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Andrea Vanzillotta

andrea.vanzi@terra.com.br

Previc vai elaborar guia de melhores práticas de auditoria


(Agência Investidor Online – 04/06/18)

O diretor de orientação técnica e normas da Previc, Christian Catunda, anunciou que a autarquia vai iniciar a
elaboração de um Guia de Melhores Práticas de Auditoria, incluindo a atuação dos patrocinadores públicos
junto aos fundos de pensão. O anúncio foi feito durante o seminário “Gestão do Patrocínio Público nos Fundos
de Pensão”, promovido pela autarquia no dia 29 de maio em Brasília com a presença de profissionais de
auditoria interna das empresas patrocinadoras de fundos de pensão.

De acordo com superintendente da Previc, Fábio Coelho, o evento “está em linha com o planejamento
estratégico da autarquia em busca do aperfeiçoamento da proteção da previdência complementar”. Ele
lembrou, em pronunciamento no início do evento, dos avanços nos aspectos regulatórios do setor como a
regra que estabelece os critérios de investimento, a implementação da supervisão permanente, as medidas
prudenciais preventivas e a regulamentação do Comitê de Auditoria obrigatório para Entidades
Sistemicamente Importantes.

O diretor de fiscalização e monitoramento da Previc, Sérgio Djundi, destacou a “importância da fiscalização


sistemática dos fundos de pensão”. Ele abordou a supervisão prudencial da Previc, mostrando a importância
de fortalecer as linhas de defesa e citou os aperfeiçoamentos na legislação. O diretor registrou ainda a
publicação do Relatório de Estabilidade da Previdência Complementar (REP), disponível no site da autarquia,
que apresenta visão prospectiva dos riscos do sistema de previdência complementar.

Participaram ainda do evento representantes da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas


Estatais (SEST), da Controladoria Geral da União (CGU) e profissionais das áreas de auditoria das empresas
patrocinadoras.

Educação financeira é essencial para lidar com dinheiro de maneira sustentável


(Boletim Anapar – 04/06/18)

A importância da educação financeira e a necessidade de incluir o tema nas escolas do país estiveram em
discussão durante o 19º Congresso da Anapar na palestra do consultor Leonardo Sávio de Matos Silva
“Sustentabilidade financeira dos participantes”, realizado no Rio de Janeiro.

“Gerar renda é uma necessidade de todas as pessoas e famílias, e não basta ter o dinheiro, é necessário
controlar e administrar esse dinheiro ao longo da vida”, explicou Leonardo. Viver de forma sustentável foi
outro ponto abordado e segundo o consultor, é necessário encontrar maneiras de ajustar as receitas e
despesas para atender as reais necessidades e desejos da família. “É possível e necessário reduzir os
desperdícios e viabilizar a realização do que consideramos realmente importante”, ressaltou.

Leonardo usou exemplos da sua vida que acabaram o levando a entender a necessidade de que as pessoas
começassem a aprender educação financeira cada vez mais cedo. Assim começou a ideia de implantar
programas que abordam o tema em escolas e empresas. “Esse ano foi incluída a educação financeira na base
nacional comum curricular e até 2021, cem por cento das escolas precisam incluir esse tema nas suas aulas”,
divulgou. De acordo com Leonardo, há anos a sua consultoria trabalha com o assunto e atualmente existem
mais de 50 mil alunos que trabalham a educação financeira no cotidiano escolar. Há 10 anos, a consultoria
firmou uma parceria com o laboratório de psicologia social da Universidade de Brasília que mede se a
abordagem da educação financeira nas escolas e empresas está tendo impacto entre alunos e funcionários e
se há mudança de comportamento entre eles, que é o grande foco.

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Leonardo contou sua experiência quando trabalhou com uma instituição de bancários e também com
carteiros. “O que me chamou mais atenção foi que o nível de endividamento do bancário é muito similar ao
do carteiro. Hoje em dia a gente trabalha com cooperativas de crédito e o nível de endividamento é muito
similar”, ressaltou. Ele explicou que não tem como pressupor o nível de educação financeira de cada um, mas
que durante esses últimos 10 anos ele conseguiu fazer com que as pessoas assimilassem as habilidades que
precisam ter para construir o seu caminho de sustentabilidade financeira. “Sustentabilidade hoje e no futuro”,
finalizou.

Projeto incentiva contratação de empregados acima de 55 anos


(Agência Senado – 06/06/18)

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado avaliará o PLS 236/2017, do
senador licenciado Cidinho Santos (PR-MT), que estabelece cotas e políticas de incentivo às empresas para a
contratação de trabalhadores com mais de 55 anos de idade.

De acordo com o texto, que tem o parecer pela aprovação feito pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), empresas
com número de funcionários entre 26 e 50 deverão ter ao menos um com no mínimo 55 anos de idade. Esta
cota sobe para 5 nas empresas que tenham entre 51 e 100 empregados. E naquelas que possuem mais de 100
funcionários, a cota será de 5% das vagas.

O projeto veda o uso desses funcionários em atividades insalubres de grau máximo. Eles também não poderão
ter seus contratos rescindidos sem justa causa caso faltem menos de 6 meses para a obtenção da
aposentadoria.

Aposentadoria exige um planejamento financeiro


(Jornal do Comercio – 06/06/18)

Quando, repetitivamente, expoentes do governo e técnicos em Previdência alertam que o atual modelo de
aposentadorias tanto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quanto dos servidores públicos da União
terá que ser reformulado, fica-se sabendo que muitas pessoas perdem o padrão de vida quando passam a
depender somente da aposentaria do INSS. É claro que, depois de uma vida inteira de contribuições, é
frustrante saber que, para receber o benefício fixado hoje no teto de R$ 5.645,80, depende-se de uma série
de variáveis, tais como idade, valor das contribuições e tempo de serviço, de modo que boa parte dos
aposentados recebe uma aposentaria inferior ao teto. E é justamente a Previdência Social que informa que,
de cada três aposentados, dois ganham um salário-mínimo, hoje no valor de R$ 954,00. Por isso, é importante
não contar apenas com o INSS. É recomendável ter um planejamento financeiro para que a terceira idade da
vida seja usufruída de forma tranquila e feliz.

No entanto, por mais distante que esteja a hora de se aposentar, a ideia é que a pessoa tenha uma renda
adicional, como um imóvel alugado, um investimento em ações que gere o pagamento regular de dividendos,
poupança, aplicações financeiras ou uma aposentadoria suplementar daquelas oferecidas, por exemplo, por
bancos públicos e privados. Essa renda suplementar deve ser somada aos proventos pagos pela Previdência
Social ou mesmo do serviço público, e assim permitir que se continue vivendo no mesmo padrão de vida atual.
Além do mais, sabe-se, a terceira fase da vida é a mais cara, pois o custo com saúde aumenta drasticamente.
Segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL),
62% dos brasileiros não guardam dinheiro com vistas à velhice. Talvez, obviamente, porque não tenham
mesmo qualquer sobra mensal. Mas é um número alarmante diante do atual baixo valor das aposentadorias
do País.

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O mais preocupante é que as pessoas, sobretudo os jovens, não sabem como começar a planejar a
aposentadoria. Parece absurdo pensar nisso em um Brasil onde a juventude ainda é a população
predominante, mesmo com o avanço da expectativa de vida passando, agora, dos 74 anos. Culturalmente, o
brasileiro não se preocupa muito com o futuro, ainda que faça mensalmente a contribuição à Previdência, seja
como empregado formal, autônomo ou pessoa jurídica, situação cada vez mais comum nas relações entre
empregador e empregado. O fato é que, quando a aposentadoria chega, o valor recebido por mês leva o
indivíduo a mudar de vida – e quase sempre não é para melhor. Na rede bancária há aplicações como Vida
Gerador de Benefícios Livre (VGBL) e o Plano Gerador de Benefícios Livre (PGBL). Para a Superintendência de
Seguros Privados (Susep), o VGBL é considerado um seguro de pessoa, ao passo que o PGBL é um plano de
previdência complementar.

Das duas opções, não existe melhor ou pior. Tudo dependerá do momento de vida do investidor. Além disso,
nada é imutável, ou seja, o PGBL pode ser interessante em determinado período da vida e condições, podendo
ser que uma mudança em alguma variável faça com que o VGBL possa ser mais interessante dali por diante.
Enfim, mesmo em épocas de crise, é preciso pensar no futuro. O tempo passa, e a terceira idade chegará para
todos, inexoravelmente. Por isso, pensar na aposentadoria agora é uma atitude sensata.

Previc vai consolidar as normas de atuária


(Agência Investidor Online – 07/06/18)

A consolidação das normas de atuária pela Previc, que reuniu em um único normativo todo o regramento e
beneficiou primeiramente a área contábil, deve atingir em breve também a área atuarial. "Esse foi apenas o
primeiro passo, vamos fazer o mesmo para a área atuarial”, adiantou ontem o diretor de estudos técnicos e
normas da Previc, Christian Catunda, durante o 12º Congresso da Ancep (Associação Nacional dos
Contabilistas das Entidades de Previdência).

Para Catunda, a consolidação das normas que tratam da área atuarial se insere no esforço visando a
simplificação normativa. O excesso de burocracia é frequentemente apontado como um dificultador do
fomento do número de entidades fechadas e de planos, explicou. De acordo com ele, a Previc deve fazer, nos
próximos meses, uma "revisitação das regras de governança". Para Catunda, "a Resolução 13 é boa, mas já se
passaram 10 anos”.

A autarquia vai voltar-se também para aprofundar a transparência nas informações fornecidas aos
participantes, algo que se torna ainda mais importante à medida em que a sociedade cobra maior
compartilhamento e os trabalhadores assumem um papel mais ativo na gestão dos investimentos. Outro
objetivo da autarquia, adiantou Catunda, será voltar-se para as regras que regem mais particularmente os
planos de contribuição definida e variável CD e CV), refletindo a preocupação com os resultados que irão
entregar.

Meirelles: Reforma da Previdência é inevitável


(Correio Web – 07/06/18)

O pré-candidato à Presidência da República pelo MDB, ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reforçou
a necessidade da reforma da Previdência no próximo governo para evitar uma crise maior nas contas públicas,
comprometendo o pagamento de aposentadorias e de salários.

“A discussão não é se a reforma da Previdência vai ser feita, mas é quando. Ela é inevitável”, afirmou Meirelles,
durante sabatina de pré-candidatos ao Palácio do Planalto realizada pelo Correio nesta quarta-feira (06/06).
Ele destacou que que em nenhum país que mudou o sistema de aposentadorias o processo foi normal. O ex-

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ministro reforçou que a proposta atinge mais quem recebe salários maiores e se aposenta muito cedo, porque
um dos objetivos é corrigir as distorções hoje existentes. “Quem recebe menos, será beneficiado (com a
reforma). Tudo isso está sendo esclarecido”, garantiu.

Ao ser questionado sobre reforma tributária, o ex-ministro reconheceu que a carga de impostos é muito
pesada e o governo precisa voltar a questão de reduzir as despesas porque mesmo com a arrecadação elevada,
as contas públicas registram deficits. “A carga tributária é a maior dos emergentes e é aí que começam as
grandes distorções porque tem que tributar qualquer coisa. Uma coisa que o brasil aprendeu a fazer é
arrecadar, mas há muita distorção”, afirmou. “Em primeiro lugar, é importante que diminuam as despesas”,
emendou. Segundo ele, é preciso fazer uma reforma em acordo com estados e municípios, e uma reforma
abrangente, “para racionalizar o sistema” de forma a proporcionar mais justiça tributária”.

O ex-ministro reconheceu que as contas públicas ainda não melhoraram porque o estrago feito pelo governo
anterior foi muito grande. “Foi uma destruição que não se conserta do dia para a noite”, frisou. Ele reforçou
que a recuperação da economia ainda está em curso e esse é o capital político que ele defende em sua
campanha. “O Brasil cresceu depois da maior recessão da história e isso é inquestionável. Não é só discurso.
Basta dizer o que foi feito”, afirmou.

Fundo de estabilização

Em meio a polemica dos preços dos combustíveis, na avaliação do pré-candidato, a criação de um fundo de
estabilização dos preços dos combustíveis evitaria o problema atual do ajuste diário, compensando altas e
baixas muito fortes nos preços, a exemplo do que ocorre no Chile. Com isso, segundo ele, a atual política da
Petrobras, seria preservada porque a estatal precisa recuperar a capacidade de investir uma vez que “quase
foi destruída” pelo governo anterior.

Meirelles defendeu a pulverização do capital da Petrobras e de outras estatais, de forma a assegurar que a
administração fique mais profissional, mas sem criar monopólios. “Tem que garantir a competição do setor,
aumentando a participação do capital privado para uma política de profissionalização gradual da gestão”, disse
ele, que defendeu a privatização do Banco do Brasil e da Caixa, mas pulverizando o capital e evitando que um
banco nacional tenha o controle e monopolize o mercado.

Para Meirelles, o que ocorreu na última semana não foi uma greve dos caminhoneiros, mas um locaute de
transportadoras, que paralisou o país. “Primeiro foi uma greve, e depois um locaute, um bloqueio de empresas
que é ilegal”, disse ele, lembrando que a população ficou dividida em apoiar a manifestação.

Meirelles foi o terceiro pré-candidato para chefiar o Executivo nacional sabatinado por editores e colunistas
do Correio. O evento tem o apoio do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) e
pode ser acompanhado ao vivo pela internet e a partir de inserções ao longo da programação da TV Brasília.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi o primeiro a ser sabatinado, seguido por
Marina Silva (Rede) e por Henrique Meirelles. Na sequência, é a vez de Jair Bolsonaro (PSL), que encerra o
bloco da manhã.

