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DIÁRIO
16/03/2016

FECHAMENTO: 16/03/2016 – EXPEDIÇÃO: 20/03/2016 – ANO 2016 – PÁGINAS: 150/137 – FASCÍCULO SEMANAL Nº 11

Sumário
ATOS DO EXECUTIVO DOUTRINAS
w Seguro-desemprego – Pescador artesanal – w Prescrição de créditos não tributários passíveis de
Critérios para pagamento ............................................149 execução fiscal – Lucas Munhoz Filho ........................142
w A companheira, o pai, o irmão... e uma herança de
US$ 30 milhões – Ivone Zeger ....................................141
ATOS DO JUDICIÁRIO
w TJ-BA: Central de custas – Criação ..............................149 NOTICIÁRIO
w CNJ: Conflitos de interesses – Política Judiciária Destaques ..............................................................140
Nacional – Alteração da Resolução 125/2010.............148
w Banco só pode cobrar juros com capitalização
w CNJ: Registro de nascimento – Criança gerada por anual se estiver previsto em contrato
reprodução assistida – Regulamentação ......................148 w Decisão baseada em novo ordenamento
w TJ-MG: Custas judiciais – Alteração do Provimento jurídico substitui prisão pela domiciliar
Conjunto 15/2010 .......................................................147 w Denúncias contra ex-presidente Lula serão
w TJ-MG: Peticionamento eletrônico – Adequação ao encaminhadas à Justiça Federal
Novo CPC – Republicação ..........................................147 w Ecad pode cobrar direito autoral de festa religiosa
w Presidente do TRF1 mantém exigibilidade do crédito
w TRF-2ª R.: Pedido de vista – Alteração do Regimento
tributário relativo à Condecine
Interno.........................................................................146
w STF restabelece períodos de defeso em todo o país
w TRF-4ª R.: Monitoramento eletrônico de pessoas – w Vigia de hospital receberá 30% a mais do salário por
Regulamentação..........................................................145 carregar corpos para necrotério
w TRF-2ª R.: Sessão de julgamento – Prioridade –
Projetos de lei........................................................138
Alteração do Regimento Interno ..................................145
w Aposentadoria para donas e donos de casa de
w TRT-18ª R.: Plantão judiciário – Regulamentação........145 baixa renda
w TRF-3ª R.: Regimento Interno – Adequação ao novo w Crédito no Imposto de Renda para consumidor
CPC.............................................................................144 que pedir nota fiscal
w TRT-17ª R.: Súmula 39 – Edição..................................144 w Exige condenação com trânsito em julgado
w TRT-6ª R.: Do relatório e da revisão – Alteração do para cumprimento da pena
w Permite cancelar serviço telefônico por telefone
Regimento Interno .......................................................144
ou internet
w TRT-18ª R.: Pedidos de vista nos processos w Redução da pena de preso que participar de
jurisdicionais e administrativos – Alteração do atividade religiosa
Regimento Interno .......................................................143
w TRF-3ª R.: Recebimento de processos nas Turmas
Concursos Públicos ...............................................137
Recursais Criminais – Seção Judiciária de SP e MS –
Normas .......................................................................143 SÚMULA LEGISLATIVA SEMANAL
w TRF-2ª R.: Súmula 60 – Aprovação..............................143 w Pesquisa de 10 a 16-3-2016 ........................................137
ADV FASCÍCULO SEMANAL 11/2016 COAD

Atos do Executivo
RESOLUÇÃO 759 CODEFAT
(DO-U DE 11-3-2016) SEGURO-DESEMPREGO
Pescador artesanal – Critérios para pagamento

Dispõe sobre critérios de pagamento do seguro-desemprego aos


pescadores profissionais, categoria artesanal, durante a paralisação
da atividade pesqueira instituída pela Lei 10.779/2003
O CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO DE jus ao pagamento integral das parcelas subsequentes para
AMPARO AO TRABALHADOR – CODEFAT baixaram cada mês, por fração igual ou superior a 15 (quinze) dias do
Resolução, divulgando diversos critérios para pagamento defeso. As parcelas deverão estar disponíveis para saque, em
do seguro-desemprego ao pescador artesanal que se dedi- lotes semanais. O pagamento será efetuado mediante crédito
cou à pesca durante o período compreendido entre o tér- em conta simplificada ou conta poupança, podendo ser
mino do defeso anterior e o início do defeso em curso, na efetuado em espécie, desde que o trabalhador faça uma soli-
amplitude do que prevê o artigo 1º da Lei 10.779/200, desde citação formal. Os pagamentos efetuados com a utilização do
que da mesma espécie, a ser pago no valor de um salá- Cartão Cidadão terão sua comprovação por meio do registro
rio-mínimo mensal durante o período do defeso. O benefí- eletrônico da transação, o qual ficará à disposição para
cio será custeado com recursos do Fundo de Amparo ao consulta pelo MTPS/INSS durante o prazo de 5 (cinco) anos.
Trabalhador, por intermédio da CEF. O texto entra em vigor na data de sua publicação, revogando
O pagamento da primeira parcela corresponderá aos os artigos 6º e 7º da Resolução Codefat 657/2010.
primeiros trinta dias a contar do início do defeso e, as parce-
las subsequentes, a cada intervalo de 30 dias. O pescador fará Íntegra disponível no site www.advocaciadinamica.com

Atos do Judiciário
ATO CONJUNTO 1 TJ-BA
(DJe DE 10-3-2016) CENTRAL DE CUSTAS
Criação

Cria a Central de Custas, no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA)


A DESEMBARGADORA MARIA DO SOCORRO sito em julgado e custas judiciais pendentes, remetendo-os
BARRETO SANTIAGO, PRESIDENTE DO TRIBUNAL à Central de Custas.
DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA, E O DESEM- Parágrafo único – Nos autos, cujas partes vencidas
BARGADOR OSVALDO DE ALMEIDA BOMFIM, gozem do benefício da assistência judiciária gratuita, bem
CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DA como, quando decorridos mais de 05 (cinco) anos do trân-
BAHIA baixaram o presente Ato Conjunto, resolvendo: sito em julgado da decisão definitiva, a Unidade Judicial
Art. 1º – Instituir a Central de Custas com escopo de deverá proceder o imediato arquivamento.
realizar o levantamento das custas judiciais remanescentes
em autos findos e com sentença transitada em julgado, de Art. 3º – Um grupo de trabalho, coordenado pela
forma permanente. Corregedoria Geral da Justiça e orientado pela Coordena-
Parágrafo único – A Diretoria Geral e a Controladoria ção de Orientação e Fiscalização, vinculada a Controlado-
do Judiciário designarão servidores, para acompanhar os ria do Judiciário, realizará o levantamento das custas pen-
trabalhos. dentes, nos processos selecionados. Após o referido levan-
Art. 2º – Determinar que os escrivães ou diretores de tamento, a parte condenada ao pagamento do tributo deverá
secretarias e/ou servidores responsáveis pelas Varas dos ser intimada para recolhimento do quanto apurado, no
Feitos Relativos às Relações de Consumo, Varas Cíveis e prazo de 10(dez) dias úteis, sendo que a respectiva intima-
Comerciais, Varas da Fazenda Pública e Varas de Família, ção será assinada conjuntamente pelo Coordenador de
Sucessões, Órfãos Interditos e Ausentes, da Comarca de Orientação e Fiscalização e escrivães ou diretores de secre-
Salvador, selecionem os processos sentenciados com trân- tarias, responsáveis pelas Unidades Judiciais cujos proces-

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ADV FASCÍCULO SEMANAL 11/2016 COAD

sos estiverem vinculados, sendo os autos baixados imedia- Art. 4º – Após o decurso do prazo da intimação, os
tamente, após a expedição da intimação. escrivães ou diretores de secretarias deverão certificar acer-
Parágrafo único – A Coordenação de Orientação e ca do pagamento ou não das custas judicias. Não havendo o
Fiscalização – COFIS orientará os escrivães ou diretores de pagamento, a Coordenação de Fiscalização procederá com
secretarias e servidores, das Unidades Judiciais envolvidas, a abertura de Processo Administrativo de Cobrança – PAC,
quanto às normas inerentes à arrecadação e recolhimento com os requisitos exigidos à constituição do crédito tributá-
das receitas pertencentes ao Poder Judiciário, bem como rio, procedendo ao devido encaminhamento.
efetuará treinamento, em caráter permanente, no que con- Art. 5º – Este Ato entrará em vigor na data da sua
cerne ao levantamento das custas judiciais nos processos publicação, revogando-se as disposições em contrário.
sentenciados com trânsito em julgado.

