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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
CINEMÁTICA MUSCULAR II

AVALIAÇÃO DO QUADRIL

ARTUR MONTEIRO DA SILVA


FRANCISCO VANDECIR DA SILVA
ILANA D’AVILA FONTELES DE SOUSA
JÉZICA DE SOUSA ASSUNÇÃO
PEDRO HENRIQUE AVELINO OLIVEIRA
RAFAELA LIMA DE OLIVEIRA
OBJETIVOS

● Compreender a anamnese aplicada ao quadril;


● Descrever o passo a passo do exame físico;
● Conhecer os principais testes especiais e questionários funcionais utilizados na prática clínica;
● Conhecer os exames complementares mais indicados na avaliação específica;
● Correlacionar os testes com as hipóteses de diagnóstico.
ANATOMIA APLICADA/BIOMECÂNICA

QUADRIL X PELVE

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ANATOMIA APLICADA/BIOMECÂNICA

● Componentes da articulação do quadril

→ Vista anterior → Vista posterior → Vista lateral


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ANATOMIA APLICADA/BIOMECÂNICA

● Principais músculos da articulação do quadril

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ANATOMIA APLICADA/BIOMECÂNICA

● Principais músculos da articulação do quadril

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ANATOMIA APLICADA/BIOMECÂNICA
1. PLANO SAGITAL: MOV. FLEXÃO
/EXTENSÃO;
● Articulação sinovial esferóide com 3 graus de liberdade; 2. PLANO FRONTAL: MOV. ABDUÇÃO
/ADUÇÃO;
● Cabeça do fêmur é convexa (rola e desliza para lados opostos) e o
3. PLANO TRANSVERSO: ROT.
acetábulo é côncavo (rola e desliza para o mesmo lado);
MEDIAL /LATERAL;
● ÂNGULO DE INCLINAÇÃO
No plano frontal: entre eixo do colo do fêmur e eixo da diáfise femural
Crianças: 150º Adultos: 125º Idosos:120º.

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ANATOMIA APLICADA/BIOMECÂNICA

● ÂNGULO DE TORÇÃO
Plano transverso entre o eixo do colo femural e os eixos dos côndilos femurais.

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ANAMNESE

→ Identificação
● Nome do Paciente
● Idade
● Sexo
● Ocupação
● Naturalidade
● Escolaridade
● Endereço
ANAMNESE

→ Queixa principal

● Por que o paciente procurou ajuda?

● História da doença atual

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ANAMNESE

→ História clínica

● Houve algum trauma desencadeante ou alguma atividade repetida que levou à lesão?
- Peso do corpo sobre a lateral do quadril bursite trocantérica
- Peso do corpo distribuído igualmente na articulação subluxação ou laceração do lábio
acetabular
- Movimento repetitivo fratura do fêmur por stress
- Osteoporose fratura por insuficiência
ANAMNESE

→ História clínica

● Detalhes da dor atual


- Na face anterior e medial Ex.: laceração do lábio acetabular
- Na face lateral Ex.: proveniente da raiz nervosa de L4, bursite trocantérica, laceração
do tendão do glúteo
- Na face Posterior Ex.: proveniente da coluna lombar

Laceração de lábio acetabular


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ANAMNESE

→ História clínica

● A condição está melhorando, piorando ou permanece a mesma?


● Algum tipo de atividade altera a dor? Ex.: corrida na bursite trocantérica
● Existe algum movimento que seja fraco ou anormal? Ex.: abdução e rotação lateral na
síndrome do piriforme
● Qual é a atividade ou passatempo usual do paciente?
EXAME FÍSICO

1. Inspeção;
2. Palpação;
3. Mobilização;
4. Goniometria;
5. Teste manual muscular (TMM);
6. Testes especiais e questionários funcionais.
INSPEÇÃO

→ Durante a marcha:

● Altura dos dois lados do quadril


● Comprimento do passo
● Rigidez do quadril
● Balanço da pelve sobre o quadril
INSPEÇÃO

→ Parado, em posição anatômica:

● Postura
● Se o paciente consegue ficar em pé sobre os dois membros inferiores
● Equilíbrio sobre um só membro
● Simetria das posições dos membros
● Encurtamento evidente ex.: por escoliose
● Qualquer cicatriz ou fístula
● Disposição do paciente em se mover
PALPAÇÃO

1-Tuberosidade isquiática

1 2 3
2-Espinha ilíaca ântero-superior

3-Espinha ilíaca póstero-superior

4-Crista ilíaca

5-Trocanter menor

5 6
6-Trocanter maior 4

Fonte:Google Imagens
MOBILIZAÇÃO - ADM

Se existe dor ao realizar os Se existe dor ao realizar os

movimentos ativos e em que movimentos passivos e em que


Se consegue realizar o
ponto se inicia a dor; Quais ponto se inicia a dor; se aumenta
movimento contra a
movimentos aumentam a dor; a dor com a realização do
gravidade, se sente dor e
O padrão de movimento; O movimento; a sensação final do
qual tipo de dor.
ritmo e a qualidade do movimento (endfeel); o

movimento; O movimento movimento das articulações

das articulações associadas; associadas; a amplitude do


movimento;

Ativa Passiva Resistida

GUIA PRÁTICO DE AVALIAÇÃO E CINESIOTERAPIA PARA ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA - 2018


GONIOMETRIA

Avalia quantitativamente a amplitude de movimento do paciente.

● Flexão ( 0 - 125 graus );


● Extensão ( 0 - 10 graus );
● Abdução ( 0 - 45 graus );
● Adução ( 0 - 45 graus );
● Rotação interna ( 0 - 45 graus );
● Rotação externa ( 0 - 45 graus ); Google Imagens

Manual da American Academy of Orthopaedic Surgeons e o Guia para goniometria de Norkin e White de 1997
(CARVALHO; MAZZER; BARBIERI, 2012)
GONIOMETRIA

Extensão Rotação interna Rotação externa


Flexão

Kinesiology App. 2017 Augusta University. All rights reserved.


GONIOMETRIA

Adução Abdução

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FLEXIBILIDADE

Avalia a capacidade dos músculos de mover uma única articulação ou uma série de articulações
de modo suave e com facilidade, ao longo de uma ADM sem restrições e indolor.

● Flexores;
● Extensores;
● Abdutores;
● Adutores;
● Rotadores internos;
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● Rotadores externos.

GUIA PRÁTICO DE AVALIAÇÃO E CINESIOTERAPIA PARA ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA - 2018


TESTE MUSCULAR MANUAL - TMM

Avalia a força muscular de maneira qualitativa dos seguintes músculos:

● Iliopsoas - flexão do quadril;


● Glúteo máximo - extensão do quadril;
● Glúteo médio e TFL - abdução de quadril;
● Adutores;
● Rotadores laterais;

GUIA PRÁTICO DE AVALIAÇÃO E CINESIOTERAPIA PARA ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA - 2018


TESTES ESPECIAIS

1. Teste de Trendelenburg;
2. Teste Barllow e Teste de Ortolani;
3. Teste de Ely;
4. Teste de Thomas;
5. Teste de Patrick (FABERE);
6. Teste para Encurtamento dos Isquiotibiais;
7. Teste de Ober;
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8. Teste do Piriforme;
9. Teste de Faduri.
TESTE DE TRENDELENBURG

Descrição: Teste para detectar fraqueza dos músculos estabilizadores da pelve: glúteo médio e glúteo
mínimo.

Semiotécnica: O fisioterapeuta em pé atrás do paciente, paciente em pé, levanta um pé de cada vez.


Observa-se o alinhamento da pelve. Caso ocorra queda da pelve quando o paciente levanta uma perna,
trata-se de um sinal de fraqueza dos estabilizadores, ou seja positivo. O teste considera-se negativo,
quando o paciente é capaz de manter o alinhamento pélvico.