Na parte da tarde, serão sabatinados Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos), Manuela D´Ávila (PCdoB),
Paulo Rabello de Castro (PSC), Guilherme Afif Domingos (PSD), Flávio Rocha (PRB) e Geraldo Alckmin (PSDB),
que encerrará a programação.

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8 em cada 10 brasileiros não planejam a aposentadoria


(Leandro Rodrigues – RBS – 07/06/18)

A pesquisa O Preparo para Aposentadoria no Brasil, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil)
e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), revela um cenário preocupante para o futuro:
oito em cada 10 brasileiros com mais de 18 anos (pouco mais de 78%) reconhecem que não estão se
preparando para a hora de se aposentar. São 104,7 milhões de pessoas que admitem não estar pensando no
futuro.

Parte desse grupo, segundo a avaliação dos pesquisadores, sequer contribui com o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS). Apenas 19,2% de quem não está aposentado está se preparando e, deste grupo, 30%
paga somente o INSS. Há um pequeno grupo (2,5%) que respondeu que não cuida do assunto, mas que outras
pessoas fazem isso por ele.

“Mesmo com a reforma da Previdência parada, é muito provável que as regras sejam alteradas em futuro
próximo. O ideal é pensar em uma combinação entre a previdência pública, que é vitalícia, e uma preparação
por conta própria, que comece cedo e seja constante ao longo dos anos”, alerta a economista chefe do SPC
Brasil, Marcela Kawauti.

Entre os que não planejam a aposentadoria, quase metade garante que não sobra dinheiro no orçamento.
Mas a verdade é que, muitas vezes, o que ocorre é pura falta de interesse em fazer força e separar um valor
fixo por mês. Mesmo contribuindo para o INSS, é aconselhável que todos invistam em uma reserva a mais.

“A reserva financeira precisa ser planejada e ter um hábito mensal. Até mesmo R$ 50 ou R$ 100 guardados
todos os meses podem fazer enorme diferença quando consideramos um intervalo de tempo como 30 ou 40
anos poupando, por exemplo”, destaca o educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José
Vignoli.

Não há consenso sobre o momento certo para se começar a guardar dinheiro para a aposentadoria. O ideal,
destacam os especialistas, é que o trabalhador pense nisso desde o início de sua vida profissional. No começo
da carreira, com salários mais baixos, a quantia destinada à aposentadoria pode ser ainda pequena, o que é
normal. Mas isso não deve ser motivo para deixar para lá, insiste a economista chefe do SPC Brasil.

“De qualquer forma, quanto mais cedo a pessoa puder começar, melhor, para que o tempo de economia possa
refletir positivamente no montante reunido. Ninguém precisa começar a poupar para a aposentadoria com
uma quantia muito grande, que inviabilize outras metas”, diz Marcela.

E sobre onde guardar esse dinheiro, a reserva pode ser feita por meio da boa e velha caderneta de poupança,
que traz segurança e facilidade para movimentação e aportes adicionais. Claro, a escolha pode não ser a mais
vantajosa se a inflação ao longo dos anos não ficar sob controle. Independentemente da escolha para guardar
dinheiro, um dos segredos para garantir um futuro mais tranquilo é não sacar antes do tempo. Isso pode zerar
as economias e, muitas vezes, arcar com multas de saída e pagamento de mais Imposto de Renda.

Como começar a guardar dinheiro para a aposentadoria

A dica mais importante para quem começa a guardar dinheiro para a aposentadoria é não se desfazer dessa
reserva por nada. Pôr a mão no dinheiro antes da hora representa zerar as economias para a aposentadoria
e, muitas vezes, ter de arcar com multas de saída e pagamento de mais Imposto de Renda. Marcela e Vignoli
dão ainda outras dicas:

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- Faça aportes adicionais: além das contribuições ordinárias, fazer aportes adicionais (com restituição do IR,
comissão ou bônus de final de ano, por exemplo) ajuda a engordar o saldo, possibilitando um benefício maior
lá na frente.

- Seja criterioso: escolha com sabedoria o valor a ser guardado todo mês. Esse valor pode levar em
consideração dois fatores: a capacidade financeira da pessoa ou o valor total que pretende acumular em um
determinado intervalo de anos.
- Comece cedo: quanto antes se começar a guardar, menor será o gasto mensal com a previdência privada.
Economizar pouco, nem que seja 5% do salário, logo no primeiro emprego, conduz a um efeito multiplicador
na poupança, com juros rendendo sobre juros, evitando que se tenha de guardar mais quando chegar perto
da aposentadoria.

- Reserva de emergência: a Previdência não deve ser sua única poupança. É importante ter uma reserva de
emergência para imprevistos (o aconselhado é que corresponda a seis meses de salário), espantando o risco
da obrigação de ter de recorrer ao dinheiro da Previdência em caso de desemprego ou doença.

- Siga com o INSS: sendo autônomo, não deixe de pagar o INSS. A previdência pública é garantia de cobertura
financeira em caso de acidente do trabalho, doença ou afastamento por licença-maternidade, por exemplo.
Onde investir o dinheiro poupado para a aposentadoria

A poupança é a opção mais óbvia e fácil entre os brasileiros para começar a guardar dinheiro para a
aposentadoria. Tem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito e uma relativa facilidade para movimentar
o dinheiro e fazer aportes adicionais. Por outro lado, a boa e velha poupança também pode se revelar uma
má escolha a longo prazo, pois não garante proteção do dinheiro contra a inflação em todos os anos, já que
sua remuneração é fixa e pode ficar abaixo da inflação.

Veja abaixo outras boas opções para guardar dinheiro para a aposentadoria:

- CDBs: aplicações amplamente oferecidas por bancos e empresas de investimentos, remuneram conforme a
taxa básica de juro (Selic): quanto mais alta estiver, melhor o CDB tende a pagar. Também há restrições para
aportes adicionais de valores muito baixos.

- Fundos de investimento: são atraentes no longo prazo, pois o desconto do Imposto de Renda é regressivo,
fica menor ao longo do tempo. Investidores sem muito dinheiro para aplicar (menos de R$ 60 mil) não
costumam ter taxas de administração abaixo de 1% – ou seja, pagam caro pela aplicação.

- Tesouro Direto: ideal para quem pretende guardar no longo prazo, pois os juros oferecidos aumentam
conforme a data programada para o resgate. As taxas de aplicação e custódia são baixas, o que aumenta a
rentabilidade. Mas é uma aplicação um pouco mais trabalhosa, pois é preciso recorrer a uma corretora ou a
um banco. Aceita aplicações adicionais a partir de R$ 30.

Previdência privada: um pequeno guia para saber como funciona

Outra opção bastante popular e feita para objetivos de aposentadoria, como o próprio nome já diz, é a
previdência privada. Há, basicamente, dois tipos de planos disponíveis no mercado: Vida Gerador de Benefício
Livre (VGBL) e Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL).

No VGBL, o Imposto de Renda (IR) acontece apenas na hora do resgate e somente sobre os rendimentos do
plano, e não sobre o patrimônio total acumulado. É indicado para quem não declara IR, ou faz a declaração
simples, sem a possibilidade de deduzir as contribuições previdenciárias.

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Já no PGBL, indicado para quem faz a declaração do IR completa, é permitido ao contribuinte desconta até
12% da renda anual bruta obtida em contribuições.

Para escolher um bom plano de previdência, é preciso buscar instituições de confiança e também avaliar bem
as taxas cobradas. Em geral, as taxas de administração dos planos de previdência privada variam de 0,2% a 3%
ao ano sobre o patrimônio do investidor. Procure instituições que cobrem as alíquotas mais baixas.
Antes de adquirir um plano, porém, confira também as vantagens e desvantagens da previdência privada em
relação a outros investimentos para a aposentadoria:

Vantagens da previdência privada em relação a outros investimentos

- Impostos: quem escolhe pelo regime regressivo de tributação (alíquota diminui com o passar do tempo)
poderá pagar apenas 10% de Imposto de Renda se sacar o dinheiro após 10 anos, a taxa mais baixa para
aplicações financeiras no Brasil (em aplicações da renda fixa, por exemplo, a menor alíquota é de 15%). Para
quem faz declaração completa, a vantagem é ainda maior, pois é possível abater as contribuições.

- Conveniência: os planos de previdência privada ajudam a organizar os depósitos mensais com o envio de
boleto ou débito em conta, por exemplo. Com isso, a tendência é de que se mantenha a rotina dos pagamentos
e o valor dos depósitos – a cada 12 meses, a parcela é atualizada pela inflação. Também não é tão simples
sacar da previdência quanto é tirar as reservas da poupança.

- Fiscalização: os planos de previdência abertos (que não são limitados a um grupo de funcionários de uma
empresa) são supervisionados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), um órgão bastante atuante
na fiscalização. A Susep verifica, por exemplo, se os bancos e as gestoras cumprem suas obrigações.

Desvantagens da previdência privada em relação a outros investimentos

- Taxas salgadas: as taxas de administração dos fundos nos quais é investido o dinheiro da previdência privada
costumam ser altas. Em alguns casos, podem chegar a 3%, o que significa que o fundo precisaria render 9%
em um ano para que as economias do poupador crescessem 6%.

- Rentabilidade: o rendimento líquido (descontados impostos e taxas) dos planos costuma ser inferior ao de
outras opções de aplicações de renda fixa de baixo risco, como algumas opções de Letras de Crédito (LCI e
LCA), CDBs e Títulos do Tesouro, em particular para quem tem altos valores a investir (acima de R$ 80 mil), e
encontra bons juros no mercado financeiro.

- Mecanismos de proteção: a previdência privada não é contemplada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC),
que, caso o banco quebre, cobre aplicações de até R$ 250 mil.

O que os candidatos pensam sobre o futuro da Previdência


(Portal Veja – 08/06/18)

Álvaro Dias (Podemos)


É a favor de uma reforma na Previdência, mas argumenta que, antes, o governo precisará promover um grande
esforço de transparência sobre o déficit e os custos do sistema.

Ciro Gomes (PDT)


Acredita que a proposta do governo Temer aumenta a cobrança sobre os mais pobres sem resolver o
problema. A sugestão de Ciro é adotar um novo modelo de aposentadorias, baseado em capitalização. Sua

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proposta é o de contas individuais: o mesmo valor pago na ativa, somado aos rendimentos financeiros, é o
que sustentaria a aposentadoria.

Flávio Rocha (PRB)


Defende a reforma do atual sistema previdenciário.

Geraldo Alckmin (PSDB)


Defende uma reforma concentrada no fim dos privilégios do setor público, com a adoção de um sistema igual
para todos os setores baseado em um teto geral e em regime de capitalização. Quem quiser se aposentar com
um valor acima do teto público (que hoje é de 5.645 reais), poderá, pagando um valor complementar

Guilherme Boulos (PSOL)


É contra a proposta feita pelo governo Temer. Defende a corte de privilégios do funcionalismo e a cobrança
de dívidas de grandes empresas com o INSS.

Henrique Meirelles (MDB)


Diz que a Reforma da Previdência é inevitável, sob pena de inviabilizar o funcionamento do estado. Ele
defendeu a proposta do governo, argumentando que seriam afetados os que ganham mais e se aposentam
mais cedo.

Jair Bolsonaro (PSL)


Diz ser contra a proposta de reforma apresentada pelo governo, por ela ser “grande demais”. O pré-candidato
do PSL afirmou que estuda a questão e cogita propor mudanças graduais nas aposentadorias, priorizando o
combate à “fábrica de marajás”

João Amoêdo (Novo)


É a favor de reformar a Previdência e considera o atual sistema inviável. Para ele, não basta ajustar os
benefícios e privilégios concedidos aos servidores públicos e militares.

Manuela D’Ávila (PCdoB)


Questiona a falta de informação que diz haver sobre a dimensão do déficit na Previdência e pretende se
concentrar no combate à sonegação por parte de empresários. Também critica as propostas de aumento no
tempo de contribuição

Marina Silva (Rede)


Diz que o déficit na Previdência é inegável. Argumenta que o diálogo tem que ser feito com toda a sociedade
e não apenas com a elite econômica, mas ainda não apresentou um modelo que defenderia se eleita.

Rodrigo Maia (DEM)


“A reforma da Previdência é necessária não apenas para resolver o desequilíbrio fiscal da nossa economia. É
a mais importante reforma social do país.” Trabalhou para aprovar o texto proposto pelo governo, mas deixou
de colocá-lo em votação por falta de apoio parlamentar.

Sem lei do teto, abre-se a caixa de Pandora


(Claudia Safatle - Valor Online – 08/06/18)

Sem a reforma da Previdência não há como cumprir o teto do gasto público. Sem a lei do teto, abre-se a "caixa
de Pandora". A partir dessa constatação - e tendo como pano de fundo que o risco de solvência do Estado não
é mera figura de retórica - a reforma da Previdência se apresenta como um imperativo para qualquer dos
candidatos à presidência da República.

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A partir da convicção de que a lei do teto tem que ser cumprida e que a tentativa de mudá-la pode ter
consequências nefastas para o país, os economistas Leandro Rothmuller, do Bocom BBM, Felipe Pinto, da
Parcitas Investimentos, e o especialista em contas públicas e estudioso da Previdência Fábio Giambiagi
concluíram o estudo "Reforma previdenciária em 2019 - Elementos para a tomada de decisão".

A essência da proposta é endurecer as condições iniciais e reduzir os prazos da transição do regime atual para
o novo, sintetizou Giambiagi. Os autores tomaram como base o projeto de reforma do Executivo e as
mudanças feitas pelo relator.

