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FeO OSE ETE TTT ESTE SCOT SESS ST ST ST SSS SSA aT ESTES sSTeSeeeeeereseesese se Resultados de operacao e recomendacgdes para o projeto de sistema de decanto-digestor e filtro anaerdbio para o tratamento de esgotos sanitarios (*) INTRODUGAG A solurdo para o problema de esgo: tos sanitérios de pequenas populacdes vinha sendo dada comumente, de acar- do com 3 Norma Brasileira n° 41, da ‘Associagao Brasileira de Normas Técni- cas (NB-41-ABNT), que prevé 2 utiliza 80 de decantodigestores seguida de Infiltrago no terreno através de sun douro ou de valas de infiltragso quan: do a capacidade de infltragso do ter. eno permite tal solucdo. Quando 0 so- lo no permite a infiltragéo dos eflu- entes dos decanto-digestores, a solu- 20 recomendada pela NB-41, para es- tes efluontes era s utilizagio de valas de filtracao, constituida de tubulacko e leito filtrante, capaz de produzir um efluente final de muito boa qualidade; Porém, esta ¢ uma solucao que pode ser considerada bastante onerasa, A NBR-7229 de marco de 1982, que 6 a revisio da NB41 da ABNT, propie como solugéa alternativa para’o trata- mento complementar de elluentes de decento-digestores (de camara unica, de cdmara sobreposta ou de compar. timentos em série) a utilizagio de fil tros anaerdbios de fluxo ascendente, antes do langamento dos efluentes em corpos de agua receptores. Tendo em vista a escassez de dadoo sobre a utilizacdo de um sistema com- posto de decanto-digestor e filtro ana- erdbio de fluxo ascendente, para o tra: tamento de esgotos domésticos ¢ em vista da recomendacéo de tal sistema como uma das alternativas para a 0- lugao do problema dos esgotos de pe- (©) Tabatha desenvoivido na Gotesb dentro de Gonvinia DAEE-Cetesb. ©) oui ors de Pesquisas ae Engenheira do 0) sas da Getesh. Professor do. Dapar. {mento de Engenharia Hideout Sanitaria “da Escola. Pol USP'e da £2. Maud quenas populagdes, uma pesquisa so- bre 0 desempenho do referido sistema de tratamento de esgotas foi conside- rada bastante oportuna, Fol entio desenvolvido, na Cetesb, um trabalho com o objetivo de se es. tudar 0 comportamento do sistema composto de decantodigestor seguido de filtro anaerdbio de fluxa ascenden- te, para o tratamento de esgotos do- mésticos, operando sob diferentes condigaes de vazio ¢ carga orgénica @ ele aplicade, bem como procurar obter pardmetras que permitam um adequede dimensionamento do. filtro ‘anaerdvio e a aplicabilidade do. siste- ma como proposto pela NBR7229 ou ‘com alguma modificaggo, tendo em vis- ta 2 legislagio relativa go controle de poluicéo das Sguas atualmente em vi- gor. CONSIDERACOES SOBRE O PROCESSO Fossa Séptica ‘As fossas sépticas recebem as ‘guas residuérias, separam os sélidos 40 liquido, digerem parcielmente a ma- téria orgénica; estocam solidos e, 0 liquido clarificada 6 encaminhado pa- ra outro tratamento e/ou posterior dis- posicdo. Os sdlidos sedimentévels véo ara o fundo do tanque, onde sofrem digestdo anaerdbia e se acumulam, Po- riodicamente esses sdlidos, ja digert dos, $80 removides, Os materials mais leves ficam na superticie do liquido, formando uma escuma e para evitar ‘que os dleos e graxas ou outros mate- flais flotantes saiam junto com o Ifquk- do clarificado, colocase um anteparo na frente da safda da fossa séptica, Esse liquido clarificado pode sofrer in. filtragio se as condigdes do solo fo- rem adequadas, ou ser