Enriquecendo Inteligências
2a Edição
Walther Hermann
&
Viviani Bovo
2005
Capa: Kellyn Yuri Teruya, Gilson da Silva Domingues e
Pietro Teruya Domingues
2a Edição
Hermann, Walther
Mapas mentais : enriquecendo inteligências : captação, seleção, or-
ganização, síntese, criação e gerenciamento de informação / Walther
Hermann, Viviani Bovo. – Campinas, SP, 2005.
ISBN: 85-87778-07-2
05-4079 CDD-370.1523
Abertura
Prefácio da Segunda Edição .............................................................. IX
Prólogo ................................................................................................ XIII
Dedicatória .......................................................................................... XV
Encerramento
Bibliografia ......................................................................................... XVII
Links úteis na Internet ...................................................................... XX
Sobre os autores ................................................................................. XXI
Atividades do IDPH .......................................................................... XXVI
Obs.: Para compreender melhor como ler este livro fora da ordem seqüencial,
consulte previamente o fluxograma da página 83.
Segunda Parte
Desenvolvendo Habilidades
Desenvolvendo Habilidades
Agora que você já sabe o que são, para que servem e como funcionam os
Mapas Mentais, possuindo vários conhecimentos sobre essa simples e pode-
rosa ferramenta de aprendizado, você está pronto(a) para desenvolver algu-
mas novas habilidades muito úteis com a finalidade de capacitar-se a utilizar
os mapas com desenvoltura.
Esta seção é instrumental e tem por objetivo principal forjar os seus “mús-
culos mentais” para que os Mapas Mentais possam ser inseridos em sua vida
como hábito, simples como são, para serem utilizados todos os dias, a qual-
quer hora. Ao praticar os exercícios aqui propostos, você também poderá
adquirir alguns benefícios extras, tais como: melhora de sua memória, maior
habilidade para organizar e sintetizar informações e desenvolvimento de sua
intuição, além de fazer com que sua mente adquira a organização adequada
para aprender melhor, mais fácil e mais rapidamente.
Isso não significa, necessariamente, que a vida deve ser vivida ou apreen-
dida na velocidade dos programas de televisão. Quer dizer que nós podemos,
mesmo lentamente, aproveitar melhor as experiências de vida e aprender com
elas sem que elas tenham que se repetir tantas vezes!
Especificamente, nesta seção, você treinará algumas competências associa-
das ao funcionamento coordenado de ambos os hemisférios cerebrais, espe-
cialmente relacionadas com o mapeamento mental: memorização, imaginação,
visualização, comparação, classificação, metáforas e analogias, ordenação e hierar-
quia, síntese e resumos, ilustração e criatividade e, finalmente, dicas e sugestões
para o aprimoramento de sua técnica e de seu estilo de construir mapas mentais.
Em geral, quando as pessoas têm que estudar ou preparar um trabalho
mais elaborado, alguns dos maiores problemas dos quais se queixam são: falta
de memória, dificuldade de organização das informações de forma coerente e
planejamento e execução de sua apresentação. As pessoas passam dias, às ve-
108 • MAPAS MENTAIS – Enriquecendo Inteligências
zes meses, estudando um tema, e depois, quando precisam utilizar-se das infor-
mações ou conclusões que obtiveram durante o processo, não conseguem bons
resultados. E acabam acreditando que têm dificuldades ou que são incapazes.
Não imaginam existirem “ferramentas” que podem auxiliá-las nesse processo.
É como se você quisesse decorar sua casa e, para isso, tivesse comprado
diversos quadros e os respectivos ganchos e pregos para pendurá-los nas pa-
redes. Então você fica lá fazendo uma força brutal para fixar os pregos nas
paredes com suas próprias mãos. Depois de algumas tentativas, você está com
dedos machucados, nenhum quadro fixado e um enorme sentimento de fra-
casso. Tudo isso porque você nunca ouviu falar em uma ferramenta chamada
martelo, que com muita facilidade poderia auxiliá-lo nessa tarefa aparente-
mente simples de pregar os ganchos na parede.
Memorização
Para começar, vamos assumir que não existe aprendizado sem algum tipo
de memória. Por isso esse tema é de grande interesse para o nosso trabalho.
Como o conhecimento científico a respeito do funcionamento da memória
ainda não é suficiente para a compreensão completa do processo de registro
e resgate de informações de nossa memória, apresentaremos alguns dados de
pesquisas simples e trataremos de algumas técnicas básicas que possam nos
ajudar com os mapas mentais.
