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Prezado aluno,

Esta apostila é a versão estática, em formato , da disciplina online e contém


todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do
conteúdo.

Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da


apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a
respeito de cada item.

Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo.

A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um


momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão.

A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel.

Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais


complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas,
artigos, etc. – para enriquecer seu conhecimento.

Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e


organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu
aprendizado!

Bons estudos!

LEAN LOGISTICS, LOG. VAREJO E NEG. ELETRÔNICO 1


A logística tem a função de disponibilizar bens e serviços no tempo certo, no
lugar certo e em quantidades e qualidades que atendam às necessidades dos
usuários, oferecendo competitividade nos custos e nos preços.
Pode ser entendida como uma das mais antigas e inerentes atividades humanas,
embora sua origem seja creditada aos processos militares.
Há décadas, os processos logísticos são incorporados às atividades empresariais,
hoje considerados estratégicos para criar e agregar valor ao cliente final.
Esta disciplina demonstra a evolução do pensamento enxuto nas organizações,
apresentando o papel da logística no varejo e nos serviços, além de descrever os
conceitos básicos de e-commerce e e-business.
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos:
• Apontar a evolução do pensamento enxuto nas organizações e sua relação
com o e-commerce e e-business, no cenário competitivo na era do
comércio eletrônico;
• Descrever o pensamento e a logística enxuta;
• Examinar o Modelo Toyota de Produção;
• Discutir a logística contextualizada no varejo e nos serviços na cadeia
logística;
• Explicar o cenário competitivo na era do comércio eletrônico.

LEAN LOGISTICS, LOG. VAREJO E NEG. ELETRÔNICO 2


No mundo competitivo e globalizado de hoje, as mudanças são necessárias para
a sobrevivência de qualquer negócio. O desperdício, palavra que no português
significa especificamente “qualquer atividade humana que absorve recursos, mas
não cria valor”, não cabe mais nos processos produtivos.
O pensamento enxuto, que é “uma forma de fazer cada vez mais com cada vez
menos”, deve estar presente em todos os elos da cadeia logística. À luz do
pensamento enxuto, as organizações promovem de forma contínua as mudanças
em seus sistemas pela melhoria de seus processos, pela redução de seus custos
e pela sincronia de suas operações.
Isso gera maior produtividade, lucratividade e efetiva entrega de valor aos seus
clientes.

Objetivo:
1. Explicar o pensamento enxuto nas organizações;
2. Esclarecer a lean logistics – Logística enxuta.

É necessário que o processo logístico comece pelo estudo, análise e compreensão


do projeto ou do processo que precisa ser implantado e dos objetivos a serem
atingidos, seguidos pelo planejamento e detalhamento das atividades tradicionais
da logística, como: planejamento de demanda, inventário, suprimentos e de
produção; manuseio de pedidos, ordens de produção e documentos de
identificação; processos de importação, exportação e de armazenagem;
planejamento da distribuição etc.
As atividades logísticas podem ser classificadas em:
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Atividades principais

Transporte, gerenciamento de estoques, processamento de pedidos e definição


dos níveis de serviço baseados nas reações dos clientes.

Atividades secundárias (Dão apoio às atividades principais)

Armazenagem, manuseio de materiais e embalagem de proteção, obtenção do


necessário, programação de produção, manutenção de sistemas de informação,
dando suporte às atividades principais.

Estima-se que, em uma empresa industrial, os custos de produção girem em


torno de 53% do total dos custos, enquanto os custos logísticos estão na ordem
de 20%, ocupando o segundo lugar no ranking de todos os custos.
Portanto, gerir esses custos é crucial para a operação, isto é, os custos da
existência do estoque, da armazenagem, do processamento das encomendas,
assim como os custos de transporte, precisam ser continuamente reavaliados
visando a competitividade e sobrevivência da empresa.

Para se entender um pouco mais sobre o conceito do pensamento enxuto, é


necessário rever um pouco de sua história. Observe a evolução desse da histórica
que culminou nessa ideia:

Produção Artesanal

Anterior à produção em massa, a produção artesanal usava ferramentas simples,


flexíveis e com custos altos, já que, sob encomenda, os produtos eram fabricados
um a um, por uma força de trabalho altamente qualificada, em organizações
administradas pelos próprios trabalhadores. O volume de produção era baixo,

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implicando custos elevados e incapacidade de garantir a qualidade do produto. A
Revolução Industrial trouxe uma nova configuração para o cenário empresarial.

