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O Novo Código de Processo Civil promulgado em 2015 (lei 11.

105/15) trouxe várias


mudanças importantes que impactam diretamente a vida do profissional e do
estudante de Direito.

Desde a organização dos atos processuais, os tipos de procedimentos até mesmo aos
prazos… muita coisa mudou!

E embora a nova sistemática da réplica do autor diante da contestação do réu


tenha se mantido muito parecida com o que era previsto no CPC/73, algumas coisas
estão diferentes.
Pensando nisso, o ETD criou esse artigo para ajudar você a criar uma impugnação à
contestação em 7 simples passos.

1- O QUE É UMA IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO?


Impugnação à contestação é a vista para o Autor (quem deu início ao processo)
impugnar o que o réu alegou em sua contestação.
A impugnação também é conhecida com réplica ou mesmo resposta do autor e ela
ocorre logo após a apresentação da contestação feita pelo réu.

Você lembra fases do processo no procedimento comum?


Fase Postulatória, Saneatória, Instrutória e Decisória. E é na Fase Postulatória,
onde as partes mais agem, que ocorre tal impugnação.
Veja como fica a ordem dos atos processuais dentro da fase postulatória do
procedimento comum:

1º- PETIÇÃO INICIAL (Autor)


Protocolado no juízo competente é o ato que dá início ao processo, é feito pelo Autor.

2º- CITAÇÃO (Réu)


O Réu é citado para compor a lide e participar do processo.

3º- AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO (Autor + Réu)


Se houver acordo: Processo é extinto com julgamento de mérito
Não houver acordo: Processo segue para a Contestação

4º- CONTESTAÇÃO (Réu)


Momento processual em que o réu tem a chance de responder os fatos alegados pelo
autor. A defesa pode ser Preliminar ou de Mérito.

5º- IMPUGNAÇÃO (Autor)


Momento em que o autor tem a chance de impugnar o que o réu alegou na
contestação.

Após a 4º etapa, o processo encaminha para a Fase Saneatória ou Instrutória do


procedimento comum.

Geralmente ocorre a realização de uma Audiência de Instrução e Julgamento ou


julgamento conforme o estado do processo, a depender do caso e do que preferir o
juiz.

2- QUANDO OCORRE A IMPUGNAÇÃO À


CONTESTAÇÃO?
Segundo o Novo CPC, a impugnação à contestação só pode ocorrer em 2 momentos:

1- Quando o réu tiver apresentado Defesa Preliminar em sua Contestação


2- Quando o réu tiver juntado provas documentais com sua Contestação
Só existe essas duas hipóteses porque vivemos em um paradigma democrático de
processo.

Por isso, sempre que o réu trouxer “coisas” novas ao processo, o autor terá o direito
de se manifestar a respeito.
Por exemplo, se o réu alega preliminarmente em contestação que o Autor informou
um valor da causa incorreto, logicamente, o autor terá a chance através da
Impugnação à Contestação, de mostrar que o valor está certo e o porquê perante o
juízo.
Da mesma maneira ocorre se o réu trouxer um documento que prova algo diferente
do que o autor alegou na petição inicial.

ATENÇÃO: É muito comum que, mesmo o réu não tendo feito Defesa Preliminar e
nem juntado novos documentos, que a secretaria do juízo intime o autor para
impugnar à Contestação.
Se isso acontecer, ou seja, se mesmo assim você for intimado a impugnar, basta fazer
mera petição informando ao juiz que não é o caso de impugnação à contestação
e requerer o próximo passo.
Esse próximo passo pode ser:

 A designação da Audiência de Instrução e Julgamento


 Ou o julgamento conforme o estado do processo
Vai depender da demanda e do próprio juiz.

Muitas pessoas nem se importam em manifestar quando percebem que não é o caso
de Impugnação à Contestação, mas, levando em conta que os honorários de
sucumbência são definidos de acordo com o zelo do advogado ou advogada.

Então não custa nada fazer essa petição simples né?