submetido a outro tratamento, para ser disposto no corpo d'équa receptor. A eficiéncia dos tanques sépticos varla com a geometria do tanque, taxa Quimica Sonia M. M. Vieira (MSc) (°*) Eng. Pedro Alem Sobrinho (MSc, Dr) ("**) de escoamento superticial, dispositivos de entrada e_saida, ndmero de com: partimentos do tanque, temperatura, ‘peragdo e manutencdo do sistema (). Dimensionamento de Fossas Séptic © pardmetro mais usual para proj to dos tanques sépticos de camara nica é a copacidade do tanque e, por tanto, 0 tempo de detencio necessario para sedimentacao do material sélido © a capacidade para estocagem e di- sgestao do lodo. Segundo o Water Research Centre: Inglaterra (WRC), que cocomenda a aplicagdo desse sistema de tratamer- to para populagées de até 300 pessoas, a cepacidade do tanque é dada pela formula (*): V = (180 P + 2.000) litros, ‘onde V 6 0 volume do tanque (I) © P (© nero de pessoas. A EPAEnvironmental Protection Agency - USA recomenda para vazdes entre 2640 © 5.680 I/dia que a cape cidade do tanque seja 1 a 05 vezes 0 voluma diério de alimentaclo. Para va- 25es entre 5.680 e 56.00 I/dia a capa- cidade do tanque, pode ser calculada pela formula (1) v 4258 + 075.0 onde V é 2 capacidade do tanque ( e Oa vardo disria (I/dia). ‘A ABNT, através da NBR-7229, re- comenda que 2 capacidade de fossas sépticas, de camara tnica, recebendo até 75 mil I/éia, seja calculada pela seguinte formula (*): V = NOCT + 100 U9 onde V = volume ail (i), que deve ser no ‘minima de 1250 1 REVISTA DAE N: 135 — dezembro de 1983 — 51 Tabela 1 — Gomparacio entre os volumes de fossa séptica de camara dnica, calculados segundo os critérios de WRC, EPA @ ABNT ke de Pessoas Volume de Fossa Séptica (1itros) wae EPA WOR 7229 7a a0 3.800 750 0 1500 2.500" 100 20.000 15.508 17.500"" bg 8 2,0 fpestoan dia 1p = 10 freeroa sda N © numero de conteibuintes © = contribuicéo de daspejos (I/pes- s0a/d) T > periodo de detengso (J). Vator tabolado na NBR.7229 em funcio da contribuieao didria L. = contribui¢go de lodos frescos (1 gessoa . d). Valor tabelado na NBR-7229, Para efeito de comparacio suponha: mos um tanque que deva atender, por exemplo, a uma populagéo de dez pes- 802s com contribuicgo unitéria de 150 dia. © volume necessario, segundo cada um dos dimensionamentos pro posts, sera contorme a tabela 1 ‘A/NBR-7229 da ABNT apresenta do- lalhadamente os procedimentos para o dimensionamento de fosses sépticas de cémaras sobrepostas e também de fossas sépticas com cAmaras em série, © FILTRO ANAEROBIO © efluente da fossa séptice neces sita tratamento adicional, pera ser dis- Posto no corpo d'agua quando a infil trag8o no terreno ndo ¢ visvel Uma alternativa que néo requer 0 uso de energia para bombeamento ou aeracio, 6 0 filtro de fluxo ascenden- te operando sob condicées anaerdbias, Sua fecilidade de construgéo ¢ opera {¢30 tornam interessante a sua utiliza 30 para o tratamento complementar dos ofluentes das fossas sépticas. Os processos anaerébios conven. ionais tém sido tilizedas para reek duos de alta carga orgénica @ grande concentragéo de s6lidos (‘1 e esses processos necessitam tempos de de- tenedo tongos. O filtro anaerdbio é lum processo de tratamento que pode ‘ser apropriado pare residuos de role tivamente baixa carga organica e rela. tivamente baixa concentracio de sél dos em suspensao, desde que no se exija um efluente final de alta qualt- dade. Os filtros anaerdbios de fluxo