:
Estado de Campo Grande. Como há reação ao “nome” e não a criação de
Por Carlos Magno Mieres Amarilha (UEMS) um novo Estado, mudou o nome para Mato Grosso do Sul.
A instituição do estado de Mato Grosso do Sul, no término da década Em 03 de maio de 1977, o presidente Ernesto Geisel, logo após o “Pa-
de setenta do século XX ao que tudo indica as leituras realizadas até o cotão de abril”, em nome da Segurança Nacional, divide o Estado de Mato
momento, houve uma estratégia da gestão do governo federal para assegu- Grosso e apresenta oficialmente uma nova unidade da federação, o “Esta-
rar a maioria dos votos no Colégio Eleitoral (eleição indireta que, na ocasi- do de Campo Grande”, sendo a sua capital, a cidade de Campo Grande.
ão, garantiu a vitória do general João Batista Figueiredo) para a sustenta- Constituída por 55 municípios, pertencente a porção meridional do então
ção do regime militar. Nesse período, os governadores, os prefeitos das Estado de Mato Grosso. Segundo Segundo Campestrini, “no desmembra-
capitais, de algumas cidades fronteiriças[1] e parte dos senadores eram mento, Mato Grosso ficava com trinta e oito municípios, com uma popula-
nomeados (os chamados “biônicos”).Em Mato Grosso do Sul, os municípios ção estimada (1977) de 900.000 habitantes, distribuídos em 903.386,1
considerados de área de segurança nacional eram: Amambaí, Antonio quilômetros quadrados, Mato Grosso do Sul, abrangia cinquenta e cinco
João, Aral Moreira, Bela Vista, Caracol, Corumbá, Eldorado, Iguatemi, municípios, com uma população estimada (1977) de 1.400.000 habitantes,
Ladário, Mundo Novo, Ponta Porã, Porto Murtinho, Três Lagoas e a capital em 357.139,9 quilômetros quadrados”.
Campo Grande, ou seja, era o governador que nomeava os prefeitos des-
ses municípios. Os senadores do novo estado foram todos da ARENA: Por parte dos moradores do novo Estado de Campo Grande, há uma
Pedro Pedrossian (eleito em 1978), Antônio Mendes Canale (eleito em reação ao nome (e não pela divisão ou criação), da nova unidade da fede-
1974, que, na divisão optou por MS) e Rachid Saldanha Derzi, indicado ração, por parte dos intelectuais, jornalistas e políticos do interior, princi-
senador “biônico” em janeiro de 1979. palmente das cidades de Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Ponta Porã,
entre outros municípios constituídos ao novo Estado da federação.

História e Geografia do MT 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Em Dourados, Wilson Valentim Biasotto, lembra que nesse período de urbano, far-se-á por lei estadual, obedecidos os requisitos previstos na
1977, foi realizada uma reunião para definir o nome do novo Estado[2]: Constituição Federal na Constituição Estadual, nesta lei complementar e
“discutíamos o nome para o Estado que nasceria em breve. Muita gente dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, à população direta-
apostava as fichas em Estado de Campo Grande, especialmente os habi- mente interessada.
tantes da capital; no interior falava-se muito em Estado de Maracaju e, com
menor entusiasmo, Entre-Rios” (BIASOTTO, 1999, p. 02). Explica Wilson § 1º A análise de preservação da continuidade e da unidade histórico-
Valentim Biasotto: “nós estávamos firmando opinião a respeito. Entre-Rios cultural do ambiente urbano caberá à Comissão de Revisão Territorial da
não nos parecia boa opção. É verdade que o Estado constitui-se numa Assembleia Legislativa, ouvido previamente o Órgão de Informação e
mesopotâmia, mas era coisa batida, o nome fora usado para cidade do Cartografia do Estado de Mato Grosso.
Estado e não colara: Entre-Rios passou a chamar-se Rio Brilhante” (Id.,
1999, p. 02). § 2º A instalação de novos municípios dar-se-á com a eleição e posse do
Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, simultaneamente a dos municípios já
Wilson Valentim Biasotto, esclarece que, “Estado de Campo Grande existentes.
também não nos pareceu boa ideia. Representava, é verdade, uma reali-
dade geográfica, boa parte do Estado é composta por terras de campo, § 3º O novo município a ser criado será o resultado do desmembramento
mas, ponderávamos, estender o nome da Capital a todo o Estado seria um de área territorial de um ou mais municípios.
estímulo muito grande aos já reconhecidamente bairristas campo-
grandenses” (BIASOTTO, 1999, p. 02). Deste modo, assegura o autor que, Art. 2º São requisitos indispensáveis à criação de municípios, dentre ou-
“Maracaju também dá nome ao relevo, além da serra temos ainda o planal- tros:
to com o mesmo nome, mas não nos pareceu correto termos uma serra, um I - população estimada não inferior a 4.000 (quatro mil) habitantes;
planalto, uma cidade e um estado com o mesmo nome. Além do mais, da II - número de eleitor não inferior a 30% (trinta por cento) da população;
mesma forma que o estado não se constitui única e exclusivamente de III - centro urbano já constituído, com número de casas superior a 200
campos, para chamar-se Campo Grande, não é também uma única serra (duzentas);
ou planalto” (Id., p. 02). IV - arrecadação, no último exercício, superior à média do que arrecadaram
Para finalizar Wilson Valentim Biasotto, assegura que, “deveria ser Ma- os 40 (quarenta) municípios de menor renda do Estado, no exercício;
to Grosso do Sul, concluímos àquela época. Manteríamos a tradição e o V - condições apropriadas para a instalação da Prefeitura, Câmara Munici-
povo, especialmente os mais velhos, guardariam suas lembranças. A pal e funcionamento do Judiciário;
separação seria apenas política e territorial, manteríamos os nossos laços, VI - apresentação de mapa e memorial descritivo de forma a demonstrar a
inclusive através do nome. E assim nem precisaríamos abrir mão do nosso manutenção ou a caracterização da continuidade territorial do município de
símbolo, consagrado através da música: a seriema” (BIASOTTO, 1999, p. origem e do município em via de criação.
02).
§ 1º Não será permitida a criação de municípios desde que esta medida
Após a reunião, Valfrido Silva, publicou um artigo no jornal Folha de importe para o município ou municípios de origem na perda dos requisitos
Dourados, com o título: “Pra quem fica a Seriema?”, que teve repercussão exigidos nesta lei complementar.
no Estado, principalmente em Campo Grande e Cuiabá.
Uma discussão surgida quando o Presidente Geisel anunciou oficial- § 2º Os requisitos dos incisos I, III, e VI serão apurados pelo Órgão de
mente a disposição de dividir o velho Mato Grosso, para criar o Estado de Informação e Cartografia do Estado; o de nº II, pelo Tribunal Regional
Campo Grande. De pronto, a polêmica foi formada, surgiram as pressões Eleitoral-TRE; o de nº IV, pelo Órgão Fazendário Estadual; e o de nº V, pela
políticas e o presidente cedeu, criando o Mato Grosso do Sul, em 11 de Comissão de Revisão Territorial, após verificação in loco.
outubro de 1977. Naquela ocasião, uma conversa deste jornalista com o
professor de história Wilson Biasotto, transformou-se num artigo para o § 3º A Comissão de Revisão Territorial requisitará dos órgãos de que trata
jornal Folha de Dourados, com grande repercussão em Campo Grande e o parágrafo anterior, as informações previstas nos incisos I, II, III, IV e VI do
até nos jornais de Cuiabá. O questionamento era, se uma vez persistindo o Artigo 2º, as quais serão prestadas no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
nome de Estado de Campo Grande, com quem ficaria a Seriema, ave data do recebimento, sob pena de responsabilidade.
símbolo de nossos campos. Sim, porque numa das canções sertanejas
mais cantadas por aqui, fala-se (ou canta-se): “ó Seriema de Mato Grosso, Art. 3º A criação de município, bem como a incorporação ou extinção de
teu canto triste me faz lembrar... daqueles tempos em que eu viajava, sinto distritos ou município, processado cada caso individualmente, somente
saudades de seu cantar...”. Oprofessor Wilson Biasotto sugeria, então, que poderão ocorrer até o ano imediatamente anterior ao da realização das
se revisse a proposta do nome de Estado de Campo Grande ou que se eleições para os cargos de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
transferisse a Seriema para o Mato Grosso. Mas como a música “Seriema
de Mato Grosso” faz referências às cidades de Maracaju e Ponta Porã, não Art. 4º Para criação de município que resulte de fusão de área territorial
seria justo levar o bichinho embora. Trocar a letra para “Seriema de Campo integral de dois ou mais municípios, com a extinção destes, é dispensada a
Grande”, também não resolveria o problema. É claro que as elucubrações verificação dos requisitos do Artigo 2º.
do jornalista e do professor não devem ter pesado na decisão da trocar de
nome. Era o anseio popular que falava mais alto. E assim começamos a Parágrafo único No caso deste artigo, o plebiscito consistirá na consulta à
construir nossa história, a história do Mato Grosso do Sul (SILVA, 1999, p. população diretamente interessada, sobre a concordância com a fusão e a
02). sede do novo município.

LEI COMPLEMENTAR Nº 23, DE 19 DE NOVEMBRO DE 1992 - D.O. Art. 5º A lei que criar o novo município definirá seus limites, acompanhando
19.11.92. tanto quanto possível acidentes naturais e linhas geodésica claras, preci-
sas e contínuas entre pontos bem identificados.
Autor: Comissão de Revisão Territorial
Art. 6º Na toponímia de municípios e distritos, é vedada a repetição de
Dispõe sobre criação, incorporação, fusão, desmembramento e extinção de nome já existente no País, bem como a designação de datas, nomes de
municípios e distritos no Estado de Mato Grosso. pessoas vivas e o emprego de denominação com mais de três palavras,
excluídas as partículas gramaticais.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO, ten-
do em vista o que dispõe o Artigo 45 da Constituição Estadual, aprova e o § 1º Nos projetos de criação ou alteração da denominação do município e
Governador do Estado sanciona a seguinte lei complementar: distrito deverá constar a informação da fundação IBGE sobre a existência
de topônimo correlato no Estado ou em outra unidade da Federação.
Art. 1º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municí-
pios preservarão a comunidade e a unidade histórico-cultural do ambiente

História e Geografia do MT 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 2º A alteração do nome do município poderá ser efetuada a qualquer
tempo, por lei estadual, mediante representação fundamentada no municí- Art. 14 As representações a que se refere o artigo anterior serão encami-
pio interessado, feita pelo Prefeito, com aprovação da Câmara Municipal e nhadas à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, e depois de lidas no
voto favorável de 2/3 (dois terços) de seus membros; após ouvir a popula- expediente, serão protocoladas, registradas, autuadas e encaminhadas
ção em plebiscito fiscalizado pelos Diretórios Municipais dos partidos políti- para a Comissão de Revisão Territorial.
cos.
Parágrafo único O encaminhamento da representação à Mesa Diretora
Art. 7º A lei de criação do município mencionará: será feito através de Deputado ou diretamente pelas comunidades interes-
I - o nome, que será o da sede; sadas.
II - as divisas;
III - o ano de instalação; Art. 15 A representação deverá ser instruída com os seguintes documen-
IV - as divisas dos municípios de origem; tos:
V - o percentual incidente sobre os índices de participação no FPM-ICMS- I - requerimento com as assinaturas previstas no Artigo 13;
25, dos municípios de origem, a que terá direito o município recém-criado. II - mapa e memorial descritivo do território do novo município;
III - mapa e memorial descritivo dos municípios de origem;
Parágrafo único Para estabelecer o disposto no inciso V do artigo anterior, IV - justificativa socioeconômica;
a Comissão de Revisão Territorial utilizará informações do Órgão Fazendá- V - fotografias do centro urbano demonstrativo das atividades de indústria,
rio Estadual. do comércio e da agropecuária.

Art. 8º Na revisão dos limites territoriais dos municípios do Estado a que se Art. 16 Recebida a representação, a Comissão de Revisão Territorial fará
refere o Artigo 9º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da distribuir cópia aos Deputados e transcrever no órgão oficial da Assembleia,
Constituição Estadual, será dispensada a consulta plebiscitária desde que dando ao pedido ampla divulgação.
não importe a retificação no desmembramento de área superior a 20% do
território do município. Parágrafo único Se a representação não se fizer acompanhar dos docu-
mentos mencionados no artigo anterior, a Comissão diligenciará junto às
Parágrafo único É vedada a transferência de área em que esteja situada a lideranças interessadas para que junte os mesmos ao processo.
sede urbana de município ou distrito.
Art. 17 De posse da representação e dos documentos que acompanham, a
Art. 9º Nenhuma autoridade estadual ou municipal poderá negar-se a Comissão de Revisão Territorial dirigir-se-á a sede do futuro município
praticar os atos ou fornecer aos interessados certidões ou cópias de docu- para:
mentos referentes ao preenchimento dos requisitos para a criação ou I - fazer levantamento socioeconômico;
incorporação de município, sob pena de responsabilidade. II - apresentar parecer preliminar precedido de relatório circunstanciado da
visita, concluído pela necessidade de os documentos do Artigo 2º serem
Art. 10 A extinção de município será declarada em lei estadual e poderá solicitados, ou pelo arquivamento.
ocorrer a qualquer tempo:
I - se verificada a perda dos requisitos estabelecidos nos itens I, II, III, IV e § 1º Se a Comissão de Revisão Territorial concluir pelo arquivamento da
V do Artigo 2º desta lei complementar; representação, o parecer preliminar será submetido à decisão do Plenário.
II - no caso de inundação ou destruição da cidade sede, quando material-
mente impossível a transferência da população para outro ponto do territó- § 2º Se a Comissão de Revisão Territorial concluir por solicitar os documen-
rio municipal; tos (Artigo 2º, §§ 1º, 2º e 3º) o fará imediatamente, através de seu Presi-
III - a requerimento da maioria absoluta dos eleitores residentes ou domici- dente ou de um dos seus membros, endereçando ofícios aos órgãos públi-
liados no território municipal. cos competentes.

§ 1º Nos casos dos itens I e II deste artigo o município extinto voltará a Art. 18 De posse das certidões (Artigo 2º, §§ 1º, 2º e 3º) a Comissão de
pertencer ao de sua origem. Revisão Territorial dará parecer de mérito concluindo pelo andamento ou
não do processo de emancipação e o encaminhará ao Plenário da Assem-
§ 2º No caso do item III, os eleitores requerentes indicarão ao município bleia para deliberação.
contíguo a que desejarem pertencer.
§ 1º O processo irá à Comissão de Constituição e Justiça se o Plenário
Art. 11 A elaboração de lei que crie município será admitida se a medida decidir pela sua tramitação ou será arquivado.
tiver sido previamente aprovada, em processo plebiscitário, pela população
interessada. § 2º Aprovado o parecer da Comissão de constituição e Justiça o proces-
so será devolvido à Comissão de Revisão Territorial para que esta elabore
§ 1º Para efeito do plebiscito, a população a ser consultada será a que tiver o Projeto de Decreto Legislativo autorizando o Tribunal Regional Eleitoral a
residência ou domicilio dentro da área a desmembrar. realizar o plebiscito.

§ 2º Considerar-se-á aprovada a medida se o resultado do plebiscito lhe Art. 19 O Projeto de Decreto Legislativo e os Projetos de Lei, visando à
tiver sido favorável pela maioria absoluta dos votos dos respectivos eleito- alteração territorial, tramitarão em rito ordinário normal, previsto no Regi-
res inscritos no território a ser desmembrado. mento Interno da Assembleia Legislativa, vedada a urgência.

Art. 12 A forma de consulta plebiscitária será regulada mediante resolução § 1º O Decreto Legislativo, após sua publicação no Diário Oficial, será
expedida pelo Tribunal Regional Eleitoral, respeitando os seguintes precei- encaminhado ao Tribunal Regional Eleitoral, pela Comissão de Revisão
tos: Territorial, acompanhado de cópia autenticada de todo o processo de
I - residência do votante, há mais de um ano na área a ser desmembrada; emancipação.
II - cédula oficial contendo as palavras Sim e Não, que expressam a apro-
vação ou rejeição da criação do município. § 2º A Comissão de Revisão Territorial acompanhará a tramitação do
processo junto ao Tribunal Regional Eleitoral em todas as fases do plebisci-
Art. 13 O processo de criação, incorporação, fusão, desmembramento to, mantendo informado o Plenário da Assembleia.
extinção de município terá inicio mediante representação dirigida à Assem-
bleia Legislativa, assinada, no mínimo, por 100 (cem) eleitores, residentes § 3º As emendas sobre modificação de divisas somente poderão ser
ou domiciliados na área que se deseja desmembrar com as respectivas apresentadas até a aprovação do projeto de Decreto Legislativo.
firmas reconhecidas.

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Art. 20 O ofício do Tribunal Regional Eleitoral, comunicando o resultado do Principal defensor da criação de novos municípios no Estado, o parlamen-
plebiscito, será lido pela Mesa em Plenário e encaminhado à Comissão de tar recebeu com surpresa o veto da presidente em função do projeto ter
Revisão Territorial, para exarar parecer. sido discutido exaustivamente na Casa Civil da Presidência da República.
“É um projeto em que a União colocou todas as dificuldades possíveis,
§ 1º Aprovado o parecer da Comissão de revisão Territorial, contrário à e a proposta é extremamente criteriosa, impedindo as emancipações
tramitação da matéria, o processo será arquivado, e no sentido de seu que não respeitem critérios técnicos de viabilidade. Depois de 16
prosseguimento a Comissão de Revisão Territorial elaborará o projeto de lei anos, foi finalmente aprovado no Senado e na Câmara Federal e para a
de criação do município. nossa surpresa, a presidente vetou. Com isso, o governo federal
agrava o engessamento do crescimento brasileiro”, criticou.
§ 2º Elaborado o projeto de lei, a Comissão encaminha-lo-á à Mesa, que o
incluirá na ordem do dia da sessão seguinte a do recebimento para discus- Riva afirmou que vai trabalhar nacionalmente para a derrubada do veto no
são e votação. Senado e na Câmara federal. “Faltou bom senso à equipe da presidente
Dilma, a criação de municípios aproxima o cidadão do poder público,
Art. 21 A Comissão de Revisão Territorial, quando no cumprimento privati- pois atualmente existem distritos a 200 km de distância da cidade. Os
vo de suas funções, fará as comunicações internas no âmbito do Poder últimos municípios criados, em 2000 (Itanhangá e Ipiranga do Norte),
Legislativo e externas para a sociedade ou órgãos públicos, através de seu registram avanços e atendem a população com muito mais eficiência”,
Presidente e na ausência por qualquer de seus membros. argumentou.

Art. 22 Todos os Deputados Estaduais terão acesso livre à sala, trabalhos MOVIMENTO – Dez estados brasileiros já foram acionados por Mato Gros-
e reuniões da Comissão de Revisão Territorial com direito a voz e sem so para participarem de uma mobilização nacional em Brasília para a
direito a voto e somente tendo vista ao processo na sala das Comissões, derrubada do veto no Senado e Câmara Federal. “Vamos entrar em contato
não podendo retirá-lo. com todos os entes da federação para levar 10 mil pessoas de todo o país
ao Congresso Nacional para convencer os senadores e deputados federais
Art. 23 As informações sobre processos em andamentos nas Comissões a derrubarem o veto da presidente. Estamos indignados em função do
serão prestadas às lideranças e à comunidade em geral pelos deputados, projeto ter nascido na Casa Civil da Presidência da República e agora o
os assessores e funcionários somente poderão prestar informações autori- mesmo foi vetado”, questionou o presidente da Associação Mato-grossense
zados pelo Deputado autor da proposição ou pelo Presidente da Comissão. de Áreas Emancipadas e Anexandas (Amaea), Nelson Salim Abdalla.

Art. 24 O território dos municípios poderá ser dividido para fins administrati- VETO – Publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (14), o veto
vos em distritos administrativos, por subprefeituras e regiões administrati- da presidente Dilma alega que a proposta de criação de municípios “contra-
vas. ria o interesse público”.

§ 1º A criação, organização e supressão de distritos far-se-á por lei munici- A presidente argumenta que a medida resultaria em aumento de despesas
pal, obedecidos os requisitos previstos nesta lei complementar e dependerá com a manutenção da estrutura administrativa e representativa.
de consultas prévias às população diretamente interessadas.
EMANCIPAÇÃO – Em Mato Grosso, existem 56 processos de emancipa-
§ 2º Em cada distrito será instituído um conselho distrital de representantes ção, 14 de autoria do deputado Riva. Municípios que podem ser criados em
da população, eleitos pelos moradores da localidade, o qual participará do Mato Grosso: Salto da Alegria, de Paranatinga; Capão Verde, de Alto
planejamento, execução, fiscalização e controle dos serviços e atividades Paraguai; Nova Fronteira, de Tabaporã; Guariba, de Colniza; Nova União,
do Poder Executivo no âmbito do distrito, assegurando-lhe pleno acesso a de Cotriguaçu; Santa Clara do Monte Cristo, de Vila Bela; Rio Xingu, de
todas as informações que necessitar. Querência; União do Norte, de Peixoto de Azevedo; Espigão do Leste, de
São Félix do Araguaia; Novo Paraíso, de Ribeirão Cascalheira; Paranorte,
§ 3º A lei de criação do distrito será obrigatoriamente publicada no Diário de Juara; Boa Esperança do Norte, de Nova Ubitaran/Sorriso; Cardoso do
Oficial do Estado de Mato Grosso. Oeste, de Porto Esperidião; Santo Antônio da Fontoura, de São José do
Xingu; Ouro Branco do Sul, de Itiquira; Conselvan, de Aripuanã; Japuranã,
Art. 25 São requisitos mínimos exigidos para a criação de distritos: de Nova Bandeirantes; Veranópolis do Araguaia, de Confresa; Brianorte, de
I - 50 (cinquenta) habitações, no mínimo, na sede da localidade; Nova Maringá e Rondon do Parecis, de Campo Novo do Parecis.
II - população superior a 1.000 (mil) habitantes no território.
GEOGRAFIA:
Parágrafo único Os requisitos previstos neste artigo serão apurados pelo 1. Mato Grosso: localização, fronteiras e limites do estado e
órgão de informações e cartografia do Estado. dos municípios.
2. Aspectos geomorfológicos: relevos do estado.
Art. 26 O Governo do Estado de Mato Grosso dará apoio administrativo, 3. Aspectos climáticos e ecossistemas do Mato Grosso.
material e financeiro para garantir a execução desta lei complementar. 4. Hidrografia do Mato Grosso.
5. Aspectos político administrativos.
Art. 27 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação, 6. atividades agrícolas.
revogadas as disposições em contrário, especialmente as Leis Complemen- 7. Processos migratórios e dinâmica da população em Mato
tares nºs 01/90, 08/91 e 09/91. Grosso.
8. Programas governamentais e fronteira agrícola matogros-
Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 19 de novembro de 1992. sense.
9. A economia do Estado e da capital.
Deputado recebeu com surpresa o veto integral da presidente Dilma 10. Indicadores oficiais de saúde e educação do estado.
Rousseff e revelou que será realizada uma mobilização em Brasília para 11. Aspectos contemporâneos da urbanização do Estado e da
a derrubada capital.
12. Principais eixos rodoviários: federais e estaduais.
O deputado estadual José Riva (PSD) criticou o veto integral da presidente 13. Políticas ambientais nas diferentes escalas do poder: as
Dilma Rousseff ao Projeto de Lei Complementar 98/2002, que permitia a unidades de conservação da natureza.
criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios. O parla- 14. Reservas Indígenas.
mentar também anunciou a realização de uma mobilização nacional para a
derrubada do veto no Congresso Nacional. Mato Grosso é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está locali-
zado na região Centro-Oeste. Tem a porção norte de seu território ocupada
pela Amazônia Legal, sendo o sul do estado pertencente ao Centro-Sul do