Produção em Massa

Após a Primeira Guerra Mundial, a indústria, principalmente a automobilística,


evoluiu da produção artesanal para a produção em massa, impulsionada por
Henry Ford. Esse sistema foi caracterizado por:
• Produção em escala de mercadorias padronizadas;
• Consistente intercambialidade de peças de fácil ajuste entre elas;
• Escassa variedade de produtos.

Assim, Ford liderou, por muitos anos, o mercado automobilístico por dominar as
seguintes técnicas da produção em massa:
• Desenvolveu projetos inovadores, reduzindo o número de peças
necessárias e garantindo vantagens em relação aos competidores;
• Desenvolveu a linha de montagem, reduzindo o custo unitário de cada
produto;
• Dividiu as tarefas, na linha de produção;
• Otimizou os processos com folgas;
• Assegurou a produtividade com as seguintes medidas: suprimentos
adicionais, mais trabalhadores e mais espaço fabril.

O sucesso de Ford baseava-se, portanto, nos baixos preços, cabendo aos clientes
repararem qualquer defeito que surgisse após a compra.

Produção Enxuta

Após a Segunda Guerra Mundial, as indústrias japonesas passaram por uma


necessidade de reconstrução. Em 1955, nos Estados Unidos, a produção em
massa, acrescida de técnicas gerenciais e de marketing, alcançou seus maiores
índices de vendas. Tratava-se do amadurecimento do sistema.
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No entanto, naquele mesmo ano, devido às mudanças de demanda e à pequena
variedade de produtos oferecidos, esse sistema entrou em crise, apresentando
altos níveis de estoque.
Essa mudança no padrão da demanda teve uma explicação: os clientes passaram
a preferir a exclusividade, o conforto e o status que um veículo pode oferecer.
Com o aumento da disponibilidade do dinheiro no mercado e com a diversificação
da oferta, os consumidores passaram a preferir produtos diferenciados. Para
saber mais sobre o desenvolvimento do modelo de produção enxuta, acesse o
documento a01_t03.pdf.

Durante muitos anos, desde a produção em massa, idealizada por


Henry Ford, até o sistema de produção enxuta, desenvolvido pela
indústria automobilística japonesa após a Segunda Guerra
Mundial, o sistema produtivo vem se modernizando, de forma que
muitos foram os estudos dedicados ao aperfeiçoamento dos
processos em todos os elos da cadeia logística.

Difundido em todo o mundo, o sistema de produção enxuta mostrou a capacidade


de melhorias constantes nas linhas de produção e em vários ambientes dentro
das fábricas e empresas de diversos setores.
Além disso, mostrou não só a capacidade de adaptação das empresas às
mudanças ocorridas ao longo das décadas, mas, também, como algumas das
fragilidades das organizações podem ser usadas para o próprio desenvolvimento
e melhoramento do ambiente organizacional.
Quando comparada à produção em massa, a produção enxuta sobressai nos
seguintes aspectos:
• Menos esforço dos operários;
• Menor espaço da fábrica;

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• Redução de investimento, de horas de planejamento e de
desenvolvimento de novos produtos;
• Menor demanda de estoques;
• Produtos com menos defeitos, baixos custos e maior variedade para
melhor atendimento aos clientes.

Integrando toda a cadeia produtiva, desde o processo do fornecimento até o


recebimento do produto final pelo cliente, esse sistema de produção trouxe
impactos para todo o mundo, na medida em que ele, simultaneamente, não só
garante o aumento da produção e a qualidade do produto, mas também mantém
os custos em declínio.
Como consiste em eliminar desperdícios, otimizar tempo, organizar e flexibilizar
tarefas, dimensionar recursos e obter melhores resultados, o pensamento enxuto
pode ser aplicado em todas as áreas dos negócios, abarcando, inclusive, a vida
pessoal. Portanto é importante pensar nisso.

