Você está na página 1de 17
Capitulo 9 FELICIDADE NO TRABALHO A ARTE DA FELICIDADE NO TRABALHO minha terra, muita gence passa a metade das horas em que estd acordada ocupada com o trabalho, Algumas até mais. Mas 1 nossa Susca geral da felicidade? Em que grau a a uma pergunta: onde o trabalho se enca:xa em no trabalho afeta nossa satisfagao € nossa vida em geval? Dando inicio a nossa vltma ses: falamos bastante si o, recapitulei pre © trabalhic, so- imo encontro, pelo menos por enquanto, que le, Em ou- pro- alho, a idéia geral de sobre fazer algo que ajude a dar forma cu que terha impacte sobe ele. i-Lama aprovando com a quer tipo de trab: cabeca. Mas acho que, se vamos discutir trabalko ¢ ativi- dede produtiva, precisamos primeiro entender o cue ¢ mamos de atividade produtiva. Devemos nos cestificar de que definimos esses termos da mesma forma, ~ £ uma boa :déia = Portanto, se entendi corretamente ~ quando vocé mencionou atividade produtiva, apuentemen- le continuc te referis-se a algum tipo de atividade externa = De certa forma, sim. FELICIDADE NO BALHO ~ Ora, do meu ponto de vista, o cesenvolvimer terior poderia ser considerado usa atividade p Portanto, isso a0s le Iho. Estou 9ersando, qual é a sua de! produtiva? vidade produtiva, ea pergunta me pegou desprevenid tando para acha: a definigao corseta, nto respondi ce ime. 10, por isso ele continucu: — Eu, por exemplo, sou apenas sso levanta uma questo — se 0 tipo de trabalho no cual estou basicamente envolvide pode set definid » ‘prodativo’ a partic da perspectiva ociden- tal modema, Muitas de m lecles, especia'mente as que pertencem 2 minha pestica espiritual e a0 meu pa- pel como Dalai-Lama, pelo menos da perspectiva comu: sta, seriam consideradas improd! ‘or isso, indago sobre a refletia, — En- to voce esti dizen exemplo, que minhas horas de meditagzo podem ser consideradas imorodu- los pad-Ges ocident FELICIDADE NO TRABALHO ex ensino, d e faco discursas sobre esses assuntes ou participo de con. feréncias, serd que isso seria considerado atividade produ- tiva: reunir- me com outos seres huranos, eavelver em conversas, ensinar 2 dar palestres seriam considerados ~ respondi. — O ensino € sem dtvid uma profissao reconhecida no Ocidente; sortanto, se um Inge est estudando € mecitando e ainda ensina outra pessoas, isso seria consideraco um trabalho produtivo. Por exemplo, existe gente no mundo inteiro que esti es- tudando cisciplines profundamente esotéricas, do modo que se pode estudar o ciclo de vida de algum peque- obdscuro, ¢ isso € considerado um trabalho pro- contribui para o canhecimento geral por meio ino ou da peblicaclo de artigos. Se o senhor aplica de alguma fo mundo sua meditag2o matinal € seu estudo, seu trabalho seri conside- rado produto, pois na verdade © senhor 08 est colocardo Mas nao seriz esse 0 caso s€ 0 sen‘ror fosse um. os compartilhasse com ninguém.” ~ Apenas para deixar claro — acrescentei -, estcu ce~ to em presumir que o seah ria uma atividade produtva? O se cou, = Do meditacée improds A ARTE DA FELICIDADE NO TRABALHO = Qual é a diferenca? ~ perguntei. ‘Acho que muitos prasicantes de dzogehen' e outros pos de meditantes praticam diferentes tericas, algunas fechados, outras de olhos abertos, mes a verda- ureza dessa meditag@o a auséncia de pensamen- to, € ficar em um estado livre de pensamentos. 