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II
• Conta-se que quando seu pai abdicou ao trono Pedro estava a alguns
quilômetros de distância do Rio de Janeiro, Bonifácio foi ao seu encontro e
anunciou solenemente que já faziam algumas horas ele passara a ser sua
majestade o Imperador do Brasil. No trajeto de volta ao Rio, começou a
chover, Pedro, uma criança, correu até um casebre em busca de abrigo,
bateu à porta e uma velhinha gritou de dentro da casa:
- Quem está aí?
- Abra logo vovó, eu sou Pedro, João, Carlos, Leopoldo, Salvador, Bibiano,
Francisco, Xavier, de Paula, Leocádio, Miguel, Gabriel, Rafael, Gonzaga, de
Alcântara!
- Cruuuuzes! Como é que eu vou arranjar lugar aqui para tanta gente?!
• Das inúmera viagens por todo o território nacional que o imperador fez, a
propósito de suas posições sobre a escravidão, registro aqui a seguinte
passagem:
Numa viagem ao interior de Minas Gerais, o Imperador observou, no meio
da multidão que o cercava, uma negra que fazia grande esforço para se
aproximar dele, mas as pessoas à sua volta não deixavam. Compadecido,
ordenou que a deixassem passar.
- Meu senhor, meu nome é Eva, uma escrava fugida, e vim aqui pedir a
Vossa Majestade a minha liberdade.
O Imperador mandou tomar nota dos dados necessários, e prometeu que a
libertaria quando regressasse a corte. E realmente mandou entregar à
negra o documento de alforria.
Algum tempo depois, estando em uma das janelas do Palácio de São
Cristóvão, viu um guarda tentando impedir que uma negra idosa entrasse.
Sua memória incrível reconheceu imediatamente a ex-escrava mineira, e
ordenou:
- Entre aqui, Eva!
A negra seguiu, entrou, e entregou ao imperador um saco de abacaxis,
colhidos na roça que plantara depois de liberta.
• Entre os anos de 1859 e 1860, faz uma viagem antológica pelo nordeste
brasileiro incluindo o Rio São Francisco. Atravessou grande parte do
território nacional, do Rio de Janeiro à Paraíba, muitas vezes montado em
lombo de burro ou a bordo embarcações rudimentares e frágeis. Quando
passou pela Bahia, escreveu em seu diário: “Na Fazenda dos Olhos D’agua
fiquei mal acomodado na senzala – nome que convém à casa que aí há –
mas sempre arranjei cama em lugar de rede e dormiria bem, apesar das
pulgas, cujas mordeduras só senti outro dia de manhã, se não fosse o calor,
e a falta de água que é péssima aí, tardando a de Vichy, que vinha na
bagagem pela falta de condução.”
• Visitando a exposição foi até a mesa onde estava o professor Graham Bell
e seu invento, uma coisa chamada telefone. Dom Pedro II começou a fazer
perguntas sobre a novidade, assim ele conseguiu despertar interesse e
aceitação dos juizes do concurso de invenções da exposição para o
aparelho. (não é claro, mas parece que Dom Pedro era um dos juizes). Ele
já conhecia o professor, tendo assistido uma palestra sobre surdos-mudos
ministrada por Graham Bell. Os juízes da exposição (que ao final auferiam
prêmios aos vencedores), começaram a se interessar.