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Capitulo 17 TECNOGENO: REGISTROS DA ACAO GEOLOGICA DO HOMEM Antonio Manoel dos Santos Oliveira ‘Christian Brannstrom Marjorie Csekt Nolasco Alex Ubiratan Goossens Peloggia ‘Maria Naise de Oliveira Peixoto Lylian Colteinari Esquecemo-nos, todavia, de um agente geoldgico notdvel - 0 Homer. (Euclides da Cunha. Os Sertdes, 1902) RESUMO. Dorante a déeada de 1990, foram desenvolvidas no Brasil as primeira pesquisas em que temas geoldgicos foram analsados segundo uma nova pesspectiva de abordagem: o homem como agente geolégico, A caracterizagao da aso gooldgica hurnana geralmente resulta da comparagio que pode ser feita entre os :vacessos natu, ito é, sem a Partcipasio humana, ¢ 0 processos anirépicos na transformagazo da Tera Conquanto os estos sobee as diversas formas de uso do solo seus impactos ambientis eanstituam exemplos de estudos sobie 0 Teenégeno, ainda poucos assumem @ sbordagem tecnogénics, podendo ser citadas pesquises apresentadas na forma de reses académicas. Os resultados de algunas dessas eses Si apresentadas de forma sicinta neste capitulo. E feta uma discussto sobre o conceita da homnem como agente geol6gicoe sobre 0s diversos campos de estudoexistntes sabre o tema, apontando-se as relagies existentes enti tansformagdes ambieniaseacontecimentos sociais, politicos, ccondmicos ¢ culteras, Finahnente, si0 apresentadas as aplicagbes decorrentes dessa forma de abordagem das transformagdes stais do meio fisicn-geologico e es novas pespectivas de pesqtisas que, no fro, poderio configurar uma nova histria geotSgica ambiental do Bra Palaveas-chaves Teenégeno; Depésitos eenogtnicos; Agente geoldgico homem:; Geologia de Engenharia, ABSTRACT. During the 1990s, geological research in Brazil began t focus on studies under a new perspective: man as geologic agent, Analysis of the geological effects of human actions is obtained by comparing natural processes (without human intervention) and anthropagenie processes transforming the Barth, Although studies on land uses and environmental impacts provide examples ofthe Technogene, few studies, mainly unpublished dissestations and theses, have used an explicit technogenic focus. Some of these works are summarized here as case studies. A discussion on humans as geological agents and on the relationship between environmental transformations and social, political, ‘cconomic, and cultural phenomena. Finally, tis discussed the perspective of man as a geologic agent and of future research that might creale anew geo-environmental history of Brazil Key-words: Technogene; Technogenic deposits; Humans as geologic agents; Engineering geology. LINTRODUGAO As primeiras pesquisas em que temas geol6gicos foram analisados segundo uma abordagem que tem o homem como agente geol6gico foram desenvolvidas no Brasil durante a década de 1990, Essa abordagem considera que, assim como os ambientes geoldgicos da Terra podem ser associados aos agentes goolbgicos (vento, gelo, égua etc.) responsaveis pelas suas principais caracteristicas, os novos ambientes, criados pelo homem em substituigdo aos ambientes passados conferem-Ihe 2 qualidade de agente geol6gico. Trata- se dos ambientes tecnogénicos, que compreendem os ambientes transformados pela agricultura, urbanizagio, minera¢do € as mais diversas obras, como estradas, barragens ¢ reservatdrios, portos ete. Amplia-se, assim, o objeto de trabalho da Geologia que, além das Formagies geoldgicas, testemunhos dos ambientes naturais passadas. passa a englobar também 05 depisitos dos ambientes transformados pelo homem —os deptsitos teenogénicos, testemunhos dos ambientes antropizados, bem como seus processos geradores © modificadores das paisagens atuais. Nao se trata de afirmar que as ages do hiomem, que provocam mudangas significativas no ambiente geolSgico, fossem antes Quatematio do Brasil desconhecidas. Muitos estudos tém considerado as agdes antr6picas sem adotar essa nova abordagem e alguns permanecer mesmo limitados descrigao de impactos de intervengGes humans como se o ambiente continuasse Foi somente nos anos de 1990 que os fundamentos brasileiros da teoria do Teenégeno passaram a ser construfdos, destacando-se, do ponto de vista tedrico € filos6fico, os trabalhos de Rohde (1996) e Pelogaia (1998a,b), Uma das principais rafzes, comum a esses novos estudos, corresponde ao pensamento de Ter-Stepanian (1988) que, tendo em conta a5 profundas mudancas do ambiente provocadas pelo que denomina “novo e inesperado agente geolégico”, propde que “o Holoceno seja considerado 1 época de transigdo do Quaternério ou Pleistoceno, para o Quindrio ow Tecnégeno”. 