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Professor de História da Educação da FaE-UFMG, Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em
História da Educação(GEPHE) e bolsista do CNPq.
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Professora de História da Educação da UEMG, Mestre em Educação pela FaE-UFMG e pesquisadora do
GEPHE.
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Aluna do Mestrado em Educação da FaE-UFMG.
2
Esse fato, no entanto, não quer dizer que a influência da instituição escolar não tenha se
feito sentir, ao longo de nossa história, lá onde ela não existia ou por aqueles que não a
freqüentaram. Pelo contrário, a ação escolar fez-se sentir além de seus "muros",
irradiando para o conjunto da sociedade, constituindo-se em referência importante para
a definição de identidades pessoais e coletivas, públicas e privadas, políticas e
profissionais, dentre outras.
Por isso mesmo, é preciso que se diga, de início, que o termo escolarização estará
sendo utilizado neste texto em um duplo sentido, os quais estão intimamente
relacionados. Num primeiro, escolarização pretende designar o estabelecimento de
processos e políticas concernentes à "organização" de uma rede, ou redes, de
instituições, mais ou menos formais, responsáveis seja pelo ensino elementar da leitura,
da escrita, do cálculo e, no mais das vezes, da moral e da religião, seja pelo atendimento
em níveis posteriores e mais aprofundados.
O fenômeno da escolarização entendido no seu sentido mais amplo, somente pode ser
plenamente dimensionado e razoavelmente entendido se levarmos em conta um tempo
relativamente longo como, por exemplo, os últimos dois séculos na sociedade brasileira.
É nesse tempo mais longo que podemos perceber com mais precisão, com mais clareza,
os múltiplos significados e os diversos fatores intervenientes da radical mudança em
nossa sociedade no que diz respeito à escola: de uma sociedade sem escolas no início do
século XIX, chegamos ao início do século XXI com a quase totalidade de nossas
crianças na escola. Nunca é demais lembrar, por exemplo, que os professores públicos
em Minas Gerais eram pouco mais de uma centena no início dos oitocentos, em torno de
2.000 no início do século seguinte e mais de 200.000 no final do mesmo século. O
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mesmo poder-se-ia dizer do alunado. Como não considerar uma mudança de tal
magnitude?
Voltar o olhar para o século XIX e, nele descobrir a singular importância da legislação
como estratégia de conformação da realidade social, implica, a meu ver, deter-se na
figura do bacharel. Sejam formados em Coimbra ou no Brasil 4, tais sujeitos acabaram
por ocupar a cena política brasileira ao longo de nossa história, sobretudo no período
pós independência. Conforme nos alerta Sérgio Adorno,
“De fato, o liberalismo brasileiro foi, durante longo tempo, quase privilégio de
uma categoria de homens: o bacharel, que se converteu em político profissional
e procurou ascender ao poder por intermédio do partido. Bacharel que fez da
política vocação, lutou pelo êxito das causas e que se apaixonou e transformou a
política em atividade ética, em verdadeira cruzada civilizatória. No entanto,
4
José Murilo de Carvalho(1996) chama a atenção para a diferença existente para a formação oferecida em
Coimbra e aquela das Faculdades de Direito brasileira oitocentistas. Considero, no entanto, que para o
que estamos argumentando aqui estas diferenças não são relevantes.
5
Assim colocado, o bacharel será o responsável por toda uma forma de compreender e
produzir, no Brasil, o ideário liberal e iluminista e as possibilidades de constituição da
Nação brasileira. Para analisar a realidade plasmada neste momento inicial, lanço mão
de uma noção de grande alcance, sobretudo para os estudos sobre o processo de
escolarização da infância brasileira. Trata-se da idéia de discurso fundador. Segundo
Eni P. Orlandi, o que caracteriza um discurso como fundador,
“ é que ele cria uma nova tradição, ele re-significa o que veio antes e institui aí
uma memória outra. É um momento de significação importante, diferenciado.
“são enunciados que ecoam (...) e reverberam efeitos de nossa história em nosso
dia-a-dia, em nossa reconstrução cotidiana de nossos laços sociais, em nossa
identidade histórica. (...)
