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TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

EXAMES RADIOLÓGICOS

Material didático compilado e adaptado de


outras fontes por PAULO ROBERTO PREVEDELLO
com o objetivo único de orientar o estudo dos
alunos do 3º período na disciplina de
Exames Radiológicos

2018– 1º Semestre
SUMÁRIO
1 HISTÓRIA DA RADIOLOGIA .................................................................................................................................... 3
1.1 WILHELM CONRAD ROENTGEN .......................................................................................................................... 4
1.2 A GRANDE DESCOBERTA .................................................................................................................................... 5
1.3 A REPERCUSSÃO ................................................................................................................................................. 7
1.4 MARIE CURIE E A RADIOLOGIA NA 1ª GUERRA .................................................................................................. 9
1.5 O TUBO DE COLIDGE........................................................................................................................................... 9
1.6 A PRIMEIRA RADIOGRAFIA DO BRASIL ............................................................................................................. 10
1.7 A ABREUGRAFIA ............................................................................................................................................... 12
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO ............................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................... 14

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1 HISTÓRIA DA RADIOLOGIA

Por volta dos anos de 1870 e 1888, vários pesquisadores universitários estudavam os
raios catódicos (nome dado ao aceleramento de elétrons em um tubo de vidro com vácuo em
seu interior). Este tubo era chamado de tubo de Crookes, em homenagem a seu criador: Sir
William Crookes. (BUSHONG, 2012)

William Crookes (1832 – 1919) foi um brilhante


químico britânico, descobridor do elemento químico tálio
(81Tl) em 1861 e autor de várias teorias originais no campo
da físico-química. Fundou em Londres o periódico Chemical
News (Notícias Químicas), do qual foi diretor até 1906. Em
1875 inventa o radiômetro, equipamento para medir a
radioatividade de elementos químicos. Sua maior
contribuição à ciência foi os estudos sobre os raios catódicos
(aceleração de elétrons em um tubo com vácuo). Crookes
mostrou que eles têm a propriedade de excitar a
fluorescência das pedras preciosas e aquecer os metais.
Figura 1: Fotografia de Sir Willian Crookes.
Fonte: https://educacao.uol.com.br/biografias/william-crookes.htm Acesso em: 06 Mar 18

Em 1858 o matemático e físico Julius Plücker descobriu os raios catódicos. Ele


constatou que numa passagem de corrente elétrica num gás rarefeito sai algum tipo de
radiação do eletrodo negativo. Esta radiação se propaga em linha reta e objetos densos
feitos de metal ou vidro produzem sombra com estes raios.
Sir William Crookes também chegou a este resultado e sugeriu que estes raios seriam
íons negativos.

Figura 2 e 3: O tubo de Crookes.


Fonte: http://www.girona.cat/sgdap/cat/CRDI_Cronologies/angles/1870_TV.html Acesso em: 06 Mar 18
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1.1 WILHELM CONRAD ROENTGEN

Wilhelm Conrad Roentgen, filho único de um comerciante têxtil alemão e mãe


holandesa, nasceu em Lennep (hoje chamada Remscheid), na Vestfália, em 27 de março de
1845. Aí ele viveu seus primeiros 3 anos, quando a família então mudou-se para Appeldoom,
Holanda, em 1848. Holandês, foi a primeira língua por ele aprendida, sendo falada sempre
em casa durante toda a sua infância.
Em agosto de 1862, ele separou-se dos pais para
prosseguir seus estudos na escola técnica de Utrecht,
Holanda. Durante este período ele aprenderia, dentre
outras matérias, o inglês, francês, e o alemão, sua
"língua paterna". Roentgen não foi o que se poderia
chamar de aluno exemplar, e na matéria de física chegou
a receber um conceito de "zeer slecht", que significa:
muito ruim.
Aos 17 anos é expulso sem o diploma no penúltimo
ano da escola técnica de Ultrech, por ter assumido a
autoria de uma caricatura de um professor, feita por um
colega, mas assumida para evitar um castigo coletivo.