0 autor explica que 0 ‘comeco da época da transigao foi caracterizado pela ‘completa configurago quateméria da paisagem, hi cerca de 10,000 anos, enquanto seu fim seré marcado, no futuro, pela completa configuragio quindria. Em resumo, afirma: “O Holoceno é 0 comego do Teendgeno”. A Figuta 17-1, que ilustra essa proposta, mostra que © Holoceno tem inicio ha cerca de 10.000 anos, com o final da dttima glaciacao, quando as condigéics ambientais, especialmente os processos geoldgicos superficiais. ainda néo tinham sido substancialmente alterados pelas agées do homem, O final do Holoceno, segundo Ter-Stepanian (1988), correspondera ao momento em que as condigdes ambientais modificadas (tecnogénicas) sero proponderantes 1a Terra 0 termo Antropdgeno, proposto por Pavlov (1922, apud Gerasimov, 1979) para substituir 0 tetmo Quaterndrio, faz com que os eventos ocorridos neste perfoda seriam denominados antropogénicos, mesmo aqueles nao resultantes de ages humanas. Por essa razdo, hd preferéncia ne adogto do termo recnogénico: destaca-se, assim, ta transformagao do ambiente, a ago de téenica, que 86 surge na Terra com 0 homem, Se epoca) Pasacens Tecigene ‘ecnogenicas Nturais Fristocene 181 a Figura 17.1. Ilustragdo cronolégica da propostaconceitual de ‘Ter-Stepanian. Idades segunda IUGS (Fontes: Ter- Stepanian, 1988;TUGS, 1989, apud Salgado-Laboriau, 1994), 364 2. ESTUDOS SOBRE A TRANSFORMAGAO DA ‘TERRA PELOHOMEM Em meados do século XTX, nos Estados Unicos, Marsh (1965 [1864]), um dos pioneiros dos estudos sisteméticos da transformagao da superficie da Tetra, com base em estudos de casos europeus, enfatizou que, na histéria da hamanidade, muitos dos impactos ambientais resultaram deagdes cujoseteitos ultrapassaram os ambitos restritos e imediatos que eram esperados. A questo das modificagdes imprevistas do ambiente atraiu muitos pesquisadores e favoreceu o desenvolvimento de novas reas de estado, como Boologia Humana, Ecologia Cultural, Historia Ambiental, Histria Bcol6gica eGeografia Histética Aubiental, que se consolidaram no contexto cienttico anglo-americano durante a primeira metade do século XX (Zimmerer, 1996). ‘Outra vertente dos estudos das transformagies da Terma pelo homem desenvolveu-se na Russia, com ratzes em Vemnadsky (1998 [1926], que enriqueceu a abordagem, discutindo os coneeitos de Biostera ¢ de Noosfera ¢ destacando como agentes geolégicos as diversas formas de vida © a humanidade. Em meados do século XX. foram publicados estudos de varias regides do mundo por Thomas Jr (1956), levantando diversas causas para explicar os impactos aibientais: a modernidade, com seus altos nfveis de consumo e uibanizagso. 0 crescimento da populacio humana, a cultura e a ideologia ambiental Entre essas vertentes analiticas, destaca-se a anslise de problemas ambientais como resultado do crescimento da populagio, cujas raizes remontam 20 pensamento malthusiano (Thomas Malthus, 1766-1834) no final do séeulo XX, pesquisadores de varios paises publicaram um conjunto de estudos com uma claboragio mais sofisticada, interpretando as mudancas ambientais como resultado de foreas prineipais (driving forces), forcas mitigadoras (mitigating forces) ¢ 0 ‘comportamento humano (Tuer Hl ef al., 1990), distanciando-se das andlises malthusianas, pois ‘cousideraram « dinamica da populagdo como um fator centre outros, como a tecnologia ea organizagtio social. As| foreas mitigadoras incluema legislacao ambiental. os ajuste do mereado ¢ a capacidade de a sociedade identificar 0s problemas ambientais e alterar seu comportamento, A insatisfagao com 0 modelo analitico, que apenas descreve as agdes humanas & os impactos ambientais decovrentes, levou Blaikie (1985), Blaikie & Brookfield (1987) ¢ Peet & Watts (1996) a enfatizarem. Economia Politica, vinculando as mactoestruturas econdmicas as ages individuais. numa abordagem conliecida como Ecologia Politica, Por exemplo, Blaikie (1985) mostra como a economia global