A imprensa foi, sem dúvida, uma das principais estratégias utilizadas pelos intelectuais
para difundir os seus discursos civilizatórios e legalistas. Em Minas, até então a
província de maior população do Império, o jornal O Universal(1825-1842)5 foi,
naquele momento, o principal divulgador de tal ideário. No entanto, em suas páginas,
qual era o diagnóstico feito a respeito da educação brasileira? Diziam, numa clara
disposição de romper discursivamente com o passado que “o sistema de educação
elementar, que se tem seguido no Brasil, desde o seu descobrimento, tem sido mui
dispendioso, e mui delimitado; ainda sem notar outros defeitos, que de tempos a tempos
se tem conhecido, e se tem tentado remediar com algumas providencias oportunas.”( 18
de Julho de 1825)
Animados que estavam com a recém conquistada independência diziam que “se a
cultura do espírito aumenta a felicidade dos homens, não pode deixar de ser grande
5
Este foi, sem dúvida, o principal jornal mineiro da primeira metade do século XIX. Além disso, para o
que nos interessa aqui, são muitos os relatos e evidências que ligam o periódico a Bernardo P. de
Vasconcelos. Seu primeiro número foi editado em uma segunda feira no dia 18 de julho de 1825 e o último no dia 10 de junho
de1842.
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serviço a humanidade inventar meios, pelos quais essa cultura se generalize”. Para
tanto, propõe-se um projeto de instrução que: 1º abrevie o tempo necessário para a
educação das crianças; 2º diminua as despesas das escolas; 3º generalize a instrução
necessária ás classes inferiores da sociedade. ( 27 de Julho de 1825) Tal escola seria
organizada de acordo com o método mútuo de ensino, cujos defensores diziam tornar
possível a instrução de um número de até 1.000 alunos para cada professor. Tal
possibilidade animava aqueles que, no Brasil e na América Latina, defendiam a
incorporação de um número maior de sujeitos à instituição escolar.6
6
Para maiores informações sobre a divulgação do método mútuo em alguns países como Brasil,
Argentina, Portugal e França, ver Bastos e Faria Filho, 1999.
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Várias foram as estratégias utilizadas pelos governantes mineiros e pela elite local, no
sentido de construir uma nova representação acerca dos professores primários. Entre
elas, podemos citar a produção e circulação do discurso jornalístico, do qual tomamos
como exemplo o já citado jornal O Universal iniciada em 1825. Desde o seu primeiro
número com a publicação de uma matéria intitulada Educação Elementar, na qual traz à
cena a defesa do método mútuo, o jornal defende a necessidade de escolarização para
toda a população.
materiais necessários, à divisão das classes, ao papel dos decuriões, ao tempo, dentre
outros aspectos.
A matéria inicia atribuindo críticas ao sistema de instrução seguido até então no Brasil,
no qual era adotado o método individual, afirmando ser o mesmo dispendioso e
limitado. Defende, em contraposição, a necessidade de uma educação para todo o povo,
com o propósito de generalizar uma educação de qualidade, sem grandes despesas para
o governo e cuidando também para que fosse rápida e para que o trabalhador não fosse
privado do tempo que deveria ser empregado no trabalho.7
Nesta série de artigos, fica evidente quais eram as grandes questões a serem resolvidas
para a melhoria da instrução pública na visão dos dirigentes - o melhor aproveitamento
do tempo e a redução dos gastos. A maior complexificação da organização da instrução
proposta pelo método mútuo trás também uma discussão sobre a necessidade de
oferecer uma formação adequada aos professores primários.
Dois anos depois, veio a público aquela que seria a principal estratégia de divulgação e
expansão do método de ensino mútuo no país: a lei de 15 de outubro de 1827. Nela
foram definidos vários aspectos da instrução pública relacionados às escolas e aos
professores, às matérias ensinadas, aos métodos e outros. Essa lei determinava a criação
de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos.