EMENDA 2 CNJ
(DJe DE 11-3-2016) CONFLITOS DE INTERESSES
Política Judiciária Nacional –
Alteração da Resolução 125/2010

Altera e acrescenta artigos e os Anexos I e III da Resolução CNJ 125/2010


O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE central das referidas modificações é o de adequar o Judiciário
JUSTIÇA (CNJ) baixou Emenda, alterando dispositivos da às novas leis que consolidam o tema no país, tais como a Lei
Resolução 125/2010, que estabelece política nacional de de Mediação (Lei 13.140/2015) além do Novo Código de
tratamento adequado aos problemas jurídicos e aos conflitos Processo Civil (Lei 13.105/2015). Valendo lembrar que o
de interesses, que ocorrem em larga e crescente escala na texto entrou em vigor na data de sua publicação, ressalvados
sociedade, de forma a organizar, em âmbito nacional, os os dispositivos regulamentados pelo Novo Código de
serviços prestados nos processos judiciais, bem como incen- Processo Civil, que seguem sua vigência.
tivar sua solução mediante outros mecanismos, em especial
os consensuais, como a mediação e a conciliação. O intuito Íntegra disponível no site www.advocaciadinamica.com.

PROVIMENTO 52 CNJ
(DJe DE 15-3-2016) REGISTRO DE NASCIMENTO
Criança gerada por reprodução assistida –
Regulamentação

Dispõe sobre o registro de nascimento e emissão da respectiva


certidão dos filhos havidos por reprodução assistida
A CORREGEDORA NACIONAL DE JUSTIÇA, nas um deles poderá comparecer ao cartório para fazer o
MINISTRA NANCY ANDRIGHI baixou Provimento, registro. Na certidão dos filhos de homoafetivos, o docu-
que regulamenta a emissão de certidão de nascimento dos mento deverá ser adequado para que seus nomes constem
filhos cujos pais optaram por essa modalidade de reprodu- sem distinção quanto à ascendência paterna ou materna.
ção, diante da necessidade de uniformização em todo o Nos casos de gestação por substituição não mais constará
território nacional do registro de nascimento e da emissão do registro o nome da gestante informado na Declaração de
da respectiva certidão para os filhos havidos por técnica de Nascido Vivo (DNV). Além disso, o conhecimento da
reprodução assistida, de casais heteroafetivos e homoafe- ascendência biológica não importará no reconhecimento de
tivos. vínculo de parentesco entre o doador ou doadora e a pessoa
Valendo lembrar que esse registro, até a publicação gerada por meio de reprodução assistida. O texto entrou em
do referido Provimento, só poderia ser feito por meio de vigor na data de sua publicação.
decisão judicial. Se os pais, heteroafetivos ou homoafeti-
vos, forem casados ou conviverem em união estável, ape- Íntegra disponível no site www.advocaciadinamica.com

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PROVIMENTO CONJUNTO 52 TJ-MG


(DJe DE 10-3-2016) CUSTAS JUDICIAIS
Alteração do Provimento Conjunto 15/2010

Altera a Tabela H do Anexo I do Provimento Conjunto CGJ-MG 15/2010


O PRESIDENTE, O 1º VICE-PRESIDENTE DO ciais, da Taxa Judiciária, da fiança das despesas processuais
TRIBUNAL DE JUSTIÇA E O CORREGEDOR-GERAL e de outros valores devidos, no âmbito da Justiça Estadual
DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS baixa- de primeiro e segundo graus. O texto entrou em vigor na
ram Provimento Conjunto, que atualiza a Tabela H do data de sua publicação.
Anexo I do Provimento Conjunto CGJ-MG 15/2010.
O referido Ato dispõe sobre o recolhimento das custas judi- Íntegra disponível no site www.advocaciadinamica.com.

PORTARIA CONJUNTA 485 TJ-MG


(DJe DE 11-3-2016) PETICIONAMENTO ELETRÔNICO
Adequação ao novo CPC – Republicação

Disciplina o peticionamento eletrônico no sistema de Processo Eletrônico da 2ª Instância –


JPe, bem como de recebimento eletrônico de recursos e incidentes advindos do sistema de
Processo Judicial Eletrônico – PJe, com as adequações necessárias às disposições da Lei
Federal nº 13.105, de 16 de março de 2015, que institui o novo Código de Processo Civil
O PRESIDENTE E O 1º VICE-PRESIDENTE DO Instância nas Comarcas onde já estiver em funcionamento o
TRIBUNAL DE JUSTIÇA E O CORREGEDOR-GERAL PJe.
DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS baixa- Parágrafo único – Para os fins deste artigo, os manda-
ram a presente Portaria Conjunta, resolvendo: dos de segurança que não possuírem relação com processos
Art. 1º – Deverão ser protocolizados ou remetidos de Primeira Instância também serão considerados oriundos
eletronicamente pelo sistema de Processo Eletrônico da 2ª da Comarca de Belo Horizonte quando, cumulativamente,
Instância – JPe, via Portal do Processo Eletrônico: apresentarem:
I – os mandados de segurança, as ações rescisórias, as I – impetrante domiciliado nesta Comarca;
revisões criminais e os agravos de instrumento criminais, II – como responsável pela ilegalidade ou abuso de
independentemente de serem originados de processos poder pessoa que seja autoridade pública ou agente de
eletrônicos ou físicos, desde que oriundos da Comarca de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Públi-
Belo Horizonte; co do Estado de Minas Gerais ou do Município de Belo
II – os agravos de instrumento e demais recursos e inci- Horizonte.
dentes interpostos em processos eletrônicos de Primeira Art. 2º – Para o peticionamento em processos e recur-
Instância (sistema de Processo Judicial Eletrônico – PJe); sos eletrônicos de Segunda Instância sigilosos ou em segre-
III – os agravos de instrumento cíveis interpostos em do de justiça, o usuário externo deverá requerer ao Cartório
processos físicos oriundos da Comarca de Belo Horizonte; em que tramita o feito a sua habilitação prévia nos autos.
IV – os recursos, petições intermediárias e incidentes Parágrafo único – Nos casos de intervenção de tercei-
em processos eletrônicos de Segunda Instância (JPe); ros em processos sigilosos ou em segredo de justiça, a habi-
V – os incidentes de resolução de demandas repetiti- litação do usuário só ocorrerá após o deferimento da inter-
vas – IRDR, bem como a revisão da tese jurídica firmada venção, por decisão do relator do processo em petição enca-
nesses incidentes, independentemente de serem originados minhada em meio físico.
de processos eletrônicos ou físicos; Art. 3º – As petições iniciais, intermediárias, recur-
VI – as oposições, as reclamações, bem como as sais e incidentais de peticionamento exclusivamente ele-
ações autônomas que visem à tutela provisória, ao pedido trônico, conforme disposto nesta Portaria Conjunta, que
de concessão de efeito suspensivo em apelação e à cobrança forem protocolizadas equivocadamente por meio físico,
de honorários advocatícios nos casos de omissão de decisão e-mail ou fac-símile, sem a utilização do Portal do Pro-
transitada em julgado, desde que oriundas de processos cesso Eletrônico, terão seu protocolo cancelado e ficarão à
eletrônicos; disposição do peticionário na Coordenação de Protocolo
VII – as informações e demais documentos referentes Geral – CPROT, pelo prazo de 30 (trinta) dias, indepen-
a recursos ou a processos eletrônicos em trâmite no Tribu- dentemente de intimação, após o qual serão descartadas.
nal de Justiça do Estado de Minas Gerais – TJ-MG, da Art. 4º – Os processos eletrônicos de competência
responsabilidade de magistrados e escrivães da Primeira originária do TJ-MG, que forem distribuídos na Primeira