as. cendente consistem basicamente de tum leito de pedras ou de outro mate- rial inerte, que acumula em sua super- ficie 08 microorganiemos responsivels pelo proceso. O liquide penetra pele base, flul através de uma camada de material de enchimento e 6 descarre- ‘gado pelo topo. De acordo com Raman ‘ot ali () a distancia entre o nivel do liquido © o letto filtrante deve ser de 25 a 15 em durante 0 funclonamento. ¢ @ altura do leita filtrante de 06 a 1.2m, O leito de pedras se apéia nu ma placa perfurads que distribut 0 Ne quido pela superficie. O proceso pode ser operada por longos periodos de tompo. sem necessidade de limpeza, pois a producao de sdlidos € bal Young € McCarty (*) operaram um fil ro anaerdbio com residuo sintético constituido de proteinas € carboidra- tos durante um ano, sem perda da efi ciéncia de tratamento: Raman e Cha- Kladar (3) opereram filtros anaerébios com efluentes de fossa séptica para tratamento do efluentes de sanitirios @ observaram que apés 19 meses de funcionamento continuo, 0 filtro co- mesou @ apresentar problemas de en: tupimento. Sugerem que a retirada de Jodo seja feita esvaziando o filtro atra- vés da base @ escoando aqua através do topo. Para manter @ eficiéncia de funcionamento dos. filtros sugerem programar a retirada de lodo uma ou dduas vezes por ano, como para as fos- ‘sas sépticas. Observaram também que 8 eficiéncia dos filtros anaerdbios no @ afetada pela natureza intermitente do fluxo de alimentacéo, Para melhorar a eficiéncia de remo: G0 de DEO do efuente a ser lanado ‘no corpo d'égua pode ser necessério um sistema simples de aeracio. As- sim estara sendo descartado um eflu: ente nio deficiente em oxigénio dis- solvido, Kobayashi et alii (), operaram em escala de laboratério, um filtro anae- robio, com enchimento pléstico de al- ta rea superficial espocifica, para 0 tratamento de esgotos domésticos ‘com DBO média de 288 mg/l, tempo de detencio de 24 horas, temperaturas de 20, 25 € 25° Ce taxa de aplicagao média de 032 kg DBO/m'/ dia. 0 efluente do filtro, operando durante 60 dias, apresentou valores médios de DBO de 38 mg/l e DOO de 78 mg/l, dando eficléncias de 79% © 73% res pectivamente a esses perametros. A eficiéncia do sistema praticamente no sofreu influéncia da variaggo da que lidade do efiuente 20 longo do dia. O comportamento do filtro para as tem- peraturas de 25 © 85°C foi bosicamante 16 mesmo, porém a eficiéncia de remo- G80 de DBO e SS caiu sensivelmente 2 20. A produgdo de gis foi em média 0,27 | por Iitro_de_esgoto ‘afluente ou 117 I/kg de DOO afluente. Foi observado um grande aumento no nivel de sulfetos no efluente. 52 — REVISTA DAE N. 135 — dezembro de 1983, dimensionamento de filtros anae- rébios, segundo @ NBR 7229 da ABNT. serd apresentado quando da verifice. io da capacidade do filtro anserébio utiizado no trabalho experimental Descri¢éo das Instalagdes ‘eesso anaerdbio de tratamento, a Ce- tesb Instalou na Estagio de Tratamen- to Experimental do Caxingui um de- canto-digestor de cimaras sobrepostas eum filtro anaerébio que seguem os padres estabelecidos pela NBR-7229 da ABNT(), fabricados € cedidos pela "OMS" do Brasil S.A. © decantodigestor instalado 6 do tipo de cdmaras sobrepostas. € cons- ‘truido em concreto, com a eémara de decantacso de 0.71 m* de éraa super- ficial © volume da 05 m?. O volume das cimaras de digestéo e armazena- mento de lode totalizam 1,5 mt © filtro anaerdbio € construido do mesmo material, seu volume total 6 de 2m e 0 volume de vazios 6 da ‘ordem de 60%. © material de ench- mento é 0 brita n’ 4. De acordo com a ABNT, © conside- rando-se a contribuigdo de 150 I/d.hab.. © decanto-digestor tem capacidede pa a 18 pessoas e 0 filtro anaerdblo para ito pessoas, conforme verificagdes qua so apresontadas a seguir. 