A logística integrada é constituída por três grupos de atividades, representando


segmentos do processo:

Logística de suprimentos

Refere-se às atividades de adquirir e receber os materiais necessários às


operações.

Logística interna

Refere-se às atividades de armazenar, manusear e transformar os materiais


envolvidos na operação, exceto o ato de produzir.

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Logística de distribuição

Refere-se às atividades que se iniciam na expedição até a entrega do produto ao


cliente final.

Quando esses três grupos de atividades estão operando de forma cooperativa,


sincronizada, somando resultados e combatendo todo e qualquer desperdício de
acordo com o princípio enxuto (lean), considera-se que a logística está
integrada.
A grande questão é como integrar o conceito do pensamento enxuto aos
processos logísticos, já que o pensamento enxuto evoluiu, e sua aplicação na
cadeia logística não se restringe a pontos específicos, como o estoque. Pensar
essa cadeia como um todo e desenvolver soluções enxutas é o grande desafio
da logística moderna.

Uma das formas de integrar o conceito do pensamento enxuto aos processos


logísticos é considerar a concepção de consumo enxuto, de Womack e Jones
(2005) que, além de eliminar desperdício nos meio de produção, visa
proporcionar aos clientes experiências únicas de consumo, mais eficientes e
desprovidas de sacrifícios. O quadro abaixo elenca os objetivos do consumo
enxuto, que podem ser aplicados ao conceito de logística enxuta.

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Embora os princípios descritos tenham sido enunciados pensando no consumidor,
eles são perfeitamente aplicáveis para todo o tipo de cliente. Embasada nesses
princípios, a logística enxuta aplica-se a todas as relações cliente/fornecedor, nos
elos da cadeia logística.

Representando uma armazenagem de mercadorias com previsão de uso futuro,


o estoque tem como objetivo atender à demanda, assegurando disponibilidade
de produtos. Como representa grande parcela dos custos totais da empresa, sua
formação é onerosa, uma vez que a equação entre custo e disponibilidade
representa um trade-off.

O estoque tem por finalidade:


• Melhorar o nível de serviço;
• Incentivar economias na produção;
• Permitir economia de escala nas compras e no transporte;
• Agir como proteção contra aumentos de preço;
• Proteger a empresa contra incertezas na demanda e no tempo de
ressuprimento;
• Servir como segurança contra contingências.

No entanto, o estoque representa uma despesa. O estoque, que até então visto
como motivo de orgulho, passa a ser considerado como custo.
Com o propósito de se evitar o descontrole financeiro, é necessário que haja uma
sincronização perfeita entre a demanda e a oferta de mercadorias, objetivando o
equilíbrio e a manutenção dos níveis mínimos de estoque, sem que haja perda
na qualidade nem aumento desnecessário nos custos.

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De acordo com Filho (2006), para uma melhor compreensão, estoque
ou existência – em logística – “são designações usadas para definir as
quantidades armazenadas ou em processo de produção de quaisquer
recursos necessários para dar origem a um bem”.

O conceito da lean nos processos logísticos, ou logística enxuta, parte de três


princípios:

Melhoria dos processos

Redução dos estoques

Sincronização dos processos

Para uma empresa conseguir implementar os conceitos de lean em seus


processos logísticos, devem ser atacadas essas três frentes, que não são
mutuamente excludentes.
Veremos, a seguir, cada uma delas.

Melhorar processos é mais do que necessário no atual cenário competitivo das


organizações e envolve a transformação de um insumo em um produto final. Esse
pensamento pode ser estendido também aos serviços.
No desenvolvimento de um processo, sabendo-se que processo é a maneira de
fazer algo, a matéria-prima é transformada, agregando-se a ela o valor que
diferenciará um produto de outro ofertado no mercado. Em outras palavras,
melhorar o processo nada mais é do que fazer mais com menos desperdício.

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Além de incluir a possibilidade de inovar ou thinking outside the box, no
português, pensar fora da caixa, propõe soluções práticas, com criatividade e
economia, que visam excelência e satisfação dos clientes. Um processo é a
ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no espaço, com
começo, meio e fim. Desse modo, um processo possui:
• Inputs (entradas);
• Processamento;
• Outputs (saídas);
• Tempo;
• Espaço;
• Ordenação;
• Objetivos;
• Valores.