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Instância ou em outro Tribunal e tiverem sua competência IV – autos físicos do processo principal encaminha-
declinada, serão recebidos no TJMG por meio físico ou via dos para fins de instrução de Revisão Criminal eletrô-
malote digital a ser encaminhado para a Gerência de Con- nica;
trole e Informação Processual – GINPRO. V – processos de peticionamento eletrônico recebi-
Parágrafo único – Os autos dos processos eletrônicos dos fisicamente ou em malote digital, em declínio de com-
protocolizados no JPe, nos quais a competência houver sido petência, nos termos do art. 4º desta Portaria Conjunta;
declinada para a justiça comum de Primeira Instância, serão VI – processos de peticionamento eletrônico subme-
remetidos pelo Cartório ao distribuidor da Comarca compe- tidos de forma física ao regime de plantão noturno, após o
tente via malote digital. término do plantão, nos termos do parágrafo único do artigo
Art. 5º – Compete à Coordenação de Estruturação de 4º da Portaria Conjunta nº 101, de 31 de julho de 2007;
Medidas Urgentes – COMED a digitalização, a estrutura- VII – autorização do 1º Vice-Presidente.
ção e a protocolização eletrônica, por meio do Portal do Parágrafo único – Fica autorizada a assinatura eletrô-
Processo Eletrônico, de petições e documentos referentes a nica dos analistas da COMED nos documentos protocoliza-
processos eletrônicos, nos casos de: dos pelo setor, via Portal do Processo Eletrônico, para os
I – processos em que a lei dispensar a assistência de fins do § 1º do art. 11 da Lei Federal nº 11.419, de 19 de
advogado, quando obrigatório o peticionamento eletrônico dezembro de 2006.
nos termos desta Portaria Conjunta; Art. 6º – Ficam revogadas as Portarias da 1ª Vice-Pre-
II – regularização de processo eletrônico, determi- sidência nº 4, de 1º de novembro de 2014, e nº 5, de 4 de
nada pelo relator do feito ou certificada pelo escrivão do dezembro de 2014, bem assim a Portaria Conjunta da Presi-
respectivo cartório, nos casos em que houver necessidade dência nº 391, de 14 de janeiro de 2015.
de nova protocolização via Portal do Processo Eletrônico, Art. 7º – Esta Portaria Conjunta entra em vigor na data
sem prejuízo do disposto no artigo 16 da Resolução do de sua publicação, com exceção dos incisos V e VI do seu
Órgão Especial nº 780, de 10 de novembro de 2014; art. 1º, cuja vigência fica vinculada à entrada em vigor do
III – incidentes processuais instaurados pelo relator novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei Federal
ou pelo órgão julgador competente em processos eletrô- nº 13.105, de 15 de março de 2015.
nicos;

EMENDA REGIMENTAL 33 TRF-2ª REGIÃO


(DJe DE 15-3-2016) PEDIDO DE VISTA
Alteração do Regimento Interno

Altera o artigo 143 do Regimento Interno do Tribunal Regional Federal da 2ª Região


O PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DO TRIBUNAL órgão correspondente determinará que se prossiga o julga-
REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO baixou a presente mento na sessão subsequente, com publicação na pauta em
Emenda Regimental, resolvendo: que houver a inclusão, na eventualidade da prorrogação
Art. 1º – O artigo 143 do Regimento Interno passa a prevista no “caput”.
vigorar com a seguinte redação: § 3º – Verificada a hipótese do § 2º, se aquele que fez o
Art. 143 – Nos julgamentos realizados nas Turmas pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o
Especializadas, o pedido de vista não impede que votem os presidente convocará o tabelar para proferir voto, na forma
Desembargadores que se tenham por habilitados a fazê-lo, estabelecida no art. 59 deste Regimento Interno.
e o Desembargador que o formular restituirá os autos ao § 4º – O julgamento que tiver sido iniciado prosse-
Presidente dentro de 10 (dez) dias, prorrogável por igual guirá, computando-se os votos já proferidos pelos Desem-
período, mediante pedido devidamente justificado, conta- bargadores, mesmo que não compareçam na sessão de
dos da data da conclusão dos autos, devendo prosseguir o continuação do julgamento ou hajam deixado o exercício
julgamento do feito na primeira sessão subsequente a esse do cargo, ainda que o Desembargador afastado seja o Rela-
prazo. tor.
§ 1º – Nos julgamentos realizados nos demais Órgãos § 5º – Não participarão do julgamento os Desembar-
Julgadores do Tribunal, o prazo de 10 (dez) dias será igual- gadores que não tenham assistido ao relatório e aos debates,
mente computado a partir da data da conclusão dos autos ao salvo quando se derem por esclarecidos.
Vistor, cabendo ao Presidente do respectivo órgão, após § 6º – Se, para efeito de quorum ou desempate na
devolução dos autos, determinar a reinclusão do processo votação, for necessário o voto de Desembargador nas
na pauta da sessão de julgamento subsequente ao prazo, condições do parágrafo anterior, serão renovados o relató-
exceto na hipótese de ser designada sessão extraordinária rio e a sustentação oral, computando-se os votos anterior-
para data anterior. mente proferidos.
§ 2º – Se os autos do processo judicial ou administra- Art. 2º – Esta Emenda Regimental entra em vigor na
tivo não forem devolvidos tempestivamente, ou se o vistor data de sua publicação.
deixar de solicitar prorrogação de prazo, o presidente do

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PROVIMENTO 46 TRF-4ª REGIÃO


(DJe DE 11-3-2016) MONITORAMENTO ELETRÔNICO DE PESSOAS
Regulamentação

Regulamenta o monitoramento eletrônico de


pessoas, no âmbito da Justiça Federal da 4ª Região
O CORREGEDOR REGIONAL DO TRIBUNAL testemunhas. Nos casos em que for aplicado o monitora-
REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO baixou Provi- mento como medida cautelar diversa da prisão, os respecti-
mento, regulamentando a concessão do monitoramento e vos processos ou inquéritos deverão ter tramitação prefe-
rastreamento eletrônico, devendo o Juiz avaliar as circuns- rencial, equivalente àquela atribuída às ações com réu
tâncias pessoais do investigado, réu ou condenado, a tipifi- preso, devendo o processo ou inquérito receber anotação de
cação penal, bem como as finalidades da sanção ou da apresentar réu sob monitoramento. Caberá às Varas com
medida cautelar imposta, levando em consideração os pro- competência para Execução Penal manter equipamentos de
blemas que atingem o sistema penitenciário brasileiro e a monitoração em reserva técnica suficiente ao atendimento
necessidade de implementação de alternativas eficazes ao da subseção judiciária respectiva. O monitoramento será
encarceramento que mantenham a vigilância do Estado e operacionalizado e fiscalizado pela unidade jurisdicional
priorizem a reintegração dos apenados. junto à qual tramita o processo ou procedimento no qual foi
O monitoramento poderá ser utilizado: a) como medi- proferida a decisão que determinou a sua utilização, poden-
da cautelar diversa da prisão; b) para presos que tenham do a fiscalização ser compartilhada com empresa terceiri-
sido submetidos à prisão domiciliar como punição pela zada e/ou com outros órgãos e agentes estatais. O texto
regressão de penas substitutivas; c) para presos cuja conde- entrou em vigor na data de sua publicação.
nação tenha estabelecido o regime aberto; e d) como instru-
mento de fiscalização das medidas protetivas de vítimas ou Íntegra disponível no site www.advocaciadinamica.com

EMENDA REGIMENTAL 32 TRF-2ª REGIÃO


(DJe DE 15-3-2016) SESSÃO DE JULGAMENTO
Prioridade – Alteração do Regimento Interno

Acrescenta parágrafo único ao artigo 139 do Regimento


Interno do Tribunal Regional Federal da 2ª Região
O PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO, baixou a presente
Emenda Regimental, resolvendo:
Art. 1º – Acrescentar ao art. 139 do Regimento Interno o parágrafo único com o seguinte teor:
Art. 139 –........................................................................................................................................................................
Parágrafo único – Os advogados com idade igual ou superior a sessenta anos, os advogados com deficiência e as advo-
gadas gestantes ou lactantes, que comparecerem às sessões terão prioridade no julgamento dos processos em que atuam.
Art. 2º – Esta Emenda Regimental entra em vigor na data de sua publicação.