pode ser 17. Tecndgeno -ulada, analiticamente, com a erosio de solo causada por um lavrador, desde as modificagées dos precos internacionais de insumose mercadorias,afetados pelas bolsas de valores © taxas de cimbio, que acabam afetando as politicas piblicas dos paises, até ‘comunidades rurais marginalizadas que, intensificando sua produgaio em solos frégeis, provocam erosio © geragdo de sedimentos, que vio se acumullar nos fundos dos vales como depdsitos tecnogénicos. Assim, as decisdes de um lavrador marginalizado podem ser afetadas por virios fatores, tanto nacionais como intemacionais, mas que acabam interferindo diretamente no uso do solo & no ambiente, de modo geral. Para Blaikie (1985), as causas das transformagdes ambientais estio em questécs como taxas de juros, custos de opcées tecnolégicas, subsidios oferecidos pelo Estado hierarquias de poder no meio rural. Enguanto a Ecologia Politica esté principatmente voltada as questées atuais, @heranga intelectual de Marsh motivo o desenvolvimento de outras freas: a Historia Asnbiental e a Hist6ria Ecolégica ou Ecologia Histrica A Histéria Ambiental € desenvolvida principalmente por pesquiisas em fontes escritas, que testemunham as atividades humanas, contemplando tanto a pesquisa sobre, idéias e teorias ambientais (e.g. Pédua, 2002), quanto a histéria de regites particulares —como a regifio da Mata AUlintica (e.g, Dean, 1996 (1995]}—, sempre tratando de identificar as causas econémicas, politicas e culturais das transformagées ambientais. Pédua (2002) identifica fio pensamento ambiental brasileiro, do final do século XVII e inicio do XIX, uma comrente de idéias contrarias 0 modelo de uso dos recursos naturais. Para Dean (1996), as causas para a destraico da Mata Atlantica sto as politica piblicas para a ferra, a agricultura © a cenergia, ¢ também a ignorancia acerca do pattiménio ambiental brasileiro, Por outro lado, a Histéria Ecolégica preocupa- se principalmente em medir varidveis ambientais, como a histéria do uso do solo pelo estado de secimentos (ver segao 5.3). Na América do Sul, por exemplo, dezenas de estudos nos tiltimos 40 anos mostram que. (05 povos indigenas tiveram um impacto significativo sobre superficie: estradas ligavam cidades importantes, especialmente na regifio andina; o fogo foi usado para preparar terrenos paré o cultivo, para a guerra ea caga; as ferras pretas ocupam grandes areas na regiao amazénica, embora ainda pouco conhecidas; campos agricolas elevados, drenados ¢ irrigados foram encontrados no altiplano boliviano, na sabana de Bogota © em regivies fridas (Lentz, 2000; Denevam, 2001), Da vertente russa, destacam-se autores como Sergeev (1980, 1984), Chemckoy (1983), Kowalski (1984) ¢ Ter-Stepanian (1988), que aprofundaram 0 conceito do homem como agente geolSgico no campo da Geologia de Engenharia, disciplina que justamente tem por objetivo desenvolver e aplicar principios, mstodos ¢ técnicas de Geologia direcionados & orientagio de transformagées adequadas do meio ambiente. Entrementes, com ra(zes cientificas as mais diversas, estio convergindo varias areas do conhecimento para uma melhor compreensio das transformagies da Terra provocadas pela ago humana, ‘como Palinologia.e a Paleoclimatotogia, dentre outras, ‘que se insetem no conjunto de areas de estudo do Quatemério, Além disso, destacam-se atualmente os estudos sobre as mudangas globais que envolvem praticamente todas as éreas do conhecimento dedicadas 4 estudar as mudangas ambientais recentes, como 0 aquccimento global. Os estudos interdisciplinares vem mostrando que os agentes de transformagio, iniciatmente locais, acabam por engendrar efeitos globais que, por sua vez, passam depois a atuar como importantes agentes de mudangas locais, Dessa maneia, as relacdes complexas de causa ¢ efeito das transformacées provocadas pelo homem em varias escalas de espago ¢ tempo sinalizam riscos ambientais futuros preocupantes (Lambin et at., 2001). Hoje, desse modo, os estudos das transformagies ambientais provocadas pelo homem ‘vém send cada vex mais motivados no s6 pelo interesse cicntffico do conhecimento sobre 0 presente © 0 ppassado, mas pela preocupacio como futuro da prépria hhumanidade e da ‘Terra 3.4 ACAO GEOLOGICA DO HOMEM A caracterizagio da ago geolégica do homem geralmente resulta da