Todos os elementos que compõem o processo interligados logicamente resultará


em uma estrutura para fornecer produtos ou serviços ao cliente, conforme
exemplificado na figura abaixo. Sua compreensão é importante, porque é chave
para o sucesso em qualquer negócio.

Pode-se dizer que uma organização é tão efetiva quanto os seus processos, que
são responsáveis pelo que será ofertado ao cliente.
A troca de informação entre os clientes e os fornecedores, tanto os internos
quanto os externos, é de extrema importância para a completa adequação e
funcionamento do sistema. O processo é o conjunto de recursos e atividades
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inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em
serviços/produtos (saídas).

Embora o estoque seja considerado como custo, sua redução pode gerar falta do
produto. E o custo da falta geralmente é muito alto.
O método do estoque mínimo tem o objetivo de reduzir os custos de manutenção
de estoques, mas sem correr o risco de não se atender à demanda. Para atender
ao objetivo de encontrar o ótimo nível de estoque de um determinado
produto, é necessário calcular o ponto de reposição e controlar de forma efetiva
os itens no estoque.
A finalidade do ponto de reposição é iniciar o processo de ressuprimento com
segurança suficiente para que não ocorra falta do material. Existem várias formas
de se calcular o ponto de reposição e a mais usual é multiplicar a taxa de consumo
pelo tempo de ressuprimento.
Desse modo, para fins didáticos, será considerado o consumo previsto por
semana: um determinado produto em estoque é X (quantidade consumida por
semana); e o tempo de ressuprimento (tempo gasto desde que o pedido é feito
ao fornecedor até a chegada do produto para a linha de montagem da produção)
é Y (Tempo) semanas. Desse modo, o ponto de reposição será X * Y.

PR = X * Y

Onde:
PR = Ponto de reposição;
X = Consumo por semana;
Y = Tempo do pedido desde a entrada no fornecedor até a entrega na linha de
montagem em semanas.

Considerando o conceito de ótimo nível de estoque de um determinado produto,


existe o problema da diversificação dos itens de estoque e o ganho de escala.

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Normalmente, quando se compra em grandes quantidades, há uma negociação
relativa aos descontos que varia desde volume de compras até custo de
transporte.
E você sabe como reduzir os estoques de forma a não gerar novos custos de
pedidos? Mais uma vez, estamos diante do trade-off.
Com o advento do pensamento enxuto na logística, outras soluções foram
desenvolvidas, de modo que algumas empresas adaptaram seus sistemas de
entrega pensando no atendimento da demanda de seus clientes através de
soluções inteligentes, sortimento de produtos e personalização dos seus veículos.

Vamos ver o exemplo do mercado de flores!


No passado, os caminhões de flores eram padronizados, e as plantas,
independentemente de seu tamanho, seguiam viagem em carrocerias abertas ou
mesmo baús, sem muita proteção ou amarração, o que gerava grandes perdas
durante o percurso.
Para minimizar esse problema, recorria-se a duas soluções:
• Vender caminhões completos com um único tipo de planta, aumentando
o estoque de um único tipo de produto para o cliente final. E já estudamos
que não é o modelo mais adequado para a competitividade de mercado;
• Ofertar um diversificado mix de plantas, garantindo a entrega dos
produtos no tempo certo, sem aumento de frete.

Desse modo, surgiram os caminhões adaptados. No mercado de flores, as


carrocerias passaram a dispor de grades e prateleiras para plantas pequenas e
delicadas e áreas livres para plantas maiores. Uma forma de entregar valor,
diversificar o mix do cliente final, reduzir estoques por tipo de planta e ainda
economizar no custo do frete.

A sincronia dos processos garante o funcionamento de toda a engrenagem.


A aplicação de algumas técnicas na produção japonesa permitiu:

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• Reduzir estoques em todos os níveis;
• Incrementar a capacidade disponível em grandes investimentos adicionais;
• Diminuir tempos de fabricação;
• Melhorar a produtividade e a qualidade dos produtos fabricados.