PORTARIA 2 TRT-18ª REGIÃO


(DJe DE 11-3-2016) PLANTÃO JUDICIÁRIO
Regulamentação

Regulamenta o plantão judiciário em primeiro e segundo graus de jurisdição


O DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRI- do graus de jurisdição da 18ª Região da Justiça do Traba-
BUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO lho, apresentados para despacho ou decisão nos finais de
baixou Portaria, que normatiza o plantão judiciário em semana, suspensões de expediente e feriados. O texto
primeiro e segundo graus de jurisdição, para apreciar re- entrou em vigor na data de sua publicação, revogando a
querimentos de natureza urgente, destinados a evitar o Portaria 5/2007.
perecimento de direitos ou assegurar a liberdade de loco-
moção, inseridos na competência do primeiro ou do segun- Íntegra disponível no site www.advocaciadinamica.com.

INFORMATIVO 145
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EMENDA REGIMENTAL 15 TRF-3ª REGIÃO


(DJe DE 16-3-2016) REGIMENTO INTERNO
Adequação ao novo CPC

Acrescenta dispositivos ao Regimento Interno, com o intuito


de adequação do texto ao novo Código de Processo Civil
A PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FE- novo CPC, sem prejuízo da manutenção das atuais disposi-
DERAL DA TERCEIRA REGIÃO baixou Emenda Regi- ções regimentais para a aplicação que se fizer necessária, na
mental, acrescentando dispositivos ao Regimento Interno conformidade das regras de direito processual intertempo-
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, com o fito de ral.
adequação do texto à Lei 13.105/2015 (Novo Código de
Processo Civil), que entrou em vigor na última sexta-feira Íntegra disponível no site www.advocaciadinamica.com
(18/3). O texto entrou em vigor simultaneamente com o

RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA 14 TRT-17ª REGIÃO


(DJe DE 11-3-2016) SÚMULA 39
Edição

Edita a Súmula 39, no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região


Certifico que, em Sessão Ordinária realizada nesta NAL – INEFICÁCIA DO PROTESTO INTERRUPTIVO
data, sob a Presidência do Excelentíssimo Desembargador POSTERIOR. O ajuizamento de ação coletiva interrompe a
José Carlos Rizk, presentes os Excelentíssimos Desembar- prescrição. No entanto, o protesto judicial interposto poste-
gadores Cláudio Armando Couce de Menezes, Wanda riormente visando ao mesmo objetivo é ineficaz, visto que a
Lúcia Costa Leite França Decuzzi, Gerson Fernando da prescrição pode ser interrompida uma única vez, a teor do
Sylveira Novais, Claudia Cardoso de Souza, Carlos Henri- art. 202, caput, do Código Civil.”
que Bezerra Leite, Jailson Pereira da Silva, Lino Faria Pete- Vencido o Desembargador Carlos Henrique Bezerra
linkar, Marcello Maciel Mancilha, Ana Paula Tauceda Leite. Suspeição do Desembargador Cláudio Armando
Branco e Mário Ribeiro Cantarino Neto e, ainda, o Excelen- Couce de Menezes. Sustentação oral da Dra. Claudine
tíssimo Procurador Regional do Trabalho, Dr. Levi Scato- Simões Moreira, pelo Banco do Brasil S.A. Participaram da
lin, votação os Excelentíssimos Desembargadores Marcello
Resolveu, o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho Maciel Mancilha (Presidente), Wanda Lúcia Costa Leite
da 17ª Região, por unanimidade, admitir o Incidente de França Decuzzi, Gerson Fernando da Sylveira Novais,
Uniformização de Jurisprudência e, por maioria, editar a Claudia Cardoso de Souza, Carlos Henrique Bezerra Leite,
Súmula 39 nos seguintes termos: Jailson Pereira da Silva, Lino Faria Petelinkar, Ana Paula
“ANUÊNIOS – AJUIZAMENTO DE AÇÃO CO- Tauceda Branco e Mário Ribeiro Cantarino Neto.
LETIVA – INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIO-

RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA 3 TRT-6ª REGIÃO


(DJe DE 11-3-2016) DO RELATÓRIO E DA REVISÃO
Alteração do Regimento Interno

Altera o “caput” do art. 60 do Regimento Interno


do Tribunal Regional do Trabalho da Sexta Região
O TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA SEXTA REGIÃO baixou a presente Resolução Administrativa,
resolvendo:
Art. 1º – O artigo 60 passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 60 – Distribuído o feito, terá o desembargador relator prazo de 30 (trinta) dias úteis, para aposição do seu visto,
ressalvadas as exceções legais e regimentais.”
Art. 2º – Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Cumpra-se. Publique-se.
Recife, 08 de março de 2016.

INFORMATIVO 144
ADV FASCÍCULO SEMANAL 11/2016 COAD

RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA 22 TRT-18ª REGIÃO


(DJe DE 14-3-2016) PEDIDOS DE VISTA NOS PROCESSOS
JURISDICIONAIS E ADMINISTRATIVOS
Alteração do Regimento Interno

Altera o § 2º do art. 62 do Regimento Interno do Tribunal Regional do


Trabalho da 18ª Região, que dispõe sobre o prazo para a devolução
dos pedidos de vista nos processos jurisdicionais e administrativos
O TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA I – Se o processo judicial ou administrativo não for
18ª REGIÃO baixou a presente Resolução Administrativa, devolvido tempestivamente, ou se o vistor deixar de soli-
resolvendo: citar prorrogação de prazo, o presidente do órgão corres-
Art. 1º – Fica alterado o § 2º do art. 62 do Regimento pondente fará a requisição para julgamento na sessão
Interno do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, subsequente, com publicação na pauta em que houver a
que passa a viger com a seguinte redação: inclusão;
“Art. 62 – (...) II – Ocorrida a requisição na forma do inciso I, se
§ 2º – Sendo o pedido de vista com suspensão do aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habili-
julgamento, os autos serão encaminhados aos gabinetes dos tado a votar, o presidente convocará substituto para proferir
desembargadores que a houverem solicitado, obedecida a voto, na forma estabelecida neste Regimento Interno.
ordem de antiguidade. Cada desembargador poderá solici- .........................................................................................”
tar prazo de até 10 (dez) dias para exame, prorrogável por Art. 2º – Esta Resolução Administrativa entra em
igual período, mediante pedido devidamente justificado. vigor na data de sua publicação no Diário Eletrônico da
O processo retornará a julgamento após a última devolução, Justiça do Trabalho.
observado o seguinte:

RESOLUÇÃO 2 TRF-3ª REGIÃO


(DJe DE 15-3-2016) RECEBIMENTO DE PROCESSOS NAS
TURMAS RECURSAIS CRIMINAIS
Seção Judiciária de SP e MS – Normas

Regula o recebimento de processos nas Turmas Recursais


Criminais da Seção Judiciária de São Paulo e de Mato Grosso do Sul
O DESEMBARGADOR COORDENADOR DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS DA 3ª REGIÃO baixou a
presente Resolução, resolvendo:
Art. 1º – Determinar que as Turmas Recursais Criminais não receberão mais autos físicos para distribuição, devendo as
ações, recursos e incidentes processuais serem encaminhados devidamente digitalizados, nos termos do manual disponível
na página da Coordenadoria.
Parágrafo único – As informações solicitadas aos Juízos em processos originários, devem ser prestadas diretamente
nos autos eletrônicos, através do sistema de peticionamento eletrônico.
Art. 2º – Esta resolução entre em vigor na data da sua publicação.

ATO S/N TRF-2ª REGIÃO


(DJe DE 16-3-2016) SÚMULA 60
Aprovação

Súmula 60
“A pensão de ex-combatente, por morte ocorrida na vigência das Leis 3.765/60 e 4.242/63, será devida às filhas, ainda
que maiores, desde que não possam prover os meios de sua subsistência, inclusive por reversão, em valor correspondente ao
soldo de 2º Sargento, vedada a percepção cumulativa com qualquer outra importância dos cofres públicos.”