Figura 4: Fotografia de Wilhelm Conrad Roentgen.


Fonte: https://www.thefamouspeople.com/profiles/wilhelm-rontgen-5206.php Acesso em: 06 Mar 18

Ele então presta concurso vestibular para uma escola politécnica em Zurich e é
admitido em 1865. Vinte anos mais tarde, um jovem de 16 anos chamado Albert Einstein,
iria também matricular-se na Politécnica de Zurique.
É também em Zurich que ele encontra sua futura
esposa, Anna Bertha Ludwig (1839 – 1919). com quem
casaria em 19 de janeiro de 1872. Um casamento feliz,
sem filhos, que durou até a morte de Bertha em Munique,
em 1919.
Em agosto de 1868, com apenas 24 anos, ele
obtém o título de doutor com a tese: “Estudo sobre os
gases”. Este foi um ano crítico, pois seu professor em
física, August Kundt, despertou e estimulou o interesse
do jovem e inseguro Roentgen pela física experimental.

Figura 4: Fotografia de Wilhelm Conrad Roentgen.


Fonte: https://www.sutori.com/item/1872-roentgen-marries-anna-bertha-ludwig Acesso em: 06 Mar 18
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De fato, em uma carta ao seu amigo Albert, escreve ele: "você ainda lembra, de que
por seu intermédio eu tive o meu primeiro contcto com Kundt, que me introduziu na física e
dissipou as minhas incertezas acerca do meu futuro".
Em 1872, ele mudou-se para Estrasburgo, acompanhando seu mentor August Kundt,
em 1876 torna-se professor extraordinário em física na Universidade de Estrasburgo.
Em 1879, ele assumiu a cadeira de Física na Universidade de GieBen publicando 18
trabalhos científicos no período de 8 anos, e a sua fama como pesquisador sério e já com
certo renome começou a difundir-se.
Entre 1886 e 1895, Roentgen recusou outras ofertas de professor titular de física em
universidades, como Jena, Utrecht e Freiburg. Sua última mudança se daria para a
Universidade de Munique, em 1900, onde permaneceu até sua morte, apesar de mais de
uma vez ter sido convidado a assumir cargos de maior prestígio em Berlim. (ARRUDA, 1996)

1.2 A GRANDE DESCOBERTA

O elétron foi descoberto em 1879 por William Thomson (Barão Kelvin), matemático e
físico britânico, conhecido por desenvolver a escala Kelvin de temperatura absoluta (onde o
zero absoluto é definido como 0 K). O título de Barão Kelvin foi-lhe dado em homenagem a
suas realizações. Ao analisar a medida da razão entre a carga e a massa de partículas
carregadas num tubo de raios catódicos, sugeriu que as cargas deslocadas no efeito
fotoelétrico sejam elétrons.
Esta hipótese foi confirmada em pelos estudos do físico alemão Philipp Eduard Anton
von Lenard, assistente e continuador dos estudos de Heinrich Rudolf Hertz (1857 – 1894).
Também físico alemão que demonstrou a existência
da radiação eletromagnética, criando aparelhos
emissores e detectores de ondas de rádio. Ele mediu a
razão das partículas fotoelétricas e mostrou que era a
mesma que a medida por Thonsom.
A experiência de Lenard com tubos de Crookes
esclareceu dúvidas relativas à identidade das partículas
fotoelétricas. Por suas investigações sobre os raios
catódicos Lenard foi o Ganhador do Nobel de Física de
1905.