Acreditamos ter memória dos fatos, mas basta uma boa conversa com
pessoas que vivenciaram as mesmas experiências que nós para descobrirmos
que alguns de nossos registros não correspondem aos daqueles com quem com-
partilhamos a presença nos eventos em questão. Um exemplo comum é con-
versarmos com nossos amigos sobre um filme a que assistimos. Facilmente
descobrimos que, muitas vezes, parece que tratamos de filmes diferentes.
Isso acontece porque nossas lembranças dos dados armazenados sofrem
interferência direta dos processos de eliminação, generalização, distorção, con-
textualização, associação das informações e de memórias anteriores semelhantes.
Assim, aquilo que imaginamos ser uma recordação de informações é, na verdade,
uma reconstrução dos dados a cada ocasião em que resgatamos uma memória in-
fluenciada por uma série de fatores, emoções e outras memórias. Ocasionalmente,
descobrimos até que misturamos informações e registros em nossas lembranças.
Não obstante, há incontáveis exemplos de pessoas cuja memória para
informações parece ser extremamente eficiente, como se realmente existisse a
possibilidade de memorizarmos algo com precisão e, posteriormente, recu-
perarmos tal memória com grande fidelidade. Quase todo o nosso modelo
educacional é baseado nisso, sendo que nossos professores e examinadores,
em grande parte das vezes, exigem em suas avaliações que saibamos repetir
exatamente as informações que nos deram anteriormente, e aqueles que têm
melhor memória são freqüentemente muito bem-sucedidos nesses testes.
Além disso, não podemos negar o valor e a importância de sabermos lidar
com esse processo chamado de memorização, já que uma memória privile-
giada é muitas vezes invejável e pode nos garantir sucesso em muitos em-
preendimentos escolares ou acadêmicos. Entretanto, antes de tratar de tais
estratégias, vamos apresentar algumas idéias a mais sobre o assunto.
soas, é uma data tristemente inesquecível. Porém, pode não ser tão fácil re-
cordar-se dos dias anteriores ou seguintes. A não ser que algum outro evento
contivesse intensidade emocional semelhante, talvez um aniversário, casamen-
to, ou mesmo algum evento infeliz. Não importa há quanto tempo ocorreu,
mas sim o quanto impressionou sua mente e sua memória. Graças ao impacto
emocional e seus desdobramentos, tais eventos tornam-se diferenciados e fi-
cam permanentemente registrados em nossa memória. Resta uma pergunta:
quais são os critérios de diferenciação utilizados pelo nosso cérebro para se-
lecionar memórias que vão permanecer ou desaparecer?
Primeiramente, devemos considerar que a memorização parece envolver três
diferentes processos: “consciência e registro (codificação)”, “retenção” e “resgate
(evocação)”. Perceba que o registro e a retenção podem ser muito mais duradou-
ros, sendo que ao revivermos determinadas experiências ou revermos informa-
ções específicas, somos capazes de reconhecê-las. De fato, o reconhecimento de
uma memória é bastante diferente do resgate ou recuperação de tal informação.
Um exemplo típico disso é quando temos uma informação ou nome na ponta da
língua, lembramos até da letra inicial... mas não somos capazes de saber exata-
mente o que desejamos, a não ser que alguém ou algo nos ajude a lembrar ou
esperemos o momento oportuno em que nossa mente resgate tal conteúdo. Tal-
vez por isso seja tão mais fácil submeter-se a provas no formato de teste, pois os
próprios enunciados e alternativas nos oferecem as respostas, sendo que temos
apenas que refrescar a memória quando já possuímos o conhecimento.
112 • MAPAS MENTAIS – Enriquecendo Inteligências
100
Taxa de Lembrança (%)
50
0%
10 min 1h 8 hs 1 dia 2 dias 1 semana 1 mês Tempo
A Curva de Esquecimento de Ebbinghaus, mostrada acima, denota o fenômeno, intuído com fre-
qüência, de esquecermos progressivamente os conteúdos aprendidos que não são utilizados ou recor-
dados periodicamente, embora a taxa de esquecimento no tempo possa variar significativamente de
acordo com o grau de estimulação original. No entanto, esse experimento foi realizado com listas de
palavras sem conexão, vínculo, contexto ou significado de conjunto – numa tentativa de avaliar a
memória em condições limítrofes, sendo que suas conclusões a respeito do esquecimento não são
úteis para condicionar nossas opiniões sobre o potencial de memória que possuímos.
