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Rodada #1
Direito Administrativo
Professor Carlos Antônio Bandeira

Assuntos da Rodada

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO1: 1 Noções de organização administrativa.

2 Administração direta e indireta, centralizada e descentralizada. 2.1 Legislação

administrativa: Administração direta, indireta, e paraestatal.3 Poderes

administrativos. 3.1 Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. 3.2 Uso e abuso

do poder. 4 Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies.

4.1 Legislação administrativa: Atos administrativos. 5 Agentes públicos. 5.1 Espécies e

classificação. 5.2 Cargo, emprego e função públicos. 5.3 Lei n. 8.112/1990 e alterações:

regime disciplinar (deveres e proibições, acumulação, responsabilidades, penalidades).

5.4 Requisição. 5.5 Regime jurídico dos servidores públicos federais: admissão,

demissão, concurso público, estágio probatório, vencimento básico, licença,

aposentadoria. 6 Lei n. 8.429/1992: das disposições gerais, dos atos de improbidade

administrativa. 7 Licitação. 7.1 Princípios, dispensa e inexigibilidade. 7.2 Modalidades.

7.3 Lei n. 8.666/1993. 8 Controle e responsabilização da administração. 8.1 Controles

administrativo, judicial e legislativo. 8.2 Responsabilidade civil do Estado.

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OBS.:compreende os subitens de NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO, ossubitens 5.2 e 5.3 de
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO e o item 6 e respectivos subitens de ADMINISTRAÇÃO, os quais foram
aglutinados e organizados com objetivo de serem estudados em ordem lógica e didática.
DIREITO ADMINISTRATIVO

a. Teoria

Estado e Governo

1. Estado - O Estado é pessoa jurídica territorial soberana, constituída por um povo,

em um determinado território, regido por governo soberano.

1.1. Povo: conjunto de indivíduos unidos para formação da vontade geral do

Estado.

1.1.1. População: conceito demográfico que significa contingente de

pessoas que, em determinado momento, estão no território do

Estado.

1.1.2. Nação: conceito que pressupõe uma ligação cultural entre os

indivíduos.

1.2. Território: base geográfica do Estado (dimensão espacial).

1.3. Soberania: atributo do Estado de não conhecer entidade superior na ordem

externa, nem igual na ordem interna (JEAN BODIN).

1.4. O Estado é sujeito capaz (ente personalizado) para adquirir direitos e

contrair obrigações na ordem jurídica nacional e, no convívio com outros

Estados soberanos, na internacional.

1.5. A divisão política do território, organização de seus poderes, forma de

governo e o modo de aquisição de poder dos governantes são temas

previstos na Constituição Federal.

1.6. A União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios são

pessoas jurídicas de direito público interno dotadas deautonomia

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política[art. 18, “caput”, da Constituição Federal (CF)], sendo que as demais

pessoas jurídicas de direito público interno (autarquias, associações públicas

e demais entidades de caráter público criadas por lei) possuem apenas

autonomia administrativa, mas não política [art. 41, IV e V, do Código Civil

em vigor (CC)].

2. Forma de Estado – A organização política estatal classifica-se em Estado unitário

e Estado federado.

2.1. Estado unitário: há apenas um poder central (“centralização política”), que

irradia sua competência, de modo exclusivo, para todo o território nacional e

sua população. Esse poder controla todas as coletividades regionais e locais.

Ex.: Uruguai.

2.2. Estado federado(complexo ou composto): é marcado pela

“descentralização política”, tendo em vista a convivência, no mesmo

território, de diferentes entidades políticas autônomas e regionalmente

distribuídas. Ex.: Brasil (União, Estados, Municípios e Distrito Federal, no

mesmo território), caso em que a forma federativa é cláusula pétrea, isto é,

não pode ser abolida por intermédio de reforma constitucional (art. 60, § 4º,

I, da CF).

2.2.1. Ausência de subordinação: os entes federativos não são

subordinados uns aos outros (não há hierarquia entre eles), pois

cada ente possui autonomia politica, financeira e

administrativa, e há inter-relacionamento entre os entes

federativos por meio de coordenação, e não por subordinação.

Obs.: a Constituição Federal prevê os casos em que a competência

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DIREITO ADMINISTRATIVO

para editar normas gerais é privativa do Congresso Nacional, por

meio de leis de caráter nacional, de observação obrigatória por

todos os entes da Federação.

3. Poderes de Estado – O poder é uno e indivisível, porém o termo “Poderes”

aplica-se para designar conjuntos de órgãos que recebem competências

constitucionais para o desempenho de funções estatais.

3.1. A tripartição dos Poderes também é cláusula pétrea, pois não pode ser

abolida por reforma constitucional (art. 60, § 4º, III, da CF).

3.2. Atenção:

3.2.1. No âmbito da União, a ordem constitucional estabeleceos três

Poderes, os quais são “harmônicos e independentes entre si” (art. 2o

da CF).

3.2.2. Nos Estados-Membros, a divisão é idêntica em relação à União.

3.2.3. No Distrito Federal, é da competência da União manter seus

Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário (art. 21, XIII, da CF).

3.2.4. OsMunicípios são os únicos entes da Federação que não

possuem Poder Judiciário em sua estrutura.

4. Funções típicas e atípicas -Cada Poder estatal possui competências próprias

para exercer funçõestípicas (relacionadas com a natureza do órgão) e atípicas

(funções de caráter acessório que são típicas de outros Poderes). Essa

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caracterização corresponde ao denominado modelo de separação de Poderes

flexível.

4.1. Poder Legislativo: possui asfunções típicas de legislar e fiscalizar o Poder

Executivo,e as funções atípicas para administrar (na gestão de bens,

pessoal e serviços) e julgar (nos casos de autoridades acusadas de praticar

crime de responsabilidade.

4.2. Poder Executivo: tem a função típica de administrar, e as funções

atípicas de legislar (edições de lei delegada e medida provisória), e julgar

(decisões proferidas em processos administrativos).

4.3. Poder Judiciário: possui a função típica de julgar, e as funções atípicas

de administrar (gestão de bens, pessoal e serviços) e legislar (edição de

regimento interno de tribunais).

4.3.1. Lembre-se que as funções típicas do Poder Legislativo são duas

(e não apenas uma):legislar e fiscalizar os atos do Poder Executivo

(arts. 49, X, 58, § 2º, III, e 70 da CF).

4.3.2. Administração Pública: essa expressão não se confunde com o

Poder Executivo! Na verdade, caracteriza o conjunto de órgãos e

agentes estatais no exercício da função administrativa,

independentemente se são pertencentes ao Poder Executivo, ao

Legislativo, ao Judiciário, ou a qualquer outro organismo estatal,

como o Ministério Público ou Defensorias Públicas.

5. Sistemas de Governo – Mediante observação do relacionamento entre os

Poderes Legislativo e o Executivo nas atividades governamentais, o sistema de

governo pode ser presidencialista ou parlamentarista.

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5.1. Sistema presidencialista: predomina o princípio da divisão dos Poderes,

que devem ser independentes e harmônicos entre si. O Presidente da

República exerce a chefia do Poder Executivo em toda a sua inteireza,

acumulando as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, e

cumpre mandato fixo, não dependendo da confiança do Poder Legislativo

para sua investidura, tampouco para o exercício do cargo. Por sua vez, o

Poder Legislativo não está sujeito a dissolução pelo Executivo, uma

vez que seus membros são eleitos para um período certo de tempo.

5.2. Sistema parlamentarista: há, nesse sistema, de forma predominante,

colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo. Nele, o Poder

Executivo é dividido em duas frentes: a) uma chefia de Estado,

exercida pelo Presidente da República ou pelo Monarca; b) uma chefia de

governo, exercida pelo Primeiro Ministro ou pelo Conselho de Ministros.

O Primeiro Ministro normalmente é indicado pelo Presidente da

República, mas sua permanência no cargo depende da confiança do

Parlamento. Se o Parlamento retirar a confiança do governo, ele cai,

exonera-se, dando lugar à formação de um novo governo, porque os

membros do governo não possuem mandato, tampouco investidura a

prazo certo, mas apenas investidura de confiança. Por outro lado, se o

governo entender que o Parlamento perdeu a confiança do povo, poderá

optar pela dissolução do Parlamento, convocando novas eleições

extraordinárias para a formação de outro Parlamento que lhe dê

sustentação.

