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20/02/2017 Uma mentoria empreendedora com o fundador do Google

Uma possível mentoria empreendedora
com o fundador do Google
FAVORITO
EMPREENDEDORISMO    ›   UMA
POSSÍVEL MENTORIA
EMPREENDEDORA COM O FUNDADOR
DO GOOGLE
ARTIGOS · CRESCIMENTO , OPERAÇÕES , GESTÃO , INSPIRAÇÃO , PESSOAS , STARTUPS , TECNOLOGIA

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POR: JOAO FRANCISCO , MENTOR ENDEAVOR | 16, fev, 17

E se hoje fosse o seu dia de sorte e o Larry Page, fundador
do Google, decidisse te fazer uma visita?

Inspirado pelo livro O que a Google faria? escrito por Jeff Jarvis, o
mentor João Francisco criou um diálogo imaginário entre Larry
Page e um empreendedor como você. Na conversa, você
conhece os principais aprendizados do livro — e como pode
aplicá­lo na resolução de problemas, a partir do pensamento
Google.

E se Larry Page passasse hoje para visitar seu escritório?

Claro que seria interessante saber como ele fez fortuna, não é?
Mas, tenho a certeza de que você gostaria mesmo é de tomar
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20/02/2017 Uma mentoria empreendedora com o fundador do Google
Mas, tenho a certeza de que você gostaria mesmo é de tomar
emprestado, por algumas horas, o seu mindset.

E eu duvido que Larry fosse ficar incomodado com isso. Claro que
não! Até porque o segredo da Google sempre foi mesmo o de
compartilhar conhecimentos, ser uma rede e, o mais importante de
tudo, conectar pessoas.

Bem, ele entraria pela porta, sentaria e, depois de se apresentar a
você, perguntaria:

­ Sobre o que você quer conversar?

E, vamos dizer que você respondesse:

­ Larry, fique muito à vontade. Eu gostaria mesmo é da sua
visão… Diga­me aquilo que você entende ser mais importante
para um empreendedor como eu, nesse estágio em que me
encontro.

E ele, objetivo como é, já começaria dizendo:

­ Bem, a primeira coisa que eu gostaria que você refletisse é
sobre as suas próprias crenças.

Veja, tanto a minha empresa como a Apple, a Disney e a Amazon
nasceram em garagens, sem recursos. Mas o sonho nos dirigia. E
isso é exatamente o que você precisa para começar o seu próprio
negócio. Você precisa acreditar no seu sonho e avançar com
determinação mesmo que ainda não conte com todos os recursos
necessários.

Gente interessada em boas ideias, como investidor anjo, seed ou
private, virão depois e aportarão os recursos que você precisa.

MAS ATENÇÃO: SE VOCÊ AINDA NÃO CONSEGUE
DEFINIR O SEU OBJ ETIVO NUMA ÚNICA FRASE,
PARE! VOCÊ AINDA NÃO TEM CLAREZA SOBRE ELE.

Isso pode parecer senso comum, mas é fundamental que você
acredite mesmo no que você é e no que você faz.

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20/02/2017 Uma mentoria empreendedora com o fundador do Google

Tem mais uma coisa, e agora é uma alerta mesmo: Você está
pensando que todas as pessoas estarão à seu favor? Não!

Eu lembro que bem no início, quando nós da Google começamos
a projetar um motor de buscas, muitos diziam pra gente:

“Garotos, vocês vão fracassar, já existem cinco empresas nesta
área.”

E nós respondíamos: “Sim, sabemos que existem o Yahoo,
Altavista, dentre outros. Mas nós estamos fazendo algo diferente.”

É claro que sabíamos que a concorrência seria hostil conosco.
Mas, o que nós fizemos e que aconselho você a fazer é:

Encontre um diferencial entre você e os outros, e mais: transforme
a sua ideia naquilo que os clientes vão preferir.

Você percebeu que eu não disse para você oferecer somente o
que o cliente quer, não é?

Pois é, é isso mesmo. E sabe o que o cliente espera de você?
Que você o surpreenda! E você só faz isso oferecendo aquilo que
talvez ele ainda não conhece.

E isso terá um efeito colateral positivo para você, porque será o
começo da criação da sua imagem de marca…

Agora, olhando para o relógio, Larry diria gentilmente a você:

Eu preciso cuidar do meu horário porque tenho outro
compromisso nesta tarde e depois viajarei até a Stanford, onde
amanhã vou falar sobre o nosso sonho de organizar toda a
informação do mundo e sobre o carro autômato.