A sincronia dos processos visa dispor a quantidade necessária de itens, no


momento exato, já que, para não haver rupturas no processo, necessita-se de
insumos que atendam às demandas imediatas da linha de produção.
De acordo com a filosofia japonesa, em cada etapa do processo, produz-se
somente o necessário para a fase posterior, na quantidade e no momento exato
da demanda. Para que isso aconteça de forma contínua, há uma necessidade
obrigatória da sincronia dos processos.

Abrangendo desde os processos internos da indústria até o fluxo de informação


com fornecedores e clientes, integrando toda a cadeia logística, essa sincronia
nos processos objetiva:
• Flexibilizar a linha de produção da empresa;
• Produzir somente o necessário e na quantidade requerida;
• Diminuir tanto o lead time (tempo de resposta/espera) na concepção de
novos produtos;
• Diminuir o lead time (tempo de resposta/espera) de produção;
• Melhorar o atendimento ao cliente;
• Diminuir perdas.

Com essas etapas cumpridas, é possível obter maior retorno nos investimentos e
ocorre automaticamente a redução de estoques, de produtos acabados e de
matérias-primas, além da redução dos custos de fabricação e de armazenamento.
Somando-se a isso, os colaboradores são envolvidos no processo pela satisfação
no trabalho, pela melhoria da autoestima e pelo desenvolvimento do espírito de
equipe. Enfim, trata-se do que os japoneses chamam de Kaizen: uma contínua
busca pela melhoria da qualidade e da produtividade.

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Vamos fazer uma atividade!
No passado, a logística era conhecida como o transporte e a armazenagem de
produtos e estava associada às operações militares em que os comandantes
precisavam ter sob suas ordens uma equipe que assegurasse a disponibilidade,
na hora certa, de equipamentos, alimentos, munição e socorro médico nos
campos de batalha. Na antiga Grécia, os militares com o título de Logistikas eram
os responsáveis por garantir os recursos e suprimentos para a guerra.
Segundo definição do Council of Logistics Management (1991), logística refere-
se ao processo de planejamento, implantação e controle eficaz do fluxo e da
armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas, desde o
ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender as
necessidades dos clientes.

Ampliando o conceito e seus próprios objetivos, a logística é responsável por


assegurar a disponibilidade do produto certo, na quantidade certa, em condições
adequadas, no local certo, no momento certo, com o preço certo e para o cliente
certo.
Com a aplicação dos conceitos lean aos serviços logísticos, criou-se a logística
enxuta. Na mesma linha de pensamento, se todos os departamentos da empresa
conhecem as atividades logísticas envolvidas e necessárias para o sucesso da
operação e estiverem trabalhando de forma cooperativa na aplicação dos
conceitos lean, podemos conceituar que está ocorrendo a integração da empresa
na logística.
Nesse contexto, liste os benefícios da integração na logística.

Chave de resposta
• Cooperação genuína entre todas as partes da cadeia logística,
compartilhando informações e recursos, combatendo todo e qualquer
desperdício;

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• Custos diminuídos, devido a previsões mais exatas, estoques menores,
menos expedição, economia de escala e eliminação das atividades que não
criam valor;
• Melhoria no desempenho, maior produtividade e prioridades racionais;
• Melhoria no fluxo de produtos, com movimentos mais rápidos e confiáveis;
• Maior flexibilidade e rapidez de reação às condições de mudança;
• Procedimentos padronizados, tornando-se rotina e bem praticados, com
menor duplicidade de esforço e planejamento;
• Qualidade de confiança e menos inspeções, com programas de Gestão de
Qualidade integrados.

Cabe ao gestor conhecer e extrair o pleno potencial do Sistema utilizado, visando


perpetuar de forma lucrativa a instituição no mercado. Podemos afirmar que o
uso adequado das funcionalidades da solução de gestão, ferramentas valiosas
para gerenciar o que, quando e quanto comprar ou produzir considerando a
capacidade atual e planejando a capacidade futura, ainda é a melhor estratégia
para atingir o objetivo citado acima.
Além disso, é imprescindível o suporte administrativo e financeiro fornecido pelo
sistema de gestão como forma de controlar e conferir os resultados em processo.