5.3. No Brasil:optou-se pelo sistema presidencialista de governo. O

Presidente da República é o Chefe do Poder Executivo federal e exerce,

com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da

Administração Pública federal, cabendo a ele sua organização e

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estruturação (arts. 61 e 84 da CF). Em decorrência da forma federativa de

Estado e do princípio da simetria das esferas políticas, os Chefes dos

Poderes Executivos e das Administrações Públicas do Distrito Federal e

dos Estados serão, respectivamente, o Governador do Distrito Federal e

os Governadores dos Estados; pela mesma razão, os Chefes dos Poderes

Executivos dos Municípios, bem como das Administrações Públicas dos

Municípios, serão os seus Prefeitos.

5.4. Função política: abrange as funções de comando, de coordenação, de

direção e de estipulação de planos e diretrizes de atuação do Estado

(políticas públicas).

5.5. Governo: a função politica é própria do governo, abrange atribuições que

decorrem diretamente da Constituição e por esta se regulam.Exs.:

declaração de guerra, intervenção federal em Estado-Membro, sanção a

projeto de lei.

5.6. Distinções entre ato de governo e ato administrativo:

5.6.1. Fonte de competência: o ato de governo tem sua competência

extraída diretamente da Constituição; no caso do ato

administrativo, é da lei.

5.6.2. Margem de liberdade (discricionariedade): o ato de governo é

caracterizado por acentuada margem de liberdade, a normalmente

prevista para ato administrativo é menor.

6. Formas de governo - Esse conceito revela a maneira como se institui o poder na

sociedade e a relação entre governantes e governados.

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6.1. República (“res publica”, coisa do povo): a instituição do poder ocorre

por intermédio de eleiçõesperiódicas (não vitaliciedade dos cargos

políticos, temporalidade dos mandatos eletivos),casos em que o

governanteeleito representa o povo (representatividade popular) e

deve prestar contas de seus atos (responsabilidade do governante).

6.2. Monarquia: nesse caso, a forma de governo é marcada pela

hereditariedade (não há eleições para instituição do

poder)vitaliciedade(não temporariedade do mandato),ausência de

representação popular (representa linhagem familiar) e

irresponsabilidade do governante (não responde perante o povo pelos

atos de governo, pois inexiste o dever de prestar contas).

6.3. No Brasil: a primeira forma de governo adotada foi a monárquica

(com a chegada da família real portuguesa), sendo que, a partir da

Constituição de 1891, implantou-se a forma republicana de governo.

Administração Pública

7. Administração Pública – Essa expressão pode ser utilizada em sentido amplo ou

em sentido estrito.

7.1. Sentido amplo: abrange os órgãos de governo, com as funções políticas

que exercem (elaboração de políticas públicas, que envolvem diretrizes e

programas de ação governamental e planos de atuação estatal) e os

órgãos e pessoas jurídicas que desempenham funções meramente

administrativas (execução profissional, técnica e neutra, das políticas

públicas formuladas no exercício da atividade política).

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7.2. Sentido estrito: inclui os órgãos e pessoas jurídicas administrativos, com

as funções por eles exercidas, de natureza administrativo-profissional,

técnica, instrumental, apartidária, visando à execução dos programas de

governo. Portanto, excluem-se, dessa definição, os órgãos de governo

e as funções políticas que eles exercem (elaboração das políticas

públicas).

8. Administração Pública – O uso dessa expressão também pode ser classificado:

a) em sentido formal, subjetivo ou orgânico;e b) em sentido material, objetivo ou

funcional.

8.1. Em sentido formal, subjetivo ou orgânico: conjunto de órgãos, pessoas

jurídicas e agentes identificados como Administração Pública (quem

exerce). Não importa a atividade que exerçam (em regra, esses órgãos,

entidades e agentes desempenham função administrativa).

8.2. Em sentido material, objetivo ou funcional: conjunto de atividades que

costumam ser consideradas próprias da função administrativa. O conceito

adota a atividade como referência (não obrigatoriamente quem a exerce).

Normalmente são classificadas como próprias da Administração Pública

em sentido material as seguintes atividades:

8.2.1. Serviço público: prestações concretas que representem, em si

mesmas, diretamente, utilidades ou comodidades materiais à

população em geral, oferecidas pela Administração Pública formal

ou por particulares delegatários (sob regime jurídico de Direito

Público);

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8.2.2. Polícia administrativa: restrições ou condicionamentos impostos

ao exercício de atividades privadas em beneficio do interesse

público. Ex.: atividades fiscalizatórias;

8.2.3. Fomento: incentivo à iniciativa privada de utilidade pública. Ex.:

concessão de subvenções e benefícios fiscais;

8.2.4. Intervenção: abrange toda intervenção estatal no setor privado

(exceto sua atuação direta como agente econômico). Ex.:

intervenção na propriedade privada (desapropriação e

tombamento), no domínio econômico (atuação como agente

normativo e regulador, por meio das agências reguladoras, como é

o caso das medidas de repressão a práticas tendentes à eliminação

da concorrência) etc.

8.3. No Brasil: adota-se o critério formal de Administração Pública. A

Administração Pública, segundo o ordenamento jurídico brasileiro, é

integrada exclusivamente:

8.3.1. pelos órgãos integrantes da denominadaAdministração direta:

órgãos integrantes da estrutura de uma pessoa política que

exercem função administrativa; e

8.3.2. pelas entidades da Administração indireta: autarquias,

fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia

mista. Obs.: Háempresas públicas e sociedades de economia mista

que desempenham atividade eminentemente econômicas (art. 173

da CF). Porém, a atuação direta estatal no campo econômico como

agente produtivo (Estado-empresário) não configura atividade de

Administração Pública em sentido material.

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8.3.3. Nãointegram a Administração Pública formal brasileira,

embora exerçam atividades identificadas como próprias da

função administrativa: apesar da atividade exercida, algumas

entidades privadas não integram a Administração Pública brasileira,

justamente porque no Brasil é adotado o critério formal, e não

subjetivo:

a) concessionárias de serviços públicos (atuam por

delegação);

b) organizações sociais (exercem atividades de utilidade

pública, previstas em contrato de gestão celebrado com o

poder público).

8.3.4. Atenção: alguns doutrinadores identificam a Administração

Pública brasileira, em seu sentido subjetivo, com a totalidade do

aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução das

atividades compreendidas na função administrativa, a exemplo da

pela professora MARIA SYLVIA DI PIETRO: “Desse modo, pode-se definir

Administração Pública, em sentido subjetivo, como o conjunto de

órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da

função administrativa do Estado”. Não obstante, afirmam que a

Administração Pública formal, no Brasil, inclui a Administração

direta e a indireta, porém, de forma contraditória, acrescentam, a

esta última, as empresas públicas e as sociedades de economia

mista que exercem atividades econômicas, bem como as

concessionárias de serviço público e as organizações sociais.

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9. Governo a Administração Pública – Na obra de HELY LOPES MEIRELLES, destaca-se

que Governo e Administração são vocábulos que andam juntos e muitas vezes

são confundidos, embora expressem conceitos diversos nos vários aspectos em

que se apresentam.

9.1. Governo:

a) em sentido formal: é o conjunto de Poderes e órgãos

constitucionais;

b) em sentido material: é o complexo de funções estatais básicas;

c) em sentido operacional, é a condução política dos negócios

públicos.

9.2. Administração Pública:

a) em sentido formal: é o conjunto de órgãos instituídos para

consecução dos objetivos do Governo;

b) em sentido material: é o conjunto das funções necessárias aos

serviços em geral;

c) em sentido operacional: é o desempenho perene e sistemático,

legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele

assumidos em benefício da coletividade.

 “Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado,

preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação

das necessidades coletivas” (HELY LOPES MEIRELLES).

Entidades Políticas e Administrativas

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10. Entidades – A palavra "entidade" é empregada como sinônimo de “pessoa

jurídica”. Diferentemente, o vocábulo "órgão" é utilizado para designar um

conjunto de competências administrativas desprovido de personalidade jurídica.

Na verdade, os órgãos integram a estrutura de uma pessoa jurídica.

11. Entidades políticas, pessoas políticas ou entes federados (ou federativos) –

são as pessoas jurídicas de direito público interno que compõem a Federação

brasileira (a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios), dotadas de

diversas competências de natureza política, legislativa e administrativa.

Caracterizam-se por possuírem autonomia política.

11.1. Autonomia política: capacidade de auto-organização (elaboração das

próprias Constituições ou Leis Orgânicas) e possibilidade de legislar (com

fundamento em competências próprias, diretamente atribuídas pela CF).

12. Entidades administrativas – são as pessoas jurídicas que integram a

Administração Pública formal brasileira. São as pessoas jurídicas que compõem a

Administração indireta: as autarquias, as fundações públicas, as empresas

públicas e as sociedades de economia mista.