História e Geografia do MT 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Brasil. Tem como limites: Amazonas, Pará (N); Tocantins, Goiás (L); Mato O estado brasileiro de Mato Grosso tem 903.357,908 km² de área, o
Grosso do Sul (S); Rondônia e Bolívia (O). Ocupa uma área de 903 que o torna o terceiro mais extenso do país, ficando atrás somente
357 km², equivalente a da Venezuela e não muito menor do que a da do Amazonas e do Pará. A área urbana de Mato Grosso é de 519,7 km², o
vizinha Bolívia. Mato Grosso está organizado em 22 microrregiões e 5 que coloca o estado em 11º lugar na ordem de estados com maior mancha
mesorregiões, dividindo-se em 141 municípios. Cuiabá é, além de capital, o urbana.
município mais populoso do estado.
Localizado no Centro-Oeste brasileiro, fica no centro geodésico da
As cidades mais populosas e importantes de Mato Grosso América Latina. Cuiabá, a capital, está localizada exatamente no meio do
são Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Ser- caminho entre o Atlântico e o Pacifico, ou seja, em linha reta é o ponto mais
ra, Cáceres, Sorriso, Primavera do Leste, Barra do Garças, Alta Flores- central do continente. O local exato foi calculado por Marechal Rondon
ta, Campo Novo do Parecis, Pontes e Lacerda, Juína, Primavera do Les- durante suas expedições pelo estado e é marcado com um monumento, o
te, Campo Verde, Lucas do Rio Verde e Barra do Bugres. Extensas planí- obelisco da Câmara dos Vereadores.
cies e amplos planaltos dominam a área, a maior parte (74%) se encontra
abaixo dos seiscentos metros de altitude. Juruena,Teles Pi- Mato Grosso é um estado com altitudes modestas, o relevo apresenta
res, Xingu, Araguaia, Paraguai, Rio Guaporé,Piqueri, São Lourenço, das grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas sedimentares e
Mortes e Cuiabá são os rios principais. abrange três regiões distintas: na porção centro-norte do estado, a dos
chapadões sedimentares e planaltos cristalinos (com altitudes entre 400 e
Mato Grosso localiza-se na região Centro-oeste do território brasileiro. 800m), que integram o planalto central brasileiro. A do planalto arenito-
O Estado ocupa uma área de 903.357km², sendo o terceiro maior em basáltico, localizada no sul, simples parcela do planalto meridional. A parte
extensão territorial do país. É o único a possuir características Dos três do Pantanal Mato-Grossense, baixada da porção centro-ocidental.
biomas: Pantanal,Cerrado e Amazônia
Devido à grande extensão Leste-Oeste, o território brasileiro abrange
Mato Grosso possui um clima caracteristicamente continental, com du- quatro fusos horários situados a Oeste de Greenwich. O Estado de Mato
as estações bem-definidas, uma chuvosa e outra seca. A estação chuvosa Grosso abrange o fuso horário quatro negativo (-4). Apresenta, portanto, 4
ocorre entre os meses de outubro a março, e a estação seca começa em horas a menos, tendo como referência Londres, o horário GMT.
abril e termina somente em setembro.
Clima
O ponto culminante fica a 1.118m de altitude e se localiza na Serra de
Santa Bárbara., entre os municípios de Pontes e Lacerda e Porto Esperidi- Mato Grosso é um estado de clima variado. Sua capital, Cuiabá, é uma
ão. das cidades mais quentes do Brasil, com temperatura média que gira em
torno de 24°C e não raro bate os 40º. Mas há 60 km, em Chapada dos
O Mato Grosso é um estado da região centro - oeste do Brasil, sendo Guimarães, o clima já muda completamente. É mais ameno, com ventos
o terceiro maior estado do país em área, com 903.357 Km², da qual a maior diurnos e noites frias. Chapada já registrou temperaturas negativas, fato
parte é ocupada pela Amazônia Legal. A capital do Estado é Cuiaba. Os nunca ocorrido em Cuiabá.
limites territoriais do estado são os seguintes:
O estado de Mato Grosso apresenta sensível variedade de climas.
Norte – Pará e Amazonas Prevalece o tropical super-úmido de monção, com elevada temperatura
Sul – Mato Grosso do Sul média anual, superior a 24°C e alta pluviosidade (2000 mm anuais); e o
Leste – Goias e Tocantins tropical, com chuvas de verão e inverno seco, caracterizado por médias de
Oeste – Rondonia e Bolivia. 23°C no planalto. A pluviosidade é alta também nesse clima: excede a
média anual de 1500 mm.
A maior parte do territorio mato-grossense é plano, caracterizando um
relevo de baixas altitudes, que tem em sua composição, três tipos de uni- Vegetação
dades distintas: Planalto mato-grossense, Planalto – basáltico, Pantanal
Mato-grossense. A vegetação do estado faz parte da vegetação da Floresta
Amazônica, Cerrado e faixas de transição como o Pantanal, Xingu e
No território do Mato Grosso são três os tipos Cachimbo. A vegetação amazônica é a maior floresta do mundo cobrindo
de vegetação predominante. Ao norte, o estado é coberto pela floresta parte de 8 países, cobrindo também a região norte do estado, chamada
equatorial, a Floresta Amazônica, com árvores de grande porte como a também de Amazônia Legal, suas principais características são
andiroba e a seringueira, entre outras. É a chamada Amazônia Legal. as árvores grandes e o solo florestal pobre, sobrevivendo do húmus das
folhas. A região com vegetação de cerrado é a maior parte do estado, de
Ao sul da capital, Cuiabá, a vegetação encontrada originalmente era o acordo com a organização Internacional Conservation 58% do cerrado foi
cerrado, com suas caracteristicas e biodiversidade únicas. Porém, com o substituído pela agricultura com soja e algodão. O complexo do Pantanal é
avanço da agricultura, grande parte da área antes coberta pelo cerrado a maior área alagada do mundo e a maior diversidade animal e vegetal na
transformou-se em imensos campos de soja ou algodão, principalmente. parte sul de Mato Grosso, em 2001 foi reconhecido
Ao sul do estado, encontra-se parte da maior área alagada do mundo, pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade.
o Pantanal, que desde 2001 é considerado Patrimônio Natural da Humani- Mato Grosso é um estado privilegiado em termos de biodiversidade. É
dade. Embora seja grande a diversidade vegetal e animal nessa área, que o único do Brasil a ter, sozinho, três dos principais biomas do país:
é chamada de área de transição (entre os tipos de vegetação) a cobertura Amazônia, Cerrado e Pantanal.
de gramínea predomina.
O clima no estado varia de acordo a posição geográfica, mas o clima
predominante é o tropical superúmido. Esse clima tipicamente amazônico,
ou seja, de calor (26° C em média) e umidade em abundancia. Em algumas
regiões do estado, as estações (seca e chuvosa) são bem definidas, o que
caracteriza um clima tropical.
No Mato Grosso existem dois sistemas hidrográficos importantes, ou
seja, duas bacias, a do Rio Amazonas e a do Rio Paraguai.
Os principais rios que compõem a Bacia do Rio Amazonas são: Rio A-
raguaia, Rio Xingu, Rio das Mortes, Rio Juruena, etc. O Rio Cuiabá é o
principal afluente da Bacia do Rio Paraguai.
Outro grande destaque do estado é o Parque Nacional da Chapada
dos Guimarães, localizado ao centro-sul do estado, entre a capital Cuiabá e
o município de Chapada dos Guimarães. Thais Pacievitch

História e Geografia do MT 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Cerrado

Uma vegetação riquíssima com uma biodiversidade gigante, o Cerrado


é o principal bioma do Centro-Oeste brasileiro. Já foi retratado nos livros de
Guimarães Rosa e outros poetas e é considerada a Savana brasileira. Em
Mato Grosso, o cerrado cobre 38,29% de todo o território. Localizado
principalmente nas depressões de Alto Paraguai - Guaporé, o sul e o
sudeste do planalto dos Parecis e ao sul do paralelo 13º, até os limites de
Mato Grosso do Sul.
A riqueza florística do cerrado só é menor do que a das florestas
tropicais úmidas. A vegetação é composta por gramíneas, arbustos e
árvores esparsas. As árvores têm caules retorcidos e raízes longas, que
permitem a absorção da água mesmo durante a estação seca do inverno. No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de
borboletas. Contam-se mais de 80 espécies de mamíferos, sendo os
No ambiente do Cerrado são conhecidos, até o momento, mais de principais a onça-pintada (que atinge 1,2 m de comprimento, 85 cm de
1.500 espécies de animais, entre vertebrados (mamíferos, aves, peixes, altura e pesa até 150 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, lobo-guará,
repteis e anfíbios) e invertebrados (insetos, moluscos, etc). Cerca de 161 macaco-prego, cervo do pantanal, bugio, porco do mato, tamanduá, anta,
das 524 espécies de mamíferos do mundo estão no Cerrado. Apresenta bicho-preguiça, ariranha, quati, tatu e outros. A vegetação pantaneira é um
837 espécies de aves, 150 espécies de anfíbios e 120 espécies de répteis. mosaico de cinco regiões distintas: Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga,
Pantanal Mata Atlântica e Chaco (paraguaio, argentino e boliviano). Durante a seca,
os campos se tornam amarelados e constantemente a temperatura desce a
níveis abaixo de 0 °C, com registro de geadas, influenciada pelos ventos
que chegam do sul do continente.
Amazônia
Existem dois tipos de florestas em Mato Grosso: a Floresta Amazônica
e a Floresta Estacional. Elas ocupam cerca de 50% do território mato-
grossense. Concentrada no norte do estado, a Amazônia é o que existe de
mais complexo em termos de biodiversidade no mundo.
Devido a dificuldade de entrada de luz, pela abundância e grossura das
copas, a vegetação rasteira é muito escassa na Amazônia. Os animais
também. A maior parte da fauna amazônica é composta de bichos que
habitam as copas das árvores. Não existem animais de grande porte no
bioma, como no Cerrado. Entre as aves da copa estão os papagaios,
tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os morcegos, roedores,
macacos e marsupiais.
É a maior área alegável do planeta, com uma fauna exuberante e É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. O clima na
cenários que encantam qualquer visitante. Apesar de ocupar apenas 7,2% floresta Amazônica é equatorial, quente e úmido, devido à proximidade à
do estado, o Pantanal é o bioma mais exaltado quando se fala em Mato Linha do Equador (contínua à Mata Atlântica), com a temperatura variando
Grosso. Considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva pouco durante o ano. As chuvas são abundantes, com as médias de
da Biosfera. precipitação anuais variando de 1500 mm a 1700 mm. O período chuvoso
dura seis meses. O nome Amazônia deriva de "amazonas", mulheres
A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. guerreiras da Mitologia grega.
Há 650 espécies de aves. Apenas a título de comparação: no Brasil inteiro
existem 1.800 aves catalogadas. Talvez a mais espetacular seja a arara- Hidrografia
azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (símbolo
do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, beija-flores, jaçanãs, O maior divisor de águas da América do Sul está em Mato Grosso. Es-
emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas. tende-se no sentido oeste-leste, separando as bacias fluviais opostas,
vertentes umas para o norte e outras para o sul.
Toda a extensa rede hidrográfica que serve o estado de Mato Grosso,
abrange grande parte das duas maiores bacias hidrográficas do Brasil -
Amazônica e Platina, cujas águas se acham separadas pela Chapada dos
Parecis e pela Serra Azul. Destaca-se a Bacia do Tocantins, na qual o
tributário mais importante, em terras mato-grossenses é o Rio Araguaia.
Cumprem desta forma, as chapadas mato-grossenses, o papel de divisor
entre estas bacias hidrográficas.
Esse divisor de águas tem início no emaranhado de cabeceiras dos ri-
os Guaporé, Jauru e Juruena, indo até as cabeceiras dos rios Teles Pires,

História e Geografia do MT 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Xingu e Cuiabá. O divisor então declina para sudeste, até alcançar o ema- ao de mulheres. São 1.452.153 pessoas do sexo masculino e 1.377.327 do
ranhado das cabeceiras dos rios Araguaia e Taquari, nas imediações das sexo feminino.
divisas de Mato Grosso do Sul e Goiás. Em alguns pontos ocorrem as
águas emendadas, denominação popular do estrangulamento do divisor, Constata-se intensa miscigenação em todo o Estado de Mato Grosso.
em que um banhado, de um lado dá origem a rios vertentes para o norte e Segundo o IBGE, 56,73% da população é parda, 36,1% é branca, 6,09% é
por outro, a vertente para o sul. negra, 0,73% é indígena e 0,37% é amarela.

Saiba mais sobre as principais bacias que banham o Estado: Processo demográfico de Mato Grosso

O maior divisor de águas da América do Sul está em Mato Grosso. Es- O processo demográfico ocorrido em Mato Grosso é um exemplo de
tende-se no sentido oeste-leste, separando as bacias fluviais opostas, povoamento de regiões fronteiriças. Apesar de o território ocupar pratica-
vertentes umas para o norte e outras para o sul. Toda a extensa rede mente 10% da área total do país, a população do Estado representa ape-
hidrográfica que serve o de Mato Grosso, abrange grande parte das duas nas 1,53% dos habitantes do Brasil.
maiores bacias hidrográficas do Brasil - e Platina, cujas águas se acham Mato Grosso, apesar de ainda pouco povoado, vive um intenso processo
separadas pela Chapada dos Parecis e pela Serra Azul. Destaca-se a de migração ocorrido principalmente nas últimas décadas e vem sendo
Bacia do Tocantins, na qual o tributário mais importante, em terras mato- gradativamente ocupado. Em busca de melhores condições, pessoas
grossenses é o Rio Araguaia. Cumprem desta forma, , o papel de divisor procedentes principalmente do sul e do sudeste têm encontrado aqui maior
entre estas bacias hidrográficas. Esse divisor de águas tem início no ema- acesso a emprego, qualidade de vida e terras para cultivar.
ranhado de cabeceiras dos rios Guaporé, e , indo até as cabeceiras dos Municípios mais populosos e IDH
rios Teles Pires, Xingu e . O divisor então declina para sudeste, até alcan-
çar o emaranhado das cabeceiras dos rios Araguaia e Taquari, nas imedia- Os municípios mais populosos são Cuiabá (526.831 habitan-
ções das divisas de Mato Grosso do Sul e Goiás. Em alguns pontos ocor- tes), Várzea Grande (230.307 habitan-
rem as águas emendadas, denominação popular do estrangulamento do tes),Rondonópolis (172.783), Sinop (105.762) e Cáceres(84.175). A região
divisor, em que um banhado, de um lado dá origem a rios vertentes para o mais densamente ocupada do Estado é a Baixada Cuiabana, que abrange
norte e por outro, a vertente para o sul. Saiba mais sobre as principais 13 municípios.
bacias que banham o : Bacia Amazônica, Bacia Tocantins-Araguaia,Bacia O Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, de responsabilidade do
Platina (Rios Paraná e Paraguai) PNUD-Brasil, é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educa-
Geologia ção, esperança média de vida, natalidade e outros fatores. É uma maneira
padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população,
Na escala geológica o período Pré-cambriano foi a formação da região especialmente o bem-estar infantil.
do Cachimbo e o assentamento da bacia do Araguaia-Tocantins, Xingu,
Cuiabá e Alto Paraguai. Na era paleozóico com a formação da Serra de Segundo o PNUD, as cidades mato-grossenses que apresentam os
São Vicente. Na era mesozóico com a formação da bacia do Paraná, maiores índices de desenvimento humano são: Sorriso, Cuiabá, Lucas do
incluindo Chapada dos Guimarães) e a chapada dos Parecis. Na Rio Verde,Cláudia, Campos de Júlio, Campo Novo dos Parecis e Sinop.
era cenozóica ocorream sedimentos na bacia do Pantanal e Ilha do
Bananal. Esta é uma lista de municípios de Mato Grosso por popula-
A classificação do relevo segundo Jurandy Ross como os Planaltos: ção segundo censo de 2010 do IBGE.1
Chapada da Bacia do Paraná, Chapada dos Parecis, Residuais Sul-
Amazônicos e Serras residuais do Alto Paraguai. Depressões: Marginal Sul- Posição Município População
Amazônico, depressão do Araguaia, Depressão Cuiabana e depressão do
Alto Paraguai-Guaporé. Planície do Rio Araguaia, Pantanal do Rio Guaporé 1 Cuiabá 569 831
e Pantanal mato-grossense. hiu 2 Várzea Grande 262 880
Demografia 3 Rondonópolis 208 019
Mato Grosso é um estado de povos diversos, uma mistura de índios, 4 Sinop 123 634
negros, espanhóis e portugueses que se miscigenaram nos primeiros anos
do período colonial. Foi essa gente miscigenada que recebeu migrantes 5 Cáceres 89 683
vindo de outras partes do país. Hoje, 41% dos moradores do estado 6 Tangará da Serra 90 252
nasceram em outras partes do país ou no exterior.
7 Sorriso 75 104
Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) realizado em 2010, Mato Grosso possui 3.035.122 8 Barra do Garças 57 791
habitantes, o que representa 1,59% da população brasileira. Vivem na zona 9 Lucas do Rio Verde 52 843
urbana 81,9% da população, contra 18,1% da zona rural. O número de
homens corresponde a 51,05%, sendo ligeiramente superior ao das 10 Primavera do Leste 52 114
mulheres, que representa 48,95%. 11 Alta Floresta 49 761
Mato Grosso é um estado de proporções gigantescas com diversas 12 Pontes e Lacerda 41 386
regiões inabitadas, o que interfere diretamente na taxa de densidade
demográfica, que é de 3,3 habitantes por km². É o segundo mais populoso 13 Juína 39 260
do Centro-Oeste, ficando atrás apenas de Goiás, que tem quase o dobro de 14 Juara 32 769
habitantes (6.003.788) e com pouco mais que Mato Grosso do Sul
(2.449.341). A taxa de crescimento demográfico de Mato Grosso é de 1,9% 15 Guarantã do Norte 32 150
ao ano. http://www.mteseusmunicipios.com.br/ 16 Poconé 31 778
Aspectos gerais da população 17 Nova Mutum 31 633
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística, 18 Campo Verde 31 612
IBGE, em 1950 Mato Grosso contava com 211.858 habitantes, já em 2007
este número subiu para 2.854.652 habitantes. Vivem na zona urbana 19 Barra do Bugres 31 058
83,28% da população e na zona rural 16,72%. A densidade demográfica é 20 Colíder 30 864
de 3,16 hab/km2. Segundo o TRE o Estado possui 1.940.270 eleitores.
O número de homens residentes em Mato Grosso é ligeiramente superior 21 Peixoto de Azevedo 30 762

História e Geografia do MT 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Posição Município População Posição Município População
22 Campo Novo do Parecis 27 574 68 São Félix do Araguaia 10 531
23 Colniza 26 390 69 Jauru 10 461
24 Jaciara 25 666 70 Tapurah 10 390
25 Mirassol d'Oeste 25 331 71 Arenápolis 10 355
26 Confresa 25 127 72 Alto Garças 10 321
27 Vila Rica 21 403 73 Vera 10 235
28 Água Boa 20 844 74 Alto Paraguai 9 951
29 Diamantino 20 420 75 Tabaporã 9 917
30 Nova Xavantina 19 475 76 Nova Ubiratã 9 245
31 Paranatinga 19 280 77 Ribeirão Cascalheira 8 880
32 São José dos Quatro Marcos 18 963 78 Apiacás 8 538
33 Canarana 18 701 79 Denise 8 494
34 Aripuanã 18 581 80 Castanheira 8 231
35 Santo Antônio do Leverger 18 409 81 Dom Aquino 8 131
36 Comodoro 18 157 82 Alto Taquari 8 100
37 Sapezal 18 080 83 Nova Monte Verde 8 088
38 Chapada dos Guimarães 17 799 84 Jangada 7 696
39 Rosário Oeste 17 682 85 Barão de Melgaço 7 591
40 Poxoréu 17 602 86 Santa Terezinha 7 399
41 Nova Olímpia 17 529 87 Novo Mundo 7 069
42 São José do Rio Claro 17 128 88 Nova Maringá 6 590
43 Pedra Preta 21 254 89 Nortelândia 6 438
44 Alto Araguaia 15 670 90 Gaúcha do Norte 6 287
45 Araputanga 15 387 91 Novo São Joaquim 6 043
46 Brasnorte 15 280 92 Acorizal 5 516
47 Nobres 15 011 93 Cocalinho 5 498
48 Cotriguaçu 14 987 94 Nova Lacerda 5 469
49 Vila Bela da Santíssima Trindade 14 491 95 Porto dos Gaúchos 5 448
50 Campinápolis 14 222 96 Lambari d'Oeste 5 438
51 Matupá 14 172 97 Pontal do Araguaia 5 427
52 Guiratinga 13 867 98 São José do Xingu 5 267
53 Querência 13 021 99 Itanhangá 5 260
54 Nova Canaã do Norte 12 132 100 Alto Boa Vista 5 249
55 Marcelândia 11 994 101 Bom Jesus do Araguaia 5 231
56 Nova Bandeirantes 11 630 102 Ipiranga do Norte 5 123
57 Nossa Senhora do Livramento 11 592 103 Rio Branco 5 061
58 Itiquira 11 493 104 Campos de Júlio 5 019
59 Juscimeira 11 434 105 General Carneiro 5 018
60 Terra Nova do Norte 11 302 106 Nova Guarita 4 929
61 Juruena 11 269 107 Curvelândia 4 898
62 Carlinda 10 985 108 Canabrava do Norte 4 767
63 Cláudia 10 972 109 Nova Brasilândia 4 593
64 Porto Esperidião 10 950 110 Itaúba 4 570
65 Feliz Natal 10 933 111 São Pedro da Cipa 4 142
66 Porto Alegre do Norte 10 754 112 Santa Carmem 4 075
67 Paranaíta 10 690 113 Torixoréu 4 036

História e Geografia do MT 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Posição Município População Secretário Adjunto de Assistência Social: JEAN ESTEVAN CAMPOS OLI-
VEIRA
114 Salto do Céu 3 903 Secretário Adjunto de Assuntos Comunitários: BENJAMIM FRANKLIN LIRA
115 Figueirópolis d'Oeste 3 805 DE ARAUJO

116 União do Sul 3 767 VICE GOVERNADOR


Palácio Paiaguás - Centro Político Administrativo - CPA
117 Santo Antônio do Leste 3 757
78050-970 - Cuiabá - Mato Grosso
118 Novo Horizonte do Norte 3 746 CHICO DALTRO Aniversário: 29/07
Ajudante de Ordens – FRANCYANNE CHAVES CURVO Ten.Cel. PM
119 Porto Estrela 3 639
Fones: (065) 3613. 3800 / 3613.3801
120 São José do Povo 3 601 E-mail: vicegovernadoria@vicegovernadoria.mt.gov.br
121 Rondolândia 3 538 CASA CIVIL
122 Nova Santa Helena 3 475 Palácio Paiaguás - Centro Político Administrativo - CPA
78050-970 - Cuiabá - Mato Grosso
123 Tesouro 3 437 Fones: (065) 3613.4600 / 3613.4610 / 3613.4612 / 3613.4400
124 Conquista d'Oeste 3 388 Secretário-Chefe: PEDRO NADAF - Aniversário: 01/11
E-mail: pedronadaf@casacivil.mt.gov.br
125 Araguaiana 3 221 Secretária Adjunta de Gestão Integrada e Modernização Institucional:
126 Glória d'Oeste 3 125 ANDREA ANDOLPHO DE MORAES
Secretária Adjunta Chefe de Ação Governamental: ACELINA FALCAO
127 Vale de São Domingos 3 058 PEREIRA MARQUES
128 Nova Nazaré 3 021 Secretário Adjunto de Relações Políticas: ADJAIME RAMOS DE SOUZA
Secretário Adjunto de Acompanhamento das Políticas e Programas de
129 Santo Afonso 2 974 Desenvolvimento: CLOVIS FIGUEIREDO CARDOSO
Secretário Adjunto de Coordenação de Ações de Governo com os Municí-
130 Nova Marilândia 2 925
pios: MANUEL GOMES DA SILVA
131 Planalto da Serra 2 726 Secretária Adjunta Executiva do Núcleo Governadoria: FABRÍCIA OLIVEI-
RA DE MARCHI
132 Reserva do Cabaçal 2 578
133 Santa Rita do Trivelato 2 466 CHEFIA DE GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO
Palácio Paiaguás - Centro Político Administrativo - CPA
134 Indiavaí 2 407 78050-970 - Cuiabá - Mato Grosso
135 Luciara 2 229 Fones: (065) 3613.4100 / 3613.4121 / 3613.4122 / 3613.4129
Chefia de Gabinete do Governador: SILVIO CEZAR CORREA ARAUJO
136 Ribeirãozinho 2 199 Aniversário: 22/03
137 Novo Santo Antônio 2 005
SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DA COPA DO MUNDO FIFA 2014 -
138 Santa Cruz do Xingu 1 899 SECOPA
139 Ponte Branca 1 783 Av. José Monteiro Figueiredo, 510 - Bairro Duque de Caxias
78.045-800 – Cuiabá - Mato Grosso
140 Serra Nova Dourada 1 365 Telefones (65) 3315-2000 / 3315-2014 (Recepção)
1 095 www.cuiaba2014.mt.gov.br
141 Araguainha Secretário Extraordinário: MAURÍCIO SOUZA GUIMARÃES
Aniversário:05/06
E-mail: mguimaraes@secopa.mt.gov.br
Lista de Autoridades Secretário Adjunto de infraestrutura e Desapropriações: ALYSSON SAN-
DER DE SOUZA
Cuiabá, 21 de Novembro de 2013 Secretário Adjunto de Projetos Especiais: GILDECI OLIVEIRA COSTA
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO CASA MILITAR
Fones: (065) 3613.4100 / 3613.4121 / 3613.4122 / 3613.4129 Palácio Paiaguás - Centro Político Administrativo - CPA
Fax: 3613.4120 78050-970 - Cuiabá - Mato Grosso
Palácio Paiaguás - Centro Político Administrativo - CPA Fones: (065) 3613.4200 / 3613.4204
78050-970 - Cuiabá - Mato Grosso www.casamilitar.mt.gov.br
Secretário-Chefe: ILDOMAR NUNES DE MACEDO - Cel. PM
GOVERNADOR: SILVAL DA CUNHA BARBOSA Aniversário: 18/11
Aniversário: 26/04 Secretária Adjunta: CLAÍCE CONCEIÇÃO BATISTA - Major PM
E-mail:agendagov@governadoria.mt.gov.br Secretário Adjunto de Segurança Governamental: RACHID MOHAMED
Cônjuge: Roseli de Fátima Meira Barbosa Aniversário: 23/10 RACHID HASSOUN - Cel. PM
Ajudante de Ordens: ANDRE WILLIAN DORILEO - Maj PM
SECRETARIA DA AUDITORIA GERAL DO ESTADO - AGE
SECRETARIA DE ESTADO DE TRABALHO E ASSISTENCIA SOCIAL- Fones: (065) 3613.4000 / 3613.4013
SETAS E-mail: auditoria@auditoria.mt.gov.br
Rua Transversal B - Centro Político Administrativo Secretário Auditor – Geral: JOSÉ ALVES PEREIRA FILHO
78050-970 Cuiabá - Mato Grosso Aniversário: 09/10
Fones: (065) 3613.5700 / 3613.5704 / 3613.5740 E-mail: josefilho@auditoria.mt.gov.br
Secretária de Estado: ROSELI DE FÁTIMA MEIRA BARBOSA Secretário Adjunto de Auditoria: EMERSON HIDEKI HAYASHIDA
Aniversário: 23/10 Secretária Adjunta da Corregedoria Geral: CRISTIANE LAURA DE SOUZA
Secretária Adjunta de Cidadania: DALVA LUIZA DE FIGUEIREDO COUTO Secretária Adjunta da Ouvidoria Geral: EDILENE LIMA DE ALMEIDA
Secretária Adjunta de Trabalho e Emprego: VANESSA ROSIN

