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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA


SECRETARIA MUNICIPAL DE GOVERNO

LEI N.º 2617, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2006.

Dispõe sobre a institucionalização, organização e


funcionamento da Guarda Municipal de
Cachoeirinha e dá outras providências.

PREFEITO MUNICIPAL DE CACHOERINHA, Estado do Rio Grande do Sul.

FAÇO SABER – Em cumprimento ao disposto no artigo 67, item IV, da Lei Orgânica
do Município, que a Câmara aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte:

LEI

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1.º Esta lei tem como objeto institucionalizar e organizar a Guarda Municipal e
normatizar seu funcionamento.

Art. 2.º Fica institucionalizada a Guarda Municipal de Cachoeirinha, subordinada à


Secretaria Municipal de Segurança Urbana, consistindo em corporação uniformizada, podendo ser
armada, regida sob a égide da hierarquia e disciplina, com princípios, finalidades, competências,
atribuições e estrutura definidas nesta Lei.

Seção I
Dos Princípios

Art. 3.º A Guarda Municipal de Cachoeirinha, ao exercer suas atribuições,


competências e finalidades, além do disposto na presente Lei, observará os seguintes princípios:
I – defesa da cidadania e dignidade da pessoa humana;
II – inviolabilidade dos direitos e garantias individuais fundamentais da pessoa humana;
III – assistência ao cidadão em defesa da vida humana;
IV – proteção ao patrimônio público;
V – segurança da coletividade;
VI – respeito à disciplina, à hierarquia e às autoridades constituídas.

Seção II
Das Finalidades

Art. 4.º A Guarda Municipal de Cachoeirinha, em consonância com o art. 144, § 8.º, da
Constituição Federal, art. 128 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, art. 9.°, XVII, art.
133 da Lei Orgânica do Município combinado com a Lei Municipal n° 2075, de 16 de agosto de
2002, Lei Federal no 10.826, de 22 de dezembro de 2003 e Decreto Federal nº 5.123, de 1.º de
julho de 2004, será composta por efetivo definido no âmbito desta Lei, com as seguintes
finalidades:
I – proteger os bens, serviços e instalações municipais;
II – atuar em conjunto com a Comissão Municipal de Defesa Civil, nos casos de
calamidade pública;
III – interagir com os agentes de proteção ao meio ambiente;
IV – apoiar os agentes municipais no exercício do poder de polícia administrativa;
V - garantir o funcionamento dos serviços de responsabilidade do Município;
VI – acionar os órgãos de Segurança Pública;
VII – atuar em colaboração com órgãos estaduais e federais, mediante solicitação,
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assim como atender situações excepcionais;
VIII – participar de maneira ativa nas atividades programadas pelo Município, tais como
comemorações cívicas, eventos culturais e esportivos;
IX – exercer atividades afins que lhe venham a ser confiadas por legislação própria.

Art. 5.º Para o cumprimento de suas finalidades a Secretaria Municipal de Segurança


Urbana providenciará, necessariamente:
I – a realização de cursos técnicos profissionais e psicológicos para os integrantes da
Guarda Municipal;
II – o fornecimento de armamentos, uniformes e equipamentos, inclusive viaturas e
sistema de comunicação;
III – a manutenção de permanente integração com os órgãos responsáveis pela
segurança pública objetivando complementar suas lições naquilo que a legislação permitir.

Seção III
Das Atribuições da Guarda Municipal

Art. 6.º A Guarda Municipal de Cachoeirinha, órgão de segurança pública de natureza


civil, exercerá suas atividades em toda a extensão do território do Município de Cachoeirinha,
observando os limites constitucionais e outros previstos na legislação vigente, além de assegurar
o exercício dos poderes constituídos, no âmbito de sua competência.