0 sistema recobe esgoto doméstico ‘que passa por uma grade fina e por cat xa de areia, A figura ns 1 apresenta 0 esquema 2 Instalacéo da chegeda de esgoto brute, do decantodigastor e do filtro anaerobio. VERIFICAGAO DA CAPACIDADE DO DECANTO-DIGESTOR DE CAMARAS ‘SOBREPOSTAS A verificagio de capacidade do de- conta-digastor seré felta de acordo com a NBR.7229 da ABNT, cujas re comendagées 880: — Volume da cémara de decantagao ve = NCT volume, em litros numero de contribuintes contribuicao de despejos em I/ pessoa/dia. T = poriodo de detengdo, am dia: Nota: 2) para efeito de cdloulo ado- tar T = 0,20 dia e considerar a varao maxima nao Inferior a 2,4 vezes a ver 20 média, b)_volume minimo da camar dimentagao = 500 1 — Volume decorrente do periodo de ‘armazenamento do lodo digerido (Vs) Vs = Ri NL To onde: Ve = volume om litros dese Tabela 2 — Resultados obtidos por Raman, V. © Chakladar, N., para tratamento de ‘esgota doméstico com fossa séptica e filtro anaerdblo (ref. 5) riltro: MaLitexper Salaghata apurbapur, Parinetro [0a0 poo 88 | pmo poo ss | peo mo ss ie went a Lad bs / “\y ll : nee Reprecentapio fara ratamenta de eagoto domestica Ri = 0.25 cooficionte de redugao do volume do lodo digerido N = nuimero de contribuintes Li = contribuigdo de lodos frescos \pessoa/dia (para edificagdes de uuso permanente L, = 1,0) Ta = periodo de armazenamento de lodo, 300 dias — Volume correspondente 20 lodo com digestio (Vs) Ve = AN LT, ‘onde Vs = volume em fitros Re = 0.50 coeficiente de reducdo do volume de loda em digestdo N = numero de contribuintes Td = periodo de digestao do odo, 50 dias, Como a capacidade do sistema utill- zado nostes ensaios esti fixada, ado- tou-se 0 tempo de detengao para o compartimenta de decantago indica: do pela NBR:7229 0 calculou-se a par- tir dai, a vazo que esta camara pode receber. como é mostrado a seguir: Ve = OT onde Oh 6 a varao afluente & cémara de docantagéo, Como o volume da camara de decan- tagdo é de 500 |, terse: 500 = Or x 02 Q = 2500 I/die que poderia atender a 15 habitantes com contribuicéo de 150 I/habitante/ dia, que é 0 considerado pela NBR- 7229 para residéncias. Como as capacidades das cémaras de digestao e armazenamento de iodo io calculadas em funcdo da quantida: de de lado fresco afluente a astas cf: maras, cujo volume total conhecido, podese entao verificar a quantidsde total de todo fresco, que o sistema po de receber por dia (NLJ, © que & mos: trade a seguir Ve Ve = Pe (NL) Ta + Ra + Re (NL) T. como Ve + Ws = 1.500 | temsse: 1.500 = 0,25 x 300 (NL) + 0.50 x 50 (NLD 1.500 (Nu) = ———-____. 