GESTÃO DE EQUIPAS
Duração: 25 horas
Enquadramento
Objectivos
dinâmicas subjacentes.
Conteúdos Temáticos
Gestão de conflitos
Liderança
2
Liderança de equipas: fenómenos e dinâmicas próprias, desafios e
problemas específicos;
liderança
excelência
Trabalho em equipa
Requisitos/Condições de Utilização
Este suporte pedagógico foi pensado e constituído como um instrumento de trabalho,
pelo que poderá e deverá ser enriquecido com notas e reflexões do utilizador, a partir
da sua própria prática.
3
ÍNDICE
Índice
ÍNDICE 4
INTRODUÇÃO 5
1. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DE EQUIPA 6
2. CONCEITO DE GRUPO 7
2.1 A NATUREZA DOS GRUPOS 9
2.2 ALGUMAS TEORIAS DAS FORMAÇÕES DOS GRUPOS 10
2.3 FUNÇÕES DOS GRUPOS 10
3. TRABALHO EM EQUIPA 13
3.1 EQUIPAS, UM CASO PARTICULAR DE GRUPOS 13
3.2 DEFINIÇÃO DE TRABALHO EM EQUIPA 14
3.3 FASES DO TRABALHO EM EQUIPA 16
3.4 PORQUÊ TRABALHAR EM EQUIPA? 19
3.5 EFICÁCIA E EFICIÊNCIA DO TRABALHO EM EQUIPA 19
3.6 OBSTÁCULOS AO TRABALHO DE EQUIPA 21
3.7 BARREIAS AO TRABALHO EM EQUIPA 23
3.8 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO TRABALHO EM EQUIPA 24
3.9 GESTÃO DE EQUIPAS 26
3.10 COMPETÊNCIA BASE DE UM VERDADEIRA TEAM PLAYER 28
4. COMUNICAÇÃO 33
4.1 BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO 34
5. LIDERANÇA 38
5.1 TIPOS DE LIDERANÇAS VOLTADAS PARA AS ORGANIZAÇÕES 39
5.2 O PAPEL DO LÍDER 40
5.3 CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS AOS NOVOS LÍDERES 42
6. MOTIVAÇÃO 46
7. COMPETÊNCIAS PARA TRABALHAR EM EQUIPA 48
CONCLUSÃO 49
BIBLIOGRAFIA 51
4
INTRODUÇÃO
5
1. Organização do trabalho de equipa
6
2. Conceito de Grupo
semelhanças.
8
2.1 A natureza dos grupos
9
2.2 Algumas teorias das formações dos grupos
10
Mas do ponto de vista das organizações existem vários motivos para poder constituir
um grupo:
- Organização do trabalho: através da constituição de grupos é possível à organização
melhor estruturar o trabalho em termos de objetivos a atingir e de competências a
reunir para que o desempenho seja potenciado.
- Resolução de problemas: nomeadamente em situações de maior complexidade e em
que seja necessário encontrar soluções, modos de operar mais adequados à
organização e ao seu desempenho eficaz, a criação de grupos com este fim pode ser
uma mais valia organizacional.
- Desenvolvimento de novas formas de operar: os grupos podem também ser criados
porquanto a organização pode necessitar de desenvolver novas formas de abordar o
negócio, seja por exemplo, através de criação de novos processos, desenvolvimento de
novas estruturas, novas ideias no sentido de melhorar a qualidade de serviço.
Muitas mais são as funções dos grupos e disso temos vários exemplos no dia a dia
como seja o trabalho de uma equipa desportiva, o desempenho de uma orquestra, o
trabalho de uma equipa de cirurgiões, a organização de trabalho de um departamento
ou unidade de produção.
Os grupos, se bem liderados, podem funcionar como um importante estímulo ao
desenvolvimento de um trabalho com maior motivação, com maior empenhamento e
que pode ter o seu output organizativo na qualidade dos resultados de negócio quer
do ponto de vista de desempenho estratégico como operacional.
No ponto seguinte procurar-se-á abordar a realidade específica que são as equipas e
que podem ajudar a realizar algumas funções aos seus membros:
-Os colaboradores podem perceber no interior da equipa qual o seu papel no processo
de desenvolvimento da qualidade da equipa.