12.1. As entidades administrativas não dispõem de autonomia política,

pois não detêm competências legislativas: limitam-se a exercer

competências de execução das leis editadas pelas pessoas políticas. As

entidades administrativas só possuem competências administrativas

(mera execução de leis).

12.2. As entidades administrativas possuem autonomia administrativa (

capacidade de autoadministração): não são hierarquicamente

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subordinadas à pessoa política instituidora e têm capacidade para editar

regimentos internos dispondo acerca de sua organização e

funcionamento (gestão de pessoas, financeira, de seus serviços),

observados os limites previstos na lei que criou ou autorizou a criação da

entidade administrativa.

12.3. Tutela ou supervisão: por outro lado, essas entidades são vinculadas

(sem hierarquia) à pessoa política instituidora, que exerce sobre elas

controle administrativo denominado tutela ou supervisão, exercido nos

termos da lei, visando à verificação do atingimento de resultados, tendo

em conta as finalidades para cuja consecução a entidade administrativa

foi criada.

Centralização,descentralização, desconcentração e concentração

administrativas

13. Execução da função administrativa estatal – O Estado executa a função

administrativa por meio de órgãos, pessoas jurídicas e seus agentes. Destacam-se

quatro conceitos importantes a respeito do assunto:

centralização,descentralização, desconcentração e concentração.

13.1. Dica:

Centralização Mesma pessoa Só Administração direta

Descentralização Outra pessoa P/Administração indireta

Desconcentração Mesma pessoa Só Adm.direta ouindireta

Concentração Mesma pessoa (Inverso) Só Adm. direta ou indireta

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DIREITO ADMINISTRATIVO

14. Centralização administrativa: o Estado executa suas tarefas diretamente, por

meio dos órgãos e agentes integrantes da Administração direta. Assim, os

serviços são prestados diretamente pelos órgãos do Estado, despersonalizados,

integrantes de uma mesma pessoa política (União, Distrito Federal, Estados-

Membros ou Municípios).

15. Descentralização administrativa: o Estado desempenha algumas de suas

atribuições por meio de outras pessoas, e não por sua Administração direta. A

descentralização pressupõe duas pessoas distintas: o Estado (União, Distrito

Federal, Estado-Membro ou Município) e a pessoa que executará o serviço, por

ter recebido do Estado essa atribuição. Pode ocorrer mediante três formas: a)

outorga; b) delegação; ou c) descentralização territorial.

15.1. Outorga, descentralização por serviços ou delegação legal: ocorre via

edição de lei que institui a entidade ou autoriza a sua criação uma

entidade (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e

fundações públicas) e a ela transfere determinado serviço público,

normalmente porprazo indeterminado.

15.2. Delegação(descentralização por colaboração ou delegação negocial):

o Estado transfere unicamente a execução do serviço, para que a pessoa

delegada o preste à população, em seu próprio nome e por sua conta e

risco, sob fiscalização do Estado:

15.2.1. por contrato, com prazo determinado: concessão ou permissão

de serviços públicos, celebrável apenas com pessoas jurídicas); ou

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15.2.2. ato unilateral, sem prazo certo: autorização ou permissão de

serviços públicos, com possibilidade de revogação a qualquer

tempo, em regra, sem indenização (pode ocorrer em favor de

pessoas jurídicas ou físicas.

15.3. Atenção: não há subordinação hierárquica em nenhuma forma de

descentralização. Na relação entre a Administração direta e a indireta,

há vinculação(e não subordinação), mas a primeira exerce sobre a

segunda controle finalístico,tutela administrativa ou supervisão. Como

condição para o controle finalístico, deve haver previsão legal, com a fixação

dos limites e instrumentos de controle (atos de tutela).

15.4. Descentralização territorial ou geográfica: quando existentes, os

Territórios Federais (art. 18, § 2o , da CF), integram a União com natureza

de autarquia territorial ou geográfica, cabendo à lei complementar

dispor sobre sua criação, transformação em Estado-Membro, ou

reintegração ao Estado-Membro de origem.

16. Desconcentração administrativa – A desconcentração ocorre exclusivamente

dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica, mediante técnica

administrativa dedistribuição interna de competências.

16.1. Distribuição de competências: ocorre desconcentração administrativa

quando uma pessoa política ou uma entidade da Administração indireta

distribui competências no âmbito de sua própria estrutura a fim de tomar

mais ágil e eficiente a prestação dos serviços. Ex.: a União distribui

competências entre diversos órgãos públicosde sua própria

estrutura(Ministério da Educação, Ministério dos Transportes etc.); ou

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DIREITO ADMINISTRATIVO

uma autarquiaestabelece divisão interna de funções, mediante criação

de departamentos internos (de graduação, de pós-graduação, de

Filosofia etc.).

16.2. Órgãos públicos: sempre que na estrutura de uma pessoa administrativa

houver organização de competências, atribuições públicas reunidas em

unidades de atuação (órgãos), podemos afirmar que se adotou a técnica

de organização do serviço público denominada desconcentração

administrativa, casos em que há relação de hierarquia(subordinação),

entre os órgãos resultantes da desconcentração.

16.3. Classificação da desconcentração administrativa: de acordo com a

doutrina, de acordo com o critério aplicado pela Administração para sua

adoção, há as seguintes desconcentrações:

a) desconcentração territorial ou geográfica: as competências são

divididas delimitando as regiões onde cada órgão pode atuar, casos

em que cada órgão público detém as mesmas atribuições materiais

dos demais, variando somente o âmbito geográfico de sua atuação.

Ex.: Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil no Rio

de Janeiro, na Bahia etc.;

b) desconcentração material ou temática: há distribuição de

competências mediante a especialização de cada órgão em

determinado assunto. Exemplo: Ministério da Fazenda, da Justiça,

da Defesa etc.;

c) desconcentração hierárquica ou funcional: há repartição de

competências dentro da relação de subordinação entre os diversos

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órgãos. Ex,: Ministérios, Secretarias, Superintendências, Delegacias

etc.

17. Concentração administrativa –Trata-se do fenômeno inverso ao da

desconcentração administrativa,casos em que a pessoa jurídica integrante da

Administração pública direta ou indireta extingue órgãos antes existentes

em sua estrutura, reunindo em um número menor de unidades as respectivas

competências.

18. Diferenciação básica entre centralização, descentralização, concentração e

desconcentração– Para ALEXANDRE MAZZA, a concentração ou desconcentração

considera a quantidade de órgãos públicos encarregados do exercício das

competências administrativas; ao passo que a centralização ou descentralização

baseiam-se no número de pessoas jurídicas autônomas competentes para

desempenhar tarefas públicas.

18.1. Segundo esse autor,é possível combinaros institutos sob quatro formas

distintas de organização da estrutura administrativa:

a) centralização concentrada: quando a competência é exercida por

uma única pessoa jurídica sem divisões internas. Seria o caso,

improvável na prática, de uma entidade federativa que

desempenhasse diretamente todas as suas competências sem

divisão em órgãos públicos;

b) centralização desconcentrada: a atribuição administrativa é

cometida a uma única pessoa jurídica dividida internamente em

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diversos órgãos públicos. É o que ocorre, por exemplo, com as

competências da União Federal exercidas pelos Ministérios;

c) descentralização concentrada: ocorre quando são atribuídas

competências administrativas a pessoa jurídica autônoma sem

divisões internas. Exemplo: autarquia sem órgãos internos;

d) descentralização desconcentrada: é a situação surgida quando as

competências administrativas são atribuídas a pessoa jurídica

autônoma dividida.

Órgãos Públicos

19. Conceito –Órgãos públicos são “centros de competência instituídos para o

desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à

pessoa jurídica a que pertencem” (HELY LOPES MEIRELLES). “Órgãos são meros conjuntos

de competências, plexos de atribuições sem personalidade jurídica; são resultado da

técnica de organização administrativa conhecida como desconcentração” (MARCELO

ALEXANDRINO e VICENTE PAULO).

19.1. Características dos órgãos públicos:

a) integram a estrutura de uma pessoa política (União, Estado-Membro,

Distrito Federal ou Município) ou de uma pessoa jurídica

administrativa (autarquia, fundação pública, empresa pública ou

sociedade de economia mista);

b) não possuem personalidade jurídica;

c) são resultado da desconcentração;

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d) alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira;

e) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de

gestão com outros órgãos ou com pessoas jurídicas (art. 37, § 8 o, da

CF) ;

f) não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica

que integram;

g) alguns têm capacidade processual para defesa em juízo de suas

prerrogativas funcionais (a exemplo do art. 82, III, do Código de

Defesa do Consumidor);

h) não possuem patrimônio próprio.

