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I - INTRODUÇÃO.
Maria José Brito Zakia
João Dagoberto dos Santos
Walter de Paula Lima
Desta forma, manejo sustentável seria aquele que possibilita a utilização dos
recursos naturais (produção florestal, por exemplo) de maneira tal que não seja
destruída a saúde do ecossistema.
Na realidade, esta visão integrada deve evoluir desde uma escala micro, que
inclui, por exemplo, a preocupação para com a própria superfície do solo, cujas
condições são fundamentais para o processo hidrológico. Gradativamente, a escala de
preocupação aumenta de nível, passando pelo sistema de preparo do solo, de plantio,
de adoção de medidas de conservação do solo, do desenho e da manutenção de
estradas e carreadores, de proteção de encostas e de outras áreas críticas, até chegar
ao nível mesmo da microbacia, que constitui a escala meso, de manutenção de matas
ciliares protegendo não apenas as margens, mas também as cabeceiras e outras
áreas ripárias da microbacia. E ainda , há que se avaliar o desenho e manutenção das
estradas e carreadores florestais , visto que os mesmos têm alto potencial de imapcto
nas microbacias.
2. Fundamentos Teóricos
O resgate de uma estratégia mais sistêmica de manejo passa, antes de tudo, pela
agregação de resiliência aos ecossistemas ripários, que pode ser conseguido através
dos seguintes mecanismos, os quais não operam isoladamente (Gunderson, 2000):
a) aumento de sua capacidade tampão: neste sentido é fundamental levar em
conta as relações hidrológicas da zona ripária, de acordo com o discutido no
presente trabalho;
b) sistemas de manejo que levam em conta os processos ecológicos em múltiplas
escalas: ou seja, não basta apenas manter a mata ciliar;
c) existência de fontes de renovação (núcleos de vida): isto é, manejo que leva
em conta a permanência da biodiversidade na escala da paisagem.
A não coincidência entre a zona ripária e a mata ciliar prevista em lei, não deve
(e não pode) ser encarada como uma necessidade de se mudar a lei, mas sim de
começar a discutir as bases técnicas da legislação florestal em vigor. A identificação
da zona ripária deve ser encarada com um requisito básico, para o manejo
sustentável, ou seja, para a manutenção da saúde da microbacia. É, portanto, um
instrumento de manejo.
Outras estratégias de manejo das zonas ripárias incluem, por exemplo (Blin &
Kilgore, 2001):
3. MONITORARAMENTO HIDROLÓGICO.
3.1- Conceito
1.Conduz a uma das grandes preocupações hoje existentes no mundo todo, que é
a de se saber se as condições do meio vão permanecer sempre adequadas para
sustentar as atividades de produção florestal no futuro e, se vão, por quanto tempo.
Esta preocupação, viga mestre da sustentabilidade, deve fazer parte do manejo
florestal sustentável. Mas a adoção rotineira de práticas de manejo florestal
sustentável só será justificada, levando-se em conta a conjuntura atual de
sobrevivência econômica, se ficar comprovado que elas são garantia da atividade
econômica da empresa no futuro. Portanto, além de metodologicamente seguro, é
imprescindível que o monitoramento deva avaliar tanto as condições, quanto as
tendências desta capacidade natural de suporte do meio ao longo do tempo.
2.Leva em conta que o monitoramento também se justifica economicamente pelo
fato de que pode indicar onde melhor aplicar esforços e investir no aumento da
produtividade florestal, evitando a degradação do solo e da água.
3. O monitoramento deve sempre ter como objetivo a melhoria contínua das
práticas de manejo, visando a busca da sustentabilidade.
4. E, finalmente, dentro do paradigma atual de manejo sustentável, o
monitoramento deve ser voltado para a identificação e o teste de indicadores
ambientais, ou seja, de parâmetros que, similarmente aos já conhecidos indicadores
econômicos, possam sinalizar, de forma rápida e competitiva, as condições e as
tendências do ambiente causadas pelas atividades de manejo florestal.
3.2. Objetivo
Nesta escala também deve-se lançar mão dos balanços hídricos (Thornthwaite &
Matter) já disponíveis na internet , e verificar qual a relação ETP / P ( Evapotranspiração /
Precipitação). Caso esta relação seja maior ou próxima de 1, há a necessidade de manejo
especial das florestas plantadas, para maximizar a produção de água.
Ainda nesta escala é feita a análise sobre a análise sobre a densidade de estrada e
sobre o traçado das estradas, sempre levando em consideração as sub-bacias