Estabeleceram, ainda, quais os conteúdos a serem ensinados e que estes deveriam ser
ensinados pelo método mútuo.
Os defensores do método mútuo defendiam-no como uma poderosa arma na luta para
fazer com que a escola atingisse um número maior de pessoas. A crença no método fez
7
Essa preocupação ficava evidente, quando em 1826 encontramos no dia 10 de Fevereiro, uma carta publicada intulada
“Carta de Americus”, na qual o autor afirma que o “fim principal da educação he fazer de hum individuo o instrumento
da sua propria felicidade (...).” Nessa carta, o autor defende a educação como um todo, devendo a mesma conter a
educação física, moral e intelectual. Afirma que a educação moral tem que ser de responsabilidade da família e a
terceira da escola. A referida carta é publicada em duas partes, sendo a segunda publicada no dia 20 de fevereiro do
mesmo ano. Na continuação da carta, ao falar da importância do trabalho, defende que o homem deve trabalhar, mas
quem trabalha, segundo Americus, não consegue estudar, daí a necessidade que o conhecimento seja dado
proporcionalmente a condição social dos indivíduos. Americus defende também que a Educação deve vir na infância/
adolescência. Tempo em que, segundo ele, fisicamente o homem não está apto para o trabalho e da educação colherá
frutos depois. Aqui se percebe a preocupação do autor com o fato de que se possa conciliar a instrução escolar com o
tempo dedicado ao trabalho. Era preciso que o tempo escolar que queria se instituir levasse em conta os outros tempos
sociais, principalmente o tempo reservado ao trabalho. Essa passa a ser uma das principais questões a serem
resolvidas pelos dirigentes mineiros na ampliação do sistema de ensino.
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com que em Minas Gerais algumas escolas fossem organizadas segundo tais
ordenamentos pedagógicos. No ano de 1829, o conselho da Província mandou publicar,
um livro com não mais de 14 páginas com o seguinte título: Castigos Lancasterianos -
Em consequência da Resolução do Exmo. Conselho de governo da Província de Minas
Gerais, mandando executar pelos Mestres de 1as letras e de gramática Latina. Neste
livro consta uma lista de castigos lancasterianos para serem aplicados nas escolas de
primeiras letras da Província. O que denota a importância que foi atribuída a tal método.
Ao longo dos anos as discussões sobre o melhor método de ensino continuarão a ocupar
a atenção daqueles que organizavam a instrução pública, juntamente com a discussão
acerca da necessidade de formar um professor que melhor pudesse praticá-lo.
Paralelamente ao discurso jornalístico, são produzidas outras estratégias para
consolidação do objetivo de organizar a instrução e de normatizar esse ramo da
administração pública, como é o caso da produção de uma legislação específica para a
área.
É partir da lei de criação das escolas de primeiras letras no ano de 1827 e, no caso de
Minas Gerais, em 1835, a partir da Lei n. 13, a primeira Lei Provincial sobre a
instrução, que se intensifica a preocupação com a formação dos professores e torna-se
esta também uma questão central. É nesse momento que os vários discursos produzirão
um sentido para a questão da formação dos professores, através das representações que
se constrói sobre quem deveria ser professor e os conhecimentos que o mesmo deveriam
adquirir.
A produção de uma legislação própria permitiu dar origem a um novo sentido para a
instrução, na medida em que buscava normatizar e regular a instituição escolar, bem
como conferir identidade aos profissionais que nelas deveriam atuar. A legislação pode
ser considerada como uma das estratégias que os dirigentes mineiros utilizaram para
produzir a necessidade da formação do professor e para controlar quem poderia exercer
a função.
Essa preocupação com a formação dos professores se traduz com clareza através da
criação de uma Escola Normal (artigo 7º da Lei n.13). Esta instituição teve uma grande
importância para a instrução elementar no século XIX, sendo considerada como o local
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No decorrer dos anos 30, a idéia de que a instrução escolar atenderia de forma efetiva o
objetivo de moralizar e educar o povo é afirmada como central. As discussões sobre
qual o melhor método de ensino a ser adotado continua a ganhar a atenção dos
dirigentes mineiros. Percebe-se que a partir dos anos 30 dos oitocentos, há toda uma
preocupação por parte dos governantes da Província de Minas Gerais no sentido de
organizar a instrução pública. Os argumentos desses governantes foram o de que os
professores, que até então eram responsáveis pela instrução da população, passaram a
ser considerados incapazes para atuar no magistério público primário.