19.2. Administração direta e indireta: há órgãos públicos na Administração

direta de cada ente da Federação (União, Estados-Membros, Distrito

Federal e Municípios) e, também, no interior das entidades das

respectivas Administrações indiretas (art. 1o, § 2o, da Lei n. 9.784, de 29 de

janeiro de 19992).

19.3. Especialização: a criação de órgãos públicos visa propiciar um certo grau

de especialização no desempenho das funções administrativas de que é

incumbida a pessoa jurídica.

19.4. Atenção: as entidades da Administração indireta possuem personalidade

jurídica e autonomia administrativa, ao passo que órgãos públicos são

apenas centros de competências despersonalizados.

2
“Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.”
3
“Dispõe sôbre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma

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DIREITO ADMINISTRATIVO

19.5. Criação e extinção de órgãos públicos: a criação e a extinção depende

de lei (art. 48, XI, da CF) de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo

(art. 61, § 1o, II, "e", da CF), com observação obrigatória, por simetria, por

todos os demais entes da Federação, conforme orientação pacífica do STF.

19.6. “Decretos autônomos”: os chamados “decretos autônomos”, de

competência exclusiva do Presidente da República, editado

independentemente de lei,, podem dispor sobre organização e

funcionamento da administração federal, desde que não implique

aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (art. 84,

VI, “a”, da CF), configurando a hipótese de "reserva de administração".

19.6.1. Delegação: as competências privativas do Presidente da República

enumeradas no art. 84, VI, da CF, exercidas mediante “decretos

autônomos”, podem ser delegadasaos Ministros de Estado, ao

Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União,

que observarão os limites traçados nas respectivas delegações (art.

84, parágrafo único, da CF).

20. Classificação dos órgãos públicos: a obra administrativista do Prof. HELY LOPES

MEIRELLEScontém clássica classificação dos órgãos públicos dividida em três

subgrupos: a) quanto à estrutura; b) quanto à atuação funcional; c) quanto à

posição estatal.

20.1. Quanto à estrutura:

a) órgãos simples ou unitários: são constituídos por apenas um

centro de competências, sem subdivisões (não há outros órgãos em

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DIREITO ADMINISTRATIVO

seu interior). Podem ter um ou mais cargos para o desempenho de

suas competências;

b) órgãos compostos: possuem diversos órgãos em sua estrutura.

Ex..: ministérios e secretarias estaduais, distritais e municipais.

20.2. Quanto à atuação funcional:

a) órgãos singulares ou unipessoais: suas atuaçõese decisões são

atribuição de um único agente, seu chefe e

representante.Ex.:Presidência da República.

b) órgãos colegiados ou pluripessoais:suas atuações e decisões são

obrigatoriamente manifestadas após deliberação e aprovação pelos

membros integrantes do órgão, em conjunto, observadas as

respectivas regras regimentais.Ex.: tribunais, o Congresso Nacional,

o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF)da estrutura

do Ministério da Fazenda etc.

20.3. Quanto à posição estatal:

a) órgãos independentes ou primários:são diretamente previstos no

texto constitucional, os quais não possuem subordinação

hierárquica ou funcional, mas se sujeitamaos controles,

constitucionalmente previstos, que uns exercem sobre os outros

sistema de freios e contrapesos (“checksand balances”). Ex.:

Presidência da República, tribunais do Judiciário, Congresso

Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, respectivos

órgãos simétricos dos Estados-Membros, Distrito Federal

eMunicípios, Ministério Público e tribunais de contas;

22
DIREITO ADMINISTRATIVO

b) órgãos autônomos: situam-se um grau hierárquico abaixo dos

órgãos independentes, subordinando-se diretamente à chefia

destes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e

técnica. Participam da formulação das políticas públicas, das

diretrizes de ação governamental.Ex.: Ministérios e Secretarias

Distritais, Estaduais e Municipais, Advocacia-Geral da União;

c) órgãos superiores: possuem atribuições de direção, controle e

decisão, mas sempre sujeitos ao controle hierárquico de uma chefia

mais alta. Não têm autonomia administrativa nem financeira. Ex..:

Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes etc.

d) órgãos subalternos:exercem atribuições de mera execução,

subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Têm reduzido

poder decisório. Ex.: seções de expediente, de pessoal, de material,

de portaria etc.

21. Órgãos administrativos especiais constitucionais –Para o jurista DIOGO DE

FIGUEIREDO MOREIRA NETO, há três tipos de órgãos administrativos especiais com

previsão constitucional, denominados agrupamentos de municípios

limítrofes(art. 25, § 3º, da CF):a) regiões metropolitanas;b) aglomerações

urbanas; e c) microrregiões.

“§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões

metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por

agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o

planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.”

23
DIREITO ADMINISTRATIVO

22. Teorias sobre a natureza da vinculação entre o agente público e o respectivo

órgão público: a) teoria do órgão; b) teoria da identidade; c) teoria do mandato; e

d) teoria da representação.

22.1. Teoria do órgão ou teoria da imputação: é a teoria aceita pela

unanimidade dos doutrinadores modernos. A pessoa jurídica manifesta a

sua vontade por meio dos seus órgãos, que são partes integrantes de sua

estrutura. A atuação dos agentes em exercício nesses órgãos caracteriza a

atuação do próprio Estado. Dessa forma, os atos praticados pelo agente

público (pessoa natural) são tidos por atos da própria pessoa jurídica

por imputaçãoe não por representação à pessoa jurídica da atuação

do seu agente público. Essa é a teoria adotada no Brasil.

22.1.1. Otto Friedrich von Gierke: idealizador da moderna teoria do órgão

público baseada na noção de imputação volitiva foi o alemão Otto

Friedrich von Gierke (1841/1921), que comparou o Estado ao corpo

humano.

22.1.2. “Funcionário de fato”: "é aquele cuja investidura foi irregular, mas

cuja situação tem aparência de legalidade" (CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE

MELLO). A investidura no cargo ou função pública pode ter sido

maculada por alguma irregularidade (nulidade do concurso público

ou da nomeação). Para esse autor, “em nome do princípio da

aparência, da boa-fé dos administrados, da segurança jurídica e

do princípio da presunção de legalidade dos atos

administrativos reputam-se válidos os atos por ele praticados,

se por outra razão não forem viciados".

 Atenção: só haverá imputação quando houver boa-fé do

destinatário do ato, ou seja, ele deve desconhecer a

24
DIREITO ADMINISTRATIVO

irregularidade que faz daquele agente um “funcionário de

fato”. Não se aplica essa solução nos casos de pessoa que

assuma o exercício de função pública por sua própria conta,

quer dolosamente, como usurpador de função, quer de

boa-fé, em momentos de emergência, porque nesses casos

é evidente a inexistência de investidura do agente no cargo

ou função.

22.2. Teoria da identidade: a primeira tentativa de explicar o assunto afirmava

que órgão e agente formam uma unidade inseparável, de modo que o

órgão público é o próprio agente. O equívoco dessa concepção é evidente,

pois sua aceitação implica concluir que a morte do agente público causa a

extinção do órgão;

22.3. Teoria do mandato: baseada em instituto típico do Direito Privado, a

relação entre o Estado e seus agentes públicos teria fundamento no

contrato de mandato (o mandante outorga poderes ao mandatário para

execução de determinados atos em nome do mandante e sob a

responsabilidade deste). O agente público, pessoa física, seria uma espécie

de mandatário da pessoa jurídica de direito público, agindo em seu nome

e sob a responsabilidade dela, em razão de outorga específica de

poderes.Críticas: a) o Estado, que não possui vontade própria, não pode

outorgar o mandato; logo, não se consegue comprovar quem outorgou o

mandato ao agente público; b) por outro lado, caso aceita essa teoria, o

Estado não responderia perante terceiros quando o agente público

atuasse com excesso de poderes (além das atribuições a ele conferidas).

22.4. Teoria da representação: o agente público seria equiparado ao

representante das pessoas como limitações de incapacidade civil (a

25
DIREITO ADMINISTRATIVO

exemplo do menor de idade). O agente público seria uma espécie de tutor

ou curador do Estado, representando-o nos atos que este necessitasse

praticar.Críticas: como explicar que o Estado, equivocadamente

equiparado a um incapaz, poderia, validamente, outorgar a sua própria

representação a terceiros? Pelo Direito Privado, o Estado representado

não responderia pelos atos do agente público (representante) quando

este atuasse com excesso de poderes.

Administração direta e indireta

23. Administração direta: conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do

Estado União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios, aos quais

foi atribuída a competência para o exercício de atividades administrativassob a

forma centralizada.