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ADV FASCÍCULO SEMANAL 11/2016 COAD

Doutrinas
Lucas Munhoz Filho PRESCRIÇÃO DE CRÉDITOS NÃO TRIBUTÁRIOS
Advogado especialista em Direito Tributário – PASSÍVEIS DE EXECUÇÃO FISCAL
Pós-Graduado pela Faculdade de Direito de São
Bernardo do Campo/SP

INTRODUÇÃO casos, há de se aplicar o artigo 174 do Código Tributário


Sabemos que a prescrição, para os créditos de natu- Nacional para identificar o prazo prescricional. Vejamos:
reza tributária, segue a regra do artigo 174 do Código Tribu- “Art. 174, CTN – A ação para a cobrança do crédito
tário Nacional e, para os créditos de natureza cível, segue as tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua
normas dos artigos 189 e seguintes, 205 e 206, todos do constituição definitiva.”
Código Civil. Agora, qual é a legislação aplicável quanto à Note que, com relação aos créditos tributários, o
prescrição de créditos de natureza não tributária passíveis prazo prescricional será sempre de cinco anos, e o termo
de Execução Fiscal? Pois bem, o presente artigo tem como “a quo” para sua contagem terá início na data da sua cons-
objetivo responder a esta questão. tituição definitiva, ou seja, a partir do momento em que o
crédito se torna indiscutível. Para os tributos sujeitos a
CRÉDITO E PRESCRIÇÃO lançamento de ofício, o termo “a quo” será no 31º dia da
Inicialmente, devemos tecer breves comentários notificação do lançamento fiscal ou da data da notifica-
sobre o instituto da prescrição, que pode ser definido como ção da decisão administrativa final em caso de impugna-
a perda da pretensão do titular de um direito que não o exer- ção administrativa pelo sujeito passivo. Para os tributos
ceu em um determinado lapso temporal estipulado em lei. sujeitos a lançamento por declaração ou por homologa-
De acordo com o artigo 189 do Código Civil, “violado o ção, o termo inicial será outro. Mas, para o presente
direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue artigo, não será necessário maior aprofundamento sobre
pela prescrição...”. Assim, é certo dizer que a prescrição este tema.
extingue o crédito do sujeito ativo, devido à perda do direito De outro lado, há as Execuções Fiscais que objetivam
subjetivo de ingressar com ação judicial. a cobrança de créditos não tributários, referentes a multas
Entretanto, para verificar se há ou não prescrição num administrativas de entes públicos (União Federal, Estados,
determinado caso específico, faz-se necessário identificar- Municípios, Inmetro, Procon, Ibama, Anvisa, dentre
mos qual será o termo “a quo” (inicial) da contagem da outros), que seguem outra regra no tocante à prescrição.
prescrição e o seu respectivo prazo prescricional. Isto porque, não é possível utilizar o artigo 174 do CTN,
É certo que cada tipo de crédito possui seu próprio uma vez que este deve ser utilizado apenas para créditos de
termo “a quo” e um específico prazo para a contagem da natureza tributária, conforme nos ensina a jurista Eliana
prescrição. A título de exemplo, a pretensão para haver os Calmon, ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça:
aluguéis de prédios urbanos é de três anos, a partir da data “...Uma vez que a exigência dos valores cobrados a
em que estes vencerem (art. 206, § 3º, I, Código Civil), já a título de multa tem nascedouro num vínculo de natureza
pretensão relativa à tutela é de quatro anos, a contar da data administrativa, não representando, por isso, a exigência de
da aprovação das contas (art. 206, § 4º, Código Civil). crédito tributário, afasta-se do tratamento da matéria a
Para os créditos passíveis de ajuizamento de Execu- disciplina jurídica do CTN...”
ção Fiscal, dar-se-á a prescrição sempre que o sujeito ativo (Recurso Especial de nº 714756SP 2005/0003253-9,
(ente público) ajuizar a ação executiva após o prazo Relatora: Ministra Eliana Calmon – Segunda Turma, STJ)
previsto em legislação específica, ocorrendo, assim, a Já que não há como utilizar o Código Tributário Na-
perda do direito de ajuizar a execução, eis que nula. cional para disciplinar os créditos oriundos de sanções
Todavia, há diferenças entre os créditos tributários e administrativas, aduzem os entes públicos (em seu favor)
os não tributários passíveis de Execução Fiscal, especial- que, para estes casos, a prescrição deve seguir a regra do
mente quanto ao termo “a quo” e ao lapso temporal da artigo 205 do Código Civil, “in verbis”:
contagem da prescrição executória, os quais serão aborda- “Art. 205, CC – A prescrição ocorre em dez anos,
dos a seguir. quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.”
O prazo de dez anos beneficiaria os entes públicos,
PRESCRIÇÃO DE CRÉDITOS pois estes teriam mais tempo para ajuizarem as ações
TRIBUTÁRIOS X PRESCRIÇÃO DE executivas, e, de outro lado, prejudicaria os sujeitos passi-
CRÉDITOS NÃO TRIBUTÁRIOS vos, devido ao desaparecimento de eventuais provas defen-
Via de regra, uma Execução Fiscal objetiva a cobran- sivas, em decorrência do longo lapso temporal, causando
ça de créditos decorrentes de uma obrigação tributária insegurança jurídica.
(recolhimento aos cofres públicos de impostos, taxas, Entretanto, também não há de ser aplicado o artigo
contribuições e demais obrigações acessórias). Para estes 205 do CC, tendo em vista que a relação existente entre o

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ADV FASCÍCULO SEMANAL 11/2016 COAD

sujeito ativo (ente público) e o sujeito passivo (devedor) do auto de infração e a propositura da Execução Fiscal é
obrigatoriamente deverá ser regida pelo Direito Público, e superior a cinco anos, será alcançada a prescrição e conse-
não pelo Código Civil, conforme nos ensina a ilustre quentemente a extinção do crédito.
ex-ministra do STJ:
“...se a relação que deu origem ao crédito em CONCLUSÃO
cobrança tem assento no Direito Público, não tem aplicação Conclui-se que o instituto da prescrição, para as
a prescrição constante do Código Civil...” Execuções Fiscais que objetivam a cobrança de débitos não
(Recurso Especial de nº 714756SP 2005/0003253-9, tributários, ou seja, aqueles oriundos de sanções/multas
Relatora: Ministra Eliana Calmon – Segunda Turma, STJ) administrativas da União Federal, Estados, Municípios e
Ademais, o artigo 205 do CC estabelece que a prescri- outras entidades (Procon, Inmetro, Ibama, Anvisa etc.), não
ção deva ser de dez anos no caso de inexistência de legisla- deverão obedecer à regra do artigo 174 do CTN, tampouco
ção específica fixando prazo menor, e há legislação especí- à do artigo 205 do CC, mas, sim, à regra do artigo 1º do
fica disciplinando o tema, qual seja, o Decreto nº 20.910 de Decreto nº 20.910/1932, que dispõe que o prazo prescricio-
1932, que em seu artigo 1º dispõe: nal deverá ser de cinco anos, e deve ser contado a partir da
Art. 1º, Decreto nº 20.910/1932 – “As dívidas passi- lavratura do auto de infração pelo poder público.
vas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim
todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescre- CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tribu-
vem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual tário. Editora Saraiva, 2011.
se originarem.” MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário.
Conforme se depreende da leitura acima, a ação de Editora Malheiros Editores, 2013.
Execução Fiscal para cobrança de crédito não tributário
possui prazo prescricional de cinco anos, e, com relação ao SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 5ª
termo “a quo” da contagem do prazo, cumpre informar que Edição. Editora Saraiva, 2013.
este deverá ser contado a partir da data da lavratura do auto de SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Decadência e Prescrição
infração, nos termos da sentença judicial abaixo destacada: no Direito Tributário. Editora Saraiva, 2011.
“...O crédito não tributário, estadual ou municipal, Acórdão que julgou o Recurso Especial de nº 714756SP
prescreve em cinco anos. Saliente-se que o prazo prescri- 2005/0003253-9, Relª Minª Eliana Calmon – Segunda
cional é contado da lavratura do auto de infração pelo poder Turma, STJ.
público e não da inscrição deste na dívida ativa...”
(Execução Fiscal de nº 0278390-85.2006.8.19.0001 – Decisão que negou seguimento ao Recurso de Apelação de
12ª Vara da Fazenda Pública da Comarca do Rio de Janei- nº 0250485-86.1998.8.19.0001, Sexta Câmara – TJ-RJ.
ro – Juíza Cristiana Aparecida de Souza Santos) Sentenças Judiciais de Primeiro Grau 0278390-85.
Portanto, para os créditos de origem não tributária, ao 2006.8.19.0001 (2006.120.106791-1) e 0195724-90.
se verificar que o lapso temporal decorrido entre a lavratura 2007.8.19.0001 (2007.001.191048-6) – TJ-RJ.

