Você está na página 1de 20

Iván Duque é eleito presidente da

Colômbia
Candidato de direita apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe teve 54% dos votos e
derrotou o esquerdista Gustavo Petro.

Por G1
17/06/2018 19h20 Atualizado há menos de 1 minuto
Iván Duque, presidente eleito da Colômbia, cumprimenta simpatizantes após votar no segundo turno, em
Bogotá, no domingo (17) (Foto: AP Foto/Fernando Vergara)
O candidato de direita Iván Duque, 41 anos, foi eleito para presidir a Colômbia
até 2022. Apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, que governou o país entre
2002 e 2010, ele obteve 54% dos votos e venceu o esquerdista Gustavo Petro
no segundo turno das eleições presidenciais do país, disputadas neste domingo
(17).
Ex-roqueiro, como diz em seu próprio site oficial, o advogado tentará dar uma
cara mais jovem ao conservadorismo colombiano, de volta ao poder.
Resultado da eleição, em %
Com 99,9% das urnas apuradas
53,9753,9741,8141,814,24,2Iván DuqueGustavo PetroVotos em
branco0102030405060
Fonte: Registraduría Nacional del Estado Civil
O atual presidente Juan Manuel Santos parabenizou Duque pela vitória: "Já
liguei para Ivan Duque para parabenizá-lo e desejar boa sorte. Ofereci a ele toda
a colaboração do governo para fazer uma transição ordenada e tranquila", disse
em seu Twitter.

Juan Manuel Santos

✔@JuanManSantos

Llamé a @IvanDuque para felicitarlo y desearle la mejor de las suertes. Le ofrecí toda
la colaboración del Gobierno para hacer una transición ordenada y tranquila.
7:11 PM - Jun 17, 2018

9,919

4,119 people are talking about this

Twitter Ads info and privacy


O candidato Gustavo Petro, que obteve 42% dos votos, manteve o tom de
otimismo ao falar da derrota nas urnas: "Qual derrota? Oito milhões de
colombianos e colombianas livres em pé. Não há derrota aqui. Por enquanto,
não seremos governo."
O segundo turno da eleição presidencial colombiana teve uma taxa de
abstenção de 47,81%, além de 262.073 votos nulos e 795.510 votos em branco.

Gustavo Petro
✔@petrogustavo

Cuál derrota. Ocho millones de colombianos y colombianas libres en pie. Aquí no


hay derrota. Por ahora no seremos gobierno.

Caracol Radio

✔@CaracolRadio
[Fotos] Así se vive la derrota en la campaña de @petrogustavo

Luego de conocer 99,45% del escrutinio de la segunda vuelta presidencial, los seguidores se
encuentran bastante decepcionados ---> https://bit.ly/2yiEFMv
7:33 PM - Jun 17, 2018

35.1K

23.1K people are talking about this

Twitter Ads info and privacy


Esta será a primeira vez que a Colômbia terá uma mulher na vice-presidência.
Marta Lucía Ramírez foi embaixadora da Colômbia na França em 2002 e ficou
em terceiro lugar na disputa presidencial de 2014.
"Tenho muito orgulho de ser a voz de 26 milhões de mulheres colombianas.
Tenho uma grande responsabilidade de representá-las com dignidade e,
embora não pensemos todos da mesma forma, sei que todas devemos ter
oportunidades iguais e vou lutar para que isso aconteça", disse em seu Twitter
após a vitória de Duque.

Marta Lucía Ramírez

✔@mluciaramirez

Me siento muy orgullosa de llevar la voz de 26 millones de mujeres colombianas.