24. Administração indireta: conjunto de entidades (pessoas jurídicas), sem

autonomia políticaautarquias, empresas públicas, sociedades de economia

mista e fundações públicas , vinculadas à Administração indireta, as quais têm

competência para exercíciode atividades administrativassob a forma

descentralizada.

24.1. Atenção:há empresas públicas e sociedades de economia mista 

pertencentes à Administração indireta que não são criadas para' prestar

serviços públicos, ou exercer quaisquer outras atividades próprias da

administração pública em sentido material, mas para explorar atividades

econômicas em sentido estrito , com autorização do art. 173 da CF.

26
DIREITO ADMINISTRATIVO

25. No Brasil: a organização da Administração do Poder Executivo federal é regida

pelo Decreto-Lei n. 200, de 25 de fevereiro de 19673:

“Art. 4o A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na

estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

li - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de

entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista;

d) Fundações Públicas.

Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta

vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada

sua principal atividade.”

25.1. Observação: conforme MARCELO ALEXANDRINO e VICENTE PAULO, nada

impede que existam entidades da Administração indireta vinculadas

a órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, conforme prevê o art. 37,

“caput”, da CF: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá

aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência e, também, ao seguinte: (...)”.

3
“Dispõe sôbre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma
Administrativa e dá outras providências.”

27
DIREITO ADMINISTRATIVO

25.2. Próxima aula: traremos mais informações sobre a Administração direta e

indireta.

28
DIREITO ADMINISTRATIVO

b. Mapas mentais

29
DIREITO ADMINISTRATIVO

30
DIREITO ADMINISTRATIVO

31
DIREITO ADMINISTRATIVO

Centralização Mesma pessoa Só Administração direta

Descentralização Outra pessoa P/Administração indireta

Desconcentração Mesma pessoa Só Adm.direta ou indireta

Concentração Mesma pessoa (Inverso) Só Adm. direta ou indireta

32
DIREITO ADMINISTRATIVO

c. Revisão 1

QUESTÃO 1 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - DPU - 2016

A repartição do poder estatal em funções — legislativa, executiva e jurisdicional — não

descaracteriza a sua unicidade e indivisibilidade.

QUESTÃO 2 - CESPE - ANALISTA DE INFORMÁTICA - TCE-RO -2013

O Estado é um ente personalizado, apresentando-se não apenas exteriormente, nas

relações internacionais, mas também internamente, como pessoa jurídica de direito

público capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica.

QUESTÃO 3 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MI - 2013

Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a

uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade

eminentemente técnica.

QUESTÃO 4 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MS - 2013

A tripartição de funções é absoluta no âmbito do aparelho do Estado.

QUESTÃO 5 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MI - 2013

33
DIREITO ADMINISTRATIVO

Consoante as regras do direito brasileiro, as funções administrativas, legislativas e

judiciais distribuem-se entre os poderes estatais — Executivo, Legislativo e Judiciário,

respectivamente —, que as exercem de forma exclusiva, segundo o princípio da

separação dos poderes.

QUESTÃO 6 - CESPE - ASSISTENTE TÉC. ADMINISTRATIVO - MI - 2013

Na sua acepção formal, entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos

constitucionais.

QUESTÃO 7 - CESPE - TELEBRAS (2013)

Do ponto de vista político, o Estado é a comunidade de homens fixada sobre um

território, com potestade superior de ação, de mando e de coerção. Como ente

personalizado, o Estado atua no campo do direito público e do direito privado,

mantendo sempre sua personalidade única de direito público.

QUESTÃO 8 - CESPE - CONTADOR - SEDF - 2017

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios exerce atipicamente a função

jurisdicional.

QUESTÃO 9 - CESPE - AUDITOR DE CONTR. EXTERNO - TCE-PA - 2016

Do ponto de vista subjetivo, a administração pública integra o Poder Executivo, que

exerce com exclusividade as funções administrativas, em decorrência do princípio da

separação dos poderes.

34
DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 10 - CESPE - TÉCNICO EM ASS. EDUCACIONAIS - DPU - 2016

A administração pública em sentido formal, orgânico ou subjetivo, compreende o

conjunto de entidades, órgãos e agentes públicos no exercício da função

administrativa. Em sentido objetivo, material ou funcional, abrange um conjunto de

funções ou atividades que objetivam realizar o interesse público.

35
DIREITO ADMINISTRATIVO

d. Revisão 2

QUESTÃO 11 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - STJ - 2015

Em seu sentido subjetivo, a administração pública restringe-se ao conjunto de órgãos e

agentes públicos do Poder Executivo que exercem a função administrativa.

QUESTÃO 12 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO ADM. - MPOG - 2015

Administração pública, em sentido amplo, abrange o exercício da função política e da

função administrativa, estando ambas as atividades subordinadas à lei.

QUESTÃO 13 - CESPE - ADMINISTRADOR - SUFRAMA - 2014

Do ponto de vista objetivo, a expressão administração pública se confunde com a

própria atividade administrativa exercida pelo Estado.

QUESTÃO 14 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MDIC - 2014

O exercício das funções administrativas pelo Estado deve adotar, unicamente, o

regime de direito público, em razão da indisponibilidade do interesse público

QUESTÃO 15 - CESPE - ATIV. TÉC. DE SUPORTE - DIREITO - MC - 2013

A administração pública, sob o ângulo subjetivo, não deve ser confundida com

nenhum dos poderes estruturais do Estado, sobretudo o Poder Executivo.

36
DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 16 - CESPE - ESPEC. EM REG. DE SAÚDE SUPLEM. - ANS - 2013

A cada um dos poderes de Estado é atribuída determinada função, a qual é exercida

com exclusividade pelos poderes.

QUESTÃO 17 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MS - 2013

A administração é o aparelhamento do Estado preordenado à realização dos seus

serviços, com vistas à satisfação das necessidades coletivas.

QUESTÃO 18 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MI - 2013

Em sentido objetivo, a expressão administração pública denota a própria atividade

administrativa exercida pelo Estado.

QUESTÃO 19 - CESPE - AJAJ - TJ-DFT - 2013

Administração pública em sentido orgânico designa os entes que exercem as funções

administrativas, compreendendo as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes

incumbidos dessas funções.

QUESTÃO 20 - CESPE - ESP. GESTÃO - ADVOGADO TELEBRAS - 2013

Sob o aspecto material, a administração representa o desempenho perene,

sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em

benefício da coletividade.

37
DIREITO ADMINISTRATIVO

e. Revisão 3

QUESTÃO 21 - CESPE - ANALISTA DE PLAN. - DIREITO - INPI - 2013)

A expressão administração pública, em sentido orgânico, refere-se aos agentes, aos

órgãos e às entidades públicas que exercem a função administrativa.

QUESTÃO 22 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRE-RJ - 2012

O estudo da administração pública, do ponto de vista subjetivo, abrange a maneira

como o Estado participa das atividades econômicas privadas.

QUESTÃO 23 - CESPE - APOIO ADMINISTRATIVO - SEDF - 2017

Quando a União cria uma nova secretaria vinculada a um de seus ministérios para

repassar a ela algumas de suas atribuições, o ente federal descentraliza uma atividade

administrativa a um ente personalizado.

QUESTÃO 24 - CESPE - AN. DE GEST. EDUC. - DIREITO E LEGISLAÇÃO - SEDF - 2017

A criação de um órgão denominado setor de aquisições na citada prefeitura constitui

exemplo de desconcentração.

QUESTÃO 25 - CESPE - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE-PA - 2016

38
DIREITO ADMINISTRATIVO

Em razão da complexidade das atividades incumbidas à administração pelas normas

constitucionais e infralegais, existem, nos estados, diversas secretarias de estado com

competências específicas, notadamente em função da matéria. Essa distribuição de

atribuições denomina-se descentralização administrativa.

QUESTÃO 26 - CESPE - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE-PA - 2016

O Congresso Nacional aprovou uma reforma administrativa proposta pelo presidente

da República que reduziu o número de ministérios. Nesse contexto, o Ministério do

Trabalho e Emprego e o Ministério da Previdência Social foram fundidos, tornando-se

Ministério do Trabalho e Previdência Social. A partir dessa situação hipotética, julgue o

item a seguir.

A fusão do Ministério do Trabalho e Emprego com o Ministério da Previdência Social

mencionada é exemplo de concentração administrativa.

QUESTÃO 27 - CESPE - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - FUB - 2016

De acordo com o princípio fundamental da descentralização, é possível descentralizar

atividades da administração federal para empresas privadas.

QUESTÃO 28 -CESPE - ANALISTA DO SEGURO SOCIAL - SERVIÇO SOCIAL - INSS -

2016

Os institutos da desconcentração e da descentralização, essenciais à organização e

repartição de competências da administração pública, podem ser exemplificados,

39
DIREITO ADMINISTRATIVO

respectivamente, pela relação entre o MPS e a União e pela vinculação entre o INSS e o

MPS.