Ivone Zeger A COMPANHEIRA, O PAI, O IRMÃO...


Advogada especialista em Direito de Família e E UMA HERANÇA DE US$ 30 MILHÕES
Sucessão – Membro efetivo da Comissão de
Direito de Família da OAB/SP

Stieg Larsson tornou-se milionário após a morte. Por Os protagonistas dessa guerra pelo espólio são, de um lado,
uma dessas incompreensíveis ironias do destino, o jorna- o pai e o irmão do autor e, do outro, a companheira com
lista sueco de 50 anos não possuía nem um tostão no bolso quem ele vivia desde a adolescência, a arquiteta Eva
quando sofreu um infarto fulminante ao subir as escadas do Gabrielsson. O grande nó da questão é que a lei sueca não
prédio onde trabalhava. Pouco depois, porém, seu livro, o reconhece os direitos da companheira.
primeiro de uma trilogia policial chamada Millennium, e Para ser herdeira de Larsson, Eva teria de ser legal-
que chegou às livrarias após a morte do autor, tornou-se um
mente casada com ele ou, então, ser beneficiada em seu
fenômeno mundial. Estima-se que seus livros já tenham
testamento. Inconformada, a arquiteta resolveu apelar à
rendido cerca de US$ 30 milhões, e isso sem contar futuras
cifras provenientes de adaptações hollywoodianas de sua justiça. Mas, para complicar um pouco mais as coisas, o
obra. escritor deixou um testamento. Elaborado quando ele ainda
Talvez você esteja se perguntando o que a história de era muito jovem, o documento assinado por Larsson bene-
um escritor sueco que morreu antes de saber que seria rico e ficia uma agremiação comunista. Porém, como não segue
famoso tem a ver com uma coluna sobre Direito. Já vou determinados aspectos legais, o testamento foi invalidado.
explicar. Ocorre que a fortuna deixada por Larsson virou Assim, digladiaram-se na arena judicial a companheira
objeto de uma renhida batalha judicial disputada nos tribu- injustiçada e Erland e Joakim Larsson, respectivamente pai
nais suecos, e que mobilizou a opinião pública do país. e irmão do falecido escritor.

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ADV FASCÍCULO SEMANAL 11/2016 COAD

Difícil saber como essa história acabou. Contudo, se da herança apenas se o falecido não tiver deixado ascenden-
situação semelhante houvesse ocorrido no Brasil, o resul- tes, nem descendentes, nem cônjuge. Como o pai de Lars-
tado seria mais fácil de prever. Desde a promulgação da son está vivo, o irmão do autor ficaria, segundo nosso
Constituição Federal de 1988, a legislação brasileira reco- Código Civil, excluído da herança.
nhece a união estável e os direitos do companheiro e da Ao contrário da lei sueca, no Brasil os membros de
companheira. Entre esses direitos está o de herdar parte do uma união estável são beneficiados – mas até certo ponto.
que foi adquirido a título oneroso ao longo da união – Em se tratando de herança, a legislação brasileira ainda
mesmo que não tenha contribuído financeiramente para sua privilegia os que são oficialmente casados. O cônjuge só
aquisição. A parte que lhe cabe irá depender da existência partilha a herança com os descendentes e os ascendentes do
ou não de outros herdeiros. Se o casal teve filhos, a compa- falecido. Na inexistência destes, o cônjuge é o único her-
nheira ou o companheiro sobrevivente terá direito a uma deiro. Já o companheiro tem de partilhá-la com qualquer
parte igual a que lhes cabe. Se os filhos forem apenas do herdeiro sucessível, isto é, também com os irmãos, tios ou
falecido, a companheira fica com metade do que couber a primos do autor da herança. Além disso, antes que possa
cada um dos descendentes. Não havendo descendentes (isto reivindicar qualquer coisa, o membro sobrevivente precisa
é, filhos, netos, bisnetos), mas existindo outros herdeiros, o ingressar com uma ação judicial para reconhecer a união
companheiro ou companheira terá direito a receber um estável, o que inclui a apresentação de uma série de provas
terço da herança. Lembrem-se, porém, que estamos falando que confirme a relação do casal. Para os que são casados,
apenas do que foi adquirido durante a união. A única hipó- porém, a única comprovação necessária é a certidão de
tese na qual o companheiro herda tudo – inclusive o que foi casamento. Essa situação não deixa de ser injusta para
adquirido antes da união estável – é no caso de o falecido quem vive em união estável.
não ter deixado nenhum outro herdeiro. Afinal, se nossos legisladores tiveram o bom senso de
Sendo assim, se vivesse no Brasil, Eva ficaria com um reconhecer esse tipo de relacionamento na Constituição e
terço da fortuna de Larsson, e o restante iria para o pai dele. no Código Civil, por que mantê-lo em condição de inferio-
E o irmão? Sinto informar, ficaria a ver navios. Acontece ridade ao casamento no que diz respeito à distribuição da
que, de acordo com nossa legislação, a existência de uma herança? Ainda assim, apesar dessas restrições, as pessoas
classe de herdeiros exclui a próxima. Isso significa que os que vivem em união estável têm mais vantagens no Brasil
ascendentes (pais, avós, bisavós) só herdam alguma coisa do que em outros países. A companheira de Larsson que o
se o falecido não tiver descendentes. E os irmãos participam diga...

Noticiário
DESTAQUES

Banco só pode cobrar juros com capitalização Decisão baseada em novo ordenamento jurídico
anual se estiver previsto em contrato substitui prisão pela domiciliar
De acordo com a Segunda Seção do STJ, em julga- O Juízo do Tribunal do Júri de Taguatinga-DF profe-
mento de recurso apresentado por um banco do Paraná, os riu decisão interlocutória para substituir a prisão preventiva
bancos só podem cobrar a capitalização anual dos juros de de uma acusada por prisão domiciliar, em conformidade
cliente que utiliza o limite do cheque especial se essa com o disposto no art. 318, V, do CPP, introduzido recente-
cobrança estiver prevista no contrato assinado entre a insti- mente pela Lei 13.257/2016, que dispõe sobre as políticas
tuição financeira e o titular da conta-corrente. Na decisão, públicas para a primeira infância, e que alteraram o ECA.
uma instituição financeira foi proibida de cobrar juros A ré, que responde a um processo de homicídio no Tribunal
porque não apresentou o contrato assinado pelo cliente que do Júri de Taguatinga, foi citada para responder à acusação
previa a cobrança. A instituição financeira foi também por edital, por se encontrar, na época dos fatos, em local
condenada ao pagamento de multa de 10% sobre o valor incerto e não sabido, e sua prisão preventiva foi decretada
corrigido da causa (R$ 1.000 em 15 de dezembro de 2003). em fevereiro de 2011, a fim de se assegurar a aplicação da
O ministro Marco Buzzi, relator, salientou que o entendi- lei penal. Conforme comunicação remetida pela Vara do
mento do STJ é de que a cobrança de juros capitalizados em Crime da Comarca de Capim Grosso/BA, a acusada foi
periodicidade anual nos contratos bancários somente é presa em 11/3, em período de resguardo, com uma criança
possível mediante “expressa pactuação”, e que o acórdão recém-nascida de sete dias, prematura de sete meses, e era
do TJ-PR está em conformidade com o STJ. Na decisão, o mãe de outros nove filhos, todos menores, que estavam sob
Tribunal de Justiça salientou ainda que a cobrança de tarifas sua responsabilidade. Segundo informado, a acusada en-
bancárias não precisa estar pactuada em contrato porque contrava-se na Delegacia de Polícia do local, e que a autori-
“representam a remuneração pelos serviços efetivamente dade policial comunicou aquele juízo que as condições de
prestados pela instituição financeira, sendo devidamente acolhimento da acusada com a criança recém-nascida eram
regulamentadas pelo Banco Central”. mínimas.