025 x 300 + 050 x 50 (NL) = 15 W/dia Gomo t, = 1 para edificagtes de uso permanente, tem-se N = 15 pas: A fossa séptice de cdmaras. sobre. ppostas tem, portanto, capacidade para 15 habltantes de residéncia, ou 25 m'/ ia, de esgotos. VERIFICAGAO DA CAPACIDADE DO FILTRO ANAEROBIO © dimensionamento do filtro anaeré- bio, pela NBA-7229, indica: Wa 18 or conde V, = volume total do filtro anaerébio (liteos) ©, = vazio média afluente 20 filtro anaerdbio (I/dia) & T = period de detencdo (dias) T= 1 dia (para 0, > 6.000 I/dia a NaR.7229 indica T = 1 dia) Para Vv. = 2.000 1 temse 2000 = 16 x Q x + Q, = 1.265 1/dia, que corresponde a oito habitantes, & base de 150 I/habi tante/dia METODOLOGIA DO TRABALHO Apds a Instalagao do sistema decan- todigestor/filtro anzerdbio foram ob- servados problemas de vazamento. Depois de solucionar estes problema ‘corrigindo todes 2c emendas do filtro @ da ligacdo entre 0 decanto-digestor e 0 filtro, Iniciou-se 0 funcionamento do sistema, 0 decanto-digestar @ 0 filtro foram preenchidos com agua e adicionaran- se a0 decantodigestor 70 de lado di- gerido proveniente dos digestores da ETEPinheiros da Sabesp. Iniciou-se en- tao @ alimentagao com esgoto bruto que passa pelo gradeamento © caixa de areia da estacdo experimental de tratamento de esgotos do Caxingui da Cetesb. A vazio de alimentacéo era Controiada atraves de vaivula de gave- ta, corrigindo-se sua oberturs a cada iodo de 141. dia até 0 584. dia foi bbem superior aos valores caracter's cos de decantagao simples, © que fo: ram observados no inicio da aperagio do sistema (até o 108. dia) e no pe- iodo’ posterior a timpeza geral do de cante-digestor realizado no $88: dia ‘2 quando se esveziou totalmente a ca: mara de decantagao. No periodo de operagao do 350. dia a0 420. dia, ob- servau-se um aumento bem significa tivo de sélidos em suspensao no eflu: ente do decanto-digestor e entao fezse luma remocdo parcial de sélidos desta unidade, porém sem chegar a esvaziar a cimara de decantagao ¢ observou-se que no periods subsequente nao how ve perda da eficiéncia do decanto-i gestor na remogéo de matéria orgéni ‘ca, que continuou 9 ser superior aque: la normaimente obtida pare simples se- dimentac3o, Dessas, observacdes con. cluise que parece ter havido um cer- to acumulo de solidos biologicos na camara de decantacdo. que proporcio- now uma remocéo adicional de meté- ria organica. por acso biotégica, @ que {8 muito importante na eficiéncia glo- bal do. sistema Quando da fimpeza do decantodiges. tor no $88. dia de operacio, ja se no- tava que © filtro anaerébio também necessitava de uma remocdo de séli- dos. porém a instalagdo, felta de acor- do com a NBR-7228, nio possuia di positivos para tal limpoze, No caso do filtro que trabatha sub- ‘merso, uma solucdo para faciltar 0 trabalho de limpeza poderia ser um tuba de descarga colocado um pouco fabaixo do nivel do liquide, como & in- icado no esquema ao lado. Para melhorar @ qualidade do cefluente, tentou-s® efetuar uma sepa ragdo dos s6lidos nele contidos. Proce- detrse entio & aeracio do efluente @ deixou-se decanter. No entanto, esses sélidos sé0 de dificil separagio. Pra Tabela 6 — Remocdes de DBO, DOO, SS e coliformes totals obtides no esgoto doméstico tratado através do sistoma decanto-digestor o filtro anaerdbio, nas diversas condigdes de vazio testadas eon | ir @ in filtro anaerébio nas diversas condicées de Tabela 7 — Tempos de deten¢io da camara de decantacao do vazio aplicadas decantodigesior e do TER Ri aie] Ronee oop de pani gets ce teen) aerate fee) soetante digester wien) rin | enw “aaa 9-106 aa a on | _ oes 190-299 16 ae on | ore | om | oz 2ae-yon as. 6 om | om | 20 | oes 203-370 1s on 026 | 0.09 os srieane a2 or oe | oes | ave asst 30 13 ear | eos | oe saps aa a eas | eos | oo | ons e201 26 26 ozo | cor | ous | one 4 0 tempo de detencie minine & catontade teven: ‘conte a yesio aplicads durente 2 Renee fate que