comparagéo que pode ser feita entre os provessos naturais (sem a pasticipacio do hhomem) ¢ 0s processos antrépicas na transformagio a Terra. Com base em extensa lista de comparagoes, elaborada por Ter-Stepanian (1988), alguns exemplos podem ser apresentados (Tabela 17.1) ‘Uma questdo importante a ser considerada € a 40 tempo geoldgico. Apesar do periodo de exist8ncia do homem sobre a Terra ser insignificante era relagio 8 historia geol6gica, o determinante é sua relaco com os processos contemporaneos. No que diz respeito & intensidade dos processos. tem sido extensamente Anbiee Czalégeo (3) “Ambinte Galileo + haervencto 1» Anblene Teewozéico I (2) ‘Anibicne Tecnoyénico 1 + fierveneao 2» Ambiewe Tecnogeniea 2 3) e apresentam um exemplo Anbiene Gevibeico + Desmataneno - Vocoroca e Vocoroeu + Reabiltardo > Area Reabitvada ca) Carvalho (2002) propde uma nova equacao (4) prevendo a evolugio do ambiente degradado (Ambiente 371 Quatemnério do Brasil ~ Tecnogénico 1) sem mais intervengao antrépica, na dirego de um novo ambiente geol6gico. Anibinte Tzomice 1+ Nexkuna Iervonso > Ambleue Getic 8) No mmbito de um provesso de gestio ambiental, © autor compara as equagies (4) ¢ (3), € discute a ‘questo da opedo por uma ou outta, jé que “nenhuma intervengo” também faz parte das alternativas, Ele avalia ainda uma série de questdes: permitira evolugao natural do ambiente mantido em configuragdo natural; permitir evolugio natural, influenciada por intervengdes do passado, de ambiente degradado; estabelecer avaliages comparativas entre & desocupagéo total ¢ um uso qualquer. Carvalho (2002) apresenta uma série de exemplos de aplicagdio das equagdes em gestio ambiental de atividades extrativas, construgdes vidrias, pequenas cntrais hidroelétricas e urbanizagao, Nesse titimocaso, imagina o efeito da construgéo de mais uma casa na rea urbana ¢ propée a equacto de interagiio: Cidade 1 + Construpa de Nova Caso -» Cidade 2 o © autor explicita 0 valor de Cidade 2: Cidade 2 = Cidade 1 + Nove Cara + Kfsioe Colatersie (5°) apontanclo a oportunidade de, com essa casa, inttoduzir téenicas que anulem efeitos indesejaveis, por exemplo, 4e ineremento do escoamento superficial, e promovam melhores condigées para o assentamento urbano. Ele conclui que as varias intervengdes antrépicas manifestam processos geoldgicos previsiveis © 372 controliveis & luz das equagies de interagio. 5.3. Produgio de Sedimentos A determinagio da produgo de sedimentos de uma bacia étradicionalmente realizada pels Hidrologia, a partir de medidas realizadas em estagdes imentomeétricas dos sedimentos transportados pelos cursos d’égua. Entretanto, é conhecido 0 método alternativo, baseado na ocorréncia de depdsitos de assoreamento em reservatérios, correlatos a essa produgio, da mesma forma como se fax na Sedimentologia, onde as taxas de sedimentago sto calculadas com baseno volume do depésito eno tempo estimado para sua formagao. Pesquisas nos Estados Unidos sobre os depésitos tecnogénicos (madem sedimentation ou past-settlement alluvium) tém sido realizadas com varias metodologias (Trimble, 1998). Em muitos estudos, sio calculadas as perdas de camadas de solo e taxas de sedimentagio, principalmente na faixa leste (Piedmont) €0 meio-oeste norte-americanos devido a préticas agricolas, indicando que entre 75 ¢ 90% do matetial erodido nos itimos 200 anos ainda permanece na bacia hidrografica de origem (Knox, 2002). Uma das metas da pesquisa nos depésitos tecnogénicos é comparar 4 taxa de erosio de solo que produzin os depésitos com a taxa de erostio original, antes da intervengio humana (Dearing, 1994: Knox, 2002). Por exemplo, Knox (2002) calcula, para algumas bacias no meio-ceste norte-americano, taxas hiist6ricas de sedimentagao 50 a 150 vezes maiores que as taxas antes do povoamento agricola do século XIX. O inétodo adotado pelo Manual “Sedimensation Engineering”, da American Society of Civil Engineers : aie : Bane Figura 17.6. Depésito tecnogénico de rabo de mangueira, formado por draga, entre 1987 ¢ 1996, configurando um depésito de leque, similar a dep6sitos turbiditicos. Garimpo do Rizcho Cachorrinho (Foz no Rio Sto José), Lengsis (BA) (Foto: M.C. Nolasco, 1997). | 17, Teendgeno (Vanoni, 1977), para determinagdes de produgio de sedimentos, baseado na prospecgao de depésitos