Tengo una gran responsabilidad de representarlas dignamente y a pesar de que no
todas pensemos igual, sé que todas debemos tener iguales oportunidades y lucharé
por que así sea.
8:04 PM - Jun 17, 2018 · Bogotá, D.C., Colombia

2,735

1,365 people are talking about this

Twitter Ads info and privacy

Eleitores de Ivan Duque comemoram vitória do candidato nas eleições presidenciais da Colômbia (Foto:
REUTERS/Andres Stapff)
Ao fazer campanha pelo "Não" — e sair vitorioso — durante o plebiscito pelo
acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Campanha (Farc), em
2016, o então jovem senador trilhou o caminho para a projeção nacional que o
levou a vencer a votação de domingo.
Outro trunfo de Duque na campanha era um discurso forte contra a corrupção,
prometendo, inclusive, pena de prisão "com grades", segundo o programa
eleitoral. Além disso, o discurso a favor da empresa privada e pelo corte de
impostos chamou a atenção do eleitorado colombiano.
"Queroumpaísdelegalidade,delutafrontalcontraacorrupção,umpaísondeserespire
segurançaemtodoterritório.Queroumpaísdeempreendimento",afirmouDuquena
saídadavotaçãodoprimeiroturno,emmaio.

Eleitores de Gustavo Petro choram após derrota do candidato nas eleições presidenciais da Colômbia (Foto:
REUTERS/Nacho Doce)
O favorito do mercado financeiro
Com as propostas pró-mercado, Duque terá ao seu favor o apoio do mercado
financeiro, ao menos no começo do mandato. Além disso, o presidente eleito
representou Colômbia, Peru e Equador no Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) entre 2001 e 2010, onde chefiou a Divisão de Cultura,
Criatividade e Solidariedade.
O currículo acadêmico também o ajuda. Duque tem dois mestrados
relacionados à área de economia e gestão: um em direito econômico e outro em
gestão de políticas públicas, ambas em universidades de Washington, nos
Estados Unidos.
Iván Duque, candidato presidencial colombiano, durante campanha em Bogotá (Foto: Jaime
Saldarriaga/Reuters)
As meras projeções de que Duque venceria o pleito estimularam os investidores
na Colômbia. Por isso, ao sair à frente no primeiro turno, os ativos colombianos
pouco mudaram de valor, afirmou a imprensa colombiana.
Ainda assim, o presidente eleito precisará cumprir com as expectativas. Duque
terá de dar conta de reduzir o desemprego no país que, segundo sondagens de
abril, era de 9,5% — 0,6 pontos percentuais a mais na comparação com o
mesmo período no ano passado.
'Economia laranja'
O candidato à Presidência da Colômbia Ivan Duque, do partido Centro Democrático, vota em uma urna em
Bogotá enquanto seu filho rouba a cena fazendo caretas para a família e os fotógrafos na sala (Foto: Fernando
Vergara/AP)
Para melhorar os índices sociais, Duque espera aplicar o que chama de
"economia laranja". Isso é, segundo o próprio presidente eleito em entrevista ao
jornal espanhol "El País": "Estamos falando das artes, dos meios de
comunicação, das criações funcionais como a arquitetura, o desenho, a
publicidade, o patrimônio arqueológico, a gastronomia, os museus, as
bibliotecas".
"Estãoembasadosemcultura,serviçosetecnologia,esãoumsócioestratégicodeum
setortãoimportantecomooturismo",justificouDuqueao"ElPaís".
Em seu programa de governo, Duque se comprometeu a criar um Fundo
Nacional para o Desenvolvimento da Economia Laranja. Com isso, o novo
presidente pretende duplicar o PIB do setor criativo até 2025.
Fábrica da Chevrolet na Colômbia (Foto: Divulgação)
Duque prometeu, ainda:
• Acesso à internet móvel a, ao menos, 70% dos colombianos;

• Conectividade e acesso gratuito a banda larga em espaços públicos;

• Potenciar exportações de software;

• Introduzir o uso de Big Data para ativar a oferta de seguros no campo;