Figura 5: Fotografia de Philipp Eduard Anton von Lenard


Fonte: ttps://www.thefamouspeople.com/profiles/philipp-von-lenard-4066.php Acesso em 06 Mar 18

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No entardecer do dia 08 de novembro de 1895 Roentgen repetia em Würzburg, com
extremo critério as experiências de Lenard. Ele envolve o tubo de Crookes com uma cartolina
preta, escurece todo o laboratório, e ao iniciar a emissão dos raios catódicos (elétrons),
surpreso, constata que um écran (platino cianureto de bário) em cima de uma cadeira
próxima fica luminescente. Ao repetir o processo o fenômeno de fluorescência se repete.
Alguma coisa que emana do tubo age sobre a tela, isto a uma distância bem maior que os
raios catódicos podem alcançar. Ele se dá conta que está diante de um fenômeno físico
nunca observado. E está mesmo: aquela noite de 8 de novembro de 1895 marca uma das
datas mais importantes do progresso científico.
Seguindo os experimentos agora a cartolina é retirada e a tela é colocada próxima, ao
emitir uma nova descarga ele passa acidentalmente a mão na frente da tela, ao apanhar um
livro, e o resultado é surpreendente, os ossos de sua mão ficam visíveis. Durante sete
semanas o cientista fica trancado dentro do laboratório, experimentando, testando.
Curiosas manchas surgidas em chapas fotográficas que ficassem próximas aos tubos
de vácuo atravessados por descargas elétricas já haviam sido notadas. Entretanto, sempre
foram vistas como acontecimento acidental, sem importância, menos para Roentgen.
Roentgen descobre que os raios imprimem imagens nas placas, sendo possível
apresentar provas concretas de sua descoberta. Ele mede a translucidez de vários objetos,
tais como uma caixa com pesos dentro ou uma bússola, fotografando a imagem formada na
tela. Logo ele constata que estes raios são de natureza diversa dos raios catódicos, devido
ao seu longo alcance. Ele batiza de raios X aquela luz invisível que ilumina o écran. Pouco
depois Kolliker, professor em Würzburg os chamará de “raios Roentgen”.
A 22 de dezembro do mesmo ano, após 15 minutos de
exposição aos Raios X, é obtida a primeira imagem
radiográfica da história da medicina: a mão da mulher do
cientista (Anna Bertha Roentgen).
Em abril de 1986 ele afirma em uma entrevista:
"Desde há algum tempo eu tenho me interessado pelos raios
catódicos produzidos em vidros submetidos ao vácuo, como Hertz e
Lenard já haviam pesquisado. Eu segui suas pesquisas e formulei
uma série de experimentos com grande interesse, e estava
determinado, assim que o tempo permitisse, a desenvolver um
experimento próprio. Em outubro, dispus do tempo que eu precisava.
Eu trabalhei por alguns dias, quando descobri algo de novo.

Figura 6: Imagem radiográfica da mão de Anna Berta Roentgen, primeira radiografia do mundo
Fonte: https://netogeraldes.blogspot.com.br/2014/06/os-raios-x-repercussao-da-descoberta-de.html

