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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

CAMPUS ALTO PARAOPEBA

VIDRARIAS VOLUMÉTRICAS E NÃO VOLUMÉTRICAS

DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO

Relatório apresentado como parte das


exigências da disciplina Química Analítica
Experimental Aplicada a Bioprocessos sob
responsabilidade da profa. Ana Maria de
Oliveira

Felipe Augusto Oliveira Silveira


Julia Finamor Carvalho
Lara Chrystina Malta Neri
Priscila Jhennifer Silva de Paula
Felipe Augusto Oliveira Silveira

Ouro Branco – MG

Setembro/2015
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VIDRARIAS VOLUMÉTRICAS E NÃO VOLUMÉTRICAS

DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO

RESUMO

Conhecer equipamentos e técnicas de medidas de volumes em laboratório e


aprender a desenvolver cálculos com algarismos significativos reduz o erro em análises
experimentais. Além disso, determinar constantes de dissociação de ácidos, bases e
constantes de hidrólise de sais é importante para descrever a influência da concentração
na posição de um equilíbrio químico. O equipamento volumétrico é marcado pelo
fabricante para indicar não apenas a sua forma de calibração, geralmente TD (to deliver)
ou TC (to contain). A constante de dissociação está relacionada ao grau de dissociação
e, desta forma, à força do ácido ou base. A constante de equilíbrio de dissociação é
independente da concentração do ácido ou da base. A hidrólise salina é a reação entre
moléculas de água e um sal, resultando em um ácido ou uma base fraca, que quando
dissociados em solução aquosa, reagem com a água tornando a solução básica ou ácida,
respectivamente. No experimento de aparelhos volumétricos realizou-se a transferência
de volumes entre diferentes tipos de vidrarias, verificando que o volume obtido por
vidrarias volumétricas é mais exato que o volume obtido por vidrarias não volumétricas.
As vidrarias volumétricas apresentam diferença, uma vez que podem ser classificadas
como TC ou TD e devem ser usadas de acordo com a sua função. A realização desta
experiência mostrou que deve se conhecer previamente a função de cada vidraria e
como usá-la, visto que a escolha da vidraria errada poderia propagar o erro de medida
por todo o experimento. No segundo experimento foram medidos os valores de pH de
diversas soluções por meio do pHmetro e da fita indicadora. A partir dos valores obtidos
foram calculados os valores das constantes de dissociação ácida e básica, além da
constante de hidrólise salina. A partir dos resultados obtidos foi possível comparar os
valores do pHmetro, da fita indicadora e do valor da literatura, mostrando que existe
uma grande margem de erro entre os valores, podendo ser causado por contaminações
ou falta de calibragem, no caso do pHmetro, e por erros pessoais, no caso da fita
indicadora. No cálculo das constantes de equilíbrio foi possível concluir que os valores
diferiram dos valores tabelados na literatura, evidenciando erros durante o experimento,
sejam erros pessoais ou instrumentais.
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1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

1.1 Vidrarias volumétricas e não volumétricas

Um béquer de 100 mL foi pesado seis vezes, duas vezes vazio, duas vezes
contendo um volume de 20,0 mL de água medido em uma proveta e duas vezes
contendo um volume de 20 mL medido em uma pipeta volumétrica. Os resultados
obtidos se encontram na Tabela 1, abaixo:

Tabela 1. Massas do béquer vazio e com água medida por diferentes vidrarias e desvio
padrão dos resultados.
Conteúdo do béquer 1ª replicata 2ª replicata Desvio Padrão
Vazio 52,8380 g 52,8365 g 1,12 x 10-6
20 mL provenientes da proveta 72,1012 g 72,1292 g 3,92 x 10-4
20 mL provenientes da pipeta
72,7375 g 72,7600 g 2,54 x 10-4
volumétrica

O desvio padrão foi calculado a partir da média desses resultados:


(1𝑎 𝑟𝑒𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑎 + 2𝑎 𝑟𝑒𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑎)
𝑀é𝑑𝑖𝑎 (µ) =
2
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 (𝐷𝑝) = (1 𝑟𝑒𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑎 − µ)2 + (2𝑎 𝑟𝑒𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑎 − µ)2
𝑎