P. A. Bird, S. P. Oakley, R. Shnier, B. W. Kirkham. "Prospective evaluation of magnetic resonance imaging and physical examination
findings in pacientes greater trochanter pain syndrome with." Arthritis Rheum 44 (9): 2138-2145, 2001.
TESTE DE TRENDELENBURG

● Sensitivity 72.7%
● Specificity 76.9%
● Reproducibility (ICC) 0.676 com 95% IC
(0.270, 1.08)

Link youtube: https://youtu.be/lBSXrZCP4So

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P. A. Bird, S. P. Oakley, R. Shnier, B. W. Kirkham. "Prospective evaluation of magnetic resonance imaging and physical examination
findings in pacientes greater trochanter pain syndrome with." Arthritis Rheum 44 (9): 2138-2145, 2001.
TESTE DE ORTOLANI

Descrição: Método preciso para avaliação da luxação congênita do quadril ao nascimento e nos dois
primeiros meses de vida.

Semiotécnica: Uma manobra de redução do quadril que é realizada com a criança em decúbito dorsal
com os quadris e os joelhos em posição de flexão de 90°, com as coxas em adução e com rotação interna
leves. Em seguida, terapeuta faz um movimento de abdução dos quadris, com uma leve rotação externa
das coxas. O teste é positivo quando se tem a sensação de um “ressalto” na articulação patológica (às
vezes pode ter até uma sensação audível desse “ressalto”).

GUARNIERO, R. Dysplasia of hip development: update. Rev. Bras. Ortopedia, São Paulo, v. 45, p. 116-121, mar. 2010.
TESTE DE BARLOW

Descrição: Uma manobra provocativa da luxação de um quadril instável.

Semiotécnica: A manobra é realizada com a criança em decúbito dorsal com os quadris em flexão de 90°
e joelhos totalmente flertidos, a força será exercida no joelho da criança em direção vertical ao quadril,
em um esforço para deslocar a cabeça femoral do interior do acetábulo. A parte superior do fêmur é
mantida entre os dedos indicador e médio e sobre o trocanter maior, e o polegar na região inguinal. A
cabeça femoral poderá é alavancada para fora da articulação, confirmando a instabilidade.

GUARNIERO, R. Dysplasia of hip development: update. Rev. Bras. Ortopedia, São Paulo, v. 45, p. 116-121, mar. 2010.
BARLLOW e ORTOLANI

● Sensitivity ???
● Specificity ???
● Reproducibility (ICC) ???
● ULTRASSONOGRAFIA
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CONFIRMAÇÃO!

Link youtube: https://youtu.be/I_0iCL0Je8Q


https://youtu.be/iKfoovi5gvI vídeo curto

GUARNIERO, R. Dysplasia of hip development: update. Rev. Bras. Ortopedia, São Paulo, v. 45, p. 116-121, mar. 2010.
TESTE DE ELY

Descrição: Avalia o encurtamento do músculo


retofemoral.

Semiotécnica: Paciente em decúbito ventral.


Fisioterapeuta flexiona passivamente o joelho do
paciente. O teste é positivo caso o quadril
ipsilateral flexione espontaneamente. Os dois
lados devem ser testados e comparados.

(MAGEE 2010)
TESTE DE THOMAS

Descrição: Teste para detectar encurtamento dos músculos: reto femoral, íliopsoas e sartório.

Semiotécnica: Paciente em decúbito dorsal com os quadris na beira da maca com flexão. O
quadril contralateral é mantido em flexão máxima, com o paciente segurando com as duas mãos,
enquanto a outro é estendido vagarosamente. Verifica se existe uma lordose excessiva.

(MAGEE 2010)
THOMAS

● Reprodutibility (ICC)

Interavaliador (ICC) 0,90; SEM 3

Teste-reteste (ICC) 0,69; SEM 5²

(MAGEE, 2010)
TESTE DE PATRICK

Descrição: Teste para detectar comprometimento da articulação do quadril e sacroilíaca.

Semiotécnica: Paciente em decúbito dorsal, posiciona-se o membro a ser testado em rotação


interna do quadril e flexão do joelho de modo que o pé fique sobre o joelho oposto. O
fisioterapeuta baixa lentamente o joelho do membro testado em direção a mesa.

(MAGEE 2010).
PATRICK

● Reprodutibility (ICC)

Teste-reteste 0,93; SEM 1,33¹²²

Intra-avaliador 0,87; SEM 0,58¹²¹

(MAGEE, 2010).