- Podem encontrar na equipa uma forma de melhorar competências pessoais e ao
articular as competências de todos os elementos da equipa contribuir para a qualidade
da equipa e o sucesso da organização.
- Ao melhorar o seu desempenho enquanto membro da equipa, o indivíduo ajuda a
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equipa a ser por um lado, mais eficiente e eficaz, e por outro lado a ter uma melhor
imagem. Nesse sentido cada membro do grupo, direta e indiretamente, potencia as
oportunidades de recolher iguais vantagens para si próprio.
12
3. Trabalho em Equipa
Nem todos os grupos podem ser considerados equipas, embora muitas vezes se
utilizem estes dois termos de forma indiscriminada. Como referem Cunha et al.
(2003:346) as equipas são casos particulares de grupos.
As equipas tendem a apresentar muitas das características de um grupo, mas com
maiores níveis de profundidade. Assim as principais características de uma equipa são:
• Papéis diferenciados.
Uma Equipa de sucesso é um grupo de muitas mãos com uma só mente. Bill Bethel
16
IV. Performing: Relações estabilizadas/Enfoque no resultado/Performance
optimizada: Esta é a fase em que uma equipa realmente o é, atingindo a
maturidade. A atitude chave é a flexibilidade, os diferentes procedimentos são
adotados para responder às diferentes necessidades. Os indivíduos já não
estão preocupados em assumir posições defensivas, estando centrados mais
nos resultados do que em si próprios. A liderança é decidida pela situação, e
não exclusivamente por padrões pré-estabelecidos.
V. Adjourning/transfering: Interrupção É o estágio final do desenvolvimento
dos grupos temporários, pois, prepara o grupo para o seu fim. Como as
atividades deverão ser concluídas e o grupo dissolvido, o foco deixa de ser o
desempenho das tarefas e passa para o encerramento dos trabalhos. Nesta
etapa, podem surgir sentimentos conflituantes dentro do grupo. Enquanto,
alguns membros se sentem mais contentes com o desempenho obtido, outros
ficam abatidos com o encerramento e com o fim da amizade nascida a partir do
convívio.
Uma equipa eficaz será aquela em que os elementos trabalham com energia e
entusiasmo, estando motivados para a realização da tarefa. Há um clima de abertura,
favorável às manifestações de criatividade, e no qual existe uma boa comunicação
entre os vários elementos. Todos estão focalizados para atingir o mesmo objetivo,
utilizando para isso processos eficazes. As tarefas são planeadas em conjunto, tendo
cada membro um papel claramente definido, todos fazem parte do processo de
tomada de decisão, a equipa está em aprendizagem contínua, há feedback do
desempenho dos elementos do grupo, não só por parte do líder, mas de todos os
outros membros. É visível o sentimento de coesão grupal.
Este último conceito merece atenção especial, uma vez que será provavelmente o
principal motor do trabalho em equipa, e como tal, o mais necessário para que os
indivíduos em grupo realizem a tarefa com excelência. A coesão é definida como “o
resultante de todas as forças que atuam sobre os membros para que permaneçam no
grupo”. As pessoas que constituem um grupo devem sentir alguma atração entre si,
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mantendo uma boa relação. É pelo facto de as pessoas cooperarem, e apresentarem
atitudes semelhantes, que se tornam coesas. Ou seja, as pessoas que fazem parte do
mesmo grupo partilham sempre algo em comum, partilham uma identidade. Diz-se
que os elementos de determinado grupo são coesos quando: existe uma
interdependência entre si, trabalham em conjunto para um objetivo comum, e este é
conseguido com o trabalho de todos. Existe alguma semelhança entre os membros do
grupo, o que faz com que eles executem as atividades do grupo; existe oportunidade
para todos participarem nas decisões.
A coesão de um grupo permite os membros do grupo:
• Permaneçam juntos;
• Confiem e sejam leais uns com os outros;
• Se sintam seguros;
• Se deixem influenciar pelo grupo;
• Que a satisfação aumente significativamente, à medida que o trabalho se
desenvolve;
• Que a interação se intensifique.
• Resistência à mudança;
18
3.4 Porquê trabalhar em Equipa?
faz com que o esforço conjunto seja maior do que a soma das partes.