86 que, de certa forma, isso € uma espécie de afastamento, como se eles estivessem f eles de fato enfren tidiana e defrontem-se com: alguns p:oblemas da As azitudes € reacties deles permanecer as © progresso genuino ¢ individuo nao apenas vé alguns resultados ao atingir es tacas meditativas mais clevades, mas também quando a meditag3o tem pelo menos certa inflvéncia na maneira no ele interage com os outros, quando a meditagao tem Jgum impacto sobre a vida cotidiana — mais paciér menos srrita Essa € a meditaglo pro- ‘to budista tibetan, que remonta a0 comego de desenvolvimento do bu: dismo no Tibete. Essas prilicas de macitagie envelv ténieas, CIDADE NO TRA Finalmente, a idéia comec ~Se entendi direito, parece que sua definigic de produtiva € uma atividade que tenhe © Dala-Lama ficou novamente em tempo enquanto cortemplava a questio. ~ Do to de vista pessoal, sim. E nfo apenes u pois, ainda que vocé tenha uma meta positiv dade de fato nao beneficiar ninguém:, nao sei se pode ou io ser classificada de produtiva. Por exemple, uma pessoa pode estudar muito, Ler, ler, ler. Pode ler uma quantidade enorme ce , Se 1860 ndo produz nada, nem gera qualquer beneticio, é pura perca de tempo. Claro que, embora esse deva ser c significado geral de produtivida- lente, eu a Cassificaria de produriva, Em suma, acre dito que uraa atividade produtwa deve ser intencional, seja, direcionada a uma meta especfice. Além cisso, deve ser uma atividade benéfica e nao prejudicial para o bem-estar dos memoros da sociedade De acordo com ¢ que ciscutimos, acho ¢ lo se fala em \produrivo’, em geral pensa-se prim mos materiais, em algo material, em algo que se pode usar — um determinado tipo de ocupacio ou ativid produza algum resultado, Em segundo mo pode ter uma impli empzego convencioral da pa to com freqiléncia a noo ce cue sito ou meta posit:vos est jos no uso de pélavrs Pode-se falar em prod por exemple ~ é p:o- dvtivo, mas negativo. Portanto, pode haver agdes dest-u- tivas, tra'valho deste 10, € Sob Trabalho destrutivo implica movimento, movimento em cessariemente po negativas, nao € Mas geralmente considera-se a liberd: algo positiv lo estrito da palavra, ‘produtivo’ € neutro: pode ser tarto destrutivo quan- Den ate, no set ivo OU negativo, mas geralmente “pro- 0’ € considerado algo que nao pre nao sei... Nao sei.” Ele tiv: “Novament do que se quer dizer exatamente. im, € comp rios quanto & procucic de coisas como armas ou procu- tos t6xicos. luzem esas cue os empregados g coisas recebem um 5: mas, se caracterizarmos tal mos de estar consciertes e cual ne estamos falando, Mais ume vez fica clara a natureza com- FELICIDADE NO TRABALEO o deles como pre , tudo isso leva a crer que, em nossa conces¢ © conceito de nao. do que € atividade prod car—se nao o de gerar real benefic:o aos outros ~ mpl sas, as préticas espiri atividades inofensivas e, por isso, podem ser consideradas ps convenc te mais produsivas, Ent2o, no sei, et assamos definir trabalho produtive omo uma ativi- il ou espi e 0S OutIOS poder inte, 6 Dalai-Lama comecou a rir. ~ ado sab diferentes Angulos diferentes vo, positive, negative lho produtivo, dependendo de ponto de complicado! Confuso! Depois de tudo isso, fico =ne peng. 1s a alguma con: ando se che pergui ce esperei que rentemente diferentes perspec 4 ARTE DA FELICIDADE NO TRABALHO de fato ter gerado beneficios e sido esclarecedora para mim, pois mudou um aspecto do meu pensamento, © senkor leradlo me perguntou se eu achava que meditar seria co iviclade produtiva, Pela perspectiva ocidental con- vencional, minha prime:ra resposta foi ‘nao’, snas mudei de ideia enquanto © senkor “alava. Queze retirar minha decla- rag. Agora, em vista de sua definigao de med: cutiva, em ps sao levados para o murdo, pelo mencs na maneica como interagimos com os SO 910- ue as estadas meditat outros, acho que ela seria considerada ura atividade pro- \ges OU os meditantes esteriam apren- ¢ fazendo mu- poderia se considerade prodlutiva. “De qualquer forma, acho que ¢ um enrendi nent diferent mbora pes pessam ter conceitos di ferentes €o que corsideram tabzlhc produtivo, para 0s pro- de acotar pésitos de nos S10 eu go seu con- ceito — de que trabalho procutive supde ocuper-se com uma la nao aperas a realizar