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ADV FASCÍCULO SEMANAL 11/2016 COAD

Denúncias contra ex-presidente Lula serão enca- Presidente do TRF1 mantém exigibilidade do
minhadas à Justiça Federal crédito tributário relativo à Condecine
O Juízo da 4ª Vara Criminal Central do TJ-SP decidiu O presidente do TRF-1ª Região, desembargador fede-
que os autos 0017018-25.2016.8.26.0050, que contém as ral Cândido Ribeiro, deferiu pedido formulado pela Agên-
denúncias oferecidas pelo Ministério Público, contra o cia Nacional do Cinema (Ancine) para suspender medida
ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e liminar, deferida pelo Juízo da 4ª Vara da Seção Judiciária
outros, devem ser encaminhados à 13ª Vara Federal de do Distrito Federal, que sustou a exigibilidade do crédito
Curitiba/PR, em com base no art. 76, II e III, do CPP, onde tributário relativo à “Condecine das Teles” em relação às
“como é público e notório, tramita perante aquela Vara os empresas filiadas ao Sindicato Nacional das Empresas de
processos da chamada ‘Operação Lava-jato’, mencionada Telefonia e Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebra-
pelos denunciantes em sua peça”. Entre outras razões, o sil). Na ação que pedia a suspensão da exigibilidade do
Juízo da 4ª Vara Criminal Central – que levantou o sigilo do crédito tributário, o Sinditelebrasil questiona a legalidade
processo para conhecimento público e garantia constitucio- das alterações promovidas na base de cálculo da Conde-
nal (prevista no art. 5º, LX, da CF) – fundamenta que “o cine, instituída pela Lei 12.485/2011, em razão da edição da
pretendido nestes autos, no que tange às acusações de Portaria Interministerial 835, de 13-10-2015, bem como da
prática de delitos chamados de ‘Lavagem de Dinheiro’, é Lei 13.195/2015, tendo em vista a aplicação de índice de
trazer para o âmbito estadual algo que já é objeto de apura- correção monetária não previsto em lei e a impossibilidade
ção e processamento pelo Juízo da 13ª Vara Federal de de incluir no cômputo da correção monetária períodos
Curitiba/PR e pelo MPF, pelo que é inegável a conexão, posteriores à edição da norma. Ao analisar o caso, o desem-
bargador Cândido Ribeiro salientou que, em requerimento
com interesse probatório entre ambas as demandas, haven-
idêntico formulado pela Ancine, o presidente do STF con-
do vínculo dos delitos por sua estreita relação”. Os autos
cedeu o pedido ao fundamento de que “as contribuições de
serão encaminhados para reunião com os da Operação
intervenção no domínio econômico podem ser criadas por
Lava-Jato.
lei ordinária e não exigem vinculação direta entre o contri-
Ecad pode cobrar direito autoral de festa reli- buinte e a aplicação dos recursos arrecadados”. Assim, o
presidente do TRF1 entendeu, com base na decisão do STF,
giosa que a hipótese acarreta grave lesão aos bens tutelados, e
A finalidade econômica de um evento não é uma deferiu o pedido de suspensão da medida liminar.
condição de exigência para o pagamento de direitos auto-
rais ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribui- STF restabelece períodos de defeso em todo o
ção). Esse foi o entendimento da 4ª Turma do STJ, em país
julgamento no qual uma igreja questionava a cobrança por O ministro Luís Roberto Barroso (STF), restabeleceu
execução de músicas em quermesse. A instituição religiosa de imediato todos os períodos de defeso que haviam sido
tentava reformar acórdão do TJ-SP que entendeu pela legi- suspensos pela Portaria Interministerial 192/2015 por 120
timidade do pagamento sob o fundamento de que o fato de a dias, prorrogáveis por igual período. O defeso é a proibição
entidade deixar de cobrar por produtos ou serviço próprios temporária da atividade pesqueira para preservação das
não significa que pode impor isso a terceiros. De acordo espécies. Segundo o ministro Barroso, há evidências de que
com a decisão do TJ-SP, “os direitos autorais são devidos a decisão de suspender o período de defeso foi tomada com
ainda que a execução de obras musicais em eventos públi- o objetivo fiscal de economizar custos com o pagamento do
cos seja promovida sem fins lucrativos”. O acórdão desta- benefício previdenciário aos pescadores, em razão da crise
cou também que esse nem seria o caso dos autos, “pois a econômica, colocando em risco o meio ambiente. A decisão
foi tomada na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
realização de quermesse pela igreja, sem dúvida, visou à
5.447, na qual a presidente Dilma Rousseff questiona o
obtenção de proveito econômico. A peculiaridade é que o Decreto Legislativo 293/2015, que sustou os efeitos da
lucro alcançado foi revertido em prol da igreja e de suas portaria e restabeleceu o defeso. Em janeiro, com base nas
atividades benevolentes”. No STJ, a igreja alegou que a informações então disponíveis no processo e diante da
reprodução musical se deu sem fins lucrativos, e por isso premência da situação, foi concedida liminar na ADI para
seria indevido o pagamento de direitos autorais. Para a suspender os efeitos do Decreto Legislativo, sob o entendi-
instituição, o que se busca com a cobrança é prevenir ou mento de que o Poder Executivo não havia exorbitado de
punir o aproveitamento econômico e a exploração lucrativa seu poder regulamentador ao editar a Portaria Interministe-
de obras artísticas com prejuízo financeiro e sem autoriza- rial. Esta liminar foi agora revogada pelo ministro Barroso.
ção do titular, o que não seria o caso da festa religiosa. Após as informações prestadas nos autos, o ministro Barro-
O relator, ministro Raul Araújo, reconheceu que antes da so considerou que o governo não apresentou dados objeti-
vigência da Lei 9.610/98, a jurisprudência do STJ conside- vos ou estudos técnicos ambientais que comprovem a des-
necessidade do defeso, colocando em risco o princípio
rava a gratuidade das apresentações públicas como
ambiental da precaução. Por isso, segundo o relator, está
elemento decisivo para distinguir o que estaria sujeito ao evidenciado o risco ao meio ambiente equilibrado, à fauna,
pagamento de direitos autorais. Todavia, o ministro ressal- à segurança alimentar da população e à preservação de
vou, com a edição da norma, que houve mudança no enten- grupos vulneráveis, que se dedicam à pesca artesanal.
dimento da corte, pois foi retirado o dispositivo da lei ante- Ainda de acordo com o relator, o governo federal não apre-
rior que condicionava a existência de lucro como pressu- sentou indícios objetivos mínimos que identifiquem a
posto para a cobrança. verossimilhança da ocorrência de fraude no pagamento do

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seguro-defeso em proporção tal que justifique a medida de sua responsabilidade, dentre outras atividades, o traslado
extrema. Ao editar a portaria, o governo deixou de pagar dos corpos dos setores hospitalares nos quais ocorreu o
R$ 1,6 bilhão em benefícios aos pescadores, e ainda econo- óbito até o local e o cuidado com a temperatura ambiente.
mizou R$ 3 milhões com custo operacional para a imple- Também cuida do acompanhamento dos familiares até o
mentação do benefício pelo INSS, dada a necessidade de corpo e do recebimento e entrega aos agentes funerários.
deslocamento de servidores para locais remotos. O hospital alegou que não possui “morgue”, mas sim um
entreposto. Afirmou que esta é a rotina daquele posto de
Vigia de hospital receberá 30% a mais do salário trabalho, e que apenas eventualmente cabia aos vigias
por carregar corpos para necrotério acompanhar o agente funerário na liberação de corpos,
A 8ª Turma do TST não conheceu de recurso de um verificar documentação, fazer registro em livro específico
hospital localizado em Porto Alegre (RS), contra decisão e, depois, ligar para o setor de higienização e solicitar a
que determinou o pagamento de adicional de 30% no salá- remoção das macas. Após indeferimento do pedido de
rio de um vigia da instituição que também transportava acréscimo salarial, o empregado recorreu ao TRT, que
corpos para o necrotério. De acordo com decisão, essa atri- proveu seu recurso. No recurso ao TST, sustentou que o
buição não fazia parte das atividades contratadas para o empregado foi contratado por jornada de trabalho, e não por
cargo de vigia. Na ação trabalhista, o empregado alegou tarefas a serem desempenhadas, e que não existe legislação
desvio de função e pediu o pagamento de diferenças sala- específica que determine as atribuições dos vigias. Segun-
riais ou de adicional compatível com as reais exigências do do a relatora, ministra Maria Cristina Peduzzi, tais alega-
cargo. Relatou que, além das atividades de vigia, é respon- ções divergem do quadro descrito pelo Tribunal Regional.
sável pela recepção do acesso central ao hospital, atendi- Ela ressaltou que os depoimentos transcritos demonstram
mento aos pacientes e familiares, operação, nos computa- que o empregado, rotineiramente, desenvolvia tarefas di-
dores, do sistema administrativo do hospital, atendimento versas do conteúdo ocupacional inerente ao cargo de vigia,
por telefone, controle de acesso aos andares, entrada e baixa e mais complexas, e que ficou caracterizada a mudança do
hospitalar de pacientes, entre outras tarefas. Afirmou objeto da prestação do contrato de trabalho, em afronta ao
também que trabalha no “morgue”, ou necrotério, e que são disposto no artigo 468 da CLT.