tecnogénicos que ocorrem nos fundos dos vales, foi proposto por Happ (1972). Durante seis anos, de 1935 a 194], 0 método foi aplicadlo em extensa campanha tos Bstaclos Unidos pelo Departamento de Agricultura para caracterizar 0s denominados accelerated valley deposits, para que fossem obtidas taxas histéricas de produgio de sedimentos, visando prognosticar problemas de assoreamento de reservat6rios, © mesmo método foi aplicado por Oliveira (1994) enn bacias de pequeno porte (de 20 2 30 km?) do Rio Capivara, afluente do Paranapanema, no estado de Sao Paulo, Com base na oconténcia de depésitos tecnogénicos que ocorrem nos fundos dos vales, esse autor determinou taxas de 2.900 e de 600 m?flam/ano, respectivamente para bacias com uso do solo urbano 82,7 kem?, periodo de 1935 a 1962) agricola (19,9 km?, perfodo de 1967 a 1991). De forma semethante, Nolasco (2002) estimou a produgdo de sedimentos pelo ¢garimpo na Chapada Diamantina, chegando a valores entre 5 ¢ 90.000 m'/dia, para o period de 160 anos de mineragao. 5.4, Anilise de Riseos Geol6gicos Urbanos Os riscos geolégicos podem ser entendidos como situagdes em que se conjugam a possibilidade (ou probabilidade) de ocorréncia de fenémenos destrutivos € a conseqiiente geragio de circunstancias de perigo. Nas cidades, todavia, 2s condigdes naturais dos macigos e dos processos superficiais encontram-s profundamente transformados pela ceupagio intensa. Assim, a particularidade essencial da anilise de riscos eoldgicos urbanos esté justamente associada a andlise geoldgica sob 0 enfoque tecnosénico (pois as formas de ccupagao urbana e apropriagao do relevo so, nessas reas, freqiientemente mais significativas que as caracterfsticas naturais anteriores paraa geragao dessa situagées), ¢ a0 fato de que as situagbes de perigo se referem notadamente & possibilidade de perda de vidas (Peloggia, 1998a), Nesse sentido, Zorzato & Peloggia (2000) mostram que, no caso do Municipio de Sao Paulo, de acordo com dados registrados pela Secretaria da Habitagdo ¢ referentes a0 periodo de 1989 a 2001, 634% dos acidentes geolégicos (escorregamentos) cm ‘encastas envolveram, ao menos parcialmente, depésitos, tecnowénicos. No que diz respeito as situagdes de riseo guanto a escorregamentos cadasisdos, 41% dos casos. envolviam depésitos tecnogénicos. Nas baixadas. 25% das situagbes de risco de solapamento de margens de. cérregos envolviam tais depésitos. A primeira situagdo a serdistinguida 6a alteragio antificial do equilibrio gcomorfoldgico das encostas, com a consegiiente geragdo de escorregamentos induzidos, envolvendo depésitos superficiais (como os cakivios) ‘ou macigos saproliticos estruturadas. A segunda é a cringto de depssitos de baixa estabilidade geotéenica Enquanto os coldvios e outros depésitos superficiais so 05 “materiais basicos para os esvorregamentos” ‘em encostas naturais de regides tropicais, nas encostas urbanas freqtientemente sio coberturas tecnogénicas, referidas geralmente como solos antrépicos, Jancamentos de lixo ou, mais especificamente, coberturas remobilizadas Peloggia, 1994), AA teroeita situagdo particular € 2 alterago do regime bidrico ¢ do escoamento das diguas superficiais ce subterineas. A alteragao dos nives fredticos tem sido verificada como agente deflagrador deescorregamentos fem macigos naturais e teenogénicos, enquaato que a impermeabilizacdo superficial das\bacias,intensificando ‘o-escoamtento pelos tulvegues, vai associat-se 88 Sreas de risco de baixada, sujeitas a serem atingidas pelo alagamento ou pelo proceso de solapamento de ‘mangens dos canais onde. com freqiiéncia, os materiais erodides também so depésitos teenog: 5.5. Transformagao ¢ Recuperagio de Areas Degradadas ‘A ocupacio extensiva do terrt6rio brasileiro, desde 1500, realizou-se continuamente co destocamento da fronteira aé hoje nto foi completado, apesardo rttno cada vez mais acclerado da expansio da economia. A frea ocupada evoluiu mais significativamente a partir do fim do séeulo XIX e inicin do século XX, com os fuxos de migracao estrangeira para rabalhar na lavoura, prosseguindo com 0 impulso definitive da industrializago, que veio com a primelia guerra mundial O interior do estado de Sao Paulo, por exemplo, ainda no primeiro decenio do século XX, era desconbecido povoado “apenas por win pequeno