19
• Condições-Fronteira - planear o trabalho, definir os tempos para a realização da
tarefa, identificar os recursos (espaço, referências, peritos a que pode recorrer)
fase 2 – condições-fronteira.
20
3.6 Obstáculos ao trabalho de Equipa
21
em causa quando um elemento em vez de maximizar o trabalho da restante Equipa o
atrasa e dificulta.
A nível profissional e de investigação a falta de autonomia/liberdade individual e
resultante obrigatoriedade de “submissão” ao pensamento de grupo são também
referidas como constrangimentos associados ao trabalho de Equipa. Jønsson e
Jeppesen (2013), no entanto, provaram num estudo que num verdadeiro trabalho em
Equipa, “quanto mais os colaboradores vivenciavam que a sua Equipa tinha
autonomia, mais vivenciavam, igualmente, a sua própria autonomia individual” (p. 86).
Sousa, Monteiro, Walton e Pissarra (2014) defendem que para tal suceder é necessária
uma liderança que, de forma segura, valorize o pensamento divergente e permita que
os membros da Equipa se expressem de forma livre, sem medo de serem criticados ou
corrigidos quando o fazem. Se o líder conseguir estabelecer este clima de partilha
aberta, ouvindo opiniões divergentes à sua com abertura, valorizando-as e
considerando-as verdadeiramente em vez de as “corrigir” imediatamente, estão
reunidas as condições para se obter o melhor de cada um dos membros e alcançar
soluções colaborativas altamente criativas e realmente eficazes para o trabalho
conjunto, bem como uma real e aberta coordenação entre todos os elementos.
Na figura seguinte estão sistematizados os obstáculos ao trabalho de Equipa, bem
como as características da equipa que cada obstáculo compromete.
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Se é verdade que algumas pessoas nascem mais aptas a ultrapassarem este tipo de
obstáculos e são geralmente apontadas como verdadeiros Team Players, a verdade é
que todas as competências associadas podem e devem ser treinadas. Uma pessoa que
se tenha sentido toda a vida académica, altamente desconfortável e pouco
competente nos trabalhos de grupo pode (e deve) desenvolver competências nesta
área que lhe permitam enfrentar este tipo de tarefas com sucesso e confiança.
1) Barreiras culturais
A) Mentalidade da gestão:
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• Não distinção entre o essencial e o acessório.
2) Barreiras individuais
• Indivíduo vs. Equipa;
• Incapacidade por parte do indivíduo de atingir os níveis desejáveis de
competências a nível estratégico, interpessoal e técnico.
Barreiras estruturais
os trabalhadores.
constante
Excesso de confiança
Dispersão e distracção
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• Na falta de um elemento firme que fique responsável por coordenar os
trabalhos, facilmente as atenções do grupo se podem desviar dos objectivos
traçados. Em consequência, acaba por haver muito tempo perdido e a equipa
desconcentra-se do trabalho.
Fecho ao exterior
Conformismo
Efeito ―”dominó”
Procura de liderança
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Como anteriormente referido, a equipa é um conjunto de pessoas que contribuem
para alcançar um objectivo comum, agindo de forma coordenada. Este sistema
necessita de uma gestão inteligente, e de uma constante monitorização por parte de
todos os seus elementos. Os erros cometidos terão de ser assinalados, as formas de
atuação remodeladas e o sistema reestruturado, para que a equipa trabalhe sempre
de forma eficaz e harmoniosa.
As descrições que se seguem dizem respeito a 4 componentes importantes, a ter em
conta na gestão de uma equipa, a coesão, a gestão do conflito, a capacidade de
cooperação entre os membros e o nível de comprometimento dos mesmos.
• Coesão e liderança
elementos.
• Gestão do conflito
O conflito é um sintoma comum no seio dos grupos, com o qual se deve lidar com
o maior cuidado. Numa situação de conflito, é frequente os indivíduos criarem a
sua própria base de poder, revelarem sentimentos de isolamento e exclusão, e
exibirem falta de sentido de objetividade. A autoridade do líder é sabotada
deliberadamente, e os elementos recusam-se a aceitar novas ideias. Para evitar ou
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corrigir este problema, deve tentar-se conjugar, sempre que possível, a orientação
para a tarefa e para o relacionamento interpessoal. Outro ponto importante é o
reconhecimento dos sentimentos de incerteza ou desmotivação, que deverão ser
resolvidos com base em técnicas conjuntas de resolução de problemas. Assim, é
construída uma visão partilhada dos objetivos, e são clarificados os papéis que
cada indivíduo desempenha na equipa.
