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G onselho ONrcionel a Corregedoria Nacional de Justica PROVIMENTO NA , DELS DE JUNHO 2018. Dispie sobre o uso do e-mail institucional s membros © servidores do. Poder io € sobre a manifestagdo nas redes O CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIGA, usando das atribuigdes constitucionais, legais e regimentais [Constituigdio Federal de 1988 (CF/88), art. 103-B, § 5°, € Regimento Interno do Consetho Nacional de Justiga (RICNJ). art. 8° X] ¢ CONSIDERANDO o poder do Conselho Nacional de Justiga (CNJ) de fiscalizagdo e de normatizagio dos atos praticados pelos érgdos do Poder Judiciario (CF/88, art, 103-B, § 4°. 1, He IN): CONSIDERANDO 0 papel ins sistema judiciério brasileiro e cumprir 0 normativos, provimentos ¢ recomendagdes: icional do CNJ de aperfeigoar o trabalho do tatuto da Magistratura, expedindo atos CONSIDERANDO a competéneia do Corregedor Nacional de Justiga de expedir provimentos ¢ outros atos normativos destinados ao aperfeigoamento das atividades do Poder Judiciario (RICNJ, art. 8°, X); CONSIDERANDO a veda qualquer meio de comunica outrem, ou juizo depres \¢do imposta aos magistrados de “manifestar, por 10, opinido sobre processo pendente de julgamento, seu ou de vo sobre despachos, votos ou sentengas, de drgios judiciais, ressalvada a critica nos autos ¢ em obras téenicas ou no exereicio do magistério” [Lei Organica da Magistratura Nacional (LOMAN), art. 36, IU] CONSIDERANDO 0 modelo de Estado Democritico de Direito definido pela CFI88, fiundamentado. entre outros. no principio da dignidade da pessoa humana: CONSIDERANDO a incumbéneia dada ao Poder Judicidrio pela CF/88 de garantir os direitos e deveres fundamentais: CONSIDERANDO a impos de observancia dos prineipios da impessoal CONSIDERANDO a significativa quantidade de casos coneretos relatives a mau uso das redes sociais por magistrados e a comportamento inadequado em ma publicas politico-partidadrias analisados pela Corregedoria Nacional de Justiga, bem como 0 disposto no art, 95, pardigraf nico, da CFI88, que veda expressamente aos magistrados a dedicagao a atividade politico-partidévia; io constitucional a todos os agentes piiblicos dade e da moralidade (CF/88, art. 37, caput): CONSIDERANDO a abordagem, no direito comparado (Estados Unidos, México, Portugal, Franga, Ilia, Inglaterra ¢ outros), da manifestagao nas redes is. do uso do e-mail institucional ¢ dos deveres vedagées impostos aos membros do Judicidrio, CONSIDERANDO 0 diteito fundamental constitucional de todo cidadio brasileiro de liberdade de expressao e, portanto, dos membros do Poder Judiciirio na estera privada, na condigio de cidadios, e na publica, na condigdio de agentes politicos do Estado, devendo cocxistir harmonicamente com os deveres ¢ as vedages funcionais que Ihes sio impostos constitucionalmente e com outros direitos ¢ garantias constitucionais fundamentais dos cidadiios (CF/88, arts. 1°, 1, 3° 1V, VIL IX ¢ X); CONSIDERANDO, de um lado, o ditcito de liberdade de expre: pensamento ¢, de outro, o dever dos magi io e de strados de manter conduta ilibada na vida publica ¢ privada, inclusive nas redes sociais, em respeito 4 dignidade da magistratura, pois “a imtegridade de conduta do magistrado fora do Ambito estrito da atividade jurisdicional contribui para uma fundada confianga dos cidadaos na judicatura” (Codigo de Etica da Magistratura, art CONSIDERANDO 0 amplo alcance das manifestagdes nas redes sociais ¢ a necessidade de preservagiio da imagem, da dignidade e do prestigio do Poder Judicidrio brasileiro ¢ dos seus membros e servidores, pois “é atentalério a dignidade do cargo qualquer ato ou comportamento do magistrado, no exercicio profissional, que implique diseriminagao injusta ou arbitriria de qualquer pessoa ou instituigio” (Codigo de Etiea da Magistratura, art. 39); CONSIDERANDO a divulgagio exponencial ¢ permanente de contetidos is, ainda que compartilhados inicialmente com grupo restrito de usurios CONSIDERANDO a necessidade de os membros do Judie adotarem cautelas antes de publica nas redes sociais, tendo em vista as 8 direta, as comunicagdes nas redes socia interpretadas e divulgadas incorretament pelas redes soe rio. brasileiro comentar ou compartilhar contetido em perfis pessoas, intes implicages: a) diversamente da conversagaio na