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TESTE PARA ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS ISQUIOTIBIAIS

Descrição: Teste para detectar a presença de encurtamento nos músculos isquiotibiais.

Semiotécnica: Paciente é orientado a sentar-se com um joelho flexionado contra o


tórax e o outro é estendido. A seguir tenta flexionar o tronco e tocar os pododáctilos do
membro inferior estendido com os dedos da mão.

(MAGEE, 2010)
ENCURTAMENTO DOS ISQUIOTIBIAIS

Teste positivo Teste negativo Hipermobilidade

(MAGEE, 2010)
ENCURTAMENTO DOS ISQUIOTIBIAIS

● Sinal do tripé

Descrição: Paciente sentado na beira da mesa com


ambos os joelhos flexionados a 90°. O fisioterapeura
estende passivamente um dos joelhos. Em caso de
encurtamento ocorre extensão do tronco.

(MAGEE, 2010)
TESTE DE OBER
● Avalia se existe contratura ou inflamação do tensor da fáscia lata e banda iliotibial.
❖ Posição:

–Decúbito lateral

–Fisioterapeuta atrás do paciente

Estabiliza a pelve e segura o joelho

–Quadril afetado é hiperestendido

–Joelho fletido

–A perna é solta pelo fisioterapeuta.

❖ Positivo: caso a perna permaneça abduzida (com os músculos tensor da fáscia lata e (REESE et al., 2003).

banda iliotibial retraídos).


OBER

● Reprodutibilidade( ICC):
Teste de Ober - 0,9
Teste de Ober modificado- 0,91
TESTE DO PIRIFORME

•Avalia:
- Encurtamento do M. Piriforme
- Síndrome do piriforme
•Posição:

- Decúbito ventral
- Joelho fletido 90°

A perna é solta lateralmente

•Positivo (dor):
- Muscular – encurtamento
- Nádega e/ou ciática – pinça no nervo isquiático (Magee, 2010) e Google imagens.
TESTE DE FADURI (TESTE PARA IMPACTO ANTERIOR)
● Avalia:
A presença do impacto femoroacetabular;
● Posição:
- Decúbito dorsal
- Fisioterapeuta ao lado do membro avaliado
- Segura o joelho e os maléolos
- Quadril afetado é
Flexionado 90°
Aduzido em torno de 20°
Nessa posição, é feita a rotação interna.
● Esse teste, para ser positivo, deve reproduzir a dor normalmente experimentada (Volpon, 2016)
pelo paciente.
TESTES FUNCIONAIS

1. WOMAC;
2. LEFS-BRASIL;
3. NAHS;
4. Lequesne;
5. IHOT;
6. Hip Outcome Score;
7. Harris Hip Score; Google Imagens

8. Harris Hip Score Modificado;


WOMAC (Western Ontario and McMaster Universities)

•É um questionário de qualidade de vida


tridimensional (dor, rigidez articular e atividade
física).

• Específico para a avaliação de pacientes com


osteoartrose.

•O questionário é composto por três domínios:


- Dor, com 5 ítens;
- Rigidez articular, com 2 itens;
- Atividade física, com 17 itens. (Ivanovith, 2002)
WOMAC (Western Ontario and McMaster Universities)

•Reprodutibilidade:

- Intra-observador - 0,9066 ~ 0,9786


- Inter-observador - 0,7328 ~ 0,9787

•Correlação:
- Domínio da atividade física entre o
WOMAC e o HAQ, 0,935 (p<0,001),
Lower Extremty Functional Scale - LESF Brasil
Avalia as condições músculo esqueléticas dos membros inferiores.
● Reprodutibility

Intra-rater ICC : 0,96.

Interrater ICC: 0,98.

Pontuação: 0 a 4

Resultado: valor entre 0 e 80 pontos

0=extremamente difícil

80=máxima capacidade funcional


LESF - Brasil

→ Escala da função do membro inferior

Possibilidades de respostas:

● 0= Extrema dificuldade
● 1=Bastante dificuldade
● 2=Dificuldade moderada
● 3=Pouca dificuldade
● 4=Nenhuma dificuldade

(MAGGE, 2010)
Nonarthritic Hip Score - NAHS

Avaliar a qualidade de vida de pacientes jovens e


fisicamente ativos com dor no quadril.