Proposta de reforma da Previdência torna regras mais duras

O funcionalismo público do Executivo, Legislativo e Judiciário, da União, dos Estados e dos municípios fica com
uma fatura mais elevada do que no projeto debatido no Congresso. A vigência da idade mínima de 65 anos
para homens e 63 para mulheres - idade final do novo regime - seria imediata. Aprovada a reforma em 2019,
a regra para todos os servidores já vigoraria em 2020.

Ficam fora dessa regra os policiais militares que, junto com os militares, teriam um regime especial, e os
professores da rede pública.

Parte importante da proposta, apontou Giambiagi, é a nova regra para o reajuste do salário mínimo, que terá
que ser criada no ano que vem para vigorar em 2020. O estudo sugere que a correção, até 2031, seja apenas
pela variação da inflação do INPC.

Para os trabalhadores urbanos, a idade mínima inicial seria de 60 anos para homens e de 57 anos para
mulheres, em uma escalada de aumento que chegaria a 65 anos e 63 anos em 2032. As aposentadorias rurais
começariam com 60 e 56 anos para homens e mulheres, respectivamente, até chegar a 63 para homens e 61
anos para mulheres em 2030. O trabalhador rural é o único que não converge para as regras do INSS no fim
da transição.

Haveria, pela proposta, uma escala de 1 ano a cada 2 anos da exigência contributiva mínima para as
aposentadorias pelo RGPS, atualmente de 15 anos para até 20 anos (a transição vai até 2030). No caso dos
funcionários públicos, a contribuição iria até 25% e a transição se estenderia a até 2040. Retoma-se a ideia do
"pedágio" de 50% para o adicional de tempo em relação ao tempo remanescente para ter direito ao benefício.
A idade mínima para aposentadoria dos professores da rede pública começaria com 60 anos (homens) e 56
anos (mulheres) em 2020, chegando ao fim da transição, em 2034, com 65 anos e 63 anos. Os professores da
rede privada começariam com idade mínima de 55 anos e 52 anos, para homens e mulheres respectivamente,
em 2020 e a transição para 65 e 63 anos estaria completa somente em 2042.

Os gastos com benefícios de prestação continuada também teriam regras mais rígidas, com elevação da idade
dos atuais 65 anos para 68 em 2024.

Em relação ao substitutivo do relator, a proposta dos economistas aumenta em 5 anos a exigência de idade
mínima inicial e reduz o tempo de transição em 6 anos a dez anos para o trabalhador urbano do RGPS,
conforme o gênero.

Levando em conta considerações de caráter político, os autores mantêm uma diferença de 2 anos na idade
mínima entre trabalhadores urbanos e rurais e acabam com a distinção, no longo prazo, entre professores e
não professores - aspecto importante para a recuperação das finanças dos Estados e municípios. Reduzem,
também, a diferença entre homens e mulheres de 3 para 2 anos. A proposta preserva as regras de cálculo da

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Andrea Vanzillotta
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aposentadoria e de concessão de pensões tal como definidas no substitutivo do relator da proposta no


Congresso.

É importante saber como o país chegou à dramática situação fiscal que impõe a reforma. O gasto público
assumiu uma trajetória de crescimento insustentável. Era de 11,1% do PIB em 1991, bateu em 20% do PIB em
2016, quando o Congresso aprovou a PEC do teto do gasto, que reduziu a despesa total para 19,5% em 2017.
Boa parte do aumento decorreu da expansão dos gastos com benefícios do INSS que correspondiam a 2,5%
do PIB no fim dos anos 1980 e atingiram 8,5% do PIB no ano passado.

Há três motivos para essa escalada, segundo o estudo: baixo crescimento do PIB - média de 2,5% ao ano nos
últimos 26 anos; aumento real de 154,8% do salário mínimo do Plano Real para cá, que triplicou as despesas
com a previdência e assistência social atrelada ao mínimo de 1,4% do PIB para 4,2% do PIB; e regras frouxas
de concessão de aposentadorias e pensões no país.

Para se ter uma ideia da dinâmica dos benefícios, enquanto o gasto total (excluídas as transferências) cresce
em média 0,2% entre 2016 e 2018, as despesas do INSS aumentam 5,5% em igual período. Sem a reforma e
prevalecendo a lei do teto, em poucos anos a previdência consumirá todo o já comprimido espaço para as
demais despesas públicas que caíram 6,8% de 2015 para cá.

Com a proposta de reforma dos economistas, o gasto público, que chegou a 20% do PIB, cairia para 16,3% do
PIB em 2026 - desfazendo-se, assim, parte da gastança das últimas décadas.

Sem reforma, a Previdência consumirá as receitas até sobrar somente R$ 60 bilhões para as outras despesas
em 2026. Com a reforma proposta, essa margem cresce para R$ 170 bilhões, em comparação com cerca de
R$ 250 bilhões este ano.

Os cálculos do trabalho foram feitos com base em um PIB de 2,5% ao ano e 3,5% de inflação, além de despesas
com saúde e educação constantes em termos reais.

Um alento é apontado pelos autores da proposta. Há, em "outras" despesas, gastos que podem ser reduzidos
no futuro, como os R$ 40 bilhões do seguro-desemprego que podem cair uns R$ 10 bilhões quando o país
voltar a crescer, ou os R$ 16 bilhões do abono salarial e os R$ 4 bilhões da lei Kandir.

Por inapetência da elite política do país de encarar os problemas com soluções adequadas e tempestivas, o
país chega frágil às eleições de outubro. E os candidatos mais competitivos não permitiram, até agora, se
formar a menor ideia de futuro.

Como descrever a nova geração?


(Folhapress – 11/06/18)

É mais realista, insegura, tem apreço pelo anonimato, é mais apta a mudanças

Emma Hope Allwood é editora do site da revista Dazed, uma das mais influentes sobre moda, música, filmes,
fotografia e cultura contemporânea de modo geral. Há pouco mais de uma semana ela escreveu um artigo-
desabafo em que tenta capturar a ansiedade dos millennials, a primeira geração que cresceu conectada à
internet (o nome do artigo é “O Lado Negro das Mídias Sociais”).

No texto, reclama que as mídias sociais se tornaram um “mar de ilusões” e uma armadilha que ao mesmo
tempo define e sufoca os millennials.

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Por exemplo, Allwood conta que, ao conhecer uma pessoa nova, de repente viu-se preocupada com a forma
como ela seria vista se alguém tirasse uma foto dos dois juntos e publicasse no Instagram.

Esse tipo de preocupação mostra como a ideia de “personal brand” (marca pessoal) e vida pessoal se fundiu,
criando uma armadilha praticamente inescapável para os millennials.

Estar online significa um esforço permanente de criar uma marca pessoal: você é o que você posta. Fotos de
comida, do cachorro, dos amigos, dos encontros, tudo funciona ao mesmo tempo como construção de imagem
pessoal e prisão paralisante, trazendo ansiedade e frustração.

Na China, a mesma geração ganhou o apelido de “geração morango”: têm uma ótima aparência, mas são
facilmente esmagados por qualquer pressão.

Como alternativa à visão de Allwood, há uma ótima pesquisa realizada pela Box1824, uma agência e
consultoria brasileira de tendências, que fez um trabalho de campo em sete estados dos EUA com jovens de
18 a 24 anos.

A Box chama a geração nascida depois dos millennials —a partir de 1998— de GenExit (geração saída).
Justamente por buscar saídas para essa armadilha.

Essa geração tem uma relação diferente com as mídias sociais. Abandonam perfis públicos, preferindo contas
privadas. Preferem postagens efêmeras, que desaparecem depois de visualizadas, a manter um registro
perpétuo das suas atividades.

Nas palavras da Box: “Não se trata apenas de abandonar as redes sociais, mas também uma geração que
desconfia das próprias estruturas sociais tradicionais”.

É uma geração mais realista, que sabe que a possibilidade de ascensão social, de ter um emprego ou
estabilidade social, é pequena.

Dessa insegurança vem um apreço pelo anonimato, pela construção de identidades fluidas, da possibilidade
de começar de novo a qualquer momento.

Nesse sentido, são mais resistentes e aptos à mudança do que os millennials. Esse diagnóstico é corroborado
pela pesquisadora inglesa Noreena Hartz, que entrevistou 2.000 jovens de 14 a 21 anos no seu livro “Geração
K” (K de vem de Katniss Everdeen, a heroína durona dos filmes “Jogos Vorazes”).

Hartz constatou que é uma geração que bebe menos, trabalha mais, usa menos drogas, faz menos sexo e tem
expectativas menores, compartilhando um estado de desilusão com o mundo, inclusive com a internet e as
redes sociais.

É claro que não há nenhum consenso sobre como definir essa nova geração. Tantos esforços para entendê-la
denotam em si mesmo uma ansiedade das gerações mais velhas sobre o que esperar dos jovens que crescem
hiperconectados e com valores distintos dos nossos.

Em busca de trabalho
(Folhapress – 11/06/18)

Na esteira da crise econômica, país gera empregos precários, o que torna retomada mais difícil

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Andrea Vanzillotta
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A recessão de 2014-16, por sua profundidade e duração, deixou sequelas profundas no mercado de trabalho.
Além do salto recorde do desemprego e da precariedade dos postos gerados nos últimos dois anos, a crise
expôs fragilidades que não são apenas conjunturais.

Se já claudicava, a retomada da economia agora vive sob o risco de perder o que havia do ímpeto recente. Nos
últimos meses, a taxa de desocupação praticamente estacionou perto dos 13% da população ativa —ou, vale,
dizer, mais de 13 milhões de brasileiros.

Forma-se, de certo modo, um círculo vicioso, na medida em que a debilidade das vagas compromete o
potencial de recuperação da atividade em geral. Trabalhadores sem carteira assinada têm maior dificuldade
de acesso ao crédito bancário e menor potencial de consumo, por exemplo.

Os aspectos estruturais, contudo, são ainda mais preocupantes, como mostrou caderno especial publicado
por esta Folha.

Um deles é o desemprego entre os mais novos, que disparou entre o fim de 2014 e o início deste ano. Hoje,
44% dos que tem entre 14 e 17 anos e 28% dos que tem entre 18 e 24 anos não conseguem um lugar no
mercado, o dobro dos percentuais verificados antes da crise.

Trata-se de um enorme retrocesso. Segundo o Banco Mundial, a parcela de jovens em situação de


vulnerabilidade (que inclui os que não estudam nem trabalham, os que estão atrasados na escola e os que
têm ocupações informais) havia caído de 62% para 52%, no período de 2004 a 2015.

A ameaça, agora, é a reversão dessa melhora, com consequências de longo prazo. Pesquisas em países
desenvolvidos indicam que trabalhadores de menor experiência que enfrentam uma recessão podem sofrer
perda permanente de renda e mostram maior probabilidade de se envolver em crimes.

A baixa qualificação da mão de obra, os obstáculos para o aumento da produtividade no país e os desafios
trazidos pelo avanço da tecnologia, além disso, indicam que a geração de postos de qualidade não ocorrerá
facilmente.

Entre 1995 e 2015, a produtividade do trabalho no Brasil cresceu a metade do que se mediu em países
comparáveis, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas. Desde 2014, houve queda de 3,6%, explicada, em
boa parte, pela expansão do emprego informal —por natureza, menos eficiente.

Ainda passaremos nos próximos anos pelos efeitos, negativos e positivos, das transformações tecnológicas. A
Confederação Nacional da Indústria aponta que 77% das empresas brasileiras ainda não passaram do 2º
estágio (de um total de 4) da revolução digital.

Estudo da consultoria McKinsey indica que entre 3% e 14% da população mundial precisará se reinventar na
próxima década para se adaptar à nova realidade da produção, no que promete ser a transição mais rápida da
história.

É nesse contexto que o Brasil precisará buscar políticas públicas para a qualificação da mão de obra e a geração
de emprego. Contar apenas com a retomada do crescimento não dará conta do problema.

OIT dá prazo até novembro para explicações sobre reforma trabalhista


(MPT – 11/06/18)

artigos interessantes 253 (jun 2018) 12


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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) cobrou novas explicações do governo brasileiro sobre a reforma
trabalhista, depois das críticas e acusações de "jogo político" feitas na última terça-feira pelo ministro do
Trabalho, Helton Yomura, na 107ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra.

A organização incluiu o Brasil na lista de países suspeitos de descumprir normas internacionais de proteção
aos trabalhadores e começou a analisar o caso brasileiro esta semana. A decisão de exigir mais explicações foi
anunciada, nesta quinta-feira (7), pela Comissão de Normas da OIT.

O governo terá que responder antes de novembro deste ano, quando acontece a próxima reunião do Comitê
de Peritos da OIT. Segundo a decisão, o Brasil precisa dar mais informações sobre a Reforma Trabalhista,
principalmente em relação ao respeito aos princípios da negociação coletiva entre empregadores e
empregados. No início do ano, o Comitê do Peritos da OIT expressou o entendimento de que a reforma
trabalhista violava a Convenção nº 98 da OIT, sobre direito de sindicalização e de negociação coletiva,
ratificada pelo Brasil. A reforma trabalhista estabelece a possibilidade do negociado prevalecer sobre o
legislado, inclusive para redução de direitos. Prevê também a livre negociação entre empregador e empregado
com diploma de nível superior e que receba salário igual ou superior a duas vezes o teto do Regime Geral de
Previdência Social (RGPS).

Além disso, a OIT também cobra explicações sobre a falta de consulta aos interlocutores sociais, durante a
tramitação da reforma.