falta de sinais vocais ¢ visuais, podem ser mal b) nao é claro o liame entre a esfera piblica ea privada, bem como entre a pessoal e a profissional, de modo que, mesmo que 0 usuiirio no se identifique como magistrado no perlil pessoal, seus comentarios podem ser facilmente Vinculados a instituigao a que pertence por ser cle autoridade piblica; ANDO a exigéneia de conduta compativel com os preceitos igo de Etica da Magistratura e no Estatuto da Magistratura para 0 exercicio das fungées de magistrado, que deve nortear-sc “pelos principios da independéneia, da imparcialidade, do conhecimento ¢ eapacitagdo. da cortesia, da tra cia, do segredo profissional, da prudéncia, da diligéncia, da imegridade profi dade, da honra e do decoro” (Codigo de Etica da Magistratura, art, 1°), RESOLVE: Art. 1° Dispor sobre o uso do ¢-niail institucional pelos membros e servidores do Poder Judicidrio e sobre a manifestagio nas redes sociais Art, 2° A liberdade de expresso, como direito fundamental, no pode ser utilizada pela magistratura para afastar a proibigao constitucional do exercieio de atividade politico-partidaria (CF/88, art. 95. pardigrafo tnico, 111). § 1° A vedagao de atividade politico-partidaria aos membros da magistratura ndo se restringe a pritica de atos de filiagdo partidéria, abrangendo a parti situagdes que evidenciem apoio piblico a candidato ou a partido politico. § 2° A vedagao de atividade politico-partidria aos magistrados niio os impede de exercer o direito de expressar conviegdes pessoais sobre a matéria prevista no eapur deste artigo, desde que ndio seja objeto de manitestagao piiblica que caracterize, ainda que de modo informal, atividade com viés politico-partidirio, § 3° Nao caracteriza atividade politico-partidaria a critica publica dirigida por magistrado, entre outros, a ideias, ideologias, projetos legislativos, programas de governo, medidas econdmicas. Sao vedados, contudo, ataques pessouis a candidato, lideranga politica ou partido politico com a finalidade de descredencia-los perante a opiniio publica, em razio de ideias ou ideologias de que discorde © magistrado, o que configura violagao do dever de manter conduta ilibada e decoro, Ant, 3° E dever do magistrado ter decoro e manter ilibada conduta pablica ¢ particular que assegure a confianga do cidadiio, de modo que a manifestagio de posicionamento, inclusive em redes sociais, no deve comprometer a imagem do Poder Judicidrio nem violar direitos ou garantias fundamentais do cidadao (da CF/88, art. 37, caput, ¢ Lei Complementar n, 35, de 14 de margo de 1979, art. 35. VID). Art. 4° O magistrado deve agir com reserva seus pontos de vis pessoais nas redes socia funcionais e a tiva do Poder Judiciario. cautela e discrigao ao publicar js. evitando a violagio de deveres pessoais nas redes s pronunciamentos oficiais sobre casos em que attiou, sem prejuiizo do compartilhamento ou da divulgacdo, por meio dos referidos perfis, de publicagées constantes de sites institueionais, ou referentes ias jé divulgadas olicialmente pelo Poder Judiciirio. Art. 6° O magistrado deve evitar, em redes sociais, publicagdes que possam ser interpretadas como discriminatirias de raga, género, condigio fisica, orientagtio sexual. religiosa © de outros valores ou direitos protegidos ou que comprometam os ideais defendidos pela CF/88. Ant. PO m © e-mail funcional exclusivamente para a execugio de atividades institueionais, preservando o decoro pessoal ¢ tratando, com urbanidade, nao s6 os destinatirios das mensagens, mas também os terceiros a que clas fagam referencia Art, 8° As corregedor ais devem dar ampla divulgagio a0 presente provimento e fiscalizar seu efetivo cumprimento mediante atividades de orientagio € fiscalizagao, sem prejuizo da observancia de outras diretrizes propostas pelos respectivos (os disciplinar Art. 9° Cabe as n ra da magistratura € nos cursos de aperfeigoamento funcidual, assim como nas publicagdes institucionais, a abordagem dos temas tratados neste provinento, Ant. 10. As re couber, aos servidores e aos estag’ escolas judiciais inserir gos cursos de ingresso na carrei omendagies definidas neste provimento_aplicam-se, no que irios do Poder Judiciirio, > ArT ¢ provimento entra em vigor na data de sua-publicagio. 7 Ministro JOAO OTAVIO by/Noront IA

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