• Capacidade de cooperação
• Nível de comprometimento
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Individualmente somos uma gota. Juntos, somos um oceano. Ryunosuke Satoro
30
adequadamente em conversas informais/sociais (“small talk”). Foi Pentland (2012)
quem provou que “o tempo social se revela profundamente crítico para a performance
da equipa, sendo responsável, muitas vezes, por mais de 50% das mudanças positivas
nos padrões de comunicação”. Neste estudo, o investigador sugeriu a uma empresa
que promovesse um intervalo conjunto para facilitar este tipo de contato.
Ultrapassadas as resistências iniciais e analisados os resultados, o diretor da empresa
instituiu esta dinâmica como regra em todas as delegações e prevê arrecadar 15
milhões de dólares com o respectivo aumento da produtividade. Na mesma
investigação, ficou claro outro aspecto fundamental, a comunicação mais eficaz é a
presencial, cara a cara. Muito abaixo ficam os telefonemas e, no nível mais baixo de
eficácia, a comunicação escrita, como os emails e sms. A facilitação das contribuições
de todos inclui ouvir os outros elementos atentamente, sem interromper enquanto
falam, comunicar de forma ativa e construtiva, aceitar as contribuições de todos e
reparar quando há alguém que está a contribuir menos, envolvendo-o no debate.
Também Pentland (2012) refere que os membros de equipas eficazes falam tanto
como ouvem, evitam monopolizar a partilha e mantêm as suas contribuições “short
and sweet” (breves e doces/agradáveis). A empatia, entendida como a capacidade que
algumas pessoas têm (ou podem desenvolver) para se pôr no lugar do outro, parece
facilitar a aceitação dos diferentes pontos de vista dos elementos de uma equipa,
vendo-os como parte da riqueza do grupo, constituindo-se também como uma forma
de conexão entre os indivíduos que lhes facilita a prevenção de alguns conflitos. A
Gestão de Conflitos de Forma Assertiva envolve evitar conflitos e minimizar tudo o que
não for central para o objetivo, bem como gerir situações de conflito tendo em conta
as necessidades de todos os membros da equipa (inclusive as suas) de forma nem
passiva nem agressiva. Envolve igualmente lidar com os conflitos declarados de forma
a manter a coesão da equipa. Existe ainda uma competência que se revela essencial
em vários aspetos da comunicação interpessoal, o feedback. Como em Engenharia ou
nas Ciências da Vida, o feedback consiste numa informação, partilhada entre duas
pessoas, em que uma dá uma indicação à outra sobre a necessidade de cessar ou de
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aumentar a frequência de um determinado comportamento. Aparentemente simples,
este mecanismo de regulação interpessoal frequentemente torna-se ineficaz pelo
facto de vir “carregado” de juízos de valor ou de ser sentido como punitivo, perdendo
o seu caracter informativo e, ao invés, gerar defesas no outro. Assim, o feedback para
ser eficaz (ou construtivo) deve ser descritivo (o que aconteceu, quando e como),
específico (qual é o comportamento que se deseja que mude e como o mudar),
objectivo (sem carga emocional excessiva), compatível com as necessidades de ambos
os intervenientes, oportuno (logo após a ocorrência do episódio ou comportamento,
sempre que possível) e informado, devendo terminar com um pedido explícito relativo
ao que se pretende que o outro mude no seu comportamento. Uma forma simples de
pensar num feedback construtivo é pensar que nos referimos ao comportamento da
pessoa (inserido num dado contexto) e não à pessoa nela mesma, isto é,. à sua
personalidade ou caracter (generalização).
Já deve ter pensado que, até aqui, se falou mais de comunicação e menos da forma
como os membros da equipa realmente realizam o seu trabalho. Na verdade, na
totalidade das características indicadas pelos autores, esta é a que menos é referida. A
Contribuição para o Projecto da Equipa aborda este aspeto e inclui aceitar uma parte
justa do trabalho global, desenvolver as suas tarefas de forma competente, utilizar as
tecnologias de forma eficaz, completar as tarefas no tempo indicado e dar feedback
construtivo aos outros elementos da equipa.