● Reproducibility (ICC) 0,837;


● Cronbach's α 0,944;

Resultado: Valor entre 0 e 100 pontos.

100 = muito ruim


0 = ótimo
Nonarthritic Hip Score - NAHS

Pontuação:
Nenhuma – 4; Leve – 3; Moderada – 2; Forte – 1; Muito forte – 0
Cada questão pode ser pontuada de 0 a 4, a soma dos pontos deve
ser multiplicada por 1,25 que dará um valor entre 0 e 100 pontos.

100 = muito acometimento


0 = pouco acometimento (ótimo)
Algofuncional de Lequesne

Avaliação de osteoartrite de joelhos e quadris.

● Reproducibility (ICC) 0,98;

Índices de correlação com WOMAC: 0,722 para


Lequesne contra WOMAC dor, 0,564 contra WOMAC
rigidez e 0,768 contra WOMAC função.

Dor, Rigidez e Função são analisados.


Algofuncional de Lequesne

Pontuação:
1. Sem dificuldade: 0
2. Com pouca dificuldade: 0,5
3. Com dificuldade: 1
4. Com muita dificuldade: 1,5
5. Incapaz: 2

Resultado: Extremamente grave (igual ou maior que 14 pontos)


e pouco acometimento (1 a 4 pontos).
NÃO VALIDADOS E TRADUZIDOS
EXAMES COMPLEMENTARES

● Radiografia
● Ressonância magnética (RM)
● Ultra-sonografia (US)
● Tomografia computadorizada (TC)
● Densitometria óssea
RADIOGRAFIA

● Componente crítico da avaliação diagnóstica e da tomada de decisão do tratamento


● ANCHOR (Rede Acadêmica para Pesquisa Conservacional sobre Resultados do Quadril)
● Incidências anteroposterior (AP) e de falso perfil de Lequesne, que fornecem a maior
informação sobre a morfologia acetabular, e “cross-table”, que destaca a anatomia
patológica da parte proximal do fêmur
● Anatomia estrutural do quadril → anormalidades
(CLOHISY et al., 2008)

● Necessidade da realização de estudos radiográficos padronizados


● Séries específicas para diferentes afecções → orientações técnicas
● Séries não traumáticas (5 técnicas) e traumáticas (4 técnicas)
(POLESELLO et al., 2011)
A) SÉRIE NÃO TRAUMÁTICA

● Anteroposterior (AP)

-Paciente em DD ou posição ortostática e com os pés


rodados internamente;

-Raio incidente na linha logo acima da sínfise púbica;

-Principal incidência na série radiográfica do quadril;

-Classificação dos graus de coxartrose.

(POLESELLO et al., 2011)


A) SÉRIE NÃO TRAUMÁTICA

● Falso perfil de Lequesne


- Corresponde ao perfil da cabeça proximal do fêmur
e não do acetábulo;
- Paciente em posição ortostática, com o dorso
inclinado anteriormente em relação à tela do filme
radiográfico e membros inferiores em rotação
externa;
- Visualização da região medial e anterossuperior da
articulação coxofemoral;
- Avaliação da coxartrose (casos iniciais) e displasia
acetabular. (POLESELLO et al., 2011)
A) SÉRIE NÃO TRAUMÁTICA

● Perfil de Ducroquet
- Paciente posicionado em DD com o
quadril acometido em flexão de 90°
e abdução de 45°;
- Raio centrado verticalmente na
articulação coxofemoral;
- Observação do perfil do colo
femoral e teto acetabular;
- Identificação de corpos estranhos
intra-articulares.

(POLESELLO et al., 2011)


A) SÉRIE NÃO TRAUMÁTICA

● Perfil cirúrgico de Arcelin ou “cross table”


- Paciente em decúbito dorsal com flexão de
90° do quadril contralateral;
- Raio incidente no plano horizontal em
direção à raiz da coxa;
- Observação do perfil do colo femoral e a
transição cabeça-colo;
- Avaliação de fraturas no terço proximal do
fêmur.