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1.3 A REPERCUSSÃO

Roentgen envia para a sociedade de física no dia 28 de dezembro de 1895 um


manuscrito com o título: “Sobre um novo tipo de raios”. No dia 05 de janeiro de 1896 é
publicado o artigo na primeira página do jornal vienense Die Presse.
A famosa publicação de Roentgen “Sobre um novo tipo de raios” foi traduzida
rapidamente para outras línguas; no dia 23 de janeiro de 1896 surgiu na revista inglesa
Nature, Inglaterra, no dia 8 de fevereiro na L'Eclairage Electrique, França, e em 14 de
fevereiro na Science, nos Estados Unidos. Traduções em italiano, russo, polonês e japonês
surgiram neste mesmo ano.
Dois outros trabalhos sobre os Raios X foram publicados em 9 de março de 1896 e em
10 de março de 1897, "Observações Adicionais sobre as Propriedades dos Raios X", seria a
terceira e última publicação, então apresentada na ata da Academia de Ciências Real da
Prússia, em Berlim.
A estrondosa popularidade de Roentgen e de sua descoberta deveu-se antes à sua
aparição precoce e imediata na mídia em todo o mundo, do que à sua publicação no meio
científico.
No dia 12 de janeiro de 1896, Roentgen foi convidado a fazer uma demonstração em
pessoa sobre a sua descoberta em Berlim, na presença do Imperador Guilherme II, Moltke e
outras autoridades do governo, que rapidamente perceberam o alcance e utilidade não só
médica, mas também militar dos Raios X. Foi nessa ocasião condecorado com a Ordem da
Cruz Real Prussiana, II. Classe.
Em 23 de janeiro de 1896, Roentgen fez a sua
única apresentação pública, na reunião da
Physikalischmedizínischen Gessellschaft, em
Würzburg.
Frente a uma audiência eufórica, radiografou a
mão do renomado anatomista Rudolf Albert von
Kõlliker, com 77 anos, que propôs a denominação
"Raios Roentgen" à nova descoberta, proposição
ovacionada pela platéia em delírio.
Figura 7: Única apresentação pública de Roentgen
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1769006/ Acesso: 12 Mar 18
Já antes, em 12 de janeiro, Ludwig Boltzmann havia proposto o batismo dos novos
raios como "Raios Roentgen." Durante esse ano, várias homenagens e condecorações foram

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conferidas, incluindo a medalha Rumford, da Royal Society London, e a Prix Lacaze da
Academie des Sciences, de Paris.
Curiosamente, a descoberta não impressiona os meios científicos. Três meses após o
anúncio da invenção, o Jornal da Associação Médica Americana faz o seguinte comentário:
“os cirurgiões de Viena e Berlim acreditam que a fotografia Roentgen esteja destinada a
revolucionar a cirurgia. Nós, não”.
Meia hora é o tempo mínimo de exposição necessário, e, na maior parte dos casos,
precisa-se de até uma hora. A aparelhagem é tão cara – mais de 100 mil dólares – que
somente poucos cirurgiões poderão dar-se ao luxo em tê-la em seus consultórios. Os fatos
logo desfazem esta impressão. Dois anos depois, os Raios X já são usados na guerra greco-
turca de 1897, e em 1898, na guerra hispano-americana.
Em todo o mundo, vários pesquisadores acadêmicos e amadores passaram a
reproduzir o experimento de Rõntgen, e mais de 1000 relatos surgiram somente no ano de
1896. Rapidamente compreendeu-se a importante utilidade médica ao visualizarem-se
corpos estranhos e ossos com detalhe.
Diversos modelos de tubos de Raios X rapidamente surgiram.

Figura 8: Operador tira uma radiografia. Com uma maca motorizada e rotativa, modelo foi exposto
durante um congresso realizado pelo Instituto de Radiologia britânico.
Figura 9: uma voluntária tem a cabeça exposta a raios x durante um congresso médico em Londres.
Fonte: https://super.abril.com.br/historia/radiografia-vintage
Nasce assim uma nova especialidade, a Radiologia. De início os cirurgiões se limitam a
estudar os ossos, os cálculos, os corpos estranhos. Depois, introduzem-se os contrastes que
permitem a exploração cada vez mais precisa dos órgãos internos e externos, conferindo ao
diagnóstico aquela precisão tão sonhada pelos médicos.
Mas o radiologista logo começa a pagar o preço de tão valiosa descoberta. Aparecem
dermatites, sequelas de irritações crônicas da pele, e às vezes até formas cancerosas.
São verdadeiras queimaduras, semelhantes as que sofreu em 1898 o francês Antoine
Henry Becquerel (1852-1908), que passeava com fragmento de material radioativo no bolso
do colete.

