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Tradução:
Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
“Não é hoje fácil imaginar o que uma igreja significava para as pessoas desse
período. Somente em algumas velhas aldeias do interior podemos ter ainda
um vislumbre de sua importância. A igreja era, com freqüência, o único
edifício de pedra em toda a redondeza; era a única construção de considerável
envergadura muitas léguas em redor e seu campanário era um ponto de
referência para todos os que chegavam de longe. Aos domingos e durante o
culto, todos os habitantes da cidade podiam encontrar-se ali, e o contraste entre
o edifício grandioso, com suas pinturas, suas talhas e esculturas, e as casas
primitivas e humildes em que essas pessoas passavam a vida devia ter sido
esmagador.” (Pp. 125)
Gombrich, apresenta essas igrejas como pouco decoradas com quase nenhuma janela, o
que as fazia parecer fortalezas medievais. Surgia aí um grande problema para os arquitetos,
construir um teto de pedra afim de substituir os telhados de madeira, que não eram imponentes
e queimavam com facilidade. Entretanto, como parte da técnica desenvolvida na arte romana,
foi perdida durante a “idade das trevas”. Este período foi, então, campo de diversas
1
Discentes do curso de Licenciatura em Ciências Sociais do Instituto Federal de Goiás, Câmpus Formosa. Resenha
elaborada como requisito parcial de avaliação da disciplina de Arte Cultura e Sociedade, ministrada ao 4º período
noturno, sob a orientação do Prof. Edson Rodrigo Borges.
experimentações. Um método que Gombrich destaca é o uso de grandes arcos para dar a
impressão de grandiosidade, mas com o intervalo entre estes preenchidos de material mais leve
que a pedra.
Com uma função definida e uma ideia exata, pertinente aos ensinamentos bíblicos, as
Igrejas da França começaram a ser decoradas com esculturas. Estas, por combinar melhor com
a estrutura da igreja, concebia uma “solenidade maciça”. Gobrinch enfatiza que, devido as
cruzadas, existia uma maior relação com a arte bizantina e com as esplêndidas imagens da Igreja
Oriental. Fala também sobre a disposição dos artistas em dispor tradicionais símbolos sagrados.
“Não devemos esperar que tais esculturas tenham um aspecto tão natural,
gracioso e leve quanto às obras clássicas. Elas são tanto mais impressionantes
por causa de sua solenidade maciça. Torna-se muito mais fácil ver de um
relance o que está representado, e ajustam-se muito melhor à grandeza da
construção. Todos os pormenores no interior da igreja são pensados com igual
esmero, de forma que se ajustem ao seu propósito e à sua mensagem.” (Pp.
130)
Gombrich, continua a historiar sobre os atributos dessa arte que buscava formas de
expressar sentimentos, como o sobrenatural, mas sem materializar aspectos supostamente
naturais. A imagem produzida para um calendário conta a história dos martírios de santos
ocorridos no mês de outubro em uma intricada obra que usa de elementos geométricos para
evidenciar relações e narrar ações.
Gombrich conclui que, a não representação da natureza, por parte do artista do século
XII, se tornou algo libertador e inovador, abriu preceito para a escolha de cores e formas de
acordo com o desejo de cada artista, assim, sem a obrigatoriedade de representação do mundo
real, o artista pôde representar o mundo sobrenatural. “Foi essa emancipação da necessidade de
imitar o mundo natural que iria capacitá-los a transmitir a ideia do sobrenatural.” (Pp.136)