A falta de diálogo social, a aprovação açodada da reforma e a violação à Convenção n. 98 da OIT foram alguns
dos pontos alertados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) durante todo o processo de tramitação da
reforma trabalhista no Congresso e após sua promulgação. Além de participar de audiências públicas, o MPT
divulgou oito notas técnicas onde listou inconstitucionalidades e afrontas a normas internacionais ratificadas
pelo país da reforma, todas publicadas e entregues aos representantes dos Poderes Executivo e Legislativo
brasileiros.

O Procurador-Geral do Ministério Público do Trabalho, Ronaldo Fleury, que participa da Conferência


Internacional do Trabalho em Genebra, destaca os alertas feitos pela instituição para evitar que a reforma
fosse aprovada e entrasse em vigor. "O MPT, sempre que chamado, alertou o Congresso Nacional e o governo
acerca das previsões constantes na Convenção nº 98, da OIT, ratificada pelo Brasil, esclarecendo que não
houve o necessário prévio diálogo social e que o negociado sobre o legislado ofende a Convenção. Lamento a
exposição internacional do Brasil, que poderia ter sido evitada se as nossas ponderações fossem
consideradas".

O procurador do Trabalho e assessor internacional do MPT, Thiago Gurjão, que também acompanha os
trabalhos na Conferência, ressaltou que as conclusões da Comissão de Normas são fruto de negociações das
quais participam representantes de trabalhadores e empregadores.

"As conclusões adotadas mantêm a reforma trabalhista sob o monitoramento das instâncias próprias da OIT,
o que lamentamos, pois o respeito a direitos fundamentais no mundo do trabalho e às convenções ratificadas
pelo país deveriam ser o patamar mínimo a partir do qual se desenvolve a legislação nacional", disse. Ainda
segundo o procurador, o governo deve observar as diretrizes técnicas da OIT e adequar sua legislação. "A
nenhum país é dado o direito de editar leis em contrariedade com convenções internacionais por ele
ratificadas. É uma postura que só gera insegurança jurídica e abalo à própria imagem".

Longevidade: Uma conquista que exige novos hábitos e costumes


(Midia News – 12/06/18)

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Andrea Vanzillotta
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Temos cada vez mais pessoas que passam dos 80, chegam aos 90 e ainda atingem os 100 anos de idade

Viver mais tem um preço literalmente maior. É como se a vida cobrasse da gente pedágios extras pelas faixas
bônus que ganhamos. Melhores práticas e recursos medicinais, maiores cuidados e higienes pessoais, além
de forte conscientização em relação à saúde pública ou privada, contribuíram para o aumento da longevidade
de homens e mulheres no Brasil. Temos cada vez mais pessoas que passam dos 80, chegam aos 90 e ainda
atingem os 100 anos de idade.

Mas essa longevidade resultante de adoção de hábitos saudáveis e de mudanças de costumes sanitários é
uma conquista que exige novos hábitos e novos costumes também na área financeira. Isso porque, quanto
mais vivemos, mais precisamos de dinheiro para seguir cuidando da saúde, comprando nossos remédios,
pagando nossos consumos, quitando nossos cartões de crédito, financiando nossos lazeres e entretenimentos
quem sabe, no ritmo dos netinhos.

O que significa que a longevidade pode ser uma bênção ou uma penitência tudo vai depender da prevenção
ou do planejamento orçamentário que se fez por conta dela.

Por essas e outras, por exemplo, atualmente não se pode mais sonhar em "acumular R$ 1 milhão aos 30 anos
e passar a viver de renda" (como me consultou esta semana uma leitora-ouvinte).

Com R$ 1 milhão na conta, tão jovem, ela só vai poder "viver de renda" até os 40 ou 50 anos. Se viver até os
60 (ou seja, outros 30 anos de existência), a essa altura a moça estará morrendo de fome e dormindo ao
relento. A menos que, com R$ 1 milhão investidos (a juros abaixo da média histórica), ela tenha hábitos
austeros, espartanos e monásticos de quem é capaz de se sustentar gastando apenas um salário mínimo por
mês. O que aparentemente não é o caso da jovem.

A NOSSA 'IMPREVIDÊNCIA' SOCIAL

O fato é que, com o fenômeno da longevidade, não há mais como pensar em "parar de trabalhar" triste, mas
verdadeiro. Até porque, com ou sem reforma, por exemplo, a Previdência Social vai continuar sendo um
problema de "inseguridade" social. Pelo simples fato de que os governos, os políticos e os corruptos vão
continuar sendo o que são: "governos", "políticos" e "corruptos". Vão continuar sendo gêneses da má gestão,
da improbidade administrativa e da irresponsabilidade fiscal, financeira ou monetária; eternos delinquentes
com o dinheiro público, o dinheiro dos contribuintes, o dinheiro dos trabalhadores. Essa é a péssima notícia.

TECNOLOGIA E EMPREENDEDORISMO

A ótima notícia é que seu filho ou sua filha já sabe disso e não vai repetir o erro de apostar o futuro no Estado
só capaz de produzir estado de coisa, estado de nervo e estado de calamidade. Eles fazem parte do que eu
chamo de geração baby chip, que já vem com DNA digital e é focada em inovação e transformação, ou seja,
conhecimento em movimento. O barato dessa turma é sonhar com a nova Apple, o novo Google, o novo
Facebook, o novo Twitter, o novo Whatsapp, o novo Instagram... o novo... Os jovens querem "acesso" pela
tecnologia e "ascensão" pelo empreendedorismo.

INSS, FGTS, CLT... NEM PENSAR

Ninguém quer saber de INSS, FGTS, CLT... Eles também não têm respeito ou expectativa diante de partidos.
Não se trata de ingratidão (a culpa não é da garotada); se trata de incerteza, insegurança e incapacidade (a
culpa é dos políticos). As três siglas governam o país por mais de três décadas, sem oferecer aos moços e
moças projetos sólidos e perspectivas sustentáveis. Não me refiro a garantia de emprego público ou facilidade

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Andrea Vanzillotta
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no setor privado - coisas que não seduzem a moçada de hoje. Eu falo de oportunidades de empreendimento
com crescimento e de negócio sem ócio.

Os jovens não esperam dos mais velhos ou velhacos soluções fáceis para suas vidas. Eles só esperam que não
dificultem ou não atrapalhem seus planos e sonhos. E assim desprezam rotinas, hábitos e costumes baseados
em fome de dinheiro e sede de poder. É por isso que no Brasil políticos tradicionais estão, aos poucos,
morrendo de fome e de sede, sendo "chipados" pela nova geração.

Como o formato da aposentadoria está mudando em escala global


(Renee McGowan – Mercer – 12/06/18)

Antigamente, os trabalhadores se aposentavam por volta dos 65 anos e passavam a viver da aposentadoria,
de suas economias e da ajuda da família. Mas agora que as pessoas têm mais saúde e estão vivendo mais,
aposentar-se aos 60 e poucos já não parece tão atraente. Muitas pessoas planejam trabalhar bem para além
dos 60 e dos 70, não porque simplesmente desejam fazê-lo, mas sobretudo devido à necessidade financeira.

O recente estudo da Mercer Saudável, Próspero e Produtivo no Trabalho: The New Imperatives for Financial
Security, examinou as forças que afetam a segurança financeira e as convicções em torno da aposentadoria.
A pequisa incluiu 7 mil adultos de 12 países, em seis diferentes faixas etárias, e também 600 executivos
seniores dos setores público e privado. Mais de dois terços (68%) dos entrevistados pelo estudo disseram que
pretendem continuar trabalhando após a idade tradicional de aposentadoria.

Atualmente, a forma como as pessoas trabalham e se “aposentam” mudou radicalmente. Empregadores e


trabalhadores precisam se adaptar. Isso vale especialmente para mercados em crescimento, como a Ásia e a
América Latina, que estão se expandindo rapidamente e cuja classe média crescente está otimista quanto ao
futuro. No entanto, as pessoas precisam das ferramentas certas para se certificar de que poderão manter sua
recém-adquirida e melhorada qualidade de vida à medida que envelhecem.

Urbanização

À medida que essas populações mais velhas se deparam com economias urbanizadas, essas preocupações
também exercerão impacto sobre as várias gerações de trabalhadores e estruturas familiares. Na China, por
exemplo, onde as gerações mais jovens tradicionalmente sustentam as mais velhas, e onde se espera que 60%
da população nacional esteja vivendo em centros urbanos em 2030, a urbanização deverá influir na
configuração dos tecidos físico e cultural desse próspero país. Atualmente, as famílias chinesas enfrentam
preços drasticamente mais altos de moradia, transporte e alimentação, sem mencionar a mobilidade cada vez
mais limitada da força de trabalho.

A América Latina também é uma das regiões mais urbanizadas do mundo, com percentual de urbanização de
80% (comparado a 74% da União Europeia e 50% do Leste Asiático e da região do Pacífico). Em 2050, a UN-
Habitat prevê que as cidades da América Latina abrigarão 90% da população da região. Como a China, a
América Latina tem uma cultura tradicional muito baseada na família e, portanto, a urbanização poderia
exercer pressão sobre a estrutura familiar e a mobilidade da força de trabalho[1].

Hora de aposentar a aposentadoria

Hoje em dia, as pessoas ao redor do mundo esperam viver aposentadas por 15 a 20 anos, em média. Sem um
melhor planejamento, muitas terão que optar por sobreviver ao fim de suas economias ou reduzir sua
expectativa de qualidade de vida. Essas realidades se tornarão mais agudas em várias economias em
crescimento, nas quais os benefícios de aposentadoria patrocinados pelos empregadores costumam ser

artigos interessantes 253 (jun 2018) 15


Andrea Vanzillotta
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deficientes e os sistemas de previdência governamental estão ameaçados pela insustentabilidade. A


proporção entre o número de pessoas ativas e aposentadas deverá cair drasticamente nos próximos 20 anos,
com a proporção global atual de 1:8 chegando a 1:4 em 2050. [2]

[1] Fonte: UN Habitat, 2012


[2] Dados populacionais das Nações Unidas, 2017

Quatro coisas que você precisa saber sobre a situação da previdência na América Latina
(Diego Guaita, Ana María Weisz e Felipe Bruno – Mercer – 12/06/18)

A América Latina é uma grande — e diversificada — área de crescimento econômico. Muitos países estão
experimentando uma expansão econômica renovada, enquanto, para outros, a estrada permanece
acidentada, em meio à fragmentação política. De acordo com o Fundo Monetário Internacional, a recuperação
econômica na América Latina está ganhando impulso, já que as recessões em países como o Brasil e a
Argentina estão chegando ao fim. O consumo privado também está em alta, particularmente em países
produtores de commodities.

Em seu recente estudo “Saudável, Próspero e Produtivo – Os Novos Imperativos para a Segurança Financeira”,
a Mercer examinou as atitudes relacionadas à segurança financeira e às crenças sobre aposentadoria. O
estudo incluiu 12 países, ouviu 7 mil adultos em seis faixas etárias, assim como 600 executivos sênior dos
setores público e privado.

Globalmente, mais de dois terços (68%) dos adultos pesquisados esperam continuar trabalhando de alguma
maneira e nunca se aposentar completamente. O estresse da segurança financeira nos afeta a todos — não
importa a idade, o estágio da carreira ou a ocupação —, à medida que enfrentamos a possibilidade de
sobreviver ao fim das nossas economias. Sociedades, empregadores e intermediários financeiros só têm a
lucrar por tomar medidas imediatas no sentido de enfrentar a ameaça das lacunas da poupança a longo prazo
que paira sobre as nossas cabeças.

À medida que as economias amadurecem, a classe média cresce e o atendimento médico se aprimora, a
população média se vê compelida a planejar-se não somente para o dia a dia, mas para uma aposentadoria
mais prolongada. Globalmente, dois terços dos pesquisados esperam ultrapassar os 80 anos de idade e 44%
esperam viver mais de 85 anos. Embora a maioria dos pesquisados espere manter a mesma qualidade de vida
depois de aposentados, apenas 30% deles acreditam que suas economias, renda ou aposentadoria serão
suficientes.

Embora a segurança financeira seja uma necessidade crucial em todo o mundo, nosso grau de saúde,
prosperidade e produtividade varia conforme o país. O estudo encontrou muitos denominadores comuns
entre os países em todo o mundo, mas também diferenças sutis no que se refere à saúde financeira e à
aposentadoria. Na América Latina, países como Argentina, Brasil, Chile e México são áreas específicas que
passam por mudanças, com base nos dados demográficos e na natureza do trabalho, em fase de evolução.
Essas novas dinâmicas trazem tanto desafios quanto oportunidades.

A aposentadoria está mudando, na América Latina e no resto do mundo

A aposentadoria não é mais como costumava ser. Em todo o mundo, não só estamos vivendo mais, e com
mais saúde, como também trabalhando por mais tempo, por opção ou em decorrência de necessidades
financeiras. Para muitos, a tradicional aposentadoria aos 60-65 anos de idade pertence ao passado. A pesquisa
da Mercer revelou que, globalmente, 68% das pessoas não esperam se aposentar ou pretendem continuar
trabalhando de alguma forma. Para 74% das pessoas de 18 a 24 anos de idade e 82% das pessoas de 65 anos

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ou mais, não há expectativa de uma aposentadoria total. A época em que nos aposentávamos com confiança,
com as vantagens de uma aposentadoria integral ou proventos suficientes vindos do governo ou da
previdência social, já não existe mais. Hoje, a responsabilidade de planejar ou construir um pecúlio para a
aposentadoria, em última instância, é do próprio indivíduo.