3- CRIANDO A IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO: O JOGO DOS
7 ERROS
Você se lembra do Jogo dos 7 Erros?

Aquele jogo onde temos duas imagens, uma certa e a outra com erros, onde
precisamos identificar quais os sete erros?!

Pois é. A Impugnação à Contestação funciona basicamente como esse jogo!

Você pega esse passo a passo e vai conferindo o que tem e o que deixa de ter na
contestação do réu.
Não esquece de conferir os prazos também, ein? O que tiver de errado você
contesta em sua Impugnação. O que estiver correto, deixa pra lá, rs. Veja nosso
Mapa Mental sobre o tema:

PASSO 1 – VERIFICAR A TEMPESTIVIDADE


Nesse primeiro passo você vai conferir se o réu contestou no prazo adequado.

Então você vai lá no processo e vai olhar 2 coisas:

1- A DATA da juntada do mandado (citação)


2- A DATA do protocolo da contestação
Não pode passar de 15 dias a data entre um e outro!
Caso ele tenha feito a Contestação fora do prazo (extemporânea ou
intempestiva) você pode pedir o desentranhamento da peça e tal ato vai gerar a
revelia do réu.

Ou seja, os fatos que o autor alegou serão presumidos como verdadeiros!

PASSO 2- REGULARIDADE DA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL


Agora, você vai olhar se a parte (réu) é capaz de compor aquela processo e/ou
se está devidamente representada.
A consequência é séria. Olha o que diz o artigo 76, do CPC/15:

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da


representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável
para que seja sanado o vício.
Ou seja, a incapacidade ou irregularidade processual gera como consequência:

 Extinção do processo, se a providência couber ao autor;

 O réu é considerado revel, se a providência lhe couber;

 O terceiro é considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se


encontre.


PASSO 3: MANIFESTAR QUANTO ÀS PRELIMINARES
Agora, é a vez de você analisar e impugnar/responder uma a uma das defesas
preliminares indicadas pelo réu em sua contestação.

Essa é a chance que o Autor tem de:

 Sanar os vícios, quando possível;

 Provar que aquela preliminar alegada não se aplica ao processo.


PASSO 4- MANIFESTAR QUANTO AO MÉRITO
O Autor deve verificar se o réu desincumbiu do ônus da impugnação especificada
do fatos alegados.

Aqui é Jogo dos 7 Erros mesmo! Você deve olhar cada um dos fatos que alegou
na Petição Inicial e conferir/comparar se o réu impugnou todos eles na
contestação.

Segundo o CPC, o réu tem a obrigação de responder a TODOS os


fatos alegados na petição inicial.
Se ele não tiver feito isso, o autor deve falar na Impugnação que será presumida
a aceitação dos fatos, já que ele não contestou.
Revelia para o réu, mais uma vez.

PASSO 5- ANALISAR DOCUMENTOS


Agora, confira se o réu impugnou todos os documentos que você, autor, juntos
com a petição inicial.

Quem não impugna os documentos juntados também sobre os efeitos da


revelia, ok?
PASSO 6- IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS DO RÉU
Agora é vez de você falar sobre a segunda hipótese que legitima a Impugnação.

Confira na contestação do réu quais documentos novos ele trouxe ao processo


e impugne todos eles.

Se você não impugnar cada um dos documentos novos juntados pelo réu
também sobre os efeitos da revelia, ok?

PASSO 7- RATIFIQUE A PETIÇÃO INICIAL


Ao final da sua Impugnação, informe o juízo que ratifica, ou seja, que concorda
e mantém o que alegou na petição inicial.

O autor deve reafirmar tudo o que disse no início do processo. Não se esqueça
disso!

4- MODELO DE PETIÇÃO: IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO –


BAIXE AGORA!
Se ficou na dúvida de como começar a elaborar sua impugnação, baixe aqui um
modelo de petição de Impugnação à Contestação.

Só clicar no link abaixo e baixar a versão editável para Word. É gratuito!


Fonte do Modelo: Jus Brasil

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