• Desenvolver instrumentos de fiscalização digital, inclusive contra a pirataria


informática.
Repúdio às Farc

Apoiadores das Farc protestam contra a prisão de Jesús Santrich em frente ao gabinete do Procurador Geral,
em Bogotá, na Colômbia, na segunda-feira (9) (Foto: Raul Arboleda/AFP)
A postura contrária de Duque em relação ao acordo com as Farc o ajudou a ser
eleito. Contudo, a oposição que o novo presidente deve sofrer nesse tema deve
ser forte: a preferência pelo "Não" no plebiscito de 2016 foi menos de 1% maior
do que o "Sim".
Ainda assim, o governo à época conseguiu costurar um acordo de meio-termo
com a organização — que se tornou em um partido político em 2016 —, ao qual
Duque prometeu "fazer mudanças importantes", segundo entrevista ao "El
País".
"ÉmuitogravequesetenhapermitidoqueoslíderesdasFarcsejamcandidatosà
presidênciaeaoCongressodaRepúblicasemteremditotodaaverdade,semterem
reparadoasvítimasesemteremcumpridoaspenaspelosdelitosquecometeram",
declarouDuqueao"ElPaís".
Um dos líderes das Farc, Rodrigo Londono, conhecido como Timochenko,
chegou a se candidatar à presidência. Ele precisou retirar a candidatura por
problemas de saúde.
'Mais liberal que Uribe'

Mulher vota em primeiro turno de eleições presidenciais da Colômbia (Foto: Luis Robayo/AFP)
Duque não nega a influência do ex-presidente Álvaro Uribe em seu projeto de
governo. Porém, o novo presidente da Colômbia reconhece que há "muitas e
muitas" diferenças em relação ao predecessor, segundo afirmou em entrevista
ao jornal colombiano "El Tiempo":
"Talvezeusejamaisliberaldoqueele[Uribe]emalgunstemasrelacionadosaliberdades
individuais.Tambémnotemperamento,elesedeixaprovocaràsvezes,eusoumuito
maistranquiloemlidarcomataquesoucríticas",comparouDuqueaoperiódico
colombiano.
Para se desvencilhar da imagem tida como sisuda do antecessor, o novo
presidente da Colômbia tenta se colocar como pessoa "de riso fácil" e que gosta
de "tocar violão para recordar os tempos de roqueiro na juventude" — ele
publicou, inclusive, uma foto da banda da qual participava na adolescência.
No campo político, Duque também amenizou o conservadorismo. Durante a
campanha, o presidente eleito fez questão de incluir entre as propostas de
governo a promoção da igualdade de gênero, especialmente no campo.
Mulher protesta em frente ao Congresso da Colômbia pela aprovação da Jurisdição Especial para a Paz (JEP)
(Foto: Raul Arboleda/AFP)
"Tendo em conta que a mulher rural é um agente de transformação, faz-se
necessário implementar medidas que promovam seu empoderamento, de tal
forma que adquira autonomia nas decisões sobre promoção agropecuária, uso
da terra, economia familiar, saúde, alimentação do lar e de sua participação no
desenvolvimento local", propunha o site oficial da campanha.
Além disso, Duque prometeu, no programa de governo, desenvolver "os direitos
especiais da população afrodescendente, indígena, da comunidade Raizal [como
são chamados os habitantes do arquipélago San Andrés], e do povo cigano",
com criação de museus e incorporação de "variável étnica" como "fator de
qualificação em provas" de órgãos estatais.
Vocação política
Duque herdou a veia política do pai, que, inclusive, batizou o novo presidente da
Colômbia com o mesmo nome. Iván Duque Escobar governou o departamento
de Antioquia e foi ministro de Minas, na década de 1980.
Ivan pai era filiado ao Partido Liberal Colombiano — que lançou o Humberto de
La Calle à presidência neste ano, terminando em sexto lugar (2,06%). No
segundo turno, o partido decidiu apoiar Ivan filho.
Desde a morte do pai, em 2016, Duque cuida da mãe, Juliana Márquez. Em casa,
ele vive com a mulher, Maria Juliana Ruiz, e os filhos Luciana, Matías e Eloísa.

Você também pode gostar