A pesquisa da Mercer revelou que, globalmente, 81% dos pesquisados sente-se pessoalmente responsável
por sua renda na aposentadoria, com 52% se responsabilizando totalmente e 29% afirmando que têm uma
parcela de responsabilidade, junto com o governo e com seu empregador. Apesar da sensação de
reponsabilidade pessoal, os governos e empregadores ainda desempenham um papel substancial, ainda que
diferente, no planejamento para a aposentadoria.

Sistemas de previdência complexos e em transformação complicam a aposentadoria

Pessoas, em todo o mundo, que pretendem prosperar na aposentadoria, não podem confiar nos sistemas de
previdência. Muitas pessoas, especialmente na América Latina, não pagam ou contribuem o suficiente para
sua aposentadoria para manter os estilos de vida que cultivavam antes de se aposentar. No México, por
exemplo, o sistema de previdência paga apenas 30% do último salário do trabalhador, um dos percentuais
mais baixos de acordo com a OCDE. Além disso, muitos mexicanos afirmam não entender o sistema de
previdência optando, muitas vezes, pela não contribuição. Existe também a questão de conseguir alcançar as
populações rurais, que trabalham na informalidade e recebem seus salários em dinheiro vivo.

Na Argentina, um mercado historicamente atormentado pela alta inflação, a recente reforma da previdência
aumentou a idade da aposentadoria para 70 anos tanto para homens como para mulheres — com o objetivo
mitigar o problema de insuficiência de fundos. A reforma também inclui uma mudança nas taxas de ajuste do
benefício. A partir de agora, o pagamento do benefício é revisto quatro vezes por ano (a cada 3 meses) em vez
de apenas duas vezes, e está vinculado à inflação em 70% e ao índice salarial em 30%. Além disso, de 90% das
pessoas na Argentina com idade para se aposentar recebe o benefício, sendo que desses, 70% recebe o
benefício mínimo de U$ 361,00. As mulheres, que podem ter a complicação adicional de entrar e sair do
mercado de trabalho devido à maternidade, podem não se qualificar para a contribuição máxima, que é
baseada em um período de 41 anos.

O Brasil tem um dos sistemas públicos mais benevolentes de toda a região. Mudanças vêm sendo discutidas
ao longo de vários anos, e há expectativas de que o país vote pela reforma. O resultado esperado baseia-se
em dois pilares: adiar a data da aposentadoria e reduzir os benefícios. Isso aumentará ainda mais a
necessidade de planejamento para o futuro, devendo incluir a contribuição de investimentos pessoais e dos
empregadores para a poupança de longo prazo.

A educação é o primeiro passo para uma aposentadoria inteligente na América Latina

A segurança financeira assume diferentes significados nas diversas regiões da América Latina. Para muitos, a
medida do sucesso é passar tempo com sua família e até mesmo continuar a trabalhar de alguma forma. Mas
o planejamento para a aposentadoria começa com a educação, tão necessária em toda a região. Na Argentina
não há muita motivação para poupar. Muitas pessoas gastam e vivem um dia após o outro, com pouca ou
nenhuma preocupação quanto a planejar para o futuro. Com o governo ainda trabalhando no sentido de
garantir a segurança financeira, a educação do povo argentino tornou-se uma prioridade.

No Brasil, como na Argentina, apenas uma pequena parcela da população entende os mecanismos para
poupar. Isso gera uma lacuna substancial entre as ações que poderiam colaborar com a criação de uma sólida
base financeira e as efetivamente executadas. Felizmente, o país tem testemunhado melhorias nessa área. As
instituições financeiras, empresas e o próprio governo têm incentivado programas de educação financeira.

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Aconselhamento e ferramentas são outros componentes de um planejamento para o futuro, constituindo


uma parte importante da assistência às pessoas no que se refere a poupar para a aposentadoria. A pesquisa
da Mercer revelou que, globalmente, as pessoas confiam nas ferramentas e no aconselhamento fornecidos
por seus empregadores envolvendo um planejamento e investimentos. No mundo inteiro, 86% dos
funcionários disseram que, se os empregadores melhorassem os benefícios ou oferecessem acesso a um plano
de investimentos, isso resultaria em maior satisfação no trabalho e maior compromisso com a organização.

Os trabalhadores enxergam seus empregadores como provedores confiáveis de ferramentas digitais e fáceis
de usar. E não é apenas a Geração Y — que constitui o maior segmento da força de trabalho — que está
buscando ferramentas e orientações.

Entre os trabalhadores com menos de 35 anos de idade, 93% estão interessados em ferramentas financeiras
on-line seguras e fáceis de usar para ajudá-los a gerenciar suas finanças, e o mesmo ocorre com 85% do total
de pessoas pesquisadas. Além disso, considerando-se todas as faixas etárias, dois terços dos pesquisados
sentem-se confortáveis ao gerenciar suas economias usando aplicativos de bancos, ferramentas on-line ou
aplicativos inteligentes. No Brasil, por exemplo, o apetite por investir está aumentando, e muitas empresas
fintech estão aproveitando essa oportunidade para incentivar as pessoas a aprenderem mais.

O estudo concluiu também que os empregadores são considerados uma fonte confiável de aconselhamento
e de acesso a benefícios aprimorados. Ajudar as pessoas a gerenciar com mais eficiência sua saúde,
prosperidade e carreiras aumenta a proposta de valor de uma organização e sua capacidade de atrair os
melhores talentos e, ao mesmo tempo, gera maior satisfação e empenho no trabalho, com menos tempo
perdido devido ao estresse decorrente de questões financeiras.

Famílias menores são um sinal de mudanças nas normas culturais

Assim como ocorre em várias partes do mundo, as taxas de fertilidade são baixas entre os países da América
Latina. Isso afeta diversas áreas da vida, particularmente no que diz respeito ao estilo de vida dos idosos.

Domicílios que abrigam várias gerações costumavam ser uma norma cultural na região, com os idosos
morando com seus filhos ou sendo cuidados por eles. Mas se a família é menor, não há tantas opções
disponíveis. Isso significa que as pessoas precisam pensar no estilo de vida que pretendem levar quando
estiverem aposentadas, e nas providências que precisam tomar para chegar lá.

O foco no Chile

O Chile é uma das estrelas em ascensão na América Latina, devido a um consumo pessoal consciente e à
afluência de investimentos. Como um dos países pesquisados no estudo “Saudável, Próspero e Produtivo”,
seus resultados distintos diferenciam o país de vários outros ao redor do mundo. Os chilenos esperam ser
capazes de se dar ao luxo de “viver enquanto estiverem vivos”, mas estão menos confiantes — as mulheres
em especial — em poder manter a qualidade de vida desejada após a aposentadoria. De modo geral, têm uma
probabilidade maior que a dos habitantes de outros países de se sentirem inseguros financeiramente e são
menos confiantes em sua capacidade de cobrir despesas inesperadas.

O estresse em torno da aposentadoria está vinculado às condições econômicas do Chile e aos tipos de fundos
de pensão nos quais os chilenos investem atualmente — o que não surpreende, já que a legitimidade do
sistema previdenciário de contribuições definidas do Chile está sendo questionada e o país tem enfrentado
protestos devido ao fato de vários programas estarem pagando menos do que o previsto.

Os chilenos são otimistas em outras áreas, com dois terços dos pesquisados esperando viver mais de 80 anos
e pretendendo se aposentar antes de chegar aos 70. As expectativas de renda depois de se aposentar são

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relativamente altas, com a maioria dos chilenos esperando viver com 60% ou mais de sua renda anterior à
aposentadoria. Essas altas expectativas podem ser decorrentes do fato de que oito entre dez chilenos esperam
continuar trabalhando após a aposentadoria e contam com essa receita como uma necessária fonte de renda.
Os chilenos são mais dispostos que os habitantes de outras nações a poupar uma parcela maior de sua renda
disponível no presente para tornar o estilo de vida que desejam uma realidade no futuro.

Além disso, os chilenos são mais propensos a considerar sua saúde em geral, quando se trata de sua
capacidade de trabalho e de auferir renda atualmente, como excelente ou muito boa. Essa “boa saúde” é
atribuída à manutenção do equilíbrio entre o trabalho e o lazer e à confiança em sua “boa herança genética”.
Sua definição de um bom estilo de vida na aposentadoria é passar temporadas com seus entes queridos, estar
livre de dívidas e poder pagar por algo além de suas necessidades básicas.

Como seria de se esperar, devido ao sistema previdenciário privado do Chile, as pessoas se julgam as principais
responsáveis por sua renda na aposentadoria (70%), mas também contam com os fundos de pensão e com o
governo. As pessoas no Chile são mais dispostas do que em outros países da América Latina a investir em um
plano de contribuições definidas compatível do empregador. Como resultado, quaisquer melhorias no acesso
ou nos benefícios em geral do plano de previdência disponibilizado pelo empregador exerceria um impacto
positivo sobre os trabalhadores chilenos, com especial destaque para a satisfação no trabalho, uma sensação
de que o empregador é mais atencioso e menos estresse financeiro.

Os chilenos têm também uma maior probabilidade que a dos moradores de outros países de usar um consultor
financeiro ou uma ferramenta/calculadora on-line de poupança para a aposentadoria, que os ajude a calcular
o montante necessário. Estão interessados em ferramentas financeiras on-line e sentem-se confortáveis com
o armazenamento seguro de seus dados pessoais. Os chilenos têm também uma maior probabilidade de
confiar em seu empregador atual (83%), em ferramentas financeiras on-line, sites e aplicativos (74%) ou em
consultores financeiros pessoais (61%), mas não no governo (37%), quando se trata de obter bons conselhos
sobre planejamento financeiro.

Uma das conclusões mais surpreendentes da pesquisa foi o tamanho da lacuna existente entre as expectativas
dos indivíduos sobre sua aposentadoria e poupança de longo prazo e a de seus empregadores ou dos governos
de seus países. As oportunidades para se garantir uma preparação financeira em uma região vasta como a
América Latina são significativas. A região já experimentou um crescimento substancial, e a expectativa é de
que continue a crescer. Garantir a segurança financeira requer colaboração e comunicação entre empregador
e empregado, entre as empresas e o governo e entre o governo e a população.

INSS é principal fonte de renda para 76% na fase de aposentadoria


(Estado de Minas – 13/06/18)

A pesquisa feita pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) em parceria com o Instituto
Ipsos revelou que para 76% dos brasileiros o INSS é a principal fonte de renda na fase de aposentadoria e que
43% dos entrevistados pretendem continuar trabalhando depois e aposentados para garantir o sustento.
Gastos com remédios e plano de saúde são as principais preocupações para o futuro.

Dentre os entrevistados, 48% disseram que serão totalmente dependentes da aposentadoria oficial e 28%
informaram que serão muito dependentes do sistema público.

Apenas 18% dos ouvidos consideram que dependeriam pouco do INSS e somente 3% informaram que não
dependeriam da aposentadoria do governo.

Outros 3% não responderam ou não souberam informar.

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76% dependerão da previdência social para sobreviver


(DCI – 13/06/18)

Três a cada quatro brasileiros (ou 76% da população) admitem que dependerão principalmente ou totalmente
da aposentadoria pública do INSS para sobreviver.

É o que revela a pesquisa Fenaprevi-Ipsos divulgada ontem, cujo levantamento alcançou 1,2 mil consultados
em 72 municípios espalhados em todas as regiões do País. Segundo os dados, 48% responderam que se o dia
da aposentadoria fosse hoje, dependeriam totalmente da aposentadoria pública para se sustentar; e 28%
disseram que dependeriam muito.

Em menor escala, 18% responderam que dependeriam pouco; 3% que não dependeriam em nada do INSS, e
3% não souberam responder.

“O levantamento mostrou que mesmo com intenso debate sobre o tema da reforma da previdência nos
últimos dois anos, nós – como sociedade – falhamos em passar a mensagem adequada para a população”,
afirmou o presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Edson Franco.

O executivo lembrou projeções já divulgadas pelo governo, que sem a aprovação de uma reforma da
previdência social, em menos de 10 anos, 60% dos recursos do orçamento serão consumidos no pagamento
de aposentadorias e pensões. Atualmente, esse percentual está em torno de 45%.

“O envelhecimento da população é uma questão demográfica. Sem a reforma, o déficit do INSS vai crescer de
forma exponencial nos próximos anos”, avisou Franco. Ele contextualizou que, no ano passado, o déficit do
INSS atingiu R$ 180 bilhões e atendeu 27 milhões de pessoas; e que o déficit das aposentadorias e pensões
dos servidores públicos foi equivalente para atender 3 milhões de pessoas.

“Isso é justo? Não. Nós da Fenaprevi defendemos um sistema de igualdade, que não haja privilégios e seja
igual para todos, sem concentração de renda. A somatória dos dois déficits anuais é o grande problema das
próximas décadas”, alerta o presidente. A expectativa é de um déficit no INSS de R$ 200 bilhões neste ano.

Mesmo com números tão ruins, a pesquisa, detalhada ontem, mostrou uma realidade de desinformação e de
distorção na percepção da população. Pelos dados, 51% dos entrevistados consideram que o modelo da
previdência social é sustentável, ou seja, que pode continuar assim, e 53% afirmam que o INSS deve se manter
com o montante arrecado para previdência. “O déficit existe e aumenta ano a ano”, ressalta o presidente.

Outra incoerência apontada nas respostas, é que outros 31% dizem que o INSS deve se manter com o
montante reservado e também com recursos de outras áreas do governo. “É tirar dinheiro da saúde e da
educação para pagar aposentadorias e pensões”, diz.

Para 75% dos consultados, o principal problema da falta de recursos para previdência social é a corrupção, e
apenas 15% dos respondentes atribuem ao modelo vigente e ao envelhecimento da população, e 10% não
souberam responder essa questão. “A corrupção é um problema, sim. Mas não é a causa do déficit”, disse.

