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Palavras-chave
Jogo educativo, biologia, citologia, ensino de
biologia, ensino de ciências, educação. Introdução
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Estela S. Rossetto é doutora em Biologia e
docente do ensino médio integrado ao técnico, EJA
A atividade lúdica em sala de aula
integrado ao técnico e curso superior de costuma ser incentivada nas séries iniciais do
licenciatura no IFSP-Sertãozinho desde 2008, onde
também desenvolve projeto de criação de jogos e ensino (Miranda, 2001), mas durante muito
atividades paradidáticas lúdicas para o ensino de
tempo não foi muito explorada no ensino
Biologia. estela_rossetto@yahoo.com.br
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conseguisse ter em sua mão cinco cartas mostrou a percepção dos alunos sobre a
versando sobre a mesma organela. Nesse necessidade do conhecimento e da consulta
momento ele baixou suas cartas para que ao livro durante o estudo.
todos conferissem e foi considerado o Numa segunda etapa, foi proposto que
vencedor da rodada. o jogo ocorresse sem a consulta, de modo que
As cartas foram embaralhadas cada um pudesse identificar quais organelas
novamente e distribuídas para uma nova havia compreendido bem e em quais
rodada. Foi incentivado que a cada duas apresentava dificuldades e dúvidas a serem
rodadas um ou mais quintetos de cartas sanadas.
fossem trocados por aqueles que foram O Baralho das Organelas, também
guardados na etapa de seleção das cartas demonstrou que um jogo interessante pode
para o jogo, para que os alunos trabalhassem fazer até os alunos mais agitados e dispersivos
com todas as organelas celulares. mostrarem uma concentração poucas vezes
Sem sorte – e sem azar vista. Nenhum aluno saiu da roda de jogo ou
O objetivo do jogo garante que a vitória se dispersou durante as rodadas, indicando
é imune à sorte. É necessário que o jogador que o desafio e a competição saudável podem
tenha conhecimento sobre o assunto para ser grandes aliados do professor em turmas de
poder selecionar entre as cartas em sua mão, adolescentes.
aquelas que versam sobre a mesma organela É importante colocar que este jogo
e que ele manterá e aquela que passará para pode ser jogado em grupos de até dez
o próximo jogador em cada rodada, por tratar participantes, mas também pode ser jogado
de outra organela. por uma única pessoa, como um jogo de
Houve casos de alunos que se paciência. Isso facilita tanto o estudo em
lamentaram após terem passado carta que grupo, em sala de aula ou fora dela, quanto
deveriam ter mantido consigo, por ser do seu uma revisão individual sobre o assunto.
interesse. Isso fez com que a atenção e o A avaliação espontânea e qualitativa
cuidado passasse a ser redobrado a partir dos alunos foi muito boa, eles acharam
dessa percepção. interessante e dinâmico e se sentiram
Os alunos do ensino médio desafiados a conhecer mais as estruturas
demonstraram entusiasmo e grande celulares para ter chance de ganhar o jogo.
competitividade no jogo. Houve inclusive quem Houve inclusive algumas críticas muito
jogasse consultando o livro didático, o que foi construtivas apontando duas cartas cujo texto
incentivado em um primeiro momento, pois
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realmente dava margem a confusão e que ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação
exigiram revisão na redação. Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 9ª
Para alunos- para professores edição. São Paulo: Loyola, 1998, 296p.
O mesmo jogo foi aplicado aos alunos GUIDETTI, R.; BARALDI, L.;
da disciplina Biologia Celular e Molecular do CALZOLAI, C.; PINI, L.; VERONESI, P.;
curso de licenciatura em Química, que pediram PEDERZOLI, A. Fantastic animals as an
para conhecer o jogo, quando foi relatada a experimental model to teach animal adaptation.
experiência acima, como exemplo do uso de BMC Evolutionary Biology, 7 (Supl. 2): S13.
instrumento didático lúdico não dispendioso, 2007. Disponível em
que auxilia a aprendizagem e transforma o http://www.biomedcentral.com/1471-
aluno em personagem ativo no processo. 2148/7/S2/S13, consultado em 2 de novembro
Os alunos do curso de licenciatura, de 2009.
futuros professores de Ciências e Química, HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. 5a
jogaram o Baralho das Organelas de forma edição. São Paulo: Perspectiva, 2004, 243p.
quase tão disputada quanto os alunos do MIRANDA, Simão de. Do fascínio do
ensino médio! Isso só confirma que desafio e jogo à alegria do aprender nas séries iniciais.
atividade lúdica estimulam pessoas de 1ª edição. Campinas: Papirus, 2001, 110p.
qualquer idade. MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita:
Considerações finais repensar a reforma, reformar o pensamento.
Jogos didáticos não são fins, mas 11ª edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
meios que completam e se somam ao, mas 2005a, 128p.
nunca substituem o, trabalho do professor MORIN, Edgar. Os sete saberes
(Almeida, 1998). necessários à educação do futuro. 10ª edição.
Professores que transitam com São Paulo: Cortez Editora, 2005b, 116p..
segurança e leveza pela matéria que lecionam SCHALL, V.T.; MONTEIRO. S.;
e consideram o processo ensino-aprendizado REBELLO, S.M.; TORRES, M. Evaluation of
algo permanente na vida estão aptos a the zig-zaids game: an entertaining educational
considerar o uso de jogos em aulas, em tool for HIV/AIDS prevention. Cad. Saúde
qualquer nível de ensino. Pública, Rio de Janeiro, 15 (Sup. 2): 107-119,
1999.
Bibliografia TOSCANI, N.V.; SANTOS, A.J.D.S.;
SILVA, L.L.M.; TONIAL, C.T.; CHAZAN, M.;
WIEBBELLING, A.M.P. & MEZZARI, A.
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