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2018
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA BÍBLIA
CAPÍTULO I
1. ASPECTOS GERAIS
A Bíblia se destaca por sua singularidade e excepcionalidade em relação aos demais livros,
isto porque Ela é a Palavra de Deus. E traz a mensagem de Deus para os homens – é a
REVELAÇÃO1 DE DEUS.
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Traz a revelação que Deus faz de si mesmo e de Seu propósito aos homens.
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O tema central da Bíblia desde o livro de Génesis até Apocalipse é a Redenção do homem.
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✓ Velino (feito de couro de boi e antílopes, sendo um produto mais caro e de utilização
reduzida).
4. Nomes dados a Bíblia
• O Livro: “Escreve isso para memória no livro.” Ex 17:14;
• A Luz: (Salmos119:105)
• Água (Efésios 5:26)
• Alimento, Pão (Jó 23:12; I Coríntios 3:2; Deuteronómio 8:3)
• Ouro (Salmos 19:10)
• Fogo e Martelo (Jeremias 23:29)
• Espada (Efésios 6:17)
• Escrituras: (; Dn 10:21).
5. COMPOSIÇÃO DA BÍBLIA
A Bíblia é composta por duas partes: Velho e Novo Testamento. O primeiro escrito antes do
nascimento de Cristo, é composto por 39 livros. O segundo escrito depois do nascimento de
Cristo é composto por 27 livros. Perfazendo um total de 66 livros.
5.1. Testamento – Significado
O vocábulo “Testamento” – significa “acordo, pacto, concerto, ou aliança”. No Antigo
Testamento temos “o pacto da lei” e no Novo Testamento “o pacto da graça”. Um conduz ao
outro (Gálatas 3:17-25).
A nova aliança chegou para dar por desaparecida a antiga aliança – Hebreus 813. Por isso, esta
aparece para todos sem distinção – Hebreus 13:40; apenas não inclui tão-somente os que não
crêem – Marcos 16:15,16. Foi firmada com o sangue eterno e universal de Jesus – Marcos
14:24; em Hebreus 12:24 encontramos explícito seu mediador, a saber: Jesus.
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5.2.ESTRUTURA DA BÍBLIA
a) Velho Testamento
Os 39 livros do Antigo Testamento estão assim sistematizados por estilo literário3 e conteúdo:
➢ Lei – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Esta primeira lista é conhecida
também como o “Pentateuco” (cinco livros). Total de 5 livros.
➢ Livros Históricos – Josué, Juízes, Rute, 1º e 2º Samuel, 1º e 2º Reis, 1º e 2º Crônicas,
Esdras, Neemias e Éster – Total – 12 livros.
➢ Livros Poéticos – Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão – total 5 livros.
➢ Profetas Maiores – Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel – Total – 5 livros.
➢ Profetas Menores – Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias – Total – 12 livros.
b) Novo Testamento
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A sistematização da Bíblia em estilos literários, quando não entendida, leva-nos a interpretação pobre e rebelde as
regras de hermenêutica bíblica. O que, infelizmente, é um fenómeno cada vez mais frequente, cometido não só por
pessoas biblicamente iletradas. A sistematização da Bíblia não é um mero acaso, ela ajuda-nos a saber como
devemos e como não devemos ler certos géneros. Caso não se saiba disso, pode ser muito penoso terminar o livro de
Levítico, Jeremias em contraste com o livro de Actos e I Samuel que são de agradável leitura.
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5.3. ESTATÍSTICA BÍBLICA
Para a leitura completa da Bíblia são necessárias 49 horas, a saber, 38 horas para a leitura do
Velho Testamento e 11 para o Novo Testamento. Para lê-la audívelmente, em velocidade normal
de fala, são necessárias cerca de 71 horas. Para ser lida num ano, deve-se ler 4 capítulos por dia.
a) O Hebraico e Aramaico: O hebraico é a língua em que foi escrito a maior parte do Antigo
Testamento. Poucas passagens no Antigo Testamento foram escritas no aramaico, estas
incluem: Jr 10:11; Dn 2:4-7, 28 e Ed 4:8; 6:8; 7:12-26.
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b) O Grego: O Novo Testamento foi escrito na língua grega. O grego usado pelos escritores do
Novo Testamento foi o grego Koinê (grego comum, popular, empregado em todo Império
Romano), ao invés do grego clássico, empregado pelos intelectuais da época.