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1.4 MARIE CURIE E A RADIOLOGIA NA 1ª GUERRA

Durante a primeira guerra mundial, em 1914, Marie


Curie percebeu que os Raios X seriam muito importantes
para o tratamento de ferimentos de balas e fraturas. Para
conseguir organizar um serviço de radiografia móvel,
Marie visitou laboratórios parisienses e pessoas ricas
para pedir apoio financeiro e equipamentos.
Ela treinou técnicos para operar as máquinas e
instalou duzentas estações de Raios X nas zonas de
combate da região da França e Bélgica, tendo atendido a
mais de um milhão de soldados. (CAVALIERE, 2018)

Figura 10: Irene e Marie Curie durante a I Guerra


Fonte: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1160&sid=7 Acesso em: 11 Mar 18

1.5 O TUBO DE COLIDGE

William Coolidge era um físico americano que inventou


muitas coisas, tais como o tungsténio fundido dúctil, que
foi usado como o filamento de lâmpadas incandescentes.
Este produto não só suplantado as fibras de carbono
mais frágeis do projeto original de Edison, mas
viabilizado a massa lâmpadas produzem luz. Inventou
uma máquina de Raio X portátil que foi usado em
hospitais de campanha na Primeira Guerra Mundial,
Coolidge é mais conhecido por inventar em 1911o que
é considerado por muitos como o tubo de Raio X
moderna, agora conhecido como tubos Coolidge. Ao usar
tungstênio dúctil (fio de tungstênio 6 vezes mais fino que
um cabelo) aumentou a resistência e durabilidade de
tubos de raios-x, o que permitiu Raios X de qualidade
diagnóstica.
Figura 11: William Colidge com seu tubo.
Fonte: https://blogpedrockgian.wordpress.com/2015/05/28/dr-william-coolidge

Em seu design, Coolidge adaptou seu tungstênio dúctil para o tubo de Raios X e foi
capaz de remover o gás ionizado que precisava ser injetado nos tubos mais velhos para
abrandar filamento.
O “tubo de Coolidge” permitiu um fluxo constante e estável de Raios X para ser gerado
e permitiu que o feixe a ser focado e direcionado, dando início a radiologia diagnóstica e
mudando a prática da medicina para sempre.

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Figura 12: Tenda alemã equipada com máquinas de raios x durante a Primeira Guerra Mundial.
Fonte: https://super.abril.com.br/historia/radiografia Acesso em: 11 Mar 18

1.6 A PRIMEIRA RADIOGRAFIA DO BRASIL

A primeira radiografia do Brasil é histórica, uma imagem conhecida pelas academias


de todo o mundo. Foi inédita em dois sentidos, por também ser a primeira do mundo
realizada em irmãs siamesas e, não obstante, se tornou fator determinante para a realização
da cirurgia que permitiu a separação das duas crianças.
As gêmeas nasceram em 1893, em Ribeirão do Costa, no Espírito Santo. Chamavam-
se Rosalina e Maria Pinheiro Dável. Os pais, João Dável e Rosalina da Silva Pinheiro, eram
agricultores muito pobres então resolveram dar as meninas ao médico Eduardo Chapot
Prevost.
Em 1900, aos sete anos de idade, elas
foram levadas para o Rio de Janeiro, onde
aconteceu a cirurgia que as separou. Esse é o
primeiro caso bem sucedido desse tipo de
intervenção e seu único diferencial foi a
utilização de um exame radiológico, que
permitiu ver por dentro.
Por meio da radiografia, foi possível
identificar que, além das gêmeas serem unidas pelo tórax, também eram unidas pelos
fígados. Os médicos Miguel Couto, Moncorvo Filho, Ernani Pinto Ramos, Álvaro Rodrigues e
o farmacêutico Sayão auxiliaram na operação.
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O procedimento foi realizado na Casa de Saúde São Sebastião, em Laranjeiras/RJ.
Maria morreu cinco dias depois da cirurgia. Ela teve uma pleuropericardite, quadro infeccioso
grave.
Já Rosalina sobreviveu e foi criada pelo
médico e sua esposa como uma filha. Ela se
casou em 1927, teve cinco filhos fisicamente
normais e morreu na velhice, após uma longa
vida de realizações.Esse primeiro exame
radiológico do nosso país foi realizado pelo
doutor Álvaro Alvim, médico que dá nome a
vários hospitais espalhados pelo Brasil.
Ele realizou o feito logo após chegar de Paris, onde aprendeu com Marie Curie o uso
da tecnologia, até então desconhecida nessa região do planeta.
De acordo com a presidente do CONTER Valdelice Teodoro, doutor Alvim foi o
responsável pelo treinamento e introdução dos primeiros operadores de Raios X no mercado
profissional brasileiro, a partir do final da década de 1930.
É fácil entender, tanto etimologicamente
quanto pela observação dos aspectos
históricos, que a antiga figura do que
conhecíamos como Operador de raios X
corresponde ao que entendemos hoje por
profissionais das técnicas radiológicas. Os
Auxiliares, Técnicos e Tecnólogos em
Radiologia nada mais são que a derivação fiel
dos primeiros profissionais da área no Brasil e, como tal, são herdeiros de seus
legados e direitos coletivos difusos, considera a presidente. (CONTER, 2014)
Figuras 13, 14 e 15: Fotografias das irmãs siamesas Dável e da 1ª radiografia do Brasil
Fonte: http://www.conter.gov.br/imprimir. php?pagina=noticias&id=378