algo, um tipo de recionada mas também supde de possus algum sipo de propésito positive.” Ele assentit: com a cabesa, ~ Concorde. Depois de nes diciondrio € con- 9 verbets “proc io, consegu 0”, cermo derivado de "produzi-", do vocibulo mnifica “levar adiante’. N: 10 que 5 via nada de surpreendente - a palavra em inglés possui DADE NO TRABALHO: conotagdes bem claras de cria e gerar, tema ver com cau- sar, dar origem a um resultado especifico, algo, Mas bastou pensar durante alguns instantes sobre a na -um Ponto importante. om a criagl Cefinig2o da palavra para vi Como o Dalai-Lama sugeriu, o termo era essencia reutro — podem-se produzir irstrumentos de tortura ou re- médios paca salvar vidas; no sentido estrite ades produtives Mas da perspectiva do 10 de vida que se concentra em nos- a mera produ \Sta para assegurar nossa fel ambas seriam Jo de bens ou ser dade defini ocorra, deve-se acreses ar-the mais um € vemos considerar também os resultados © teri sobre nds mesmos, nossa ». Como reconhecernos em. n vida correto", embora nem © nem sequer possivel, devemes fazer 0 de He NOSSO &r Hi beneficios aos outros, Para 0 Dala.-Lama, esse € 0 cami- lo inquebrantivel rho mais certo para se forjar um vine Para os que talvez cogitem redefinir seu conoeito de trabalho produtivo”, adotando a definigao do D: pode haver algum riseo. lo, poderia deixar de considerar uma atividade produtiva — pelo menos de acc nova definicao. De fato, adotar a nova definicio pode lo superficial de que estamos Lmitaade nossa na so canceito de produtividade € nos abrir para virias pos- ibilidades novas, para varias fontes rovas de satisfagao F nosso conceito de trabalho produto programas de computador, podemas ter um dia improdu- ivo quando nao vendemos nada, mas ainda assim pod sal podemos nos orgulhar. Ciro que wentos e pagar o aluguel por isso todos 26s ain: conv is, nos de “tu cios para roos. Mas uma de! produtivo", com base na geragic de ben ros, pode proporciona v ontes novas de satisfa- de manter nossa sensagio de rea ‘Ao capaze gulho mesmo di racos de te os inevitiveis. per’odos nossa carreir ‘Tendo chegaco a una definigio consensual de aiividede produtiva, era hora de a ligagto entre a fe Restava uma pergunta: set carmos 0 iva © nosso anseio funda- ment que cada uum de nds posst © potencial inerente p \da_satisfi do traba- » por FEL Daw ho, &, se assim for, qual € 0 pepel dese alno em nossa fel:cidade global na vidal como na maioria das facetas do cor No, 8 psicdlogos evolucionistas propo motivo de os seres humanos tere dade naturel de extrair prazer e satisfagio do traball Nas savanas e planicies de wma terra primordial passade distante, wagava um dia um pequeno band sores bumanos primitivos. Nesse bando de cagadores lores pré-bistbricos, bavia dots irmaios, jim e Lemarr. Ten dio parentes em comum e caracteristicas em comumt conto eram patrecidos sob varios as unto di fogueira na saborosa coxa de jos os seres bumanos, bavia seres humans, os irmac pectos. Ambos gostavana de s em uma noite fria, regalan antilope. Mas, como entre to diferencas sutis em suas constituigdes gene ¢ acocorar. m as, resultan co em leves variagées, nao apenas na aparéncia, mas tam bém na inteligéncia, temberamento e indole. Lemarr gos: tava de fa: obiinha uma sensagao de contentamento e satisfacilo quam. ngas horas ocupads em talhar ferramentes ava cagar ¢ controlar o ambiente an redor. inclinado ao trabalho, obiendo mator mtado, mastigande nozes e observan cas, desenvolver ¢ exercitar babiliciades e do passava 4 contudo, era me saiisfagao em ficar: le acabou reira de homem das cavernas fot abreviada, e virando almogo de um tigre-dente-de-sabre vivew e teve muitos filbos, 4 trais remotes, ¢ Sua caracteristica de gostar de trabalbo ar torn duo nos fot fegada. A-ARTE DA