QUESTÃO 29 -CESPE - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - FUB - 2016

Na administração indireta estão incluídas as fundações públicas, as empresas públicas

e as autarquias.

QUESTÃO 30 - CESPE - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - FUB - 2016

As entidades da administração indireta estão incluídas na estrutura administrativa da

Presidência da República e dos ministérios, sendo a eles subordinadas

independentemente do enquadramento de sua principal atividade.

QUESTÃO 31 - CESPE - ASSISTENTE - SECRETARIADO EXECUTIVO - FUNPRESP-JUD -

2016

O Tribunal Regional Federal é órgão descentralizado da União que possui

personalidade jurídica própria, portanto compõe a administração pública indireta.

QUESTÃO 32 - CESPE - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANVISA - 2016

Não existe hierarquia entre o Ministério da Saúde e a ANVISA.

QUESTÃO 33 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA - TJ-DFT - 2015

40
DIREITO ADMINISTRATIVO

De acordo com a teoria da imputação, atualmente adotada no ordenamento jurídico

brasileiro, a manifestação de vontade de pessoa jurídica dá-se por meio dos órgãos

públicos, ou seja, conforme essa teoria, quando o agente do órgão manifesta sua

vontade, a atuação é atribuída ao Estado.

QUESTÃO 34 – CESPE - ANALISTA - FINANÇAS - TELEBRAS – 2015

A teoria do órgão, segundo a qual os atos e provimentos administrativos praticados

por determinado agente são imputados ao órgão por ele integrado, é reflexo

importante do princípio da impessoalidade.

QUESTÃO 35 - CESPE –ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO – ECONOMIA - ANTAQ - 2016

Os órgãos administrativos são pessoas jurídicas de direito público que compõem tanto

a administração pública direta quanto a indireta.

QUESTÃO 36 - CESPE - TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANTAQ - 2014

A distribuição de competências entre os órgãos de uma mesma pessoa jurídica

denomina-se desconcentração, podendo ocorrer em razão da matéria, da hierarquia

ou por critério territorial.

41
DIREITO ADMINISTRATIVO

f. Normas comentadas

Lei n. 9.784, de 1999:

“Art. 1o ..................................................................................................................................

...................

§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:

I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração

direta e da estrutura da Administração indireta;

II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

 A Lei do Processo Administrativo Federal consagrou, em seu texto, a definição

clássica de órgão público, sem atribuição de personalidade jurídica, e

entidade como pessoa jurídica.

....................

Decreto-Lei n. 200, de 1967:

“Art. 4o A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura

administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

li - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de

entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

42
DIREITO ADMINISTRATIVO

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista;

d) Fundações Públicas.

Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta

vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua

principal atividade.”

 A previsão do Decreto-Lei n. 200, de 1967, adequa-se às características do

Poder Executivo da União. Na próxima aula, abordaremos maiores detalhes

sobre as únicas quatro entidades possíveis da Administração Pública

indireta, lembra-se, sempre que o ordenamento jurídico brasileiro adotou o

critério formal, objetivo e orgânico de Administração Pública (QUEM

EXERCE), e não o critério sentido material, objetivo ou funcional (O QUE É

EXERCIDO).

43
DIREITO ADMINISTRATIVO

g. Gabarito

1 2 3 4 5

C C C E E

6 7 8 9 10

C C E E C

11 12 13 14 15

E C C E C

16 17 18 19 20

E C C C E

21 22 23 24 25

C E E C E

26 27 28 29 30

C C C C E

31 32 33 34 35

E C C C E

36

44
DIREITO ADMINISTRATIVO

h. Breves comentários às questões

QUESTÃO 1 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - DPU - 2016

A repartição do poder estatal em funções — legislativa, executiva e jurisdicional — não

descaracteriza a sua unicidade e indivisibilidade.

O Poder Estatal é uno e indivisível, mas as funções estatais são conferidas, de forma

tripartida, entre os órgãos dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, o que não altera a

unicidade e indivisibilidade do poder, prevista no art. 1o, parágrafo único, da CF: “Todo o

poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos

termos desta Constituição”.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 2 - CESPE - ANALISTA DE INFORMÁTICA - TCE-RO -2013

O Estado é um ente personalizado, apresentando-se não apenas exteriormente, nas

relações internacionais, mas também internamente, como pessoa jurídica de direito

público capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica.

O Estado é sujeito capaz (ente personalizado) para adquirir direitos e contrair obrigações

na ordem jurídica nacional e, no convívio com outros Estados soberanos, na internacional.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO3 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MI - 2013

45
DIREITO ADMINISTRATIVO

Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a

uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade

eminentemente técnica.

Para HELY LOPES MEIRELLES, Governo e Administração são conceitos diversos nos vários

aspectos em que se apresentam.

Governo: a) em sentido formal: é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais; b) em

sentido material: é o complexo de funções estatais básicas; c) em sentido operacional, é a

condução política dos negócios públicos.

Administração Pública: a) em sentido formal: é o conjunto de órgãos instituídos para

consecução dos objetivos do Governo; b) sentido material: é o conjunto das funções

necessárias aos serviços em geral; c) em sentido operacional: é o desempenho perene e

sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em

benefício da coletividade.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 4 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MS - 2013

A tripartição de funções é absoluta no âmbito do aparelho do Estado.

Cada Poder exerce sua função típica com preponderância, mas não com exclusividade.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 5 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MI - 2013

Consoante as regras do direito brasileiro, as funções administrativas, legislativas e

judiciais distribuem-se entre os poderes estatais — Executivo, Legislativo e Judiciário,

46
DIREITO ADMINISTRATIVO

respectivamente —, que as exercem de forma exclusiva, segundo o princípio da

separação dos poderes.

Cada Poder estatal possui competências próprias para exercer funções típicas (relacionadas

com a natureza do órgão) e atípicas (funções de caráter acessório que são típicas de outros

Poderes). Essa caracterização corresponde ao denominado modelo de separação de

Poderes flexível.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 6 - CESPE - ASSISTENTE TÉC. ADMINISTRATIVO - MI - 2013

Na sua acepção formal, entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos

constitucionais.

Para HELY LOPES MEIRELLES, Governo: a) em sentido formal: é o conjunto de Poderes e órgãos

constitucionais; b) em sentido material: é o complexo de funções estatais básicas; c) em

sentido operacional, é a condução política dos negócios públicos.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 7 - CESPE - TELEBRAS (2013)

Do ponto de vista político, o Estado é a comunidade de homens fixada sobre um

território, com potestade superior de ação, de mando e de coerção. Como ente

personalizado, o Estado atua no campo do direito público e do direito privado,

mantendo sempre sua personalidade única de direito público.

O Estado é pessoa jurídica territorial soberana, constituída por um povo, em um

determinado território, regido por governo soberano.

47
DIREITO ADMINISTRATIVO

É impossível a existência de atuação estatal que venha a ser regida exclusivamente pelo

Direito Privado, com o total afastamento de normas de Direito Público. Ex.: o Estado integra

relações jurídicas regidas exclusiva ou predominantemente pelo Direito Público (maioria

das situações), ou integra relações jurídicas regidas predominantemente pelo Direito

Privado (ex.: atividades econômico-produtivas do Estado, assunção da posição de locatário

por parte do Estado).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 8 - CESPE - CONTADOR - SEDF - 2017

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios exerce atipicamente a função

jurisdicional.

O Poder Judiciário exerce a função típica de julgar (e não atípica).

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 9 - CESPE - AUDITOR DE CONTR. EXTERNO - TCE-PA - 2016

Do ponto de vista subjetivo, a administração pública integra o Poder Executivo, que

exerce com exclusividade as funções administrativas, em decorrência do princípio da

separação dos poderes.

A expressão Administração Pública não se confunde com o Poder Executivo! Na verdade,

caracteriza o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa,

independentemente se são pertencentes ao Poder Executivo, ao Legislativo, ao Judiciário, ou

a qualquer outro organismo estatal, como o Ministério Público ou Defensorias Públicas.

Gabarito: Errado.

48
DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 10 - CESPE - TÉCNICO EM ASS. EDUCACIONAIS - DPU - 2016

A administração pública em sentido formal, orgânico ou subjetivo, compreende o

conjunto de entidades, órgãos e agentes públicos no exercício da função

administrativa. Em sentido objetivo, material ou funcional, abrange um conjunto de

funções ou atividades que objetivam realizar o interesse público.