miimero de indios & intrusas” (Weibel, 1955). © quaciro de ocupagao do pais, portato, que representa a histérin das intervengdes tecnogénicas dessa fase de colonizagio eurapéia, érlativamente novo © 0s primeiros processos tecnogenicos deflagrados prlem seridentificados ainda ativos ou tendendo a atingir certo equilbrio. Segunda wasa & Prandini (1980), por exemplo, “a idade da maior parte das bogorocas de do Paulo ¢ Noroeste do Pavairé pode ser estimada ein torno de A anos, coinctdindo preticamente como dpice da fase de colonizagao da area, com 1 desmatamenta para 0 cultive do café e « implamagao de micieos urbanos.” Atalmente, verifica-se, nessas regides, 373 Quaternério do Brasil importante atenuagéo dos processos de erosio linear, como as vororocas (Oliveira, 1994), a ponto de as hist6ricas erosées de Casa Branca serem oferecidas hoje 20 turismo (Fotha de Sao Paulo, 30/8/2001). 5 ciclos de ocupagao, entretanto, stperpdem- se mesclando os efeitos, de maneira que 0s processos dobservados atualmente constituen herange comiplexa dos processes desencadeados pelas sucessivas intervengées. $6 a compreensao da histéria de cada ago tecnogénica ocorrida em uma dada area petmite diagnosticar os efeitos, de maneita a avaliar a necessidade de novas intervengbes, dessa vez para recuperar as éreas que resultaram degradadas. Essa compreensto pode ser obtida por estudos geolégicos sobre o Tecndgeno que, na intersecgto entre os dados histéricos € seus efeitos no meio fisico, ajudam a reconstituir a hist6ria ambiental No exemplo de estudo de caso da Chapada Diamantina, na regifo das Lavras homdnimas, apresentado na sect 4.5, Nolasco (2002) constata urn lento mas persistente processo espontineo de revegetacio © formagio de novos solos nas éreas intensamente garimpndas. O estudo detalliado da historia tecnogénica dessa regidio permitiu que Nolasco (2002) indicasse uma série de ages visando reforgar as tendéncias de recuperagiio natural acima assinaladas: enchimento com sediments de fraturas expostas cmt afloramentos rochosos, exumadas pelo garimpo, part auxiliar na retengo de agua de chuva nas vertentes; interceptagio e bioqueio de valas de adugo garimpeirs, com preenchimento e revegelagio et. Por outro lado, algunas vezes, a dindmica dos processos que respondem As sucessivas intervengdes; altera elementos ¢ parfmetros considerados nas politic piiblicas © 1a legislago ambiental, gerando questies importantes. Io caso das dificuldades legais de cottigireni-se vogorocas, tendo em vista a presenca de surgéncias d"4gua (fontes ov ofhos d°aua) que, pelo Cédigo Floresta, implicam numa érea de preservagzo permanente (APP), embora constituan importante fator de erosio interna dos solos da bacia. E também o caso da formagao de depdsitos tecnogénicos nos fundos dos vales, que alteram os parlimettos de referencia para a definigao das APs do Cédigo Florestal. Isio é 0 que se verifica na Bacia do Médio Paranapanema no estado de Sto Paulo (16.763 kun), onde depésitos tccnogénicos argilosos, apresentados na segGo 4, 1, formam extensos aluvides, originados pela mecanizagio agricola apés 1970 impedem o plantio de mudas para recuperagao de mata ciliar. A alternativa de drenagem desses aluvides pode (erum custo clevado e provocaralteragdes indesejaveis, 374 Por outro lado, nos depssitos arentosos entalhados, 0 meandramento do canal provoca instablidade da APP, impedindo sua recomposigao vegetal. Esses casos pedem a compreensao da dinfmica evolutiva dos processos para a tomada acertada de decisdes visando a recuperagio ambiental dos fundos de vale considerados, Estudos sobre 0 Teenégeno, dese modo, favorecem a decisio sobre novas agGes em areas degradadas, desde agdes de preservagdo para que seja atingida uma nova sitwago de equilforio sem intervenko humana até a definigao de ages que venhiamn a acelerar essa recuperagao e mesmo acies de reabilitacio da érea para um novo tipo de uso. 6, PERSPECTIVAS Os desafios que podem ser delineados pela prospecgao de oportunidades futuras de aplicagties da abordagem tecnogtnica constituem perspectivas de desenvolvimento dos estudos sobre 0 Teenégeno do Brasil. 