Memorização • 115
Taxa de retorno
100%
1 dia Tempo
Organização de informações
Intervalos
Nível de atenção
e recuperação de
informações
Tempo
Início da Final da
sessão sessão
O gráfico acima ilustra com humor a evolução do estado de atenção de uma pessoa normal ao longo
de uma palestra ou aula. Parece existir uma proporcionalidade entre o grau de atenção e a probabili-
dade de recuperação de informações em função da extensão de tempo de uma palestra ou sessão de
aprendizagem.
Taxa de retorno
Ponto em Ponto em
que começa que termina
o aprendizado o aprendizado
Revisões de conteúdos
Exercício
Esse passo funciona da seguinte forma: vamos tomar como exemplo uma
criança aprendendo pela primeira vez o que é uma maçã. Ela receberá uma
série de informações sobre a maçã, como é seu formato, textura, odor, sabor,
cor, peso, a sensação causada ao ver, morder, mastigar, engolir ou brincar
com a maçã, o som da palavra “maçã” ao ser pronunciada, entre outras in-
formações. Isso então é registrado em sua memória em um arquivo que aca-
ba de ser aberto com o nome “maçã”.
Depois haverá uma segunda experiência com outra maçã, que pode ser
idêntica à primeira, ou pode ser de outra qualidade, mais ácida, mais doce,
mais madura, mais vermelha, mais dura, maior, menor etc., porém, mesmo
assim, a criança recebe a informação de que é uma maçã, então coloca a in-
formação dentro daquele mesmo arquivo que já foi aberto para o item “maçã”.
E o processo continua, quando ela identifica outros tipos de maçãs como
sendo “maçã”, tais como: maçã argentina, maçã tommy, maçã azedinha, maçã
gala, maçã verde, maçã vermelha, maçã estragada, maçã madura etc. Todas
são maçãs e são armazenadas no mesmo arquivo já aberto, chamado “maçã”.
Posteriormente, um dia a criança vai à feira com a mãe, que lhe explica
que precisam passar por várias barracas para comprar o que necessitam, pois
cada tenda vende um grupo de mercadorias. Então, ao chegarem na tenda
das frutas, a criança vê a maçã. Junto, na mesma tenda, ela vê a banana, a
laranja, a melancia, e a sua mãe informa-lhe que aquela é a tenda das frutas.
Assim, um novo arquivo é aberto com o nome de “frutas” e as informações
nele contidas estarão se relacionando, incluindo ou sendo incluídas em ou-
tros arquivos já abertos, entre eles aquele chamado “maçã”.
A associação de arquivos contendo informações pode ser muito variada:
podemos relacionar o arquivo chamado “maçã” com vários outros, além des-
se já mencionado, chamado “frutas”, ou seja, com diversas situações nas quais
podemos pensar em uma maçã, como: “sabores de sucos”, “recheio para tor-
ta”, “alimentos ácidos”, “descoberta de Newton – gravidade”, “objetos de cor
vermelha”, “alimentos com poucas calorias”, “opções de lanche” e assim por
diante. Há incontáveis possibilidades de relacionamentos ou associações.
128 • MAPAS MENTAIS – Enriquecendo Inteligências
Associação
Visualização
nada de errado no que ele fez. Pois você obteve flores, como desejara, porém
não foi suficientemente específico em sua solicitação.
Uma boa visualização é uma valiosa ferramenta para a memorização.
Mas o que é uma “boa” visualização?
Com a finalidade de obter uma fixação satisfatória das experiências ou
representações mentais em nossa memória, devemos utilizar em nossas fanta-
sias a maior quantidade possível de sentidos e referências sensoriais: visão,
audição, tato, olfato e paladar, pois assim garantimos um bom registro da
informação e adquirimos a facilidade de resgatá-la quando preciso.