História e Geografia do MT 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO - SAD SECRETARIA DE ESTADO DE ESPORTES E LAZER - SEEL
Complexo Paiaguás - Bloco III - Centro Político Administrativo Fones: (065) 3613.4900 / 3613.4903 / 3613.4908
78050-970 Cuiabá - Mato Grosso Av. Agrícola Paes de Barros, s/n
Fones: (065) 3613.3633 / 3613.3600 / 3613.3621 Ginásio Poliesportivo Prof. Aecim Tocantins - Complexo Estádio Verdão
Secretário de Estado: FRANCISCO ANIS FAIAD 780030-210 - Cuiabá - Mato Grosso
Aniversário: 07/02 www.esportes.mt.gov.br
E-mail: franciscofaiad@sad.mt.gov.br Secretário de Estado: ANANIAS MARTINS DE SOUZA FILHO
Secretário Adjunto de Gestão de Pessoas: CLAUDIO NOGUEIRA DIAS Aniversário: 15/10
Secretário Adjunto de Administração: JOSE DE JESUS NUNES CORDEI- E-mail: gabinete@seel.mt.gov.br
RO Secretário Adjunto de Políticas Especiais: WELINGTON ROSSITER BE-
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Administração: CAIO JULIO CE- ZERRA
SAR NUNES DE FIGUEIREDO Secretário Adjunto de Esportes e Lazer: JOSE DE ASSIS GUARESQUI
Secretário Adjunto de Gestão de Gastos: PEDRO ELIAS DOMINGOS DE
MELLO SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA - SEFAZ
Av. Historiador Rubens de Mendonça, 3.415 - Centro Político Administrati-
SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E AGRI- vo
CULTURA FAMILIAR - SEDRAF 78050-903 Cuiabá - Mato Grosso
Rua 02, s/nº Ed. Ceres, 3º Andar - Centro Político Administrativo Fones: (065) 3617.2000 / 3617.2103 / 3617.2105 / 3617.2107
78058-250 Cuiabá - Mato Grosso Secretário de Estado: MARCEL DE SOUZA CURSI
Fones: (065) 3613.6200 / 3613.6205 Aniversário: 19/12
E-mail: comunicacao@sedraf.mt.gov.br E-mail: Marcel.cursi@sefaz.mt.gov.br
Secretário de Estado: MERALDO FIGUEIREDO SÁ Secretário Adjunto da Receita Pública: JONIL VITAL DE SOUZA
Aniversário: 18/10 Secretário Adjunto do Tesouro Estadual: VIVALDO LOPES DIAS
Secretário Adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento: LUIZ CAR- Secretária Adjunta Executiva do Núcleo Fazendário: MARIA CELIA DE
LOS ALÉCIO OLIVEIRA PEREIRA
Secretário Adjunto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar: JUAREZ
FIEL ALVES SECRETARIA DE ESTADO DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO MINAS E E-
Secretário Adjunto de Desenvolvimento Regional - MT Regional : RENAL- NERGIA - SICME
DO LOFFI Fones: (065) 3613.0000 / 3613.0084 / 3613.0002
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Agropecuário: ADRIANO FER- Avenida Presidente Getúlio Vargas, 1.077 - Goiabeiras
NANDO FALCÃO 78045-720 - Cuiabá - Mato Grosso
www.sicme.mt.gov.br
SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA Secretário de Estado: ALAN FÁBIO PRADO ZANATTA
Fones: (065) 3613.0200 / 3613.0215 Aniversário: 28/04
Avenida Presidente Getúlio Vargas, 247 - Centro E-mail: alanzanatta@sicme.mt.gov.br
78005-100 - Cuiabá - Mato Grosso Secretário Adjunto de Desenvolvimento: VALERIO FRANCISCO PERES
www.cultura.mt.gov.br DE GOUVEIA
Secretária de Estado: JANETE GOMES RIVA Secretário Adjunto Executivo Socioeconômico: MARCIO LUIZ DE MES-
Aniversário: 10/11 QUITA
E-mail: gabsecretario@cultura.mt.gov.br
Secretário Adjunto: FABIANO PRATES SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO
Secretária Adjunta Executiva do Núcleo Cultura, Ciência, Lazer e Turismo: GERAL - SEPLAN
JULIANA FIUSA FERRARI Rua Julio Domingos de Campos - Centro Politico Administrativo
78049-903 Cuiabá - Mato Grosso
SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO - Fones: (065) 3613.3200 / 3613.3204 / 3613.3231 / 3613.3237
SEDTUR Secretário de Estado: ARNALDO ALVES DE SOUZA NETO
Fones: (065) 3613.9300 / 3613.9302 / 3613.9306 Aniversário: 23/06
Rua Voluntário da Pátria, 118 - Centro E-mail: arnaldosouza@seplan.mt.gov.br
78005-000 - Cuiabá - Mato Grosso Secretária Adjunta: REGIANE BERCHIELI
www.sedtur.mt.gov.br Secretária Adjunta Executiva do Núcleo de Planejamento e Jurídico: GRA-
E-mail: chefegab@sedtur.mt.gov.br ZIELY CAUHY PICHIONI
Secretário de Estado: JAIRO PRADELA
Aniversário: 02/11 SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA - SESP
Secretário Adjunto de Desenvolvimento do Turismo: DEOCLESIANO FER- Av. Transversal - Bloco B - Anexo II - Centro Politico Administrativo
REIRA VIEIRA 78050-970 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.5520 / 3613.5502 / 3613. 5522 / 3613. 5500
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO - SEDUC Secretário de Estado: ALEXANDRE BUSTAMANTE DOS SANTOS
Rua Eng. Edgar Prado Arze, 215 - Centro Político Administrativo Aniversário: 23/08
78049-909 Cuiabá - Mato Grosso E-mail:alexandresantos@seguranca.mt.gov.br
Fones: (065) 3613.6339 / 3613.6338 / 3613.6301 Secretário Adjunto de Inteligência: WILTON MASSAO OHARA
Secretária de Estado: ROSA NEIDE SANDES DE ALMEIDA Secretário Adjunto de Segurança Pública: ANTONIO ROBERTO MONTEI-
Aniversário: 08/08 RO DE MORAES - Cel. PM
E-mail: Secretário Adjunto de Políticas, Programa e Projetos: MARCOS ROBERTO
Secretária Adjunta de Políticas Educacionais: EMA MARTA DUNECK WEBER HUBNER - Cel. PM
CINTRA Secretária Adjunta Executiva do Núcleo Segurança: SIRLEI TERESINHA
Secretário Adjunto de Gestão de Políticas Institucionais de Pessoal: EDIL- THEIS DE ALMEIDA
SON PEDRO SPENTHOF
Secretária Adjunta de Estrutura Escolar: NUCCIA MARIA GOMES ALMEI- SECRETARIA DE ESTADO DE TRANSPORTE E PAVIMENTAÇÃO
DA SANTOS URBANA - SETPU
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Educação: FRANCISVALDO Edifício Eng. Edgar Prado Arze - Rua J - Quadra 1 - Lote 5 - Setor A
PEREIRA DE ASSUNÇÃO 78049-906 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.6600 / 3613.6608 / 3613.6603

História e Geografia do MT 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Secretário de Estado: CINÉSIO NUNES DE OLIVEIRA sas de grande porte, mesma quantidade que Belém e Florianópolis e maior
Aniversário: 07/11 número que em Campo Grande. É um dos maiores estados em relação à
E-mail: cinésio.oliveira@setpu.mt.gov.br exploração de minérios.
Secretário Adjunto de Engenharia: NILTON DE BRITO
Secretário Adjunto de Transportes: ALAOR ALVELOS ZEFERINO DE A economia da capital, Cuiabá, está concentrada no comércio e na
PAULA indústria. No comércio, a representatividade é varejista, constituída por
Secretário Adjunto de Pavimentação Urbana: JOSÉ MARCIO SILVA GUE- casas de gêneros alimentícios, vestuário, eletrodomésticos, de objetos e
DES artigos diversos. O setor industrial é representado, basicamente, pela
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Transporte, Cidade e Trânsito: agroindústria. Muitas indústrias, principalmente aquelas que devem ser
VALDISIO JULIANO VIRIATO mantidas longe das áreas populosas, estão instaladas no Distrito Industrial
de Cuiabá (DIICC), criado em 1978.
SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE - SEMA Poder Executivo
Rua C - Esquina com Rua F - Centro Político Administrativo
78050-970 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.7200 / 3613.7203
Secretário de Estado: JOSÉ ESTEVES DE LACERDA FILHO
Aniversário: 17/06
E-mail: chefia@sema.mt.gov.br
Secretário Adjunto de Mudanças Climáticas: WILSON GAMBOGI PINHEI-
RO TAQUES
Secretário Adjunto de Bases Florestais: JOSÉ REZENDE DA SILVA
Secretário Adjunto de Qualidade Ambiental: ILSON FERNANDES SAN-
CHES
Secretário Adjunto Executivo do Núcleo Ambiental: BENEDITO NERY
GUARIM STROBEL
SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS -
SEJUDH
Rua Transversal - Bloco B - s/n - Térreo - Centro Político Administrativo
78050-970 Cuiabá - Mato Grosso
Fones: (065) 3613.8167 Brasão de Mato Grosso
Secretário de Estado: LUIZ ANTONIO POSSAS DE CARVALHO O Poder Executivo Estadual é o conjunto dos órgãos e autoridades pú-
Aniversário: 11/06 blicas aos quais a Constituição atribui a função administrativa e adota os
E-mail: gabsejudh@justica.mt.gov.br princípios da soberania popular e da representação, segundo os quais o
Secretário Adjunto de Direitos Humanos: VALDEMIR RODRIGUES PAS- poder político pertence ao povo e é exercido em nome deste por órgãos
COAL constitucionalmente. O Executivo estadual é exercido pelo governador do
Secretário Adjunto de Justiça: NESTOR FERNANDES FIDELIS estado, auxiliado pelos secretários de estado. Para ser governador é preci-
Secretário Adjunto de Administração Penitenciária: CLARINDO ALVES DE so ser brasileiro maior de 30 anos, estar no gozo de direitos políticos e ser
CASTRO eleito por partido político. Os mesmos requisitos são exigidos do candidato
a vice-governador. A competência do governador é definida, na constituição
SECRETARIA DE ESTADO DAS CIDADES - SECID estadual, respeitados os princípios da constituição federal, e segundo o
Centro Politico Administrativo esquema do Executivo da União.
Fones (65) 3613.6625 / 3613.6681
Secretário de Estado: CHICO DALTRO O Poder Executivo Estadual é o conjunto dos órgãos e autoridades pú-
Aniversário: 29/07 blicas aos quais a Constituição atribui a função administrativa e adota os
E-mail: chefedegabinete@cidades.mt.gov.br princípios da soberania popular e da representação, segundo os quais o
Secretária Adjunta de Saneamento: MARIZETE CAOVILLA poder político pertence ao povo e é exercido em nome deste por órgãos
Secretário Adjunto de Obras Públicas: JEAN MARTINS E SILVA NUNES constitucionalmente. O Executivo estadual é exercido pelo governador do
Secretário Adjunto de Habitação: OROZIMBO JOSÉ ALVES GUERRA estado, auxiliado pelos secretários de estado. Para ser governador é preci-
NETO so ser brasileiro maior de 30 anos, estar no gozo de direitos políticos e ser
Secretária Adjunta de Programas Especiais e Articulação Institucional: eleito por partido político. Os mesmos requisitos são exigidos do candidato
MÁRCIA GLÓRIA VANDONI DE MOURA a vice-governador. A competência do governador é definida, na constituição
Secretária Adjunta de Planejamento Urbano e Gestão Metropolitana: VIVI- estadual, respeitados os princípios da constituição federal, e segundo o
AN DANIELLE DE ARRUDA E SILVA PIRES esquema do Executivo da União.
Poder Judiciário
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO- PGE
Rua Conselheiro Benjamim Duarte Monteiro - Edificio Marechal Rondon
Centro Politico Administrativo
78050-970 Cuiabá - Mato Grosso
Fones (65) 3613.5900 / 3613.5908 / 3613.5971
Procurador-Geral: JENZ PROCHNOW JUNIOR
Aniversário: 06/11
E-mail:jenzjunior@pge.mt.gov.br
Procurador-Geral Adjunto: NELSON PEREIRA DOS SANTOS
Corregedor-Geral: CARLOS TEODORO JOSE HUGUENEY IRIGARAY

O Mato Grosso hoje - Devido ao crescimento econômico propiciado


pelas exportações, Mato Grosso tornou-se um dos principais produtores e
exportadores de soja do Brasil. Entre os municípios que destacam como Poder Judiciário de Mato Grosso
exportadores está Rondonópolis, maior exportador do Estado. Entre os 10 O Poder Judiciário é o conjunto dos órgãos públicos aos quais a Cons-
municípios mais ricos do Centro-Oeste, 8 são de Mato Grosso, com desta- tituição Federal brasileira atribui a função jurisdicional. Em geral, os órgãos
que para Alto Taquari, Campos de Julio e Sapezal, que possuem os três judiciários exercem dois papéis. O primeiro, do ponto de vista histórico, é a
maiores PIBs per capita da mesorregião, e Cuiabá, que é sede de 8 empre-
História e Geografia do MT 44 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
função jurisdicional, também chamada jurisdição. Trata-se da obrigação e Enquanto Instituição, O Ministério Público tem autonomia orçamentária,
da prerrogativa de compor os conflitos de interesses em cada caso concre- administrativa e funcional, gerindo os recursos que lhe são destinados pelo
to, através de um processo judicial, com a aplicação de normas gerais e orçamento, dirigindo suas Procuradorias e Promotorias e atuando, na
abstratas. atividade de execução, com independência funcional, sem qualquer subor-
O segundo papel é o controle de constitucionalidade. Tendo em vista que dinação, exceto À Constituição e legislação vigentes.
as normas jurídicas só são válidas se se conformarem à Constituição
Federal, a ordem jurídica brasileira estabeleceu um método para evitar que No plano funcional, o Ministério Público é integrado por membros, ser-
atos legislativos e administrativos contrariem regras ou princípios constitu- vidores e estagiários, sendo que, dentre os primeiros estão os Procurado-
cionais. res e Promotores de Justiça e os demais constituem os serviços auxiliares.
Fonte: MPE
Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso Defensoria Pública
Defensoria Pública é a instituição essencial à função jurisdicional do
Estado e responsável pela orientação e defesa jurídicas dos necessitados,
em todos os graus de jurisdição.

É a instituição pública de controle externo responsável em zelar pelo


patrimônio público e fiscalizar a aplicação dos recursos. Qualquer pessoa
ou entidade, que utilize dinheiro, bens ou valores públicos, oriundos do
Estado ou dosMunicípios, tem que prestar contas ao TCE.
A principal função é a de fiscalizar a legalidade, legitimidade e econo-
micidade das despesas públicas, ou seja, acompanhar a correta aplicação
dos recursos públicos para que as taxas e impostos recolhidos retornem Em outras palavras, a Constituição Federal impõe à União, aos Esta-
para a sociedade em serviços de qualidade como, saúde, educação, segu- dos e ao Distrito Federal o dever inafastável de oferecer assistência jurídica
rança, etc. integral e gratuita a todos aqueles que não podem pagar honorários de
advogados e custas do processo. Tal serviço jurídico, que constitui um
Além disso, o Tribunal também executa um trabalho preventivo e orien-
direito fundamental de todo cidadão, deve ser prestado diretamente pelo
tativo aos gestores, com cursos de capacitação e elaboração de cartilhas,
Poder público, através dos Defensores Públicos.
manuais e publicações técnicas.
Os Defensores Públicos são profissionais selecionados em rigorosos
Mensalmente e anualmente, os órgãos são obrigados a enviar informa-
concursos públicos de provas e títulos e investidos de prerrogativas e
ções sobre os recursos recebidos e as despesas realizadas. É em cima
deveres que visam a assegurar aos assistidos da Defensoria Pública um
dessas informações que o Tribunal trabalha, analisando e emitindo deci-
atendimento de indiscutíveis qualidade e eficiência em todas as áreas do
sões sobre as contas públicas.
direito, desde uma simples consulta jurídica, v.g. antes da assinatura de um
Se as contas forem rejeitadas, o TCE pode aplicar sanções, ou seja, acordo, até a postulação em processo judiciais e administrativos.
multa; condenação ao ressarcimento; inabilitação para o exercício de
A ampla atuação dos defensores públicos abrange todos os órgãos ju-
cargo; recusa de emissão da Certidão Negativa, entre outras penalidades
risdicionais, desde juizados especiais, juizados da infância e da juventude,
previstas em lei. Fonte: TCE
varas cíveis, criminais, da família, fazenda pública e todas a demais, até as
Ministério Público Estadual instâncias superiores: Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal
Federal, onde há uma sala especifica para a atuação dos Defensores
Públicos.
Ademais, a Defensoria Pública também tem se destacado na defesa
dos interesses difusos e coletivos da sociedade, notadamente na área de
conflitos por terra (assentamentos e loteamentos) e defesa dos consumido-
res. Fonte: ANADEP.
Assembleia Legislativa
Jupirany Devillart/AL

Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função ju-


risdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
A Constituição Estadual também dispôs sobre as atribuições do Minis-
tério Público. Mas foi a Lei Complementar nº. 027 de 19/01/93, que institui a
Lei Orgânica do Ministério Público de Mato Grosso, dispondo sobre a sua
estrutura e seu funcionamento. Na legislação atinente À Instituição, encon-
tramos ainda a Lei nº. 8.625/93, que institui a Lei Orgânica Nacional do
Ministério Público e a Lei Complementar nº. 75, que trata do Ministério
Público da União.
O Ministério Público tem por Chefe o Procurador-Geral de Justiça, no-
meado pelo Governador do Estado dentre integrantes da carreira, indicados
em lista tríplice, mediante eleição para mandato de dois anos, permitida
uma recondução por igual período, na forma da lei complementar. Assembleia Legislativa de MT

História e Geografia do MT 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A história do Poder Legislativo brasileiro tem início com a Lei nº. 16, de Projeto Avaliação Continuada;
12 de agosto de 1834, mais conhecida como Ato Adicional que substituiu Projetos Manuais Administrativos;
os Conselhos Gerais das Províncias pelas Assembleias Legislativas Pro- Projeto 5S;
vinciais. O trabalho dos primeiros parlamentares mato-grossenses, no Projeto Carta de Serviços ao Cidadão;
século XIX, foi balizar para definir e perpetuar, ao longo de existência, a Projeto Gestão de Processos;
atuação da Assembleia Legislativa como importante espaço de expressão e Projeto Indicadores de Desempenho.
eco das reivindicações do conjunto da sociedade, assim como base de
sustentação política às reivindicações dos munícipes como guardiã perpé- O Programa Qualidade nos Serviços está subordinado à Superinten-
tua do Estado Democrático e de Direito, como pilar da sociedade. dência de Planejamento Estratégico da Assembleia Legislativa.
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso é o órgão de representação do Situação Atual: A avaliação continuada é uma ferramenta utilizada em
Poder Legislativo estadual através de 24 deputados estaduais eleitos pelo parceria com o Ministério de Planejamento e Gestão, no Programa Nacional
voto direto. Fica localizada no Palácio Dante de Oliveira, nome dado em Gespública. Já foram realizadas duas avaliações, onde a Assembleia
homenagem ao ex-governador falecido em 2006, na região do Grande obteve a pontuação de 182,5 validados pelos consultores da coordenação
Centro Político Administrativo, em Cuiabá, capital do Estado de Mato Gros- do núcleo do Gespública de Mato Grosso, de um máximo de 250 pontos e
so. a segunda avaliação, já sendo utilizado o Instrumento de 500 pontos,
A história do Poder Legislativo brasileiro tem início com a Lei nº. 16, de obteve-se a pontuação de 457,5. A terceira avaliação será realizada no
12 de agosto de 1834, mais conhecida como Ato Adicional que substituiu segundo semestre de 2012.
os Conselhos Gerais das Províncias pelas Assembleias Legislativas Pro- Programa Qualivida
vinciais. O trabalho dos primeiros parlamentares mato-grossenses, no
século XIX, foi balizar para definir e perpetuar, ao longo de existência, a O que mais desejamos na vida é alcançar a felicidade. Porém, para
atuação da Assembleia Legislativa como importante espaço de expressão e ser feliz, é necessário ter saúde física e mental, satisfação consigo próprio
eco das reivindicações do conjunto da sociedade, assim como base de e com o seu trabalho.
sustentação política às reivindicações dos munícipes como guardiã perpé- Os colaboradores, seus familiares, assim como os parlamentares
tua do Estado Democrático e de Direito, como pilar da sociedade. A As- constituem o nosso público alvo para que possamos oferecer as oportuni-
sembleia Legislativa de Mato Grosso é o órgão de representação do Poder dades de acesso a uma qualidade de vida saudável, podendo assim, ter
Legislativo estadual através de 24 deputados estaduais eleitos pelo voto uma vida plena e feliz.
direto. Fica localizada no Palácio Dante de Oliveira, nome dado em home-
nagem ao ex-governador falecido em 2006, na região do Grande Centro Com isso, o Programa Quali Vida tem como objetivo possibilitar uma
Político Administrativo, em , capital do Estado de Mato Grosso. sensível melhora na qualidade de vida dos colaboradores da Assembleia
Legislativa do Estado de Mato Grosso, desenvolvendo ações que envolvam
De acordo com a Constituição brasileira de 1988, Deputado Estadual é um número expressivo de colaboradores e seu familiares; criação de um
o representante do povo para atuação no Estado, eleito pelo sistema pro- espaço físico dentro da ALMT para a prática de atividades que melhorem a
porcional, no qual se leva em conta a votação da legenda (partido político qualidade de vida no trabalho; mostrar a relação entre atividade física
ou coligação de partidos), para a definição do número de candidatos eleitos regular e a saúde; encontrar estratégias para a adoção de um estilo de vida
pela mesma, e a votação obtida pelo candidato, para determinar-se quais mais saudável ao longo da vida.
candidatos de cada legenda ocuparão as vagas pela mesma conquistadas.
No decorrer do desenvolvimento deste trabalho teremos alcançado, a
Deputado Estadual é o nome dado ao agente político, enquanto o ór- longo prazo, a redução de números expressivos em doenças ocupacionais.
gão correspondente é a Assembleia Legislativa Estadual, órgão superior do
Poder Legislativo de cada Estado. Programa Responsabilidade Social do Estado de Mato Grosso
Compete aos deputados estaduais a função de legislar, no campo das O Certificado de Responsabilidade Social de Mato Grosso promove o
competências legislativas doEstado, definidas pela Constituição Federal, reconhecimento público de organizações que desenvolvem projetos que
inclusive podendo propor, emendar, alterar, revogar e derrogar lei estadu- promovam a qualidade de vida dos seus colaboradores, da comunidade
ais, tanto ordinárias como complementares, elaborar e emendar a Constitu- onde ela está inserida e do meio ambiente.
ição estadual, julgar anualmente as contas prestadas pelo Governador do
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso, através da Lei 7.687 de
Estado, criar Comissões Parlamentares de Inquérito, além de outras com-
25/06/2002, criou o Certificado de Responsabilidade Social de Mato Gros-
petências estabelecidas na Constituição Federal e na Constituição Estadu-
so, de autoria dos deputados José Riva, Humberto Bosaipo e Eliene Lima,
al.
que promove o reconhecimento público das instituições, empresas, órgãos
Fonte: http://www.mteseusmunicipios.com.br/ públicos e OSCIPs – Organizações Sociais de Interesse Público. O "Balan-
ço Social" será apresentado até 29 de junho de 2012, dentro do prazo legal.
Assembleia Legislativa de Mato Grosso é o órgão de representação
do Poder Legislativo através dos deputados estaduais do estado de Mato Entende-se por Balanço Social o documento pelo qual as empresas e
Grosso. Localiza-se na Av. André Antônio Maggi - nº 06 - Centro Político demais entidades apresentam dados que permitam identificar o perfil da
Administrativo, em Cuiabá. Conta com 24 deputados estaduais eleitos pelo sua atuação social durante o exercício de 2011, a qualidade de suas rela-
voto direto. ções com os empregados, o cumprimento das cláusulas sociais, a partici-
pação dos empregados nos resultados econômicos e as possibilidades de
Programa Qualidade nos Serviços desenvolvimento pessoal, bem como a forma de interação das empresas e
O Programa Qualidade nos Serviços é uma iniciativa da Assembleia de demais entidades com a comunidade e sua relação com o meio ambien-
Legislativa e tem como referência o Programa Nacional de Gestão Pública te.
e Desburocratização - GesPública, do Ministério do Planejamento, Orça- Para o desenvolvimento desse trabalho a AL/MT criou através do ato
mento e Gestão, sob a tutela da Secretaria de Gestão. N° 07/07, em 02/04/2007, a Comissão Mista de Responsabilidade Social
Este Programa é um poderoso instrumento da cidadania, conduzindo que trata o Artigo 4º da Lei nº. 8.477 – D.O. 15.05.2006, responsável pelo
a sociedade ao exercício prático de uma administração pública participati- estabelecimento do regulamento para concessão do certificado de Res-
va, transparente, orientada para resultados e preparada para responder às ponsabilidade Social, aplicáveis aos Balanços Sociais.
demandas sociais. Economia de Mato Grosso
O Programa Qualidade nos Serviços é normatizado pela Resolução Durante o período colonial do Brasil, a capitania de São
440/2005, que cria o programa no âmbito legislativo, nele estão os seguin- Paulo (atualmente Mato Grosso) todo o comércio era o monopólio da
tes projetos: capitania para a Metrópole, Portugal. Os principais sistemas produtivos
Projeto Acompanhamento e Avaliação; eram a mineração, cana-de-açúcar, erva-mate, poaia, borracha e pecuária.
Projeto Pesquisa de Satisfação - IPPS;