Eu já sei que irão dizer, mais uma vez, que somos sonhadores
utópicos! E rindo para você, diria: somos mesmo ambiciosos e
isto é o que nos define também. Nossos concorrentes dizem que
é arrogância. Mas, eles só nos desafiam a nos superarmos cada
vez mais!

Bem, ainda é cedo e temos algum tempo, vamos continuar…
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Eu gostaria agora que você pensasse em mais uma coisa
importante: é se o seu negócio é dirigido para o mercado de
massa ou de nicho. Veja: vender para as massas atualmente é
uma tática em extinção. A grande sacada é atender nichos por 3
razões básicas:

1 ­ Os clientes querem conversar com quem fornece para eles, e
a mídia de massa é um monólogo… Só eles falam;
2 ­ Os clientes querem pertencer e ter você como um meio que
os leve a ter sucesso;
3 ­ Atendendo estes dois requisitos, você irá compreender seus
consumidores e poderá inovar quase instantaneamente, frente a
grandes empresas concorrentes. Você irá perceber que grandes
empresas se movimentam com muita lentidão. E aqui está um dos
valores de ser pequeno. É um grande diferencial para você.

REPITO: IDENTIFIQUE NICHOS E CONVERSE COM
ELES!

Outra coisa: você precisa pensar de modo distribuído. Grande
parte das empresas ainda pensa de modo centralizado e acredita
que os clientes precisam vir até elas por meio de catálogos, lojas,
etc.

Mas nós, da Google, não! Pensamos de modo distribuído. E é
isso que quero recomendar a você: não basta tocar a sirene com
uma propaganda na grande mídia e esperar que as pessoas já
saiam correndo para comprar. Olhe para os avanços do e­
commerce…

Se você tem como se comunicar com seu consumidor pela web,
portanto direto, pode ajudá­lo a conquistar o que ele quer, e assim
você se posiciona como um meio para ele.

AGORA VAI AQUI UMA DICA PODEROSA: PENSE EM
ALGUM MODO DE FORNECER GRATUIDADE.

Veja o nosso exemplo: nós da Google, não cobramos por
informação fornecida. Isso porque achamos que os nossos
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clientes não gostariam. Recompensamos a quem nos procura
com uma caixa de buscas e preferimos ajudá­los a chegarem
onde querem ir.

É aí que a Google quer estar. É bem diferente daqueles que
querem que o consumidor vá até eles.

Assim, pensamos de modo distribuído e tem mais: somos
parceiros!

Nossas opções comerciais nas páginas da web fazem nossos
clientes faturarem milhões de dólares e é só aí que construímos
nossa própria receita.

Mas, nem tudo é perfeito. Deixa eu te falar de uma brincadeira
comum no Vale do Silício. É comum dizerem lá que nós lançamos
produtos em beta, ou seja, “inacabados”.

Brincam com isso. Mas, tenho que reconhecer que há muito de
verdade nisso. O Google News foi um exemplo. Foi lançado, mas
ficou em testes durante 3 anos.

Quem não sabe que a Microsoft também lança seus produtos no
mercado “quase” acabados? Todos nós sabemos que eles lançam
seus produtos e com o passar do tempo, vão aprimorando, pelo
hábito de “conversarem” com seus clientes.

Você se lembra de que falei há pouco que você precisa
“conversar”? Pois é, agora você já conhece o poder disso!

É por isso mesmo que nós na Google não nos preocupamos em
lançar produtos inacabados.

Pode parecer uma irresponsabilidade, mas não é, e sabe por quê?
Porque há um pré­requisito que você terá que respeitar:

Você precisa de um produto mínimo viável, e quem aprova mesmo
o seu MVP é o seu consumidor. Com o que a internet nos
possibilita, você pode acompanhá­los de perto e mais, pode
aprender com os seus próprios erros, e isso irá aprimorar seus
produtos e serviços indefinidamente. E, claro, deverá inovar
continuamente.
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continuamente.

Agora você já sabe a razão de estarmos todos em modo beta
para sempre. Logo, você também não precisa pedir perdão por
isso.

Bem, seguindo, gostaria que você pensasse bastante sobre essa
afirmação que vou fazer:

ONDE VOCÊ ENTREGA VALOR E ONDE ESTÁ SUA
RENDA PODEM NÃO ESTAR NO MESMO LUGAR. O
DINHEIRO PODE VIR DE UMA PORTA LATERAL.

Sei que compliquei, mas deixe­me explicar melhor:

Poucas coisas fazem as pessoas agirem tão impulsivamente
quanto com a palavra “grátis”.

Elas acabam levando duas mercadorias, que às vezes nem
precisavam, só porque o terceiro saiu de graça.

É que os cientistas estimam que a maioria das nossas decisões
sejam emocionais. A Amazon, há um tempo, decidiu oferecer frete
grátis caso a compra ultrapassasse um determinado valor.