ss 0 tenpo de detem $a Ue sean, que d cota de 608 do solu gual @'3 yeree a ve enon rte gen fe eam tnt fA diay ata 67600 dea do eneater w‘torals Diapunitive para Tapers eo elt = fuente Fina = eng oe [pe esistre cening front Aigetor ticamente nao houve decantacdo e a DBO e DOO permaneceram na mesma faixa de resultado. Portanto, os séli- dos em susponsio devem ser removi- dos no decantodigestor eno filtro anaerdbio pois apds passarem pelo processo anaeréblo, sua separagso tor- nase dificil © efluente do filtro anaerobio néo [8 possul oxigénio dissolvido. Quando ne- cessério ou convoniente deve-se efe- ‘tuar sua aeracdo, por meios natura como 0 cascateamento, por exemplo, fu outro meio vidvel. ‘As temperaturas na saida do filtro ‘anaerdbio © ambiente foram medidas durante 0 dia nos primeiros dez meses de operagio do sistema e observou-se REVISTA DAE N.' 135 — dezembro de 1983 — 55 ‘que enquanto a temperatura ambiente variou de 15°C a 32°C 0 efluente do filtro enaerobio esteve entre 20°C e 28°C, com variagbes graduais no pre- Judicando 0 proceso enaerébio que é ‘muito sensivel a mudangas de tempe- ratura Foram efetuadas medidas de nitrogé- rio amoniacal, ritrogénio total © fés- foro total do $48." dia em diante, néo se observando remogdes significatives desses nutrientes no sistema. ‘A aveliagao da capacidede de remo- 30 de microorganismos patogtnicos do sistema foi felta utilizendose a ‘medida dos coliformes totais. por ser de mais facil daterminacao por se pre tender apenas uma indicagao da poten- ovalidade do sistema para este fim. A remocéo obtida pelo sistema vatiou de 60% 9 94%, mas 2 quantidade de coliformes totais no efluente € ainda muito alta Todos esses estudos foram efetua dos com o sistema operando cerca de cito horas didrias, havendo interrupcio do processo durante a noite. Apesar isso 0 sistema nao apresentau pro- biemas. Este procecimento tenteve si- mullar 0 que acontece na prética em ‘que se observam periodos de pico & periodos praticamente sem esgoto, es- Pecialmente em pequenos aglomera: dos, Uma consequéncia desse fato ¢ que ‘0s tempos de detencéo médios apre- sentados, correspondem na realidade ‘a tempos de detengao trés vezes maio- res do que aqueles aplicados durante © periodo de funcionamento. Entao com © sistema funcionando 24 horas/die, 6 quase certo que esses tempos de de- médios possam ainda ser re- Do 7702 20 783: dia de operagio, 0 sistema permaneceu recebendo ali mentagao durante as 24 horas do dia, mas 0 periodo de funcionamento foi ccurto para se poder tirar alguma con- clusdo. A operacdo do sistema foi in- terrompida devido 8 desativacso da Estagdo de Tratamonto, mas outros a8- pectos desse estudo deverlam ainda ser abordados, além de se operar 0 sistema por algum tempo com alimen- tagdo durante 24 horas. Seria importante avaliar 0 rendimen to do processo cam autro tipa de ma. terial de enchimento, que poderia ser ‘0 agregado leve de lodo de esgoto, Esse material produzido pola Sabesp @ partir de lodo digerido anaerobicamen- te ¢ interessante do ponto de vista Prético © econdmico. Os anéis plésti- ‘cos também poderiam ser testados. Resumo © conclusdes dos resultados. obtides Foram obtidos os seguintes results dos com 0 sistema operando apés ‘aclimatagao, durante 400 dias, com amostras coletadas de hora em hor duas vezes por semana. Caracteristicas do sistema: Decanto-digestor com volume para Tabela 8 ~ Condigdes de operagio Parmnetro Decante FITS Digestor Anaexobio Vazio média (m?