6.1, Novos Estudos de Caso © estagio atual dos estudos no Brasif, com uma sintese na segto 4, indica um desenvolvimento recente. € descortina amplas perspectivas para novos estudos de caso que venham a contibuir paraa fundamentagdo de uma hist6ria geoteenogénica ou geoambiental brasileira. Nesse sentido, € interessante que os noves estudlos venham 4 complementar os jé existentes, aborddando diferentes intervengdes antr6picas da hist6ria do Brasil, em diversas situages gevgrificas, contemplando diferentes contextos geoldgicos. Dentro dessa perspectiva, podem ser listad: para estudos de caso no Brasil: - Na mineragdo. Areas histéricas do ciclo do ouro e do. diamante, como Ouro Preto (MG); e mais recente: como Serra Pelada (PA); as areas de ferro, em Minas Gerais, € multiminerais, como Carajas na Amaz6nia, = Na agricultura. O ciclo da cana no Nordeste, 0 avango das fronteiras agricolas nas regides Sul, Sudeste ¢ Centro-Oeste e, mais recentemente, sobre a Amazinia. - Na urbanizagdo. As diversas expanses urbanas importantes no territério brasileiro, = Nas obrasde infra-estrutura. As diversas intervengSes de grande porte, como as estradis (rodo e ferrovisrias), as hidraekéiricas, os partes ete. = Na inndtstria, Os polos industria ete algumas éreas Pana varias das reas apontadas, no entanto, deve-se assinalar que hi wabalhos que j4 deram importantes passos na direcio de pesquisas mais concer 17, Tecndgeno, detalhadas, como, por exemplo, Sobreira & Fonseca (2001), que relatam. os impactos fisicos e soviais de antigas atividades de mineragao em Ouro Preto (MG) 6.2. Depésitos Teenogénicos ¢ Potuicio Do ponte de vista conceitual, aterros sanitérios, depositos de residuos industriais ou urbanos, rejeitos, de minerago e solos contaminados, que constituem importantes problemas ambientais, podem ser considerados depdsitos tecnogénicos, construidos ou ‘modificados, conforme expasto na seco 3. Entretanto, 05 depSsitos tecnogénicos induzidos, por exemplo os relacionados 8 eroso, que se formam em fundos de vales, rios e reservat6rios, contendo sedimentos poluidos, também constituem importante problema ambiental, especialmente em intervengdes que podem implicar na vemobilizagio desses poluentes, como em servigas de dragagem, ou na disposigao de sedimentos, removidos ou, ainde, quando eventualmente destinados, 20 reaproveitamento, como areia para construgio. Um dos principais exemplos brasileiros desse problema si 6s sedimentos dos canais dos rios Pinheiros e Tieté, sistematicamente dragados na Regio Metropolitana de ‘io Paulo (Chaves ef al, 1999) Nos Estados Unidos e na Europa, varios estuclos mostram a aplicagdo da andlise de metais pesados na interpretago de depésitos tecnogénicos (Rhoeds & Cabill, 1999; Swennen & Van der Sluys, 1998). Nas regides agnicolas do Brasil, 0 uso de agrot6xicos, como DDT e arsénico de chumbo, entre 1920 e o inicio da \Iéeada de 1970, podem estar presentes nos depésitos tecnogénicos dos fundos de vale. Além dos possfveis, impactos ambientais, 0s contaminantes podem servir para a datagio dos depésitos tecnogénicos com mais, preciso na sua cronologia recente. nos siltimos 40 anos, por meio de medidas com base em elementos como Césio-137 (Cs), um isstopo radioativo, produzido e laacaclo na atmosfera porbombas acidentes nucleares, ce chumbo (Pb) (Dearing, 1994: Nagle et al, 2000), 6.3. Geoindicadores de Transformagdes Ambientais ‘O estado do ambiente, em qualquer tempo, reflele 0s efeitos das acdes humanas ¢ também a influéncia dos processos naturais (Berger & Lams, 1996) que causa mudangas, com ou sem a presenga do homem, A historia recente da evolugao da Tera e da biosfera presenta transformagdes ambientais que nem sempre sf identifiedveis como efeitos das agdes humans ou devidas aos processos naturais “de fando”, a menos que sejam diretamente relacionadas com fontes de degradagao loeais (Diniz, 1998) Geoindicadores so medidas (magnitudes, freqii€ncias, taxas, tendéncias) de processos ou fendmenos geoldgicos que ocorrem na superficie terrestre, ou préximo a ela, sujeitos a alteragoes significativas para a avaliaga0 © compreensia das mudangas ambientais em perfodos de 100 anos ou menos, Os processos monitorados so predominantemente abidticos e medem tanto as mudangas catastroficas quanto as graduais, mas perveptiveis no espago de uma vida humana (Berger, 1996), Os geoindicadores foram projetados para uso na avaliagao integrada de ambientes e ecossistemas em todas as escalas, tanto