História e Geografia do MT 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A mineração foi o principal motivo do sustento dos habitantes na região mostra um forte propulsor para o desenvolvimento econômico do estado,
durante as expedições Bandeirantes no século XVIII. A mão-de-obra era baseado na produção e venda de grãos.
de escravos negros e índios e a fiscalização muito rígida ordenada pela
coroa em Portugal. A pirâmide social baseava-se somente em mineradores Mato Grosso é um Estado essencialmente agrícola em sua qualidade
e escravos. de terra e chuvas abundantes. Em todo o Estado a terra é boa ou quase
boa, se bem que grande quantidade de cerrados cobre todo o Estado.
A cana-de-açúcar foi trazida do litoral do Brasil e dividiu-se em duas Atualmente com os incentiveis à agricultura, o cerrado se tornou em boa
etapas, os engenhos no século XVIII e século XIX e as usinas no século terra. Isto já vem ocorrendo em todo o Estado. O cerrado sendo adubado
XIX e século XX. A diferença entre as duas épocas são a mão-de-obra nos pode tornar-se em terras apropriadas à agricultura. Chuvas não faltam, o
engenhos era escrava e nas usinas eram escrava e também livres, o que falta mesmo é um pouco mais de interesse. Poderíamos dobrar a
consumo nos engenhos eram internos e nas usinas eram internos e nossa produção.
externos com a abertura de vias de escoação pelos rios, a produção
chegava a outras partes do Brasil. Uma comunidade toda vai depender muito da agricultura do município.
A agricultura precisa ser desenvolvida em todos os municípios para o
A erva-mate durou aproximadamente de 1882 a 1947 com o sustento da comunidade: a chamada agricultura familiar. Com exceção de
pioneirismo de Tomás Laranjeira como consta no decreto ,de 1879 do alguns municípios, todos os outros apresentam ótimas terras para o cultivo.
Marechal Deodoro da Fonseca dando a permissão para o cultivo. No início
vários imigrantes de áreas ervatais do Paraguai vieram a Mato Grosso mas Mato Grosso ainda sofre várias consequências por falta de elementos
as condições para a produção eram muito desfavoráveis, não havia infra- essenciais para a agricultura. Em 1º. Lugar os proprietários acham muito
estrutura causando muitas doenças. A produção na década caro o problema do maquinário, os financiamentos tem altos juros, proble-
de 1920 alcançou seu ápice e devido ao cancelamento do decreto a partir mas de adubação do solo, problemas de mão de obra, tudo isto vem pesar
de 1937 até o fim das ervas em 1947. na balança agrícola do Estado. O início de uma agricultura é muito difícil,
com o tempo a coisa vai amenizando mais. Um grave problema que ocorre
A poaia foi um dos principais produtos de exportação aqui é o grande latifúndio em que uma minoria trabalha para os fazendeiros
para Europa durante o século XIX para a fabricação de remédios. Seu que geralmente plantam pouco. Outro fator que atrapalha a agricultura é a
nome científico é Cephaeles Ipecapuanha. evasão para os grandes centros de pessoas que trabalham na lavoura.Com
isto as cidades crescem (muitas vezes na miséria) e a agricultura se torna
A borracha era extraída da mangabeira nas matas às margens das cada vez menor. Quem sai prejudicado com isto é o povo, o Estado, o País.
baias do Paraguai e Amazonas. O látex, extraído das árvores, era http://www.webartigos.com/
exportado e para consumo interno.
A base econômica do município de Cuiabá é a indústria e comércio.
Economia atual Na agricultura cultivam-se lavouras de subsistência e hortifrutigranjeiros.
O Mato Grosso tem a economia baseada na agropecuária, Destaque especial para o sempre crescente mercado do turismo.
principalmente na produção de soja e na criação de gado. A região Centro- Educação
Oeste tem sua economia baseada no setor da agricultura. Há outros
também, como: o extrativismo mineral e vegetal, a indústria e etc. O O Governo do Estado de Mato Grosso oferece educação em todos os
Produto Interno Bruto (PIB) da região é de cerca de R$ 279 bilhões, isso, níveis,
de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, de responsabi-
No segmento da agricultura há o cultivo de milho, mandioca, abóbora, lidade da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e Ensino Superior,
feijão e arroz. Além disso, os grãos que eram plantados nas regiões sul e por meio da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), que é res-
sudeste também vêm para o Centro-Oeste, que são o café, o trigo e a soja. ponsabilidade da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec).
Na economia mato-grossense, a agricultura e a pecuária se Além disso, a Seduc trabalha com as seguintes modalidades de ensi-
sobressaem. A agricultura com a exportação de grãos. A soja é o principal no: Educação Especial, Educação Indígena, Educação de Jovens e Adul-
cultivo e produto das exportações. Na época colonial, os principais produtos tos – EJA, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Educação a Distância e
agrícolas eram a cana-de-açúcar, a erva-mate, a poaia e a borracha. A Educação no Campo.
criação de gados era outra comum do período.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado é de 0,796,
Hoje, focado na questão da exportação de grãos, Mato Grosso possui ocupando a 11° posição entre os estados do Brasil. Cerca de 90% dos
oito municípios no ranking dos dez mais ricos. São responsáveis por 65% habitantes com mais de 15 anos são alfabetizados.
das exportações da região Centro-Oeste. No país, é o segundo maior
exportador de grãos. O Produto Interno Bruto do Mato Grosso totaliza cerca Existe um grande déficit nos serviços de saneamento ambiental, visto
de 42 bilhões de reais. que cerca de 50% das residências não têm coleta de esgoto e acesso
a rede de água tratada. A taxa de mortalidade infantil é de 19,2 para cada
A soja virou moeda de troca no Centro-Oeste, e paga até cirurgia mil nascidas vivas.
plástica, na onda dos preços altos nos mercados de commodities agrícolas.
Em Mato Grosso, maior produtor de soja do país, a lavoura vai além do que O governador SIlval Barbosa encaminhou à Assembleia Legisaltiva
à vista alcança. Os grãos viraram moeda forte e até substituem o dinheiro. projeto de Lei Complementar que trata da reestruturação do MT Saúde,
Numa concessionária, pelo menos 10 carros que são vendidos todo mês, autarquia responsável pela assistência à saúde aos servidores ativos,
saem do lugar em troca de soja. "É feita toda uma triagem do produtor, um inativos, pensionistas e temporários e dependentes. A principal mudança
cadastro, uma checagem se o produtor realmente tem a soja, uma em relação ao modelo atual diz respeito a forma de cobrança das mensali-
checagem no armazém” dades dos beneficiários do plano. De acordo com o secretário de Adminis-
tração, Francisco Faiad, essa cobrança passa a ser individualizada e por
A pecuária e a agricultura foram os principais sistemas comerciais de faixa etária, mantendo as coparticipações já existentes.
Mato Grosso dos séculos XX e XXI. Devido ao crescimento econômico
propiciado pelas exportações, Mato Grosso tornou-se um dos principais Os novos valores das mensalidades, de acordo com o secretário, esta-
produtores e exportadores de soja do Brasil, entre os municípios que des- rão abaixo dos praticados pelos demais planos de saúde do mercado e que
tacam como exportadores está Rondonópolis maior exportador do Esta- possuem o mesmo padrão do MT Saúde. “Esses valores só serão possíveis
do. Entre os 10 municípios mais ricos do Centro-Oeste, 8 são de Mato de serem aplicados, é bom que se diga, com a devida contrapartida dos
Grosso, com destaque para Alto Taquari, Campos de Júlio e Sapezal, que recursos do Tesouro Estadual ao MT Saúde nos próximos 10 anos” – disse.
possuem os três maiores PIBs per capita da mesorregião, e Cuiabá, que é Em outras palavras, Faiad explicou que o Governo projeta fazer com
sede de 8 empresas de grande porte, mesma quantidade que o plano de assistência à saúde do servidor se torne absolutamente
que Belém e Florianópolise maior número que em Campo Grande. É um viável nesse prazo. “Do contrário, uma ruptura neste momento, não seria
dos maiores estados em relação à exploração de minérios. Atualmente, o possível cobrir os custos” – enfatizou. “E para o Governo, o MT Saúde é
crescimento na região de Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Matupá se

História e Geografia do MT 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fundamental porque representa uma importante – senão a mais importante profundo abandono. Estas são razões que comprometeram, ainda mais, a
– ferramenta de valorização dos servidores públicos”. dívida social do Estado para com a educação, a saúde, a moradia, a fixa-
ção e produção no campo. No decurso da ocupação do Estado, a questão
“O que se espera com a proposta é reduzir os repasses de recursos ambiental esteve sempre presente; porém, mal acompanhada e dirigida,
estaduais ao MT Saúde e torná-lo independente dos aportes da fonte 100” servindo, por isso mesmo, aos ilimitados interesses e especulações do
– salientou o secretário. A desoneração ocorrerá na ordem de 10% ao ano capital.
a partir de 2014. A previsão é de que no ano que vem o Estado financie
ainda R$ 36,2 milhões em valores para o MT Saúde. Para 2015, haverá Em 1964, o Estatuto da Terra sinalizou a possibilidade de traçar o es-
uma redução, caindo para R$ 32,2 milhões. Em 2016, o Estado ainda tabelecimento de princípios norteadores, capazes de tomar corpo e conso-
empregará R$ 28,2 milhões. A redução será em média de R$ 4 milhões ao lidar-se em políticas agrárias e agrícolas para os produtores familiares do
ano. campo. Na prática, prevaleceram os interesses oligárquicos segmentos
rurais e urbanos que sempre estiveram à frente do processo. Isso explica a
O Governo prevê no projeto prazo de 90 dias, a partir da aprovação do acentuada concentração da terra, a exclusão das famílias camponesas nas
projeto e sua consequente sanção, para implementar a nova modalidade de décadas seguintes, em razão dos programas especiais incentivados pela
cobrança. São dois modelos de plano, o básico e o especial, que começa SUDAM, SUDECO e PROTERRA.
em R$ 73,06 para faixa etária de 0 a 18 anos, chegando a R$ 438,40 para
os segurados com 59 anos ou mais em plano especial. A corrida ao crédito subsidiado, aos juros negativos, aos estímulos e
incentivos fiscais guindou para toda Amazônia, especialmente para Mato
O presidente do MT Saúde, Flávio Taques, enfatizou que a proposta, Grosso, empresários e banqueiros urbanos que consolidaram a exploração
foi amplamente discutida com o Fórum Sindical e aprovada por unanimida- capitalista na região. Em momento algum se tem notícia de qualquer avali-
de pelos representante dos servidores. Flávio salientou que o projeto é ação séria que colocasse no centro das preocupações os custos sócio-
avançado e vai colocar o MT Saúde na condição de um dos melhores ambientais resultantes dos projetos estimulados pelo poder público e im-
planos de assistência médico-hospitalar e laboratorial do Brasil graças ao plantados pelos empresários da Amazônia.
seu caráter específico em função da clientela a ser beneficiada.
No decurso da década de setenta, paralelamente ao processo de “mo-
Para o secretário de Administração, o novo MT Saúde, a partir das mu- dernização do campo”, o Estado estimulou a colonização particular. Essa
danças a serem implementadas, “passa a ser um plano que terá a mão do política de ocupação territorial possibilitou a transferência em massa de
servidor público porque o governador Silval Barbosa entende que é o significativos contingentes de agricultores de outras regiões do país, princi-
servidor o principal interessado”. Nesse sentido, o Governo tratou de con- palmente do Sul e Centro-Sul que adquiriram seus lotes nas colonizadoras,
duzir os encaminhamentos de decisões para o Conselho Deliberativo e após se desfazerem de suas terras de trabalho em seus estados de origem.
Conselho Fiscal do MT Saúde, formados por membros indicados pelo
governador, além de representantes dos servidores da ativa, militares e No auge da colonização, o sonho da terra estimulou a entrada dos o-
aposentados. cupantes posseiros no rural mato-grossense. No período de 1967 e 1980 o
pequeno posseiro foi o segmento que mais cresceu no Estado. O incremen-
O secretário de Administração, finalizando, lembrou que o Governo tem to dessa população atingiu, aproximadamente, 200.000 lavradores, o que
feito um grande esforço para manter as contas em dia do MT Saúde. Ele correspondia, na época, a 44% do contingente rural e a 17,5% da popula-
acredita que a proposta encaminhada a Assembleia Legislativa vai permitir ção do Estado.
que se amplie ainda mais o quadro de confiabilidade do plano, com a
adesão de mais segurados. A política de colonização privada, que se consolidou a partir do final da
década de sessenta, fortaleceu a ocupação com privilégios do território
Colonização do Mato Grosso mato-grossense. A ela se deve o avolumar do fluxo migratório em todas as
Mato Grosso, centro da América do Sul, é o terceiro Estado do país em direções do campo. A colonização multiplicou o surgimento e criação das
dimensão territorial, com 901.420 km2. A densidade demográfica (pesso- cidades de pequeno e médio porte, da mesma forma que foram sendo
a/km2) é baixa, 2,76, se comparada com outros estados mais populosos do formadas as periferias urbanas, a exemplo de Cuiabá que acolheu milhões
Brasil. de desempregados, sem terra, sem casa, sem endereço.

A taxa de urbanização em Mato Grosso segue o ritmo nacional, apre- Em meados da década de 1980, tudo levava a crer que o conflito pela
sentando-se, surpreendentemente, acentuada para um território em que terra no Estado havia encontrado o caminho de solução. Embora tímido e
predomina a agropecuária. Esta é, com toda certeza, uma das manifesta- voltado, fundamentalmente, para solucionar o problema dos bolsões de
ções da concentração da terra. conflito, o I Plano Regional de Reforma Agrária de Mato Grosso (I PRRA-
MT, dezembro/85) apresentou em sua meta trienal a proposta para assen-
Desde o estágio inicial de ocupação, em 1719, até os dias de hoje, a tar 41.900 famílias em 2.094.500 ha. Em 1990, ano previsto para o término
estrutura fundiária de Mato Grosso, principal patrimônio do Estado, encon- de execução da primeira fase do Plano, o INCRA realizou apenas 23,46%
tra-se assentada, predominantemente, em propriedades latifundiárias que das desapropriações, assentando 17,39% das famílias previstas.
se constituíram, em sua grande maioria, à margem das prescrições legais.
Este é um fenômeno que predomina na Amazônia Legal. Nos dias de hoje, o Mato Grosso apresenta o maior número de projetos
de assentamento de Reforma Agrária do país. São trezentos e setenta e
Do pós-guerra até os idos de 1964, Mato Grosso não definiu sua políti- três que se localizam em todas as regiões e municípios do Estado. A área
ca fundiária, tendo sido emitidos, indiscriminadamente, títulos definitivos de destinada aos assentamentos é superior a 4,5 milhões de hectares que
latifúndios que pouco acrescentaram à ocupação ordenada e à exploração acolhem 60 mil famílias2. Contudo, em que pese o significado destes
racional do território do Estado. Desta forma, a exploração rural que deveria números, o produtor familiar assentado vive e persiste em um estado de
se constituir em solução econômica e social acirrou ainda mais as contradi- permanente instabilidade no que tange à fixação e produção no campo.
ções no campo. Com toda certeza, como afirmam os produtores, a inexistência de política
A consolidação da estrutura fundiária em latifúndios impediu, a um só agrícola torna incerto o amanhã, colocando em risco a permanência na
tempo, a utilização econômica da terra, a expansão da agricultura familiar e terra e, consequentemente, a própria identidade do agricultor.
o respeito às sociedades indígenas que tiveram expressiva parte de suas Acentuam-se as contradições no rural mato-grossense. Se por um la-
terras imemoriais invadidas e expropriadas. do, a agricultura vem se tornando recordista no país em plantios de grande
Foi no período do pós-guerra, no final da década de quarenta, que se extensão, a exemplo das monoculturas de cana-de-açúcar, soja e algodão;
iniciou o processo de colonização oficial que atraiu expressivo contingente por outro lado, eleva-se de forma comprometedora o emprego de herbicida,
populacional de desempregados de outras regiões do País para Mato fungicida e inseticida que comprometem seriamente as águas, os solos e,
Grosso. Contudo, a precariedade das políticas agrárias e agrícolas, então fundamentalmente, toda espécie de vida, inclusive, a humana.
assumidas, somadas às limitadas medidas econômicas e sociais destina- Importa reconhecer que foram e continuam sendo multiplicadas as ini-
das aos segmentos sociais pobres do campo, lançou os produtores familia- ciativas agro-industriais que, progressivamente, vêm encurtando a distância
res, os ribeirinhos, extrativistas, nativos e sociedades indígenas ao mais entre o campo e a cidade no Mato Grosso.

História e Geografia do MT 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quando se consideram o território e a diversidade das demandas no Ênio. Consequentemente o asfaltamento da BR163 deveria seguir por este
Estado, as medidas políticas assumidas não toldam as exigências múltiplas trajeto rumo a Santarém.
da diversidade cultural e étnica dos diferentes segmentos sociais, predomi-
nantemente do universo jovem, em razão do estreitamento dos horizontes José Aparecido Ribeiro, sabendo do traçado proposto para asfaltamen-
de vida e trabalho que inibem, inclusive, o direito de sonhar. to da BR163, conversou com políticos de Brasília, sugerindo mudanças,
demonstrando a importância e o encurtamento de distância do novo traça-
Construção da BR-163 do, de forma que se envolve o eixo Mutum, Tapurah, Lucas do Rio Verde e
Sorriso, viabilizando a colonização dessas cidades com a abertura da
Entre 1950 e 1970 as terras mato-grossenses representavam uma boa rodovia.
oportunidade de se aplicar, pois eram baratas e havia mão-de-obra abun-
dante. Ocorreu nestas décadas uma venda desenfreada de terras. Por As colonizadoras Barra Fértil (Pacoval) e Trivelato compraram as terras
serem baratas eram de fácil aquisição. Muitas vezes seus verdadeiros nesta região imaginando que o asfalto seguiria o traçado antigo, depois
proprietários nem conheciam o tamanho de suas propriedades. Grandes abandonado. Com esta mudança de traçado, Pacoval e Trivelato ficaram
áreas de latifúndio ficavam abandonadas e improdutivas. Muitas dessas por longos anos semi-abandonados, sofrendo com o isolamento e adminis-
terras estavam ocupadas por posseiros e quando os novos donos apareci- trações pouco interessadas em seu desenvolvimento.
am surgiam os inevitáveis conflitos em torno da legalidade destas áreas.
Cinco anos após a sua inauguração quase todas as matas ao longo da
A venda de terra se tornou tão indiscriminada que se chegou a vender rodovia estavam derrubadas sem um planejamento adequado, sem preo-
várias vezes a mesma área para pessoas diferentes, formando-se assim cupação com a ecologia, estando margeada por inúmeras fazendas, proje-
várias camadas de documentos ou escrituras "legais". Isso ocorria geral- tos agropecuários, de colonização, minifúndios, etc. Na temporada das
mente quando seus proprietários residiam no centro-sul do Brasil e não chuvas todo norte do Estado ficava ilhado e um enorme volume de dinheiro
vinham cercar suas áreas e nelas produzir. Compravam-na apenas para parecia perdido. A população ficava sem alimentos e sem combustíveis,
posterior revenda ou utilização futura. produtos que passavam a depender da boa vontade de aviões Búfalo da
FAB e a preços inacessíveis a economia popular.
A partir de 1970 o governo federal passou a estimular ainda mais a fi-
xação de grandes empresas e fazendeiros na região, oferecendo diversos Foi na esteira da construção da BR163 que surgiram imediatamente as
tipos de condições, via SUDECO, BASA e SUDAM. Estes incentivos eras firmas de colonização particular, que passaram a adquirir do estado ou de
acessíveis apenas aos grandes proprietários. Acabou ocorrendo uma particulares ou mesmo sob a forma de grilagem, grandes extensões de
concentração de terras perversa, tendo na atividade pecuária a sua susten- terras ao longo da referida rodovia para a colonização, atraindo basicamen-
tação maior. O POLOCENTRO motivou o incremento de grandes proprie- te pequenos e médios agricultores da região sul do país. Assim foram
dades nas áreas de cerrado anteriormente desprezadas. Imaginava-se na surgindo localidades como Sinop, Colíder, Alta Floresta, Terra Nova, Para-
década de 70 que, ocupando os espaços vazios da Amazônia, oferecia-se naíta, Sorriso, Nova Mutum, Tapurah, Lucas do Rio Verde, Trivelato, Paco-
uma solução para minimizar os sérios conflitos urbanos e rurais no sul do val, São Manuel, Vera, Juara, Nova Ubiratã, Novo Mato Grosso, Feliz Natal,
país. etc. Autoria: Fabrícia Carvalho
Vários fatores explicam a rapidez com que o Brasil conseguiu construir Urbanização No Estado De Mato Grosso
a grande rede de rodovias na Amazônia. O papel principal coube ao DNER,
reformulado em 1969 para exercer suas funções. Traçou logo os planos de O Crescimento urbano de Mato Grosso faz parte da política nacional de
rodovias que interligassem a Amazônia. O principal objetivo do DNER era a fronteiras agrícolas e do processo de colonização de terras.
formação de uma rede unificada de estradas na qual seriam levados em O Estado é uma região e ao mesmo tempo um conjunto de regiões,
conta os interesses civis e militares, visando a integração nacional. As com uma paisagem urbana diferenciada, pois concentra uma parcela da
razões reais sempre foram a "Segurança Nacional" e de "Segurança e população vivendo muito bem e a outra vivendo em um ambiente urbano
Desenvolvimento". Rodovias federais de grande extensão tem sido as totalmente degradado e sem mínima qualidade de vida. Prof. Dr. Cornélio
precursoras da penetração colonizadora, tendo sido construídas normal- Silvano Vilarinho Neto/Geografia-UFMT
mente com esta finalidade.
Em 1970 o espírito dominante era o de conjugar a construção da Tran-
samazônica e da Cuiabá-Santarém. É o que se depreende da declaração
do próprio ministro dos transportes, Mário Andreazza, que na época afirma-
va o seguinte: "colocando a Amazônia e o planalto central, por assim dizer,
mais próximos das demais regiões do país e particularmente do Nordeste, a
Transamazônica e a Cuiabá/Santarém, pela articulação que farão com
outras rodovias em construção no Oeste, contribuirão poderosamente para
a colonização também de áreas de confluência dessas outras rodovias,
beneficiando sobretudo o estado do Amazonas, Acre e os territórios de
Rondônia e Roraima".
Em 1971 iniciou-se a construção da BR163 (Cuiabá/Santarém), pelo
9ºBEC, sediado em Cuiabá. Em 1976, após cinco anos de trabalho, a
estrada já estava pronta com uma extensão de 1.777 quilômetros, dos
quais 1.114 em território mato-grossense.
Segundo Samuel de Castro Neves, na época proprietário da Fazenda
Sonho Dourado, em Nobres e gerente da Agropecuária Mutum, no início da Avenida Miguel Sutil - Cuiabá-Mt
década de 70 o traçado original da BR163 saindo de Cuiabá via Rosário e
Nobres, entrava no local chamado Boteco Azul, três quilômetros antes do
Urbanização é o deslocamento de um grande contingente de pessoas
Posto Gil, à direita na direção do rio Novo, Pacoval e Trivelato (que na
que saem da área rural para os centros urbanos (as cidades).
época ainda não existiam) e chegava ao rio Teles Pires, onde havia uma
ponte de madeira, desativada a partir de 1989 com a construção da atual Para que um país seja considerado urbanizado, a quantidade de pes-
ponte de concreto. soas que vivem nas cidades deve ser superior a quantidade que vive do
campo. As cidades podem ser classificadas de acordo com seu tamanho,
Já no lado direito do rio a estrada seguia rumo ao norte, sempre acom-
atividade econômica, importância regional entre outras características.
panhando a antiga estrada já existente desde o Posto Gil, pois os japone-
ses já tinham aberto na década de 50 uma colonização no rio Ferro, depois Classificam-se em: Municípios: São as menores divisões político-
abandonada. A BR chegava finalmente a Vera, que Ênio Pipino estava administrativas, todo município possui governo próprio, sua área de atua-
colonizando e seguindo até Sinop, também com colonização iniciada por ção compreende a parte urbana e rural pertencente ao município.