WOMACK, J. P.; FERRO, J. R. A. Mentalidade Enxuta nas Empresas – elimine


desperdício e crie riqueza. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
HAMPSON, I. Lean production and the Toyota Production. Economic and
Industrial Democracy, 1999.

Questão 1

Um dos exemplos recentes de produto inovador citado por Kay e Lewenstein


(2013) foi a Proteína de soja da Solae. Um produto barato ofertado nas favelas
da Índia para combater a desnutrição. Desenvolvido para a população de baixa

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renda, com foco apenas no produto e não nas preferências e hábitos de compra
do consumidor. A proteína da soja da Solae, simplesmente não vendeu. O
consumidor não comprou o produto mesmo sendo de alto teor de nutrição e com
preço baixo.

a) Ao desenvolver o produto, a indústria Solae não levou em consideração as


preferências e os hábitos de consumo de seus possíveis clientes.

b) Os consumidores preferem produtos caros.

c) Ao desenvolver o produto, a indústria Solae identificou a necessidade dos


seus consumidores e ofertou um produto totalmente adaptado aos seus
hábitos de consumo.

d) Todo lançamento de produtos deve ter o foco único e exclusivo na


produção.

e) Não houve falha no desenvolvimento do produto, mas na distribuição do


mesmo. Se o produto fosse ofertado para a classe média ele teria boa
aceitação.

Questão 2

O sistema de produção enxuta, difundido em todo o mundo, mostrou a


capacidade de melhorias constantes nas linhas de produção e em vários
ambientes dentro das fábricas e empresas de diversos setores. Assinale a
alternativa falsa.

a) Mostrou também a capacidade de adaptação das empresas às mudanças


ocorridas ao longo das décadas.

b) Mostrou a fragilidade de algumas organizações que precisam ser usadas


para o próprio desenvolvimento e melhoramento do ambiente
organizacional.

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c) Este sistema de produção trouxe impactos para todo o mundo, pois integra
toda cadeia produtiva desde o processo do fornecimento até o
recebimento do produto final pelo cliente.

d) Ele consegue aumentar a produção e a qualidade, ao mesmo tempo em


que mantém os custos em declínio.

e) O Sistema de produção enxuta tem a produção em massa como premissa


para a sua implantação.

Questão 3

A produção enxuta, quando comparada à produção em massa, utiliza:

a) Menos esforço dos operários.

b) Menor espaço da fábrica.

c) Menor investimento.

d) Redução das horas de planejamento e desenvolvimento de novos


produtos.

e) Exige maiores quantidade de estoque. Gabarito em relação a única alternativa que não
se adequa, porém a produção enxuta exige
menores quantidades de estoque.

Questão 4

Após a segunda guerra mundial, houve uma reconstrução das indústrias


japonesas. E em 1955, a produção em massa, acrescida de técnicas gerenciais e
de marketing, alcançou seus maiores índices de vendas, era o amadurecimento
do sistema.

Em relação à afirmativa anterior, marque a opção correta.

a) No mesmo ano, o sistema de produção em massa apresentando altos


níveis de estoque devido às necessidades da demanda e à grande

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variedade de produtos oferecidos, necessitando de reformulação no
processo produtivo.

b) No mesmo ano, o sistema de produção em massa superou as expectativas


de eficiência, apresentando altos níveis de estoque, possibilitando o
atendimento imediato à demanda dos clientes.

c) No mesmo ano, o sistema de produção em massa entrou em


desenvolvimento, apresentando altos níveis de estoque devido às
mudanças de demanda e a pequena variedade de produtos oferecidos,
necessitando de reformulação no processo produtivo.

d) No mesmo ano, o sistema de produção em massa entrou em crise,


apresentando altos níveis de estoque devido às mudanças de demanda e
a grande variedade de produtos oferecidos, necessitando de
desenvolvimento no processo produtivo.

e) No mesmo ano, o sistema de produção em massa entrou em crise,


apresentando altos níveis de estoque devido às mudanças de demanda e
a pequena variedade de produtos oferecidos, necessitando de
reformulação no processo produtivo.