(POLESELLO et al., 2011)


B) SÉRIE TRAUMÁTICA

● Alar;
● Obturatriz ou foraminal;
● “Inlet” ou de entrada da pelve;
● “Outlet” ou de saída da pelve;

⇒ Observação da articulação sacro-ilíaca, coluna, parede do acetábulo, sínfise púbica, do anel


pélvico, dentre outras estruturas que envolvem particularmente a pelve;

⇒ Fraturas da pelve e do acetábulo.

(POLESELLO et al., 2011)


RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

● Demonstração de anomalias ósseas e articulares;


● Não utiliza radiação ionizante;
● Identificação fraturas do colo femoral não
deslocadas;
● Acesso restrito pelo seu custo e complexidade
(MACIEL et al., 2007).

(DOMINGUES; DOMINGUES; BRANDÃO, 2001).


ULTRA-SONOGRAFIA (US)

● Fácil acessibilidade, com baixo custo e ausência de


complicações (MACIEL et al., 2007);
● Estudo das anomalias de partes moles;
● Imagens de alta resolução em tempo real nos mais
variados planos de corte;
● Identificação de displasias articulares nos
recém-nascidos e derrames articulares.
(DOMINGUES; DOMINGUES; BRANDÃO, 2001)
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC)

● Método não invasivo, rápido, fidedigno e de alta


precisão diagnóstica (RODRIGUES; VITRAL,
2007);
● Fonte de raios-X → sinal elétrico → imagem digital
(JðNIOR; YAMASHITA, 2001);
● Reprodução de uma secção do corpo humano em
qualquer um dos três planos do espaço → delimitação
tridimensional de irregularidades (GARIB et al.,
2007);
● Detalhamento da anatomia óssea e articular →
demonstração de fraturas (DOMINGUES;
DOMINGUES; BRANDÃO, 2001).
DENSITOMETRIA ÓSSEA

● É considerada o padrão-ouro para mensuração da massa


corpórea e também para avaliação de pacientes com
osteoporose (SZEJNFELD; HEYMANN, 2003);
● É um exame indolor e que apresenta quantidade mínima
de radiação, correspondendo a dez vezes menos que uma
radiografia torácica (MURAYAMA, 2007).

(NERI, 2012).
INDICAÇÕES

PATOLOGIAS ÓSSEAS

1- CONTUSÃO: demonstrada pela RM (TC e a radiografia não são indicadas).

2- FRATURAS:

● “Stress”: radiografia → RM;


● Por avulsão: TC << RM;
● Do fêmur e acetábulo: TC permite uma melhor demonstração dos fragmentos.

(DOMINGUES; DOMINGUES; BRANDÃO, 2001).


INDICAÇÕES

ARTRITES

1- OSTEOARTRITE: radiografia convencional → TC e RM;

2- ARTRITE REUMATÓIDE: radiografia e TC << RM

LESÕES MUSCULOTENDÍNEAS

● RM apresenta uma excelente resolução para partes moles.

.
(DOMINGUES; DOMINGUES; BRANDÃO, 2001).
CASO CLÍNICO 1

Paciente sexo feminino, 24 dias de vida, durante o parto teve apresentação pélvica, tem história
familiar de luxação congênita de quadril, apresenta quadril instável.

Hipótese Diagnóstica: Doença Displásica do Quadril.

Qual ou quais testes você recomendaria?


TESTES PARA O CASO CLÍNICO 1

Resposta

BARLOW E ORTOLANI
CONFIRMADO PELA
ULTRASSONOGRAFIA!!!
CASO CLÍNICO 2

Paciente sexo feminino, 36 anos, secretária, trabalha 8h/dia, sedentária, reclama de dor lombar a 5
meses, foi ao consultório do fisioterapeuta e após avaliação percebeu uma hiperlordose lombar,
detectou fraqueza da musculatura abdominal e além disso a paciente referiu dor grau 6 (EVA) na
lombar, além de outros achados.

Hipótese Diagnóstica: Encurtamento de iliopsoas, retofemoral e isquiostibiais.

Qual ou quais testes você recomendaria?