Sentido formal, subjetivo ou orgânico: conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes

identificados como Administração Pública (quem exerce). Não importa a atividade que

exerçam (em regra, esses órgãos, entidades e agentes desempenham função

administrativa).

Sentido material, objetivo ou funcional: conjunto de atividades que costumam ser

consideradas próprias da função administrativa. O conceito adota a atividade como

referência (não obrigatoriamente quem a exerce).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 11 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - STJ - 2015

Em seu sentido subjetivo, a administração pública restringe-se ao conjunto de órgãos e

agentes públicos do Poder Executivo que exercem a função administrativa.

A expressão Administração Pública não se confunde com o Poder Executivo! Na verdade,

caracteriza o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa,

independentemente se são pertencentes ao Poder Executivo, ao Legislativo, ao Judiciário, ou

a qualquer outro organismo estatal, como o Ministério Público ou Defensorias Públicas.

49
DIREITO ADMINISTRATIVO

Sentido formal, subjetivo ou orgânico: conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes

identificados como Administração Pública (quem exerce). Não importa a atividade que

exerçam (em regra, esses órgãos, entidades e agentes desempenham função

administrativa).

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 12 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO ADM. - MPOG - 2015

Administração pública, em sentido amplo, abrange o exercício da função política e da

função administrativa, estando ambas as atividades subordinadas à lei.

Administração pública em sentido amplo: abrange os órgãos de governo, com as funções

políticas que exercem (elaboração de políticas públicas, que envolvem diretrizes e

programas de ação governamental e planos de atuação estatal) e os órgãos e pessoas

jurídicas que desempenham funções meramente administrativas (execução profissional,

técnica e neutra, das políticas públicas formuladas no exercício da atividade política).

Administração pública em sentido estrito: inclui os órgãos e pessoas jurídicas

administrativos, com as funções por eles exercidas, de natureza administrativo-profissional,

técnica, instrumental, apartidária, visando à execução dos programas de governo. Portanto,

excluem-se, dessa definição, os órgãos de governo e as funções políticas que eles exercem

(elaboração das políticas públicas).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 13 - CESPE - ADMINISTRADOR - SUFRAMA - 2014

50
DIREITO ADMINISTRATIVO

Do ponto de vista objetivo, a expressão administração pública se confunde com a

própria atividade administrativa exercida pelo Estado.

Sentido formal, subjetivo ou orgânico: conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes

identificados como Administração Pública (quem exerce). Não importa a atividade que

exerçam (em regra, esses órgãos, entidades e agentes desempenham função

administrativa).

Sentido material, objetivo ou funcional: conjunto de atividades que costumam ser

consideradas próprias da função administrativa. O conceito adota a atividade como

referência (não obrigatoriamente quem a exerce).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 14 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MDIC - 2014

O exercício das funções administrativas pelo Estado deve adotar, unicamente, o

regime de direito público, em razão da indisponibilidade do interesse público.

É impossível a existência de atuação estatal que venha a ser regida exclusivamente pelo

Direito Privado, com o total afastamento de normas de Direito Público. Ex.: o Estado integra

relações jurídicas regidas exclusiva ou predominantemente pelo Direito Público (maioria

das situações), ou integra relações jurídicas regidas predominantemente pelo Direito

Privado (ex.: atividades econômico-produtivas do Estado, assunção da posição de locatário

por parte do Estado).

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 15 - CESPE - ATIV. TÉC. DE SUPORTE - DIREITO - MC - 2013

51
DIREITO ADMINISTRATIVO

A administração pública, sob o ângulo subjetivo, não deve ser confundida com

nenhum dos poderes estruturais do Estado, sobretudo o Poder Executivo.

A expressão Administração Pública não se confunde com o Poder Executivo! Na verdade,

caracteriza o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa,

independentemente se são pertencentes ao Poder Executivo, ao Legislativo, ao Judiciário, ou

a qualquer outro organismo estatal, como o Ministério Público ou Defensorias Públicas.

Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico: conjunto de órgãos,

pessoas jurídicas e agentes identificados como Administração Pública (quem exerce). Não

importa a atividade que exerçam (em regra, esses órgãos, entidades e agentes

desempenham função administrativa).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 16 - CESPE - ESPEC. EM REG. DE SAÚDE SUPLEM. - ANS - 2013

A cada um dos poderes de Estado é atribuída determinada função, a qual é exercida

com exclusividade pelos poderes.

Cada Poder estatal possui competências próprias para exercer funções típicas (relacionadas

com a natureza do órgão) e atípicas (funções de caráter acessório que são típicas de outros

Poderes). Essa caracterização corresponde ao denominado modelo de separação de

Poderes flexível.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 17 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MS - 2013

52
DIREITO ADMINISTRATIVO

A administração é o aparelhamento do Estado preordenado à realização dos seus

serviços, com vistas à satisfação das necessidades coletivas.

“Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de

seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. (HELY LOPES MEIRELLES).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 18 - CESPE - ANALISTA TÉCNICO - MI - 2013

Em sentido objetivo, a expressão administração pública denota a própria atividade

administrativa exercida pelo Estado.

Administração Pública em sentido material, objetivo ou funcional: conjunto de atividades

que costumam ser consideradas próprias da função administrativa. O conceito adota a

atividade como referência (não obrigatoriamente quem a exerce).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 19 - CESPE - AJAJ - TJ-DFT - 2013

Administração pública em sentido orgânico designa os entes que exercem as funções

administrativas, compreendendo as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes

incumbidos dessas funções.

Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico: conjunto de órgãos,

pessoas jurídicas e agentes identificados como Administração Pública (quem exerce). Não

importa a atividade que exerçam (em regra, esses órgãos, entidades e agentes

desempenham função administrativa).

Gabarito: Certo.

53
DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 20 - CESPE - ESP. GESTÃO - ADVOGADO TELEBRAS - 2013

Sob o aspecto material, a administração representa o desempenho perene,

sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em

benefício da coletividade.

Administração Pública: a) em sentido formal: é o conjunto de órgãos instituídos para

consecução dos objetivos do Governo; b) sentido material: é o conjunto das funções

necessárias aos serviços em geral; e c) em sentido operacional: é o desempenho perene e

sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em

benefício da coletividade.

A banca trocou o conceito de sentido material pelo operacional.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 21 - CESPE - ANALISTA DE PLAN. - DIREITO - INPI - 2013)

A expressão administração pública, em sentido orgânico, refere-se aos agentes, aos

órgãos e às entidades públicas que exercem a função administrativa.

Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico: conjunto de órgãos,

pessoas jurídicas e agentes identificados como Administração Pública (quem exerce). Não

importa a atividade que exerçam (em regra, esses órgãos, entidades e agentes

desempenham função administrativa).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 22 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRE-RJ - 2012

54
DIREITO ADMINISTRATIVO

O estudo da administração pública, do ponto de vista subjetivo, abrange a maneira

como o Estado participa das atividades econômicas privadas.

Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico: conjunto de órgãos,

pessoas jurídicas e agentes identificados como Administração Pública (quem exerce). Não

importa a atividade que exerçam (em regra, esses órgãos, entidades e agentes

desempenham função administrativa). O Brasil adotou o critério formal que não se importa

se as empresas públicas e as sociedades de economia mista exercem atividades econômicas

privadas (Estado-empresário).

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 23 - CESPE - APOIO ADMINISTRATIVO - SEDF - 2017

Quando a União cria uma nova secretaria vinculada a um de seus ministérios para

repassar a ela algumas de suas atribuições, o ente federal descentraliza uma atividade

administrativa a um ente personalizado.

A nova secretaria será um órgão público (centro de competência despersonalizado).

subordinado ao Ministério, que, por sua vez, é um órgão público pertencente

àAdministração direta da União.

No caso, caracteriza-se desconcentração, visto que ocorre exclusivamente dentro da

estrutura de uma mesma pessoa jurídica, mediante técnica administrativa de distribuição

interna de competências.

Na descentralização, o Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras

pessoas, e não por sua Administração direta.

Gabarito: Errado.

55
DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 24 - CESPE - AN. DE GEST. EDUC. - DIREITO E LEGISLAÇÃO - SEDF - 2017

A criação de um órgão denominado setor de aquisições na citada prefeitura constitui

exemplo de desconcentração.

O novo setor de aquisições terá natureza de órgão público (centro de competência

despersonalizado) e será pertencente à Administração direta do Município.

No caso, caracteriza-se desconcentração, visto que ocorre exclusivamente dentro da

estrutura de uma mesma pessoa jurídica, mediante técnica administrativa de distribuição

interna de competências.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 25 - CESPE - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE-PA - 2016

Em razão da complexidade das atividades incumbidas à administração pelas normas

constitucionais e infralegais, existem, nos estados, diversas secretarias de estado com

competências específicas, notadamente em função da matéria. Essa distribuição de

atribuições denomina-se descentralização administrativa.