Como ilustração, para que você consiga verificar como isso funciona,
busque em sua memória situações ou temas que você nunca esqueceu, repare
como se lembra do que viu, ouviu e sentiu. Como, por exemplo, seu primeiro
encontro com sua(seu) primeira(o) namorada(o); talvez você possa lembrar-
se da roupa que usou no dia, porque deve ter ficado bastante ansioso(a), ima-
ginando o que deveria usar para ficar mais atraente, depois deve se lembrar
do perfume que ela(e) e você usavam, a música que tocava, o que comeram
ou beberam, e principalmente o que você sentia, aquele famoso “friozinho na
barriga” (você encontrará mais sobre o assunto no Apêndice 1, Para Pais,
Professores e Educadores, na página 303).
Você pode fazer essa experiência também com uma recordação de infân-
cia. Lembre-se de um brinquedo que você quis muito e como foi ganhá-lo.
Neste tema, temos uma experiência pessoal, da autora deste livro, para des-
crever e assim ajudá-lo(a) a encontrar suas próprias memórias:
estava inteirinha ali do meu lado, ufa! Tudo isso são minhas referências sensoriais
dessa recordação.
Na memória auditiva, recordo-me do meu pai dizendo que eu deveria cuidar muito
bem dela porque havia custado muito caro e eu não teria a chance de ganhar outra.
Nem é preciso mencionar que eu cuidava melhor da boneca do que de mim mesma.
Tudo isso aconteceu há 37 anos, mas ao descrever o fato, aqui neste livro, é
como se eu realmente estivesse lá naquela casa, ao lado daquela árvore de Natal,
com a minha Suzi nas mãos e com 5 anos de idade.”
Então sugerimos que uma boa fantasia (ou memória) requer o uso dos
nossos sentidos: visual, auditivo e cinestésico (tato, olfato e paladar), certo?
Sim, mas não é só isso. Ao criarmos nossa representação mental ou fantasia,
devemos cuidar para que ela seja bem específica, rica em detalhes e diferen-
ciada (inusitada). Vamos ver os três itens juntos agora.
Fantasia específica
Caso seu objetivo seja memorizar a fantasia criada, então ela deve ser es-
pecífica, de forma que, ao resgatar a informação, você não fique confuso. Por
exemplo, suponhamos que você queira memorizar a palavra “garfo”. Se ao criar
a imagem mental do garfo você o visualizar dentro da gaveta de talheres ou
espetado num bife, quando recuperar a informação poderá se confundir e não
saber se a palavra a ser recordada era “garfo” ou “bife”. Então, fantasia ou re-
presentação mental específica significa visualizar só o que você deseja memo-
rizar. No caso do nosso exemplo, visualize apenas um garfo, só ele, mais nada.
Para que sua representação mental seja memorizada mais facilmente, ela
deve conter muitos detalhes, pois quanto mais rica em detalhes, mais fácil será
de ser lembrada.
Continuando ainda com nosso exemplo da palavra “garfo”, você deve
imaginar todos os detalhes do garfo, quantos dentes tem, de que material é
feito, como é o cabo, se ele possui desenhos, se sua marca está registrada.
Vamos dar mais um exemplo para você compreender como incluir detalhes.
Exercício
em sua mente, uma música que fale de uma rosa qualquer ou associe essa fan-
tasia a alguma frase memorável que tenha a rosa como idéia central.
Caso ainda não tenha entrado suficientemente nessa fantasia, então ex-
perimente inverter a ordem das informações acima, começando pelas sensa-
ções e pelo perfume e depois agregando as imagens, ou mesmo começando
pela música. Em alguma dessas seqüências está a chave de seu processo de fan-
tasia dirigida, que poderá despertar sua consciência das representações men-
tais associadas à visão, à audição, ao tato, ao olfato, ao paladar e a sentimentos
acionados pela sua imaginação.
Depois de fazer o exercício de visualização assim, com todos esses deta-
lhes, e numa determinada seqüência de informações sensoriais, é muito pro-
vável que você se recorde dessa “rosa” por um longo período.
Por que construir uma imagem mental diferente? Porque dessa forma ela
ficará gravada por mais tempo em sua mente, à medida que desperta sua cu-
riosidade, assombro ou surpresa (lembra-se da importância da curiosidade,
da paixão, do movimento e dos estímulos ambientais para a produção de de-
terminadas substâncias neuroativadoras responsáveis pelo aumento de nossa
quantidade de neurônios? Tratamos disso na seção Aprendendo a Aprender,
página 28, 3o parágrafo).