Para além destas características indicadas por Hastie, Fahy e Parratt (2014), outros
autores referem outras, tais como a adaptabilidade (Kay, Maisonneuve, Yacef, &
Reimann, 2006) a novas situações, contextos e tarefas; o respeito pela propriedade
das ideias/trabalho dos outros (Frey, 2013) e a procura de ideias fora da Equipa
(Pentland, 2012), sem que isso minimize o envolvimento com os outros membros.
32
4. Comunicação
(Anthony Robbins)
A palavra comunicar provém do latim comunicare que significa pôr em comum, entrar
em relação com
Componentes da comunicação
A comunicação só se estabelece se um emissor e um receptor conseguirem transmitir
uma mensagem através de um canal.
33
Emissor: É aquele que tem a iniciativa da comunicação. Ele deve transmitir a
sua mensagem em termos que sejam inteligíveis para o outro.
Receptor: É aquele a quem a mensagem é dirigida. Ele captará a mensagem à
medida que estiver sintonizado com o emissor. Além disso, se ele quiser
favorecer o contato iniciado pelo emissor, deverá também estar
psicologicamente aberto para o outro. De outro modo, ele poderá ouvir a
mensagem, mas não captá-la ou aceitá-la. Para que um indivíduo ao longo de
uma comunicação transmita ou receba uma mensagem adequadamente, é
necessário que haja uma boa motivação, seguida da perceção e também da
expressão.
Mensagem: Constitui o conteúdo da comunicação. Se ela consiste unicamente
numa informação, trata-se de uma mensagem ideacional. Se, por outro lado,
ela exprime um sentimento, trata-se de uma mensagem afetiva. Conforme se
trate de uma mensagem positiva ou negativa, ela estará carregada de ternura
ou de agressividade. Ela pode, portanto, comportar elementos tanto inteletuais
como afetivos.
Canal: É constituído pelo grupo de símbolos utilizados para formular a
mensagem de tal modo que faça sentido para o recetor. A linguagem escrita ou
oral é sem dúvida o código mais frequentemente utilizado. Mas a música, a
pintura, a escultura, a dança, a mímica e a televisão são outros canais que nos
permitem transmitir mensagens. Os códigos audiovisuais são, sem dúvida
alguma, os mais produzidos pela técnica moderna.
a) As opiniões e atitudes do recetor fazem com que ele só ouça ou leia o que lhe
interessa ou ouça a mensagem conforme a sua opinião, mesmo que o seu conteúdo
seja contrário.
b) O egocentrismo que nos impede de ver o ponto de vista de quem fala, fazendo com
que refutemos tudo o que o outro nos disse, sem ter ouvido o que ele quis dizer
realmente. Exemplo, quando ouvimos uma piada e, antes do seu final, já procuramos
uma melhor para contar. Isto até nos impede de rir da piada contada.
e) A frustração impede a pessoa sujeita a ela, de ouvir e entender o que está a ser dito.
g) A projeção que nos leva a emprestar a outrem intenções que nunca teve, mas que
teríamos no lugar dela.
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Escrita – livros, cartazes, jornais, etc...
É através da comunicação não verbal que transmitimos muitas das nossas emoções e
dos nossos sentimentos
Contradição
Substituição
Repetição
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Regulação
Expressão afetiva
Existem várias barreiras à comunicação que levam muitas vezes a ideias distorcidas,
erradas, exageradas quando as pessoas comunicam, principalmente quando esta
comunicação não é feita cara a cara. Algumas dessas barreiras:
- O utilizar uma linguagem que não é entendida pelo interlocutor ou é demasiado
ambígua
- Referir ideias ou evocar sentimentos não adaptados ao objetivo da comunicação,
- A visão do mundo, valores e crenças diferentes,
- O cansaço ou doença.
A comunicação é uma das características mais importantes em qualquer aspeto da
nossa vida. Para além de obrigatório, regula, favorece e bloqueia a interação entre as
pessoas, o trabalho em equipa, a vida pessoal e a vida numa organização.