5.6.TRADUÇÃO DA BÍBLIA
2- VULGATA LATINA – foi feita por Jerónimo no fim do Século IV. No Século IV havia
diversas versões em latim, divergentes entre si, e a igreja católica entregou a Jerónimo, grande
conhecedor do hebraico e do grego, a tarefa de preparar uma versão confiável em latim
3 - VERSÃO SIRÍACA PESHITO – Esta versão é a terceira de interesse, no idioma da Síria.
Provavelmente a primeira tradução do N.T. tenha sido esta. Estas versões citadas são importantes
porque foram usadas para traduções mais recentes.
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A ciência da tradução tem a difícil tarefa de encontrar vocábulos na língua-alvo (nosso caso,
Português e Changana) que signifique o mesmo na língua-fonte (Hebraico, Aramaico e Grego),
ela baseia-se em várias regras e teorias, exemplo:
a) Equivalência formal (é a tradução literal, embora tenha suas vantagens, muitas vezes ela
torna a língua alvo ambígua. Alem de apresentar limitações, no caso por exemplo de existir
uma lacuna de palavras e gramática entre a língua-alvo e a língua-fonte) É o caso da versão:
João Ferreira de Almeida4
b) Equivalência funcional (é a tradução que actualiza as questões de linguagem, gramática e
estilo, não se preocupa em transliterar as palavras da língua-fonte para a língua-alvo. O
problema desta teoria é de manter um distanciamento histórico na busca de um equivalente
moderno, o que nem sempre é melhor.) É o caso da: Nova Versão Internacional
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Entretanto, esta versão foi recentemente editada. A última Edição, a de 2017, optou pela teoria da Equivalência
Dinâmica, que é a que adopta a equivalência formal e funcional.
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NOTA: Como se viu, todas as teorias de tradução têm a sua vantagem e desvantagem, por isso,
sugere-se que o Professor da Escola Bíblica dominical tenha duas traduções ou, de preferência
três, das quais sugerimos: 1. João Ferreira de Almeida; 2. Nova Versão Internacional; 3. A Bíblia
Para Todos: Edição Comum.
Sugere-se ainda que se puder ler e entender outras línguas, procure adquirir uma Bíblia nessas
línguas, e consulte sempre que possível alguns trechos que por algum motivo se mostrem difíceis
ou que lhe tenham chamado atenção.
6. A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
6.1. Conceito de Inspiração
A palavra “inspiração” é a tradução do termo grego θεόπνεςζηορ / Theópneustos que significa
“respirado por Deus”. A teologia usa regularmente a palavra “inspiração” para expressar a
origem e qualidade das escrituras sagradas. De modo activo o substantivo indica a respiração de
Deus para fora, a qual produziu a escritura.
Revelação. É a actividade de Deus, na qual ele se torna conhecido ao homem Sua pessoa, Seu
propósito e Seus desígnios e mistérios. (diz respeito à verdade recebida)
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Iluminação. Diz respeito ao ato de receber esclarecimento sobre determinado assunto que esteja
obscuro ou complexo (diz respeito ao esclarecimento das verdades reveladas e dos escritos
inspirados).
Teoria adoptada
É chamada de “inspiração plenária e verbal”. Todas as partes da escritura são inspiradas. As
escrituras reivindicam inspiração, e dão certeza de serem inspiradas. “Toda escritura é
divinamente inspirada” (2ª Tm 3:16).
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8. CANONICIDADE DA BÍBLIA
8.1. O que é Cânon?
O termo cânon provém do grego “κανών / kanōn” significa regra ou norma, lista, vara, régua,
um padrão de medida.
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Deus determinou quais os livros seriam inclusos na Bíblia ao entregar a sua mensagem a um
profeta. Dessa forma, somente os livros escritos por um profeta, ou um dos seus representantes
autorizados por Deus, são inspirados e fazem parte do Cânon das Escrituras.
a). Não foram citados por Cristo5, e não há referência directa à eles por parte dos apóstolos. Os
apóstolos citaram 433 vezes o Antigo Testamento, mas nenhuma vez estes livros.
b). Não figuravam no cânon hebraico, e daí, deduz-se que não eram inspirados.
c). Há neles referências que contradizem os livros canónicos. Exemplo: (Dar esmolas como
requisito para salvação: Eis as palavras textuais de Tobias 12.9: “Porque a esmola livra da
morte, e ela é quem apaga os pecados, e faz achar misericórdia e a vida eterna”. A Bíblia
desautoriza este ensino. (Cf. 1ª Pe 1.18-19).
5 Quando Jesus citou em (Mateus 5:17) as duas partes da Bíblia hebraica “Lei e os Profetas5” referia-se
especificamente os 39 livros do cânon Protestante, que Ele chamava de “todas as Escrituras” (Lc 24:27).
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