DADE NO TRAI Pelo menos é 0 cue ciz a tecria evolucionista, Nao obstante & etiolc idencia existem c20 de que os seres humanos parecem nascer com uma de obter uma sensacio de satisfieio por que fi m ge a explotar a relaglo eatre satis! ists sociais comecara 40 profissional e satisfacao aa vi 1989, 08 psi geret Youlz Padgett € Timothy T, Baldwin revisaram a > s6- ratura dos tiltimos tinta aros e estabeleceram a relag lida entre satisfaga0 no trabalho € na vida, A relego mo3- tra-se vercadeira tanto 9ara os homens quanto para as riu- theres, para 0s ti © baixo € alto escalzo, em Wall Stree: ou, como cons:atado em um estudo recente de Roderick } Mel na Austrdlia, Desce 0 estudo de crson € Catherine Maguire, da Universidade de ure, na remeta comunidade de uma mina de carva0 zacionais, cientis:as sock Robert Rice, Timotiy Judge e lindo a relagao entre trabalhe ¢ fel abe vém ava- ‘dade, aprimorardo ainda mais nossa compreensao da natureza da relacao, Como se poderia su as inves- tigadores propuseram um modelo de “tansbordamento H intuitivamente, mui res, a satisfagdo com o trabalho tende a deixar 0 in- na vica tendem « ser mais felizes no trabalho. Claze que, existem algu speito da me como na mzioria des campos de pesq} idores entre 08 Desq dida em que o trabalho influencia a felividade geral ou da medida em quea felicidade geral de uma pessoa transbor Iguns pesquisa tar om Jade de vida cado pela Russel Sage Foundati Jo sobre aq) «20 10 n geval, Ao resumir parte da literatura s Hater, quinte « u ta pode ser apr uma vida capaz. de deserapeniar e lize satisfatsria quan do se levam em conta tocas as vari tisfacdo ra vida. incluindo o estado civil, apoios sociais do wabalhe, satide e cutras circunsténcias anos tm um: agac portante parte de nosso tempo balio, Ainda assim, sode exigir algu A ARTE DA FELICIDADE NO TRASAL Dal dar inicio ao processo. Mas aind ma ofereceu uma abordagem paca ses discuss6es, incomodando, inda falava al feliz, independentemente da Lame sempre parecia mu atividade em cue estivesse envalvide, eu havie comegado lo como ele vé seu préprio nossas discusses: pergi trabalho ou ocupagio, em fa de descobrir que sensagio de reali- is para fazé-lo falar eu zagao e feli ‘ocupagao mostraram-se infruiffero nduindo uma coaferéncia piblica, em uma grande cidla nos tikimes momen- > centro-oeste, Como de cost tipicas beta”, “O na cadeira dobrivel serhor tem nos bestidores, eu estava prestes a cochilar pent fiquei totalme: uurpreendido por genta que de er durante nossos ndo de re- per- um mode mples eu no fora capaz s encon- O senhor fala Feqiientemente sobre felickdade ~ urna sito de nos: pessoa perguntou — ¢ afirma que 0 pro ICIDADE NC TRABALHO. saber q existéncia € a ‘elicidade. Entao, gostaria d » set: momento trais fe ODa © tempo do mundo. Quando fi Lama demorou para responder, como se tives- se te mente respr deu, foi como se estivesse batende pepo com um gripo bebia cha na v: tar discursando pate mihares de pessoas em 1m de raigos enk ind casi em >, todas elas dando samerte a Fesposta, Nac sei ~ ele refl quase num suspiro. ~ Houve lantos momentos felizes, tantes. No fim, e'e riu: — Acho felia! ~ Ressoando pele iso jovial retumou por todo o estadio, reverberand de cae coraga Lembrei-m: ma responders. a per- ema de lado @o agem de um jovem uma de que © Ds gunta com tanta cnimagao e deixara respondendo a questdes de mit pla es has dos exames € pegando 0 ci era bem diferente. O grau de G em filosofia budista, € 0 pice de dezess hi teoria, da logica, do det: campo de estudo era repleto de ter ho ard vo de muitos rames di oestu exau! © ds psicologia budista. Esse ris do meu di eis que tive dese que si nome do cu A ARTE DA FELICIDADE NO TRABALHO epistemologia... ‘o estudo da natureza do conheciment © exame oral durou um dia