TESTES PARA O CASO CLÍNICO 2

Resposta

THOMAS, ELY E
ENCURTAMENTOS
ISQUIOTIBIAIS!!!
REFERÊNCIAS

● POLESELLO, Giancarlo Cavalli et al. Proposta de padronização do estudo radiográfico do quadril e da pelve.
Revista Brasileira de Ortopedia, [s.l.], v. 46, n. 6, p.634-642, 2011. FapUNIFESP (SciELO).
● CLOHISY, John C et al. A Systematic Approach to the Plain Radiographic Evaluation of the Young Adult Hip.
The Journal Of Bone And Joint Surgery-american Volume, [s.l.], v. 90, n. 4, p.47-66, nov. 2008. Ovid
Technologies (Wolters Kluwer Health).
● A IMPORTÂNCIA DO EXAME DE DENSITOMETRIA ÓSSEA. Santos - São Paulo: Revista Unilus Ensino e
Pesquisa, v. 13, n. 30, 01 abr. 2016. Disponível em:
<http://revista.unilus.edu.br/index.php/ruep/article/viewFile/683/u2016v13n30e683>. Acesso em: 01 abr. 2016.
● SZEJNFELD, V. L.; HEYMANN, R. E. Avaliação da massa óssea por DXA. Cap. 3. In: ANIJAR, J. R.
Densitometria óssea, na prática médica. São Paulo: Sarvier, 2003.
● MURAYAMA, S. P. G. et.al. Osteoporose: por que prevenir? São Paulo: Editora Paulus, 2007.
● GARIB, Daniela Gamba et al. Tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone beam): entendendo este novo
método de diagnóstico por imagem com promissora aplicabilidade na Ortodontia. Revista Dental Press de
Ortodontia e Ortopedia Facial, Maringá, v. 12, n. 2, p.139-156, abr. 2007.
REFERÊNCIAS

● DOMINGUES, Romeu Côrtes; DOMINGUES, Rômulo Côrtes; BRANDÃO, Lara Alexandre. Imagenologia do
quadril. Radiologia Brasileira, [s.l.], v. 34, n. 6, p.347-367, dez. 2001. FapUNIFESP (SciELO).
● NERI, Eduardo. Ortopediasp – Dr. Eduardo Neri – Ortopedista , Fraturas e Medicina Esportiva: BLOG
SOBRE ORTOPEDIA E MEDICINA ESPORTIVA. Disponível em:
<https://ortopediasp.wordpress.com/2012/02/23/densitometria-ossea-quando-fazer-e-quando-repetir/>. Acesso em:
22 abr. 2018.
● CARVALHO, Rosana Martins Ferreira de; MAZZER, Nilton; BARBIERI, Claudio Henrique. Análise da
confiabilidade e reprodutibilidade da goniometria em relação à fotogrametria na mão. Acta Ortopédica Brasileira,
[s.l.], v. 20, n. 3, p.139-149, out. 2012. FapUNIFESP (SciELO).
● MACIEL, Luiz Carlos et al. A ultra-sonografia como método de rastreamento populacional de tumor renal. Revista
do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, [s.l.], v. 34, n. 6, p.398-400, dez. 2007. FapUNIFESP (SciELO).
● RODRIGUES, Andréia Fialho; VITRAL, Robert Willer Farinazzo. Aplicações da Tomografia Computadorizada na
Odontologia. Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, Juiz de Fora, v. 7, n. 3, p.317-32,
dez. 2007.
REFERÊNCIAS

● FERNANDES, Marcus Ivanovith. Tradução e validação do questionário de qualidade de vida específico para
osteoartrose WOMAC (Western Ontario and McMaster Universities) para a língua portuguesa. Dissertação
(Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2003.
● FISIOINFORMA. Teste de Ober e Ober modificado. 2013. Disponível em:
<http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.com.br/2013/04/teste-de-ober-e-ober-modificado.html>. Acesso em: 22 abr.
2018.
● REESE, N. B.; BANDY, W. D. Use of an inclinometer to measure flexibility of the iliotibial band using the
Ober test and the modified Ober test: differences in magnitude and reliability of measurements. J Orthop
Sports Phys Ther. 2003 Jun;33(6):326-30.
● VOLPON, José Batista. Impacto femoroacetabular. Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, v. 6, n. 51,
p.621-629, jul. 2016.
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