Art. 7.º São atribuições da Guarda Municipal de Cachoeirinha:


I - desempenhar atividades de proteção do patrimônio público nos próprios municipais,
guardando-os e vigiando-os contra os danos, ações criminosas e outros atos de vandalismo;
II - conduzir veículos oficiais quando na atividade de vigilância;
III - verificar o fechamento dos locais de acesso aos próprios municipais;
IV - promover a proteção do meio ambiente, do patrimônio histórico, cultural, ecológico
e paisagístico do Município;
V - prevenir e inibir atos delituosos que atentem contra os bens, serviços e instalações
públicas municipais, priorizando a segurança escolar;
VI - executar atividade ostensiva, preventiva e uniformizada, armada ou não, na
proteção da população, dos bens, serviços e instalações do Município, agindo junto à comunidade,
com o objetivo de diminuir a violência e a criminalidade e promovendo a mediação dos conflitos e
o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos;
VII - participar das campanhas educacionais relacionadas à Segurança Pública;
VIII - colaborar com campanhas e demais atividades de outros Órgãos Municipais,
Estaduais ou Federais que desenvolvam trabalhos correlatos com as missões da Guarda
Municipal de Cachoeirinha;
IX - estabelecer mecanismos de interação com a sociedade civil para discussão de
soluções de problemas e projetos locais voltados à melhoria das condições de segurança nas
comunidades;
X - prestar colaboração e orientação ao público em geral;
XI - apoiar e garantir as ações fiscalizadoras e o serviço de responsabilidade do
Município;
XII - executar atividades de socorro e proteção às vítimas de calamidades, participando
de ações de defesa civil, colaborando também na prevenção e controle de incêndios e inundações
quando necessário;
XIII – auxiliar na travessia de pedestres e também em casos de acidentes no trânsito,
em frente aos próprios do Município, Estado e União, até a chegada da Guarda Municipal de
Trânsito no local;
XIV – sugerir medidas de segurança relativas à circulação de veículos e pedestres,
bem como concernente a sinalização de trânsito nas vias urbanas municipais, com ênfase a
segurança;
XV - fazer rondas nos períodos diurno e noturno;
XVI - executar ações integradas com a Brigada Militar no sentido de obter e oferecer
auxílio recíproco;

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XVII - colaborar com os órgãos federais e estaduais competentes para a preservação


da segurança interna, quando solicitada, observada a legislação aplicável;
XVIII - desempenhar outras atividades correlatas.
Parágrafo único. O exercício do cargo de Guarda Municipal poderá exigir a prestação
de serviço externo e desabrigado, diurno ou noturno, aos sábados, domingos e feriados, sob o
regime de plantão.

CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA

Seção I
Da Estrutura Administrativa e Competência

Art. 8.º A Guarda Municipal é diretamente subordinada à Secretaria de Segurança


Urbana de Cachoeirinha.

Art. 9.º Fica criada a Corregedoria da Guarda Municipal na composição organizacional


da Secretaria de Segurança Urbana.

Art. 10. À Corregedoria da Guarda Municipal compete:


I – cumprir as atribuições e funções estabelecidas nesta Lei e as que lhe sejam
atribuídas pelo Secretário Municipal de Segurança Urbana e o Prefeito Municipal por meio de
regulamento;
II – representar à autoridade competente pela apuração da responsabilidade criminal, e
exercer a apuração da responsabilidade administrativa ou as infrações disciplinares médias e
graves, atribuídas aos servidores integrantes do Quadro da Guarda Municipal, previstas no
Regime Jurídico e no Regulamento Disciplinar da Guarda Municipal;
III – ordenar a realização de visitas de inspeção e correições ordinárias e
extraordinárias em qualquer unidade ou órgão da Guarda Municipal, podendo sugerir medidas
necessárias ou recomendáveis para a racionalização e melhor eficiência dos serviços;
IV – avaliar, para encaminhamento posterior à Comissão Especial de Avaliação de
Desempenho no Estágio Probatório – CEADEP, os elementos coligidos sobre o estágio probatório
de integrantes do Quadro de Carreira da Guarda Municipal;
V – solicitar informações, certidões e cópias de documentos relacionados a
investigações em curso, ou imediatamente quando se fizer necessário,
VI – requisitar diligências, exames, pareceres técnicos e informações indispensáveis ao
bom desempenho de sua função;
VII – apreciar representações e denúncias que lhe forem dirigidas relativamente à
atuação irregular dos servidores integrantes do Quadro da Guarda Municipal;
VIII – promover investigação sobre comportamento ético, social e funcional dos
candidatos ao cargo de Guarda Municipal e dos servidores estagiários, bem como seus servidores
estáveis, inclusive aqueles indicados para o exercício de chefia, direção ou assessoramento, por
meio de:
a) atestado de bons antecedentes;
b) alvará de folha corrida;
c) certidão negativa criminal expedida pela Justiça Federal;
d) certidão negativa de condenação em processo administrativo disciplinar em ente ou
órgão no qual tenha o servidor já exercido outro cargo público;
e) outros documentos que a Corregedoria entender necessário, observadas as normas
legais e regulamentares aplicáveis.
§ 1.º Para atendimento do disposto no inciso V e VI a Corregedoria terá atendimento
em caráter preferencial dos integrantes da Direção da Guarda Municipal ou ainda de outras
autoridades municipais, sob pena de responsabilidade, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2.º A Corregedoria da Guarda Municipal contará com comissão de sindicância
incumbida da condução dos procedimentos administrativos disciplinares, cujas delegações serão
formalizadas pelo Corregedor-Geral da Guarda Municipal nos termos desta Lei.
§ 3.º A Corregedoria da Guarda Municipal atuará com absoluto sigilo sobre as
investigações que estiver realizando, bem como recomendando o mesmo ao denunciante.
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§ 4.º Em caso de violação do sigilo exigido no § 3.º por qualquer dos servidores
integrantes do Quadro, poderá o infrator receber a pena de responsabilidade e/ou disciplinar
cabível, na forma da legislação vigente, após sindicância interna que comprove a falta.
§ 5.º A Corregedoria da Guarda Municipal deverá elaborar um regimento interno, no
prazo de 120 (cento e vinte) dias da entrada em vigor desta lei, e baixar provimentos, no intuito de
organizar os seus atos e procedimentos administrativos e processuais referentes a sua atividade,
de forma suplementar aos ditames da legislação vigente.

Art. 11. A Corregedoria da Guarda Municipal terá em sua composição um Corregedor-


Geral da Guarda Municipal, que será indicado e nomeado pelo Prefeito Municipal por um período
de 2 (dois) anos, que poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, após consulta ao
Secretário Municipal de Segurança Urbana.
Parágrafo único. O Corregedor-Geral da Guarda Municipal deve ser Bacharel em
Ciências Jurídicas, de reputação ilibada e não integrante do quadro da Guarda Municipal.

Art. 12. Ao Corregedor-Geral da Guarda Municipal compete:


I – assistir a Administração Pública Municipal nos assuntos e questões disciplinares
dos servidores do Quadro da Guarda Municipal de Cachoeirinha;
II – manifestar-se sobre assuntos de natureza disciplinar que devem ser submetidos à
apreciação do Secretário Municipal de Segurança Urbana e do Prefeito Municipal, bem como
indicar a composição das comissões processantes;
III – dirigir, planejar, coordenar e supervisionar as atividades, assim como distribuir os
serviços da Corregedoria da Guarda;
IV – apreciar e encaminhar as representações que lhe forem dirigidas relativamente à
atuação irregular de servidores integrantes da Guarda Municipal, bem como determinar a
instauração de sindicâncias administrativas e de procedimentos disciplinares, para apuração de
infrações administrativas e disciplinares atribuídas aos referidos servidores;
V – preferencialmente, presidir os procedimentos administrativos disciplinares de sua
competência, e, na sua falta, delegar essa função a membro da comissão de sindicâncias;
VI – responder as consultas formuladas pelos órgãos da Administração Pública sobre
assuntos de sua competência;
VII – realizar correições extraordinárias nas unidades da Guarda Municipal e órgãos
correlatos, remetendo relatório reservado ao Secretário Municipal de Segurança Urbana e ao
Prefeito Municipal;
VIII – submeter ao Secretário Municipal de Segurança Urbana, com cópia integral de
todas as peças ao Prefeito Municipal, relatório circunstanciado e conclusivo sobre a atuação
pessoal e funcional de servidor integrante da Guarda Municipal indicado para o exercício de
funções de chefia, observada a legislação;
IX – proceder, pessoalmente, às correições ordinárias nas unidades da Guarda
Municipal e órgãos correlatos pelo menos uma vez por semestre;
X – propor ao Secretário Municipal de Segurança Urbana e/ou ao Prefeito Municipal a
aplicação de penalidades, na forma prevista em Lei;
XI – avocar, excepcional e fundamentadamente, processos administrativos
disciplinares e sindicâncias administrativas instauradas para a apuração de infrações
administrativas atribuídas a servidores integrantes do Quadro da Guarda Municipal;
XII – acompanhar os processos de seleção de concurso, inclusive os processos de
estágio probatório, do Quadro da Guarda Municipal;
XIII – aplicar as penalidades cabíveis, na forma prevista em Lei.