inteiro, enquanto os prind- pais eruditos das melhores universidades monas:icas do Tibete o crivavam de perguntes diante de mifhares de mon- ges ¢ eruditos. A essa tremenda pressao sobre 0 jovem lider do Tibete, somava-se uma situagao politica t2o tensa que, ela primeira vez na histori aardas armados, tan- to tibe:anos come chineses, >% cierte disso. came final se mente um momen: uma situag2o mais chei pressOes internos € ie havia sido 9 momento fesposta tinha implicagdes que iam zlém cangar uma sensacic momentines de alfvio apés superar gane e que provocava ansiedede. Ela su- geria uma relacao mais profunda entre trabelho arduo, mantico ao longo de muitos anos, ¢ felicidad e satisfac30 definitivas. ‘Agorz, pensandc de novo naquela pergunta € na res- posta dele sobre seu momen:o mais feliz, ocorreu-me que poderia sera melhor forma de abord 20 entre tra- balho e felicidade na vida dele. ~ Quanco Ihe perguntaram qua mento mais feliz. recorded -, 0 senhor disse que havia sido quan ninow os exames ¢ obteve o grau de Geshe ‘que essa Sacanha custou um enorme tral muitos anos. For isso, acho que sua respo FELICIDADS NO TRABALHO implicagdes interessantes, seu caso, a atividace pr sa um componente imp isso confirma par completo 2s descobertas dores e cientistas sociais que constataram cue 0 € am importante componente da felici humana plena. De fato, algurs desses que 0 vérebro possa ser equioado, geneticamente f mado, para experimentar a felicidade po: meio de de produtiva e significativa, do exercicio de habilidades. por meio da interag’io com o ambiente € da acic sobre ese. dizer que seu momeato enais feliz foi um dia em que fi- cou sentado em meditagao solitiria ou em algum est fico, o senhor tenka concluido que tal mo: rabalho arduo de- al. guir respondeu: ~ Posse entender se qque essa idéia de trabalho gera um cemto nivel de satisfagitc. E, nese caso, da a0 tipo de atividade crientada pare o exterior que cionamos antes. Quando eu era jovem no Tibete de consertar coisas, desmontar disposi os corretamente. As vezes eu até ENO TRABALHO apenas por meio da de prod — Oh, nao, no ~ comtigi. “Nao é isso que estou suge- findo. De fato, as discusses que levaram ro livro aseavam-se em sua premissa de que o determi nante primordial da felicidade € 0 ¢ Nosso primero livro concent > interior, & nossas a um que iro livro. O ele ndo é 4 idéia de ai sim, concordo com 9 serho: que nao somos programados para alcane: de 86 por meio do tab ada at de produtiva ¢ sigrificativa, Mas goa quero explorar de que forma o trabalho se encaixa em nossa busca pela esados elevados de be ume felicidade ma:s convencional, coticizna, corriqueira, © de como a TRABALHO a satistagao no em como a satisfacao na vida em geral. Como 0 Dala-Lama destacou, a pe-sonalidade do individ indole, seus interesses, © muites ourros farores podem afetar a satisfac balho 8, como o Dalai-Lama sugei mesmo a nacionalidade a cu ogo indus- jul Spector em um livro recente so- > no emprego. Nio 56 existem riuitas variaveis ou fatores que po- jctar a satisfacao no emprego, como também ha mui tos fatores que contribuem para uma vide feliz, Conto-me mb € apenas um. desses fetores. Existem mu humane, Ed Diener, professor dade de hampaign, ¢ um dos principais pesquisadcres no campo do benestar subjetivo, conc! “Perece provavel que 0 bem- subj definido 20r um punkado de varidveis significacivas devi- do.ao grande mimero de fatores que podem in‘Tuencii-lo, , dada a complexidade dos seres humanos. a. ampla gama de vaciivess biolégieas, sociais, eco: nOmicas ou demogrificas que podem afetar noss: dade no trabalho ov em casa, por onde car? As mais recentes descobertas cientificas dos pesquisa dores no campo da felicidace a converg sabedoris do Dalai-Lama, baseada na an-:iga filosofia bt dista: devemos