PROJETOS DE LEI

Aposentadoria para donas e donos de casa de valor do Imposto de Renda ou depositados em conta-cor-
baixa renda rente ou poupança indicadas pelo consumidor. Segundo o
A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei projeto, os créditos não serão concedidos, por exemplo, nas
operações de fornecimento de energia elétrica e de combus-
326/2015, de autoria do deputado Valmir Assunção (PT-BA),
tíveis e na prestação de serviços bancários e de comunica-
que inclui na Previdência Social os trabalhadores sem
ção. A proposta também determina que ato posterior do
renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho Poder Executivo estabelecerá regras como o cronograma de
doméstico em suas residências, desde que pertencentes a implementação do programa e prazos para disponibilização
famílias de baixa renda – ou seja, com renda inferior a dois dos créditos. A proposta tramita em caráter conclusivo e
salários-mínimos. Pela proposta, ao completarem 60 anos, será analisado pelas Comissões de Finanças e Tributação, e
as donas de casa terão direito a receber o benefício mensal pela Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
de um salário-mínimo. Para os homens, a idade mínima
para receber a aposentadoria será de 65 anos. Essas idades Exige condenação com trânsito em julgado para
serão reduzidas em cinco anos para indivíduos portadores cumprimento da pena
de doenças degenerativas. O exercício do trabalho exclusi-
A Câmara dos Deputados analisa proposta que busca
vamente doméstico em casa poderá ser comprovado por
garantir a aplicação do princípio constitucional da presun-
testemunhas, no caso de impossibilidade de apresentação ção de inocência até que haja uma decisão transitada em
de prova documental. A aposentadoria para donas e donos julgado, ou seja, quando não couber mais nenhum recurso
de casa já está prevista na Emenda Constitucional 47/2005. de uma decisão judicial. O Projeto de Lei 4.577/2016 altera
A ideia da proposta é regulamentar o texto constitucional. o Código de Processo Penal (Decreto-lei 3.689/41) e a lei
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas (8.038/90) que trata dos recursos especial e extraordinário
Comissões de Seguridade Social e Família, de Finanças e ao STJ e ao STF, para que, em caso de recurso, uma pena só
Tributação, e pela Constituição e Justiça e de Cidadania seja executada se os tribunais superiores confirmarem uma
(CCJ). decisão tomada em segunda instância judicial (em regra,
tribunais de Justiça e regionais). A medida é de autoria do
Crédito no Imposto de Renda para consumidor deputado Wadih Damous (PT-RJ). Ele argumenta que,
que pedir nota fiscal conforme a Constituição, toda pessoa é considerada ino-
A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei cente até que sobrevenha uma condenação judicial transi-
737/2015, que prevê a liberação de crédito no Imposto de tada em julgado. A proposta tramita em conjunto com uma
Renda para o consumidor que exigir nota fiscal. Esse série de outros projetos, sendo que o principal é o Projeto de
crédito corresponderá a até 30% do PIS/Pasep e da Cofins Lei 2.807/2015, do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
recolhidos pelo estabelecimento fornecedor ou prestador. Os textos serão analisados pela Comissão de Constituição e
Os créditos poderão ser utilizados como abatimento do Justiça e de Cidadania (CCJ), e também pelo Plenário.

INFORMATIVO 138
ADV FASCÍCULO SEMANAL 11/2016 COAD

Permite cancelar serviço telefônico por telefone Redução da pena de preso que participar de
ou internet atividade religiosa
A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, A Câmara dos Deputados analisa proposta que trata
Comunicação e Informática (CCT) aprovou o Projeto de da diminuição da pena do preso que participe de atividade
Lei do Senado 224/2014, que garante a usuários o direito de religiosa. Conforme o texto, a pena do condenado a regime
cancelar os serviços de telecomunicações por telefone ou fechado ou semiaberto será reduzida em um dia para cada
internet. A medida vale, entre outros, para serviços de tele- seis horas de participação efetiva em atividades de prega-
fonia fixa ou celular e de TV por assinatura. Como é termi- ção, evangelização, estudos teológicos, grupos de oração
nativo, o projeto segue diretamente para a Câmara dos ou trabalhos pastorais. Essas seis horas deverão ser distri-
Deputados caso não haja recurso para votação no Plenário buídas em, no mínimo, três dias. A medida está prevista no
do Senado. Para o autor do projeto, senador Eduardo Projeto de Lei 567/2015, do deputado Flavinho (PSB-SP),
Amorim (PSC-SE), os usuários das empresas de telecomu- que altera a Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84), na parte
nicações pagam caro por um serviço de baixa qualidade e, que trata da remição (resgate) da pena. Atualmente, a legis-
quando querem cancelá-lo, são submetidos a dificuldades lação permite a remição por trabalho ou estudo. Ainda
impostas pelas empresas, como a exigência de atendimento segundo a proposta, as horas diárias de trabalho, de estudo e
presencial para o encerramento do contrato. O relator na de atividade religiosa serão definidas de forma a se compa-
CCT, senador Lasier Martins (PDT-RS), avaliou que a tibilizarem. A proposta será analisada pela Comissão de
proposta garantirá indiretamente aos consumidores meios Constituição e Justiça e de Cidadania, inclusive quanto ao
eficientes de cancelar seus planos de telefonia e internet. mérito, e depois pelo Plenário.

CONCURSOS PÚBLICOS

Veja os concursos públicos em vigor ao longo da semana.


A íntegra dos editais está à disposição dos assinantes no site www.advocaciadinamica.com
MPE-RJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DE SÃO
Cargo: Analista do Ministério Público PAULO
Inscrições: De 26-2-2016 a 28-3-2016, exclusivamente Cargo: Juiz de Direito do Juízo Militar Substituto
pela internet, através do site www.fgvprojetos.fgv.br Inscrições: de 14-3-2016 até 15-4-2016, exclusivamente
Valor: R$ 120,00 pela internet, através do site www.vunesp.com.br
Valor: R$ 200,00
MPE-SC
Cargo: Promotor de Justiça UERJ
Inscrições: De 1-3-2016 a 31-3-2016, exclusivamente pela Cargo: Técnico Universitário Superior – Procurador
internet, através do site www.mpsc.mp.br/40-concurso/ Inscrições: De 9-10-2015 até 31-3-2016, exclusivamente
inscricao pela internet, através do site www.cepuerj.uerj.br
Valor: R$ 280,00 Valor da inscrição: R$ 120,00

Súmula Legislativa Semanal


PESQUISA DE 10 A 16-3-2016
Semanalmente, selecionamos e divulgamos neste espaço os atos federais editados sob a forma de Lei, Lei Complementar,
Medida Provisória ou Decreto.
Na semana, foram anotados os seguintes atos:
ORIGEM ATO EMENTA
FEDERAL
DO-U de 10-3-2016 Decreto 8.688, de 9 de março de 2016. – Dispõe sobre a cooperação para implementação e execução de progra-
mas e ações de interesse público entre a Administração Pública federal
e os serviços sociais autônomos do Sistema S.
DO-U de 14-3-2016 Decreto 8.690, de 11 de março de 2016. – Dispõe sobre a gestão das consignações em folha de pagamento, no âm-
bito do sistema de gestão de pessoas do Poder Executivo Federal.
DO-U de 15-3-2016 Decreto 8.691, de 14 de março de 2016. – Altera o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decre-
to 3.048/99.

* A íntegra dos atos federais encontra-se disponível no site www.advocaciadinamica.com.br

INFORMATIVO 137

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