Franco contou ainda que a medida que aumenta a escolaridade dos entrevistados, cresce a resistência ao
tema da reforma da previdência. Entre os que possuem nível superior, 40% dizem que a reforma não é
necessária, ao passo, que entre em não tem instrução, apenas 25% são contra.

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Entre os que tem ensino superior, 25% querem se aposentar antes dos 60 anos; 32% aos 60 anos; e 3% querem
se aposentar entre 61 e 64 anos. Ou seja, 60% das pessoas com ensino superior pretendem se aposentar antes
dos 65 anos, a idade recomendada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
o grupo dos países considerados desenvolvidos.

Já no grupo de entrevistados com o ensino fundamental I, apenas 44% buscam se aposentar antes dos 65
anos. Isso se explica porque nesse grupo, a maior parte das aposentadorias já é por idade, e não por tempo
de contribuição.

Entre as preocupações do futuro, 32% estão apreensivos com os gastos com remédios; 28% com plano de
saúde; 15% com segurança; 12% com a educação dos filhos e 11% com a moradia e o aluguel.

Plano privado

Diante da realidade dos números, Edson Franco lembrou que a previdência complementar (privada e aberta)
só alcança 6,5% da população brasileira. “Temos um potencial enorme de crescimento”, destacou. A pesquisa
mostrou que 60% dos entrevistados acham necessário ter um plano complementar de previdência, e 20%
estariam dispostos a poupar até 10% do seu salário para a fase de aposentadoria, e 11% estariam dispostos a
poupar entre 11% a 20% do salário mensal. Entre as maneiras que pretendem garantir o sustento na
aposentadoria, 43% admitem que vão continuar trabalhando.

51% dos brasileiros pretendem se aposentar antes dos 65 anos


(Correio Web – 13/06/18)

O levantamento mostrou ainda que 51% das pessoas consideram que o sistema previdenciário é sustentável
e 28% acreditam que haverá problemas no futuro

Uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos em parceria com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida
(FenaPrevi) revela que 51% dos brasileiros pretendem se aposentar antes dos 65 anos e apenas 20% planejam
parar de trabalhar após esta idade.

O levantamento mostrou ainda que 51% das pessoas consideram que o sistema previdenciário é sustentável
e 28% acreditam que haverá problemas no futuro. Os dados foram apresentados na manhã desta terça-feira
(12/6) pelo presidente da FenaPrevi e CEO da Zurich no Brasil, Edson Franco, durante o IX Fórum Nacional de
Seguros de Vida e Previdência Privada, que ocorreu no WTC Events Center, em São Paulo.

“Isso mostra que os brasileiros ainda não compreenderam que a Previdência está em desequilíbrio e marcha
para o colapso”, disse Franco. Ele defendeu que há um deficit crônico e crescente nas contas públicas,
resultado da expansão dos com os benefícios previdenciários. Segundo ele, o estudo mostra que há grande
desinformação das pessoas sobre um tema e respostas contraditórias para a pesquisa.

Mesmo com o entendimento dos entrevistados de que o sistema previdenciário é sustentável, 49% das
pessoas que responderam a pesquisa acreditam que a reforma da Previdência Social deve ser tratada pelo
próximo presidente, enquanto 33% avaliam que não.

A grande maioria das pessoas (75%) acreditam que o principal problema do Instituto Nacional de Seguro Social
(INSS) é a corrupção, enquanto 15% culpam a forma como ele foi pensado e o envelhecimento da população.
O presidente da FenaPrevi destacou a pesquisa mostrou uma mudança de percepção da população, porque
antes a sociedade não tinha conhecimento da reforma da Previdência. “Hoje, quase todo mundo tem uma

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opinião sobre a reforma”, disse. “43% já entendem e acreditam que fazer uma reforma é importante, o que é
a maior parte, já que 38% discordam. Mas há uma diferença muito pequena, o que retrata que os brasileiros
estão divididos sobre o tema”, completou.

De acordo com ele, há um alto nível de desinformação, porque 51% das pessoas acreditam na sustentabilidade
do sistema previdenciário. “Esse é um índice alto demais para o tamanho do problema que nós temos”, disse.
“Há uma projeção de um deficit de R$ 200 bilhões (na Previdência). Hoje, a seguridade social consome 45%
dos gastos públicos e, em menos de uma década, vai chegar a 60%”, completou Franco.

O presidente da FenaPrevi comparou aos gastos destinados à saúde e educação, que são menores que 15%
do total do orçamento público federa. “Se (as despesas com Previdência) continuar crescente, dado as
condições demográficas de envelhecimento da população, esse gasto vai tirar dinheiro de saúde, educação e
infraestrutura e de tudo aquilo que o Brasil tanto precisa para continuar a crescer”, explicou.

Aposentadoria

Mesmo com a opinião majoritária de que as pessoas querem se aposentar antes dos 65 anos, 43% das pessoas
afirmaram que vão continuar trabalhando por conta da dependência dos recursos. O levantamento mostra
que 76% dos brasileiros vão precisar “totalmente” ou “muito” dos recursos, enquanto 18% dependeria
“pouco” e 3% não precisa do montante.

Por isso, 60% dos entrevistados acreditam que os planos complementares de previdência são necessários.
Segundo eles, os remédios (57%), plano de saúde (48%) e segurança (36%) são os gastos que mais preocupam.
Mesmo assim, Franco mostrou que há uma diferença entre o que é defendido e os comportamentos. A
pesquisa revela que 43% das pessoas pretendem garantir o próprio sustento trabalhando na sua fase de
aposentadoria. Na contramão, 18% espera usar recursos da poupança, previdência privada ou outros. Outros
5% afirmaram que terão suporte de famílias e 4% usarão investimentos em imóveis.

Além disso, a maioria dos entrevistados não sabe ou não respondeu qual será o valor a receber de
aposentadoria (48%). Outros 22% responderam que terão entre 100% e 80% da renda atual. O estudo ouviu
1,2 mil pessoas em 72 municípios no mês de abril, com idades entre 16 anos e 60 anos ou mais.

Preparação para o futuro

Franco destacou que o Estado não terá capacidade de suprir o bem-estar social da população, que está
envelhecendo. Por isso, é necessário que as pessoas se preparem e se conscientize para a criação de uma
poupança de longo prazo.

Mesmo assim, um estudo da Zurich em parceria com a Universidade de Oxford revelou que 75% dos
entrevistados consideram dever do Estado o bem-estar social dos indivíduos. O presidente da FenaPrevi
destacou que os dados são semelhantes com os 83% que declararam não ter condições de sobreviver
financeiramente pelos próximos seis meses.

“A maioria das pessoas desconhece outras formas de proteção social e não supõe que haja alternativas a
proteção que espera receber do Estado”, disse. “O Brasil é um país com uma cultura de poupança de longo
prazo ainda em formação”, completou.

De acordo com o presidente da FenaPrevi, os próximos meses serão fundamentais para uma reflexão de temas
que afligem a nação, dada a proximidade das eleições deste ano. Segundo ele, é preciso “buscar caminhos e
saídas de obstáculos que obstruem o crescimento do país”. “A economia brasileira se recupera lentamente da

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mais grave crise econômica de sua história. O país tem pela frente dificuldades que, para serem superadas,
exigem um envolvimento de todos os agentes econômicos e políticos”, ressaltou.

Maioria vê Previdência no Brasil como sustentável


(Folhapress – 13/06/18)

Mais de 70% dos brasileiros declaram que origem do déficit da Previdência está na corrupção

A maioria dos brasileiros avalia que o sistema previdenciário do país poderia perdurar da mesma forma por
muitos anos, mas quase metade aceita que a reforma da Previdência seja abordada pelo futuro presidente.

O modelo foi considerado sustentável por 51% dos entrevistados em pesquisa encomendada pela FenaPrevi
(Federação Nacional de Previdência Privada) ao Instituto Ipsos. Foram ouvidas 1.200 pessoas, com idades
entre 16 e 60 anos, de 72 municípios durante o mês de abril. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Apenas 28% afirmaram que o sistema previdenciário vigente não se sustentaria ao longo do tempo, enquanto
21% não têm opinião formada sobre o assunto.

Por outro lado, 43% dos entrevistados disseram que uma reforma da Previdência será necessária no futuro e
49% acham que o assunto deve ser tratado pelo futuro presidente.

Para Edson Franco, presidente da FenaPrevi, os dados mostram que há contradições na sociedade a respeito
do assunto.

"Parece haver um problema de comunicação. O que as pessoas entendem por sustentabilidade? Ao mesmo
tempo, falou-se tanto no tema que uma parcela se convenceu de que é preciso fazer algo", afirma.

Franco ressalta, no entanto, que os brasileiros continuam divididos sobre mudanças na Previdência. "Temos a
maior parte das pessoas [43%] acreditando que a reforma é necessária, mas não é uma diferença esmagadora
para os 38% que consideram que ela não é", diz.

A maioria das pessoas que entendem que há equilíbrio no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem
ensino fundamental I ou ensino médio --53% dos entrevistados em cada segmento. Mas a percepção é quase
a mesma entre os mais escolarizados: 52% das pessoas com ensino superior compartilharam dessa opinião.
Entre aqueles sem nenhum grau de instrução, a porcentagem cai para 30%.

Entrevistados com ensino fundamental I e ensino superior são também os mais resistentes a mudanças na
aposentadoria: em cada grau de instrução, 40% acham que uma reforma da Previdência futura não será
necessária.

"Há um alto nível de desinformação na sociedade. Falhamos em passar a mensagem adequada ao público.
Para 53%, o sistema de previdência pública deve se manter com os próprios recursos. Isso demonstra que as
pessoas não entendem o tamanho e a importância do déficit que existe hoje na Previdência", afirma Franco.
A Previdência Social registrou um déficit recorde de R$ 268,8 bilhões em 2017 —considerando o INSS e o
regime dos servidores públicos da União —, alta de 18,5% ante o ano anterior.

Só no INSS o déficit foi de R$ 182,5 bilhões —o maior rombo da série histórica, que começa em 1995.

Quase um terço dos entrevistados acha que o INSS deve ser mantido com verbas reservadas para outras áreas
do Orçamento. "Dadas as questões demográficas de envelhecimento da população e projeções atuariais
futuras, esse gasto da Previdência vai tirar dinheiro da saúde, educação, infraestrutura", diz Franco.

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Segundo Jessica Mosher, analista de políticas na Unidade de Previdência Privada da OCDE (Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o principal desafio para sistemas previdenciários em
emergentes como o Brasil é o trabalho informal.

"A força de trabalho informal nesses países é muito grande e fica muito difícil que esses trabalhadores sejam
cobertos pelos sistemas de Previdência. No Chile e no Peru, tentaram incluir os informais no modelo, mas não
tiveram sucesso até o momento", diz Mosher.

Ela observa que o Brasil é um país generoso em sua taxa de reposição de pensões, em 70%. "O melhor caminho
é construir uma complementaridade dos sistemas públicos e privados", afirma.

ORIGEM DO ROMBO

Apenas 15% dos entrevistados pela Ipsos apontaram que a origem do rombo na Previdência está no modelo
atual das aposentadorias e no envelhecimento da população. Para 75%, o maior problema do INSS é a
corrupção e o desvio de verbas. "Acabar com a corrupção vai resolver muitos problemas do país, mas não
necessariamente este da Previdência, porque a questão é sobre equilíbrio estrutural", afirma Franco.

Mais da metade das pessoas (51%) afirmaram que querem se aposentar até 64 anos. A proposta do governo
para a reforma, no entanto, elevava a idade mínima para 65 anos (homens) e 62 (mulheres). Só dois em cada
dez aceitam se aposentar com mais de 65 anos.

E quanto maior o grau de instrução dos entrevistados, maior a resistência: 19% dos indivíduos com ensino
fundamental I aceitariam se aposentar aos 65 anos, enquanto esse valor cai para 9% entre pessoas com ensino
superior.

"A reforma é em favor da população, mas é impopular, porque efetivamente mexe nos direitos das pessoas"
diz Franco.

Apesar de quererem se apontar mais cedo, 43% dos entrevistados disseram que planejam seguir trabalhando
após a aposentadoria para garantir o sustento. "As pessoas querem se aposentar cedo, talvez para receber o
benefício o quanto antes, mesmo sabendo que terão que continuar trabalhando", avalia Franco.

O INSS foi apontado como principal fonte de renda na fase de aposentadoria por 76% dos brasileiros --80%
das pessoas da classe C (renda média familiar de R$ 2.268,46) declararam que dependem muito ou totalmente
da aposentadoria pública.

A pesquisa mostrou ainda que seis em cada dez entrevistados acham necessário ter um plano de previdência
complementar, e essa preocupação é maior entre os jovens adultos --63% das pessoas com 25 a 34 anos
declararam que esse tipo ser totalmente necessário ou necessário.

"Isso é um sinal positivo, porque quanto antes se começa uma poupança previdenciária, menor será o esforço
mensal para formar um fundo suficiente para complementar a renda de aposentadoria futura", diz Franco.

Para 43% dos brasileiros, reforma da Previdência é necessária, mostra pesquisa


(Valor – 13/06/18)

A reforma da Previdência é considerada necessária para 43% dos brasileiros, segundo pesquisa Fenaprevi-
Ipsos, divulgada ontem em São Paulo. Para 38% dos entrevistados, o sistema não precisa ser reformulado, e

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19% não têm opinião formada. A pesquisa também mostra que 49% acham que o tema deve ser tratado pelo
novo governo federal. Já 33% das pessoas ouvidas tratam da reforma como algo que deve ficar fora da agenda.
"Queremos entender como a sociedade está vendo esse problema após mais de um ano de debates intensos.
Fica evidente, pelos números, que agora os brasileiros estão divididos sobre o tema. Há 18 meses, pouca gente
tinha ouvido falar desse assunto", afirma Edson Franco, presidente da Fenaprevi, que reúne 67 seguradoras e
entidades abertas de previdência privada. O Sul é a região com maior percentual de pessoas que veem
necessidade de haver reforma (58%), seguido do Sudeste (46%), Nordeste (36%), Centro-Oeste (35%) e Norte
(31%).