Art. 13. A Ouvidoria da Guarda Municipal passa a fazer parte do Gabinete do


Secretário, na composição organizacional da Secretaria de Segurança Urbana, sendo retirada do
Departamento da Guarda Municipal.

Art. 14. À Ouvidoria da Guarda Municipal compete:


I - receber, de qualquer cidadão ou munícipe:
a) denúncias, reclamações e representações sobre atos considerados arbitrários,
desonestos, indecorosos ou que violem os direitos humanos individuais ou coletivos praticados por
servidores da Guarda Municipal;
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b) sugestões sobre o funcionamento dos serviços dos órgãos da Guarda Municipal;


II – receber, de servidores da Guarda Municipal:
a) sugestões sobre o funcionamento dos seus serviços e órgãos;
b) denúncias a respeito de atos irregulares praticados na execução dos seus serviços, a
falta de zelo no uso do patrimônio público, inclusive por superiores hierárquicos;
III – verificar a pertinência das denúncias, reclamações e representações, propondo
aos órgãos competentes da Administração a instauração de sindicância, inquéritos e outras
medidas destinadas à apuração das responsabilidades administrativas, disciplinares, civis e
criminais, fazendo ao Ministério Público a devida comunicação, quando houver indício ou suspeita
de ação criminosa ou delito penal;
IV – propor ao Secretário Municipal de Segurança Urbana e ao Prefeito Municipal:
a) medidas que visem resguardar a cidadania e melhorar a segurança urbana;
b) a adoção de providências que visem ao aperfeiçoamento dos serviços prestados à
população pelos órgãos da Guarda Municipal;
c) a realização de pesquisas, seminários e cursos versando sobre assuntos de interesse da
segurança pública e sobre temas ligados aos direitos humanos, divulgando os resultados desses
eventos;
V - organizar e manter atualizado arquivo da documentação relativa às denúncias, às
reclamações, às representações e às sugestões recebidas;
VI – elaborar e publicar relatório de suas atividades, enviando antecipadamente cópias
ao Secretário Municipal de Segurança Urbana e ao Prefeito Municipal.
VII – requisitar, a qualquer órgão do Poder Executivo Municipal, informações, certidões
e cópias de documentos relacionados a investigações em curso, ou imediatamente quando se
fizer necessário;
VIII – dar conhecimento, sempre que solicitada, das denúncias, reclamações e
representações recebidas, ao Prefeito Municipal e ao Secretário Municipal de Segurança Urbana,
bem como à Corregedoria da Guarda Municipal e aos membros do Conselho Consultivo criado por
esta Lei;
IX – fiscalizar, investigar e realizar auditoria das atividades dos órgãos e dos servidores
da Guarda Municipal;
X – promover a definição de um sistema de comunicação para a divulgação sistemática
do seu papel institucional à sociedade.

Art. 15. A Ouvidoria da Guarda Municipal terá em sua composição um Ouvidor-Geral


da Guarda Municipal, que será indicado e nomeado pelo Prefeito Municipal por um período de 2
(dois) anos, que poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, após consulta ao Secretário
Municipal de Segurança Urbana.
§ 1.º O Ouvidor-Geral da Guarda Municipal deve ter escolaridade mínima de ensino
médio completo, de reputação ilibada e não integrante do quadro da Guarda Municipal.
§ 2.º Para o desempenho de suas atribuições, é assegurado ao Ouvidor-Geral
autonomia e independência nas suas ações, podendo tomar por termo depoimentos e
acompanhar o desenvolvimento dos processos de apuração das denúncias por ele formuladas ou
não, competindo a ele o cumprimento e a execução das funções e competências atribuídas nesta
Lei.

