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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE HABILITAÇÕES PEDAGÓGICAS
Disciplina: Política Educacional da Educação Básica
Período letivo: Período letivo: 2015.1 – Turmas: 04 e 05 - Professor: S. ELIAS SOBRINHO

ESTUDO DE TEXTO – APRESENTAÇÃO INDIVIDUAL ORAL EM SALA DE AJULA


(Elaborar reflexões/considerações sobre o assunto e apresentá-las verbalmente
na aula do dia 26/04/2015)
IMPRIMIR / BAIXAR E LEVAR PARA AULA DO DIA 26/04/2015

Texto 4(5): A ESCOLA HOJE E OS ALUNOS QUE NÃO APRENDEM -

1. APRESENTAÇÃO
O texto, em anexo, do professor Roberto Leal Lobo elenca e argumenta sobre, dentre
outros, os seguintes paradigmas tão em foco hoje no Brasil:
a) - o “valor universal do trabalho em grupo;
b) - a “postura crítica” em vez do conteúdo;
c) - a profusão de tudo que é “social” e extracurricular”.

Isto é: a qualidade inquestionável e universal do trabalho em grupo, além


da frouxidão e a permissividade em vez da disciplina e da cobrança e a valorização dos
pesquisadores de banalidades.
O estudo do presente texto – polêmico, sem dúvida – é um exercício de reflexão e
argumentação acerca destes modelos de práticas em voga no âmbito da escola (básica e
superior) brasileira.
Neste sentido, estamos colocando os argumentos do prof. Leal no intuito de “provocar” a
manifestação de ideias visando a um debate acerca de atividades tão presentes no nosso atual
cotidiano escolar/acadêmico.

2. ORIENTAÇÕES PARA SUA PARTICIPAÇÃO NA APRECIAÇÃO DO TEXTO:


2.1 – Proceder à leitura do texto (e do material de pesquisa) na perspectiva de uma
análise crítica;
2.2 – Sugere-se pesquisar o tema e aprofundar suas reflexões e ideias sobre a
argumentação do autor, acerca dos seguintes paradigmas em foco:
a - o “valor universal do trabalho em grupo;
b - a “postura crítica” em vez do conteúdo;
c - a profusão de tudo que é “social” e extracurricular”.
2.3 - Escrever (síntese/essência) das observações da sua leitura/análise/pesquisa que
julgue importantes para expor oralmente em sala de aula;
2.4 – Você terá de 3.0ms. (o mínimo) a 5,0ms. (o máximo) para expor suas considerações
(sua participação vale 1,0 ponto).

3 – ANEXO
3.1 - Texto base sobre o assunto.

4 – SUGESTÃO
4.1 – Nos LINKS abaixo você encontrará assuntos relacionados Mas, não se limite
somente a estes. Pesquise. Leia outras fontes. E reflita sobre o tema. Bom trabalho.

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0362.html
http://encontrandoalegria.blogspot.com.br/2014/02/a-escola-dos-barbaros-e-o-sonho-
de-lenin.html
http://www.espacoacademico.com.br/084/84lima.htm
http://pedagogiadidatica.blogspot.com.br/2008/11/pedagogia-crtico-social-dos-
contedos.html
http://www.conteudoescola.com.br/colaboracao-do-leitor/30/132-relacao-professor-
aluno-uma-revisao-critica
http://milc.net.br/2015/02/um-dos-perigos-das-escolas-de-atividades-extracurriculares-ignorar-
a-singularidade-das-criancas/#.VTAMfvnF91Y
http://www.espacoacademico.com.br/031/31cmeksenas.htm
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UIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE HABILITAÇÕES PEDAGÓGICAS
Disciplina: Política Educacional da Educação Básica
Período letivo: 2015.1
Professor: SEVERINO ELIAS SOBRINHO – Turmas: 04 e 05

TEXTO 05 - TRABALHO INDIVIDUAL

A escola hoje e os alunos que não aprendem

É preciso rever modas como o valor universal do trabalho em grupo, a


'postura crítica' em vez do conteúdo, a profusão de tudo que é 'social' ou
extracurricular

A educação brasileira está em crise. Além da recorrente violência escolar -


a imprensa noticia com frequência casos de alunos armados ou com drogas, além
de agressões a professores-, pais e filhos parecem achar que a escola não pode
contrariar os alunos ou exigir desempenho.

