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Nem a filosofia em geral nem a desconstrução em particular devem ser consideradas como um instrumento pioneiro e inovador da política

feminista. A filosofia recente, inclusive a de Derrida, ajuda-nos a ver as praticas e as ideias (inclusive as praticas e ideias patriarcais) como
não sendo naturais nem inevitáveis - mas isso é tudo o que ela faz. Depois que a filosofia termina de mostrar que tudo e um constructo social,
ela não nos ajuda a decidir quais constructos sociais preservar e quais substituir. [...] A maioria dos intelectuais gostaria de encontrar meios
de se engajar na luta dos fracos contra as fortes. Assim, eles esperam que seus dons e competências particulares passam tornar-se relevantes
para essa luta.
[...] Mas o modo mais eficiente de expor ou desmistificar uma prática existente parece consistir em sugerir uma pratica alternativa, e não em
criticar a atual. Na política, como no modelo kuhniano de mutações teóricas nas ciências, as anomalias dentro dos antigos paradigmas podem
empilhar-se indefinidamente, sem fornecer muita base para a crítica, ate que se ofereça uma nova Opção. A crítica «imanente" do antigo
paradigma e relativamente ineficaz. Em termos mais específicos, a maneira mais eficaz de criticar as atuais descrições de determinado
exemplo de opressão dos fracos como um "mal necessário" (O equivalente político de uma "anomalia desprezível") e explicar por que ele
não e de fato necessária, esclarecendo de que modo uma mudança institucional específica a eliminaria. Isso significa esboçar um futuro e um
cenário alternativos da ação política, capazes de nos transpor do presente para o futuro.

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