As Secretarias de Estado possuem natureza de órgão público (centro de competência

despersonalizado). e são pertencentes à Administração direta do Estado-Membro.

No caso, caracteriza-se desconcentração, visto que ocorre exclusivamente dentro da

estrutura de uma mesma pessoa jurídica, mediante técnica administrativa de distribuição

interna de competências.

Na descentralização, o Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras

pessoas, e não por sua Administração direta.

56
DIREITO ADMINISTRATIVO

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 26 - CESPE - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE-PA - 2016

O Congresso Nacional aprovou uma reforma administrativa proposta pelo presidente

da República que reduziu o número de ministérios. Nesse contexto, o Ministério do

Trabalho e Emprego e o Ministério da Previdência Social foram fundidos, tornando-se

Ministério do Trabalho e Previdência Social. A partir dessa situação hipotética, julgue o

item a seguir.

A fusão do Ministério do Trabalho e Emprego com o Ministério da Previdência Social

mencionada é exemplo de concentração administrativa.

A concentração é o fenômeno inverso ao da desconcentração administrativa, casos em que

a pessoa jurídica integrante da Administração pública ⎯ direta ou indireta ⎯ extingue

órgãos antes existentes em sua estrutura, reunindo em um número menor de unidades as

respectivas competências.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 27 - CESPE - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - FUB - 2016

De acordo com o princípio fundamental da descentralização, é possível descentralizar

atividades da administração federal para empresas privadas.

Na descentralização administrativa, o Estado desempenha algumas de suas atribuições por

meio de outras pessoas, e não por sua Administração direta. Ela pressupõe pessoas

jurídicas distintas: o Estado (União, Distrito Federal, Estado-Membro ou Município) e a

pessoa que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição. Pode ocorrer

57
DIREITO ADMINISTRATIVO

mediante três formas: a) outorga (também chamada de descentralização por serviços ou

delegação legal); b) delegação(descentralização por colaboração ou delegação negocial); ou

c) descentralização territorial (ou geográfica).

Pode ocorrer para empresa privada no caso de delegação (descentralização por

colaboração ou delegação negocial,em que o Estado transfere unicamente a execução do

serviço, para que a pessoa delegada o preste à população, em seu próprio nome e por sua

conta e risco, sob fiscalização do Estado:

a) por contrato, com prazo determinado: concessão ou permissão de serviços públicos,

celebrável apenas com pessoas jurídicas); ou

b) ato unilateral, sem prazo certo: autorização ou permissão de serviços públicos, com

possibilidade de revogação a qualquer tempo, em regra, sem indenização (pode

ocorrer em favor de pessoas jurídicas ou físicas.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 28 -CESPE - ANALISTA DO SEGURO SOCIAL - SERVIÇO SOCIAL - INSS -

2016

Os institutos da desconcentração e da descentralização, essenciais à organização e

repartição de competências da administração pública, podem ser exemplificados,

respectivamente, pela relação entre o MPS e a União e pela vinculação entre o INSS e o

MPS.

O Ministério da Previdência Social (MPS) é um órgão público (centro de competência

despersonalizado) pertencente à Administração direta da União, caracterizando a

desconcentração administrativa.

58
DIREITO ADMINISTRATIVO

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é uma autarquia (pessoa jurídica de direito

público interno) da Administração indireta da União, vinculada ao MPS, caracterizando a

descentralização administrativa.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 29 -CESPE - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - FUB - 2016

Na administração indireta estão incluídas as fundações públicas, as empresas públicas

e as autarquias.

Conforme o Decreto-Lei n. 200, de 1967:

“Art. 4o A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura

administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

li - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas

de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista;

d) Fundações Públicas.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 30 - CESPE - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - FUB - 2016

59
DIREITO ADMINISTRATIVO

As entidades da administração indireta estão incluídas na estrutura administrativa da

Presidência da República e dos ministérios, sendo a eles subordinadas

independentemente do enquadramento de sua principal atividade.

Na relação entre a Administração direta e a indireta, há vinculação (e não subordinação),

mas a primeira exerce sobre a segunda controle finalístico, também denominado de tutela

administrativa ou supervisão, que deve ser exercido nos limites fixados pela respectiva

previsão legal.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 31 - CESPE - ASSISTENTE - SECRETARIADO EXECUTIVO - FUNPRESP-JUD -

2016

O Tribunal Regional Federal é órgão descentralizado da União que possui

personalidade jurídica própria, portanto compõe a administração pública indireta.

Os tribunais são órgãos públicos (centros de competência despersonalizados) pertencentes

à Administração direta da pessoa jurídica que o instituir (no caso, da União), o que

caracteriza a desconcentração administrativa, e não descentralização.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 32 - CESPE - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ANVISA - 2016

Não existe hierarquia entre o Ministério da Saúde e a ANVISA.

A Anvisa é uma autarquia federal (com características de agência reguladora), pertencente

à Administração indireta da União, vinculada (e não subordinada) ao Ministério da Saúde.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Lembre-se que, na relação entre a Administração direta e a indireta, há vinculação (e não

subordinação).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 33 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA - TJ-DFT - 2015

De acordo com a teoria da imputação, atualmente adotada no ordenamento jurídico

brasileiro, a manifestação de vontade de pessoa jurídica dá-se por meio dos órgãos

públicos, ou seja, conforme essa teoria, quando o agente do órgão manifesta sua

vontade, a atuação é atribuída ao Estado.

Teoria do órgão ou teoria da imputação: é a teoria aceita pela unanimidade dos

doutrinadores modernos. A pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos seus

órgãos, que são partes integrantes de sua estrutura. A atuação dos agentes em exercício

nesses órgãos caracteriza a atuação do próprio Estado. Dessa forma, os atos praticados

pelo agente público (pessoa natural) são tidos por atos da própria pessoa jurídica por

imputação e não por representação  à pessoa jurídica da atuação do seu agente

público. Essa é a teoria adotada no Brasil.

O idealizador dessa teoria, baseada na noção de imputação volitiva foi o alemão Otto

Friedrich von Gierke (1841/1921), que comparou o Estado ao corpo humano.

Gabarito: Certo.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 34 – CESPE - ANALISTA - FINANÇAS - TELEBRAS – 2015

A teoria do órgão, segundo a qual os atos e provimentos administrativos praticados

por determinado agente são imputados ao órgão por ele integrado, é reflexo

importante do princípio da impessoalidade.

A banca considerou correta a afirmação, porém, a rigor, pela teoria do órgão, a imputação dos

atos e provimentos administrativos é à pessoa jurídica, e não ao órgão.

Quanto ao princípio da impessoalidade, vale à pena acrescentar a seguinte passagem

doutrinaria: “Assim, por exemplo, ao tratar da ação indenizatória (responsabilidade do Estado),

mostro como a impossibilidade de propositura da ação diretamente contra a pessoa física do

agente (jurisprudência do STF) está relacionada com a moderna teoria do órgão (organização

administrativa) e a noção de impessoalidade (princípios do Direito Administrativo)”(ALEXANDRE

MAZZA).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 35 - CESPE –ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO – ECONOMIA - ANTAQ - 2016

Os órgãos administrativos são pessoas jurídicas de direito público que compõem tanto

a administração pública direta quanto a indireta.

Os órgãos públicos são centros de competência despersonalizados.

Ademais, conforme MARCELO ALEXANDRINO e VICENTE PAULO, nada impede que existam entidades da

Administração indireta vinculadas a órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, conforme prevê

o art. 37, “caput”, da CF: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)”.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 36 - CESPE - TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANTAQ - 2014

A distribuição de competências entre os órgãos de uma mesma pessoa jurídica

denomina-se desconcentração, podendo ocorrer em razão da matéria, da hierarquia

ou por critério territorial.

Desconcentração territorial ou geográfica: as competências são divididas delimitando as

regiões onde cada órgão pode atuar, casos em que cada órgão público detém as mesmas

atribuições materiais dos demais, variando somente o âmbito geográfico de sua atuação.

Ex.: Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro, na Bahia etc.

Desconcentração material ou temática: há distribuição de competências mediante a

especialização de cada órgão em determinado assunto. Exemplo: Ministério da Fazenda, da

Justiça, da Defesa etc.;

Desconcentração hierárquica ou funcional: há repartição de competências dentro da

relação de subordinação entre os diversos órgãos. Ex,: Ministérios, Secretarias,

Superintendências, Delegacias etc.

Gabarito: Certo.

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