/ata) | 2,5 a 3,0 06 a 1,6 Vaso Maxima (t/n) 189 9 375 75 201 Tempo de detengio (h) em relagio & va 2io média 4a wa 50 Inempo de detengéo (h) em retagéo 3 va 230 maxina 1,3. 2,7 63 a 47 Tabela 9 — Médias das porcentagens de remocdes obtidas com o sistema Remogéo de coliformes digestdo © armazenamento de lodo de 4,5 m? e com cimara de decantagio de. 05 mv. - Filtro anaerdbio de 2 mv. Enchimento do filtro: pedra britada as 4. Material de construcao: concreto. Temperatura do liquido: 20°C a 26°C. istema operado das 8h30 as 16h30 com esgoto doméstico. Os soguintes comentérios podem ser feitos sobre 0 sistema, com be nna experiéncia de cerca de dois anos de operacao. 7 — O sistema necesita de um tempo de aclimatagio de cerca de trés meses, ou a partida tem que ser ccontrolada, aumentando-se.lenta- mente a carga do sistema. — £ desejivel que os efluentes do decantodigestor @ do filtro sejam ‘nalisados pelo menos uma vez ppor ano. — O sistema atingiu bons resultados de remogao de DBO, DOO e SS a tempos de dotengéio minimos de 4.4 horas na cimara de decantagio do decanto-digestor © 19 horas no — filtro anaerébio, em relagso & va io média, que’ so Inferlores 80s recomendados pela NBA-7229 (48 horas na cdmara de decantagio do decantodigestor @ um dia no 56 — REVISTA DAE Ny 135 — dezembro de 1983 isses spobe eee -cenferrc ae filtro anaerdbio de até 6 mil I/dia) © decanto-digestor necessita lim pera adequeda. A primeira des- carga de sélidos pode ser apés cerca de um ano de funcionamen- to © as outras em intervalos de tempo menores, em funcio dos resultados de acompanhamento contribuigdes de operagio. Nas limpezas néo se deve esvaziar totalmente a ca mara de decantagdo, mesmo que entre as limpezas, © filtro anaerdbio necessita a primeira limpeze apés cerca de 1.5 ‘ano de funcionamento. Na figura 2 6 mostrada uma sugestio do dispositive a ser acrescentado 20 sistema para se efetuar essa lim pera. Uma altura de liquido sobre © enchimento do filtro, superior Aquelarecomendada pola NBR. 7229, melhorara as condicbes de limpeza. Na limpeza, 0 filtro néo deve ser esvaziado, Os resultedos do acompanhamento da operegdo indicardo a época adequada da limpeza, Os sélidos contidos no efluente 30 de dificil separagdo, ndo sen do vivel sua remogao’ por sim ples sedimentagao apés serem eli- minados junto com o efluente. Por isso, a limpeza do decanto: Tabele 10 — Caracteristicas médias do esgoto e dos etluentes EFLUENTE DECANTO DIGESTOR EFLUENTE FILTRO ANAEROBIO DBO (mg/t) DEO (mg/L) Ss (mg/t) Coliformes Totais (org/mt) digestor e filtro anaerébio sao de extrema importéncia para tornar eficiente a remocao de sélidos pelo sistema, — Nao so necessérios equipamen- tos como bombes de recelque, aeradores, agitadores ou controle de temperatura. O. sistema tam- ‘bém ndo exige culdados operacio- nals. exceto a retirada de lodo a ‘cada cinco a seis meses. Isso tor- na o sistema muito vantajoso do ponto de vista pratico e econd- ‘mio. — O sistema praticamente nao remo ve nitrogénio e téstoro, — Com o sistema instalado abaixo da superficie da terra, as varia- ges de temperatura néo interfer em no processo, 88 299 139 26x104 IRLIOGRAFIA 1 — US. Environmental Protection Agen- cy. Design Manual Onsite Waste- ‘water Treatment and Disposal Sys tems. Oclober, 1900 2—MANN. HT. Technical Report 107. 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