Por exemplo: comprando 20 reais, o frete custaria 5 e comprando
40 reais, o frete seria de graça.

Essa estratégia fez com que as vendas da Amazon aumentassem
em todo o mundo. Menos na França, que continuou cobrando pela
entrega, embora fosse um valor muito baixo.

A verdade é que nós, como consumidores, temos medo de fazer
escolhas erradas e não gostamos também de sentir que
perdemos.
Por isso, a “gratuidade” é tão poderosa! Ela nos faz vencedores!

E nisto quero que você me desculpe pela falta de modéstia, mas
nós da Google, somos muito bons.

Muita gente nos dizia para cobrarmos um valor pequeno a cada
informação fornecida. Imagine você o faturamento que resultaria
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disso?
Mas compreendemos que a gratuidade é parte integrante do
nosso modelo de negócio. Ou seja, decidimos ganhar dinheiro por
uma porta lateral.

A lógica é simples. Oferecemos gratuitamente os nossos serviços
de busca mais eficientes do planeta e da forma mais simples, e
aqui está um dos nossos grandes diferenciais em relação a mídia
de massa: nós nos organizamos para exibir a este interessado
apenas aqueles anúncios relacionados à sua busca.

Eu aconselho você a pensar nessa relação entre receita e
gratuidade para o seu negócio. Vale a pena!

Eu teria muito mais coisas a sugerir a você, mas acho que
precisamos deixar para outro dia.

Só não quero sair daqui sem falar sobre a economia da escassez
e da abundância, que acho fundamental para você.

Veja, estamos entrando numa economia de pós­escassez e nós
da Google estamos empenhados em cada vez mais desafiar as
regras fundamentais da economia, que são as da oferta e procura.

Você deve se estar se perguntando o porquê, não é? Mas, no
passado, ter uma cadeia de hotéis e controlar o mercado para que
a oferta fosse escassa era uma barreira de entrada para a
concorrência.

Este modelo competitivo e restritivo majorava os preços e era
recorrente em muitos setores.

Mas a partir da internet nunca será mais o mesmo. Há mudanças!

Este paradigma vem sendo derrotado.

Por exemplo, a Airbnb não possui um hotel sequer, mas aluga
casas, quartos e apartamentos em todo o mundo.

Olhe agora para a instituição hoteleira. Ela terá que se submeter
ao poder da rede. Na rede não existe mais hierarquia porque
quem decide mesmo é o consumidor.
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quem decide mesmo é o consumidor.

Isso cria uma economia compartilhada, de abundância e subverte
a lógica oligopolista tradicional.

Veja outro exemplo: o do Uber.

A ideia do Uberpool é a de oferecer um carro compartilhado com
pessoas que se interessem por trajetos semelhantes.

O consumidor marca no aplicativo a sua opção por carro
compartilhado. Com isso o Uberpool encontrará outras pessoas
interessadas em compartilhar aquela viagem (e também a conta).

Bem, isso também começa a quebrar o paradigma de um mercado
regulado de táxis que é baseado na escassez econômica.

E Larry se despediria generosamente assim:

Bem, quero encerrar por aqui, agradecer pelo café e a sua gentil
recepção.

­ Espero ter provocado você. É que, nós na Google, temos certo
desprezo pelo impossível. Penso mesmo que não haverá mais
limites para o nosso imaginário em negócios, daqui para frente.

Ah, eu ia me esquecendo de uma coisa que é o espírito de tudo o
que fazemos: sabe o que nós mais acreditamos mesmo na
Google?

É que os consumidores respondem sempre ao seu maior desejo
que é o de, um dia alcançarem o poder de Deus. O nosso sonho,
então, é o de empoderá­los cada vez mais!

Como organização, temos também tentado definir precisamente o
que significa ser uma força do bem, de sempre fazer o correto, o
ético.
Parece que simplesmente não ser do mal tem sido a melhor
maneira de resumir esta questão para nós. Pense sempre nisso
como empresa e como pessoa.

Quero deixar o meu abraço a você e os desejos de muito
sucesso!
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sucesso!

Até um dia qualquer.

Conteúdo originalmente postado em Impact Player.

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Como o Google nos ensinou a definir objetivos

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Joao Francisco, Mentor Endeavor
Experiente em cargos de direção executiva e empreendedorismo, atua há anos como
gestor de mudanças com foco em resultados, no sentido de orientar empresas,
fortemente, para novos mercados. É empreendedor, sócio da Convergence há mais de
10 anos e criador do blog Impactplayer, orientado em preparar empreendedores e
executivos para se destacarem no mercado.

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