Art 16. A Ouvidoria da Guarda Municipal compreenderá um Conselho Consultivo,


composto por 5 (cinco) membros, incluído, na qualidade de membro nato, o Ouvidor-Geral, que
presidirá o colegiado.
§ 1.º Os membros do Conselho serão aprovados e nomeados pelo Prefeito Municipal,
após consultar o Secretário Municipal de Segurança Urbana, nos seguintes termos:
I – entre os escolhidos devem estar, pelo menos um representante do Conselho
Municipal de Justiça e Segurança e um representante do Conselho Municipal Antidrogas, por um
período de 2 (dois) anos, admitida uma recondução por igual período;
II – as duas vagas restantes serão preenchidas por meio de uma indicação do Prefeito
Municipal e outra pelo Secretário Municipal de Segurança Pública, que serão submetidos à
aprovação do Conselho Municipal de Justiça e Segurança, entre cidadãos de Cachoeirinha de
reputação ilibada, por um período de 2 (dois) anos, admitida uma recondução por igual período.

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§ 2.º As funções de membro do Conselho são consideradas de serviço público


relevante e não serão remuneradas, à exceção do Ouvidor-Geral.
§ 3.º A Ouvidoria da Guarda Municipal elaborará, no prazo de 120 (cento e vinte) dias,
a contar da data de sua instalação, o Regimento Interno, que será submetido à aprovação do
Prefeito Municipal.

Art. 17. Compete ao Gabinete do Coordenador da Guarda Municipal:


I – o planejamento em geral visando à organização em todos os seus pormenores, às
necessidades de pessoal e material e ao emprego da corporação para o cumprimento de suas
missões;
II – o acionamento, por meio de diretrizes e ordens, dos setores de apoio, operacional,
assistencial, de rádio e comunicação e patrulha escolar;
III – a coordenação, controle e a fiscalização dos setores que compõem a estrutura da
Guarda Municipal;

Art. 18. Compete ao Setor de Apoio:


I – coordenar as atividades dos grupamentos administrativos e de instrução;
II – dar assistência no âmbito jurídico, social, psicológico, médico, humanístico e na
área de relações públicas aos integrantes da Guarda Municipal, enquanto membros na defesa e
preservação dos seus interesses e em benefício da coletividade;
III – prestar contas ao Gabinete do Coordenador sobre suas ações e atribuições,
encaminhando sugestões para a solução de cada caso;
IV – tomar iniciativas cabíveis em situações de emergência, desde que previamente
autorizado, comunicando ao Gabinete do Coordenador as providências tomadas, assim que for
possível.

Art. 19. Compete ao Setor Operacional:


I - a ação operacional da Guarda Municipal no tocante ao planejamento e à proteção
dos bens, serviços e instalações municipais;
II – operacionalizar o sistema de Rádio e Comunicação, competindo-lhe:
a) centralizar, controlar e fiscalizar o sistema de rádio e comunicação;
b) intermediar, transmitir, receber, retransmitir e apoiar pelo sistema de rádio-comunicação
todos os serviços em campo.
III – operacionalizar o sistema de Patrulha Escolar, competindo-lhe:
a) atuar no planejamento e execução das ações da Guarda Municipal junto à comunidade
escolar;
b) colaborar na execução das prioridades definidas pelo Poder Executivo na sua área de
atuação.

Art. 20. Às competências básicas das unidades administrativas que integram a


estrutura da Guarda Municipal poderão ser acrescentadas outras pelo regulamento interno.

Art. 21. A Guarda Municipal será administrada pelo Coordenador da Guarda Municipal,
cargo que será exercido por servidor de carreira, detentor do cargo de Guarda Municipal desse
Município.
Parágrafo único. Excepcionalmente, durante os dois primeiros anos, contados a partir
da publicação desta Lei, o cargo referido no caput poderá ser ocupado sem a exigência
mencionada, desde que comprove experiência na área de segurança pública.

Art. 22. Para realização de atividades meramente administrativas da Guarda Municipal,


poderão ser designados o máximo de 3% (três por cento) do número total de guardas.

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Seção II
Dos Recursos Humanos

Subseção I
Dos Servidores

Art. 23. Os Servidores que compõem a Guarda Municipal de Cachoeirinha serão


regidos e disciplinados pelo mesmo Regime Jurídico em vigor para os servidores públicos
municipais, submetendo-se, subsidiariamente, às normas previstas no seu Regimento Disciplinar
Interno.