37
5. Liderança
39
outras, pois as organizações buscam atingir suas metas e as pessoas lideradas, ou
melhor, os novos profissionais estão cada vez mais ágeis. Gostam de pessoas que os
apoiam, que lhe dêm constante força, cobrando, incentivando, e enfrentando os
problemas juntos. A liderança democrática também se destaca pela prevalência da
democracia na forma com que se lidera, ou seja, o líder caracteriza os objetivos,
mostra o que deve ser feito, mas escuta os liderados, pede sugestões e deixa algumas
decisões a cargo do grupo. Conforme pode ser visto no Quadro, a liderança autocrática
é baseada numa centralização no líder, sendo ele responsável por todas as decisões
sem pedir as considerações de cada elemento do grupo. Este tipo de liderança muitas
vezes desagrada os liderados fazendo com os mesmos não se sintam motivados por
não poderem participar ou colaborar para que sejam tomadas as decisões. Já a
liderança liberal é oposta à autocrática, pois o líder existe apenas para fazer uma
mediação. Na maioria das vezes essa liderança agrada os liderados de forma geral, mas
não consegue muito bem definir regras de controle, pois todos podem contribuir com
suas opiniões no processo de tomada de decisões.
Segundo Heifetz (2000 apud ALONSO, 2005, p. 1) a tarefa do líder consiste em “ajudar
as pessoas a encarar a realidade, e mobilizá-las para que façam mudanças”. Para
Hunter (2004), o líder deve identificar e satisfazer a necessidade de seus liderados e
servi-los, ou seja, atendê-los, o que não se trata de satisfazer as vontades, mas sim as
necessidades. O líder, por meio de sua ação, deve saber obter a cooperação entre as
pessoas. Precisa ser capaz de desenvolver, estabelecer e manter uma direção, além de
promover a convergência de diferentes perceções, interesses e objetivos. De acordo
com Heifetz (2000 apud ALONSO, 2005, p. 1) todo líder possui cinco atividades básicas,
e a liderança deve ser definida como um conjunto de atividades e não como um
conjunto de características pessoais. A primeira atividade está relacionada a
diagnosticar problemas, em que se diferenciam os problemas técnicos dos problemas
de adaptação, já que ambos demandam tratamentos diferentes. Os técnicos e
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rotineiros são resolvidos pela intervenção de um perito, normalmente tratam de
trabalhos relacionados a máquinas e equipamentos. Entretanto, os problemas de
adaptação não têm respostas adequadas desenvolvidas; para eles, não há
procedimentos nem experiências que possam resolvê-los diretamente. Estes
problemas levam as pessoas a inovar e a aprender, e exigem liderança. Em tais
situações de necessidade de diferenciação, os líderes terão de identificar e definir três
questões: quais as competências, normas e valores culturais da organização valem a
pena preservar, quais terão de ser descartados, e que inovações são necessárias para
que a empresa possa utilizar o melhor de sua história e avançar rumo ao futuro.
A segunda atividade, segundo Heifetz (2000 apud ALONSO, 2005, p. 1), relaciona-se a
expor desafios. Neste caso, o líder não deve encontrar respostas, nem fornecê-las
gratuitamente, mas sim procurar formular as perguntas apropriadas. O líder precisa
desenvolver no grupo um espírito criativo, inovador, que encoraje as pessoas a estar
sempre à procura de novos desafios, como forma de obter maior conhecimento e
experiência em novas e adversas situações. Em seguida, o autor refere-se à
necessidade do líder em entusiasmar as pessoas, mobilizando-as com o intuito de que
sejam capazes de assumir suas responsabilidades, de enfrentar as mudanças que
forem necessárias e de orientar a atenção para os temas difíceis, ao invés de evitá-los.
Para o autor, o líder precisa encorajar seus subordinados, a fim de que trabalhem
comprometidos com os objetivos da empresa. Um líder que não transmite entusiasmo
em qualquer que seja a situação provavelmente não obterá o respeito e a admiração.
A quarta atividade refere-se a regular o nível de conflito e de desordem. O conflito,
conforme afirmado pelo autor, é uma das causas da inovação, deve ser administrado
por um líder que tenha autoridade sobre seus liderados, de forma que se torne
produtivo e gere inovações. Os conflitos internos podem resultar em competições
internas e podem acabar por prejudicar o rendimento dos funcionários da empresa.
