O problema é criar expectativas muito altas, quando as pessoas
em quem as depositamos são pequenas demais para as concretizar.
O problema é pensar demais no que poderá ser, quando no
fundo sabemos que dificilmente, ou nunca, será.
O problema é ter consciência. O problema é darmo-nos conta de
que criamos expectativas em vão.
O problema, é, por fim sermos tão fracos assim, e deixarmos que
a desilusão nos transforme em marionetas, ou melhor, bonecos de Vodu, e deixarmos que esta nos possua.
Nem sempre podemos viver de sonhos e de “E se…”, por vezes
temos que realistas, temos que ser crus, e acordar. A vida não é um sonho, e as pessoas não são as figurantes do nosso inconsciente. Também elas têm expectativas, e nem sempre correspondem às nossas. Nem têm que corresponder.
Somos no fundo o resultado das expectativas fracassadas, dos
corações partidos, das lágrimas que caem sob o telemóvel numa mensagem escrita e nunca enviada.
É isto que somos, seres pensantes, racionais, mas incontroláveis.
E chegamos até a ser infantis no ponto em que a nossa criatividade não para, ela cria atividade, e não sabe limites. Tal qual a nossa mente, que é a criança em nós.