das condigées do ambiente € das mudangas que nele acontecem quanto dos efeitos que essas modificagdes causam no ambiente e/ou em seus habitantes, além de suas implicagées para planejamento € a definigio de politicas ambientais (Berger & Tams, 1996). A Tabela 17.2 apresenta alguns exemplos de uma lista de 27 geoindicadores originalmente apresentados por Berger (1996), que 0s associa a diversos parémetros, tais como significado, causa (natural ou humana), ambiente onde se apliea, método ¢ freqiiéncia de mensuragio ete 6A, Teendgeno e Exclusio Social Estudos conto o realizado por Cuntha (2000) € bbrevemente apresentado na se¢30 4.3, enriguecem a linha de pesquisa das relagdes existentes entre a maior freqiléncia das ocorréncias de acidentes geol6gicos € as ocupagtes das populagdes de baixa renda. Conforme observou Casseti (1991), a ocupagdo de diferentes compartimentos geomarfolégicos constitui wn rolerencial para a individualizagao de classes sociais, As clusses de menor poder aquisitive, por falta de opgdes, sujeitam-se a habitar areas geologicamente desfavaraveis, inerementando, com as formas de uso dlo solo que praticam, 0s riseos de acidlentes. Tal como €apontado para varias cidades brasileiras, a historia de ‘ocupagio da cidade de Recife, por exemplo, éa hist6ria dos mocambos, eserita pela populagio pobre (Gusmio Filho, 1998). As areas de eneastas precariamente ‘ocupattas softer os processos tenagénicos, em geral indurides, de escorregamentos, envolvendo freqientemente os préprias aterras e depésitos de lixo (depésitos tecnogénicos consiruidos), & 0s fundos dos vales, inundag6es provecadas por enchentes mais Treqiientes, ntado na segao 5.4 ssa dinimica dos processas geol6gicos nas reas eonforme apres ‘urbanas, que produz-acidentes e deixa cicatrizese depsitos twenogénicos comrelatos. em geral & a eas ocupadas por popul nena essts ‘es de ond mais baixa do 375 Quatemétio do Brasil ‘que nas demais. Esse tipo de comelagio indica que certos aspectos do Tecndgeno merecem ser aprofundados no sentido da anslise sociolégica e politica, verificando-se, porexemplo, acomelagao entre as relagbes existentes entre os homens entre eles e a natureza, 0 que configura um quadro explicativo cornplexo, porém nevessirio, dos varios aspectos da degradaga ambiental (do meio fisico, bidtico da sociedad) que inieragem numa dindmiica prejudicial A vida humana. Assim, verifica-se que o entendimento «das condigdes sociais¢histéricas da vida hurnana também & necessério ao entendimento completo da pripria ago geoldgica humana, 65, Hist6ria Geotecnogénica do Brasil crescimento da pesquisa sobre 0 Tecndgeno do Brasil estimula a elaboragao de uma histéria geoambiental do pats, desde a prineira ocupagao humana, do lerritério, relatando as intervengdes antrépicas ¢ suas conseqiiéncias na transformagio ambiental, até os dias atuais, Metodalogicamente, podem-se considerar dois eixos de pesquisa a serem cnizados: 0 levantamento & _andlise de casos significativos de rmudangas ambieutais, locais ou regionais; ¢ a andlise das fases da histéria brasileira, especialmente a econdmica ¢ suas atividades tecnol6gicas de uso dos recursos naturais e ocup 0 solo, conduzindo-a para a compreenstio das causas hist6rieas das casos considerados. A convergéncia de procedimentos © técnicas da Geografiae da Hist6ria, a respeito dos condicionantes dos processos geolégicos aluais, abordados pelos métodos da ‘Geologia soba tia da transformagohhumana daNatureza, deverd propiciara emergéncia dos fundamentos da historia geol6gica ambiental on geotecnogénica do Brasil REFERENCIAS Bavos, M.A :Mello,C.L;Banh,O.M: Moura, JR 8; Peixoto, MANO; Chaves, S.A.M. 1993, Fstudos palinol6gioas na awaliago das transformoxiesambientasrevenesenvdreas ddegradadas - Mécio vale do Rio Paratoa do Sul (SP/RD) In-Simpdsio de Geografia Fisica Aplicada, 5. Sto Paulo ‘Tabela 17.2. Al simplificado), ns exemplos de geoindicadores: infhi mito influenciadoy Geoindieador Nivel relative do mar Qualidade da dena superficial Nivel da agua subtervanea Qualidade da agua sublerrinea Morfologia dos canais luviais Colapso das vertentes (escorregamentos) Brosio de solos e sedimentos Acumulacio e carga de sedimentos nos ries ‘Anais... Sio Paulo: FFLCH-USP.p 153-156. 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