Uma fantasia ou imagem mental diferente, inusitada ou inesperada, fora
do comum! Experimente memorizar a palavra “banana”, faça a visualização
rapidamente dela. Agora compare como fica a sua memória e suas associa-
ções mentais se a representação mental da “banana” for assim:
tes, coisas fora da realidade, enfim tudo o que chame a atenção. Você pode
tomar como exemplo os desenhos animados, nos quais objetos têm vida e não
existe a lógica do mundo real.
Agora que você já sabe como funciona sua memória, refaça o exercício
inicial de memorizar a lista de palavras, mas desta vez utilizando-se das técni-
cas de visualização e associação. Observe os resultados. Você ficará feliz!
Para facilitar, vamos demonstrar como fazer com os três primeiros itens
da lista:
Visualização
Associação
Agora vamos apresentar mais uma habilidade que pode ajudar muito na
memorização: a compreensão da lógica utilizada para recuperar ou reconstruir
138 • MAPAS MENTAIS – Enriquecendo Inteligências
Nesse momento a Júlia protesta, pois não lhe foi permitido levar o co-
bertor, mas o Carlos pode levar. Então o Arnaldo diz: “Sim, é isso mesmo, o
Carlos pode levar um cobertor”. E continua a brincadeira:
Agora que você já deve ter feito o exercício proposto, provavelmente com
alguma dificuldade para se lembrar da equivalência e do desenho de cada sím-
bolo, vamos mostrar como o conhecimento da lógica e da organização das
informações pode facilitar muito na memorização. Veja como, da forma que
apresentamos a seguir, fica muito mais fácil memorizar os símbolos com sua
respectiva equivalência de significado com a letra:
140 • MAPAS MENTAIS – Enriquecendo Inteligências
Técnicas de memorização
Memorização de números
Com o uso da tabela acima, vamos formar palavras com as letras nela
mencionadas. Podemos usar quantas vogais quisermos, pois vogais aqui não
têm valor. Uma vez criada a palavra, utilize a técnica de criar a fantasia, por
exemplo:
No Palavra
1 teia
01 rato
35 mala
80 garra
44 caqui
O primeiro passo é memorizar a tabela das letras do alfabeto, porém isso será
fácil se você criou a sua própria e utilizou as palavras que mais lhe fazem recordar
a letra, como no exemplo do “r” de rato que mencionamos na tabela anterior.
Depois, separamos letra por letra e utilizamos o seu correspondente da
tabela para criar as imagens mentais.
Uma vez criadas as representações mentais e suas associações, teremos a
palavra “gnose” memorizada letra por letra. Quando necessitarmos recupe-
rar a informação, basta-nos lembrar da fantasia mental criada previamente.
Para isso, toma-se a letra inicial de cada elemento imaginado como letra da
palavra memorizada, respeitando-se a ordem de criação, para reconstruir-
mos a palavra original. Veja no exemplo como isso pode ser feito:
Fantasia para memorizar: imagine um gato andando nas duas patas tra-
seiras (como algum personagem de desenho animado, como por exemplo, o
144 • MAPAS MENTAIS – Enriquecendo Inteligências
gato Felix ou o gato de botas). Ao caminhar ele tem muito gingado e assobia
uma canção. De repente ele dá um salto e pendura-se no casco de um navio
gigantesco, como o Titanic, que está pronto para partir soando seu apito e
agitando as águas do porto. Então cai do céu um ovo imenso de cor azul,
bem em cima do convés do navio, e faz um barulho de rachar a casca, que
começa a se romper, e eis que sai de dentro do ovo um grande sapo branco,
pulando de um lado para o outro e gritando “eu não sei nadar, eu não sei
nadar”. Com tanto escândalo, sai da cabine de comando do navio, para ave-
riguar o que acontece, um elefante roxo, com grandes orelhas de abano ba-
lançando livremente ao vento e fazendo muito barulho no chão do navio com
suas enormes patas.
Agora que já temos a representação mental formada, quando necessi-
tarmos recuperar a palavra memorizada basta nos lembrarmos de cada ele-
mento da fantasia na ordem em que formam a “história”: primeiro o gato (G),
depois o navio (N), então o ovo (O), o sapo (S) e, por fim, o elefante (E).
O tempo que levamos para descrever essa associação de imagens mentais
é muito mais longo do que o processo de criar mentalmente, então não se
assuste, pratique. Em pouco tempo sua mente estará treinada e você fará suas
imagens fantásticas com muita rapidez e criatividade.
Dupla codificação
Resumo