Porém, se o conflito for bem administrado, de forma que não prejudique as relações
de trabalho, ele poderá tornar-se produtivo. Para que essa produtividade seja
alcançada, é extremamente importante que o líder saiba trabalhar com cada um dos
41
seus liderados, impondo regras e limites para as competições. A quinta, e última
atividade, mencionada por Heifetz (2000 apud ALONSO, 2005, p. 1) está relacionada à
visão de longo prazo do líder. É necessário lembrar frequentemente às pessoas qual é
a visão de longo prazo e explicar por que o trabalho delas é importante para a
organização. A comunicação da visão é uma forma de motivar os liderados e de dar
sentido aos seus esforços. Com a visão, os liderados podem definir com clareza o que o
líder e a própria organização anseiam, podendo também definir metas próprias. Rossi
(2013, p. 40) sugere que, no mundo atual, “o papel do líder mudou. As empresas já
não procuram um chefe supremo, mas um articulador de talentos, que saiba encontrar
as pessoas certas para executar as tarefas e obter resultados”. E com a necessidade de
respostas rápidas e obtenção de resultados em prazos menores, o líder precisa de ser
dinâmico e muito proativo.
Rocha (2005) afirma que o mundo está em constante processo de atualização, e que os
profissionais que têm a capacidade de se adequar, ou se atualizar, conseguirão ter
melhor rendimento perante os outros. Segundo o autor, os líderes precisam de estar
sempre em desenvolvimento e adquirindo frequentemente novos conhecimentos, ou
os seus conceitos ficarão ultrapassados. Ervilha (2008, p. 55) sugere que uma pessoa
pode nascer líder, ou seja, ser um líder nato, ou pode desenvolver atributos de
liderança. Para o autor,
“o líder nato é aquele que nasce com esse dom, reúne caraterísticas de personalidade e
tem atitudes que fazem dele naturalmente um líder. O líder treinável é aquele que não
nasceu com este dom, mas tem algumas caraterísticas e desenvolve outras com muito
esforço e muito empenho. Muito aplicado, consegue o respeito de todos. O líder
formidável é aquele que nasceu com caraterísticas de liderança e, além disso, é
extremamente esforçado, treina e desenvolve habilidades, tonando-se um líder
admirável. “
42
Candeloro (2013) também relata que um líder pode já nascer com características de
liderança, mas também afirma que uma pessoa pode ser treinada ou desenvolver
qualidades e competências para se tornar um. O autor apresenta algumas
particularidades que todos os líderes atuais devem possuir ou, pelo menos, tentar
desenvolver ao longo do seu caminho, pois são necessidades que o mundo em
constante atualização espera dos atuais e novos líderes:
Saber entregar à sua equipa os seus objetivos e ter consistência na entrega dos seus
resultados. Um líder deve saber como transmitir de modo simples e descomplicado
todos os objetivos que a organização espera deles e como todos deverão agir para que
isso ocorra. As empresas contratam líderes para atingirem os seus objetivos e não para
no final de cada mês, explicar o porquê de não ter alcançado as suas metas. É
necessário ter uma consistência para saber gerar os resultados;
Conetar a empresa a todos os funcionários: a equipa tem que estar ligada totalmente
a empresa, deve-se saber o que a empresa quer e persegue no mercado, como sua
missão, sua definição e o planeamento da sua existência;
Ser criativo, saber criar processos: o processo da empresa deve ser organizado, em
busca da excelência. Quando se tem um processo organizado e de modo eficaz tudo se
43
torna mais ágil,
Ser perseverante e ter foco no lucro: qualquer empresa no mercado, antes de sua
missão, procura o lucro. Conseguir mostrar à equipa que a empresa precisa sobreviver,
e, para isso, é necessário agregar valor,
Estar preparado para o futuro e para novas oportunidades: tentar fazer antecipações
de mercado e procurar soluções são atividades necessárias para que tudo flua de
modo a não se ter problemas no futuro;
Ainda abordando as particularidades que os líderes atuais devem possuir, Rossi (2013)
sugere:
Ir direto à fonte: o novo líder precisa de ser direto quando for necessário à resolução
ou a implantação de problemas e ou objetivos;
Fazer perguntas: “o bom líder não deve ter medo de perguntar” (ROSSI, 2013, p. 45);
Não ter medo de errar: o mundo das organizações não aceita que um líder erre
sempre, mas é necessário arriscar de vez em quando. Nunca se tem total certeza que
tudo vai acontecer corretamente, e o mundo e as ações tomadas mudam
constantemente;
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líder não conseguirá tirar grande proveito do colaborador e o mesmo também
tampouco irá conseguir desenvolver suas habilidades e gerar bons resultados.