As próprias famílias não conseguem impor limites aos filhos - às vezes,


nem os pais têm limites-, algo que se espraia à sala de aula.

Esse problema, que está se tornando quase epidêmico no Brasil, não é


desconhecido em outros países.

Neste momento, vale lembrar um livro francês que nunca foi muito
divulgado no Brasil. Para quem está preocupado com a situação das escolas, vale
ler "A Escola dos Bárbaros", de Isabelle Stal e Françoise Thom, publicado no
Brasil pela Edusp ainda em 1987, apontando um cenário que só se agravaria no
Brasil nas décadas seguintes.

As autoras são duas professoras francesas que contam a degradação que


viam surgir nas escolas daquele país já na década de 1980. Os problemas que
elas enxergaram nunca soaram tão familiares.

Elas consideram que a falta de disciplina nas escolas reflete uma


sociedade que "adota o prazer como o ideal, em todas as direções - para tal
sociedade, o objetivo da civilização é se divertir sem limites".

Ou seja, a escola desistiu de conduzir os jovens à vida adulta.

Nesse sentido, as autoras acertam em cheio ao apontar a profusão de


práticas extracurriculares, fáceis e sem conteúdo, que servem para matar o tempo
do jovem, como um dos grandes problemas da escola de hoje em dia. Os pais
brasileiros podem reconhecer com facilidade essa moda dominando também as
nossas escolas.

Nas palavras das autoras: "É uma enganação afirmar que a inaptidão para
expressar-se, que a ignorância crassa em história, em geografia, em literatura e a
incapacidade em seguir um raciocínio elementar" sejam um preço que tenhamos
de pagar para que todos se sintam à vontade na escola, permitindo a "inclusão"
de todos os alunos.

Sob o pretexto de instaurar na escola a igualdade, o ensino é nivelado por


baixo. Não há como escrever melhor do que elas: "A ambição da igualdade a todo
preço desencoraja o esforço de aprender, tipicamente individual".

Não se pode abandonar o ensino de conteúdo ou deixar que os alunos


escolham o que querem aprender. É possível incluir todos os alunos na escola -
isto é, democratizar o ensino, criando uma escola que atenda à massa- sem a
atual catástrofe.

Além dessas teses, as autoras criticam, com muita dureza, pedagogos,


professores, administradores, sindicatos de professores e a nova geração de pais.

Os sindicatos, especialmente, estão mais preocupados em defender a


mediocridade e o corporativismo. Eles apontam soluções simplistas para todos os
males que afligem o ensino básico, como o aumento dos orçamentos ou ações
tecnológicas nas escolas.

Isso sem falar nas ideologias que banalizam o ensino, como se o papel
principal da escola não fosse tirar o aluno da ignorância.

O livro pode ser ácido e ter adjetivos em excesso. Pode até ser injusto
com relação à importância de democratizar o acesso à educação, algo
fundamental para diminuir as injustiças da sociedade.

Mas ele é preciso ao defender a destruição de alguns paradigmas tão em


moda no Brasil, como:

- A qualidade inquestionável e universal do trabalho em grupo;

- A "postura crítica" sobreposta à absorção de conhecimento;

- A frouxidão e a permissividade em vez de disciplina e cobrança;

- A prioridade das atividades "sociais" em vez do estudo persistente;

- A valorização dos pesquisadores de banalidades;

- A ênfase nas metodologias em vez dos conteúdos.

Vale a reflexão: quantas gerações de alunos serão prejudicadas até o


estudo persistente e o conteúdo voltarem a ser valorizados?
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ROBERTO LEAL LOBO E SILVA FILHO, 74, professor titular aposentado do Instituto de Física de São
Carlos da USP, é presidente do Instituto Lobo. Foi reitor da USP

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