comecar por nos voltar para dentro, ref NO TRABALHO mulando nossas atitudes e pontos de vista. Reprocuzine ma, 0 de perspectiva do D: om em o mundo é 5 pes: sce que 6 modo rauito mais importante para a felicidade do que as circ 10 de eviden: cias para sustentar essa assercdo. or isso, apesar da nodre e bem ns pes © trabalho contribui para nossa felicidade, € rencionada tent va de mente em juanto se ecupa de suas ativ psidade de saber como ele percebia seu proprio tavalho. E havia ain algo mais na descrigao de seu trabalho pessoc! d fago nada” ~ que me co to. Ev ainda acheva que aprende: um poco mai S 0 prop: dele era al sobre como trab ourros ~ Igo que poderiamos aplicar < a0ss0 trabalho ¢ nossa vida eu disse: ides das pessoas as diferentes visoes que elas podem Por isso, da ma diltin Nesta semana, falamos sobre em relagao aot ter de seus a respeito de sua visio sobre o seu trabalho. No outro dia, pergantei o que 0 senor diria a alguém ue the perguniasse c que o 4 viver, € 0 senhor disse que sesponderis que no faz nada, ou disse brincande que apenas cuida de si, etc. Mas gosteria ino, chefe de Estado, profess dista, palestrante © participa de va Jo © mundo, O sk cies menos esse: 0 que o seahor ver cia em meras ati como seu tr mundo? Se prego? Nat Imente, sou um monge, sou um moage bu- ho de mL Monge ou seu princi importante servir aos de mi © Pontanto, quando dou palestras, estou tentan outros por meic da espi propria experiéncia. Isso € 0 prin a minha propria experiéacia “Agora, se voce esti fal: ral, do meu trabalho no mundo, minhas ati decisdes sto baseacas nos principics bu das tanto. nc conceit budista de grande compaixio , recoahecendo que, no m 10% so interdependentes, Naturahr bete depende da India ¢ da C: como o de cia. N; 2 China para retomar nos: todes as mnl DA FELICIDADE NO TRABALHO pelos conceitos bucistes. Bem, talvez no todas — posso a chave de feada € nao sei fazer um trabalhinho com, Ar os cenceitos budistas a ele, Nao sei ~ el se posso ap outro lado, ach ha vida didria transcorre como riu-, mas, px jue 2 maior parte ou a par impe onge, como um praticante budist ttés e meia da manha € me ocupo com estudo, oracio tem ‘ordo. Por exemple: a © meditay Wo cagoa do que me levanto Wo cedo porque estou com fome € que- ro meu desjejam — E'e riu de novo, ~ Pode ser verdade, 0 cont ben - muitas ativ:dades didrias além das priticas ider do povo tibetano. Em rab ‘ontribuem pasa sua sensagio de felicidade ros tipas d ve- como 0s jes tém am geral? O seahor ach € satisfacio que pel significative © Dalai-Lams expliccu: ~ Com centeza relagdo entre a satisfacio que vocé consegue no > de existe uma cor versardo com alguns memir0s do secretariado tibetaro Co Tibete, jentava que, se léssemos 20 DADE NO TRAFALHO dente que, ao longo de varias gligenciamos as mudangas importantes que ssa volta, de tal forma que agora che to em que mu quase irrepariveis, Por a gel tudgicas conseqiiéncias para noss: como um todo. Mas, uma temenda oportunidade de servir de rrestar Go pevo e garantir a sobrevivéncia de ~ Isso parece selacionarse & que quan- to maio: 0 desal pode extrair do tra responsabilidade pelo povo € pela nagao tibet atual tragédia, conforme mencionei, € de de muitos fatores complexes, in petiodo ce negligen e ignocAncia do prop re os eventos do exterio percebo a revives stanos, um povo com heranga cultural partic cada, sou capaz de valorizas até mesm: is modesta tica es pritica de alguém que acredita profun ‘A ARTE DA NO TRABA\ DADE NO TRABAL sides, de se envoiver em au falta de envolvin gerar uma conviceao mais profuada nes principios de nao mesme, outros 0, na medida em qu il aos outros, lente em relagdo 40s comunistas chineses. Ento vocé vé que existe uma espécie de int reciproca entre res espirituais, minha prt com certos ¥ forrie comecei a entender durante nossa discussie sobre sia, seu impacto sobre forcas pessoais, ele € alguém que fundiu por completo seu tude com a vida meu modo de pa ser com © trabalho. Sua vida pessoal e seu traizalho este vam peréeitamente integrados ~ Qo totalmente integrados >. nao havia nenhuma separacao entre vida “pes © vida ‘domés que, de fa soal”, vida ‘profissi , vida “espiritual parava Um conjunto espectfico de lerligagao. Um bom desieum, por exemple, contribui para a minha satide. E, funcoes me ma- as vezes com a maneira como ele casrega ter algum impec Desse modo, tuco € inte nsigo seu eu inteiro para todos os lu es: ele € sempre ide dem de acordo com o ammbien- que faz, © ma tem pouca necessi tocar © comportame! €o que é, € igual em casa ot Deve ever uma enorme sensagio de libercadle nesse tipo de ¥ pensei, Relembre i testemunhado a0 ano anterior. © Dalai-L: 3 brin- Washington, ¢ certa noite compa E, por tras da A ARTE DA FELICIDADE NO TRABALHO poder em Wa iro quem € quem dos nego- ington. © eve is Dotagdes ce Vera, ricamente decorsde. Embaixadores, seaadores ce peso € lideres do Cc icar a impostancia dos pre itos rostos que eu via com freqénc.a na n ver aquela gente \é. Entao me ocor- “20 vive" ali nte p: rostos pro“undamente vincadlos, congel cara vel, os movimentos E, en essistentes © los © jc- vens, reo culdade, envenenedos elo poder 2 sta volta, falando com uma excitag Tenta do agir como gente grana ‘mim —alguém sem ma exposicao prév a politica a cena andc por ld mi circ ais velhos € mais renomados par: guros de sua Dosiciio € :2o sobrecamegados da p-dpri ia que aperentava weresse por qualquer a de que tinhem um ‘6 se: humzno a sua frente, Os riais j fens Ou me- BADE NC nos seguros, de eles com quem convers olhos dardejavam a volta constantemente, tents ninar 0 seu ‘uy caminko apresentando-se, e, como mencionei ao Daia-Lam © que voce fa? jos importados, camarz pe liseos variados An ermaneceu in sm tensos demais par: comer. Olhei em volta da sala e vi oucas pessoas com um aspecto des- contraido € fez Jama entrou na sala, O eon foi espantoso, Como sempre, ele preci Notei que ele nem sequer se preocupaca em calgar seus me- Imo e lo. Ihores sepatos, uns Rockpo-ts de couro: estava usanco as adora Feinstein © se tamente oT maride comegaram a apreseatar imed Lama a alguns dos convidados, Ble servis-se sczinho de um nte @ senadosa arrastava uma cade p po d'’gua en: sacla € anciga de ca contra uma parede e convidava 0 Dalai-Lams 10 escuro pela s Diversos sencdores fize rado do outro lado da r @ modo como os, m sorriso ca- direto -, era evidet te que, relaxada. Notei que, 2p6s serem apresentados, mai e junto a0 Dalai-lama e pure nente, um senador ouxou uma Lame. O seguinte nz ‘ila de um: mela outro como todos incl m-se na direcac dele ate tos na conversa, a cena me fez lembrer da UI recia que, quanto m: |S Fostos € pos Oximos estavam cs 15 Se relaxavam, Ao v momentos mais tarde, fui surpreendido por uma cena ain- de mais extraordinaria fetuasa- mente a mao seu m_velho politico experiznte muito coahec:do que éle acabara de conhecer. Ble seg se fi a mao do politico com de © 0 poli \cos momentes Departamento de Estado que chefiava o servig ca do D, fa dest anaes coniririo de iplomazas que queriam ficar nas boa- Eas res bm porque tinha ama 1rd que Ao sc mente me inspirou -Ei -A qualquer ireinos, 08 garcons e a equipe de servieo. E twats to mundo Sem divida naca tornava esse fato mais evidente wa de presen almente po: eu te* notaco que, em de conversar com 98 motoristas, que aquilo que eu < Jdes eran sempre exatament camareira do ho- a caminhe de uma recepea0. que 3s mais poderasos dos Estados Unidos, ali escava a resposta — corio ele nao ti nha nenkuma nevessidade de fingi:, de agir de

Você também pode gostar