Da qualidade de dependente
A pensaã o por morte tem previsaã o no art. 74 da Lei 8.213/91, a qual regula que seraá devido o
benefíácio ao conjunto de dependentes do segurado falecido, aposentado ou não.
Art. 16. Saã o beneficiaá rios do Regime Geral de Prevideê ncia Social, na condiçaã o de
dependentes do segurado:
(...)
O Sr. NOME DA PARTE1 e a falecida viveram como se casados fossem por muitos anos, tendo
constituíádo uniaã o estaá vel no ano de 1986.
No que tange ao requisito de dependeê ncia econoê mica, cumpre salientar que o INSS
reconheceu a união estável constituída entre o Autor e a falecida, o que se exprime do processo
administrativo que segue anexo, tornando tal requisito superado.
A despeito de o casal ter mantido o relacionamento amoroso desde o ano de 1986, a
Autarquia concluiu pela existeê ncia da uniaã o estaá vel somente a partir de 29/08/1993. Perceba-se:
(DOCUMENTO PERTÍNENTE)
Entretanto, tal fato naã o prejudica a pretensaã o do Sr. NOME DA PARTE1 ao benefíácio
pretendido, haja vista que, sendo reconhecida a uniaã o estaá vel em 1993, restou cabalmente superado
o requisito de dependeê ncia, aà luz do artigo 77, § 2º, V, alíánea “b” da Lei 8.213/91, no que se refere ao
períáodo míánimo de dois anos de uniaã o estaá vel em momento preteá rito ao oá bito.
Nesse diapasaã o, resta cabalmente comprovada a uniaã o estaá vel e a consequente presumida
dependeê ncia econoê mica do companheiro, como estipula o art. 16, § 4º, da Lei 8.213/91.
Jaá no que se refere ao menor NOME DA PARTE2, fruto da uniaã o entre a de cujus e o Sr. NOME
DA PARTE1, aquele tambeá m faz jus aà concessaã o do benefíácio, uma vez que enquadrado na condiçaã o
de dependente, conforme art. 16, Í, da Lei 8.231/91. Ademais, da inteligeê ncia do art. 77, ÍÍ, do
referido diploma legal, deve o filho receber o benefíácio ateá completar 21 (vinte e um) anos de idade.
Portanto, imperativo que seja concedido o benefíácio de pensaã o por morte aos dois Autores,
NOME DA PARTE1 e NOME DA PARTE2.
Segundo a Lei de Benefíácios da Prevideê ncia Social, a concessaã o do benefíácio de pensaã o por
morte depende da ocorreê ncia do evento morte e, aleá m da dependeê ncia de quem objetiva a pensaã o, a
demonstraçaã o da qualidade de segurado do de cujus.
Observa-se que a Sra. XXXXXXXXXXXXX era segurada do RGPS, uma vez que sua última
contribuição previdenciária ocorreu em 07/2015, na qualidade de segurada facultativa de
baixa renda (vide GPS presente no processo administrativo). Assim, na data de seu
falecimento (26/08/2015), a de cujus persistia segurada do INSS, contribuindo de maneira
regular no período anterior ao óbito.
No que se refere aà careê ncia, insta salientar que esta eá dispensada para o benefíácio de pensaã o
por morte, uma vez que naã o eá necessaá ria a comprovaçaã o de um períáodo míánimo de contribuiçoã es.
Contudo, faz-se mister observar o que estabelece o art. 77, V, c, item 6, da Lei 8.213/91,
vejamos:
Art. 77. A pensaã o por morte, havendo mais de um pensionista, seraá rateada entre
todos em parte iguais.
[...]
V - para coê njuge ou companheiro:
[...]
c) transcorridos os seguintes períáodos, estabelecidos de acordo com a idade do
beneficiaá rio na data de oá bito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18
(dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do
casamento ou da união estável:
[...]
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. (grifo nosso)
Sendo assim, sabe-se que a de cujus jaá havia vertido mais de 18 recolhimentos (vide extrato
do CNÍS constante no processo administrativo) e o Sr. NOME DA PARTE1 possuíáa 52 anos quando do
oá bito, aleá m da data de iníácio da Uniaã o Estaá vel ter sido fixada pela Autarquia em 29/08/1993. Nesse
sentido, cumpridos os requisitos para o Autor NOME DA PARTE1 gozar da pensaã o vitalíácia.
Contudo, tais requisitos naã o englobam o menor NOME DA PARTE2, que teraá pensaã o
concedida ateá os 21 anos de idade.
2. TUTELA DE URGÊNCIA
O novo Coá digo de Processo Civil estabelece em seu art. 300 que “A tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo”. Nesse sentido, o novo diploma legal exige para a concessaã o da
tutela de urgeê ncia dois elementos, quais sejam: o fumus boni iuris e o periculum in mora.
Ora, exceleê ncia, a parte Autora necessita da concessaã o do benefíácio em tela para custear a sua
vida, tendo em vista que eá pessoa de baixa renda e naã o pode patrocinar a proá pria subsisteê ncia e do
filho.
Assim, apoá s a instruçaã o processual, ficaraá claro que o Autor preenche todos os requisitos
necessaá rios para o deferimento da antecipaçaã o de tutela, em sentença, uma vez que se faraá prova
inequíávoca quanto aà verossimilhança das alegaçoã es vestibulares, comprovando, assim, o fumus boni
iuris. O periculum in mora, de outra banda, se configura pelo fato de que se continuar privado do
recebimento do benefíácio, o Autor teraá seu sustento drasticamente prejudicado.
De qualquer modo, o caraá ter alimentar do benefíácio traduz um quadro de urgeê ncia que exige
pronta resposta do Judiciaá rio, tendo em vista que nos benefíácios previdenciaá rios resta intuitivo o
risco de ineficaá cia do provimento jurisdicional final.
4. PEDIDOS
2) O deferimento da Assistência Judiciária Gratuita, pois o Autor naã o tem condiçoã es de arcar com
as custas processuais sem o prejuíázo de seu sustento;
3) A citaçaã o do Ínstituto Nacional do Seguro Social – ÍNSS, para, querendo, apresentar defesa;
a) Conceder o benefíácio de pensaã o por morte aà parte Autora, desde a data do requerimento
administrativo, nos termos do art. 74, inciso ÍÍ, da Lei 8.213/91;
b) Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo
vencimento e acrescidas de juros legais e moratoá rios, incidentes ateá a data do efetivo
pagamento;
c) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honoraá rios advocatíácios, eis que cabíáveis
em segundo grau de jurisdiçaã o, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei
10.259/01.
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
NOME DO ADVOGADO
OAB/UF XX.XXX
1
Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ XX.XXX,XX) + parcelas vencidas (R$ X.XXX,XX).