Questão 5

O valor é subjetivo e só pode ser especificado pelo cliente final. Marque a opção
errada.

a) O valor só é significativo quando especificado em termos de um produto


específico (um bem, um serviço ou, em muitas situações, ambos
simultaneamente) que atenda às necessidades do cliente a um preço
específico em um momento específico.

b) O valor é criado pelo produtor, mas especificado pelo cliente.

c) O valor é de difícil entendimento.

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d) Muitas empresas desenvolvem produtos que visam excelência, utilizam
das melhores práticas para a criação de suas ofertas, lançam seus
produtos ou serviços inovadores no mercado e de forma surpreendente
não obitem êxito.

e) Valor é o que se paga por um produto ou serviço.

Questão 6

O conceito da nos processos logísticos, ou logística enxuta, parte de três


conceitos:

a) Melhoria dos processos, aumento dos estoques, processos independentes.

b) Melhoria dos processos, redução dos estoques, sincronização dos


processos.

c) Melhoria dos processos, aumento dos estoques, sincronização dos


processos.

d) Melhoria dos processos, redução dos estoques, processos sintonizados.

e) Produção em massa, melhoria dos processos, processos sintonizados

Questão 7

O consumo previsto dos televisores que estão no seu estoque, por semana, é de
100 unidades. O tempo de ressuprimento (tempo gasto desde que o pedido, por
exemplo, das peças que serão utilizadas na fabricação dos televisores, é feito ao
fornecedor até a chegada do produto para a linha de montagem e sua produção)
é de duas semanas. Assinale a alternativa que define o ponto de reposição dos
televisores.

a) 100 unidades.

b) 150 unidades.

LEAN LOGISTICS, LOG. VAREJO E NEG. ELETRÔNICO 20


c) 200 unidades.

d) 300 unidades.

e) 350 unidades.

Questão 8

O estoque representa uma armazenagem de mercadorias com previsão de uso


futuro. Tem, como objetivo, atender a demanda, assegurando-lhe a
disponibilidade de produtos. Assinale a alternativa falsa.

a) A formação do estoque é onerosa, uma vez que representa uma grande


parcela dos custos totais da empresa.

b) Estamos diante de um (trocas determinadas por escolhas, nem


sempre haverá a relação ganha-ganha, nos há uma relação
perde-ganha).

c) Por um lado, o estoque tem por finalidade melhorar o nível de serviço,


incentivar economias na produção, permitir economia de escala nas
compras e no transporte.

d) O estoque age como proteção contra aumentos de preço, para proteger a


empresa contra incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento e
serve como segurança contra contingências.

e) O estoque não representa custos.

Questão 9

Melhorar processos é algo mais do que necessário no atual cenário competitivo


das organizações. Assinale a opção incorreta.

a) Processos são maneiras de fazer alguma coisa.

b) Envolve a transformação de um insumo em um produto final.

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c) O mesmo pensamento com relação aos processos produtivos pode ser
estendido aos serviços.

d) No desenvolvimento de um processo a matéria-prima é transformada e a


ela agregado o valor.

e) Melhorar o processo nada mais é que fazer mais com desperdício. Inclui a
possibilidade de inovar. Propor soluções práticas, com criatividade e altos
custos.

Questão 10

De acordo com a filosofia japonesa, em cada etapa do processo, produzem-se


somente os produtos necessários para a fase posterior, na quantidade e no
momento exato em que são demandadas. Para que isso aconteça de forma
contínua há uma necessidade obrigatória da sincronia dos processos.

a) Essa sincronia abrange dos processos internos da indústria até o fluxo de


informação com os fornecedores e clientes. Integrando toda a cadeia
logística.

b) A sincronia nos processos objetiva flexibilizar a linha de produção da


empresa, produzir somente os produtos necessários e nas quantidades
requeridas.

c) A sincronia nos processos visa diminuir o “lead time”, tempo de


resposta/espera na concepção de novos produtos.

d) “Lead time”, tempo de resposta/espera de produção, visa melhorar o


atendimento ao cliente, diminuir a perda, assim obtendo maiores retornos
nos investimentos.

e) Com a sincronia dos processos automaticamente se tem redução de


estoques em processo, de produtos acabados e de matérias-primas. Há
ainda um aumento dos custos de fabricação e de armazenamento.
Gabarito em relação ao que não se enquadra na sincronia de processos.

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