História e Geografia do MT 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Cidades: É a sede do município, independente do número de habitan- em Barra do Garça, na divisa com Goiás
tes que possa ter, as atividades econômicas nas cidades diferem das do Por onde passa: Vila Rica, Confresa, Porto Alegre do Norte, Alô Brasil,
campo, as atividades principais são centralizadas nos setor secundário e Ribeirão Cascalheira, Vila Ribeirão Bonito, Dona Rosa, Matinha, Serra
terciário. Dourada, Água Boa, Cachoeira, Nova Brasília, Nova Xavantina, Indianópo-
lis, Vale do Sonho
Macrocefalia Urbana: Caracteriza-se pelo crescimento acelerado dos
centros urbanos, principalmente nas metrópoles, provocando o processo de BR-163
marginalização das pessoas que por falta de oportunidade e baixa renda Extensão: 1067,5 km
residem em bairros que não possuem os serviços públicos básicos, e com Origem/Destino: Começa na divisa do Mato Grosso com Mato Grosso do
isso enfatiza o desemprego, contribui para a formação de favelas, resultan- Sul e termina em Guarantã do Norte
do na exclusão social de todas as formas. Por onde passa: Santa Elvira, Juscimeira, São Pedro da Cipa, São Vicen-
Metrópoles: São cidades com população absoluta superior a 1 milhão te, Serra de São Vicente,Areão, Ponte Nova, Trevo Lagarto, Mata Grande,
de habitantes (ex: Goiânia, São Paulo). Conurbações: È quando um muni- Jangada, Nobres, Posto Gil, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso,
cípio ultrapassa seus limites por causa do crescimento e com isso encontra- Sinop, Itauba, Santa Helena, Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo,
se com os municípios vizinhos. Matapá

BR-174
Extensão: 1282 km
Origem/Destino: Começa em Porto Santo Antônio das Lendas e termina
em Igarapé do Sombra, na divisa de Mato Grosso com o Amazonas
Por onde passa: Cáceres, Caramujo, Porto Esperidião, Cerro Azul, Pontes
e Lacerda, Conquista do Oeste, Nova Lacerda, Córrego Dourado, Comodo-
ro, Jataí, Padronal, Castanheira, Passagem do Loreto, Aripuanã, Igarapé
do Natal, Colniza

BR-242
Extensão: 870 km
Origem/Destino: Começa em São Felix do Araguai, na divisa de Mato
Grosso com Tocantins, e termina em Sorriso
Por onde passa: São Sebastião, Santa Cruz, Alto da Boa Vista, Alô Brasil,
Querência, Gaúcha do Norte, Água Limpa, Vale do Xingu, Nova Ubiratã
Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Av. do CPA)- Cuiabá-Mt
BR-251
Extensão: 643,1 km
Regiões Metropolitanas: É a união de dois ou mais municípios formando Origem/Destino: Começa em Aruanã, na divisa de Mato Grosso com
uma grande malha urbana, é comum nas cidades sedes de estados Goiás, e termina em Cuiabá
(ex.Goiânia, Aparecida de Goiânia e cidades do entorno). Por onde passa: Ribeirão Pindaíba, Nova Xavantina, Nova Brasília, Córre-
go Mimoso, Bar Rancharia, Chapada dos Guimarães, Buriti
Megalópole: É a união de duas ou mais regiões metropolitanas.
BR-364
Tecnopólos: ou Cidades ciência, são cidades onde estão presentes cen- Extensão: 1.361,5 km
tros de pesquisas, universidades, centros de difusão de informações. Origem/Destino: Começa em Alto Araguaia, na divisa de Mato Grosso com
Geralmente os tecnopólos estão alienados a universidades e indústrias. Tocantins, e termina na divisa com Rondônia
Por onde passa: Alto Garças, Pedra Preta, Santa Elvira, Juscimeira, São
Verticalização: È a transformação arquitetônica de uma cidade, ou seja, a Pedro da Cipa, São Vicente, Serra de São Vicente, Trevo Lagarto, Mata
mudança da forma horizontal das construções (ex: casas), para a verticali- Grande, Jangada, Nobres, Posto Gil, Diamantino, Parecis, Gasômetro BR,
zação (construção de prédios). Gasômetro Sucuiúna, Campo Novo dos Parecís, Posto Norte, Córrego
Santa Cruz, Sapezal, Campos de Júlio, Jataí, Padronal
Segregação Espacial: È o foco do poder público as regiões onde a parcela
da população possui melhor poder aquisitivo, e omissão as regiões periféri- Fonte: Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes)
cas desprovidas dos serviços públicos.
Territórios em tensão: o mapeamento dos conflitos socioambien-
Cidades Formais: São cidades planejadas. tais do Estado de Mato Grosso - Brasil
Michelle Jaber da Silva; Michèle Tomoko Sato
Cidades Informais: São compostas pelas regiões periféricas, regiões onde
não possui infra-estrutura suficiente. Eduardo de Freitas/Geógrafo/Equipe Introdução
Brasil Escola
O Brasil, um dos países protagonistas do novo cenário de transforma-
Rodovias de Mato Grosso ção geopolítica mundial, tem buscado a qualquer custo seu desenvolvimen-
to econômico. Com isso, a demanda por água, energia, minérios, combustí-
BR-070 veis e espaços territoriais tem se tornado cada vez mais crescente, o que
Extensão: 825,2 km pode ser constatado por meio do aumento de instalação de grandes usinas
Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com Goiás e termina hidrelétricas, hidrovias, ferrovias, aberturas e pavimentações de estradas,
em Corixo, na fronteira Brasil com Bolívia avanço da fronteira agrícola e outros grandes projetos. Contudo, todo esse
Por onde passa: Barra do Garça, General Carneiro, Colônia Merure, processo tem sido conduzido, muitas vezes, sem planejamento e/ou sem
Paredão Grande, Presidente Murtinho, Primavera do Leste, Campo Verde, respeito às legislações vigentes, desconsiderando as consequências des-
São Vicente, Serra de São Vicente, Várzea Grande, Posto Trevinho, Trevo sas ações ao ambiente e às sociedades de maneira geral.
Lagarto, Tarumã, Sete Porcos, Jacobina, Cáceres, Porto Limão De tal modo, o avanço da fronteira de exploração dos bens naturais é
vivenciado em todas as regiões brasileiras. No Centro-Oeste, por exemplo,
BR-158 especialmente no Estado de Mato Grosso (MT), o cenário é um retrato fiel
Extensão: 803,6 km das consequências devastadoras ao ambiente e aos grupos sociais em
Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com o Pará e termina condições de vulnerabilidade, especialmente com a expansão agrícola para

História e Geografia do MT 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
exportação de grãos. Assim, torna-se constante o pico dos índices que Desde 1719 (ano da ocupação do estado por imigrantes), até os dias
registram o crescimento dos impactos ambientais, de conflitos socioambien- atuais, a estrutura fundiária encontra-se, predominantemente, em poder da
tais e de elevados índices de miserabilidade social. oligarquia nas propriedades latifundiárias (SIQUEIRA, 2002). Oligarquias
que percebem o ambiente como algo a ser consumido e os povos originá-
Com o modelo agrário adotado, ancorado na ideologia ufanista do a- rios que o habitam como entraves ao padrão de desenvolvimento.
gronegócio, deparamo-nos cotidianamente com situações marcadas por
confrontos, principalmente no que tange à disputa pelo território, ao esgo- No Brasil, a consolidação da estrutura fundiária em latifúndios ficou a-
tamento dos serviços ecossistêmicos, ao crescimento da vulnerabilidade inda mais fortalecida com o término oficial do sistema sesmarial, a partir da
socioambiental, à fragmentação dos habitats e a perda maciça da biodiver- promulgação da Lei de Terras de 1850, quando foi estabelecida a compra
sidade. Afinal, "a ideia de progresso - e sua versão mais atual, desenvolvi- como única forma de aquisição de terras. Com essa medida, somente as
mento - é, rigorosamente, sinônimo de dominação da natureza" (PORTO- camadas mais elevadas da sociedade tiveram acesso a terra, em razão do
GONÇALVES, 2004, p. 24), acrescentaríamos ainda à ideia o sinônimo de seu poder aquisitivo. Os homens livres pobres, mais uma vez, não conse-
dominação e de expropriação também de grupos sociais vulneráveis, pois o guiram um pedaço de terra (SIQUEIRA, 2002).
mesmo subalterniza, atropela, e, por vezes, destrói outras formas singula-
res de apropriação da natureza. A primeira Lei de Terras de MT foi sancionada em 1892, tratando dos
mecanismos da regularização fundiária e, no mesmo ano, outra lei repartia
A implicação dessa dinâmica tem sido a homogeneização econômica e as terras públicas. Estas leis mais uma vez garantiam posses de grandes
o autoritarismo social no processo de ocupação do território mato- áreas aos latifundiários do estado, inclusive àqueles que não se ajustaram
grossense. O modelo de desenvolvimento implantado tem acelerado a à lei de terras de 1850 por possuírem áreas maiores que a permitida (3.600
economia em detrimento da ecologia e da sociedade, e age como se a hectares). E, após a aprovação da Lei de Terras de MT conseguiram regu-
busca pelo crescimento econômico justificasse qualquer ação, inclusive de larizá-las.
colocar as terras mato-grossenses a serviço do mercado internacional. Isso
tem gerado um grande ônus ambiental às populações locais, como: uso Historicamente, o primeiro movimento oficial promovido pelo governo
excessivo de agrotóxico, empobrecimento do solo, contaminação das federal, objetivando a ocupação e a colonização das terras mato-
águas, perda da biodiversidade; a expulsão de populações de seus locais grossenses, ficou conhecido como Marcha para o Oeste, com forte ideal
de vida, transformando vilas e povoados em extensas plantações de soja e progressista de industrialização do Brasil, este movimento impulsionou o
algodão. projeto de reordenamento social com fins políticos e econômicos. Foi
implementado pelo governo de Getúlio Vargas em meados da década de
Os riscos a que os ecossistemas e os grupos sociais estão expostos 30 (SIQUEIRA, 2002). Esta política acirrou de modo gradativo os conflitos
são nutridos fortemente pelas driving forces,ou seja, asforças motrizes do por terra, quando esta deixava de ter valor de uso para ter valor de merca-
desenvolvimento. O estudo das forças motrizes elucida que as causas doria, fato que resultou na expulsão de vários trabalhadores rurais de seus
diretas (proximate causes), como por exemplo, a extração de madeira, o territórios.
avanço da pecuária e o alagamento de extensas áreas, são impulsionadas
pelas necessidades e direcionamentos dados pelo desenvolvimento. Geist Na década de 50, a construção de Brasília, como nova capital federal
e Lambin (2002) enfatizam que as causas diretas são impulsionadas por no Planalto Central, incentivou diretamente o povoamento massivo dessa
causas indiretas como fatores econômicos (crescimento dos mercados, região. Nos anos 60 e 70, a construção das primeiras grandes estradas
urbanização), fatores demográficos, fatores tecnológicos, fatores culturais amazônicas "Belém-Brasília, Transamazônica, Cuiabá-Santarém, Porto
(aumento do consumo) e, principalmente, fatores políticos. Velho-Rio Branco'' teve a função de dar acesso à vasta região norte para
novas frentes de ocupação: colonos, garimpeiros, produtores rurais, comer-
Em MT as mudanças no padrão de uso e de ocupação das terras têm ciantes e empresas procedentes de outras locais migraram para estas
sido impulsionadas por intervenções de políticas governamentais que, em regiões (LITTLE, 2002).
sua maioria, são ditadas pelas necessidades dos mercados nacionais e
internacionais. Muitas vezes, essas políticas desencadeiam uma série de A partir de 1970, a colonização reforçou o outro sentido de que as ter-
retrocessos socioeconômicos, com consequências negativas aos ambien- ras que se situavam em MT eram consideradas "espaços vazios", sendo
tes e aos grupos sociais, tornando-se assim fortes propulsoras dos conflitos necessário abrir a fronteira, principalmente no bioma amazônico. Vale
socioambientais. Esses conflitos surgem quando a dominação do espaço salientar que esses espaços jamais foram vazios! Eram assim denomina-
ambiental pelo poder do capital choca-se com os territórios apropriados, dos por não se levar em consideração as populações locais, e tampouco
estes construídos por grupos sociais, os quais possuem valores diferencia- seus ecossistemas. O discurso nacionalista "integrar para não entregar" e a
dos e formas distintas de racionalidades, bem como, vivências que se promessa de "terra sem homens para homens sem terra" imperou nesse
contrapõem ao hegemônico desenvolvimento capitalista. período (BARROS, 2000; PORTO-GONÇALVES, 2001). Esses incentivos
tinham como objetivo central criar novos pólos de desenvolvimento de
Nesse artigo buscamos apresentar o Mapa dos conflitos socioambien- grandes projetos madeireiros, mineradores, hidrelétricos e agropecuários.
tais de Mato Grosso elaborado no processo de mapeamento dos conflitos Fator que ocorreu de forma totalmente desordenada e sem o devido cuida-
presentes nas 12 regiões de planejamento do estado. Conflitos esses do socioambiental.
identificados por meio de autonarrativas dos representantes de vários
grupos sociais que são atingidos diretamente pelos projetos econômicos de Na década de 90, outros programas governamentais também influenci-
dominação. aram a ocupação do Estado, como o programa "Avança Brasil", que incen-
tivou a instalação de mais hidrelétricas e a abertura de novas estradas para
Importa afirmar que nesta pesquisa não almejamos um censo, buscan- o escoamento da produção.
do somente apontar o número de conflitos socioambientais e/ou suas taxas
de incidência. Mais que isso, aspiramos demonstrar o grau de riscos em Atualmente vivenciamos as ações do Programa de Aceleração do
que os ambientes e os grupos sociais de MT estão expostos. Estes são Crescimento (PAC) que, pela forma como vem sendo conduzido, demons-
herdeiros de uma ocupação predatória e, muitas vezes silenciados, ficam tra uma repetição desses processos de imposição e arbitrariedade ao
invisibilizados diante do poder do capital e das políticas públicas. ambiente e aos povos que o habitam. Todo o processo de dominação traz
em seu bojo a violência, entendida aqui não somente como violência física -
Processos de uso e ocupação dos territórios matogrossenses assassinatos e destruição material - mas, também, a violência simbólica e a
destruição de bens imateriais, discriminações, perda da autonomia, com-
O processo de dominação dos territórios e das culturas locais faz-se prometimento da qualidade de vida, desrespeitos aos modos de vida e a
historicamente presente em MT. Nesse sentido, podemos afirmar que violação dos direitos, portanto, violação dos princípios de cidadania.
possuímos uma "herança predatória"(PÁDUA, 2002) advinda do processo
de colonização. Compreender esse processo de uso e de ocupação dos Nesta dinâmica, podemos constatar que MT vive grandes paradoxos.
territórios faz-se imperativamente importante, pois neste movimento históri- De um lado, temos uma natureza de complexa biodiversidade, composta
co ancoram-se o cerne de muitos conflitos socioambientais e as mais por um mosaico de ricos biomas, somado a uma diversidade imensa de
acirradas disputas pelos serviços ecossistêmicos. comunidades e de povos que vivem em múltiplos espaços. De outro lado,
encontramos gigantescas áreas de pecuária, de monoculturas de soja e de

História e Geografia do MT 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
algodão, de usinas hidrelétricas e de outras atividades impactantes, na dialógica do processo e, muitas vezes, impondo o poder privado do capital
maioria das vezes desenvolvidas sem amparo legal e, sobretudo, sem o sob os direitos coletivos da sociedade mato-grossense. Após a etapa de
compromisso ético socioambiental. Estes movimentos antagônicos de consulta pública o ZSEE-MT, totalmente descaracterizado pelos deputados
consolidação dos territórios não ocorreram e/ou ocorrem pacificamente, estaduais, foi votado e aprovado. Posteriormente, mesmo com a mobiliza-
existem muitos conflitos nestes espaços, que são protagonizados por ção contrária dos movimentos sociais, o governador do estado, Silval
grupos sociais, que se organizam e se articulam para resistir ao poder da Barbosa, sancionou a lei do zoneamento em abril de 2011, favorecendo
homogeneização. Confirmando a afirmação de Foucault (2004, p.241) "[...] somente o setor do agronegócio do Estado.
onde há uma relação de poder, há uma possibilidade de resistência. Jamais
somos aprisionados pelo poder: podemos sempre modificar sua dominação A lei sancionada oferece muitos riscos à sociedade e apresenta várias
em condições determinadas e segundo uma estratégia precisa". incompatibilidades com a legislação federal em vigor, especialmente, em
três aspectos principais: a) autorizando o plantio de cana-de-açúcar em
Diante do exposto podemos perceber que os conflitos socioambientais áreas já proibidas; b) flexibilizando o percentual de reserva legal para fins
no Brasil e em MT não são uma exclusividade dos tempos atuais. São um de recomposição em 50% em áreas florestais para desmatamentos ocorri-
dos espólios do desenvolvimento e do processo histórico de ocupação do dos até a data da publicação da lei, anistiando desta forma desmatamentos
país e do Estado. Seguramente, a história de ocupação dos territórios recentes; c) isentando de recomposição de reserva legal as propriedades
mato-grossenses é abalizada por estes conflitos, mas também é uma com até 400 hectares, o que contradiz o código florestal brasileiro em vigor.
história de resistência, de revolta, de protesto, de insubordinação, de sonho
e de esperança. Muitas vezes, o ZSEE é pensado como um "instrumento de resolução
preventiva de conflitos" que arbitra os modos tidos como legítimos de
Desta forma, inscritos no campo de investigação da educação ambien- ocupação e de dominação do território (ACSERALD, 2000, p. 9). Por outras
tal, em que as dimensões sociais e as dimensões ecológicas estão conec- vezes, ele poderá vir a acirrar ainda mais os conflitos socioambientais,
tadas, acreditamos que para alcançarmos a proteção ecológica e a inclusão especialmente quando vem refletir a posição política e defender os interes-
social, nossas práxis (ações e reflexões) não podem ater-se somente às ses de apenas um dos setores da sociedade (como ocorreu em MT), reve-
causas imediatas da degradação, mas evidenciar os vários fatores deleté- lando uma expressão espacializada de algum modelo de desenvolvimento
rios que estão subjacentes a elas. (ACSERALD, 2000). O ZSEE-MT, da forma como foi sancionado, certa-
mente será mais um instrumento propulsor dos conflitos socioambientais,
O processo de des-ordenamento territorial de MT - O caso do zo- pois não leva em consideração a diversidade dos ecossistemas e dos
neamento socioeconômico e ecológico modos de vida presentes no solo mato-grossense.
O domínio do espaço é uma fonte fundamental e pervasiva de poder Para sua aprovação final, o ZSEE-MT precisa do parecer favorável da
social na e sobre a vida cotidiana. Comissão Nacional de Zoneamento Ecológico e Econômico e do Conselho
David Harvey Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). É nestas duas esferas que se
A arena de disputa pelo uso e pela ocupação do território mato- encontra um sopro de esperança para que a lei não entre em vigor. E,
grossense ficou ainda mais latente no processo de tramitação do projeto de pautadas nessa possibilidade de que as esferas federais refutassem a lei
lei nº 273/2008 que tange ao Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de aprovada, foi que - os grupos sociais fizeram franca oposição à forma como
Mato Grosso (ZSEE-MT). O ZSEE-MT, elaborado pelo corpo técnico do foi conduzido o processo e às drásticas alterações no conteúdo da lei, se
Estado (Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral e assegurando por meio de novas mobilizações e articulações, reunindo-se
Secretaria de Estado de Meio Ambiente), tem uma longa trajetória, tendo com conselheiros do CONAMA, com representantes do MMA e também
início em 1989 com a elaboração do zoneamento agroecológico. com o poder judiciário. A batalha ainda não foi perdida, ainda que o atual
governo acene às tendências desenvolvimentistas sem os cuidados socio-
Em 1992, com a edição da lei, é denominado Bases Geográficas para ambientais.
o Zoneamento Socioeconômico Ecológico. Com essa nova denominação, o
esboço do ZSEE foi concluído em 2002 e encaminhado à Assembleia Percurso metodológico
Legislativa de MT em 2004. Em 2005 este foi submetido à Embrapa, cujo O enfoque investigativo deste trabalho tem como método central a a-
resultado e validação do projeto foram apresentados em 2007. Após a bordagem qualitativa, que vem acompanhada pelas táticas metodológicas
elaboração "final" feita por técnicos do poder executivo nos primeiros me- do mapa social e da fenomenologia. A metodologia concebida denominada
ses de 2008, o projeto foi direcionado a uma comissão composta por 47 Mapa Social, recorre às autonarrativas de vários grupos de resistência, às
entidades públicas, constituída conforme decreto estadual n. 1.139/2008; relações com o ambiente que os cerca, às suas vulnerabilidades, conflitos e
logo após, foi encaminhado novamente à Assembleia Legislativa de MT os processos de injustiças ambientais existentes em seus territórios (SILVA,
(AL-MT). 2011).
Vale destacar que o projeto encaminhado para votação representava Adotando a proposta metodológica do Mapa Social, nesse artigo nosso
um instrumento territorial de consistente proposição econômica e ecológica, direcionamento se dá ao mapeamento dos principais conflitos socioambien-
entretanto, não contemplava a diversidade de grupos sociais com suas tais existentes nas 12 regiões de planejamento (RP) do Estado (figura 01),
formas de vida e meios de produção, tampouco os conflitos enfrentados para concreção do Mapa dos conflitos socioambientais de Mato Gros-
cotidianamente por buscarem um modo diferenciado de uso e ocupação so.Esta forma de regionalização do Estado em RP tem sua origem a partir
dos territórios. Com isso, uma parcela significativa da sociedade estaria dos dados do diagnóstico do meio físico-biótico e socioeconômico do
sendo negligenciada e ficaria à mercê desta relevante política pública projeto ZSEE, a partir das análises temáticas e dos mapeamentos que
(SILVA, 2011). Nasceu desta fragilidade a necessidade de se promover o compuseram esse estudo (MATO GROSSO, 2008). A intenção em dar
Mapeamento Social de Mato Grosso que abordaremos com mais profundi- visibilidade aos conflitos socioambientais evidenciados nessas RP ancora-
dade posteriormente. se no sentido de facilitar a leitura do mapa e evidenciar a necessidade de,
O ZSEE-MT foi palco de enormes embates durante a realização de 15 ao se fazer o planejamento de MT, que esses conflitos sejam consideramos
audiências públicas. Nessa arena, as redes, os movimentos e as entidades nas tomadas de decisão e na elaboração de políticas públicas, sobretudo,
promoveram abaixo-assinados, atos públicos, reuniões, fóruns de discus- no ordenamento territorial do estado, que até então vem negligenciando os
são, processos formativos, e contou com a presença marcante e significati- grupos sociais diversos e os conflitos vividos por eles.
va dos envolvidos nas audiências públicas em defesa de um ordenamento Para isso, promovemos dois seminários de Mapeamento Social de
do território que contemplasse a diversidade socioambiental do Estado. Mato Grosso, ocorridos na cidade de Cuiabá-MT, nos anos de 2008 e
Com isso, consolidou-se o Grupo de Trabalho de Mobilização Social 2010, os quais tiveram como desafio o mapeamento dos grupos sociais e o
(GTMS), um importante espaço de convergência de diversos grupos e mapeamento dos conflitos socioambientais. Esses seminários compõem as
entidades socioambientais de MT que, organizadamente, combateu as metas do projeto "Mapeamento Social do Estado de Mato Grosso1'',
manobras contra o ZSEE. desenvolvido pelo Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunica-
Por outro lado, também organizado e com bastante recurso financeiro, ção e Arte (GPEA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
estava o setor do agronegócio que participou ativamente de maneira pouco Financiado pela Fundação de Amparo a pesquisa de MT (FAPEMAT), com

História e Geografia do MT 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
objetivos de revelar as múltiplas identidades presentes no território e ma- imprescindível da realidade histórica, individual e coletiva. Lévinas (1998)
pear os conflitos socioambientais. com acuidade destaca a necessidade de considerar o outro, enquanto parte
de si, ou seja, o "eu-individual" que só existe mediante o contato com o
Nesses seminários contamos com a participação de representantes de outro, esse movimento de concreção do EU-OUTRO se estabelece na
diversos grupos sociais. O GPEA ficou responsável por toda a dinâmica tensividade. Essa filosofia prima pela diversidade e pela alteridade (ou
metodológica, assim como, organizar a vinda de cada representante dos outridade), enfatizando que a diferença faz parte da vida social, instituída
grupos sociais. Na realização desses dois seminários reunimos, aproxima- nos espaços das tensões e dos conflitos.
damente, 500 participantes vindos dos 54 municípios mato-grossenses, ou
seja, somando os dois seminários, aproximadamente 40% dos 141 municí- Com base nas orientações teórico-metodológicas em que esta pesqui-
pios do Estado estiveram presentes. Ao total, 19 etnias indígenas estiveram sa se fundamenta, buscamos interpretar os conflitos como algo inerente ao
representadas por mais de 70 representantes de diferentes Terras Indíge- universo social, fator que julgamos essencial ao exercício da democracia,
nas (TI). Os participantes das comunidades quilombolas vieram dos muni- especialmente, em uma sociedade marcada pela disputa de poder. Entre-
cípios de Barra do Bugres, Nossa Senhora do Livramento, Poconé e Vila tanto, não podemos deixar que esse enfrentamento seja algo ignorado,
Bela da Santíssima Trindade.Participaram também comunidades pantanei- invisibilizado ou mesmo, banalizado. Nesse âmbito, levamos em considera-
ras, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Mato ção a percepção foucaultiana (2004) que ressalta que as disputas de poder
Grosso (MST-MT), acampados e agricultores familiares assentados em são intrínsecas às práticas sociais. Assim, deslocamos a questão do poder
várias regiões do Estado. Além disso, estiveram presentes representantes do âmbito somente do estado, para formas de poder que se estendem por
dos seringueiros da Reserva Extrativista Guariba & Roosevelt (Resex toda sociedade, adentrando a vida cotidiana.
Guariba & Roosevelt), dos atingidos pela barragem de Manso e dos retirei-
ros do Araguaia. Destacamos, ainda, a importante participação dos arte- Conflitos socioambientais - espólios do des-envolvimento
sãos, dos ciganos Kalon, dos ecologistas, dos missionários indígenas, dos A crise contemporânea, marcada pela ruptura da relação entre a socie-
pescadores artesanais, dos morroquianos, dos articuladores da economia dade e a natureza, tem em suas bases de formação o legado da moderni-
solidária e de cooperativas de agricultores familiares. dade. Com pensamento fragmentado e unidimensional, a ciência moderna
Os grupos presentes participaramde estudos e de debates, com o obje- acredita que o conhecimento científico pode resolver todos os problemas
tivo de construir coletivamente os mapeamentospropostos. Os participantes da humanidade, desprezando qualquer outro saber construído fora de seu
centraram suas ações na identificaçãonos mapas, nas respostas dos rotei- âmbito. A decorrência é um conhecimento produzido que segue distante,
ros de entrevistas e nas rodadas de conversas sobre os habitats de MT, muitas vezes, do que se espera em termos de democracia e de ética.
escolhendo dividirem-se em grupos de trabalho (GT) de acordo com as Boaventura de Sousa Santos (1989, p. 40) enfatiza a necessidade de
suas identidades: GT 01 - Pantaneiros; GT 02 - Quilombolas; GT 03 - se valorizar outras formas de saberes. Para tal, afirma que "caminhamos
Retireiros do Araguaia; GT 04 - Agricultores Familiares; GT 05 - Povos do para uma nova relação entre ciência e senso comum, uma relação em que
Cerrado; e, GT 06 - Indígenas. Três questões que foram debatidas nesse qualquer um deles é feito do outro e ambos fazem algo de novo". Desta
momento são respondidas neste trabalho: As alterações dos habitats onde forma, nos distanciamos de um discurso uníssono proposto pela moderni-
moram tem provocado conflitos socioambientais? Quais conflitos? Quais os dade, que almeja a harmonia e que escamoteia os desarranjos da socieda-
grupos sociais que estão envolvidos? de, com forte tendência a negar os conflitos. Reconhecemos a pluralidade
Após esta etapa os participantes pontuaram os conflitos narrados no de saberes que se estabelece nos campos das diferenças.
mapa político-administrativo e territorial do Estado de Mato Grosso - ano A modernidade significou avanços científicos e filosóficos quando com-
2010 - em escala 1:1.500.000, onde estavam as 12 RP em destaque. parados com a Idade Média (SATO et al. 2001). Contudo, também signifi-
Nesse processo foi possível realizar entrevistas com 234 representantes de cou adoção de valores e tendências que não conseguimos romper com
110 grupos sociais, o que possibilitou o mapeamento de uma miríade de facilidade, como a visão antropocêntrica, a crença cega nas tecnologias, as
impactos ambientais e atividades propulsoras dos conflitossocioambientais certezas absolutas, o individualismo, a homogeneização das culturas,
em MT. Os dados foram, posteriormente, complementados por meio de dentre outros fatores.
pesquisas bibliográficas e de consulta a dados secundários, tais como:
artigos científicos, relatórios do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Muitas contribuições contra o pensamento enrijecido da modernidade
Instituto Socioambiental (ISA) e Comissão Pastoral da Terra (CPT). vêm do princípio da incerteza, em que o Nobel da química de 1977, Ilya
Prigogine, é um dos precursores. Prigogine (1996, p. 14) afirma que "assis-
Importante destacar que os impactos ambientais e as atividades que os timos o surgimento de uma ciência que não mais se limita a situações
promovem não são sinônimos de conflitos socioambientais, e sim, muitas simplificadas, mas nos põe diante da complexidade do mundo". Suas
vezes, as causas propulsoras dos conflitos. É somente quando se estabe- grandes descobertas sobre a irreversibilidade dos sistemas físicos eviden-
lece um campo de tensão, de disputa e embate (material e/ou simbólico) ciam a dinâmica fecunda existente na ordem-desordem, equilíbrio e não-
que os caracterizamos como conflitos socioambientais. Por exemplo, o equilíbrio, paradoxos que se contrapõem à "ditadura da harmonia". O
desmatamento é uma atividade que provoca impactos ambientais (esgota- químico afirma que "a vida só é possível em um Universo fora do equilíbrio"
mento de serviços ecossistêmicos, perda da biodiversidade, empobreci- (PRIGOGINE, 1996, p. 30), a constatação que escapou das mãos das
mento do solo, dentre outros), estes impactos quando gerados propiciam chamadas "ciências normais", abrangendo as demais áreas do conheci-
um conjunto de embates em defesa do habitat e dos habitantes. Assim mento na tensividade entre os diferentes.
posto, muitas das narrativas evidenciaram as atividades e os impactos
vivenciados nos locais onde vivem e, posteriormente, apontaram os confli- No movimento dialético, entre a ordem e a desordem, geralmente ocor-
tos socioambientais. re o que nomeamos como crise, do gregokrisis que significa separação.
Mas, também compreendida como uma decisão. "De-cidir é cindir com
As respostas às questões foram sistematizadas e pontuadas nas RP algo, provocando rupturas para ultrapassagem e busca de novas formas.
de incidência e organizadas, posteriormente, em forma de quadro, que Uma crise, portanto, possibilita também avanços, a restauração do novo, o
registra em qual município da região temos atividades propulsoras de caminhar adiante e a trajetória mais visível" (SATO et al. 2001, p. 136).
conflitos; além disso, demonstra os grupos sociais envolvidos nesses Esse pensamento coaduna com Gramsci (2002), quando destaca que a
embates. Após isso, os conflitos foram inseridos no mapa de MT por meio ''crise'' pode ser vista como um momento em que o velho está morrendo e o
de um banco de dados de Sistema de Informação Geográfica (SIG), e para novo ainda não conseguiu nascer.
isso utilizamos o software ESRI ArcGis/ArcMap (versão 10.0). Os resulta-
dos apresentados descortinam os casos de violação ao ambiente e aos Vale ressaltar que não desejamos fazer uma apologia ao caos e/ou aos
grupos sociais, onde a face concreta desta violação está expressa na conflitos, muito menos, consideramos importante provocá-los. O que enfati-
miríade dos conflitos mapeados. zamos é que com o reconhecimento de que eles existem é preciso eviden-
ciá-los, encará-los e, mais que isso, buscar táticas para superá-los. O
Para uma compreensão da dinâmica estabelecida nas práticas sociais escamoteio dessas situações somente mascara a difícil situação dos gru-
existentes nos espaços de apropriação e dominação dos territórios e das pos sociais e contribui ainda mais para a degradação dos ecossistemas.
identidades, recorremos à que nos oferta uma realidade diversa com ênfa-
se no "mundo cotidiano" e no reconhecimento do Outro enquanto parte