Art. 24. O efetivo da Guarda Municipal de Cachoeirinha é o fixado na Lei Municipal que
regula o Plano de Cargos e Salários do Município e composto por servidores detentores do Cargo
de Guarda Municipal criado pela Lei n.º 1159, de 23 de janeiro de 1991, podendo ser alterado
segundo as necessidades, a critério do Poder Executivo.

Art. 25. A estrutura da Guarda Municipal será constituída por Coordenador, Inspetor-
Chefe, Inspetor e Guarda Municipal, com as respectivas quantidades, denominação, exigência de
escolaridade e vencimento-base definido na Lei do Plano de Cargos e Salários.

Art. 26. As funções de Inspetor-Chefe e de Inspetor serão exercidas por servidores de


carreira, detentores do Cargo de Guarda Municipal desse Município, que farão jus a função
gratificada conforme Lei específica sobre o assunto.
Parágrafo único. O provimento das funções de Inspetor-Chefe se dará por nomeação
do Prefeito dentre os Inspetores indicados em lista tripla para cada função de Inspetor-Chefe
elaborada pelo Secretário Municipal de Segurança Urbana e pelo Coordenador da Guarda.
Subseção II
Da Formação da Guarda Municipal

Art. 27. Para o desempenho das funções previstas nos incisos IV a XVIII do Art. 7.º da
presente Lei, o membro da Guarda Municipal deverá ser aprovado em Curso de Formação em
Segurança Pública, de acordo com a Matriz Curricular da Secretaria Nacional de Segurança
Pública, oferecido pela Administração Municipal, por órgão próprio ou mediante convênio com
outro órgão público ou faculdade com ementa curricular prevista em Lei especifica.
§ 1.º Após avaliação de aptidão técnica e psicológica, aos integrantes da Guarda
Municipal aprovados no curso previsto no caput será autorizado porte de arma de fogo, quando
em serviço, conforme previsão na Lei Federal n.º 10.826, de 22 de dezembro de 2003.
§ 2.º A autorização para o porte de arma de fogo da Guarda Municipal está
condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de
atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento da Lei nº 10.826 de 22 de dezembro de 2003, observada a
supervisão do Ministério da Justiça.
§ 3.º O uso de arma de fogo não está condicionado à vontade do servidor e sim à
aptidão técnica, e psicológica, definida após os cursos e avaliações, atendendo o interesse
público.

Seção III
Dos Recursos e Equipamentos Materiais

Art. 28. Integram a estrutura da Guarda Municipal de Cachoeirinha os seguintes


recursos e equipamentos materiais:
I – uniforme de Guarda Municipal, composto por vestuário de verão, vestuário de
inverno, calçados de verão, calçados de inverno, capas de chuva, coletes a prova de bala,
algemas, armamento, e apitos;
II – viaturas de segurança pública, e viatura de administração em número mínimo que
atendam a demanda e peculiaridades do município;
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III – veículo de tipo moto;


IV – armamentos letais e não letais para a execução das atribuições de defesa do
guarda e do cidadão, conforme disposto nos incisos IV a XVIII do artigo 7.º desta lei;
V – equipamentos de socorro e resgate;
VI – outros equipamentos e acessórios necessários para o atendimento da finalidade e
atribuições da Guarda Municipal previstos nesta lei.

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 29. Os atuais Guardas Municipais aprovados em concurso realizado sob a égide
da Lei n.º 1159, de 23 de janeiro de 1991, executarão as atribuições nela previstas, bem como as
previstas no art. 7.°, incisos I a III, da presente Lei.
Parágrafo único. Para o desempenho das funções previstas no art. 7.º, incisos IV a
XIX, desta Lei, o Guarda Municipal descrito deverá ser aprovado no Curso de Formação em
Segurança Pública, previsto no artigo 27 desta Lei.

Art. 30. O Guarda Municipal que não obtiver conceito favorável no Curso de Formação,
desempenhará apenas as funções previstas nos incisos I a III do Art. 7.º.

