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TRAUMA VASCULAR
Considerações Gerais
Atualmente, o trauma vascular é uma das patologias que mais mata indivíduos jovens.
Portanto, é uma patologia grave, principalmente, em função da alta frequência de acontecimentos
e da alta mortalidade que está envolvida. Normalmente, o trauma vascular pode ser proveniente
de um trauma único por arma branca, por exemplo, ou pode vir associado a um quadro de
politraumatismo.
Adulto jovem, sexo masculino- mulher está tão exposta quanto o homem, no entanto, a
prevalência continua a ser maior no sexo masculino.
Abuso de álcool e entorpecentes.
Acidente de trânsito- quando maior o desenvolvimento da indústria automobilística,
maior o número de acidentes, pois os veículos passam a alcançar maiores
velocidades.
Baixo nível socioeconômico e de instrução.
Propriedade e porte ilegal de armas com predomínio de arma branca- A arma de fogo
atinge o vaso através de duas maneiras: cinética= da bala e lesão de queimadura.
Geralmente, no caso de ferimentos por arma de fogo, é quase que impossível se
realizar uma anastomose término-terminal, necessitando-se de interposição de uma
veia para fechar a lesão no vaso.
Predomínio de acometimento do membro superior (mecanismo de defesa).
Etiologia
Arma branca;
Arma de fogo;
Acidentes automobilísticos;
Procedimentos vasculares= causas iatrogênicas (diagnóstico e terapêutico)
Procedimentos vasculares
Quadro Clínico
O quadro clínico do trauma vascular está relacionado a três fatores: isquemia, hemorragia e
síndrome tumoral/hematoma.
1) Isquemia – As secções totais de vasos são mais graves, pois, os cotos se retraem e o
sangramento para, mas a perfusão do membro também é cessada. O quadro isquêmico
depende muito do tempo decorrido desde o trauma até o atendimento, o que define
também o prognóstico.
2) Hemorragia – Nas lesões parciais de vasos, os cotos não sofrem retração e o sangramento
continua.
Com relação ao que é melhor: lesão parcial é melhor em relação a isquemia, e
lesão total é melhor em relação a hemorragia.
3) Hematoma ou Síndrome Tumoral – tumorações pulsáteis e ausência de pulso distal no
membro, mesmo na ausência de sangramento ativo, indicam trauma vascular.
Lesão Vascular
Hemorragia ou sangramento
Hipotensão arterial
Taquicardia compensatória
Liberação de aldosterona
Quando o paciente tem um ferimento por arma de fogo e apresenta tumoração pulsátil, pode
ser duas coisas: pode haver uma fístula arteriovenosa traumática ou um pseudoaneurisma. A
fístula arteriovenosa traumática é uma comunicação anormal entre artéria e veia em função do
trauma ocorrido. Como a artéria possui maior pressão, o sangue passa todo para a rede venosa.
No pseudoaneurisma, não há comunicação entre vasos, mas há uma lesão unilateral da artéria,
que é contida pela musculatura adjacente. Os dois quadros determinam a clínica de tumor ação
pulsátil e para distinguir esses casos é necessária a utilização de Arteriografia.
Portanto, o quadro clínico é definido por presença ou não de hematoma pulsátil, isquemia
distal, Insuficiência Venosa Crônica (varizes) e repercussão cardíaca e fase mais tardia e se a
fístula for de alto débito.
Ao exame físico da Fístula Arteriovenosa, podem ser notadas, à inspeção e palpação, cicatriz
e síndrome tumoral, que produz uma sensação pulsátil à palpação.
Reparo Vascular
1) Controle proximal e distal à lesão, abordando o vaso nesses dois pontos. Se paciente
tem lesão em artéria femoral, tem que ser abordada a artéria femoral comum e poplítea.
2) Embolectomia com cateter de Fogarty – O cateter de Fogarty possui um balão na sua
extremidade e é graduado em números de acordo com o tamanho do balão (1 a 8). É
insuflado e puxado através de todo o vaso, retirando assim os trombos residuais.
3) Heparinização locorregional – Após a retirada dos trombos, deve-se injetar heparina no
local da lesão para evitar que novos trombos se formem. Dilui-se 1 ml de heparina em 100
ml de solução salina, injetando-se 20-25 ml distalmente à lesão e 20-25 ml proximalmente
à lesão. Em situações de lesão vascular ou outras condições que determinem
sangramento, como plaquetopenia, deve-se utilizar o chamado Filtro de Veia Cava, para
evitar que o paciente tenha TEP.
4) Arteriorrafia – Consiste no reparo da lesão.
Dicas: utilizar sempre duas luvas, para uma proteção melhor e quando for fazer o
curativo ao final da cirurgia ele ficar limpo. Utilizar óculos de proteção individual.
Umedecer a mão do cirurgião com soro fisiológico com uma seringa (quebra-se a ponta
da agulha). Fazer Reparo protegido, consiste em colocar gaze em volta do fio e pinça-
los, para evitar que, na hora que o fio seja pinçado, arrebente com mais facilidade .
1) O Hummel é realizado da seguinte forma: passa-se uma fita cardíaca em torno do vaso,
usa-se um pedaço pequeno cortado de sonda nasogástrica, passam-se as duas pontas da
fita pelo interior da sonda e comprime a sonda com uma pinça, o que pressiona o vaso e
faz contenção.
2) O Shunt é a tentativa de manutenção da perfusão do membro lesado, evitando assim a
perda do mesmo. É utilizado quando não há possibilidade de reparar a lesão no local em
que se encontra o paciente. Coloca-se um shunt na artéria proximal e distal e na veia
proximal e distal. Coloca-se, portanto, uma sonda nasogastrica no vaso lesado, dando um
ponto com categute para segurá-la por algumas horas até ser possível a realização do
procedimento cirúrgico.
Por: Nágila