História e Geografia do MT 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O estudo dos conflitos socioambientais faz-se num campo polissêmico Com dimensões continentais, o Estado ocupa uma área de 903.357
marcado por disputas, que pressupõem relações de poder que permeiam km² do território brasileiro, dividido em 141 municípios que foram agrupados
as práticas sociais. Os conflitos surgem quando os territórios apropriados em 12 regiões de planejamento. Possui três importantes biomas: Cerrado
por grupos que apresentam modos diferenciados de viver e de se relacio- (39,6% do território), Floresta Amazônica (53,6% do território) e o Pantanal
nar com o meio, chocam-se com a dominação exercida pelo poder do (6,8% do território). Nestes espaços temos 23 unidades de conservação
capital. Nos espaços em que se estabelecem os conflitos socioambientais federais, 44 estaduais e 38 municipais distribuídas entre reservas, parques,
não estão em disputa somente os bens e os serviços ecossistêmicos, estão bosques, estações ecológicas e Reserva Particular do Patrimônio Nacional
em disputa também as formas distintas de apropriação dos territórios, (RPPN) (MATO GROSSO, 2008).
assim como, a manutenção da cultura. O sociólogo Henri Acselrad (2004, p.
26), um dos pensadores mais atuantes neste campo de investigação no Somando a esta rica diversidade, MT possui uma expressiva sociodi-
Brasil, elabora a noção de conflitos ambientais como sendo: versidade que foi mapeada por Silva (2011), registrando 78 terras indíge-
nas em diferentes fases de regularização sendo habitadas por 47 diferentes
[...] os conflitos que envolvem grupos sociais com etnias indígenas; 69 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação
modos diferenciados de apropriação, uso e significa- Palmares; além de povos ciganos, pantaneiros, retireiros do Araguaia,
ção do território, tendo origem quando pelo menos morroquianos, ribeirinhos, pescadores profissionais/artesanais, agricultores
um dos grupos tem a continuidade das formas sociais familiares, acampados, assentados, seringueiros, extrativistas, artesãos,
de apropriação ameaçada por impactos indesejáveis - além de uma miríade de articuladores e movimentos empenhados em
transmitidos pelo solo, água, ar ou sistemas vivos - diversas lutas.
decorrentes do exercício das práticas de outros gru-
pos. Por outro lado, MT se destaca também por ser considerado o estado
com maior extensão de área desmatada de 1992 a 2007 em decorrência do
Um campo investigativo que tem se dedicado à temática dos conflitos avanço da fronteira agropecuária (AZEVEDO, 2009). Os dados do Deter
ambientais é a ecologia política, que segundo Martinez-Alier (2007, p. 113), (Detecção de desmatamento em tempo real) comprovam que somente
estuda os conflitos ecológicos distributivos. Por distribuição ecológica são entre agosto de 2010 e abril de 2011 o desmatamento aumentou em 43%
"entendidos os padrões sociais, espaciais e temporais de acesso aos em MT (INPE, 2011). Outra questão de destaque são as queimadas, nor-
benefícios obtidos dos bens naturais e aos serviços proporcionados pelo malmente ligadas à dinâmica do desmatamento, são muitas vezes inten-
ambiente como um sistema de suporte da vida". cionais e provocadas pelos agropecuaristas, e somente em setembro de
2010 foram registrados 18.182 focos de queimadas em MT (INPE, 2010).
Na perspectiva deste pensamento, podemos entender a distribuição
ecológica como um dos princípios da justiça ambiental. Segundo Bullard Além disso, o último censo agropecuário do Brasil (IBGE, 1996) regis-
(2005, p. 3) justiça ambiental é um conjunto de princípios que busca garan- trou que MT é o segundo estado em concentração de terras. Isso levando
tir que "nenhum grupo de pessoas, incluindo grupos étnicos, raciais ou de em conta o índice GINI, que para MT é 0,865 (quanto mais próximo do 1,
classe, suporte uma parcela desproporcional das consequências ambien- maior é a concentração e desigualdade), perdendo apenas para o estado
tais negativas resultantes do desenvolvimento". Portanto, o termo injustiça de Alagoas. A violência no campo é outro índice que MT lidera, de acordo
ambiental tem sido aplicado para designar o fenômeno de imposição des- com o relatório da CPT (2011) os estados que dominam este ranking são
proporcional dos riscos ambientais às populações menos dotadas de recur- onde o agronegócio impera, permitindo compreender que a violência está
sos financeiros, políticos e expostas às condições de vulnerabilidade. associada à imposição da monocultura empresarial.
Importa ressaltar que, este estudo percorre as trilhas da justiça ambien- Ademais, MT ainda é considerado o campeão nacional em consumo de
tal e da educação ambiental. Isso significa dedicar-se ao combate da de- agrotóxico, sendo que, dos seus 141 municípios, 24 produzem 90% dos
gradação ambiental, mas, sobremaneira, significa considerar a inclusão e a produtos agrícolas e consomem 90% dos agrotóxicos e fertilizantes quími-
participação dos sujeitos na elaboração e no acompanhamento das políti- cos consumidos no Estado (PIGNATTI, 2011). Em 2010, MT produziu 6,5
cas públicas que possam proporcionar melhor qualidade de vida. Atuar nos milhões de hectares de soja; 2,5 milhões de milho; 0,9 milhões de algodão;
campos da justiça ambiental e da educação pode ser um grande exercício 0,4 milhões de cana; 0,4 milhões de sorgo; 0,2 milhões de arroz e 0,4
de vida democrática. milhões de hectares de outros produtos (feijão, mandioca, borracha, trigo,
café, frutas e verduras) e consumiu cerca de 132 milhões de litros de agro-
Consideramos que mapear os conflitos socioambientais, implica evi- tóxicos (produto formulado) (PIGNATTI, 2011; IBGE, 2011; INDEA, 2011).
denciar os impactos do desenvolvimento e sua influência na dinâmica
cultural. Implica, até mesmo, duvidar do desenvolvimento que apregoou um Somando a este cenário MT ainda garante o posto de ser o segundo
modelo desenfreado das ações humanas sobre a natureza, trazendo inú- Estado em instalações de empreendimentos como as pequenas centrais
meras consequências desastrosas, inclusive para o próprio sistema social, hidrelétricas (PCH). A escolha em gerar energia com pequenas centrais
já que as dimensões humanas e naturais não estão indissociadas, e conec- justifica-se pela não necessidade de se realizar Estudos de Impactos Ambi-
tam-se entre si (SANTOS et al., 2009, p. 7). entais (EIA), o que é exigido no caso de usinas hidrelétricas (UHE), facili-
tando desta forma o processo de licenciamento ambiental. Entretanto, os
O mapa dos conflitos socioambientais impactos cumulativos provocados pela instalação de diversas PCH em um
Esta pesquisa não tem a pretensão de eliminar arestas ou nivelar opi- mesmo rio são, muitas vezes, tão ou mais intensos que os gerados pelas
niões. Pelo contrário, é intenção verificar o rico caldo vigoroso das diferen- UHE.
ças que constituem os territórios mato-grossenses. Todavia, as narrativas, Todas as estatísticas e os índices supracitados, que evidenciam os ris-
somadas a subsídios secundários, desvelam que certas afirmações são cos ecológicos e sociais em que MT está imerso, foram desvelados nas
passíveis de certas generalizações que não são hegemônicas como as narrativas sobre os conflitos socioambientais vivenciados pelos grupos
ciências modernas, mas possuem ressonâncias parecidas. Dentre elas, a presentes nos seminários. Afinal, quando a rica diversidade dos ambientes
de que são os grupos sociais vulneráveis os mais atingidos pelos danos naturais, somada à expressiva sociodiversidade, choca-se com interesses
ambientais; são eles que diretamente são privados de necessidades bási- unicamente econômicos, faz emergir embates e resistências na luta pela
cas como acesso à água potável, a áreas para cultivos, à moradia, ao manutenção dos modos de vida singulares dos habitantes que são total-
saneamento básico e à segurança fundiária. Provocam assim, as situações mente dependentes dos habitats. Como afirma Zhouri (2008, p.105), ''o
de injustiças ambientais desveladas insistentemente nesta pesquisa. conflito eclode quando o sentido e a utilização de um espaço ambiental por
A totalidade de conflitos socioambientais mapeados, que numerica- umdeterminado grupo ocorrem em detrimento dossignificados e dos usos
mente pode ser apresentada com 194 pontos de ocorrência, tendo 68 que outros segmentos sociais possam fazer de seu território".
desses locais denunciados com ameaças de morte e 12 locais, sinaliza a É possível asseverar que os projetos homogeneizantes (narrados como
prática desumana do trabalho escravo, oferece-nos a constatação do os maiores propulsores de conflitos socioambientais), tais como: plantio
cenário de insustentabilidade social e ecológica do modelo de desenvolvi- monoculturas, hidrelétricas, hidrovias, entre outros, são os grandes causa-
mento instituído em MT. dores de injustiças ambientais em MT, pois, ao serem implementados,
destinam os riscos às camadas mais vulneráveis da sociedade.

História e Geografia do MT 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Mascarado com a faceta de melhoria na qualidade de vida, nos muni- contudo, uma adequação na escala 1:4.200.000 foi criada para possibilitar
cípios em que as atividades como a extração de madeira, a pecuária exten- a socialização e leitura.
siva e a monoculturas são mais intensas, por certo, o Produto Interno Bruto
(PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) são maiores. Contudo, Ressaltamos que a maioria dos pontos do mapa foi georreferenciada
esse aumento é ilusório, afinal, nestes mesmos locais, o índice que reflete de acordo com as coordenadas geográficas, contudo, alguns desses tra-
a desigualdade de renda (GINI) também é maior. zem uma localização aproximada, segundo as narrativas dos grupos pes-
quisados. Alguns pontos dos conflitos assinalados durante as oficinas
De acordo com Rodrigues et al. (2009, p. 1435) o desenvolvimento e- foram confirmados por meio de consultas a dados secundários: artigos
conômico, especialmente na Amazônia brasileira, persegue o ciclo: explo- científicos, relatórios técnicos e acadêmicos, publicações diversas etc.
ração madeireira, pecuária e agricultura. Analisando diferentes estágios do Entretanto, como essa pesquisa é ancorada metodologicamente na auto-
desmatamento em 286 municípios da Amazônia, os autores encontraram narração, foram considerados, sobremaneira, os registros feitos pelos
um "boom-and-bust" nos níveis do IDH. Comprovaram que o índice aumen- grupos sociais entrevistados.
ta quando o desmatamento inicia, todavia, tem um forte declínio na medida
em que o ciclo evolui para outras etapas. Após essa etapa, os níveis de Reconhecemos a existência de muitos outros conflitos que não estão
desenvolvimento humano declinam novamente, e, em alguns casos, se pontuados no mapa, contudo, registram-se nessa carta os conflitos narra-
tornam ainda mais baixos do que eram antes da exploração madeireira. dos pelos grupos sociais presentes nos seminários. Acreditamos que este
mapa revela um pálido retrato da dura realidade desses grupos sociais,
Estamos cientes de que o universo aqui mapeado dos conflitos socio- que per se já significa uma situação de denúncia e de evidência das fragili-
ambientais (quadro 01) não esgota as inúmeras situações existentes e dades das políticas públicas de MT.
ainda não visíveis, mas revela uma parte dos problemas desta imposição
dos grandes projetos e reflete uma parcela importante de casos de confli- Palavras finais
tos, de enfrentamentos e de resistências. Reconhecemos que os conflitos Os conflitos socioambientais mapeados são expressões do modelo de
identificados não são fixos, novos desafios são postos a todo o momento desenvolvimento adotado que leva à destruição dos ecossistemas e ao
para os grupos sociais. O cenário dos resultados é mutável, transcendente aniquilamento de formas singulares de modos de vidas. Em outras pala-
da temporalidade e do espaço, requerendo uma dinâmica que acompanhe vras, territórios, identidades e temporalidades que se emaranham em teias
o movimento. e mosaicos, tecidos intrinsecamente na relação cultura e natureza; onde a
Diante do quadro significativo dos conflitos mapeados, podemos consi- perda de um implica no desaparecimento do outro.
derar que as disputas por terra, disputas por água, desmatamentos, quei- Na consolidação deste modelo de desenvolvimento, várias famílias de
madas e usos abusivos de agrotóxicos são os principais motes dos confli- povos e comunidades tradicionais foram e ainda são agredidas, expulsas
tos socioambientais em MT. Essas questões afetam os três biomas mato- de suas terras; várias etnias indígenas perderam seus espaços sagrados e
grossenses de formas e intensidades distintas. Podemos considerar que os mantém-se, paulatinamente, num processo de grandes disputas pela
conflitos não ocorrem isoladamente, em muitos casos, coexistem e estão defesa de seus territórios. Demonstrando a vulnerabilidade que nos encon-
intrinsecamente conectados, predominando uma dinâmica dialética entre tramos, acenando para a necessidade de ações coletivas na busca por
eles. Da mesma forma que existe esse imbricamento entre os conflitos, alternativas que possam minimizar os impactos e os embates. Partimos do
ocorre o mesmo com os agentes provocadores, apresentados de múltiplas princípio de que os conflitos são inerentes às práticas sociais, porém eles
formas, mas, que têm em sua base o fio condutor da expansão e manuten- podem ser atenuados se forem geridos de forma dialógica, inclusiva e
ção do agronegócio, ora defendido pelos grandes produtores rurais, ora democrática, na tentativa de construir ações que, participativamente, pos-
promovido pelos deputados da base ruralista (a maioria), ora acoitado pela sam minimizá-los.
esfera judicial.
Os conflitos identificados revelam que os territórios não estão sendo
As narrativas dos grupos sociais centraram-se fortemente nos embates dominados e expropriados de forma pacífica, e ainda persiste o grito de
encarados pelos diversos grupos que disputam porções do território mato- resistência dos grupos atingidos frente à imposição das classes e ativida-
grossense com o setor do agronegócio, em função da domina- des hegemônicas que tentam usurpar os territórios e as identidades. As
ção/concentração territorial, que implicam em outras disputas como o diversas formas de resistência se articulam nas denúncias contra a domi-
acesso a água e a outros bens naturais. Indubitavelmente, em MT, são nas nação e a violação ao meio ambiente, por meio de atos públicos e de
disputas pela terra que se estabelecem as situações mais conflitantes, mobilizações sociais. Sobretudo, nas articulações para que as políticas
frutos do modelo concentrador agrário-agrícola em desenvolvimento no públicas sejam mais inclusivas, cuidadosas e democráticas.
Brasil e no Estado.
Consideramos o mapeamento dos conflitos socioambientais um impor-
Importa afirmar que, quando nos referimos aos conflitos por disputa por tante instrumento para a reflexão e para a ação dos sujeitos envolvidos
terra, tratamos da questão fundiária e a falta de democratização ao seu com o processo de democratização do meio ambiente. Destarte, para que a
acesso. Nesta perspectiva é importante pontuar aqui o que estamos consi- paisagem de degradação se transforme em um novo horizonte, com mais
derando como território e terra: embora apresentem equivalências, são proteção ecológica e inclusão social, é preciso que estejamos engajados e
compreendidos nessa pesquisa como conceitos diferentes. Quando nos subsidiando políticas públicas para que o planejamento socioambiental do
referimos a disputa por "terra" estamos aludindo ao espaço material que estado possa considerar a riqueza das paisagens naturais, assim como, as
está em disputa para concreção do território. diferentes identidades que aqui habitam.
O lugar, mesmo com referência física, por vezes, assume aspectos Acreditamos ser importante dar visibilidade aos conflitos, não somente
simbólicos ao propiciar o exercício da vida cotidiana, o meio da produção para evidenciar a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento institu-
de alimentos, a construção da casa/abrigo. Nessa significação o conceito ído, mas, sobremaneira, porque acreditamos que este estudo possa ser um
de terra extrapola para território, que supera significados materiais, e é o referencial aos governos e à sociedade civil; que ao elaborarem as políticas
espaço de liberdade e de poder que integra ao espaço físico as vidas públicas, consigam considerar os conflitos socioambientais, buscando a
pulsantes em suas lutas simbólicas e materiais, em seus conflitos, que participação como uma das molas propulsoras da guinada conceitual,
juntos articulam táticas de resistência. Sendo assim, toda e qualquer prática política e científica.
que atinja os territórios estará atingindo as identidades que neles habitam.
Agradecimentos
Após a sistematização dos conflitos narrados agrupamos os mais cita-
dos e criamos ícones que pudessem imageticamente ser associados à Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-
questão referenciada, utilizando o programa de computador CorelDrawX5 CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso-
(quadro 02). FAPEMAT e ao Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação
e Arte-GPEA da Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT.
Os conflitos mapeados foram registrados no "Mapa dos conflitos socio-
ambientais de MT" (figura 02), elaborado após a sistematização dos dados
dos seminários. O mapa original foi elaborado em escala 1:1.500.000,

História e Geografia do MT 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para consultor em política ambiental Mato Grosso é um exemplo vimento sustentável. “Priorizando o monitoramento, controle e fiscalização
de sucesso
e as parcerias com os setores produtivos e organizações não governamen-
Publicado em: Qui, 12 de Janeiro de 2012 17:08 tais o governo Silval Barbosa prioriza o desenvolvimento com o aumento da
ASSESSORIA/Sema-MT produtividade e a sustentabilidade”.

O Estado de Mato Grosso é citado como exemplo de sucesso, confor- MT LEGAL - Discutido amplamente no estado com os diferentes seg-
me declarações dadas por um dos mais influentes especialistas em política mentos, ambiental, produtivo, Ministério Público Federal e Estadual, o MT
ambiental do planeta, professor de Stanford Thomas C. Heller, nas páginas Legal prevê formas de compensação, de acordo com o tamanho da propri-
amarelas da Revista Veja, Edição 2251, de 11 de janeiro. edade e de recuperação das áreas degradas. Um dos principais pontos do
programa e que inclusive respaldou a elaboração do novo texto do Código
Para ele, a dependência entre economia e meio ambiente atingiu o ápi- Florestal brasileiro - em tramitação na Câmara dos Deputados-, diz respeito
ce e os países precisam aceitar que o progresso está intimamente ligado à ao Programa de Regularização Ambiental Rural (PRA), cujos dispositivos
produção e ao uso dos recursos naturais. propiciaram a regularização do passivo ambiental existente no campo.
Na entrevista concedida à Veja, Heller destaca o papel importante dos
“Esse mecanismo garante legalidade a milhares de produtores que
emergentes no contexto da produtividade e, ao citá-los como ‘porta de
passam a contar com um instrumento ágil e de custo reduzido. Simultane-
entrada’ para o que ele considera a nova ordem mundial ‘verde’, exemplifi- amente, o PRA deve contribuir para sanar o passivo ambiental relativo à
ca práticas adotadas pela China e pelo Brasil de estímulo à sustentabilida- degradação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e conversão de
de. Reserva Legal”, explicou o professor mestre em Agricultura Tropical, Luís
Henrique Daldegan, que à época da criação do programa foi secretário de
“Apesar de ser o maior poluidor do planeta, a China é hoje quem mais
Meio Ambiente em Mato Grosso.
investe em energias renováveis. Já conseguiu reduzir em 20% o nível de
poluição em relação ao PIB. Mas, não precisamos ir até a China para ver os Já avançamos e muito. Dos municípios que implantaram o MT Legal
sinais de mudança. No Brasil também temos histórias de sucesso como é o 90% já concluíram o levantamento e mapeamento de tudo. O MT Legal
caso de Mato Grosso", diz o especialista. está sendo potencializado e valorizado dentro do Código Florestal e sob
esse aspecto, estamos gerando conhecimento e exportando experiência
"As estatísticas mostram que o ritmo do desmatamento da Amazônia para o Brasil inteiro. Com certeza essa é uma das nossas maiores vitórias,
está diminuindo. A extensão das florestas derrubadas caiu 74% entre 2004 porque nossa maior riqueza é a mudança de conceito”, finalizou Gina
e 2010. Os ambientalistas xiitas não gostam de admitir, mas, no caso de
Mato Grosso, essa redução se deve diretamente aos ganhos de produtivi- Valmórbida, ambientalista em Mato Grosso.
dade do agronegócio”, disse o consultor que também é membro do painel (Com informações da Assessoria/Revista Veja, Edição 2251, reporta-
da ONU. gem de Luís Guilherme Barrucho).

Para ele, se bem administrado, o progresso é benéfico ao meio ambi- Conheça o mato-grossense nativo
ente. “O raciocínio é elementar, quanto mais cabeças de gado se consegue
criar em uma mesma área, maior a riqueza produzida por metro quadrado e
menor o impacto ambiental da atividade econômica”, ressaltou Heller ao
comentar uma das práticas sustentáveis adotadas pelo setor em Mato
Grosso.
Na entrevista, o especialista fez questão de frisar a importância que pa-
íses como o Brasil terão ao liderarem o processo de transição para a nova
ordem mundial ‘verde’. “Países em desenvolvimento terão de criar formas
de elevar, e muito, a produtividade de sua economia para suportar a inclu-
são de 3 bilhões de pessoas na classe média nos próximos 20 anos. Isso
pressupõe criar políticas públicas de estímulo à sustentabilidade e investir
em maciçamente em inovação e planejamento urbano, algo que os emer-
gente estão em condições de fazer, uma vez que não tiveram suas finanças
O termo índio foi uma denominação dada pelos conquistadores euro-
corroídas pela crise global”, finalizou Heller. peus aos habitantes de tempos imemoriais do território que compõe hoje o
continente americano. Houve generalização do termo índio a todos os
Ao analisar a questão na esfera estadual, a ambientalista da TNC Mato habitantes do território brasileiro.
Grosso, Gina Valmórbida fala sobre a mudança de conceito em relação à
política ambiental no Estado e a ferramenta utilizada pelo poder público em Para melhor entendermos a história do contato entre índios e não ín-
parceria com o setor do agronegócio nesse processo. dios, em Mato Grosso, será importante compreendermos a dinâmica das
frentes de expansão da sociedade brasileira. Pois, em momentos diferen-
“A opinião de setores ambientalistas mundiais durante alguns anos foi tes, atingiram os territórios tribais e passaram a ocupar áreas onde se
construída em cima de números negativos sem que tivéssemos mostrado o localizavam os grupos indígenas, já que a presença desses seres humanos
contraponto, ou seja, aquilo que realmente estava sendo feito e ainda está no continente descoberto suscitou, entre os europeus uma questão de
na busca do equilíbrio, da preservação e da sustentabilidade. O ponto ordem intelectual e prática, já que não tinham a menor ideia de onde pode-
crucial que marca o grande avanço de Mato Grosso foi exatamente a busca ria ter vindo o homem americano.
do que era comum entre os diferentes (ambientalistas e ruralistas). Esse
Para os estudiosos do assunto o homem americano veio das Ilhas do
trabalho de consenso foi feito à época em que Blairo Maggi era o governa-
Pacífico e sua fixação no continente ocorreu por três rumos de migração:
dor do Estado. Ele foi a liderança que conseguiu conquistar espaço e
alguns povos subiram o Estreito de Behring e foram ocupando regiões ao
respeitabilidade necessários para se construir (desde 2004) políticas capa-
sul; outros atingiram a região equatorial e adjacente; outros desceram ao
zes de reduzir o desmatamento, trazer o produtor rural para a legalidade,
Estreito de Magalhães e se disseminaram tomando rumo norte. A hipótese
mudar a realidade no campo e promover a produção sustentável sim”, mais provável é que os povos indígenas que hoje habitam Mato Grosso
disse Valmórbida ao lembrar a implantação do MT Legal no Estado. tenham provindo da região do que hoje é a Colômbia, rumando para o sul,
pelos Andes, por onde encontraram menos dificuldades do que hoje em
Para o secretario de Estado de Meio Ambiente, Vicente Falcão de Ar- dia. Iam de espaços a espaços, em direção ao leste.
ruda Filho, Mato Grosso continua no caminho certo na busca do desenvol-

História e Geografia do MT 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A efetiva colonização pelos portugueses e paulistas, do território, hoje denominados: bakairí, nahukuá, matipúhu, kalapálo, txikão, nambikwára do
compreendido pelo Estadode Mato Grosso, iniciou-se somente 219 anos norte, nambikwára do sul e sabanê. Duas as línguas isoladas: trumái e
após o descobrimento do Brasil. Historiadores e cronistas do século XIX, iránxe.
que estudaram e registraram a evolução da questão indígena, são categó-
ricos em afirmar que o Imperador Pedro II tratou a causa do índio brasileiro Não incluímos aqui as línguas faladas nos Estados de Rondônia e
com bastante particularidade, culminando com a abolição total da escrava- Mato Grosso do Sul. Os povos indígenas se autodenominam como unidade
tura, em 1888, incluíndo-se, aí, negros e índios. Após a Proclamação da tribal. Algumas tribos se compõem de grupos com estruturas próprias de
República ocorreram muitos fatos dignos de nota, porém a questão do cada tribo, dando a impressão aos menos experientes de que esses grupos
índio, apesar dos avanços obtidos, está longe de ter um final feliz. são tribos distintas, quando, na verdade, compõem um todo maior.