A diferença encontrada no peso do béquer vazio está um pouco fora do


esperado, o algarismo duvidoso se encontra na quarta casa decimal e foi observada uma
diferença maior que 0,001 g. A pequena diferença pode ter ocorrido devido ao efeito do
empuxo do ar sobre a balança (SKOOG, 2007, p. 25). A diferença entre o peso do
béquer com o volume vertido da proveta e com o volume vertido da pipeta volumétrica
pode ser explicada devido às incertezas inerentes a essas vidrarias. A pipeta volumétrica
é exata, a proveta, por sua vez, possui uma incerteza de ±0,05 (metade da menor escala).
Sendo assim, o erro relativo da medida da proveta é (SKOOG, D. A., et al, 2007):
(0,05 × 100%)
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = = 0,25%
20,0
Em termos relativos pode-se dizer que, ao se pesar 20 mL nessa vidraria, há um
erro de 0,25%. Isso fica evidente no resultado encontrado, no qual a diferença entre o
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peso já se encontra na primeira casa decimal. Pode-se notar também que, devido ao
baixo valor do desvio padrão, as medidas apresentaram boa precisão (ABNT, 2003).
O béquer de 100 mL no qual se mediu 50 mL de água é uma vidraria não
volumétrica (exatidão e precisão de suas medidas são extremamente baixas). Sua
incerteza é de ±5 mL e como o volume aferido foi de 50 mL, o erro relativo dessa
medida é de 10%. Um valor alto, o que acarreta em um erro enorme, tornando o béquer
inviável para quantificações quanto a volumes. Ao transferir esse volume para o
Erlenmeyer (também não é volumétrico) verificou-se que o volume medido foi maior
que 50 mL. A diferença de volume encontrada pode ser atribuída ao uso de vidrarias
não volumétricas e à aderência do líquido às paredes internas do béquer e do
Erlenmeyer, por não serem vidrarias TD.
A proveta na qual se mediu os 50,0 mL de água é uma vidraria TD, ou seja, uma
vidraria precisa. Como metade da sua menor escala é 0,05, o erro relativo no volume
aferido é de 0,1%, portanto sua medida é considerada confiável, sendo mais exata que o
Erlenmeyer e o béquer.
Da mesma forma, a pipeta graduada na qual se pipetou 10,00 mL de água é uma
vidraria TD com erro relativo de 0,05%. Sendo mais exata do que a proveta –
apresentou um erro relativo maior em um volume maior.
O balão volumétrico no qual se mediu 50 mL é uma vidraria TC (to contain),
logo, ao transferir a água, que continha, para a bureta, foi observado uma pequena
diferença no volume. A aderência do líquido às paredes internas do balão volumétrico e
erro intrínseco a graduação da bureta são responsáveis pela diferença encontrada.

2. CONCLUSÃO

Dentro dos objetivos propostos, podem-se conhecer equipamentos e técnicas de


medidas de volume. Compreende-se que vidrarias TC (to contain) não devem ser
utilizadas para transferir volumes, já que geram erros causados pelo fato dessas
vidrarias serem calibradas para conter certo volume que, se transferido, não o será
totalmente. No entanto, as vidrarias TD (to deliver) são calibradas para transferir um
determinado volume dentro de certos limites de precisão. As vidrarias não volumétricas
devem ser utilizadas para uma análise qualitativa, pois não são vidrarias precisas.
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Concluiu-se que para uma análise satisfatória, é necessário, o conhecimento dos


tipos de vidrarias que serão utilizados no procedimento, pois os instrumentos podem ser
significativos na obtenção dos resultados. REFERÊNCIAS

VOGEL, A. I. Química Analítica Quantitativa, 5. ed., São Paulo: Mestre Jou, 1981,
665 p.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER F. J.; CROUCH S. R. Fundamentos de
Química Analítica, 8. ed., 2007, 999 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Guia para a Expressão da Incerteza
de Medição. 3. ed. Rio de Janeiro: ABNT, Inmetro, 2003. 120 p.

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