Outra característica muito forte seria conquistar a confiança das pessoas, pois, quando
as pessoas realmente acreditam nos seus líderes, elas vão entender e respeitar suas
decisões levando em conta que isso é o melhor para o grupo e para a organização.
Grandes líderes estão por vir, com qualidades realmente diferentes dos líderes do
passado, com respostas mais aguçadas, almejando novas conquistas, sendo mais
flexíveis e também mais ligados com os objetivos das organizações.
Num mundo onde as repostas são quase que instantâneas, as pessoas precisam
procurar conhecimento e estar em constante atualização e principalmente dispostas a
mudar. As grandes organizações anseiam por profissionais desse tipo.
45
6. Motivação
competição;
Começar a realizar uma tarefa pelas atividades mais fáceis pode ser motivador
porque faz com que êxito promova êxito nas actividades seguintes;
Quando a tarefa é significativa para o sujeito, gera motivação intrínseca. É,
pois, importante que o sujeito se identifique com a tarefa e que retire algum
prazer dela;
46
As mudanças moderadas ao nível da dificuldade e da complexidade favorecem
a motivação intrínseca. Já as mudanças bruscas e repentinas têm o efeito
contrário e diminuem o nível motivacional do sujeito;
O líder que dá autonomia no trabalho promove a motivação, o sucesso e a
auto-estima;
O ambiente que se desenvolve no contexto laboral poderá se mais motivador
se houver bom ambiente, otimismo e confiança. A atmosfera interpessoal
influencia o desempenho
poderoso estímulo;
passivas;
A competição doseada pode ser um bom recurso à motivação, quando usada
com outro;
47
7. Competências para trabalhar em equipa
inclusão;
48
Conclusão
Trabalhar em equipa nem sempre é fácil: geram-se conflitos, os indivíduos têm que
aprender a fazer cedências, a liderança nem sempre é clara. No entanto, vimos ao
longo deste manual as vantagens que surgem quando uma tarefa é realizada em
equipa: novos desafios, maior eficácia da organização, novos conhecimentos,
enriquecimento pessoal através da troca de ideias, responsabilidade distribuída por
todos os membros da equipa, espírito de entreajuda, desenvolvimento de objetivos e
expetativas comuns.
Cada ser humano é específico, original, e possui as suas reações próprias, e as suas
necessidades que procura satisfazer. Por esta razão, no seio das equipas surgem por
vezes problemas de comunicação, desmotivação ou conflito. Curiosamente, o segredo
para o bom funcionamento de uma equipa está precisamente nas peculiaridades que
fazem com que cada ser humano seja único, nas suas competências específicas,
naquilo de diferente que tem para oferecer ao outro e à equipa. Abraçar essas
diferenças, e fazer delas o ponto forte de uma equipa é a chave para o sucesso da
mesma. Aceitar que o outro é diferente de nós, e que deve ser respeitado como tal,
orgulharmo-nos de nós mesmos mas aceitar as nossas ineficácias, elogiar o outro mas
criticar construtivamente aquilo que poderia ter feito melhor, é o que irá distinguir
uma equipa vencedora de todas as outras.
Estejam abertos para as especificidades que o mundo atual exige a todos nós no dia a
dia, pois, se assim o fizerem, estarão mais preparados e habilitados, para os enfrentar
e atinguir o que todos nos propomos no nosso meio laboral, o sucesso
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Lembrem-se que o sucesso das empresas para as quais trabalhamos, depende de
todos nós e o sucesso delas, direta ou indirectamente, será o nosso também.
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Bibliografia
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