A aferição aponta que 75% atribuem o déficit da Previdência à corrupção no país, o que, segundo Franco,
demonstra ainda alto grau de desinformação sobre o tema. "O desequilíbrio nas contas da Previdência é
estrutural. Talvez aqui, a questão de corrupção esteja misturada com ideia de cobrar a conta dos maiores
devedores. Mas grande parte desses devedores é de empresas de massa falida. Não tem como cobrar",
ressalta.

Ele acrescenta que o problema da Previdência também não é o déficit de um ano, mas o somatório dos déficits
futuros, uma projeção que está crescendo porque a população está envelhecendo. Apesar de quase metade
dos pesquisados considerar que a reestruturação do sistema público deve ser feita, 51% acham o sistema atual
sustentável e 28%, insustentável.

"Tudo isso ilustra o desafio de comunicação que existe. Erramos em algum ponto em comunicar, porque,
dadas a questões demográficas da população, de envelhecimento e todas as projeções, muitos não
entenderam as dificuldades do sistema. O gasto com previdência vai tirar recursos de áreas como saúde e
outros setores estratégicos para crescimento", diz Franco.

Outro dado é que 51% dos brasileiros esperam se aposentar antes dos 65 anos de idade, dos quais 9%, com
50 anos ou menos; 11%, entre os 51 e 59 anos, e 28%, aos 60 anos de idade. Quanto maior o grau de instrução,
maior a resistência em se aposentar aos 65. De acordo com a pesquisa, 19% dos indivíduos com ensino
fundamental pretendem se aposentar nessa faixa de idade. O índice cai para 15% entre pessoas com
fundamental 2, para 13%, para quem tem ensino médio completo e 9%, entre pessoas com nível superior.

Para 31%, a idade ideal para mulheres se aposentarem é 60 anos - 29% indicam 55 anos e 21% optam pelos
50 anos. Já os homens deveriam se aposentar aos 60 anos, para 47% dos entrevistados. Para 24%, a
aposentadoria deveria ocorrer aos 65 anos, 10% apontaram 55 anos; 7%, 50 anos, e 5% não souberam
responder.

Segundo a pesquisa, apenas 18% declaram ter alguma reserva. De acordo com a amostra, 20% pretendem
guardar até 10% dos rendimentos; 11% estão dispostos a reservar entre 11% e 20%; e 7% guardariam entre
21% e 40% de suas receitas a fim de construir poupança para o futuro. O estudo ouviu 1.200 pessoas entre 16
e 60 anos ou mais, em 72 municípios em abril.

Em país que valoriza a velhice, idosos vivem com mais saúde


(Folhapress – 13/06/18)

Pesquisas apontam menor depressão e risco de demência, além de recuperação física mais rápida

Aos 85 anos, Claude Copin, uma soldadora francesa aposentada, parece ter descoberto o segredo para viver
uma vida longa e saudável. Ela se mantém ativa jogando petanca com amigos em Paris.

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E ela os atormenta para apresentá-la a seus filhos, muitos deles adolescentes. Esses adolescentes a levam a
festas e filmes, às vezes esquecendo da idade que ela tem.

“Faço minha vida ser bonita. Ainda sou saudável porque tenho minhas atividades e conheço gente”, diz
Claude.

Ela está certa. Um número crescente de pesquisas e dados globais coletados e analisados pela Orb Media
mostram forte conexão entre a forma como vemos a velhice e a nossa qualidade de vida.
Pessoas com visões positivas da velhice tendem a viver mais e com melhor saúde mental e física do que
aquelas com visões negativas.

Os mais velhos em países com baixos níveis de respeito pelos idosos também tendem a apresentar níveis mais
altos de pobreza.

Como a taxa de envelhecimento da população está subindo rapidamente em muitos países, uma mudança de
atitude poderia trazer benefícios.

Se as tendências populacionais continuarem, em 2050 uma em cada cinco pessoas no mundo terá mais de 65
anos, e quase meio bilhão terá mais de 80 anos.

Surpreendentemente, em um mundo repleto de pessoas mais velhas, as visões negativas da velhice são
comuns.

Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde descobriu que 60% das pessoas em 57 países tinham opiniões
negativas sobre a velhice.

As pessoas mais velhas são frequentemente vistas como menos competentes e menos capazes do que as mais
jovens e consideradas um fardo para a sociedade e as famílias, em vez de valorizadas por sua sabedoria e
experiência.

A Orb Media compilou dados de 150 mil pessoas em 101 países para aprender sobre seus níveis de respeito
pelos idosos. O Paquistão ficou entre os países que obtiveram as maiores pontuações.

O respeito pelos idosos é uma tradição de longa data no Paquistão, diz Faiza Mushtaq, professora de sociologia
no Instituto de Administração de Empresas em Karachi.

Mas, à medida que mais gente se muda para as cidades, estruturas familiares tradicionais tem se rompido.
Sem uma rede de apoio do governo, muitos caem na pobreza extrema, diz a professora.

No entanto, ela afirma que há benefícios tangíveis para o respeito à velhice. “É uma maneira muito mais
saudável de assumir o processo de envelhecimento, em vez de ter todas as suas noções de bem-estar, beleza
e valor próprio ligados à juventude”, diz Faiza.

Com a expectativa de vida mais longa do mundo e baixas taxas de natalidade, o Japão está à frente dessa
mudança demográfica global.

A Orb encontrou baixos níveis de respeito pelos idosos no país. Kozo Ishitobi, um médico de 82 anos que
trabalha em um lar de idosos, diz que os idosos eram tradicionalmente vistos como um fardo.

“Os japoneses estão começando a perceber que idosos precisam de apoio. Todos nós passamos por isso, então
devemos apoiar uns aos outros.”

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A atitude de uma pessoa em relação ao envelhecimento tem implicações amplas. Becca Levy, professora de
epidemiologia na Faculdade de Saúde Pública da Universidade Yale (EUA), é fascinada pelo poder dos
estereótipos sobre idade há décadas.

Ela começou seu trabalho nos anos 90 com um palpite: se os idosos são respeitados na sociedade, talvez isso
melhore sua autoimagem. “Isso pode, por sua vez, influenciar sua fisiologia e influenciar sua saúde”, diz Becca.
Nas últimas duas décadas e meia, a professora e pesquisadores que estudaram o assunto descobriram
exatamente isso: pessoas com visões positivas sobre a velhice vivem mais e envelhecem melhor.

São menos propensas a ficar deprimidas ou ansiosas; demonstram maior bem-estar e se recuperam mais
rapidamente de doenças. São menos propensas a desenvolver demência e características da doença de
Alzheimer.

Em um estudo, Becca descobriu que americanos com visões mais positivas sobre o envelhecimento, que foram
acompanhados ao longo de décadas, viveram 7,5 anos a mais do que os com visões negativas.

Estudos na Alemanha e na Austrália encontraram resultados semelhantes.

A pesquisa e análise da Orb revelaram que esses efeitos também podem ser vistos entre culturas diferentes.
As pessoas mais velhas em países com altos níveis de respeito aos idosos relatam melhor bem-estar mental e
físico, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, das Nações
Unidas e outros.

Esses países também possuem menores taxas de pobreza entre a população com mais de 50 anos em
comparação com jovens do mesmo país.

Parece simples demais: como uma atitude melhor em relação à velhice ajuda alguém a viver mais? Becca
descobriu que pessoas com estereótipos negativos sobre idade têm níveis mais altos de estresse, que
prejudica a saúde. Aqueles que esperam uma vida melhor na velhice também são mais propensos a se
exercitar, comer bem e ir ao médico, diz Becca.

Esse é o caso de Marta Nazaré Balbine Prates, de 57 anos, cuja família se mudou para a casa dos avós em São
Paulo, no Brasil, há uma década.

Ela deixou seu trabalho como nutricionista em um hospital para cuidar dos pais (seu pai morreu no início do
ano). Foi difícil financeiramente e emocionalmente, mas ela diz que a experiência a fez pensar sobre o tipo de
vida que quer para sua velhice. “Procuro cuidar da alimentação, faço atividade física na medida do possível.
Quero chegar à velhice em boa condição física.”

Deveríamos estar gratos por nos preocuparmos em envelhecer, diz Marília Viana Berzins. Ela trabalha com
idosos no Brasil há 20 anos e fundou a organização não governamental Observatório da Longevidade e
Envelhecimento Humano. “A velhice é a maior conquista da humanidade no século passado”, diz ela.

Segundo Marília, “quando a velhice for vista apenas como uma fase da vida, vamos melhorar, e os idosos serão
tratados com mais respeito”.

Mudar os estereótipos não é simples. As pessoas criam suas concepções sobre o envelhecimento quando são
crianças, diz Corinna Loeckenhoff, professora de gerontologia da Faculdade de Medicina Weill Cornell (EUA),
que estuda estereótipos entre culturas.

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Infelizmente, as crenças negativas são frequentemente construídas a partir de impressões inexatas.

À medida que as pessoas envelhecem, sua saúde geralmente permanece estável até cerca de cinco anos antes
de morrerem, diz Corinna. Só então a maioria das pessoas sofrerá o declínio mental e físico mais associado à
velhice.

“As pessoas continuam confundindo envelhecimento com morte”, diz Corinna.

Alguns pesquisadores dizem que o aumento do contato significativo entre jovens e idosos pode derrubar
estereótipos negativos.

Nos últimos cinco anos, a Résidence des Orchidées, uma casa de repouso na França, vem tentando fazer isso.
Toda semana crianças de uma creche vizinha visitam os moradores. Pierre Vieren, um empresário aposentado
de 92 anos, adora ver as crianças.

“Todos acenam para mim para dizer oi. Isso é meu raio de sol pela manhã.”

A diretora da casa de repouso, Dorothee Poignant, diz que a experiência normaliza a velhice para as crianças.
“Recria um espírito de família com alegria, crianças rindo, mais velhos rindo”, diz ela. “Não temos apenas
idosos: temos crianças, idosos, deficientes. É inclusivo.”

Todo mundo pode sair ganhando com ideias mais positivas sobre a velhice, afirma Corinna. “Você será a vítima
ou beneficiário do seu próprio estereótipo à medida que envelhece.”

A Orb Media é uma organização jornalística sem fins lucrativos sediada em Washington, nos EUA. A
reportagem original completa pode ser lida no site da organização.

MAIS VELHOS SÃO OS MAIS PREPARADOS, DIZEM BRASILEIROS

Em comparação com os mais novos, são os mais velhos os mais responsáveis, honestos, éticos e dedicados,
mostra pesquisa Datafolha que detalhou valores e comportamentos de diferentes faixas etárias.

A cada 4 pessoas, 3 consideram que são os mais velhos que possuem mais essas qualidades. Para 56% dos
brasileiros, os mais velhos são também os mais preparados para o trabalho.

Apesar da visão positiva, 90% disseram acreditar que há preconceito contra os idosos no país.

A pesquisa mostrou ainda que 56% dos com 60 anos ou mais estão satisfeitos com seu estado de saúde.

Quatro em cada dez vão trabalhar após a aposentadoria


(O Tempo – 13/06/18)

Renda extra. Maria José Araújo aposentou-se aos 60; mas hoje, aos 67, nunca parou de trabalhar Veja Também
Expectativa para aposentadoria Mais Queila Ariadne

A supervisora de vendas Poliane Francisca da Silva tem 31 anos e sonha em se aposentar antes dos 65. A dona
de casa Maria José Araújo, 67, já realizou esse sonho, mas, para pagar as contas, ainda trabalha. “Eu me
aposentei aos 60, por tempo de contribuição, mas continuo trabalhando como manicure, passo roupa e faço
qualquer coisa honesta. Se não fosse assim, não conseguiria pagar meu plano de saúde”, conta Maria José. As
duas fazem parte das estatísticas de uma pesquisa feita pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida

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(FenaPrevi). O estudo mostra que 51% dos brasileiros pretende se aposentar antes dos 65 anos, mas 43%
ainda terá que continuar trabalhando para manter o sustento, realidade de quatro a cada dez aposentados.

De acordo com o estudo, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é a principal fonte de renda para a
aposentadoria de 76% da população, sendo que 48% dos entrevistados revelaram total dependência em
relação a esses recursos. Apenas 18% disseram que contarão com outra fonte complementar para essa fase
da vida, o que inclui poupança e previdência privada.

Para Poliane, o ideal seria ter um plano de previdência complementar, mas, segundo ela, nem todo mundo
tem condições de pagar por essa alternativa. “Meu plano é montar um negócio próprio para trabalhar depois
que eu me aposentar. Além de não ficar parada, vou ter uma outra fonte de renda”, afirma a supervisora de
vendas. Mas ela tem medo de não conseguir se aposentar antes dos 65 anos por causa das incertezas. “A
gente não sabe o que virá com a reforma (da Previdência)”, afirma.

Na avaliação dela, se o governo federal gastasse os recursos públicos com mais eficiência, não haveria motivos
para se preocupar com o futuro. “O Brasil está a ponto de explodir. O governo precisa mudar a forma de
trabalhar”, afirma.