Foi o Dr. José Carlos Ferreira Pires o primeiro


médico a instalar um aparelho de Raios-X no
interior do Brasil, na cidade de Formiga, Minas
Gerais, a 600 km do Rio de Janeiro. Hoje, o
equipamento está no Museu de Cirurgia em
Chicago.
Figura 16: 1º equipamento de radiologia do Brasil
Fonte: http://www.akisrx.com/htmtre/ferreria_brasil.htm

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Figura17: Irmã Dulce como operadora de Raios X na década de 40
Fonte: http://www.radioinmama.com.br/arquivo.html

1.7 A ABREUGRAFIA

Manoel Dias Abreu foi um médico, cientista e


inventor brasileiro que apresentou à sociedade no
Rio de Janeiro um método rápido e barato de
tomar pequenas radiografias dos pulmões para
maior facilidade de diagnóstico, tratamento e
profilaxia da tuberculose e do câncer de pulmão.
Era a invenção da abreugrafia, nome dado em
homenagem ao cientista e reconhecida em 1936
pela Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de
Janeiro e depois adotada universalmente.

Figura 18: Fotografia de Manuel Dias Abreu


Figura 19: O equipamento de Abreugrafia
Figura 20: A abreugrafia
Fonte:http://radiologia.blog.br/diagnostico-por-imagem/abreugrafia-a-contribuicao-brasileira-para-a-
medicina-mundial
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO

1. O que era os raios catódicos, aos quais Roentgen se dedicava a estudar?

2. O que era um Tubo de Crookes?

3. Em que data Wilhelm Conrad Roentgen descobriu os Raios X?

4. Descreva a experiência realizada por Roentgen que levou a descoberta dos Raios X?

5. Qual foi a primeira imagem radiográfica da história da medicina?

6. Qual a ligação de Marie Curie com a radiologia na primeira grande guerra?

7. O que é um tubo de Coolidge e porque ele é considerado uma evolução da radiologia?

8. Qual foi a primeira imagem radiográfica do Brasil?

9. Onde foi instalado o primeiro equipamento de radiologia do Brasil?

10. O que é uma abreugrafia e quem foi seu inventor?

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REFERÊNCIAS

ARRUDA, Walter Oleschko. Wilhelm Conrad Röntgen, 100 anos da descoberta do Raios
X. Disponível em: www.scielo.br/pdf/anp/v54n3/27.pdf Acesso em: 04 Mar 18

BUSHONG, Stewart Carlyle. Ciência Radiológica para Tecnólogos. 9ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2012

CAVALIERE, Irene. Os Raios X na I Guerra Mundial. Fundação Oswald o Cruz. Disponível


em: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1160&sid=7 Acesso em:
11 Mar 18

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