Politicamente, os paulistas, com a preação indígena, expandiram as Os paulistas e em geral os brancos, ao encontrarem pela primeira
fronteiras do Brasil em benefício da Coroa portuguesa. O surgimento vez povos indígenas não perguntaram a alguém desse povo o nome da
de Cuiabá e consequente colonização em terras mato-grossenses é resul- tribo. Ou adotaram nomes utilizados por povos vizinhos ou deram nome por
tado de preia do homem americano. conta própria. Chamaram paresi, quando o nome autóctone é halíti. Cha-
maram canoeiro de Mato Grosso, quando o certo é rikbáktsa. Iránxe, quan-
Organização Tribal do mynky. Chamarambororo, quando é boe. Chamaram xavante, quando
é a’wen. São alguns exemplos.
Marcos Bergamasco
Marco Bergamasco

Cerimônia sagrada do Kuarup, no Xingú


Índio xinguano
Os povos indígenas mato-grossenses se caracterizam por bai-
xa densidade demográfica. Em compensação, muitos são os povos. Damos Os povos indígenas, após encontros de migrações, foram estabilizan-
o nome de povo indígena, à língua por eles falada, à localização geográfi- do o relacionamento entre si, como nações em estado tribal. Respeitavam
ca, aos nomes das aldeias. Ao indicarmos a língua, anotamos as variações ou não, mas conheciam os limites de rios ou vegetações ou altitudes.
dialetais identificadas. Ao indicar o nome do povo ou da aldeia, damos o Firmavam pactos de amizade ou de estado de guerra - explícitos ou táci-
nome em voga entre os não índios, com anexação do nome indígena, tos.
quando possível.
No correr da história, até os dias de hoje, a ação dos brancos não foi
Os estudos antropológicos demonstram que a cada povo indígena boa para os povos indígenas. Reduzidos à escravidão alguns, guerreados
corresponde uma língua. A língua, por sua vez, expressa diversidade de outros, sofridos todos. Os portugueses, espanhóis e brasileiros agiram
pensamento, de filosofia de vida, de costumes, de organização social, de sempre com ares de superioridade, ignorando ou fingindo ignorar os direi-
estrutura educativa, religião. Para se falar corretamente de índios, é neces- tos dos povos indígenas. Os brancos, nos momentos de necessidade,
sário situar o índio num povo determinado. Não existe o índio genérico. como na colonização, ou na Guerra do Paraguai, favoreceram os povos
Existe, sim, o Nambikwara, o Xavante, o Bororo. Cada tribo existe por si e é indígenas, mas nunca os situaram com igualdade, respeitadas as condi-
diferente de qualquer outra. ções típicas tribais. Sempre os trataram como indivíduos isolados uns dos
outros. Não existe comunidade mais una do que a indígena.
Os linguistas não classificaram ainda todas as línguas indígenas,
mas agrupam os falares em filo, tronco, família, língua e dialeto. As línguas Não foi só a escravidão. Uma desdita para os povos indígenas foi o
indígenas brasileiras se dividem em quatro troncos:tupi, macro-jê, arwak e processo de transmigração forçada, onde muitas vezes parte do povo foi
mais um tronco não intitulado, objeto ainda de estudo. Outras línguas não arrancada do habitat para compor vida junto com outra tribo, a centenas de
classificadas se denominam alófilas. Algumas denominações ou grafias são quilômetros de distância, como ocorreu com parte do povo paresi,arrancado
novas, não constando nas publicações especializadas, por serem conheci- da região dos rios Ferrugem e Macaco, estes tributários da Bacia Amazôni-
das apenas ultimamente, como o caso dos nomesrikbákta (descoberta ser ca, para comporem vida com o povo barbádo, na região dos rios Paraguai e
esta a denominação do singular) e manôki (em vez de mynky). A denomi- Bugres, tributários do Prata.
nação manôki foi obtida pelo Pe. Adalberto Holanda Pereira, em 28 de
janeiro de 1995, por declaração dos índios da Aldeia Paredão. Os índios Passadas as guerras de conquista, o pior estava para acontecer. Não
explicaram que o nome mynky significa apenas gente e não o povo mynky. se tomou providência para as condições sanitárias. Sabe-se que os povos
Os não índios denominaram esse povo indígena de iránxe. indígenas não sofriam de certas epidemias, comuns aos brancos, a exem-
plo da gripe e sarampo. Portanto, não possuíam programas de combate ou
Em Mato Grosso encontram-se ainda hoje os quatro troncos linguísti- defesa.
cos falados e mais línguas isoladas. Onze são as línguas faladas do tronco
tupi: Apiaká, tapirapé, kamayurá, zoró, kayabí, auetí, mundurukú, juruna, Muito mais índios pereceram na paz, pelas doenças, do que no tempo
arára, itogapúk e cinta-larga. Nove são as línguas e dialetos do grupo da guerra. Alguns povos desapareceram de todo, a exemplo do arinos, o
macro-jê: mentuktíre, kren-aka-rôre, txukarramãe, suyá, xavante, karajá, marijapéy, o kustenáw, dentre outros, enquanto que definham em estado
bororo, umutína e rikbaktsa. Cinco são do tronco linguístico arwák: paresi, de extinção os trumai e o barbado. Os portugueses, ocupando terra na
salumã, wawrá, mehináku e yawalapiti. Troncos linguísticos ainda não margem direita do Rio Amazonas e missões jesuíticas do Pará, perturba-
ram o estado de vida nativa de povos indígenas, que subiram os rios,

História e Geografia do MT 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
adentrando em Mato Grosso ou passando por aqui, tomando o rumo do Urge, portanto, uma ação conjugada dos órgãos competentes para sal-
poente. vaguardar a integridade física e cultural destes grupos, pois, mesmo diante
da especificidade da questão e latência dos conflitos aqui expressados de
O povo juruna fugiu da influência das missões; o povo parintintím, forma genérica, fica patente a urgência desta ação diante das contingên-
pressionado por povos indígenas inimigos subiram até a altura da barra do cias especiais que os envolvem. Numericamente frágeis, indefesos em seu
Rio Arinos e daí rumou para oeste. Programas oficiais intentaram sempre sistema imunológico diante das doenças infecto-contagiosas, e distante de
atrair os povos indígenas para os costumes dos brancos. Por vezes força- compreender a realidade que os cerca, sobre eles paira uma constante e
ram a assimilação, sob denominação vela de aculturação, ignorando ou inexorável ameaça de extinção a cada eventualidade de contato.
fingindo ignorar os direitos dos povos indígenas à vida tribal. A aculturação
ocorre naturalmente e não à força, a mando. Casos como o massacre dos isolados Nambikwára do Rio Omerê
(RO), em 1985, exterminados a mando do proprietário da Fazenda Ivipitan,
Índios Isolados em Mato Grosso face a ação tardia e complacente da FUNAI, caracteriza a fragilidade des-
Claude Levi-Strauss tes grupos e os desmandos políticos que concluíam por seu extermínio.
Habitantes de territórios ambicionados pelo grande capital, ou vítimas
de invasões contínuas das levas de incautos sem-terra, empurrados pelo
grande latifúndio para as regiões mais inóspitas, estes grupos indígenas
sobrevivem hoje em situações críticas, a cada dia agravadas pelo recru-
descimento contínuo das tensões e conflitos fundiários que se alastram
pelas últimas áreas verdes do Estado. Verdes sim, mas não tão desabita-
das como querem fazer crer os grandes projetos colonizadores e empreen-
dimentos exploradores, que reincidentemente tem vilipendiado as terras
indígenas no Estado de Mato Grosso. - Texto extraído do livro Dossiê
Índios em Mato Grosso - páginas 170, 171, 172 - OPAN - CIMI/MT, João C.
Lobato e Rosa C. Cartagenes.
Ações Antrópicas Relevantes
Assessoria
Índios bororo
O Estado de Mato Grosso tem se caracterizado nas últimas décadas
por um desenvolvimento violento e caótico em detrimento de
seu ecossistema e de seus habitantes primeiros. Dezenas de povos indíge-
nas constantemente violentados, outros exterminados por uma postura
pseudo-desenvolvimentista, mas que na realidade não consegue sequer
suprir as necessidades básicas de seus munícipios, senão a ganância de
seus governantes.
Não obstante este famigerado desenvolvimento, muitos povos e grupos
indígenas, remanescentes daqueles exterminados, conseguiram resistir ao
trágico confronto com as frentes colonizadoras. Alguns ainda mantêm-se
isolados do contato com os vários segmentos nacionais. A estes denomi-
namos índios isolados.
Entende-se por índios isolados os povos ou grupos indígenas que não A demarcação de terras indígenas sofre pressão dos interesses desen-
mantém contato direto com nenhum segmento da sociedade brasileira. volvimentistas
Vulgarmente denominados índios arredios. Esta alcunha por si expressa a As terras indígenas são aquelas reconhecidas pela Fundação Nacio-
ótica pejorativa a que estão sujeitos estes grupos, constantemente lesados nal do Índio, FUNAI, incorporadas no processo de regularização fundiária,
em seus direitos e em sua identidade enquanto culturas autóctones. que muitas vezes têm tido suas regras alteradas em função de interesses
Estes grupos, autônomos ante a organização sócio-econômica e políti- políticos do momento.
ca da sociedade nacional, mantém um proposital distanciamento da popu- Pode parecer, sob certos ângulos de análise, que se tenta encami-
lação envolvente, por um processo de fuga constante diante da presença nhar uma trajetória de resoluções objetivas e protetoras das terras e rique-
avassaladora do colonizador. Disto depreenderam a necessidade de um zas indígenas. Ao contrário, cada vez que os índios conseguem operacio-
afastamento singular, sem aliados substanciais, na tentativa de se preser- nalizar regras, que não raro são longamente discutidas, elas são modifica-
varem das balas e bacilos do homem branco. Em outros momentos este das. A internalidade desse contexto que é eminentemente político-
intenso nomadismo forçado se dá por uma conjugação de fatores que ideológico é invariavelmente mascarada por questões de ordem técnico-
também podem incluir o acirramento de relações bélicas com povos indíge- científicas, com repercussões sobre os aspectos legais e processuais.
nas vizinhos, de índole mais aguerida e numericamente mais forte. Assim, o conceito de terra indígena, utilizado oficialmente para designar a
Hoje se constata através de fontes diversas, a existência atual de mais área destinada à posse e usufruto de sociedades indígenas é temporal e
de meia centena de grupos indígenas isolados em território nacional, sendo dependente das reivindicações indígenas, do que consideram como territó-
que no Estado de Mato Grosso, existem, pelo menos oito grupos indígenas rio efetivamente necessário à produção e reprodução da vida e dependente
ainda sem contato. A dificuldade em efetuar um levantamento preciso de das pressões dos interesses desenvolvimentistas.
dados referentes a estes é inerente às circunstâncias que os envolvem, A avaliação das ações antrópicas relativas aos índios, remete, pois,
considerando-se os constantes deslocamentos e esconderijos sob o manto aos impactos negativos que incidem sobre as sociedades indígenas e suas
protetor da floresta, onde pretensamente acreditam-se salvaguardados da aspirações e não, apenas, sobre o ambiente contido pelas terras indígenas
destruição civilizatória. oficialmente reconhecidas. Isto leva os índios a transmutação territorial;
Muitos desses grupos são remanescentes de povos indígenas que há desagregação social; desagregação cultural; deteriorização da saúde;
muito desapareceram dos registros históricos, sendo dados como extintos. dispersão demográfica e despopulação.
Outros são frações de povos que ainda hoje resistem ao avanço, predatório Indicadores de ações antrópicas
e desordenado, do grande capital sobre as últimas áreas virgens
daAmazônia, e que se separaram em função de cisões internas ou disper-
sões inesperadas causadas pelas constantes fugas e guerras.

História e Geografia do MT 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Com base nos pontos de vista apresentados foram escolhidos os in- a seguir: Estradas, Exploração Madeireira, Exploração Mineral, Hidrelétri-
dicadores mais relevantes das ações antrópicas que têm interferido negati- cas. http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/indexint.php?sid=262
vamente nas terras indígenas.
O indicador “Estradas” refere-se a intervenções autorizadas ou não pe- Em todo o Brasil, vivem, em 546 áreas, aproximadamente 330 mil cidadãos
los índios no interior de suas terras e também localizações tangenciais; brasileiros indígenas, que falam 170 línguas. Em 1500, ano do "Descobri-
“Explorações madeireira e mineral” indicam atividades econômicas desses mento" estima-se que havia aqui em torno de 3 milhões de pessoas.
tipos, com a participação ou não dos índios; e, finalmente, “Hidrelétricas”
considera os empreendimentos que tenham implementado pelo menos a Atualmente residem no Estado de Mato Grosso mais de 28 mil índios de 38
fase inicial de inventário, segundo critérios de localização dentro das terras etnias diferentes. Há indícios de outros 9 povos ainda não contatados e não
indígenas, tangencial a elas, ou locados na mesma bacia hidrográfica com identificados oficialmente.
nitidez de interferências danosas aos índios, como apresentado na listagem
Confira na tabela abaixo.

POVO INDÍGENA POPULAÇÃO GRUPO LINGUÍSTICO LOCALIZAÇÃO

Rio dos Peixes, em


Apiaká 167 Tupi Guarani
Juara

Arara 160 Tupi-Rama-Rama Aripuanã e Colniza

Aweti 114 Tupi-Rama-Rama Gaúcha do Norte

900 pessoas, Nobres, Paranatin-


Bakairi distribuídas em Karib ga e Planalto da
11 aldeias Serra

General Carneiro,
Rondonópolis, San-
Bororo 1.030 Macro-Jê to Antonio do Le-
verger e Barão do
Melgaço

Chiquitano 270 Aruak Cáceres

Cinta-Larga 982 Tupi-Mondé Aripuanã e Juína

Sapezal, Comodoro
Eawenê-Nawê 315 Aruak
e Juína

Guató 38 Barão de Melgaço

História e Geografia do MT 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Ikpeng 281 Karib Feliz Natal

Irantxe 280 Língua isolada Brasnorte

Peixoto de Azeve-
Kayapó (Mebengôkre) 800 Jê do, São José do
Xingu.

Kalapato 362 Karib Querência

Kamayurá 317 Tupi Guarani Gaúcha do Norte

O território Karajá
se estende por
todas a regiões do
Vale do Araguaia,
entre os Estados de
Goiás, Tocantins,
Karajá 1.624 Macro-Jê
Mato Grosso e
Pará, concentrando-
se principalmente
no Parque Indígena
da Ilha do Bananal
(TO).

Rio dos Peixes,


Kayabi 892 Tupi Guarani
Juara.

Kuikuro 404 Karib Gaúcha do Norte

Matipu 98 Karib Gaúcha do Norte

Mehinaku 183 Aruak Gaúcha do Norte

Myky 69 Língua isolada Brasnorte

Rio dos Peixes,


Munduruku 89 Tupi
Juara.

História e Geografia do MT 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Nahukwá 92 Karib Gaúcha do Norte

1.511 pessoas,
em 17 aldeias Comodoro, Pontes
Nambikwara São vários sub- Língua não classificada. Lacerda, Nova La-
grupos, com cerda e Sapezal.
dialetos próprios.

São Félix do Xingu


Panará 285 Macro-Jê e Guarantã do Nor-
te.

Tangará da Serra,
Diamantino, Campo
Novo do Parecis,
Paresi 1.189 Aruak
Pontes e Lacerda,
Comodoro e Sape-
zal.

910 pessoas, em Brasnorte, Juara e


Rikbaktsa Macro-Jê
34 aldeias Cotriguaçu.

Suyá 245 Macro-Jê Querência

Surui 218 Tupi Mondé Arupuanã

Tapayuna 45 Macro-Jê São José do Xingu

Tapirapé 475 Tupi Guarani Santa Terezinha

Terena 285 Aruak Rondonópolis

Trumai 102 Isolada Feliz Natal

Umutina 280 Macro-Jê Barra do Bugres

História e Geografia do MT 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Waurá 280 Aruak Gaúcha do Norte

Água Boa, Parana-


tinga, Nova Xavan-
tina, Barra do Gra-
12.480 pessoas, ças, Campinápolis,
Xavante Macro-Jê
em 104 aldeias Novo São Joaquim,
Canarana, Ribeirão
Cascalheira e Ge-
neral Carneiro.

Yawalapiti 212 Aruak Gaúcha do Norte

Yudjá (Juruna) 225 Tupi Marcelândia

Zoró 340 Tupi-Mondé Rondolândia.

POPULAÇÃO TOTAL 28.510

Fontes: CIMI, ISA e Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso


http://www.achetudoeregiao.com.br/MT/povos_indigenas_mato_grosso.htm
Bibliografia
http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/indexint.php?sid=262

História e Geografia do MT 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

PROVA SIMULADA

1 - O Tratado de Madri praticamente definiu a atual configuração do samento da ocupação ao longo dos rios;
território brasileiro, estabelecendo as fronteiras entre terras espanholas e (D) nas primeiras décadas do século XX, iniciou-se a ocupação pioneira
portuguesas. O princípio que orientou os negociadores desse tratado das terras de mata com lavoura comercial;
estabelecia que: (E) nas últimas décadas do século XX, processou-se a ampliação da
(A) as populações locais, nas regiões em litígio, podiam escolher a fronteira agrícola com a implantação de empresas de agricultura moder-
metrópole à qual se submeteriam; nizada.
(B) a ocupação das regiões fronteiriças seria resolvida mediante inter-
venção militar; 3 - Sobre os motivos da Guerra do Paraguai avalie as afirmativas a
(C) a posse definitiva das áreas em litígio seria definida por compra e seguir:
indenizações; I - Os países que utilizavam os rios da bacia platina mantinham relações
(D) a demarcação da fronteira nas regiões litigiosas seria estabelecida diplomáticas tensas devido a questões sobre a livre navegação dos rios.
pelas populações locais; II - O conflito teria sido fomentado pelo imperialismo inglês, que não
(E) a posse das terras caberia àqueles que as estivessem ocupando. aceitava o desenvolvimento autônomo adotado pelo Paraguai.
III - O processo de formação dos Estados nacionais na América Latina
2 - Sobre o povoamento de Mato Grosso, assinale a alternativa ERRA- deu origem a países com fisionomia própria e, a partir daí, à luta entre
DA: eles por uma posição dominante no continente.
(A) no início do século XVIII, nas antigas áreas de mineração, foram (A) apenas a afirmativa I está correta;
instaladas as primeiras vilas, como Vila Bela e Cuiabá; (B) apenas a afirmativa II está correta;
(B) ao longo do século XIX, as áreas de cerrado foram ocupadas por (C) apenas a afirmativa III está correta;
latifúndios pecuaristas; (D) apenas as afirmativas I e III estão corretas;
(C) no início do século XIX, a economia da borracha provocou um aden- (E) todas as afirmativas estão corretas.

História e Geografia do MT 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


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IV - A ocupação da “fronteira agrícola” deu origem a graves conflitos pela
4 - “Em uma sociedade não industrializada, o núcleo urbano tem variadas propriedade da terra.
funções – centro comercial, pólo de relações e comunicações, sede dos (A) apenas as afirmativas I e II estão corretas;
organismos de educação, entre outras. Ele é sempre um elemento de (B) apenas as afirmativas III e IV estão corretas;
organização do meio rural circundante e sede do poder político. Nele se (C) apenas as afirmativas II e III estão corretas;
concentra a autoridade sobre a redondeza”. (D)apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas;
Queiroz, Maria Isaura Pereira de in HGCB, volume I, cap.III. pág.180 (E) todas as afirmativas estão corretas.
No Brasil, na passagem do Império para a República persistia essa
estrutura econômico-política e com ela persistiam os “coronéis”. A origem 9 - O desmatamento e as queimadas, provocadas por produtores rurais
dessa denominação marcial está: para a abertura de novas áreas de plantio, constituem as principais
(A) nos títulos da Guarda Nacional criada, depois da independência, para ameaças ao meio ambiente mato-grossense. Entre as consequências do
auxiliar na manutenção da ordem e para defender a Constituição; desmatamento temos, EXCETO:
(B) na hierarquia dos postos do exército brasileiro surgida, após a Guerra (A) a diminuição da lâmina d’água dos rios devido ao assoreamento
do Paraguai, para promover o policiamento local; causado pela erosão;
(C) no prestígio dos líderes políticos, no final do Império, devido aos (B) a alteração do regime dos rios devido à destruição das matas ciliares;
direitos de herança e à capacidade de prestar favores; (C) a diminuição do efeito estufa pela maior absorção de gás carbônico
(D) na concessão de títulos de nobreza pelo imperador, depois da maio- pelas plantas devido à fotossíntese;
ridade, para prevenir revoltas regionais; (D) o aumento da velocidade de escoamento das águas superficiais
(E) na ação da Igreja, desde o período colonial, determinada a manter a devido à retirada da cobertura florestal;
hierarquia social e o prestígio dos “homens bons”. (E) a mudança das condições climáticas regionais devido à diminuição
da evapo-transpiração.
5 - “Espalhada a notícia de que os “adotivos”, que formavam o poder
econômico da Província, preparavam-se para eliminar as mais importan- 10 - Os ecossistemas que ocupam maior área em Mato-Grosso são:
tes figuras ligadas à exaltação nacionalista, os “zelosos” decidiram tomar (A) a floresta pluvial, o cerrado e o pantanal;
a iniciativa. Na noite de 30 de maio de 1834 iniciou-se a desordem: (B) o cerrado, a caatinga e a mata tropical;
assalto às residências dos adotivos, ataques e saques no comércio.” (C) os campos de altitude, o pantanal e o cerrado;
História Geral da Civilização Brasileira, parte II, volume 2, pág. 182. (D) os manguezais, a floresta pluvial e o cerrado;
Este episódio é conhecido como: (E) os campos sujos, o cerrado e o cerradão.
(A) a crise;
(B) a rusga; 11 - “Os projetos de desenvolvimento sustentável visam à explora-
(C) a noite; ção do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos
(D) o pronunciamento; ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
(E) o levante. biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma social-
mente justa e economicamente viável.”
6 - Os governos militares deram início, na década de 70 do século pas- Atlas Geográfico Escolar. IBGE. 2002.
sado, a uma política de integração e ocupação espacial da qual o estado São consideradas atividades de uso sustentável dos recursos
de Mato Grosso é grande beneficiário. naturais, EXCETO:
Entre as ações que orientaram essa política temos a: (A) extração de madeira, de acordo com um plano de manejo;
(A) instalação de grandes projetos agropecuários mediante incentivos (B) coleta controlada de produtos florestais;
fiscais; (C) pesca controlada;
(B) implantação de uma infra-estrutura viária graças às parcerias público- (D) controle de populações de animais silvestres em unidades de
privadas; conservação;
(C) construção de usinas termelétricas devido ao baixo preço do gás (E) agricultura familiar nas frentes de expansão.
importado da Bolívia;
(D) adoção de uma estrutura fundiária menos concentrada devido à 12 - Além da atuação do Estado no reordenamento territorial, grupos
abundância do fator terra; privados e particulares, estimulados pelas políticas públicas, implantaram
(E) implantação de projetos extrativistas segundo os critérios de desen- numerosos projetos de colonização em Mato Grosso.
volvimento sustentável. Oliveira, Ariovaldo U. Agricultura Brasileira: transformações recentes.
EDUSP. 2001.
7 - “Segundo alguns organismos internacionais de proteção ambiental, Sobre as consequências espaciais desses projetos, analise as afirmati-
um dos biomas brasileiros mais ameaçados devido às pressões sócio- vas a seguir:
econômicas é o cerrado. A estimativa é que, a cada ano, desaparecem I - fizeram surgir cidades como Sinop, Sorriso e Alta Floresta;
dois milhões II - estimularam os fluxos migratórios inter-regionais;
de hectares da cobertura original. Se essas pressões continuarem o III - abriram novas fronteiras agrícolas;
bioma pode desaparecer até 2030”. IV - intensificaram os conflitos entre sem-terra, posseiros e grileiros;
Folha de São Paulo, 04/02/2005 (A) apenas as afirmativas I e III estão corretas;
As atividades que mais contribuem para essa situação são: (B) apenas as afirmativas II e IV estão corretas;
(A) a produção de carvão e a expansão da agricultura; (C) apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas;
(B) o crescimento do agronegócio e a extração mineral; (D) apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas;
(C) a expansão da pecuária e a atividade siderúrgica; (E) todas as afirmativas estão corretas.
(D) o extrativismo vegetal e a pesca predatória;
(E) a construção de hidrelétricas e a indústria madeireira. 13 - “Durante quatro séculos Mato Grosso é, do ponto de vista da produ-
ção, um verdadeiro espaço natural, onde uma agricultura e uma pecuária
8 - A economia de Mato Grosso, após a divisão de 1977, apresenta extensivas são praticadas ao lado de uma atividade elementar de mine-
crescimento expressivo devido à expansão da agricultura. Sobre a agri- ração. Com a redescoberta do cerrado, graças à revolução técnicocientí-
cultura mato-grossense analise as afirmativas a seguir: fica, criaram-se as condições locais para uma agricultura moderna, um
I - Os cultivos de soja e de algodão ocupam as maiores áreas cultivadas consumo diversificado e, paralelamente, uma nova etapa de urbaniza-
e aplicam modernas técnicas agrícolas. ção, em virtude também do equipamento moderno do país. Graças às
II - O aumento da produção agrícola é consequência do aumento da área novas
cultivada e do aumento do rendimento por unidade de área. relações espaço/tempo, cidades médias relativamente espaçadas de-
III - A explosão agrícola atraiu numerosa população de imigrantes na sua senvolvem-se com rapidez, instalando de uma só vez toda a materialida-
maioria provenientes da Região Sul.