Art. 31. No prazo máximo de nove meses após a aprovação desta Lei, deverá ser dado
início ao Curso de Formação para, no mínimo, 30 (trinta) Guardas Municipais.
Parágrafo único. Para definição da ordem de participação dos atuais servidores da
Guarda Municipal no Curso de Formação referido, serão obedecidos os seguintes critérios, em
ordem de importância:
I – inscrever-se junto à Secretaria Municipal de Segurança para participar do referido
curso;
II – ter concluído o estágio probatório;
III – comprovar escolaridade mínima de ensino fundamental completo;
IV – não ter sido condenado em Processo Administrativo Disciplinar;
V – menor número de faltas injustificadas nos último 5 (cinco) anos;
VI – antiguidade no cargo;
VII – maior idade.

Art. 32. Os Guardas Municipais que estiverem no efetivo exercício das funções
previstas nos incisos I a XVIII do art. 7.º desta Lei, farão jus a adicional de risco de vida de 80%
(oitenta por cento), calculado sobre o valor de seu vencimento básico.
§ 1.º O adicional previsto no caput será concedido ao guarda municipal que:
I - tiver sido aprovado no Curso de Formação previsto no art. 27;
II - comprovar escolaridade mínima de Ensino Fundamental Completo;
III - exercer as funções referidas nos incisos I a XIX do artigo 7.º desta Lei.
§ 2.º A percepção do adicional de 80% (oitenta por cento) previsto no caput exclui a
percepção do adicional de 30% (trinta por cento) previsto no art. 33.
§ 3.º O adicional previsto no caput será concedido 30 (trinta) dias após a formatura de
conclusão do curso previsto no art. 27.
§ 4.º Aos guardas municipais que trabalharem armados será concedido adicional pelo
uso da arma, em valor e condições que serão fixadas em Lei específica.

Art. 33. Os Guardas Municipais que exercerem somente as funções previstas nos
incisos I a III do art. 7.º desta Lei perceberão o adicional de risco de vida de 30% (trinta por cento)
sobre o vencimento básico, conforme previsto no Regime Jurídico dos Servidores Municipais.

Art. 34. Os Guardas Municipais deverão exercer jornada de trabalho em regime de


plantão, para a qual farão jus ao Adicional por Trabalho em Regime de Plantão na razão de 1/3
(um terço), calculados sobre seu vencimento básico.
§ 1.º A percepção do adicional previsto no caput excluirá o Adicional por Serviço
Extraordinário mesmo que a escala do plantão do servidor venha a ocorrer em sábados, domingos
e feriados.
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§ 2.º O Regime de Plantão ocorrerá na escala de 12 (doze) horas trabalhadas por 36


(trinta e seis) horas de repouso, de acordo com a necessidade do serviço.
§ 3.º A percepção do adicional previsto no caput não excluirá o direito ao abono de
ano-novo e natal previsto no art. 93 da Lei Complementar n.º 03, de 04 de julho de 2006.
§ 4.º Para fins desta Lei, o Trabalho em Regime de Plantão considerará o exercício da
função da Guarda, independentemente do local do exercício.

Art. 35. O Chefe do Executivo Municipal enviará à Câmara Municipal, no prazo de 120
(cento e vinte) dias, a contar da data de publicação da presente Lei, projeto de lei dispondo sobre
o Regimento Interno Disciplinar da Guarda Municipal.

Art. 36. É vedada a cessão ou o comissionamento dos integrantes da Guarda


Municipal para órgãos ou entidades de outras esferas de governo, salvo por meio de convênio.

Art. 37. Fica o Poder Executivo autorizado a contratar seguro contra acidentes
pessoais ocorridos durante o exercício das funções dos servidores da Guarda Municipal, em razão
da natureza específica de suas atividades.

Art. 38. As alterações na estrutura da Secretaria Municipal de Segurança Urbana


,decorrentes do que dispõe esta lei serão encaminhadas pelo Poder Executivo no prazo máximo
de 30 (trinta) dias de sua entrada em vigor.

Art. 39. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta das dotações
orçamentárias próprias.

Art. 40. Esta Lei entra em vigor 30 (trinta) dias após a sua publicação.

Art. 41. Fica revogada a Lei n.º 1992, de 9 de novembro de 2001.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA, 15 DE DEZEMBRO


DE 2006.

José Luiz Stédile


Prefeito Municipal

REGISTRE-SE E PUBLIQUE-SE

Nelson Postaÿ
Secretário de Governo

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