Outra questão que ganha destaque nesse momento é a preocupação com a organização
do espaço escolar. Ao se constituir e construir a especificidade da forma escolar, com
seus tempos, sujeitos e modos de organização, transmissão de conhecimentos, na
produção de um modo de socialização específico da escola. A organização é pensada de
forma detalhada, sendo considerada primordial para que a eficácia do método adotado
fosse garantida.
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O domínio do espaço escolar pelo professor, através da organização eficaz deste, vêm
somar-se ao domínio dos métodos de ensino, proporcionando um melhor
aproveitamento do tempo escolar discutido anteriormente, devendo estes formar um
conjunto das novas habilidades do professor que atuaria no sistema de ensino de
primeiras letras.
Como podemos perceber através das reflexões feitas até aqui, a instituição escolar não
surge no vazio de outras instituições, como muitos textos querem nos fazer crer. Os
defensores da escola e de sua importância no processo de civilização do povo tiveram
que, lentamente deslocar tradicionais instituições de educação e instrução, apropriando-
se, remodelando ou recusando a tempos, a espaços, a conhecimentos, a sensibilidades e
a valores próprios às mesmas. Mas não apenas isso, a escola teve também de inventar,
de produzir, o seu lugar próprio, e o fez, também em íntimo diálogo com outras esferas
e instituições sociais.
Uma melhor e mais eficiente organização e utilização dos tempos escolares foram a
grande preocupação daqueles que estavam envolvidos na discussão sobre o processo de
escolarização no século XIX e que defendiam a centralidade da escola na vida nacional,
na formação de um povo ordeiro e civilizado. As determinações sobre os conteúdos
escolares estavam intimamente relacionados à organização e à utilização dos tempos
escolares e, em decorrência, relacionados aos métodos pedagógicos, e ainda, mais
especificamente, à organização das turmas e das classes.
A formação dos professores não mais será pensada a partir da década de 20 do século
XIX, até as primeiras décadas do século XX, sem que se discuta a questão dos métodos
de ensino. A legitimidade da formação do professor será conferida através do domínio
que este possuía em relação ao tempos e espaços escolares. As discussões sobre os
métodos de ensino, que enfocavam a questão da organização da classe, do espaço e o
papel do professor como agente e organizador da instrução, vai ao mesmo tempo
produzir a necessidade da formação do professor para o sistema de ensino que se
pretendia organizar.
A província mineira não dispunha das condições necessárias para implantar em suas
escolas o método de ensino mútuo. Contudo frente à imposição de organizarem suas
escolas pelo método lancasteriano os professores mineiros manipularam e alteraram
com criatividade suas prescrições. Manejaram um saber pedagógico buscando adaptá-lo
às condições das quais dispunham para realizar a tarefa de ensinar. O que pudemos
apreender da prática de ensino nas escolas mineiras entre os anos 20 e 30 dos oitocentos
nos revela uma rica interação entre os dispositivos de normatização pedagógica e a
atuação dos agentes que se apropriam deles.
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Instrumentos como areeiros, ardósias de diferentes tamanhos, esponjas, lápis com que se
escrevia em pedras, traslados, tabelas para aprendizagem da leitura e do cálculo
tornariam a aprendizagem da leitura, da escrita e das quatro operações aritméticas mais
fácil e rápida. Os compêndios de doutrina cristã, de gramática e de aritmética
permitiam que os alunos realizassem as mesmas atividades ao mesmo tempo,
conferindo uniformidade ao que era ensinado. Para manter a disciplina e a ordem
utilizavam-se sinetas, apitos e campanhias para reger o trabalho. Recomendava-se ainda
premiar os alunos, que mais se distinguiam pela sua aplicação e boa conduta incitando a
emulação.
do consumo diário dos alunos, como papel, penas e tinta. Após várias solicitações de
envio do material, os professores faziam a despesa à própria custa para depois receber
da Fazenda Pública e para não paralisar o ensino.