Do outro lado dessa estatística, 51% dos brasileiros entrevistados acreditam que o sistema previdenciário
público é sustentável e 43% defendem a necessidade de uma reforma. “O índice demonstra que os indivíduos
não compreenderam que o sistema já gasta mais do que arrecada e que está em desequilíbrio”, avalia o
presidente da FenaPrevi, Edson Franco.

Durante o IX Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada, realizado nesta terça-feira (12) em São
Paulo, Franco anunciou que a FenaPrevi pretende apresentar a todos os candidatos à Presidência uma
proposta de previdência pública e universal para os novos entrantes. Segundo ele, quem ainda não está no
mercado de trabalho terá mais facilidade de aceitar a reforma.

38% dos brasileiros estão dispostos a poupar para o futuro


(Agência Estado – 13/06/18)

A pesquisa FenaPrevi ouviu 1.200 pessoas e destes 60% apontaram os planos de previdência privada como
necessário ou muito necessário para manter os rendimentos

Pesquisa feita pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) e Instituto Ipsos mostra que
38% dos brasileiros estão dispostos a poupar para o futuro ou têm recursos para fazer uma reserva para
complementar os rendimentos na aposentadoria.

A pesquisa ouviu 1.200 pessoas em abril e destes 60% apontaram os planos de previdência privada como
necessário ou muito necessário para manter os rendimentos. Outros 7% disseram que não dispõem de
recursos para guardar e 55% não souberam responder.

O estudo mostrou também que 20% dos entrevistados pretendem guardar até 10% dos rendimentos, 11%
declararam estar dispostos a guardar entre 11% e 20% dos rendimentos presentes para construir reservas
para a aposentadoria e 7% guardariam entre 21% e 40%.

O grupo de pessoas com idades entre 25 e 34 anos é o mais propenso a fazer reservas. Deste grupo, 46%
estaria disposto a fazer reservas, seguido pelo estrato de 33 a 44 anos (38%) e dos mais maduros, de 45 a 59
anos, com 37%.

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Ainda de acordo com a pesquisa, os homens se mostram mais propensos a fazer reservas que as mulheres.
Cerca de 44% deles declaram que estão dispostos a separar parte dos rendimentos para a aposentadoria
enquanto que entre as mulheres as que estão dispostas a poupar são 31%.

Há que ajustar a Previdência pública


(Raul Velloso - Terra Notícias – 14/06/18)

A atual situação fiscal impede que qualquer meta de resultado primário

Aviso aos candidatos a presidente da República e governadores: de tão complicada, a atual situação fiscal
impede que qualquer meta de resultado primário (excedente de caixa antes de pagar juros) possa ser
viabilizada pela União sem maiores problemas. O mesmo vale para o próprio teto de crescimento dos gastos
totais, que foi fixado como igual à inflação decorrida, mas se torna cada vez mais difícil de ser cumprido. Ou
seja, o castelo de cartas da gestão Meirelles à frente da Fazenda vai se desmoronando aos poucos. O "x" da
questão é o crescimento descontrolado do chamado gasto corrente obrigatório, em que o item Previdência
se destaca. Aqui também Meirelles falhou, porque propôs uma reforma de regras atingindo todas as pessoas
ao mesmo tempo (dos mais pobres aos mais abastados), em vez de atacar primeiramente o problema dos
privilegiados regimes dos servidores públicos, e do jeito certo.

Estados e municípios (EEMM) padecem do mesmo problema da União, seja porque todos vêm sofrendo os
efeitos da pior recessão de nossa história sobre a arrecadação, seja porque a conta da Previdência dos
servidores é difícil de administrar em qualquer lugar. São notórios os casos dos Estados do Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, entre outros em situação pré-falimentar. A diferença está
do lado do financiamento. Aqui, a União leva a vantagem - e vem fazendo isso há tempos - de poder financiar
seus déficits indiretamente por meio de emissão de moeda. Primeiro emite dinheiro, depois enxuga a liquidez
via emissão de títulos, grosso modo, com prazo de um dia, e que pagam a Selic, a menor taxa possível. Dessa
forma, consegue evitar, não se sabe por quanto tempo, que o Tesouro emita títulos de prazo mais longo a
taxas de juros estratosféricas, num quadro de explosão da dívida pública e de eventual retorno da
hiperinflação.

Há muito o que fazer, mas, referindo-me especificamente aos entes estaduais, as tarefas prioritárias seriam:
primeiro, reduzir o peso dos "donos do orçamento" nos respectivos orçamentos; simultaneamente, diminuir
fortemente a insuficiência financeira dos regimes próprios de Previdência, ou equacioná-los atuarialmente.

Deixando o item Previdência de lado, "donos" são os itens que dispõem de receitas garantidas, seja por
porcentuais fixos, em lei, da receita total, ou por negociações anuais progressivamente mais vantajosas de
fatias do Orçamento em cima das demais receitas, pelo maior poder ou prioridade de que dispõem. No
primeiro subgrupo, destacam-se educação e saúde. No segundo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público,
Tribunal de Contas, Defensoria Pública e a crítica área de segurança pública. No final, sobra cada vez menos
para Previdência, investimento em infraestrutura, etc. E como ninguém tem coragem de parar de pagar
aposentados/pensionistas, há uma tendência permanente ao atraso de pagamentos a fornecedores e outros
beneficiários do segmento residual final (investimentos, etc.), além do risco de os dirigentes sofrerem elevadas
punições nos últimos anos de mandato, como se dá com o atual, atingido desproporcionalmente pela pior
recessão de nossa história. (A União por enquanto escapa, porque emite moeda...)

Dada a força política intrínseca dos "donos", a redução de seu quinhão se dará indiretamente, na hora que a
Previdência própria for equacionada. Ali, cada segmento é tratado separadamente, e chamado a arcar com o
ônus das contribuições patronais e dos gastos específicos com aposentados/pensionistas, algo que
praticamente não ocorre hoje. (Na verdade, é o Orçamento residual que, basicamente, banca tudo isso.)

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Não há espaço para detalhar o resto da proposta aqui, mas ela pode ser lida em artigos que venho publicando
em raulvelloso.com.br e inae.org.br. A propósito, levarei o assunto para debate na sessão especial de 23 de
agosto do XXX Fórum Nacional, em que candidatos a postos executivos (ou assessores) serão convidados a
participar (veja detalhes em inae.org.br).

Espanha concorda em elevar aposentadorias em linha com a inflação


(Ruters/Portal Exame – 14/06/18)

A Espanha tem 8,7 milhões de aposentados que reivindicam suas pensões e que pedem uma reforma mais
profunda do sistema do que a aprovada em 2013

O governo espanhol chegou a um acordo preliminar para aumentar as pensões de aposentadoria de acordo
com a inflação, indicando que os novos líderes socialistas podem tomar uma postura menos restritiva em
relação aos gastos públicos depois de anos de austeridade sob seus antecessores.

A comissão multipartidária que controla os gastos sociais havia concordado com o aumento, embora os
detalhes completos ainda teriam de ser decididos, afirmou o Partido Socialista em uma publicação no Twitter
na noite de terça-feira.

“Agora a direita precisa permitir que todas as aposentadorias aumentem com a inflação, e também em
momentos de crise”, dizia a publicação.

Desde 2014, aposentadorias cresceram a 0,25 ao ano, porcentagem abaixo da inflação.

Os preços ao consumidor subiram 2,1 por cento em maio na comparação anual, de acordo com dados do
Instituto Nacional de Estatística na quarta-feira, a maior alta desde abril de 2017.

O conservador Partido Popular (PP), retirado do governo após seis anos no comando em uma moção de
censura, que seguiu uma onda de casos de corrupção envolvendo membros do PP, manteve as rédeas curtas
nos gastos para diminuir um dos maiores déficits públicos da zona do euro.

O fundo de reservas do sistema de bem-estar social foi dizimado por cerca de cinco anos de recessão após o
estouro da bolha imobiliária em 2008, ao mesmo tempo que uma população que envelhece significa que
recursos ainda estão sendo drenados dos cofres públicos mais rapidamente do que podem ser repostos.

A Espanha tem cerca de 8,7 milhões de aposentados que reivindicam suas pensões e uma taxa de nascimentos
decrescente que leva a preocupações com uma potencial bomba-relógio de aposentadorias e pede uma
reforma mais profunda do sistema do que a aprovada em 2013.

A Espanha reduziu seu déficit público para pouco mais de 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano
passado, em linha com as metas da Comissão Europeia. O déficit público do país era de quase 11 por cento
em 2012, antes dos impopulares cortes de gastos e altas de impostos.

Rússia propõe aumentar idade de aposentadoria


(AFP – 14/06/18)

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, propôs aumentar a idade de aposentadoria a 65 anos para os
homens e 63 para as mulheres, pela primeira vez em nove décadas.

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Vestígio da União Soviética, a idade de aposentadoria na Rússia, que desde o início dos anos 1930 é de 55 anos
para as mulheres e 60 para os homens, está entre as menores do mundo.

"Propomos um período de transição relativamente longo, a partir de 2019 propomos aumentos progressivos
para alcançar uma aposentadoria para os homens aos 65 em 2028 e aos 63 para as mulheres em 2034",
afirmou Medvedev. O projeto precisa ser aprovado pelo Parlamento.

"Isto nos permitirá destinar os fundos adicionais para aumentar as pensões acima da inflação", completou.

Com a queda demográfica do país, o atual sistema representa um peso crescente para o orçamento federal.
O presidente Vladimir Putin afirmou repetidas vezes que desejava reformar a Previdência em algum momento.
Uma petição contra estas medidas, criada pelos sindicatos russos no site Change.org, reuniu mais de 180.000
assinaturas antes do anúncio de Medvedev.

STJ: Patrocinador pode estar no polo passivo de ações de revisão de benefício


(Anapar – 15/06/18)

A Segunda Sessão do STJ concluiu nesta quarta-feira (13) o julgamento do Recurso Especial 1370191, que
colocou em votação, com força de efeito repetitivo, a tese a ser definida sobre a possibilidade ou não da
patrocinadora estar no polo passivo de ações de revisão de benefício previdenciário de contrato de
previdência complementar fechada.

Na sessão anterior, a assessoria jurídica da Anapar, aceita como amicus curiae, destacou a impossibilidade da
fixação de uma tese única, principalmente se essa permitisse ao patrocinador uma imunidade ilegal, a qual
inviabilizaria a defesa de vários direitos dos participantes e assistidos pela necessidade de responsabilização
patrimonial do patrocinador.

O julgamento foi concluído com uma modulação da tese, onde expressamente é possível a inclusão do
patrocinador nos casos em que a discussão não seja de questões contratuais de obrigação exclusiva da
entidade, do fundo, a exemplo da concessão ou não de benefício, resgate de reserva de poupança e revisão
de cálculo.

Ficou expressamente destacada a legitimidade do patrocinador quando a discussão envolva descumprimento


contratual por ele cometido ou qualquer tipo de ato ilícito.

A decisão é uma grande vitória à medida em que impede que o patrocinador se esquive de assumir as
responsabilidades por seus atos, o que faria com que ao final a conta do ilícito do patrocinador fosse suportada
pela entidade de previdência complementar fechada e, conduzindo a um déficit, repassado também pelos
participantes e assistidos. O acórdão ainda será publicado.

A reforma da Previdência e o direito adquirido


(Jornal Contábil – 15/06/18)

O medo e a expectativa com a reforma da Previdência podem causar sérios prejuízos a quem está em busca
de uma aposentadoria.

Por mais que a Reforma da Previdência não venha a ser votada no atual Governo, este será, sem sombra de
dúvidas, um assunto que o próximo Presidente terá que enfrentar logo no início de seu mandato.

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Há quem seja contra a mudança nas regras e há quem seja a favor de uma alteração radical para evitar que a
economia brasileira entre em colapso em poucos anos.

Os que são contra defendem que o alegado déficit da Previdência não existe, e que o problema seria de gestão.
Os que são a favor acreditam que a conta não fecha pois o brasileiro se aposenta muito cedo e hoje está
vivendo cada vez mais.

Mas, preocupados com a reforma, muitos trabalhadores têm corrido e agilizado seus pedidos de
aposentadoria com medo de serem prejudicados com uma eventual alteração nas regras.

Esse medo até que se justifica, pois vivemos em um país com bastante insegurança jurídica. Mas a corrida para
garantir o benefício agora, apenas por medo, não apenas é desnecessária, como também pode trazer sérios
prejuízos aos aposentados.

Primeiro porque se hoje a pessoa já possui os requisitos necessários para se aposentar pelas regras atuais,
existe aí o chamado Direito Adquirido, ou seja, a nova legislação, ainda que mais rígida, deverá respeitar
situações nas quais o benefício já poderia ter sido requerido e concedido.

Segundo porque o valor das aposentadorias costuma ser bem maior quando a pessoa espera um pouco mais
para requerer o benefício. Em alguns casos a diferença pode ser gritante.

E como não existe hoje nenhuma certeza sobre a aprovação das novas regras previdenciárias, é recomendável
que a pessoa reflita, analise e aguarde o melhor momento para requerer sua aposentadoria.

Para quem já se aposentou com medo das novas regras e entende que foi prejudicado pela pressa e pelo
medo, existe uma saída: se ainda der tempo, basta não sacar a primeira parcela do benefício e agora fazer um
novo planejamento, aguardando para pedir sua aposentadoria no momento adequado e que lhe for mais
favorável.

O Direito Adquirido é uma garantia constitucional inviolável. Assim, mesmo que amanhã a Reforma seja
aprovada com regras mais rígidas, nenhum trabalhador seria prejudicado se deixasse para requerer seu
benefício quando as novas regras entrarem em vigor.

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