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PREMIO VICTOR CIVITA

Ano a ano, alguns equívocos comuns aparecem entre os projetos inscritos no Prêmio Victor Civita
Educador Nota 10. A maioria deles refere-se a procedimentos dos professores em sala. Conheça os
dez mais freqüentes, listados pelos selecionadores de todas as áreas, para não repeti-los no seu dia-
a-dia.
1 – Estabelecer um grande número de objetivos
Ter muitos objetivos pode ser o mesmo que não tê-los. Como é possível aprender 20 conteúdos em
um mesmo trabalho de curta duração? E como ensinar sem ter estratégias previamente planejadas?
“É necessário ter objetivos claros, propor ações concretas para garantir o sucesso da turma e fazer
avaliações que tenham ligação com todo o processo”, diz Daniel Vieira Helene, selecionador de
História.
2 – Não ter indicadores de avaliação
Dizer que faz uma avaliação processual e contínua não é suficiente para explicitar o que e como os
estudantes aprenderam. Essa é uma das principais falhas de projetos de todas as áreas. “Apesar de
muitos professores apresentarem boa referência teórica, eles não demonstram saber em que a turma
avançou ou de que forma se avaliam os avanços em determinado conteúdo”, diz Fábio d’Ângelo,
selecionador de Educação Física.
3 – Formar cidadãos e conscientizar os alunos
É inviável acreditar que por meio de ações isoladas é possível mudar o comportamento de alguém.
“Um jovem comprometido com a preservação do meio ambiente, por exemplo, não se forma
somente com uma atividade ou projeto”, diz Sueli Furlan, selecionadora de Geografia. A
conscientização requer um trabalho profundo, realizado em diferentes situações de ensino e
aprendizagem propostas ao longo do ano.
4 – Valorizar a culminância em vez dos conteúdos
A festa de lançamento de um livro feito pela garotada não pode ser mais importante em um projeto
do que a aprendizagem dos conteúdos durante a realização dele. “Quando o foco da atividade vai
para o evento, as crianças podem se divertir, e só”, diz Cláudio Bazone, selecionador de Língua
Portuguesa. Se elas escreveram contos, por exemplo, é necessário que os textos cheguem aos
leitores, o que pode ocorrer numa festa de lançamento. Porém, cabe ao professor garantir que todos
tenham avançado na leitura e na escrita desse gênero.
5 – Propor atividades não relacionadas
Uma coletânea de atividades diversificadas não é o mesmo que uma seqüência didática com o
propósito de ensinar um conteúdo especifico. Não é a quantidade de tarefas que garante à criança
saber mais ou menos. “O ideal é planejar diferentes atividades de um mesmo conteúdo com um
nível de complexidade cada vez maior para que haja avanços”, explica Regina Scarpa.
6 – Realizar projetos sem planejamento prévio
A improvisação e o espontaneísmo não devem fazer parte da rotina do professor. “Em vários
relatos, os projetos são descritos como algo que nasceu de uma conversa informal com a turma”,
revela Regina Scarpa. Todo projeto necessita de planejamento, seleção de materiais, foco nos
conteúdos que precisam ser ensinados e previsão de uma seqüência didática que favoreça essas
aprendizagens.
7 – Integrar em vez de incluir alunos com deficiência
A simples presença de estudantes com deficiência em sala não pressupõe que eles estejam
aprendendo. Daniela Alonso, selecionadora de Educação Inclusiva, chama a atenção para o papel da
escola: “Cabe aos professores respeitar os processos individuais de aprendizagem”.
8 – Ter como intenção elevar a auto-estima
A única maneira de a escola aumentar a auto-estima de crianças e jovens é ensiná-los. Qualquer
outra atividade em detrimento da aprendizagem não contribui com o Desenvolvimento deles.
“Quem percebe que está sabendo mais se sente bem. É isso que melhora a auto-estima”, garante
Regina Scarpa.
9 – Premiar os estudantes que se saem bem
Ensinar quem já sabe é fácil. Difícil é fazer com que o conteúdo seja compreendido por todos. “A
entrega de um troféu a quem foi bem sucedido não valoriza o processo de aprendizagem”, diz
Andrea Vieira Miranda Zinni, selecionadora de Língua Estrangeira. O professor deve criar
diferentes estratégias para que todos, sem exceção, avancem.
10 – Ter como meta tornar as aulas prazerosas
Escola é local de estudar, não de ter apenas momentos de alegria. Música, TV ou fantoches são
vistos como essenciais para uma aula ser divertida. “Muitos educadores querem fazer da leitura um
momento lúdico, como se ler fosse muito chato”, exemplifica Ana Amélia Inoue, selecionadora do
Prêmio Escola. O prazer na escola surge no momento em que se aprende algo com significado.

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