Nas correspondências o professor pede que lhe seja entregue a casa e os utensílios
necessários à instalação e ao funcionamento da sua aula de primeiras letras. A casa que
abrigaria a escola havia sido requisitada para tal fim dois anos antes da chegada de
Joaquim Zacharias. Ao chegar no arraial, encontrou a casa destinada ao estabelecimento
da aula de ensino mútuo servindo de residência para o Administrador Geral dos
Diamantes. Segundo o professor aquela casa era a única que havia no Tejuco capaz de
abrigar a escola com as comodidades precisas. Durante o longo período, entre a chegada
do professor e a entrega da casa e dos materiais destinados à escola, o mestre teve que
lançar mão do improviso para realizar seu trabalho.
Foram sete anos de querelas durante os quais professor teve que encontrar formas de
continuar exercendo o magistério público. A princípio o Administrador Geral dos
Diamantes reservou da uma pequena sala da casa “sem commodo; nem proporção
alguma pa o estabelecimento do Ensino Mútuo”. O professor se dizia tolhido ensinando
em um pequeno cômodo da casa de seus pais “sem idoniedade pa receber Alumnos”.
Novamente ele se dirigi ao presidente da província pedindo providências referentes à
entrega e despesa com a reforma do imóvel e a preparação dos utensílios já requisitados
para o consumo diário das escolas.
Enquanto a casa que abrigaria a escola não era desocupada o mestre de primeiras letras
permanecia ensinando em sua própria casa. Os utensílios solicitados não chegavam às
suas mãos, enquanto isso ele arcava com as despesas de papel, penas, tinta, algumas
louzas, lápis, livros e traslados; essenciais ao andamento do ensino para depois haver da
Fazenda Pública.
Joachim Zacharias se dizia arrependido de ter deixado Ouro Preto para ensinar no
Tejuco. Alegava não ter dinheiro, nem ordenado suficiente, para alugar uma casa, fato
que o impedia de receber um número grande de alunos e ensinar adequadamente aos já
se encontravam matriculados.Segundo ele o salário não era suficiente para sua
subsistência e estava atrasado há mais de um ano.Ele se via obrigado a pedir uma sala
emprestada para realizar o exame publico de seus alunos, por não ter a pequena casa de
seus pais espaço suficiente para abrigar as autoridades e demais pessoas que se faziam
presentes.
repetidas exigências não se tinha organizado a escola, nem a equipado com lousas,
canetas e demais utensílios precisos. Por isso ele se via na “necessidade de ensinar pelo
método individual como antigamente”
O professor diz ainda que observando que mesmo depois da Lei nº 13 o governo da
província não pretende abolir o ensino mutuo continuando a existir as escolas
organizadas na capital Ouro Preto e em São João Del Rey que funcionam em prédios
alugados. Ele argumenta que em Diamantina há um prédio público adequado à uma
escola de ensino mútuo e uma numerosa população que se faz digna de tal beneficio. O
professor pede providencias para que a sua aula sua aula seja organizada conforme a da
capital pedido que o governo defere. O governo autoriza ainda a compra de tabelas e
folhetos da constituição, compêndios de doutrina cristã, compêndios de aritmética, de
gramática brasileira e ortografia. Assim com papel tinta e pena para o uso dos alunos
pobres.
poder para se opor à imposição do método. Diante disso servindo-se de variadas táticas
eles não rejeitavam as prescrições, à sua maneira eles as empregavam a serviço da
melhoria de suas condições de trabalho e do ensino. Na presente pesquisa a análise das
relações entre estratégias e táticas enriquece sobremaneira a história dos saberes
pedagógicos, pois permitem investigar não só o modelo pedagógico, mas também as
práticas diferenciadas de apropriação deles.
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