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de contemporânea indispensável a uma economia exigente de movimen- 17. Com a Revolução de 1930 e a chegada ao poder de Getúlio Vargas,
to.” o Brasil ganhou uma nova configuração política. Em relação a este
Santos, Milton. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. período em Mato Grosso, não se pode afirmar.
Ed.Record. São Paulo, 2001. a. As ações repressivas tomadas pelo primeiro interventor em Mato
Sobre o processo de urbanização de Mato Grosso NÃO podemos afirmar Grosso, Antonino Mena Gonçalves, foram bem recebidas pela oligarquia
que: agrária do Estado.
(A) a concentração da população em núcleos urbanos isolados é expli- b. A parte sul do então Estado de Mato Grosso, sob o comando do
cada pela descontinuidade do povoamento; general Bertoldo Klinger, aderiu à Revolução Constitucionalista de 1932,
(B) o dinamismo das cidades médias é consequência de uma ocupação encabeçada por São Paulo, arregimentando tropas e enviando-as para o
espacial feita a partir de grandes investimentos de capital; conflito.
(C) a presença de uma classe média urbana de alto poder aquisitivo c. A adesão dos habitantes da parte sul do Estado de Mato Grosso à
justifica a modernidade dos serviços e equipamentos de lazer; Revolução Constitucionalista de 1932 teve como consequência a forma-
(D) o rápido processo de urbanização ocorre paralelamente à abertura de ção de um governo independente de Cuiabá, gerando assim uma duali-
novas frentes de expansão do povoamento; dade governativa.
(E) a concentração fundiária atua como freio às mudanças sociais e d. O governo do interventor Júlio Muller foi marcado por obras que muda-
econômicas, desacelerando o processo de urbanização. ram a paisagem urbana de Cuiabá, como, por exemplo, a construção do
Cine Teatro Cuiabá, do Grande Hotel e da avenida Getúlio Vargas.
14. Ao sistema de abastecimento e de transporte de pessoas, implemen- e. A Marcha para o Oeste, desenvolvida durante o governo Vargas,
tado através dos rios, que se dirigiam a Mato Grosso no período colonial, visava ocupar extensas áreas de terras do oeste brasileiro, processo
deu-se o nome de Monções. Em relação a esse sistema, é incorreto este, que resultou na formação de cidades na região sul do Estado de
afirmar. Mato Grosso.
a. Os varadouros eram partes do trajeto, em que as canoas e as baga-
gens eram carregadas no ombro dos índios ou dos africanos, atraves- 18. Em relação à história do movimento que levou ao processo de
sando trechos de terra, localizados entre as cabeceiras dos rios navega- divisão do Estado de Mato Grosso, é correto afirmar.
dos. a. A divisão do Estado de Mato Grosso e a criação do Estado de Mato
b. Os índios aliados auxiliaram os paulistas como guias nas viagens, uma Grosso do Sul foram resultado de um processo democrático desenvolvi-
vez que dominavam as melhores rotas a percorrer, identificavam as do durante o governo do general Ernesto Geisel.
cachoeiras, suas transposições e os varadouros. b. Antes da decisão do presidente Ernesto Geisel, de dividir o Estado de
c. Esse sistema era feito duas vezes ao ano e a viagem durava de quatro Mato Grosso essa questão não havia sido objeto de debates, ações e
a seis meses, dependendo do volume das águas. disputas entre lideranças políticas das regiões sul e norte do Estado.
d. As monções que se dirigiam de São Paulo para Mato Grosso percorri- c. Essa cisão territorial representou a concretização de lutas históricas,
am um único roteiro, saindo de Porto Feliz, seguindo pelos rios Tietê, defendidas por lideranças políticas do sul de Mato Grosso, que remon-
Grande, Pardo, Coxim, Taquari, Paraguai, São Lourenço e Cuiabá. tam ao final do século XIX.
e. Os produtos agrícolas, de primeira necessidade, como o feijão, a d. A divisão não foi um processo tranquilo porque as lideranças políticas
mandioca, a farinha de mandioca, a cachaça e o açúcar eram produzidos de Cuiabá e Campo Grande tinham interesses e objetivos comuns.
em localidades próximas a Cuiabá. Tudo o mais de que os mineradores e. Os dois Estados, resultantes da divisão, tiveram seu desenvolvimento
necessitavam, chegavam das capitanias de São Paulo ou do Grão-Pará. econômico e populacional comprometidos por aquele processo.

15. Quanto à Rusga, revolta que se desenvolveu em Mato Grosso duran- 19. Leia o texto abaixo:
te a Regência, pode-se afirmar. A colonização na década de 1970 teve um peso determinante para essas
a. Foi composta majoritariamente pelos Caramurus, grupo político que regiões. Expressando a realidade da ‘nova ocupação’, Rondônia e Mato
desejava o retorno de Dom Pedro I e a volta do Brasil à condição de Grosso viram nascer cidades e municípios, cuja expansão e organização
colônia. foram fundamentais à conformação de um espaço social, em que os
b. Havia uma forte articulação dos revoltosos com movimentos seme- investimentos capitalistas, a constituição de um mercado de mão-de-obra
lhantes que se desenvolviam no Pará, na Bahia e no Rio Grande do Sul. e a extensão de um poder político tiveram um lugar privilegiado.
c. Foi um movimento popular, tendo sido plural em suas reivindicações, (GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz. A lenda do ouro verde: política de
como a defesa da abolição da escravatura. colonização no Brasil
d. Os liberais radicais, liderados por Poupino Caldas, desejavam, com a contemporâneo. Cuiabá: Unicen, 2002. p. 144).
Rusga, expulsar da província e exterminar o poder dos grandes comerci- Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
antes, proprietários de terras e de escravos. a. As novas cidades a que o texto se refere são Alta Floresta, Sinop e
e. Foi organizada pela Sociedade dos Zelosos da Independência, com- Vila Bela da Santíssima Trindade.
posta por elementos da elite burocrática, profissionais liberais e compo- b. O atual estado de Rondônia, referido no texto, foi desmembrado de
nentes da Guarda Nacional. Mato Grosso em 13/09/1943 pelo Decreto-lei 5.812.
c. O espaço social e geográfico mato-grossense, na década de 1970, era
16. Nas primeiras duas décadas da República em Mato Grosso, ocorre- ocupado por diversos povos indígenas, dentre eles os Bororo e os Paia-
ram intensas disputas políticas, tendo como marca o fenômeno do coro- guá.
nelismo. É característico desse processo. d. A ‘nova ocupação’ a que o texto se refere foi um exemplo de coloniza-
a. Ausência de violência nas disputas políticas e solução das divergên- ção racional dos recursos naturais quando esta optou pela pequena
cias por intermédio de acordos e alianças. propriedade da terra e pela diversificação da lavoura.
b. Em Mato Grosso o poder e influência das oligarquias estavam concen- e. Os antigos caboclos que moravam nessa região, sobretudo no norte
tradas nas mãos de diversas famílias, que ora se uniam, ora se separa- de Mato Grosso, e que viviam da agricultura de subsistência e do extrati-
vam, de acordo com seus interesses. vismo, foram os mais beneficiados com essa ‘nova ocupação’.
c. O poder das oligarquias e dos coronéis foi obstáculo para que os
governantes pudessem levar a contento os seus projetos, uma vez que 20. A crise econômica mundial deflagrada no segundo semestre de 2008
esses se negavam a afirmar alianças e compromissos. deixou em alerta os agricultores e pecuaristas de Mato Grosso. Nesse
d. As disputas entre o comerciante Generoso Ponce e o usineiro Totó sentido, é correto afirmar.
Paes, foram marcadas pela cordialidade e alto nível, chegando sempre a a. A totalidade dos produtos do campo matogrossense é vendida no
um entendimento aceito por todos. mercado interno e, portanto, não tem qualquer relação com a crise inter-
e. A ascensão de Dom Aquino Corrêa ao governo de Mato Grosso signi- nacional.
ficou o predomínio de uma das frações oligárquicas na disputa conhecida b. A agricultura e a pecuária mato-grossenses são subsidiadas pelo
como “Caetanada”. governo federal e por isso estão imunes a qualquer diminuição do con-
sumo dos países estrangeiros.

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c. A agricultura mato-grossense tem por base a diversificação da produ- b. A maioria das usinas se localizava às margens dos rios para facilitar o
ção em pequenas e médias propriedades, o que a torna adaptável às escoamento da safra e transportar a cana para processamento.
mudanças externas. c. A produção açucareira em Mato Grosso, no referido período, era
d. O maior mercado dos produtos do campo matogrossense é a União superada apenas pela extração da poaia, em termos de arrecadação de
Europeia que, até este momento, está imune à crise econômica nortea- impostos.
mericana. d. A maior parte da produção das usinas era exportada para a Europa e
e. Uma parte significativa da produção agropecuária de Mato Grosso é os Estados Unidos.
exportada para os mercados europeu e asiático que foram, em diferentes e. Os proprietários das usinas tiveram pouca ou nenhuma participação
níveis, afetados pela atual crise econômica. na vida política de Mato Grosso durante esse período.

21. A escravidão negra em Mato Grosso teve início concomitantemente


25.Entre dezembro de 1864 e meados de setembro de 1865, o Paraguai
com a mineração no século XVIII e continuou a existir em outras ativida-
esteve na ofensiva militar, ao invadir o território brasileiro e o argentino.
des econômicas mesmo depois da decadência das minas. Na segunda
Solano López planejou uma guerra relâmpago que, se bem-sucedida,
metade do século XIX, a cidade de Cuiabá concentrava uma quantidade
resultaria em um novo equilíbrio de poder no Prata. O plano, porém, foi
expressiva de escravos.
frustrado por um conjunto de fatores. (...) Envolvido por uma guerra
Sobre o tema, assinale a alternativa incorreta.
inesperada, o Império do Brasil foi surpreendido com o Exército despre-
a. Os escravos que viviam na cidade, longe de feitores e capatazes,
parado a ponto de, seis meses depois de iniciada a luta, não ter conse-
eram vigiados pela polícia que era responsável pela conservação da
guido tomar a ofensiva. Mato Grosso (...) tornou-se alvo fácil para a
ordem e dos interesses dos seus proprietários.
invasão paraguaia. (Francisco Fernando Manteoliva Doratioto,Maldita
b. Muitos escravos que trabalhavam no campo, algumas vezes, cultiva-
guerra - Nova história da Guerra do Paraguai) Na Guerra do Paraguai, as
vam um pequeno roçado, cujo excedente era vendido, obtendo-se assim
operações militares paraguaias começaram com a invasão do Mato
um pequeno pecúlio.
Grosso, que pode ser explicada pela
c. O aluguel de escravos foi uma prática muito comum em Mato Grosso e
a) disputa territorial entre o Mato Grosso e a Bolívia.
era realizado tanto por particulares como por órgãos provinciais.
b) interferência do Mato Grosso na guerra do Chaco.
d. O escravo de ganho era uma prática predominantemente urbana e
c) recusa do Brasil em permitir a livre navegação no Prata.
dentre as principais atividades que realizava, destacam-se a venda de
d) condição de ser a província mais isolada e desprotegida do Império.
doces e quitutes e o abastecimento das casas de água potável.
e. Os escravos podiam ter ‘casas de negócio’, uma atividade à parte, que
não era condicionada à autorização do seu senhor.
26. Eram sem conta os exageros que logo correram mundo a respeito
das novas minas e a fama de Cuiabá (...) De granetes de ouro, contava-
22. Para muitos historiadores, as práticas políticas durante a Primeira
se, serviam-se os caçadores em suas espingardas, à guisa de chumbo, e
República em Mato Grosso (1889-1930) tiveram algumas características
de ouro eram as pedras em que nos fogões se punham as panelas. A
que as aproximavam das de outras unidades da federação e de outras
tanto chegava a abundância do metal precioso que, arrancando-lhe
que as singularizavam.
touceiras de capim nos matos, vinham as raízes vestidas de ouro. Mas
Com relação ao tema, assinale a alternativa correta.
não era essa riqueza que a princípio impelira os sertanistas para o remo-
a. O confronto armado entre grupos políticos rivais foi uma exceção em
to sertão. (...) O primeiro paulista (...) a alcançar as beiradas do Rio
Mato Grosso, durante esse período.
Cuiabá foi, ao que se sabe, Antônio Pires de Campos e este ia, não em
b. A violência política em Mato Grosso, nesse período, pode ser explica-
busca do metal precioso (...) O segundo foi Pascoal Moreira Cabral (...)
da pela existência de uma sociedade urbana e industrial.
(Sérgio Buarque de Holanda, As Monções, In: História Geral da Civiliza-
c. A propriedade de grandes extensões de terra e o controle de um
ção Brasileira) A presença dos sertanistas nas origens do Mato Grosso
considerável contingente de trabalhadores constituem um dos pilares do
está diretamente relacionada com a
mandonismo dos chefes políticos do período no Estado.
a) produção de açúcar para o mercado externo.
d. A violência política do período foi, em grande medida, amenizada
b) exploração da erva-mate para o consumo interno.
devido à organização dos trabalhadores rurais que exigiam maior trans-
c) procura e captura de índios para serem escravizados.
parência nas ações políticas.
d) demarcação das fronteiras com a América espanhola.
e. Mesmo devido à predisposição para o conflito armado, os partidos
políticos rivais no Estado possuíam um programa amplo de reformas das
27.Espalhada a notícia de que os adotivos, que formavam o “poder
bases econômicas e sociais que incluía a participação efetiva das mulhe-
econômico” da Província, preparavam-se para eliminar as mais importan-
res.
tes figuras ligadas à exaltação nacionalista, os “zelosos” decidiram tomar
Postado por Edenilson Morais
a dianteira. (...) Reunidos na residência de Joaquim de Almeida Falcão,
presidente da Câmara de Cuiabá e dos “zelosos” (...) deliberaram agir
23. O movimento promovido pelo Governo Federal objetivando a ocupa-
imediatamente. E na noite de 30 de maio de 1834, tomado pela Guarda
ção e colonização das terras mato-grossenses, sob o patrocínio do
Nacional o quartel dos Municipais Permanentes, armada a tropa desen-
presidente Getúlio Vargas, e implementado, principalmente, a partir de
freada, cercadas as casas dos adotivos de maior evidência, a um toque
1937, tinha como meta fazer com que as fronteiras econômicas e políti-
de clarim, que era o sinal combinado, iniciou-se a desordem: assaltos às
cas se convergissem para que a nação se constituísse territorialmente
residências de adotivos, ataques e saques no comércio. (Arthur Cezar
num bloco homogêneo foi denominado de:
Ferreira Reis, Mato Grosso e Goiás, In: História Geral da Civilização
a. Programa de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil – POLONORO-
Brasileira) O fragmento faz referência
ESTE.
a) à Rusga.
b. Marcha para o Oeste.
b) à rebelião de Tanque Novo.
c. Expedição Roncador-Xingu.
c) ao conflito de limites com o Amazonas.
d. Instituto de Terras de Mato Grosso – INTERMAT.
d) à rebelião comandada pelo coronel Mascarenhas.
e. Comissão Especial de Terras.
28. Leia o texto da historiadora Regina Beatriz Guimarães Neto que
24. Uma das principais atividades da economia mato-grossense, no final
contempla a colonização da região Centro-Oeste, no
do século XIX e nas primeiras décadas do XX, foi a produção de açúcar
contexto da década de 70 do século XX.
e aguardente em larga escala pelas chamadas usinas.
“Esses projetos de colonização passaram a ser um instrumento de poder
Assinale a alternativa correta.
do Estado para direcionar o deslocamento, sobretudo de pequenos
a. Devido ao uso de tecnologia avançada, os trabalhadores das usinas
proprietários, do Sul para o Norte. Para a ditadura militar, era prioritário
eram altamente qualificados e, consequentemente, tinham boa remune-
controlar os movimentos sociais no campo. A “questão da terra” era um
ração.
problema de segurança nacional. Por isso, as empresas de colonização
se beneficiaram dos incentivos financeiros do Estado, através da Supe-
História e Geografia do MT 66 A Opção Certa Para a Sua Realização
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rintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Superin-
tendência de Desenvolvimento Sustentável do Centro-Oeste (Sudeco) e 31. As proposições a seguir apresentam termos relacionados ao meio
outros programas ou projetos governamentais…” ambiente usados sos estados brasileiros, inclusive em
(Revista Nossa História, Ano 2, nº 19, pp 34-38) Mato Grosso. Sobre esses termos e seus significados, assinale V para as
Sobre a colonização do estado de Mato Grosso àquela época, assinale a proposições em que a relação termo-significado é
afirmativa INCORRETA. verdadeira e F para as proposições em que a relação é falsa.
A) Houve desvio, em algumas áreas, dos projetos iniciais de assenta- ( ) Arco do Desflorestamento – faixa contínua de desmatamento que
mento de colonos, sendo a pecuária e a agricultura abandonadas como inclui o norte de Mato Grosso.
atividades principais, em benefício do extrativismo mineral. ( ) Política Estadual de Recursos Hídricos – norma legal que institui as
B) As relações com os povos indígenas foram tensas e conflituosas, formas de uso das águas provenientes das precipitações pluviométricas.
marcadas por invasões de seus antigos territórios e por deslocamentos ( ) Defeso ou piracema – período em que a pesca é proibida para asse-
desses grupos para outras áreas. gurar a reprodução dos peixes.
C) Parte dos pequenos agricultores e dos trabalhadores que desbrava- ( ) Sistema Estadual de Unidades de Conservação – legislação que
ram a região não conseguiu se efetivar como produtores rurais. normatiza o uso das áreas naturais destinadas à conservação das pasta-
D) A expansão da fronteira agrícola não se fez com base em modernas gens nativas.
técnicas de manejo, nem com preocupações de preservação ambiental. Assinale a sequência correta.
E) Os projetos de ocupação foram organizados apenas por empresas A) F, F, V, V
colonizadoras e por grupos privados. B) V, V, F, F
C) F, V, F, V
29. Um dos componentes da base econômica de Mato Grosso é o turis- D) V, F, V, F
mo. A coluna da esquerda apresenta quatro pólos turísticos do Estado e E) F, V, V, F
a da direita algumas de suas características. Numere a coluna da direita
de acordo com a da esquerda. 32. Sobre características geográficas e questões ambientais de Mato
Grosso, assinale a afirmativa INCORRETA.
( ) Atrai visitantes interessados em conhecer a biodiversidade da Floresta A) Os rios mato-grossenses que integram a Bacia Paraguai�Paraná
Amazônica. Na região do rio Teles Pires é possível observar pássaros drenam a porção norte do Estado; caracterizam-se
exóticos e macacos de espécies raras. pelo escoamento lento, propício à construção de hidrelétricas que podem
( ) Local onde se localizam as praias do rio Araguaia que atraem turistas causar danos ao meio ambiente.
para o Festival de Praia de Inverno. Oferece também turismo de aventura B) O cerrado é um tipo de vegetação que recobre grande parte do territó-
nas serras do Roncador e Azul. rio mato-grossense, formado por arbustos,
( ) Atrai turistas que praticam o ecoturismo e o turismo de pesca. Carac- gramíneas e árvores de galhos retorcidos e casca grossa, cada vez mais
teriza-se pela exuberante biodiversidade que se distribui em um mosaico ameaçado pela implantação de projetos
de áreas secas, alagadas e parcialmente inundadas. agropecuários.
( ) Seu potencial deve-se à beleza das cachoeiras como a Véu da Noiva C) Em Mato Grosso predominam dois tipos climáticos: Clima Equatorial
e a das Andorinhas. Possui ainda sítios arqueológicos e Úmido na porção norte e Clima Tropical
cavernas como a Casa de Pedra, a Lagoa Azul e a Gruta do Francês. Alternadamente Seco e Úmido, na porção centro-sul e leste; no período
1 – Chapada dos Guimarães seco, a qualidade do ar é prejudicada devido
2 – Pantanal Mato-grossense ao elevado número de queimadas.
3 – Leste Mato-grossense D) A fauna mato-grossense possui grande variedade de espécies distri-
4 – Norte Mato-grossense buídas pelas diferentes paisagens vegetais;
Assinale a sequência correta. algumas, como a arara-azul, estão ameaçadas pelo tráfico ilegal de
A) 3, 1, 4, 2 animais silvestres.
B) 1, 2, 3, 4 E) Os solos do Estado de Mato Grosso apresentam diferentes graus de
C) 4, 3, 2, 1 fertilidade e, pela retirada da vegetação nativa,
D) 4, 3, 1, 2 ficam desprotegidos resultando na lixiviação dos nutrientes e consequen-
E) 3, 1, 2, 4 te empobrecimento.

30. A partir das últimas décadas do século XIX, a pecuária passou a 33. A partir da década de 80 do século XX, programas agrícolas promo-
ocupar papel de destaque na economia mato-grossense. veram o desenvolvimento da região Centro-Oeste do Brasil. Isso foi
Sobre o assunto, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as realizado com grande aplicação de capital e utilização de técnicas agríco-
falsas. las avançadas. Podemos afirmar que a substituição das formações do
( ) A intensificação da navegação pelo rio Paraguai, a partir de 1870, cerrado pela agricultura mecanizada, entre outras características:
proporcionou a vinda de várias empresas, a) foi favorecida pela grande fertilidade de suas terras planas, próprias
inclusive estrangeiras, para a então Província de Mato Grosso visando à dos chapadões.
exploração da pecuária. b) aumentou a tendência natural de processos erosivos por interferências
( ) A Primeira Guerra Mundial acelerou a expansão das indústrias de antrópicas, como a compactação do solo.
charque que exportavam parte significativa da c) desnudou extensas áreas de mares de morros, provocando assorea-
produção para a Europa a fim de abastecer as tropas. mento de rios, como o Araguaia.
( ) Dentre as indústrias de transformação dos subprodutos bovinos � d) gerou poucos impactos ambientais, tendo em vista a substituição de
charque, caldo de carne, secamento do couro, uma cobertura vegetal por outra.
destacou-se Descalvados, construída durante o período imperial, próxi- e) eliminou as queimadas naturais e antrópicas na região com o uso e
mo à cidade de Cáceres, às margens do rio irrigação por gotejamento.
Paraguai.
( ) Atualmente, a pecuária constitui o mais importante ramo da economia 34. Assinale a alternativa correta que associa, de forma correta, a área
do estado, sendo a carne bovina o principal do Centro-Oeste, com a atividade econômica mais importante aí pratica-
produto de exportação para o mercado externo. da:
Marque a sequência correta. a) Chapada dos Guimarães/ coleta de babaçu.
A) F, F, V, V b) Sul e Mato Grosso do Sul/ mineração de quartzo.
B) V, V, V, F c) Serra dos Parecis/ extração do manganês.
C) F, V, F, F d) Planície do Pantanal/ criação extensiva de gado.
D) V, F, V, V e) Espigão Mestre/ extração de látex.
E) F, V, F, V

História e Geografia do MT 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
35. Analise as afirmativas sobre o potencial econômico do estado de _______________________________________________________
Mato Grosso.
I – Mato Grosso se destaca no cenário econômico nacional por ser _______________________________________________________
grande produtor de soja, cereais e algodão, além de possuir grande _______________________________________________________
rebanho bovino.
II – O setor de serviços, responsável por 55% do Produto Interno Bruto _______________________________________________________
(PIB) estadual, está diretamente ligado à agropecuária. _______________________________________________________
III – Na Região Centro-Oeste, o PIB de Mato Grosso é superior apenas
ao de Mato Grosso do Sul. _______________________________________________________
IV – O turismo em Mato Grosso é impulsionado pelas belezas naturais do
estado, com destaque para o Parque Nacional da Chapada dos Guima-
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rães. _______________________________________________________
V – O setor industrial está em constante expansão, sobretudo os seg-
mentos alimentício, couro-calçadista e celulose. _______________________________________________________
Portanto, as afirmativas corretas são: _______________________________________________________
a) Somente as alternativas I e II
b) Somente as alternativas I e IV _______________________________________________________
c) As alternativas I, II, IV e V
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d) As alternativas I, IV e V
e) Todas as alternativas _______________________________________________________
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RESPOSTAS _______________________________________________________
01. E 11. E 21. E 31. D
02. C 12. E 22. E 32. A _______________________________________________________
03. E 13. E 23. B 33. B _______________________________________________________
04. A 14. D 24. B 34. D
05. B 15. E 25. D 35. E _______________________________________________________
06. A 16. B 26. C 36.
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07. A 17. A 27. A 37.
08. E 18. E 28. E 38. _______________________________________________________
09. C 19. B 29. C 39.
10. A 20. E 30. B 40. _______________________________________________________
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História e Geografia do MT 68 A Opção Certa Para a Sua Realização

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